julho 13, 2021

SALA DOS PASSOS PERDIDOS - José Aparecido do Santos



Se perguntarmos a um profano o significado de tal expressão, poderemos receber a seguinte resposta: “E uma expressão estranha, à primeira vista sem significado, mas refletindo melhor, parece ser um local onde se caminha sem chegar a lugar algum”.

Isto nos faz crer que os fundadores do Parlamento Inglês, em 1296, foram felizes em escolher o nome da Sala de Espera, onde as pessoas aguardavam uma entrevista com os parlamentares, pois ali as mesmas circulavam sem rumo definido, sem destino exato, daí a denominação “Passos Perdidos”, ou seja, que leva a lugar nenhum. Em 1776, a Grande Loja de Londres inaugurou o primeiro Templo Maçônico e buscou no parlamento inglês a forma e até o nome da Sala que antecede o Átrio, como curiosidade também a mesa dos oficiais, a grande cadeira do V∴ M∴ e o lugar dos Irmãos nas colunas tem a mesma origem, lembrando que o Parlamento Inglês é cerca de 500 anos mais antigo que o primeiro Templo Maçônico. Já no campo simbólico podemos concluir que, fora da disciplina maçônica, todos os passos são perdidos.

Mackey diz: O sentido desta denominação se origina no fato de que todo passo realizado antes do ingresso na maçonaria, ou que não respeite suas Leis, deve ser considerado simbolicamente como perdido.

Nas Lojas Maçônicas do Brasil como as de Paris, da Hungria e da Áustria, é assim denominada a Ante Sala do Templo. Na Alemanha a expressão é completamente desconhecida, para concluir, no Rito Schröeder, em particular e na Alemanha, usa-se a expressão, “Ante Sala do Templo”.

Enfim a “Sala dos Passos Perdidos”, é o local onde a irmandade se reúne sem maiores preocupações, destinado a receber os visitantes, onde as pessoas possam andar livremente, como se fosse uma Sala de Espera, onde nos cumprimentamos brincamos, tratamos de negócios, assinamos o Livro de Presenças, o M∴ Tes∴ faz as cobranças, enfim um local de socialização, o M∴ de Cer∴ distribui os colares e começa a preparação para o ingresso no Templo, forma-se o ambiente adequado e que conduza a um bem estar, um refúgio, aonde os amigos, irmãos irão se abraçar e uma vez devidamente paramentados são convidados pelo M∴ de Cer∴ a ingressarem no Átrio.

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AS QUATRO BORLAS – UM ANTIGO SÍMBOLO OPERATIVO



Fonte: Segredos do Vaticano.

Para a Igreja Católica Apostólica Romana existem quatro virtudes cardinais ou virtudes cardeais que polarizam todas as outras virtudes humanas. Este conceito teológico destas quatro virtudes teve a sua origem inicialmente do esquema de Platão e adaptado por Santo Ambrósio de Milão, Santo Agostinho de Hipona e São Tomás de Aquino.

O conceito teológico destas quatro virtudes, segundo a Doutrina da Igreja Católica, elas são perfeições habituais e estáveis da inteligência e da vontade humana, que regulam os nossos atos, ordenam as nossas paixões e guiam a nossa conduta segundo a razão e a fé. As virtudes cardeais são quatro:

A *prudência* (originalmente “Sapientia” que em latim significa conhecimento ou sabedoria), dispõe a razão para discernir em todas as circunstâncias o verdadeiro bem e a escolher os justos meios para atingi-lo. Ela conduz a outras virtudes, indicando-lhes a regra e a medida, sendo por isso considerada a virtude-mãe humana.

A *justiça*, que é uma constante e firme vontade de dar aos outros os que lhes é devido;

A *fortaleza (ou Força)* que assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem;

E a *temperança (ou Moderação)* que modera a atração dos prazeres, assegura o domínio da vontade sobre os instintos e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados, sendo por isso descrita como sendo a prudência aplicada aos prazeres.

“Pendente nos cantos da Loja estão quatro borlas, destinadas a nos lembrar das quatro virtudes cardeais, a saber: Prudência, Justiça, Fortaleza e a Temperança, a totalidade das quais, nos informa a tradição, era constantemente praticada pela maioria de nossos antigos irmãos”.

Esta provavelmente seja a referência mais conhecida sobre as quatro borlas, mencionada nos principais rituais Ingleses, Escoceses e Irlandeses, de onde derivam a maioria dos rituais do mundo. As virtudes cardinais como esculpidas na tumba do Papa Clemente II na Catedral de Bamberg.

As Quatro Borlas pendentes dos quatro cantos da Loja que são mencionados nas instruções sobre o painel do Primeiro Grau, estão diretamente relacionadas com os métodos utilizados pelos mestres pedreiros operativos ao definir os quatro cantos do prédio e ao implantar os cantos em um canteiro de obra. Mesmo hoje em dia, um mestre de obra, ao construir os cantos das linhas de um prédio irá suspender prumos a partir de suportes de madeira, adjacente aos cantos, para garantir que os cantos fossem perpendiculares, bem como corretamente localizados com relação aos demais pontos de canto estabelecidos.

Estas linhas eram também esticadas entre as linhas de prumo relevantes nos cantos, para garantir que as paredes seguiriam as linhas corretas e assegurar que os cantos estavam no esquadro e perpendiculares. As Quatro Borlas também aludem às linhas de prumo, que foram colocadas nos cantos do prédio durante a construção.

Em tempos operativos as Quatro Borlas que eram suspensas nos quatro cantos do alojamento representavam guias, que foram destinados a ajudar um maçom para manter uma vida justa e correta, de onde derivou a referência para as quatro virtudes cardeais que, tradicionalmente, são prudência, justiça, fortaleza e a temperança.

Em lojas modernas especulativas essas Quatro Borlas, representando respectivamente a prudência, justiça, fortaleza e a temperança, nesta sequência, deve começar no canto sudeste, que está ao lado esquerdo do Venerável Mestre, em seguida, avançar no sentido horário em torno do recinto da loja. Hoje em dia borlas não é uma característica comum em templos maçônicos, mas geralmente são representados apenas pelo nome de uma das quatro virtudes cardinais em cada canto. Em linguagem atual temperança sugere moderação ou mesmo abstinência; fortaleza implica coragem no sofrimento; prudência transmite uma impressão de cautela e justiça implica em reconhecer o que é certo.

A prática da temperança ou moderação deve estar estreitamente aliada à fortaleza ou força, o que implica coragem moral, bem como ser forte e destemido. Mesmo assim, a busca do curso de ação correto deve ser sempre temperada ou moderada com prudência, que envolve o uso do bom senso e da boa aplicação da razão e da lógica. No senso comum a justiça implica na interpretação estrita da lei, mas no seu sentido mais amplo, deve refletir o maior bem para a comunidade como um todo. É por isso que, em muitas versões da instrução sobre o painel do primeiro grau, a referência às quatro virtudes cardeais é seguida imediatamente por uma declaração semelhante à seguinte passagem citada do Ritual de Emulação Inglês:

“As características distintivas de um bom maçom são virtude, honra, e misericórdia, e que elas possam sempre ser encontradas no peito de um maçom.” Neste contexto, misericórdia implica que a justiça por si só é insuficiente, mas que ela deve ser temperada pela misericórdia se for para alcançar um resultado equitativo. A virtude e a honra são corolários importantes da misericórdia. 

Virtude significa bondade, moralidade e probidade, e também significa muitos atributos de honra, que por sua vez significa honestidade, integridade, retidão e justiça.

Na época operativa, todas as estruturas religiosas significativas e outros edifícios imponentes foram criados a partir do centro, quando a localização do centro de uma estrutura tinha sido decidida, o primeiro dever do mestre pedreiro era estabelecer o ponto central da estrutura no terreno. Chamava-se a isso de bater o centro. 

Ele, então, iria determinar a necessária orientação do edifício por um método apropriado e configurá-la no chão. Nós maçons especulativos deveríamos estar cientes de que, simbolicamente, eles têm por objetivo encontrar as respostas para suas perguntas no centro, que é o ponto dentro de um círculo a partir do qual todas as partes da circunferência são igualmente distantes.

O Círculo entre Paralelas Tangenciais e Verticais é também importante símbolo maçônico e, como essas paralelas representam os trópicos de Câncer e de Capricórnio, ou seja, os dois São João, o Batista e o Evangelista, a figura mostra que o Sol não transpõe os trópicos e recorda, ao maçom, que as concepções metafísicas e a consciência religiosa de cada obreiro são de foro íntimo e, portanto, invioláveis.

O ponto dentro de um círculo é um hieróglifo antigo e sagrado que se refere à divindade. O mundo maçônico é um mundo geométrico por excelência, portanto podemos definir o quadrado como a matéria, o círculo como o espírito e o ponto é a origem de tudo, o criador. É um símbolo de importância suficiente para merecer uma contemplação profunda, mas bastará agora dizer que as respostas encontradas no centro são aquelas estabelecidas de acordo com os decretos da divindade.

Edifícios sagrados geralmente eram obrigados a facear ou o leste ou o nascer do sol no solstício de verão. Caso se necessitasse que a orientação fosse de leste a oeste, o primeiro passo seria determinar a verdadeira linha Norte-Sul com precisão, por meio de uma linha passando pelo ponto central, a partir da qual a verdadeira linha Leste-Oeste poderia ser estabelecida.

Quando as quatro marcas de canto tinha sido estabelecidas, estacas perpendiculares distintamente marcadas eram criadas perto delas, com cordões ou fitas coloridas suspensas distinguiam as estacas marcadas, da mesma forma como hoje são usadas estacas pintadas ou estacas com bandeiras coloridas, chamando a atenção para a sua localização e protegendo-as contra danos acidentais.

Como as lojas operativas eram orientadas na mesma direção do templo de Salomão em Jerusalém, que é o inverso de lojas especulativas modernas, a entrada para o alojamento era no leste e o mestre sentava no oeste. Para evitar possíveis confusões, na discussão a seguir será feita referência à posição dos oficiais na loja, e não aos pontos cardeais. Lojas Operativas tinham um Mestre, um Primeiro Vigilante e um Segundo Vigilante que tinham uma localização relativa entre eles.

Em lojas operativas havia também um quarto oficial, o Superintendente de Trabalho, cuja localização era do lado oposto ao do Segundo Vigilante. Nesta explicação sobre a localização e o simbolismo das Quatro Borlas pendentes dos cantos do alojamento, assume-se que todos esses quatro oficiais ficam sentados de frente para o centro do alojamento.

A borla no canto do lado direito do Mestre deve representar justiça e a do seu lado esquerdo deve representar temperança. A razão para isso é que, quando governa seu alojamento e administra sua força de trabalho, o Mestre deve fazê-lo com justiça que, no entanto, deve ser temperada com misericórdia, de modo a garantir que não só o cliente obterá o serviço que está pagando, mas também que os seus trabalhadores vão receber os devidos pagamentos.

A borla no canto do lado direito do Superintendente do Trabalho deve representar prudência e a do seu lado esquerdo deve representar justiça. Tal como o seu Mestre, a quem ele representa, o Superintendente do Trabalho deve ser prudente na utilização de sua força de trabalho e dos materiais, para que o Mestre esteja devidamente servido; mas ele também deve garantir que os homens sejam tratados com justiça, para que eles recebam os proventos a que têm direito.

Os dois Vigilantes são os oficiais que exercem controle direto sobre os trabalhadores, sob a supervisão imediata do Superintendente do Trabalho. A borla no canto do lado direito do Administrador Sênior, o Primeiro Vigilante, deve representar fortaleza e a do seu lado esquerdo deve representar prudência.

A razão para isso é que, como o oficial que exerce o controle direto sobre os trabalhadores enquanto estão no trabalho, ele é responsável por superar as muitas dificuldades que inevitavelmente afligem o trabalho, o que exigirá a máxima firmeza de sua parte. Ao mesmo tempo, deve exercer o seu controle sobre o emprego dos homens e do uso de materiais com a máxima prudência, para proteger o bem-estar dos homens e, ao mesmo tempo garantir que a execução da obra não seja penalizada.

O Segundo Vigilante, cujo dever é ajudar o Administrador Sênior, é o oficial principal responsável pelo bem-estar dos homens, especialmente quando eles estão em repouso e descanso. A borla no canto do lado direito do Segundo Vigilante deve representar temperança, em alusão à forma pela qual o descanso deve ser sempre conduzido. 

A borla do lado esquerdo do Segundo Vigilante deve representar fortaleza, porque ele deve personificar Hiram Abif cuja fortaleza deve ser sempre imitada por todos os maçons.

Para o nosso pleno desenvolvimento como Maçom e como ser humano, devemos não só praticar as quatro virtudes cardiais, prudência, justiça, fortaleza e a temperança, bem como as três virtudes teologais, a fé, a esperança e a caridade, as quais nós deveremos usar com muita sabedoria e inteligência.

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Fonte: Segredos do Vaticano.

julho 12, 2021

CONSIDERAÇÕES SOBRE O UNIVERSO E MAÇONARIA





Ciência é o “conjunto organizado de conhecimentos relativos a um determinado objeto, especialmente obtidos mediante a observação a experiência dos fatos e um método próprio“ (J. I Girardi).

Ela nos diz que há aproximadamente 14 bilhões de anos, houve em um ponto no espaço uma expansão envolvendo temperaturas altíssimas, e outras energias suficientes para que a Vida surgisse no Universo e tudo o que ele contém.

Tal fenômeno designado como Big Bang, está documentado através de uma radiação de fundo resultante do que aconteceu, e micro-ondas cósmicas.

O Universo assim surgido está composto de:

1º) Energia escura (68%), a qual acelera a expansão do Universo.

2º) Matéria escura (27%), a qual não emite luz. Não se conhece sua composição.

3º) Matéria comum, atômica (5%).

De acordo com o Físico A. Einstein (1879 – 1955), matéria e energia são dois estados diferentes de uma mesma substância quântica universal.

A Energia não pode ser criada, mas apenas transformada, e cada uma é “capaz de provocar fenômenos determinados e característicos nos sistemas físicos”.

Encontramos no Universo diversas estruturas como: Buracos Negros (região do espaço do qual nada pode escapar), Estrelas (esfera de plasma; átomos que perderam elétrons) Galáxias (acumulação de estrelas), Quasares (objetos astronômicos energéticos, de tamanho menor que o de uma estrela, e fonte de energia eletromagnética).

O Universo está se expandindo e todas as Galáxias estão se distanciando uma das outras no mesmo tempo.

Nossa Galáxia mede 100 mil anos luz de diâmetro (um ano luz é aproximadamente 10 trilhões de Km), e contém mais de 100 bilhões de estrelas.

Na Galáxia em que vivemos (Via Láctea) existe um Sistema constituído por uma Estrela Central, o Sol, e oito Planetas (Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno) que orbitam ao redor dessa Estrela.

O Sistema Solar ocupa menos de 1 trilionésimo do espaço conhecido e se move a 240 km/seg. e leva cerca de 250 milhões de anos para percorrer a órbita da Galáxia.

Nosso planeta, a Terra pesa 6 trilhões de toneladas e movimenta-se em torno do Sol, estrela que irradia para nós luz e calor e que vai durar aproximadamente 5 bilhões de anos.

A Terra gira em torno do Sol à velocidade de 107 mil Km por hora (30 km/segundo) e ao mesmo tempo executa um movimento em torno de seu eixo, a uma velocidade de cerca de 1610 km/hora. Surgiu há 4,6 bilhões de anos, e em seu ambiente houve inúmeras modificações, culminando com o surgimento do fenômeno Vida.

A matéria comum do Universo é composta de partículas denominadas átomos (significando indivisíveis), lembrando um minúsculo Sistema Solar.

Um grão de areia contém 22 quintilhões de átomos (22 seguido por 18 zeros).

Os átomos sabe-se agora são constituídos por partículas básicas: prótons (apresentam carga positiva), elétrons (apresentando carga negativa), nêutrons (sem carga).

Entretanto com o avanço científico, foram descobertas inúmeras novas partículas: bósons, hadrons, bárions, neutrinos, mésons, leptons, híperons taus, etc., etc., etc.

Você é constituído por trilhões de átomos, que formam moléculas, as quais formam proteínas, que formam células (unidades básicas dos seres vivos), que formam sistemas (grupos de órgãos) os quais formam você.

Entretanto Você é mais do que tudo isso. Seu corpo poderia ser dividido até o último átomo e ainda assim não se poderia localizar a Essência que sabemos ser Você.

Sendo este maravilhoso Universo, com tantos mistérios, um efeito assombroso, necessariamente é decorrente de uma Causa. 

Pode-se também nele perceber um propósito, um objetivo, uma harmonia, uma concordância entre as partes.

A Ciência nos proporcionou esses conhecimentos referidos anteriormente. Outras fontes porém, nos deram uma nova visão, através da revelação de um Criador (Deus, Elohim em Hebraico, Theos em Grego, Grande Arquiteto do Universo para a Maçonaria), Onipotente, Onipresente, Onisciente.

Entretanto por sermos limitados, não podemos conceituar esse Absoluto Ilimitado.

O CONHECIMENTO LIBERTADOR - Sidnei Godinho.



No passado, o radicalismo de ter sido criado e batizado na Assembleia de Deus, em Santa Cruz, impunha que somente nós alcançaríamos os céus. 

E isto se daria porque era uma sociedade com conceitos sóbrios e próprios do que seria o pecado e de como evitá-lo e com regras rígidas também de expiação dos mesmos. 

Lembro da mamãe na praia de maiô, mas com uma saia por cima, e dos comentários de que as mulheres Batistas, Presbiterianas e Metodistas não iriam para o céu porque usavam calças compridas e brincos. 

Eu cresci, estudei, vivi em sociedade diversa e com o conhecimento evoluí do insípido Radicalismo para a Compreensão da vida e seus ditos mistérios. 

Diante do inusitado, é mais cômodo crer nas tradições que buscar uma resposta racional que contradiga conceitos radicados na infância. 

Mas se não houver a Dialética para questionar e investigar o que se impõe como verdade única e absoluta, haverá apenas os extremos do que se julga Certo ou Errado e nunca o TALVEZ. 

E este questionamento não pode ser apenas opinativo; requer uma dedicação pessoal aos estudos para desenvolver conhecimento e ser capaz de evoluir sua cognição sobre a Filosofia da Vida, sobre o viver em sociedade, sobre sua consciência como cidadão do universo. 

Amadurecer não é apenas ato temporal que se espera da velhice. O amadurecer é um processo racional onde as ações passam a refletir a temperança de quem já é capaz de subjugar as emoções pueris e agir ponderado com a requerida racionalidade e interação social. 

Aproveite o dia para refletir se já é capaz de avaliar seu lugar neste Universo, à começar por seu lugar nesta Sociedade, no seu Trabalho, em sua Família. 

Avalie se seus conceitos da infância ainda são predominantes nos extremos de sua opinião ou se já é capaz de ajuizar novas interpretações para, ao menos, questionar a possibilidade de um TALVEZ. 

Ainda há tempo para amadurecer e melhorar sua interação no seio de sua família, no Trabalho, na Sociedade e no Universo. 

Hoje me dei conta de que para se alcançar os céus não é necessário tanto sacrifício ou radicalismo, basta amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. 

Não precisa amar mais ou menos, apenas amar igual... 

Bom dia e boas reflexões meus irmãos. 

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julho 11, 2021

UM DOMINGO ENTRE IRMÃOS - Roberto Ribeiro Reis



O poeta Roberto Ribeiro Reis é membro da ARLS Esperança e União e da Confraria Maçons em Reflexão


ᴀ ɴᴏssᴀ ᴠɪᴅᴀ ᴘʀᴏғᴀɴᴀ 

ᴛᴇᴍ ʀᴏᴛɪɴᴀ, ϙᴜᴏᴛɪᴅɪᴀɴᴀ, 

ᴅᴇ ᴠᴀʀɪᴀᴅᴏs ᴍᴀᴛɪᴢᴇs;

ɴᴏssᴏs ᴇɴᴄᴏɴᴛʀᴏs ᴅɪsᴄʀᴇᴛᴏs

ᴅᴇ ᴄᴜʟᴛᴜʀᴀ ᴇsᴛᴀ̃ᴏ ʀᴇᴘʟᴇᴛᴏs, 

ᴅᴏs ᴍᴇsᴛʀᴇs ᴀᴏs ᴀᴘʀᴇɴᴅɪᴢᴇs. 


ᴅɪᴀs ғᴇʟɪᴢᴇs ᴅᴇ ᴄᴏɴᴛᴏs, 

ᴅɪᴀs ᴅᴇ ᴜsᴀʀ ᴏs ᴛʀᴇ̂s ᴘᴏɴᴛᴏs, 

ᴇɴsᴇᴊᴏ ᴅᴇ ʀᴇᴠᴇʀ ᴏs ɪʀᴍᴀ̃ᴏs;

ʜᴏʀᴀs ᴅᴇ ɢʟᴏ́ʀɪᴀ ᴇ sᴀʙᴇʀ, 

ᴍᴇᴍᴏ́ʀɪᴀs ᴅᴇ ᴜᴍ ᴀᴘʀᴇɴᴅᴇʀ, 

ᴍᴏᴍᴇɴᴛᴏs ᴅᴇ ᴜsᴀʀᴍᴏs ᴀs ᴍᴀ̃ᴏs. 


ᴀɢʀᴀᴅᴇᴄᴇʀ ᴘᴇʟᴀ ᴠɪᴅᴀ ʙᴇʟᴀ, 

ᴀ̀ ʟᴀ ᴢᴏᴛᴏᴠɪᴄɪ ᴏᴜ ᴍᴇsᴛʀᴇ ᴀɢʀᴇʟʟᴀ, 

ᴀ̀ ᴍɪᴄʜᴀᴇʟ ᴇ ᴅᴇᴍᴀɪs ᴄᴏɴғʀᴀᴅᴇs;

sᴀʙᴇʀ ϙᴜᴇ ᴇssᴇ ɢʀᴀᴛᴏ ᴄᴏɴᴠɪ́ᴠɪᴏ

ᴇ́ ᴜᴍ ᴀ́ɢᴀᴘᴇ, ᴜᴍ ᴘʀᴀᴛᴏ ᴅᴇ ᴀʟɪ́ᴠɪᴏ, 

ᴜᴍ ᴄᴇ́ᴜ sᴇᴍ ᴀᴅᴠᴇʀsɪᴅᴀᴅᴇs.


ᴄᴏᴍ ɪɴᴇғᴀ́ᴠᴇʟ sᴀᴛɪsғᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ

ᴀɢʀᴀᴅᴇᴄ̧ᴏ ᴀ ᴄᴀᴅᴀ ɪʀᴍᴀ̃ᴏ 

ᴀs ʟɪᴄ̧ᴏ̃ᴇs ᴅᴀ ᴘᴀɴᴅᴇᴍɪᴀ;

ғᴀᴄ̧ᴏ ᴇᴍ ʀᴇᴄᴏɴʜᴇᴄɪᴍᴇɴᴛᴏ 

ᴘᴏʀ ᴛᴏᴅᴏ ᴇɴsɪɴᴀᴍᴇɴᴛᴏ 

ᴍɪɴɪsᴛʀᴀᴅᴏ ᴄᴏᴍ ᴀʟᴇɢʀɪᴀ.


ᴜᴍ ᴅᴏᴍɪɴɢᴏ ᴇɴᴛʀᴇ ɪʀᴍᴀ̃ᴏs,

ᴇsᴛᴇs ɴᴏʙʀᴇs ᴀʀᴛᴇsᴀ̃ᴏs,

ᴀᴍɪɢᴏs ғɪᴇ́ɪs ᴇ ᴅᴏ ᴘᴇɪᴛᴏ;

ᴀʀᴛɪ́ғɪᴄᴇs ᴅᴇ ᴍᴜɪᴛᴀ ᴍᴀᴇsᴛʀɪᴀ,

ϙᴜᴇ ᴄᴏᴍʙᴀᴛᴇᴍ ᴀ ɪᴅᴏʟᴀᴛʀɪᴀ, 

ᴠᴇɴᴇʀᴀɴᴅᴏ ᴜᴍ ᴍᴇsᴛʀᴇ ᴘᴇʀғᴇɪᴛᴏ!


UM BRASA SOZINHA PERDE LOGO O CALOR - José Alves Fraga (Goiânia)



Oh! Quão bom e suave é que os Irmãos habitem em união!

Existe uma historinha que volta e meia estamos ouvindo no meio maçônico, mas que nunca é demais repetir:

Conta-se que em uma pequena cidade da Inglaterra, havia um pastor que conhecia praticamente todos os cidadãos da localidade.

Nos cultos dominicais, era comum que algumas pessoas ocupassem sempre os mesmos lugares na igreja. Assim, num determinado banco, sempre estava um senhor muito respeitado e querido no lugar.

Num determinado dia, o pastor notou que aquele banco estava vazio. Achou estranho. Porém, não se preocupou muito porque era comum alguém faltar ao culto esporadicamente por um motivo ou outro.

Na semana seguinte, novamente o banco estava vazio, levando o pastor a especular-se sobre o fato.

Na terceira semana o banco continuou vazio.

Terminado o culto, o pastor dirigiu-se à residência daquele Irmão para indagar-lhe o motivo de suas ausências.

O cidadão arguiu que há muitos anos frequentava aquela igreja e que já estava achando os cultos muito enfadonhos e repetitivos. Disse que já sabia de cor e salteado tudo o que o pastor falava.

Foi então que o pastor foi até a lareira, retirou de lá uma brasa e colocou-a em cima da pedra que servia de parapeito da janela. Dentro de pouco tempo, essa brasa começou a se apagar.

Passados alguns instantes de silêncio entre aqueles dois homens, o cidadão faltoso disse: Pastor, compreendi a sua mensagem.

E voltou a frequentar o culto como sempre o fez.

Moral da história: Uma brasa sozinha perde o seu calor muito rapidamente.

Meus Irmãos!

A pequena história que contamos acima vem bem a calhar com o que acontece nas Lojas Maçônicas de forma geral. Muitos Irmãos deixam de frequentar a sua Loja alegando motivos muitas vezes inconsistentes. Muitas vezes, quando comparecem, acham que a reunião está chata e demorada.

A Maçonaria, como já depreendemos, visa à mudança do homem em seu interior. O seu objetivo é que o homem evolua interiormente, e em fazendo isso estará contribuindo para a evolução não só dos Maçons de forma particular, como de toda a sociedade. O comportamento do homem normalmente reflete o seu interior. Alguns podem até conseguir disfarçar por algum tempo, mas nunca o conseguirão por todo o tempo.

O homem que deseja sinceramente evoluir em seu íntimo, deve fazê-lo mudando inicialmente a sua maneira de pensar. Deverá direcionar seus pensamentos para atitudes nobres. Quando nos propomos a realizar alguma coisa ou participar de qualquer evento, sociedade ou o que for, devemos inicialmente perguntar-nos se realmente é aquilo que queremos. Após a decisão tomada, devemos dar o melhor de nós na realização daquilo a que nós nos propusemos. Em outras palavras: devemos colocar AMOR naquilo que fazemos.

A Maçonaria é uma sociedade iniciática, isto é, os seus membros devem passar por uma Cerimônia de Iniciação, quando o neófito morre para o mundo profano, ou seja, o mundo dos erros e dos vícios e renasce em um mundo diferente. Um mundo dedicado ao trabalho e à virtude.

Mas será que a Iniciação consiste somente naquela Cerimônia do primeiro dia? Com certeza, a resposta é NÃO. A Iniciação envolve todo um processo no qual o Iniciado vai galgando degrau por degrau durante toda sua vida maçônica.

O verdadeiro Maçom é aquele que busca extrair dos postulados da Ordem, os ensinamentos de que carece para sua evolução. Infelizmente, muitos Maçons esperam que após a sua Iniciação, lhes seja aberta a cabeça e lá colocados vários tonéis de conhecimentos. Muitos Maçons têm a ilusão de que com a Iniciação, lhes seja revelada uma fórmula mágica que propicie uma mudança radical em sua vida. E isso, evidentemente, é só uma ilusão. A verdade é que os fatos não acontecem dessa forma.

Devemos reconhecer que existem falhas por parte das Lojas. E elas não são poucas. Por outro lado, notamos que existe uma grande apatia de parcela significativa de Maçons em procurar conhecer a Maçonaria profundamente. E a forma de fazê-lo é só através da leitura, do estudo persistente. Observa-se uma situação peculiar nessa questão: quem já está dentro há mais tempo, não possui os conhecimentos necessários a uma boa orientação aos neófitos e estes por sua vez, não sendo bem orientados, tendem a seguir o comportamento dos mais velhos. É aquela velha máxima que diz que "o homem é um produto do meio". O verdadeiro Maçom é aquele que busca conhecer a Ordem a que pertence sem esperar que os outros o façam por ele.

Por outro lado, devemos compreender que se queremos ser verdadeiramente Maçons, não podemos ficar somente observando as falhas dos outros. Se ingressamos na Ordem e deparamos com um ambiente que não corresponde à expectativa que tínhamos, certamente que o caminho mais correto não é o de abandoná-la, ou pior ainda, continuar fazendo parte da mesma, porém de forma indiferente. O procedimento correto do verdadeiro Maçom é procurar se evoluir e tentar, através de seus conhecimentos, buscar iluminar aqueles menos interessados. Se cada um de nós procurar agir dessa maneira, com certeza estaremos construindo uma Maçonaria muito melhor, formando melhores Maçons e, por consequência, contribuindo para a melhoria da sociedade como um todo. É fácil reconhecer um Maçom desinteressado: ele está sempre reclamando que a Sessão está demorando e que precisa ir embora por um motivo ou outro; ele sempre encontra razões em não colaborar com os afazeres da Loja.

Assim, um dos preceitos básicos que devemos observar é o da tolerância. Sem a tolerância não haverá companheirismo. Para haver tolerância e companheirismo, é necessário muita humildade e respeito. Talvez resida aí o primeiro passo que devemos dar para a nossa mudança interior, da qual falamos linhas acima. Tolerância não significa conivência. Devemos sim, ser tolerantes com as falhas dos IIr.·., com todos os seus defeitos e fraquezas, jamais com a preguiça e a indolência.

Falamos também acima, que devemos colocar AMOR em toda empresa de que participarmos. Então, quando participamos de uma Sessão Maçônica, devemos fazê-lo com a maior boa vontade possível. Ao nos dirigirmos para a Loja a fim de assistirmos os Trabalhos, devemos procurar ter pensamentos nobres e sublimes. Só assim estaremos contribuindo para a formação de uma corrente positiva dentro do Templo, e por consequência, auferindo os benefícios que dela advêm. Os Irmãos certamente já experimentaram a sensação de paz que existe em determinados locais, principalmente em Templos religiosos ou outros lugares onde não exista a presença de energias negativas. É justamente esse ambiente de paz e serenidade que devemos procurar proporcionar em nossas reuniões.

Conforme prevê a nossa Constituição, "a Maçonaria pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever".

A Maçonaria propaga e defende a VERDADE como simples verdade. Assim, se o Maçom busca sua mudança interior, o primeiro preceito que ele deve procurar desenvolver é o da verdade. Verdade sobre si mesmo e para consigo mesmo. Será se o motivo alegado para faltar a uma Sessão é o verdadeiro? Será que estamos doando de nós tudo o que podemos em beneficio de nossa Loja, em beneficio do grupo a que pertencemos, ou seja, em beneficio de nós mesmos? Vale a pena meditar sobre isso!

Se cada um de nós fizer a sua parte, com certeza, os resultados nos surpreenderão a todos. Alguém já disse que "o todo é muito maior do que a simples soma das partes".

julho 10, 2021

UMA XICARA DE CAFÉ




Um grupo de profissionais, todos vencedores em suas respectivas carreiras, reuniu-se para visitar seu antigo professor.

Logo a conversa parou nas queixas intermináveis sobre *stress* no trabalho, e na vida em geral. 

O professor ofereceu café. Foi para a cozinha e voltou com um grande bule e uma variedade das melhores xícaras: de porcelana, plástico, vidro, cristal... 

Algumas simples e baratas, outras decoradas, outras caras, outras muito exóticas...

Ele disse:

- Pessoal, escolham suas xícaras e sirvam-se de um pouco de café fresco.

Quando todos o fizeram, o velho mestre limpou a garganta, calma e pacientemente conversou com o grupo:

- Como puderam notar, imediatamente as mais belas xícaras foram escolhidas, e as mais simples e baratas ficaram por último. Isso é natural, porque todo mundo prefere o melhor para si mesmo. Mas essa é a causa de muitos problemas relacionados com o que vocês chamam "stress".

Ele continuou:

- Eu asseguro que nenhuma dessas xícaras acrescentou qualidade ao café. Na verdade, o recipiente apenas disfarça ou mostra a bebida. 

O que vocês queriam era café, não as xícaras, mas instintivamente quiseram pegar as melhores.

Eles começaram a olhar para as xícaras, uns dos outros.

Agora pense nisso:

*A vida é o café.*

Trabalho, dinheiro, status, popularidade, beleza, relacionamentos, entre outros, são apenas recipientes que dão forma e suporte à vida. 

O tipo de xícara que temos não pode definir nem alterar a qualidade da vida que recebemos. 

Muitas vezes nos concentramos  apenas em escolher a melhor xícara, esquecendo de apreciar o café!   

As pessoas mais felizes não são as que têm o melhor, mas as que fazem o melhor com tudo o que têm!

Então se lembrem:

Vivam simplesmente. Sejam generosos. Sejam solidários e atenciosos. 

Falem com bondade.

O resto deixem nas mãos do Criador Eterno, porque a pessoa mais rica não é a que mais tem, mas a que menos precisa.

Agora desfrutem o seu café! "


DO APRENDIZADO - Heitor Rodrigues Freire

 


Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis, advogado, past GM da GLEMS e atual presidente da Santa Casa de Campo Grande. Contribui regularmente com este blog

Quando se alcança a consciência a respeito do que verdadeiramente somos, ocorre, instantaneamente, uma libertação. Então acaba a insegurança, o medo e o sofrimento. 

E o que somos verdadeiramente? Somo filhos de Deus. Essa condição nos liberta, porque Deus é Pai. E um Pai realmente amoroso, que só quer o bem de seus filhos. Aí também aprendemos que nada acontece por acaso. Tudo decorre dos nossos próprios atos. E que estamos aqui para aprender, aprender, aprender.

Um aprendizado decisivo me foi proporcionado por meio do meu casamento com a Rosaria, e a partir daí ganhei uma mestra para sempre. Esse é um fato marcante e presente na minha vida ao longo destes maravilhosos 58 anos de convivência, companheirismo e solidariedade.

O alcance da consciência e o entendimento de que estamos aqui para aprender nos define um norte muito claro: na vida não há formatura, e a graduação suprema só acontecerá quando atingirmos a perfeição.

Assim, o aprendizado é contínuo. Várias, inúmeras encarnações serão necessárias para que a graduação se complete. Então, o que me cabe fazer é me dedicar ao aprendizado contínuo. Nesta encarnação não tem refresco. É trabalho permanente. Não aspiro a nenhum descanso nem aposentadoria.

Quando cheguei aos 69 anos, de repente, me deu a vontade de escrever. Hoje, decorridos 12 anos, já são mais de 600 artigos publicados, sempre um por semana. E sigo escrevendo, sempre, sem parar.

Aos meus 80 anos, circunstancialmente, decidimos, com a Rosaria, começar a produzir em casa chipa e sopa paraguaia para vender. Sou de origem guarani, nasci no Paraguai, do lado de lá da fronteira. Até então, eu não sabia nem fritar um ovo. Mas aprendi. Já faz um ano e pouco, e continuamos fazendo juntos a nossa chipa e a sopa.

Com 80 anos, coincidentemente, me vi também na contingência de assumir a presidência da Santa Casa de Campo Grande, um complexo hospitalar imenso, com orçamento anual em torno de 400 milhões de reais. Três mil e tantos funcionários. E uma dívida estratosférica. Como já sabia que sou filho de Deus, não tive a menor dúvida. Aceitei e assumi o compromisso. E contando com uma diretoria solidária e competente, estamos dando conta do recado. O nosso trabalho é totalmente voluntário, eu não recebo 1 centavo por isso, pelo contrário, eu ainda contribuo. Como associados, pagamos uma anuidade de 1.200 reais. O que vale é o ideal de servir.

Aprendi a ir na fonte. Sem ilusões nem desvios de propósito, sempre procurando aplicar a Lei de Uso, que determina que o conhecimento e a riqueza devem circular.

Aprendi a ter plena consciência sobre a transitoriedade da vida, o que me libertou da posse e do apego.

A evolução provoca ruptura porque gera mudança. E a mudança talvez seja, paradoxalmente, a característica mais constante da vida. Tudo muda e tudo se move (como diria Galileu). Heráclito já afirmava isso, literalmente, há mais de 2.500 anos: “A única coisa permanente é a mudança”. Compreender isso também é um sinal de evolução.

A vida é rica e plena de situações diferentes, e a cada momento há uma mudança. Lavoisier também mostrou que “na natureza nada se cria, nada se perde; tudo apenas se transforma”.

É interessante observar como hoje, infelizmente, a divergência política gera brigas, radicaliza posições, o fanatismo se faz presente e a discussão causa ruptura de amizades, de laços de parentesco, e provoca um choque de interesses. Camões já dizia: “Quando os interesses se chocam, cessa tudo o que a antiga musa canta”. Aprendi que isso nada acrescenta, muito pelo contrário.

A vida vai nos proporcionando mudança de estado etário, civil, social, profissional, filosófico e político, e isso deve ser motivo de reflexão para conscientemente aproveitarmos as diferentes situações e aprendermos as lições trazidas.

Parafraseando Francisco Otaviano, diplomata e poeta brasileiro:

“Quem passou pela vida

Em brancas nuvens, 

E em plácido repouso adormeceu,

Quem passou pela vida,

E não sofreu, [aprendeu, digo eu]

Só passou pela vida,

Não viveu!

Foi espectro de homem,

Não foi homem!”

Vamos viver com consciência, em paz e com amor, meus irmãos!


IRMÃO ÉGUA DE CIGANO - Pedro Jorge de Alcantara Albani






Ir Pedro Jorge de Alcântara ALBANI da Loja Maçônica Montanheses Livres e da Academia Maçônica de Letras de Juiz de Fora e Região


    A pandemia causada pelo coronavirus mudou nosso comportamento, nossa convivência, nosso jeito latino de viver, nos afastando dos abraços, dos saudosos apertos de mãos, as rodas de conversas, hoje esta convivência é exercidas pelas lives. 


    Mas sou das antigas e gosto de um bom bate papo, por isso o telefone é minha forma de matar a saudade e não deixar que o tempo exerça o afastamento dos amigos. 


Certa manhã lá estava ao telefone ligando para o meu amigo e irmão Adilson Zotovici do Oriente de São Bernardo do Campo. Ligar para ele é esquecer o andar dos ponteiros do relógio. Entre uma conversa e outra, entre assuntos profanos e maçônicos, surgiu à figura do IRMÃO ÉGUA DE CIGANO, que comparava um maçom que anda com o lado esquerdo do terno cheio de badulaque, misturando insígnias, medalhas, broches maçônicos e profanos, a uma égua que os ciganos enfeitam, para disfarçar a má qualidade do animal e ter melhor preço na venda. Esta comparação nos tirou verdadeiras gargalhadas e eu disse que conhecia uma estória de um IRMÃO ÉGUA DE CIGANO, que passei a narrar;


Com a assunção do novo Grão Mestre de um Grande Oriente qualquer, este listou os seus futuros Delegados, mas a vaidade, sempre ela, por mais que se combatam, ainda existe em alguns corações, que não foram totalmente lapidados. Pelos cantos vivem contestando as escolhas achando-se melhores preparados que os escolhidos;


Dentre eles o nosso personagem, que anda com um terno sob medida, do lado esquerdo todos os espaços são preenchidos com os mais variados "botons", um peito estufado, bem sucedido profissionalmente, achando que estas são as principais virtudes de um maçom, para ocupar um cargo;


Para sua maior frustação o escolhido foi um irmão, que ele chamava de “peito pelado”, pois não tinha um só "botom", que não tinha uma posição social igual à dele. A posse foi marcada em outra cidade e ele resolveu acompanhar a comitiva, pois queria mostrar a todos que ele era o mais preparado;


De carro partiram os irmãos para a cerimônia, que iria ocorrer no outro dia, domingo de manhã. Nosso irmão além do terno carregava duas malas, uma com roupa a outra com suas preciosidades, seus mimos, como dizia.


Chegaram e foram para os seus quartos, ou melhor, ele para o dele e os outros para o outro quarto, afinal não ficaria bem ele junto do “peito pelado”. Solitário foi dar brilho nos seus mimos, pois queria parecer ainda mais garboso na cerimônia, entre uma medalha e outra, falava das suas qualidades, do seu status social. Que o Grão Mestre iria se arrepender de não o ter escolhido para Delegado, ao olhar seu peito e seus mimos; 


Na manhã seguintes todos estavam se preparando para a cerimônia, a alegria e risos ecoavam na comitiva, menos o irmão “Zé da medalha”, dizendo que iria depois, não queria compartilhar a felicidade do Irmão “peito pelado”; Afinal chegando sozinho iria atrair atenção para seu peito, sem correr o risco de dividir os olhares;


Todos saíram e ele se pôs a colocar cada um dos seus mimos, beijando-os como se fossem seus troféus. Porém ao se vestir verificou que havia esquecido a principal peça do vestuário de um maçom, seu AVENTAL. Por mais que desfizesse e fizesse as malas, nada do AVENTAL;


Atrasado, saiu assim mesmo para o evento, sendo barrado pelos cerimonialistas, pois não estava com seu AVENTAL, do lado de fora acompanhou o som da sessão. 


Desiludido nosso ÉGUA DE CIGANO voltou a pé, e cada transeunte que cruzavam seu caminho, não o admiravam somente, mas riam do seu peito enfeitado;


Este é um conto fictício que fiz para mostrar ou tentar mostrar aos irmãos que a verdadeira conquista de um maçom, não esta a mostra, esta em um coração puro, nas suas ações, seus estudos, seu comprometimento com a ordem, sua conduta, fora e dentro dos templos, na fraternidade e no desapego. 


Meus Irmãos para sermos iniciados no Templo Celestial do Oriente Eterno, nossos sindicantes procuraram o que levarmos dentro do peito, não o que conquistamos fora do coração;


julho 09, 2021

O MAÇOM E SUA LOJA




Muitos Irmãos deixam de frequentar a sua Loja alegando motivos inconsistentes.

Muitas vezes, quando comparecem, acham que a reunião está chata e demorada.

A Maçonaria, como já depreendemos, visa mudança do homem em seu interior.

O seu objetivo é que o homem evolua interiormente e, em fazendo isso, estará contribuindo para a evolução não só dos Maçons de forma particular, como também de toda a sociedade.

O comportamento do homem normalmente reflete o seu interior.

Alguns podem até conseguir disfarçar por algum tempo, mas nunca o conseguirão durante toda a vida.

O homem que deseja sinceramente evoluir em seu íntimo, deve fazê-lo mudando inicialmente a sua maneira de pensar.

Deverá direcionar seus pensamentos para atitudes nobres.

Quando nos propomos a realizar alguma coisa ou a participar de qualquer evento social, ou seja lá o que for, devemos inicialmente perguntar-nos se realmente é aquilo que queremos.

Após a decisão tomada, devemos dar o melhor de nós na realização daquilo a que nos propusemos.

Em outras palavras, devemos colocar o AMOR naquilo que fazemos.

A Maçonaria é uma sociedade iniciática, ist é, os seus membros devem passar por uma cerimônia de iniciação, ocasião na qual o neófito morre para o mundo profano, ou seja, o mundo dos erros e dos vícios, e renasce em um mundo diferente.

Um mundo dedicado ao trabalho e à virtude.

Mas será que a iniciação consiste somente naquela cerimônia do primeiro dia? 

Com certeza, a resposta é NÃO.

A iniciação envolve todo um processo no qual o iniciado vai galgando degrau por degrau durante toda a sua vida Maçônica.

O verdadeiro Maçom é aquele que busca extrair dos postulados da Ordem os ensinamentos de que carece para sua evolução.

Infelizmente, muitos Maçons esperam que, após a sua iniciação, lhes seja aberta a cabeça e lá colocados vários tonéis de conhecimentos.

A verdade é que os fatos não acontecem dessa forma.

Devemos reconhecer que existem falhas por parte das Lojas.

E elas não são poucas.

De outro lado, notamos que existe uma grande apatia de parcela significativa de Maçons em procurar conhecer a Maçonaria profundamente.

E a forma de fazê-lo é só através da leitura, do estudo persistente.

Observa-se uma situação peculiar nessa questão: quem já está dentro não possui os conhecimentos necessários a uma boa orientação aos neófitos e, estes, por sua vez, não sendo bem orientados, tendem a seguir o comportamento dos mais velhos.

É aquela velha máxima que diz que “o homem é um produto do meio”.

O verdadeiro Maçom é aquele que busca conhecer a Ordem a que pertence sem esperar que os outros o façam por ele.

Por outro lado, devemos compreender que se quisermos ser verdadeiramente Maçons, não podemos ficar somente observando as falhas dos outros.

Se ingressamos na Ordem e nos deparamos com um ambiente que não corresponda à expectativa que tínhamos, certamente o caminho mais correto não é o de abandoná-la, ou pior ainda, continuar fazendo parte dela, porém, de forma indiferente.

O procedimento correto do verdadeiro açom é procurar evoluir e tentar, através de seus conhecimentos, buscar iluminar aqueles menos interessados. 

Se cada um de nós procurarmos agir dessa maneira, com certeza estaremos construindo uma Maçonaria muito melhor, formando melhores Maçons e, por consequência, contribuindo para a melhoria da sociedade como um todo.


NOVE DE JULHO - poema de Adilson Zotovici




Adilson Zotovici da ARLS Chequer Nassif-169 de S. Caetano do Sul e um poeta e erudito maçônico.


Vale sempre lembrar 

Desses insignes obreiros

Que há muito decidiram lutar

Honrados livres pedreiros


Na verdade Brasileiros

Em movimento Civil e Paulista

Por tempos alvissareiros

“Revolução Constitucionalista”


Uno anseio progressista

Com destemor, com bravura,

Sem ideia separatista...

Contra perigosa ditadura 


Lançaram-se pois à loucura 

Fraternais mas, sem medo,

Homens com muita cultura

E em comum...um segredo 


Inda que imposto degredo,

Ou militar, ou à paisana,

Nobre, Salles, Lisboa, Toledo 

Mesquita,Campos, Pestana...


Por Constituição Soberana,

Juntos lutaram à porfia

Por princípio, a liberdade humana,

Tal os arcanos da Maçonaria !


Adilson Zotovici

ARLS Chequer Nassif-169

QUANDO TUDO DÓI A DOR NÃO É FÍSICA - Dra. Roberta França




A Dra. Roberta França é médica geriatra

"Quando ainda era acadêmica ouvi de um professor algo que nunca esqueci "quando tudo dói a dor não é física"... 

Talvez eu não tenha dimensionado naquele instante a grandeza desse diálogo. Hoje geriatra, vivenciando diariamente a rotina dos meus pacientes, vejo o quanto esse olhar me abriu para compreender cada um que chega com dores por todo corpo; muitas vezes não sabendo nem por onde começar ou sequer explicar como acontece. Ouço com atenção às queixas de dores de cabeça, no estômago, musculares, ósseas, palpitações, náuseas, coceiras...

Depois faço apenas uma pergunta " o que está realmente acontecendo com você? " Após um minuto de hesitação e até espanto, a maioria cai num choro convulso e doloroso. Deixo o choro libertador acontecer e então no lugar das queixas álgicas ouço término de relações, perdas de pessoas queridas, problemas financeiros, medos, angústias e ansiedades... Novamente lembro - me da frase " quando tudo doi a dor não é fisica"... Não é! A dor é na alma... 

Tudo que nos faz mal e guardamos, por um mecanismo de defesa, vai sair de alguma forma... muitas vezes em forma de doença! É nosso corpo físico gritando pelo resgate da nossa alma... É nosso corpo nos confrontando com nosso eu... É nosso corpo nos mostrando o que não vai bem... É nosso corpo dizendo " olhe pra você "

As vezes é difícil compreender e até acreditar nisso. Normal! Estamos tão mentais, tão obcecados pela objetividade que só mesmo adoecendo, doendo, machucando é que paramos para valorizar nossas sensações e nos perceber. ..

Ninguém gosta de sentir dor, ninguém quer adoecer, todo mundo teme se machucar... 

Alertas! 

Quantos alertas nosso corpo precisa nos enviar para olharmos pra ele, de verdade!

Sejamos mais atentos , gentis e cuidadosos com nosso corpo... 

Sejamos mais atentos, generosos e amorosos com nossa alma...

Toda dor é real...

Toda dor é tratável. ..

Todo corpo deve ser templo...

Toda alma deve ser leve... "


julho 08, 2021

A ARROGÂNCIA






Linda e sábia fábula, bem curtinha e com a moral da história.

Dois galos estavam, disputando, em feroz luta, pelo direito de comandar a chácara.

Por fim um pôs o outro para correr.

O Galo derrotado afastou-se e foi se recolher num lugar sossegado.

O vencedor, voando até o alto de um muro, bateu as asas e exultante cantou com toda sua força.

Uma Águia que pairava ali perto lançou-se sobre ele e, com um bote certeiro, levou-o preso em suas poderosas garras.

O Galo derrotado saiu do seu canto e daí em diante reinou absoluto livre de disputa.

Moral da História :... O Orgulho leva antes à Destruição... 

Os Símbolos e Alegorias que decoram e abrilhantam nossas colunas estão lá exatamente para que o Maçom tenha consciência de sua finitude e aprenda a vencer suas Paixões e Vontades.

Somente assim será capaz de substituir a Arrogância pela Tolerância.

Infelizmente há os que percorrem todos os degraus da escada de Jacó apenas por formalidade e neste caso o tombo é bem maior...

Aqui juramos ser homens melhores e para isto lutamos diuturnamente contra as vaidades que nos são inerentes.

Entretanto, uma vez que se beba do Poder, ainda mais difícil se torna com ele conviver ou dele se abster.

Basta um momento de reverência e o irmão já se investe de uma autoridade que apenas representa e nela termina por revelar as Paixões ocultas.

O Poder envaidece e é seletivo pois ao término consegue isolar os muitos Chamados dos poucos e Verdadeiros ESCOLHIDOS.

Aqueles capazes de atingir o cume e regressar à base, com a naturalidade de saber que é ali que se faz a sustentação para erguer a pirâmide do conhecimento. 

Bom dia e boas Reflexões meus irmãos.