julho 08, 2021

UM SHORT-TOUR PELO PLANETA ALMA E SEUS SATÉLITES - Newton Agrella





Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais destacados intelectuais maçônicos do pais.


De maneira branda e descompromissada, tal qual uma brincadeira infantil, as palavras nos permitem intercalá-las e entrelaçá-las em forma, conteúdo e significado, como se estivéssemos no quintal de casa e no chão desenhássemos um punhado de caminhos, e por eles fôssemos passeando.

Nada mais divertido do que se começássemos pela ALMA, que significa o princípio vital, a singela manifestação da vida.  

Dela derivaríamos para o ÂNIMO, que se traduz como o espírito pensante, a disposição da alma, filho da vontade, do desejo e do humor.

Tocando um pouquinho mais adiante pegaríamos um atalho e nos aventuraríamos pelo caminho do ALIMENTO, filho da mesma raiz etimológica, cujo significado é o da substância digerível que sustenta o corpo e a mente, e que por extensão é o dispositivo que oferece a força e mantém as faculdades intelectuais e morais.

Nunca é demais abrir um parêntesis e destacar que numa figura de linguagem "a leitura é o alimento do espírito".

Prosseguindo o passeio e  tomando-se uma outra senda mais remota, desta vez, cheia de buracos, terreno mais acidentado, cheio de curvas, aclives e declives, encontraremos mais uma derivação do mesmo radical etimológico, a famosa ANIMOSIDADE. 

Esta, por sua vez, carrega consigo algumas características marcantes, que a fazem bastante particulares: a audácia, a coragem, a ousadia, o ardor frente aos embates, e a contestação nos lances mais polêmicos da vida.

Nesse animado tour, não poderíamos nos furtar de transitar por um caminho derradeiro, o ANIMAL, que seja como substantivo ou adjetivo, seu significado é o legítimo produto da vida. 

É a natureza que se materializa física e mentalmente.  

É a consciência que se estabelece entre a fé e razão da própria Existência. 

Como epílogo dessa brincadeira, cabe registrar que na essência filosófica antropocêntrica a ALMA e seus derivados assumem uma identidade imaterial e eterna do homem.

Desfrutar da vida é um jogo de permanente atenção aos desafios e de adaptação às mais diversas circunstâncias, impondo-nos um olhar crítico e construtivo ao nosso comportamento humano.

Ergamos pois, um brinde à ALMA, esconderijo mais íntimo de todas as nossas emoções e confidente guardiã de nossas experiências 


julho 07, 2021

O PODER DO SILÊNCIO




Originária do latim (silentiu), a palavra silêncio significa segredo, sigilo, calma, sossego e paz. Pela sua essência tão elevada tornou-se disciplina iniciática adoptada pelos mistérios da Antiguidade e cultivada pelas várias sociedades secretas dos primeiros tempos. Nos mistérios do Egipto, Ísis apresentava-se com um dedo nos lábios fechados, convidando o sábio ao silêncio que atrai as revelações. Nos mistérios Elêusis, aparecia o mista gogo colocando uma chave de ouro sobre a língua dos iniciados, impondo-lhes punições severas como ser banido, confisco de bens, morte e a proibição de enterrar o delinquente na sua terra natal.

A Maçonaria cultiva o silêncio, pois prescreve que a verdadeira sabedoria está na comunhão do pensamento humano com os eflúvios que lhe chegam dos poderes superiores. Tais eflúvios, palavras divinas perceptíveis ao entendimento mais elevado, não podem ser percebidos senão no recolhimento mais profundo. É através dele que o iniciado tem verdadeiramente consciência das suas forças latentes e das que o envolvem em função dos ensinos mais puros que lhe são transmitidos.

O silêncio desenvolve as nossas faculdades mais elevadas, permitindo ao ser humano adquirir o seu mais alto grau de aperfeiçoamento. Ele tem voz e tem alma, e nessa voz existe a majestade de uma força superior emanada do mistério da Divindade; é uma voz soberana, cuja modulação se estende por todo o Universo em harmonia infinita com a eternidade.

É valioso relembrar que do silêncio surgiu o mundo em que vivemos, obra do Grande Arquiteto à disposição dos seus filhos, facultando-lhes usufruir da mudez dos astros, da solidão oceânica, da calma ardente dos desertos, da quietude das tumbas milenares e de todas as riquezas naturais. E em tudo isto encontramos as formas que nos fazem sentir até ao fundo de nós mesmos as energias da Terra, esse magnetismo universal que devemos canalizar para dentro de nós próprios para sentirmos cada vez mais adeptos da perfeição humana.

É no silêncio, na solidão e na meditação que o espírito se eleva e atinge as regiões mais elevadas e onde vivem, em radiosa harmonia, as correntes nas quais haurimos as energias que nos faltam para a concretização dos nossos anseios mais dignos. E a voz do GADU não se faz ouvir se não no silêncio e no repouso da alma.

Nas práticas maçónicas a imposição do silêncio não constitui somente uma disciplina que visa fortalecer o carácter, mas um induzimento à meditação sobre o conteúdo maior dos augustos mistérios que nos indicam de onde viemos. O que somos? Para onde vamos? O silêncio é eterno… É divino… É emocional e é infinita elevação do espírito. Dele brota o estudo, fruto bendito de toda uma vida cheia de meditação, em que a mente humana vence tudo na conquista do saber.

Nos trabalhos maçónicos o culto ao silêncio é exercido não por força de normas regulamentares ou por educação, mas para que seja mantido um ambiente de espiritualidade no interior do Templo. É simbolizado pela Trolha, utensílio com o qual devemos, silenciosamente, colocar uma capa sobre as imperfeições dos nossos irmãos, tal o pedreiro comum, ao realizar o trabalho nas suas obras físicas.

Finalmente, no silêncio começa a vida, a nossa existência. Nele é dirigido o nosso pensamento positivo para o bem-estar das nossas almas, a oração fervente que conforta os nossos corações, transpondo-nos aos planos superiores do santuário do nosso espírito.

O MAÇOM E SUA LOJA - Evando Gonçalves



Muitos Irmãos deixam de frequentar a sua Loja alegando motivos inconsistentes.

Muitas vezes, quando comparecem, acham que a reunião está chata e demorada.

A Maçonaria, como já depreendemos, visa mudança do homem em seu interior.

O seu objetivo é que o homem evolua interiormente e, em fazendo isso, estará contribuindo para a evolução não só dos Maçons de forma particular, como também de toda a sociedade.

O comportamento do homem normalmente reflete o seu interior.

Alguns podem até conseguir disfarçar por algum tempo, mas nunca o conseguirão durante toda a vida.

O homem que deseja sinceramente evoluir em seu íntimo, deve fazê-lo mudando inicialmente a sua maneira de pensar.

Deverá direcionar seus pensamentos para atitudes nobres.

Quando nos propomos a realizar alguma coisa ou a participar de qualquer evento social, ou seja lá o que for, devemos inicialmente perguntar-nos se realmente é aquilo que queremos.

Após a decisão tomada, devemos dar o melhor de nós na realização daquilo a que nos propusemos.

Em outras palavras, devemos colocar o AMOR naquilo que fazemos.

A Maçonaria é uma sociedade iniciática, isto é, os seus membros devem passar por uma cerimônia de iniciação, ocasião na qual o neófito morre para o mundo profano, ou seja, o mundo dos erros e dos vícios, e renasce em um mundo diferente.

Um mundo dedicado ao trabalho e à virtude.

Mas será que a iniciação consiste somente naquela cerimônia do primeiro dia? 

Com certeza, a resposta é NÃO.

A iniciação envolve todo um processo no qual o iniciado vai galgando degrau por degrau durante toda a sua vida Maçônica.

O verdadeiro Maçom é aquele que busca extrair dos postulados da Ordem os ensinamentos de que carece para sua evolução.

Infelizmente, muitos Maçons esperam que, após a sua iniciação, lhes seja aberta a cabeça e lá colocados vários tonéis de conhecimentos.

A verdade é que os fatos não acontecem dessa forma.

Devemos reconhecer que existem falhas por parte das Lojas.

E elas não são poucas.

De outro lado, notamos que existe uma grande apatia de parcela significativa de Maçons em procurar conhecer a Maçonaria profundamente.

E a forma de fazê-lo é só através da leitura, do estudo persistente.

Observa-se uma situação peculiar nessa questão: quem já está dentro não possui os conhecimentos necessários a uma boa orientação aos neófitos e, estes, por sua vez, não sendo bem orientados, tendem a seguir o comportamento dos mais velhos.

É aquela velha máxima que diz que “o homem é um produto do meio”.

O verdadeiro Maçom é aquele que busca conhecer a Ordem a que pertence sem esperar que os outros o façam por ele.

Por outro lado, devemos compreender que se quisermos ser verdadeiramente Maçons, não podemos ficar somente observando as falhas dos outros.

Se ingressamos na Ordem e nos deparamos com um ambiente que não corresponda à expectativa que tínhamos, certamente o caminho mais correto não é o de abandoná-la, ou pior ainda, continuar fazendo parte dela, porém, de forma indiferente.

O procedimento correto do verdadeiro Maçom é procurar evoluir e tentar, através de seus conhecimentos, buscar iluminar aqueles menos interessados. 

Se cada um de nós procurarmos agir dessa maneira, com certeza estaremos construindo uma Maçonaria muito melhor, formando melhores Maçons e, por consequência, contribuindo para a melhoria da sociedade como um todo.


julho 06, 2021

ESTE É UM DE MEUS LIVROS





Foram feitas quatro edições, todas esgotadas. Atualmente está disponível em e-book por apenas R$ 15,00
 

LIMITE DE TEMPO PARA O USO DA PALAVRA - Pedro Juk





Em 16/08/2018 o Respeitável Irmão Arimar Marsal, Loja Guardiões da Arca, 4.348, REAA, GOB-RS, Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta a seguinte questão: LIMITE DE TEMPO 

Surgiu um questionamento em nossa Loja e gostaria da sua ajuda no sentido de eliminar esta dúvida.

Na Loja, o Orador é o representante do Ministério Público. É também o Guarda da Lei e fiscal do Regimento Interno da Loja. 

Dentre várias funções, está o de medir e limitar “a palavra” aos três minutos medidos pela sua ampulheta com alguma condescendência para que seja concluído o pensamento de quem está falando.

QUESTÃO: Como proceder com um Irmão (independente do cargo na Loja) que tem o hábito de não respeitar o limite de três minutos e continuar por até 3 vezes o giro da ampulheta? Isto em TODAS as sessões.

Precisamos de sua ajuda no sentido de nos indicar qual dispositivo podemos aplicar nesta situação constrangedora que acaba quebrando a egrégora e harmonia da nossa Oficina pela repetição do mesmo discurso, pois o irmão acredita que tem o direito de ficar tanto tempo quanto quiser.

CONSIDERAÇÕES: Penso que essa é mais uma questão de instrução em Loja do que propriamente de disciplina e legalidade.

Via de regra, não é de boa geometria em Maçonaria se controlar o tempo de uso da palavra de alguém. Isso pode mostrar cerceamento à liberdade. 

Do mesmo modo também é de péssima geometria que Irmãos exagerem nas suas oratórias esgotando a paciência dos demais e obrigando ao Secretário anotar as suas verborragias.

Como se pode notar, a questão é de equilíbrio, apenas conseguido quando a Loja ensina e estabelece regras de bem agir àqueles que carecem dessa instrução.

Para os “papagaios maçônicos” acredito que a Loja deveria utilizar o Tempo de Estudos para insistentemente ensiná-los a falar exclusivamente sobre assuntos necessários e com comedimento, clareza e objetividade.

Sob o aspecto legal, àqueles que se excedem no palavrório, o Orador deve advertir em momento apropriado, mas com fidalguia, para que a palavra se atenha à objetividade e somente a assuntos que digam respeito ao momento.

No tocante ao literal controle de tempo no uso da palavra, salvo o quarto de hora de estudos, onde o ritual menciona em não se exceder o período além dos quinze minutos, nos demais momentos da liturgia não aparecem objetivamente restrições relativas ao tempo utilizado pelo usuário da palavra – por certo pelo ritual contar com o comedimento e a compreensão do obreiro.

Assim, a questão de não se exceder ao tempo sem se agredir o direito da liberdade, me parece mesmo ser a de educação adquirida por insistentes ensinamentos comuns ao salutar costume maçônico.

Não sei se é o caso da ampulheta ser virada várias vezes ou literalmente o de alertar aquele que extrapola em demasia o tempo prolongando as atividades no canteiro, além do necessário.

Essa demanda me parece ser de responsabilidade, tanto daquele que fiscaliza as atitudes, bem como daqueles que se submetem à tradição e costumes maçônicos.

O maçom usando a palavra em Loja deve falar pouco, com clareza e objetividade. Em discussão, ele deve se ater apenas ao assunto discutido. A bem da Ordem ou do Quadro em Particular, ele deve falar com esse escopo. Discursos rançosos e repletos de exagerado lirismo não são práticas de operários que se propõem a construir um novo homem.

Se a questão for a de educação, não custa lembrar que a Gramática, a Retórica e a Lógica são matérias de estudo para o aperfeiçoamento do maçom. Dois olhos para melhor enxergar; dois ouvidos para melhor ouvir e uma só boca para menos falar são lições que jamais o maçom deve esquecer - ver, ouvir, meditar, bem agir e calar.

Se depois de todos os ensinamentos e advertências veladas ainda persistirem hábitos reprováveis por parte daqueles que acham que em nome da liberdade eles têm o direito de esgotar a paciência dos outros com seus intermináveis blá, blá, blá perturbando o ambiente, então eu sugiro que a Loja busque um mecanismo disciplinar legal para coibir esses descomedimentos.

Em havendo dúvida a respeito por parte do Guarda da Lei, aconselho que ele faça uma consulta requerendo orientação ao Ministério Público Maçônico Estadual que é o órgão que promove justiça no âmbito da Obediência.

Dando por concluído, lembro que antes de qualquer atitude extrema a Loja deve ter esgotado todos os argumentos e ponderações para a solução do caso. O exercício da tolerância é altamente salutar, porém ele não pode se transformar em um mecanismo de indulgência – o Prumo não pende como as oblíquas.

julho 05, 2021

O PORQUE DO SALMO 133 - Reinaldo de Freitas Lopes



Meus queridos e amados irmãos ;

Este salmo davídico se volta para importância da comunhão e do relacionamento adequado na comunidade. Este salmo também é muito cantado nos dias de hoje pelos judeus em Jerusalém. 

Há uma combinação estranha nesse salmo, pois sabemos que óleo e orvalho não se misturam! Que relação esses elementos têm a ver com a união fraternal? O verso dois descreve que esse “viver em união” deve ser como o óleo precioso derramado desde a cabeça, e que desce sobre a barba de Arão até a gola de suas veste. Isto se trata de uma referência à consagração do sacerdote.  O óleo deveria descer sobre toda a sua veste sacerdotal. Portanto, entendemos que a consagração deve ser plena e absoluta. A ideia que o texto pretende transmitir é a seguinte: a união entre os irmãos deve ter relacionamento, santidade e santificação. Não pode haver uma verdadeira união sem santidade perante Deus. E essa santificação deve produzir um ambiente de confraternização entre os irmãos.

O Salmo 133 diz também que a união fraternal é como o orvalho do monte Hermom quando desce sobre os montes de Sião. O monte Hermom está situado numa região muito marcada pela umidade por ser cheia de água. Isso faz um contraste com as regiões desérticas do Sul da Palestina. Portanto, a região do Hermom é marcada pela prosperidade e por frutificação. Logo, a união que Deus deseja é acompanhada pela benção da santificação, da prosperidade e da frutificação que Deus concede a partir dos montes de Sião . O importante é que o Senhor é quem sustenta isso. É uma benção completa para todos nós.

O Hermom está entre 2.800 a 3.000 metros acima do nível do mar, suas montanhas tem 32 Km de comprimentos e três picos , sendo que dois deles são os mais altos da Palestina ou em sua redondeza. Nele se encontram as nascentes do rio Jordão. A neve nunca desaparece do cume durante o ano todo, causando orvalhos abundantes em tremendo contraste com *a terra ressequida da região Sul*. O seu degelo é uma das principais fontes alimentadoras do Jordão. Outro fato interessante a respeito do Hermom é que sua proximidade de Cesárea de Filipe tem levado alguns estudiosos a sugerirem que o Hermom é o “alto monte” da Transfiguração (Mt 17.1,9; Mc 9.2,9; Lc 9.28). Cerca de uma semana antes da Transfiguração, o Senhor esteve na região de Cesareia de Filipe, ao sul do Hermom, e alguns estudiosos consideram que Ele se dirigiu para o Norte, para as colinas do Hermom, ao invés de ir para o Sudeste, para o monte Tabor, o local tradicionalmente aceito como o monte da Transfiguração.

Assim antevejo uma gloriosa união estre nós todos da Maçonaria especulativa e Universal .

A mim , meus irmãos somente pela Honra e a Gloria do Grande Regente Universal , O Senhor dos Mundos .

Triplice e Fraterno Abraço , para hoje :

Reinaldo de Freitas Lopes M.M. - De um oriente de São Paulo 

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UM BANQUETE MAÇÔNICO NO INÍCIO DA MAÇONARIA ESPECULATIVA - Almir Sant’Anna Cruz



Almir Sant’Anna Cruz é um profícuo autor com importante obra histórica e maçônica.

Em 1742 ocorreu o segundo processo instaurado contra a Maçonaria pela Inquisição em Portugal, onde fomos buscar como se processavam  os banquetes ritualísticos, nos depoimentos do Venerável Mestre Irmão John Coustos, suíço naturalizado  inglês e do 2º Vigilante, Irmão Alexandre Jacques Mouton, de nacionalidade francesa:

Irmão John Coustos: “... por ordem do Mestre vão todos para a mesa que se acha separada de iguarias e bebidas, à custa do que entra de novo, e sentados todos por sua ordem entram a comer até que o Mestre dá três pancadas na mesa com um martelinho pequeno, que é o sinal estabelecido entre eles, para se haverem de levantar todos; o que com efeito fazem, e pegando cada um deles em seu copo, ao mesmo tempo que o Mestre, o levantam ao ar com a mesma igualdade, e dali a chegam à boca para beber, observando nessas ocasiões a mesma formalidade que os soldados costumam praticar no manejo de suas espingardas; bebendo todos à saúde d’El Rei e da congregação, tornam a ficar com os copos no ar, e dali chegam três vezes à cara, e ultimamente os tornam a assentar na mesa, e depois continuam a comer”.

Irmão Alexandre Jacques Mouton “... começaram a comer, e quando quiseram beber fez o Mestre sinal para isto, pegando com a mão direita no seu copo, dizendo: peguem nas armas, e levando ao ar, e dizendo: armas  à cara e chegando-o à boca  disse: fogo e bebeu, e em tudo o imitaram, e ao mesmo tempo todos os Companheiros e o primeiro brinde foi à saúde  de El Rei, o segundo à do Grão-Mestre e a terceira a dos novamente recebidos naquela companhia, e sem sinal do Mestre nenhum podia beber”. (Arquivo Nacional da Torre do Tombo – Inquisição de Lisboa – Processos 10.115 e 257).

Devemos registrar que na Inquisição de 1738 a Loja foi fechada e os Irmãos não sofreram nenhuma penalidade. Quanto ao processo instaurado em 1742, além da Loja ter sido fechada, diversos Irmãos foram brutalmente torturados pela Inquisição, inclusive os citados Alexandre Jacques Mouton e John Coustos, sobretudo este último. Mouton foi condenado a degredo simples, fora do Patriarcado de Lisboa, e Coustos ficou preso por quase dois anos, com trabalhos forçados, até que foi solto por pressão do rei da Inglaterra, o Maçom Jorge II. Coustos e Mouton embarcaram no navio “Damietta”, unidade de uma esquadra holandesa, para Portsmouth – Inglaterra, chegando em Londres em 05/12/1744. Coustos, em 1746, contou todas as suas desventuras em seu livro The Sufferings of Coustos for Free Masonry.


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julho 04, 2021

A LOJA É PERFEITA, OS HOMENS NÃO


Parece-me que o sonho de qualquer Loja Maçônica é fazer valer o que diz o Salmo 133:

... “Oh quão bom e quão suave é, que os irmãos vivam em união!

É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes.

Como o orvalho de Hermom, e como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre.” ...

A elevação do grau de consciência da excelência do AMOR fraternal, descrito nas palavras acima, alcança a todos, não escapa ninguém dessa Lei Universal.

O que sair fora disso é desarmônico, prejudicial.

É a força cega que fere de morte a Loja, a filha de Sião.

A Loja unida é como um corpo: quando um padece, todos padecem; quando um chora, todos choram; quando um se alegra, todos se regozijam.

Porque nessa Loja o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre!

O óleo precioso do AMOR fraternal lubrifica as engrenagens, que deslizam sem desgaste em seu trabalho com Força e Vigor.

Como unir homens dotados de egos, vaidades, formações, conceitos, dogmas e valores tão diferentes?

É aí que começa a ficar interessante a arte de ser Maçom e viver em harmonia.

É um esforço comum a todos os membros, e que requer habilidade, comprometimento mútuo e vontade de formar um só corpo.

Antes de apreciarmos os preceitos maçônicos é importante nos conhecermos uns aos outros, trabalhar nossos pontos fortes, identificando os pontos fracos.

Como sempre digo, no mundo profano, o modelo de união se dá pela formação de grupos lapidados por terceiros, enquanto que, na Maçonaria, a lapidação é individual, contanto que cada Pedra lapidada se encaixe no corpo da Loja, antes de se encaixar no edifício social.

É preciso que cada um faça sua autoanálise e procure se conter diante daquele que lhe discorda a opinião.

Em um universo de vaidades por cargos e distinções, permita-se ser contradito com racionalidade para que o aperfeiçoamento intelectual e moral se realize.

... É na confiança de que seus irmãos lhe querem o mesmo bem que você deseja a eles que deve pairar a dúvida de se julgar sempre estar certo... 


DA ESTRELA DE DAVID À ESTRELA FLAMEJANTE - Reinaldo de Freitas Lopes




A Estrela de Davi ou "Selo de Salomão" mesma denotação, mas conotação distinta.

Poderíamos dizer que a expressão   “Estrela de David” é histórica, bíblica, enquanto a expressão “Selo de Salomão” tem uma conotação, um valor, uma atmosfera mais mágica, mais cabalística.

Estrela de David, em hebraico: Maguen David ou escudo de David é o símbolo do Judaísmo.

O significado do escudo de Davi é que quando Davi era procurado por Saul, ele se escondia em uma caverna ou, quando os soldados entravam, uma aranha teria tecido uma teia em forma de estrela de seis pontas, escondendo Davi. Davi o fez seu emblema e   é assim que o   encontramos no escudo de seus soldados em todas as batalhas vencidas por Israel.

O simbolismo é forte: Na verdade, Saul será um símbolo da perda de luz, pois para a aranha, é ela quem preparou a matéria dos primeiros homens, criou o sol, a lua e as estrelas.

Os mitos da Micronésia apresentam o Senhor da Aranha, como o primeiro de todos os seres, como um deus criador.

Na mitologia grega, Ela é um símbolo da queda do ser, da ambição demiúrgica punida e, portanto, um aviso: ninguém pode competir com os deuses.

A primeira aparição da Estrela de David na história judaica data do século 7 aC Para os doutores da Torá, a estrela de seis pontas simbolizava os seis dias da semana, o sétimo dia, o do descanso Divino, Shabat, era simbolizado pelo centro da estrela. É de certa forma uma representação da plenitude do número sete, um número sagrado.

Mas também simboliza os seis mil anos e o milênio. Do ponto de vista histórico, pode-se dizer que o milenismo se inspira nas profecias bíblicas judaicas do Apocalipse de São João. O milenismo se refere à crença expressa seis vezes neste texto, de que Cristo reinará por mil anos, com 144.000 santos, escolhidos entre as doze tribos de Israel. No final deste milênio, o Juízo Final acontecerá, uma nova terra e novos céus serão criados.  

Quanto aos dias da semana, os primeiros 6 estágios são cada um simbolizados por um ramo, a síntese é preservada em seu centro.

As seis etapas são as seguintes:

· O        da inocência, antes da expulsão de Adão e Eva do paraíso;

· O        da consciência   até o Dilúvio;

· Do        governo do homem pelo homem, até a dispersão dos construtores da Torre de Babel;

· O        da promessa, desde Abraão;

· O        da Lei, desde o Êxodo e os Dez Mandamentos;

· O        da graça: o tempo presente, o tempo da Igreja;

·        E, finalmente, a síntese do Reino Milenar que terminará com uma revolta e a chegada do Messias. O reinado de Yeshuva na terra.

O significado do símbolo do Messias viria da profecia de Balaão: "Uma estrela de Jacó torna-se cabeça, um cetro sobe, de ISRAEL" (24,1-25). Este texto anuncia a vinda de uma estrela messiânica, que deveria sair da casa de Davi, daí o seu nome. Ele profetiza: "De Jacó ascende uma estrela, de Israel um cetro".

A imagem do cetro é destinada a um rei, mas a versão grega não manteve a palavra "cetro" e a substituiu por "um homem".

Mas, precisamente, a história bíblica se recusa a deificar os reis de Israel, é tão verdade que a Bíblia fala sobre os pecados dos reis, começando pelos pecados de Davi (2 Sam 11).

As seis pontas nas extremidades da estrela e as seis pontas de intersecção dos triângulos também poderiam representar o arranjo feito por Josué das doze tribos de Israel, unificadas sob o reinado de Davi.

A estrela de seis pontas também serviu como um símbolo para os cristãos até o século 7 DC. Representa a reconciliação entre a trindade divina e a trindade humana: espírito, alma e corpo.

Foi no início da Idade Média que o selo de Salomão apareceu como um sinal mágico. Não sabemos precisamente em que momento o hexagrama foi inscrito no selo como um sinal de seu domínio sobre os demônios, no lugar do Nome de Deus que estava originalmente lá. Acreditava-se que o rei Salomão tinha o poder de comandar demônios e espíritos simultaneamente ou falar com animais. É provável que o poder mágico vinculado ao Selo de Salomão resulte da dualidade dos dois triângulos que o formam. Um é a matéria que sobe para o espírito, o outro é o espírito que desce para a matéria. são duas substâncias no universo que se complementam ou se chocam de acordo com as duas forças reunidas: ou o bem tem precedência sobre o mal ou o mal tem precedência sobre o bem.

No ocultismo, a estrela de seis pontas não é apenas inseparável da estrela de cinco pontas, é na verdade apenas o reverso, a parte oculta.

O selo de Salomão tem um aspecto "sacrificial". Muitos crimes rituais estão de fato associados a este símbolo. Os mágicos acreditam que obtêm mais poder de Satanás realizando sacrifícios humanos. Não nos esqueçamos de que Hitler estava profundamente envolvido com ocultismo e teosofia. O hexagrama permite representar o 666, número do anticristo na Bíblia, pois contém 3 figuras de seis: (6 pontas, 6 triângulos, 6 faces do hexágono)

Podemos notar a semelhança entre o hexagrama e o símbolo do maçom por excelência: o quadrado e o compasso.

O pentagrama também pode ser chamado de Pentalfa, na medida em que esta estrela é formada por cinco A's entrelaçados.

O A simboliza   antes de tudo o princípio de todas as coisas: "ele A", do verbo "TER" no presente indicativo. Ele marca um início designado por uma posse.

Mas a letra A basicamente designa o Adam Kadmon

Na tradição através de Adam Kadmon, designamos o Ser à imagem de Deus, nos referimos à lenda de Adão como o primeiro homem / mulher, Adão não significa mais um humano particular, mas se refere a toda a raça humana e nosso retorno ao ser . É um retorno às fontes, mas também ao Conhecimento e Sabedoria Integrados do mundo físico.

Ele é descrito no Gênesis como um ser humano primordial "com o corpo de Arcanjo e Andrógino".

Observe atentamente o desenho geométrico desta primeira letra A; reúne 2 princípios: feminino à esquerda e masculino à direita, lado a lado em uma única letra.

O primeiro ponto de junção está no topo de A. Simboliza a fertilização mental e espiritual.

O segundo ponto de junção é horizontal: é a barra; simboliza a fertilização sexual.

O símbolo sexual do pentagrama não é o da feminilidade, mas da androginia, o número cinco significando, entre os pitagóricos, a soma do par (feminino) e do ímpar (masculino).

O A também representa uma bússola que serve para desenhar círculos, mas também para fazer e relatar medições.

A bússola é a imagem do pensamento humano

O espaçamento de seus ramos poderia representar os vários modos de raciocínio, que podem ser amplos, precisos, mas sempre claros. Também pode simbolizar a abertura da mente, a compreensão e a amplitude do conhecimento.

A primeira figura que um compasso pode desenhar é o círculo com um ponto no centro, o emblema solar por excelência, que combina o infinito do círculo e o início de tudo representado pelo ponto.

Aleph, a primeira letra do alfabeto hebraico não se pronuncia, aleph, letra do Silêncio, mas é do próprio silêncio que surge a possibilidade de perceber as coisas: "cala-te e escuta, Israel" (dt 27, 9)

Quando no Zohar as letras vêm, cada uma por sua vez para se apresentar perante o Senhor, D'us diz a ele:

“Aleph, aleph, você será o primeiro de todas as letras do alfabeto. Não terei unidade exceto em você e você também será o início de todos os cálculos e todas as obras do mundo ”(zh1, 26).

A Unidade Aleph o expressa de forma absoluta, de fato, se olharmos para o valor numérico do nome, temos:

Aleph = aleph-lamed-phé = 1 + 30 + 80 = 111

Que nada mais é do que a expressão trinitária do Um.

Se nos concentrarmos em seus gráficos, vemos que ele é composto de um Yod superior à direita e um Yod inferior à esquerda conectado por um Vav.

A   presença invertida desses dois Yods nos diz que “tudo o que está acima está abaixo e tudo o que está abaixo e acima” ou “o mundo presente e o mundo vindouro”.

Esses yods estão ligados por um Vav que tem um valor numérico igual a 6, simbolizando assim os 6 dias da criação.

Como um lembrete, Yod é a mão de Deus.

O 1 de Aleph está, portanto, ligado ao 10 de Yod, o que equivale a dizer que a realização da unidade passa pelo Divino.

Além disso, o valor numérico dos dois Yods e do Vav é 26, que nada mais é do que o valor numérico do nome mais precioso e do impronunciável Tetragrammaton YHVH (nome próprio de D.).

Mas por que você tirou cinco As?

Certamente para nos trazer de volta aos cinco níveis da Alma

Estes cinco níveis da   alma são representados pelos 5 ramos da estrela flamejante, eles são nomeados: Nefesh, Rouach, Neshamah, Hayah e Yehidah.

A estrela flamejante também representa os cinco elementos (terra, água, fogo, madeira e metal).

Para os pitagóricos, havia apenas quatro elementos: terra, água, fogo e madeira. A esses quatro elementos, eles adicionaram um quinto corpo, dotado de um movimento circular e que eles pensam ser a matéria dos corpos celestes: Éter

Éter é um deus primordial da mitologia grega, personificando as partes superiores do céu, bem como seu brilho, ele é a representação do espírito, alma ou alguma forma de espiritualidade.

Encontramos essa mesma abordagem no primeiro pentagrama que apareceu na Mesopotâmia por volta de 3000 aC. Os quatro ramos representam   os quatro planetas então conhecidos: Júpiter, Mercúrio, Marte e Saturno, a rainha dos céus sendo representada pelo ponto superior.

Recusada, portanto invertida, a letra A torna-se um copo cheio. O conteúdo será derramado em um estado inferior, indicando inevitavelmente uma próxima "descida" evocada na famosa queda dos anjos. O pentagrama invertido representa o mal ou o diabo. Na verdade, pode representar um deus com chifres que lembra inequivocamente o deus BAPHOMET. Com um pouco de imaginação, pode representar a cabeça de uma cabra. Podemos ver também uma rejeição da espiritualidade e sua elevação para adotar um pensamento bastante materialista.

Do nascimento à morte, os 5 elementos representam as fases da vida modeladas na criação. A primeira fase aquela do nascimento simbolizado pela madeira, A segunda fase aquela da adolescência tempestuosa simbolizada pelafogo, ar e gás , A terceira fase, a da idade adulta, a maturidade simbolizada pela  terra, A quarta fase, a morte, o renascimento simbolizado pela água.

A quinta fase é a da espiritualidade realizada, simbolizada pela quintessência.

O termo Pentateuco designa os primeiros 5 livros da Bíblia, também chamados de "os 5 livros de Moisés.

Esses 5 livros contam a história mística do povo de Israel, desde a criação do mundo até a morte de Moisés.

Eles constituem na religião judaica a Torá: a   lei. Porque, além dos relatos mitológicos, se encontra ali todo um conjunto de prescrições: religiosas, rituais, jurídicas culturais, etc ... que constituem as bases do judaísmo.

L’étoile à 5 branches  dans le répertoire symbolique chrétien le pentagramme signifie les 5 plaies du christ.

Ces cinq plaies sont celles des deux mains et des deux pieds de Jésus crucifié avec des clous, sur la croix, plus la plaie sur le côté faite par le centurion avec son javelot, pour constater sa mort. Il nous faut nous interroger sur la symbolique des mains, des pieds et du cœur.

La main est composée de 27 os, or 27 = ANGE et 27x2 = 54 = HOMME.

La main est le complément de l'esprit, l'instrument qui projette la pensée par les actes. Le cerveau pense et la main exécute l'idée. Elle est un symbole de lecture de nos intentions bonnes ou mauvaises. Effectivement, le M représente l'amour et le N la haine, liberté à l'homme de déterminer son Amour et son Intelligence pour composer les 4 lettres de MAIN.

Além disso, você perceberá que a Palavra está presente em tudo e em todos os lugares para quem quiser vê-la. Se tomarmos o início e o fim dessas 4 letras "principais", descobrimos que: M = 13 e N = 14 ou 13 + 14 = 27 = A - Z, o alfabeto, o início e o fim de todas as coisas. Podemos ver também o M estilizado invertido: W, o verbo duplo que simboliza o cruzamento da palavra entre o homem e Deus. Além disso, temos duas mãos   para agir e por isso é importante que todos os homens se dêem as mãos, porque então ocorre a fusão da personalidade e o cruzamento da Palavra em uma fraternidade "Uni-Para-Ela".

Em contato direto com o solo, o pé nos lembra a dura realidade das leis objetivas da vida em oposição às ilusões ideológicas subjetivas de quem "não tem os pés no chão". Os pés simbolizam tudo o que mantém o homem ereto, estabilidade ao contrário da cabeça, que representa o espírito e a espiritualidade.

O pé simboliza tanto a nossa “marcha para”, a nossa dinâmica, que permite avançar, a base da humanidade, o nosso avanço mas também os “passos errados” das nossas vidas.

O coração é um símbolo comum usado desde os tempos pré-históricos para representar o centro da atividade emocional , espiritual , moral ou intelectual.

Os hebreus também formulam em sua linguagem religiosa esta realidade de “santuário” do corpo humano, pois é nele que se revela o “Santo dos Santos” do Ser Humano, onde se localiza a presença de Elohim., O inominável. Aquele que não pode ser nomeado porque todos os nomes que podem ser aplicados a ele o limitam e o diminuem. A Arca da Aliança é o testemunho desta presença "no coração" de cada membro do povo hebreu, a caminho da "terra prometida".

É por isso que a Arca é colocada "na cabeça" das pessoas enquanto elas avançam em direção a "sua" terra. Ao lado dessa "presença" reside a lei do ser humano: os 10 mandamentos.

Em 1492, Leonardo da Vinci representou o Homem como um pentagrama, em seu estudo das proporções do corpo humano de acordo com Vitrúvio. No topo, com cabeça, braços e pernas separados, obtemos cinco pontos que simbolizam o microcosmo.

Mas também podemos ver neste diagrama dois triângulos. O primeiro: cabeça e pernas separadas, o segundo: pés juntos, braços estendidos. Obtemos assim o Selo de Salomão, representando o macrocosmo.

O homem perfeito que possui os cinco sentidos: tato, paladar, olfato, audição e visão, mas também as cinco virtudes: sabedoria, amor, verdade, justiça e bondade.

O homem seria, portanto, microcosmo e macrocosmo.

A tradição hebraica, assim como as demais tradições o confirmam - qualquer viagem dentro do próprio corpo leva ao encontro do "eu eterno": o que não se pode nomear.

Todas as Tradições que respeitam o homem oferecem este caminho iniciático em cada um de nós, na sua profundidade secreta.

Nosso corpo continua sendo o único suporte que nos permite percorrer o caminho que nos conduz desde o nosso nascimento (passagem da União para a Separação) até a minha morte (passagem da separação para o retorno à União)

Torne-se o que você é! (Niezsche)

De Estrela de David a Estrela Flamejante, a jornada terá me levado a um templo de dimensão universal e agora sei que nunca contamos o número de ramos de uma estrela que brilha e irradia.

 E que "  o importante a ter em mente é que você nunca deve esperar um minuto para começar a mudar o mundo  ."Anne Franck

julho 03, 2021

TODO MAÇOM DEVE SER UM PRÓCER - Sérgio Quirino




Sérgio Quirino é um respeitado intelectual maçônico que foi eleito e empossado Grão-Mestre da GLMMG 2021/2024

Saudações, estimado Irmão!

A fim de contextualizar, lembro que Prócer era o título dado aos governadores de províncias durante o Império Otomano, que nos séculos 15 e 16, abrangia uma porção do Oriente Médio, norte da África chegando a conquistar parte do Leste Europeu.

O Império Otomano possuía imenso poderio militar e extensa riqueza cultural e religiosa. A religião oficial era o Islamismo, mas respeitavam a cultura cristã e recebiam em seus territórios os judeus perseguidos pelos cristãos.

A autoridade maior era o Sultão. Para administrar seu imenso império, ele delegava parte de sua representatividade aos Próceres.

Naturalmente, associamos o termo a “Governador”, “Chefe de Governo”. Mas, de fato, não se trata de chefiar. O único “Chefe” era o Sultão. O Prócer era escolhido entre os cidadãos cujo comportamento era inspirador, capaz de agregar outras pessoas em prol de uma ideia ou ação e que trouxessem benefícios para a sociedade.

A função do Prócer era influenciar positivamente comportamentos, servia de ponte entre a população e o Chefe Mor e exercia algumas funções administrativas.

Em suma, o Prócer era um líder natural.

É isto que a Nossa Sublime Ordem espera de nós Maçons. Mas, esta liderança não se deposita meramente na batida de malhete e na espada sobre nossa cabeça.

LIDERANÇA É O RESULTADO DA HARMÔNICA JUNÇÃO DE DISCIPLINA, TOLERÂNCIA, COMPROMISSO, ESTUDO E SIMPLICIDADE.

Os “Sãos Princípios da Maçonaria” são o nosso “Sultão”. Cabe a nós entendermos suas leis para cumpri-las e inspirar os que nos rodeiam ao mesmo comportamento moral e ético, não importando as diferenças culturais, econômicas e religiosas.

Mas como fazer?​ Usando a regra 3 – 5 – 7

DIRIJA sua vida à procura de SABEDORIA – FORÇA – BELEZA

COMPONHA-SE com Virtudes Intelectuais da INTEGRIDADE – INDEPENDÊNCIA – PERSEVERÂNCIA – EMPATIA – HUMILDADE

Torne JUSTA e PERFEITA sua existência deixando o legado de SOLIDARIEDADE – PROTEÇÃO – HONRA – RESPEITO – DIGNIDADE – MORALIDADE – AMOR

Provavelmente, a caminhada maçônica de Franklin Delano Roosevelt, 32º presidente dos Estados Unidos, o ajudou na elaboração desta frase:

“As pessoas perguntam qual é a diferença entre um líder e um chefe. O líder trabalha a descoberto, o chefe trabalha encapotado. O líder lidera, o chefe guia.”

Atingimos quinze anos de compartilhamento de instruções maçônicas. Nosso propósito fundamental é incentivar os Irmãos ao estudo, à reflexão e tornar-se um elemento de atuação, legítimo Construtor Social.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fraternalmente

Sérgio Quirino

Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024

CRÔNICA DA LINGUAGEM NEUTRA - Newton Agrella


Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais destacados intelectuais maçônicos do pais.

Num universo tão rico e profundo como o das Letras, algo que vem chamando a atenção, seja no âmbito gramatical, semântico ou comportamental, é a intitulada "Linguagem Neutra".

 Esse mecanismo, que alguns nichos sociais estão tentando adotar, como forma de reconhecimento, sem terem que se associar nem ao gênero masculino, nem ao feminino, propõe para Língua Portuguesa a utilização das chamadas vogais temáticas.

 Essa busca por uma "terceira via" por exemplo, destituiria o a para o gênero feminino e o o  para o gênero masculino, e a utilização da letra e seria talvez a maneira mais democrática para o reconhecimento entre as pessoas.

 Essa propositura, em principio, fere a norma culta do idioma, traduz-se mais como um elemento ideológico, do que propriamente gramatical.

 Politizar a gramática, sinaliza-se como duvidoso argumento para descaracterizar a dinâmica de uma língua, cujas origens encontram raízes históricas e culturais, tal qual bens imateriais que merecem respeito e acima de tudo que obedeçam as fronteiras do bom senso, para o povo que tem na sua Língua um sinônimo de sua Pátria.

 A Linguística, no estudo das línguas, constitui-se na área em que se reconhece o lado "vivo" de qualquer idioma.

 Contudo, ela subsiste em razão da Gramática, que é o elemento conservador da Língua, que sustenta sua base estrutural e via de regra, bem menos suscetível a mudanças.

 O Português é uma língua de raízes latinas e como característica própria e histórica, herdou a "flexão de vogais"  para distinguir palavras masculinas de palavras femininas.

 Diferentemente das Línguas Anglo Germânicas que possuem pronomes neutros, dadas as suas peculiaridades culturais e estruturais,  nenhuma ingerência parece justificável para que a nossa língua portuguesa sofra mutilações ou grotescas transformações em nome de gênero ou de sexualidade.

 É claro que Gênero e Sexualidade, são tão díspares quanto Língua e Matemática.

 Entretanto, essa necessidade que alguns grupos sociais entendam que seja prioritária, soa um tanto  estranha, para um povo cuja imensa maioria, mal consegue conjulgar um verbo ou mesmo compreender o que seja um substantivo, um adjetivo ou um reles pronome na sua própria língua.

 A Linguagem Neutra, é um pretexto para explicar o que não encontra respaldo intelectual.

 Soa como uma falácia a afirmação de que haja uma conotação machista em nossa Língua Portuguesa.

 A língua apenas expressa o comportamento e as atitudes manifestadas por pessoas que carregam o preconceito dentro de si.

 A mentalidade das pessoas não se modifica em função da língua que ela fala.

 O agente transformador é o investimento na Educação, no resgate da cultura, como fato gerador de comportamentos dignos do ser humano.

 Não é substituindo vogais, instituindo formas estranhas ao idioma, que o respeito entre as pessoas será observado.

 A Linguagem Neutra de gêneros gramaticais é uma segmentação das recentes exigências, apoiada por alguns setores da mídia, da comunicação e até mesmo de algumas entidades políticas, como uma suposta tentativa de prover maior igualdade entre homens e mulheres.

 Contudo é inocultável a crítica ao pensamento sexista contido nessa empreitada.

 Cabe lembrar que "Moral" é uma palavra de "gênero vacilante" ou seja; uma palavra que que apresentando oscilação de gênero gramatical,  é usada tanto no feminino quanto no masculino. 

 Nem por isso o personagem ou a personagem dessa breve crônica deixará de ser objeto de  futuras considerações.

 A liberdade de pensamento é o exercício legítimo para a elaboração de nossa consciência.

 


julho 02, 2021

CONVENTUS FRATERNAE - Reinaldo Castro

 


O informativo CONVENTUS FRATERNAE é um jornal do Ir. REINALDO CASTRO cuja periodicidade é variada

Serve para compartilhar a imensa coleção de pensamentos filosóficos e espiritualistas que o Ir. possui. 

Já são mais de 5 anos que esse informativo existe, sempre levando pensamentos e mensagens aos Irmãos de todo o Brasil.

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Encerrando ciclos. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Afinal se coisas boas se vão é para que coisas melhores possam vir. Esqueça o passado, desapego é o segredo! (Gloria Hurtado) 

O segredo da mudança é focar toda nossa energia não em lutar com o antigo, mas em construir o novo. 

Toda vez que eu me aventuro entre os homens, eu volto menos humano (Arthur Schopenhauer) 

Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras coisas. E outras pessoas. E outros amores. Um dia a gente aprende a construir todas as nossas estradas no hoje; porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, E o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Aprendi que deveríamos ser gratos a Deus por não nos dar tudo que lhe pedimos. Ria e o mundo rirá com você. Chore e você chorará sozinho (William Shakespeare) 

Fé, um bem precioso - Você se sente sozinho? Sente que não tem mais nada? Você tem o mais importante, o amor do Pai. Aparentemente podem ter tirado tudo de você, mas se permaneceu a fé, acredite, não te tiraram tudo. A fé fortalece a nossa esperança no futuro! Ter fé é saber que todos temos um Pai amoroso que tudo pode, e que olha por nós. Nosso Pai, que conhece tão bem a cada filho seu, nunca permite um fardo mais pesado do que se pode carregar. Se o fardo é pesado, maior ainda será a recompensa, pois o esforço de hoje constrói a paz do amanhã! Acalme seu coração, e confie. Você nunca está sozinho! 

Em nossas vidas, a mudança é inevitável. A perda é inevitável. A felicidade reside na nossa adaptabilidade em sobreviver a tudo de ruim (Buda) 

Nunca te orgulhes de haver vencido um adversário. Ao que venceste hoje poderá te derrotar amanhã. A única vitória que perdura é a que se conquista sobre a própria ignorância (Jigoro Cano)  

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta (Augusto Cury)  

Dom divino - Todos somos muito diferentes, graças à Deus. E também graças à Ele somos melhores juntos, porque nossas características se complementam. Se prestar atenção, verá que a habilidade de um se encaixa justamente na carência do outro. Por que não nos ajudarmos? Cada um tem um dom, que quando trabalhado se potencializa e terá seu papel único no todo. Existe uma coisa que só você pode oferecer, e que lhe trará enorme satisfação e felicidade quando utilizado para ajudar o próximo.  

MATURIDADE - Ao tempo que o corpo físico envelhece o espírito amadurece. Tanto o envelhecer quanto o amadurecer são bênçãos Divinas. Com a velhice da carne, o espírito mais maduro se aproxima da libertação carnal, tendo ele vivido para o bem ou para o mal alguma experiência se adquire. Aproxime-se da Divindade o quanto antes, deixe a humildade florescer, viva o tempo que resta para o corpo físico amando e praticando o bem, reconcilie com o inimigo enquanto está a caminho com ele, peça perdão, perdoe e perdoe-se. Cada passo no caminho de luz é um degrau na elevação espiritual.  

COLMÉIA - Izautonio da Silva Machado Jr.



O Irmão Izautonio é um renomado intelectual maçõnico e VM da ARLS Virtual "Lux in Tenebris" da Glomaron.

Um dos símbolos que mais admiro em maçonaria é um que caiu em desuso, salvo no grau de mestre do rito de York, é a “colmeia”, com o significado de templo universal,  considerada um símbolo da solidariedade resultante do trabalho coletivo entre todos os maçons, sendo igualmente um emblema do trabalho, da sua organização e da sua utilidade para a humanidade.

Ao lado de uma maçonaria ativa, que pugna mais pela ação, por fazer algo, em prol dos seus membros (pelos maçons, independentemente das obediências) e da humanidade, encontra-se uma maçonaria especulativa, filosófica, que se limita à reflexão, ao trabalho interior. Qualquer modelo é defensável, mas o melhor modelo – na minha opinião - é aquele que sabe conciliar a reflexão e a ação. 

A colmeia surge no século XVIII como símbolo da harmonia, concórdia, obediência, cooperação e disciplina social, solidariedade, ajuda mútua que veio a caraterizar as associações mutualistas, dos séculos XIX e XX, embora os seus membros (abelhas) coexistam segundo hierarquias internas, que contradizem o princípio da igualdade.  

O símbolo perdeu relevância desde que as abelhas e a colmeia foram adotadas como símbolo político pelo Império de Napoleão Bonaparte, desaparecendo na maioria da maçonarias europeia a  partir de 1870. 

Não admira que a colmeia apareça como elemento decorativo dos aventais maçónicos, principalmente no século XVIII, como se vê neste avental onde se lê em alfabeto maçónico “labor onmia vincit” (O trabalho vence tudo)” 

 2021.06.30. MPS 🇵🇹