julho 24, 2021

POR QUÊ ISSO ACONTECE COMIGO? - Sidnei Godinho



Há momentos em que a vida parece não ter significado e tudo se complica um pouco, principalmente quando se é surpreendido por fatos ou situações inesperadas e desagradáveis. 

E aí vem a tradicional pergunta: "Por quê isso acontece comigo? 

Logo eu que sou todo certinho? 

Sou ótimo filho, 

Bom irmão, 

Excelente pai, 

Ótimo marido, 

Bom amigo, 

Excelente profissional, etc... 

E por aí seguem as autojustificativas, em uma tentativa de sublimar o que acontece, como se fosse injusto, afinal somos quase perfeitos... 

No entanto, tais situações acontecem com todas as pessoas e o que diferencia é a repercussão que o sofrimento causa em cada uma. 

Alguns enfrentam a turbulência e mesmo sofrendo muito, não murmuram. 

Outros, por bem pouco, esbravejam aos "quatro cantos do mundo", como se fosse aliviar sua dor. 

Não é assim?

Quantos já não questionaram sua Divindade do por quê estarem passando por aquele momento??? 

E quantos já não responderam a si próprios: "Eu não merecia isto."??? 

Todos esquecemos que somos iguais perante Deus e à natureza humana e todos estamos sujeitos às mesmas mazelas da vida. 

O essencial é não carregar o peso de se julgar um sofredor. 

É mister compreender que o sofrimento, quando bem suportado, é uma nova experiência vivida e um aprendizado. 

Ainda que a dor do momento queira abalar seus princípios, aproveite e estude as possíveis razões que  trouxeram o sofrimento e guarde o aprendizado para que ele não mais se repita. 

A revolta não resolve os problemas e apenas ofusca a razão. 

E quando o inexplicável se apresentar, afaste a maledicência e se conforte na crença de que fez a sua parte e que, se ainda assim não é capaz de compreender o por quê, é porquê ainda não lhe é chegado sua hora. 

Afinal, não estamos aqui sozinhos, há uma Força maior a nos conduzir, um Grande Arquiteto, um Deus Soberano e cada um, na sua crença, deve encontrar o equilíbrio de sua própria FÉ. 

Bom Dia e boas reflexões sobre quem somos neste universo meus irmãos. 

🙏 🙏 🙏 


julho 23, 2021

O PRUMO DE AMÓS E A LOJA DOS COMPANHEIROS - João Anatalino



O SENHOR DEUS assim me fez ver, e eis que ele formava gafanhotos no princípio do rebento da erva serôdia, e eis que era a erva serôdia depois de findas as ceifas do rei.

E aconteceu que tendo eles comido completamente a erva da terra, eu disse: Senhor DEUS, perdoa, rogo-te; quem levantará a Jacó? Pois ele é pequeno. Então o Senhor se arrependeu disso.

Não acontecerá, disse o Senhor. Assim me mostrou o Senhor DEUS: Eis que o Senhor DEUS clamava, para contender com fogo; este consumiu o grande abismo, e também uma parte da terra.

Então eu disse: Senhor Deus, cessa, eu te peço; quem levantará a Jacó? Pois é pequeno. E o SENHOR se arrependeu disso. Nem isso acontecerá, disse o Senhor DEUS. Mostrou-me também assim: e eis que o Senhor estava sobre um muro, levantado a prumo; e tinha um prumo na sua mão.

E o Senhor me disse: Que vês tu, Amós? E eu disse: Um prumo. Então disse o Senhor: Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo Israel; nunca mais passarei por ele.

Mas os altos de Isaque serão assolados, e destruídos os santuários de Israel; e levantar-me-ei com a espada contra a casa de Jeroboão. Então Amazias, o sacerdote de Betel, mandou dizer a Jeroboão, rei de Israel: Amós tem conspirado contra ti, no meio da casa de Israel; a terra não poderá sofrer todas as suas palavras.

Porque assim diz Amós: Jeroboão morrerá à espada, e Israel certamente será levado para fora da sua terra em cativeiro. Depois Amazias disse a Amós: Vai-te, ó vidente, e foge para a terra de Judá, e ali come o pão, e ali profetiza; Mas em Betel daqui por diante não profetizes mais, porque é o santuário do rei e casa real. E respondeu Amós, dizendo a Amazias: Eu não sou profeta, nem filho de profeta, mas boiadeiro, e cultivador de sicômoros.

Mas o Senhor me tirou de seguir o rebanho, e o Senhor me disse: Vai, e profetiza ao meu povo Israel. Agora, pois, ouve a palavra do Senhor: Tu dizes: Não profetizes contra Israel, nem fales contra a casa de Isaque. Portanto assim diz o Senhor: Tua mulher se prostituirá na cidade, e teus filhos e tuas filhas cairão à espada, e a tua terra será repartida a cordel, e tu morrerás na terra imunda, e Israel certamente será levado cativo para fora da sua terra (...) Amós, 1 a 8.

Todo maçom que já tenha sido elevado a Companheiro conhece essa passagem bíblica, pois ela é lida na abertura da respectiva Loja. O que a maioria dos Irmãos não sabem é que essa visão do profeta Amós é uma profecia bastante figurativa de um acontecimento histórico que atingiu a nação de Israel, provocando a sua cisão em dois reinos inimigos, gerando um clima conflituoso que dura até os dias de hoje.

Na verdade, Amós, um pastor de rebanhos e cultivador de sicômoros, uma espécie de figueira muito comum no Oriente Médio, estava simplesmente repreendendo o rei rebelde Jeroboão, por conta da sua traição á casa de Davi, provocando a rebelião que dividiu o reino de Israel em dois reinos inimigos, provocando o seu enfraquecimento e a consequente conquista de ambos pelos seus belicosos vizinhos, os assírios primeiro em 721 a.C. conquistando o reino de Israel e depois os caldeus em 538 a.C. conquistando o reino de Judá.

A profecia de Amós refere-se, portanto, á rebelião comandada por Jereboão contra Roboão, filho de Salomão, que herdou o trono de Israel após a morte do famoso rei. Amós profetiza a destruição do reino de Israel, formado pelas dez tribos rebeldes, pelos assírios, fato que ocorreu em 721 A. C. como já exposto.

Como se sabe, as dez tribos do Norte não aceitaram Roboão como rei e elegeram Jereboão, um príncipe zelote da tribo da Efrain, para ser seu rei. Em consequência, o reino de Israel se dividiu em dois, ficando as tribos do sul, Judá e Benjamim com Roboão (formando o reino de Judá, com capital em Jerusalém) e as dez tribos do norte com Jereboão, formando o reino de Israel (com capital na Samaria).

Desde então judeus e samaritanos (ambos israelitas por sangue e tradição) se tornaram inimigos, e isso se repete até hoje, com o conflito entre judeus e palestinos. O fato de a Maçonaria usar a profecia de Amós na abertura da Loja de Companheiro tem sua justificativa na própria simbologia que se aplica ao grau.

Como se sabe, o grau de companheiro é o grau da traição. Foram três companheiros rebeldes, que queriam ser elevados á mestres sem cumprir os rigores do ritual, que assassinaram o mestre construtor do Templo de Salomão, Hiram Abbif.

Essa é a encenação teatral do grau de mestre que será aplicada ao companheiro que cumpre as etapas anteriores, de aprendiz e companheiro, para que ele seja devidamente elevado ao mestrado.

Quanto aos companheiros traidores, simbolicamente chamados de Jubelos, eles recebem o devido castigo, tendo suas gargantas cortadas, seu corações e entranhas arrancadas, operações essas que se tornaram sinais respectivos dos três graus simbólicos.

Assim, o simbolismo do grau de companheiro, ao adotar a visão do profeta Amós para abertura da Loja do Companheiro evoca, em primeiro lugar um acontecimento histórico, isso é, a traição de Jeroboão á dinastia de Salomão, provocando o cisma que destruiu a monarquia unificada de Israel.

Essa traição representou a morte do reino unificado de Israle, simbolizado no “construtor do Templo”, ou seja, o próprio Salomão, pois com esse cisma, a estabilidade do reino israelita, que estava alicerçada na unidade do povo, e simbolizada no Templo de Salomão, foi destruída.

Por isso Deus diz a Amós. Porei um prumo no meio do meu povo de Israel e jamais passarei por ele. Quer dizer: haverá, doravante, por causa dessa traição, um muro no meio do povo de Israel, pelo qual Ele não passará.

Um muro erguido a prumo, que separará, eternamente, os dois povos, como se viu até agora. Vale dizer que os elaboradores do ritual, que introduziram o Drama de Hiram nas iniciações maçônicas, tinham como núcleo simbólico da maçonaria que eles queriam praticar, justamente a Israel bíblica, tal como era nos dias de Salomão.

Por isso o simbolismo ligado ao Primeiro Templo e as fartas referências a motivos bíblicos que aparecem nos rituais dos graus superiores dos diversos ritos maçônicos que se criaram a partir de então.

E não se pode esquecer que a época em que esses elementos rituais foram desenvolvidos, o simbolismo da traição de Jereboão era um tema bastante propício aos acontecimentos que justamente naquele momento a Inglaterra, especialmente, estava vivendo, com as lutas religiosas e as guerras dinásticas que custaram à cabeça do rei Carlos I e o exílio do príncipe Charles, junto com os chamados jacobinos, que viriam a criar o chamado Rito Escocês.

Eram comuns as rebeliões e as traições, até mesmo dentro da própria maçonaria, que experimentou, nessa época, uma série de cisões internas. Assim, o simbolismo dos Jubelos retrata uma ideia arquetípica que serve para todos os tempos onde a ordem natural das coisas é mudada pela violência.

Os articuladores do ritual quiseram, com a visão de Amós, lembrar a todos os maçons que quando a ordem posta é destruída pela violência, um muro é erguido em consequência dessa cisão e Deus não mais passa por ele. A não ser que um novo sacrifício seja feito.

Esse sacrifício é aquele que é feito pela morte do herói, que no caso da Maçonaria é simbolizado pela morte do arquiteto do templo, drama que será representado no grau seguinte, o de mestre. Explica-se, dessa forma, o porquê da Loja de Companheiro ser aberta com o texto do profeta Amós e a razão de esse grau ser chamado de grau da traição.






O PROFETA AMÓS E A MAÇONARIA

 


O Profeta Amós era um trabalhador braçal, um boiadeiro e cultivador de sicômoros (árvores que geram um fruto parecido com o figo).

Ele é originário da cidade de Tekua, aldeia situada há dez quilômetros ao sul de Belém. É conhecido ainda como sendo um dos assim chamados “Profetas Menores”, não por ter pouca importância, mas sim pela extensão de sua obra, considerada pequena em vista de outros profetas da Bíblia, mas tão brilhante quanto as outras.

O seu ministério foi exercido no século VIII a.C. durante os reinados dos Reis Uzias (ao sul de Israel) e Jeroboão II (ao norte de Israel). Sua obra foi marcada por uma profunda crítica social e religiosa. Ele denunciou a desigualdade social de seu tempo, bem como o uso idólatra da religião, transformada em mero instrumento que serve à alienação e usada como fachada para a iniquidade.

O Profeta Amós é um revolucionário, um socialista de seu tempo que não se deixou levar pelas aparências de uma época marcada, sobretudo, pela prosperidade material. Contudo, mesmo com abundância, o povo de Israel passou por uma profunda inversão de valores, deixando-se levar pela soberba, ganância, luxúria e todo tipo de perdições.

Dessa forma, a obra de Amós é caracterizada pela crítica ao enriquecimento da sociedade à custa dos pobres; ao suborno e corrupção de juízes nos tribunais; à opressão, violência e à escravidão dos pobres; ao comportamento das mulheres ricas, que para viverem no luxo, estimulavam seus maridos a oprimirem os fracos etc. (1)

No que toca à religião, Amós denuncia seu caráter meramente ritualístico e vazio. Assim ele diz em seu livro: “Eu odeio, eu desprezo as vossas festas e não gosto de vossas reuniões. Porque, se me ofereceis holocaustos...,não me agradam as vossas oferendas e não olho para o sacrifico de vossos animais cevados. Afasta de mim o ruído de teus cantos, eu não posso ouvir o som de tuas harpas! Que o direito corra como a água e a justiça como um rio caudaloso”. (Am 5: 21-24)

E dentro desse contexto de críticas, Amós, na terceira parte de seu livro, relata cinco visões, sendo que a terceira delas interessa de forma particular à maçonaria. Trata-se da visão do fio de prumo.

No capítulo 7, versículos de 7 a 8, Amós assim relata: “Assim me fez ver: Eis que o Senhor estava de pé sobre um muro e tinha sobre a sua mão um fio de prumo. E Iahweh me disse: Que vês, Amós? Eu disse: Um fio de prumo. O senhor disse: Eis que vou pôr um fio de prumo no meio do meu povo, Israel, não tornarei a perdoá-lo. (Am 7: 7-8 – tradução da Bíblia de Jerusalém).

Ora, é o Senhor mesmo Quem estava sobre o muro na visão de Amós. E o prumo que segurava em Suas mãos é altamente revelador. Ele revela nossa intrínseca tortuosidade, nosso desalinhamento e desequilíbrio moral.

Da mesma forma como o pedreiro se utiliza do prumo para procurar falhas na obra em que se debruça assim se dá quando Deus coloca seu prumo em nossas vidas, fazendo aparecerem todas as falhas, todas as misérias escondidas em nossos olhares dissimulados, em nossas palavras vazias e em nossas ações e omissões egoístas.

Mas o que é este prumo de Deus em nossas vidas? Será a Bíblia (ou qualquer outro livro sagrado a que seguimos)? Será nosso caminho pessoal? Os padrões sociais e políticos de nosso tempo? Nossa consciência?

A Ordem maçônica tenta nos mostrar qual será esse prumo na vida particular de cada maçom, transmitindo por meio de alegorias e símbolos antigos mistérios que podem ser traduzidos em retidão moral e bons costumes para aquele que de fato os persegue em seu íntimo construtor.

Mas há um fato curioso nesta passagem. Nem mesmo Deus julgou aleatoriamente o seu povo. Antes disso, Ele passou sobre nós o seu prumo sagrado, para que toda falha fosse posta às claras. Assim, não cabe ao Homem passar seu prumo particular na parede alheia, achando-se ridiculamente capaz de medir os erros de seu irmão com medida própria. 

Não cabe em nós tamanho amor para realizar essa tarefa de sublime construção da alma do nosso próximo. Isso é assunto entre o Pai e seu filho, porque no prumo do homem há juízos e preconceitos, medidas diferentes alicerçadas na miséria de nossa alma. Mas o prumo de Deus contém a dádiva do arrependimento e a certeza da retidão no amor maior de Sua caridade. (2)

O prumo de Deus revela nossos pecados à luz do dia, não deixando nada a coberto. 

E ao lançá-los à luz, Ele espera de nós tão somente humildade e trabalho para quebrarmos nossos tijolos mal assentados e recomeçar nossa obra fundada na promessa de que seguindo-O, encontraremos pela frente apenas consequências do amor.


Ir.’.Rafael Guerreiro - ARLS Três Colinas n. 69 – Franca (São Paulo, Brasil)

NOTAS:

1. Extraído de: http://judaismohumanista.ning.com/m/discussion?id=3531236%3ATopic%3A77;

2. Extraído de: http://www.lojamontemoria.com.br/artigo.asp?cod=262;

julho 22, 2021

O TEMPLO DE SALOMÃO - A ORIGEM DA LENDA - João Anatalino Rodrigues





As mais antigas referências ao Templo de Salomão, que aparecem em documentos maçónicos, são aquelas referidas no Manuscrito Cooke, datado de 1410. 

Esta Old Charge, embora datada do começo do século XV. é uma compilação de tradições orais mais antigas, cultivadas pelos maçons operativos ingleses, o que nos leva a crer que a tradição de utilizar a construção do templo hebraico como alegoria iniciática já era bem mais antiga. 

Segundo Lionel Vibert, esta tradição é oriunda da constituição que o rei saxão Athelstan, no século X, outorgara aos pedreiros livres da Inglaterra.

Diz o Manuscrito Cooke que a arte da Maçonaria foi aprendida pelos israelitas quando eles habitaram o Egito. Depois, quando se estabeleceram na Palestina ela foi desenvolvida de acordo com as tradições hebraicas, transformando-se numa arte iniciática, nos mesmos moldes adoptados pelos egípcios. 

Com o tempo ela adaptou-se à mística da religião de Israel, no sentido de que se procurava refletir na arte de construir o modelo arquetípico do universo, segundo entendiam os sacerdotes hebreus que Deus fazia em relação ao mundo.

Segundo aquela Old Charge, foi o rei Davi quem iniciou a construção do templo de Jerusalém.

 Salomão deu-lhe continuidade e o terminou. 

Diz ainda este documento que Hiram era filho do rei de Tiro. Home observa que o costume de identificar as origens da Maçonaria com os canteiros de obras da construção do Templo de Salomão não era privativo dos maçons ingleses. 

As guildas dos pedreiros franceses e alemães também fizeram largo uso dessa tradição. [1]

Evidentemente, as informações contidas no Manuscrito Cooke não foram inspiradas nos textos bíblicos. Não se encontram ali quaisquer informações nesse sentido. Nem nos trabalhos de Flávio Josefo se encontra qualquer alusão ao fato de ter sido o rei Davi e não Salomão o inaugurador das tradições maçônicas. 

É possível que este equívoco se tenha originado no facto da Bíblia atribuir a Davi a intenção de construir um templo para Jeová, embora jamais o tenha levado à cabo. 

Ao que parece, os maçons operativos não se importavam muito com a exatidão histórica, pois as primazias de Davi sobre as obras de construção do templo aparecem também em outras Velhas Regras, o que nos leva a crer que tal informação era tida como verídica por eles. [2] 

Praticamente, todas as tradições maçônicas referentes ao Templo de Salomão já constavam das Velhas Regras (Old Charges). 

Na sua maioria, estes antigos manuscritos procuram justificar a origem salomônica da Arte Real. 

Face a esta verdadeira paranoia dos maçons operativos em ligar a construção do Templo de Jerusalém às origens da Maçonaria, estes documentos só podem ser lidos com a devida reserva, pois veiculam muitas informações contraditórias, e na maioria dos casos, fantasiosas e de difícil comprovação. 

Alguns deles, como o Manuscrito Dunfries n° 3, de cerca de 1650, afirma que o Templo de Salomão foi construído a partir das instruções que Deus dera à Moisés para a construção do Tabernáculo e que este foi construído a partir de medidas modulares do cosmo. 

Assim, a tradição segundo o Tabernáculo seria uma reprodução do próprio cosmo, e por consequência, o templo de Jerusalém também é uma tradição que tem origem nessa informação. 

Dai também a já conhecida tradição maçônica de considerar os seus templos como reprodução do universo.

Já o Manuscrito Dunfries n° 4 dá inclusive o local exato da construção do famoso Templo de Jerusalém, que seria a rocha do Domo, no monte Moriá, onde hoje se ergue a Mesquita de Omar (a da cúpula dourada). 

Esta informação é geralmente aceita pela maioria dos historiadores, já que existem provas arqueológicas que a corroboram.

O SIGNIFICADO DA LENDA

O Templo de Salomão, entretanto, é uma alegoria que se presta ao desenvolvimento de várias ideias. 

Como simulacro do cosmo, construí-lo significa construir o próprio universo, missão que cabe ao Maçom, como pedreiro operativo e especulativo.

 Por outro lado, edificar uma obra dessa magnitude, com todo o significado que ela encerra, assemelha-se à construção do próprio individuo, pois, o homem, como bem ensinou Jesus, é o templo vivo de Deus. 

Assim, da mesma forma que os maçons operativos construíam igrejas em louvor a Deus, os maçons especulativos constroem os templos sagrados do carácter humano, também em homenagem ao Grande Arquiteto do Universo, sob cujos auspícios se reúnem em Lojas para “cavar masmorras ao vicio e erguer templos à virtude”.

O simbolismo desta parábola é bastante claro para quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir. 

Nos graus superiores do Rito Escocês, a alegoria do Templo do Rei Salomão será explorada com mais profundidade para demonstrar que a verdadeira sabedoria é a prática das virtudes que fazem do homem um operário de Deus na terra, construindo o mundo através das suas ações. [3] 

Esta sabedoria, segundo a tradição maçônica, foi ensinada anteriormente ao próprio Rei Salomão para que ele, através da arte da arquitetura e do comportamento digno de um rei, as transmitisse à humanidade de uma forma insofismável.

Veremos que Salomão falhou neste intento e, em decorrência, o Reino de Israel, organizado por Deus para ser o protótipo do estado perfeito sobre a terra, desmoronou.

Esta é uma lição que tem que estar presente na mente de todo o Maçom: não basta ter sabedoria para construir obras de grande engenho; é preciso que essa obra tenha um espírito, pois é nele que repousa a justificativa da construção e a grandeza do seu construtor.

A RAZÃO DA LENDA

Pelo relato bíblico percebe-se a razão da escolha do Templo de Salomão para servir de alegoria para o desenvolvimento do catecismo maçônico. 

Aquela obra é uma construção que une o sagrado ao profano, que reabilita o homem frente a Deus; ao mesmo tempo, ressalta o valor do trabalho, da organização e da hierarquia.

 E na organização dos trabalhadores, na estruturação das profissões, nas próprias tarefas dos obreiros envolvidos na construção, pedreiros, talhadores, fundidores, carpinteiros, espelha-se também o conteúdo iniciático da Arte Real.

Com efeito, nenhuma outra alegoria conviria melhor a uma sociedade iniciática, cujo objetivo era o desenvolvimento de uma filosofia moral e ética destinada à construção do Homem Universal, alicerce de uma sociedade livre, justa, perfeita e feliz, reflexo da realidade divina na terra. 

Era uma comunidade assim que se pretendia ter existido outrora. 

Para os maçons espiritualistas, era a reedição da civilização que os antigos egípcios teriam herdado dos atlantes e reverenciavam através do culto a Maat, a deusa que representava a harmonia universal.

Não seria este também, o sonho de Moisés ao organizar o povo de Israel?

 Na verdade, o que era o Pentateuco senão um extenso código de leis, filosofia e preceitos elaborados para a organização de uma comunidade de “eleitos”, ou seja, um povo escolhido por Deus para refletir, na terra, a imagem do reino dos céus?

 Destarte, ao elaborar o Decálogo e redigir os fundamentos do Deuteronômio (que os sacerdotes e escribas de Israel viriam a aperfeiçoar e complementar depois), Moisés estava fazendo Maçonaria especulativa, pois tudo isso se destinava a construir o carácter do homem perfeito, o qual deveria ser o homem israelita. 

Era, portanto, uma tentativa de voltar ao reino da perfeição e da ordem, que se acreditava existir antes da queda do homem, no Éden.

Afinal de contas, todas as esperanças de humanidade sempre convergiram para esse sonho: um regresso ao velho estado de ordem, justiça, perfeição e harmonia, que um dia existiu no universo, e que permanece na memória celular da humanidade como um arquétipo a ser recuperado.

 Este estado perdeu-se na história das civilizações em consequência do orgulho do homem, pois ele, ao adquirir o conhecimento do bem e do mal, pensou poder mais que os deuses. 

A memória desse estado, entretanto, refugiou-se no inconsciente humano, reprimida pelos apelos à racionalidade e às necessidades da vida profana. 

Para recuperá-lo, era preciso reconstruirá sociedade, como já se fizera várias vezes, e continuou a ser feito com a alegoria Templo de Salomão, o qual foi destruído e reconstruído várias vezes.

Para isso, entretanto, era preciso construir um homem novo, regenerado, purgado dos seus vícios, morto para a vida profana, na melhor tradição iniciática, mas regenerado para uma nova vida pessoal e social, baseada numa nova ética e numa nova moral, fundamentadas num humanismo espiritualista que atendesse tanto a razão prática, quanto à sensibilidade mística do homem religioso. 

Quando o antigo edifício é derrubado, sobre os seus alicerces se constrói o novo.

 Este é o fundamento da alegoria que se presta para o desenvolvimento da metáfora maçónica. 

A Maçonaria tem como projeto  a construção do novo homem. 

Este novo homem seria um Hiram, pedreiro moral, construtor do novo Templo de Salomão, arquétipo da sociedade ideal desejada pelo Sublime Arquiteto do Universo. 

Para isso, porém, como a própria tradição iniciática sustentava, e a doutrina cristã confirmava, era preciso que o mestre morresse, para que os seus seguidores nele renascessem como iniciados. 

Desta simbologia, que incorpora todas as antigas tradições, desde o mito de Osíris, até o sacrifício de Jesus Cristo, nasceu o Drama de Hiram, que é o Landmark mais significativo de toda a doutrina maçônica.


[1] Alex Horne, op citado pg. 68

[2] O Manuscrito Downland, datado, provavelmente de 1500, também se refere a Davi como iniciador do Templo e a Salomão como continuador e fundador da Maçonaria como instituição.

[3] O próprio Jesus se utilizou deste simbolismo para falar de si mesmo e da sua promessa de ressurreição, “destruí esse templo”, disse ele, “e eu o reconstruirei em três dias”. 

Jesus falava da destruição do seu corpo, pela morte que o esperava, e a sua ressurreição após os três dias que passaria no túmulo.

 Para os cristãos, no entanto, a prática das virtudes cristãs exige um processo de morte psíquica e reconstrução do carácter, que se assemelha ao processo escatológico vivido por Cristo. 

Daí a Maçonaria derivou o seu próprio processo de regeneração moral, adotando uma simbologia bastante semelhante nos seus rituais de iniciação.

 A correlação é evidente demais para que as influências possam ser negadas.

https://www.freemason.pt/o-templo-do-rei-salomao-a-origem-da-len

MAÇONARIA PÓS PANDEMIA - MW


         




  
Uma das questões recorrentes trazidas à luz em função da pandemia que o mundo está atravessando é “o que vai acontecer com a maçonaria quando a pandemia for controlada?”

            Mudanças irreversíveis estão ocorrendo em diversas áreas como no trabalho, na economia, na medicina, no mercado imobiliário e em muitas outras. Não poderia ser diferente na nossa Ordem.

            Ninguém tem a mínima ideia do fim da Covid-19. Ainda que as mais de trezentos e cinquenta milhões de vacinas sejam aplicadas em todos os brasileiros, o que certamente levará alguns anos, não se sabe se novas variantes se instalarão necessitando de novas vacinas, quando tempo vai durar a imunidade proporcionada por estas vacinas atuais, se as pessoas que se negam a tomar as vacinas serão vetores de contaminação, etc. Enquanto o mundo inteiro não for vacinado pessoas oriundas de outros países poderão continuar contaminando e talvez aconteça algo como o sarampo atualmente, que se julgava extinto e está retornando com força.

            Essas dificuldades certamente impactarão as Lojas, considerando que a maioria dos maçons brasileiros, segundo estatísticas informadas pela CMI - Confederação Maçônica Interamericana, e reforçadas pela CMSB, tem mais de 60 anos de idade, o que os coloca todos em grupo de risco. Aliás, essa realidade ocorre no mundo todo, com uma queda significativa no número de maçons no planeta com relação a quantidade de há vinte anos.

            Em função das óbvias dificuldades que os maçons encontrarão para se reunirem de forma presencial, ainda que com todos os cuidados de segurança sanitária, a maçonaria vai precisar se reinventar, e aqui e ali estão surgindo novas possibilidades, algumas possíveis soluções.

            Uma dessas novas ideias é a constituição de Lojas Maçônicas Virtuais. A Grande Loja Maçônica de Rondônia – GLOMARON - através da visão de seu atual SGM, Ir. Paulo B. Tupan e do Past GM Ir. Aldino Brasil, constituiu a primeira Loja Maçônica Virtual do país, e uma das primeiras no mundo, intitulada ARLSV Lux in Tenebris n. 47, que tem aproximadamente 600 membros, um número muito maior do que todas as Lojas do país, e uma frequência acima de 200 participantes nas sessões que realiza semanalmente, com palestras espetaculares, que trazem nova luz e extraordinários ensinamentos à maçonaria. Já houve sessão com a presença de mais de 450 participantes.

            A realização foi rapidamente seguida da instalação pela Grande Loja Maçônica do Pará – GLEPA - da segunda Loja Virtual intitulada ARLSV Luz e Conhecimento n. 103, que iniciou com mais de 200 membros e cuja adesão tem crescido de maneira acelerada. Ambas são Lojas regulares com estrutura normal e irmãos filiados nas cidades sede, Porto Velho e Belém, e membros correspondentes de todo o país e inclusive do exterior. Um acordo entre ambas permitiu que as reuniões semanais, aos sábados, sejam alternadas e todas as palestras são gravadas e disponibilizadas na internet com senhas de acesso aos seus membros.

            É claro que é bom e agradável que os irmãos vivam em união, em seus encontros presenciais e como os deliciosos ágapes ao final, só que isso será cada vez mais raro e difícil. Mau filho é diretor em uma das maiores empresas de TI do planeta, com mais de 25.000 empregados e filiais em dezenas de países. Ele comentou que a empresa precisou se reinventar para trabalho em casa – o home office -, entregou centenas de escritórios em muitos países, e a economia em aluguéis, condomínios, contas de energia, água, telefone, passagens e hospedagens de funcionários, etc, no ano passado, 2020, de março a dezembro, foi de sessenta milhões de reais, praticamente dobrando o lucro da empresa. Este ano se espera uma economia ainda maior e a empresa decidiu nunca mais montar instalações físicas. Isso lhe permitiu contratar a melhor mão de obra disponível no mundo, e hoje os funcionários no Brasil, EUA, Índia, Israel, por toda a Europa e em locais como a Coréia do Sul e Irlanda, recebam tarefas e prazos, ganhem por produtividade, e meu filho administra de Porto Alegre a instalação da Faculdade de Engenharia de Sorocaba

            No ano passado eu fiz sessenta palestras virtuais. Falei em muitas cidades brasileiras, de Laranjal, em MG, com 6.000 habitantes, até em Londres, berço da maçonaria, para minha honra e gaudio. As minhas palestras tiveram mais de dez mil assistentes e isso jamais seria possível na situação anterior à pandemia. Um dos reflexos das palestras, minhas e de outros excelentes palestrantes, foi o incremento da venda de livros. Quase todos eles têm ótimos livros publicados, as palestras são um excelente canal de vendas e de aprendizado e os irmãos participantes têm contribuído para manter acesa a chama do conhecimento.

            No dia 3 de outubro deste ano de 2021 completo 40 anos de Ordem. Procuro ser um maçom ativo e estudioso, mas confesso que aprendi muito mais sobre maçonaria neste último ano do que nas décadas anteriores. Participei de milhares de sessões ocas e inúteis onde o tema das sessões era a apenas a leitura das instruções dos rituais, iniciações mal ensaiadas, quando não enveredando pelas raias do absurdo como uma em que o VM deu alguns tiros para o ar próximo aos postulantes vendados, discussões sobre o cardápio da próximo evento ou a obrigação de ouvir trabalhos obviamente copiados do Google e depois elogiados de maneira hipócrita por mestres que nem haviam prestado atenção na leitura.

            Claro que houve também sessões brilhantes e produtivas, estas em muito menor número. Mais recentemente eu havia observado que muitos irmãos, inclusive VV:. MM:. ficavam com o com o celular ligado acessando WhatsApp ou outros aplicativos durante as sessões.  Nas sessões virtuais isso não acontece. As questões e comentários levantados após a palestra mostram o grande aproveitamento e aprendizado dos participantes.

            Talvez o futuro nos traga Lojas híbridas, onde em sessões presencias poderemos ter o aprendizado virtual proporcionado por esta nova realidade, através de TVs ou telões. Afinal, como diz o nosso ritual, a Maçonaria é “um sistema e uma escola, não só de moral como de filosofia social e espiritual, revelada por alegorias e ensinadas por símbolos, guiando seus adeptos à prática e ao aperfeiçoamento dos mais elevados deveres do homem-cidadão...” Assim como nos dias de hoje podemos obter um diploma universitário com aulas virtuais,  a Ordem pode nos proporcionar a prática da fraternidade, da mútua assistência, da prática das virtudes e do aprendizado com  maior distanciamento social. Vamos aguardar para ver.

julho 21, 2021

FRANCIS BACON E A TOLERÂNCIA


Francis Bacon: O pensamento científico a serviço da felicidade da sociedade inglesa

Com a abertura das mentes dos letrados dos séculos XV e XVI aos novos conhecimentos obtidos nas obras de Bizâncio (após a conquista otomana de 1453 que fez com que milhares de pessoas se refugiassem na vizinha Itália. Gregos acompanhados de sua biblioteca), tornou-se moda aprender sobre essas novas "ciências" trazidas com eles de Bizâncio e que eram chamadas de Alquimia, Astrologia, Tradição Primordial, Cabala, Numerologia, Cartomancia ... etc. A palavra "Ciência" foi identificada naquela época com o conhecimento racional ou intuitivo de todo um sistema de pensamento que tende a dar uma explicação do mundo ou dos fenômenos cuja descrição é ignorada pelo bom senso ou pelos Santos. É notável notar que todas essas novas "ciências" que compõem a bagagem intelectual do homem letrado da Renascença, tinham um caráter comum, seu esoterismo, velando toda racionalidade transparente. E, além disso, deve-se notar que a atração por todos esses novos conhecimentos tão diversificados, vindos de antigas civilizações que antecederam o Cristianismo, era tanto mais fácil de entender que essas novas "ciências" não eram muito racionais. E que, portanto, eram livres para interpretar de forma ainda mais diversa por serem ocultas e simbólicas e, além disso, abrigadas de qualquer repressão eclesiástica desde que seu aprendizado ou sua disseminação fossem realizados discretamente, em salas privadas no abrigados de olhares intrometidos e por vezes ajuntadores de monges muito interessados ​​nesta pesquisa esotérica que lhes oferecia a abertura de seus conhecimentos clássicos e fechados a novas pesquisas sobre o novo lugar do homem no universo de Deus para melhor uni-lo ao seu criador. Tudo isso vertido no oculto e em um certo deslize místico, em contradição com a razão objetiva cuja defesa ia ser alimentada pelo novo pensamento filosófico desenvolvido por Francis Bacon no século XVII inglês.

E é, portanto, contra esta nova forma de obscurantismo ideológico de cunho esotérico, sucedendo ao obscurantismo escolástico de cunho religioso da Idade Média, que Francis Bacon (1561-1626) reagirá, fundando a lógica experimental, associada ao seu novo método. de estabelecer o conhecimento pelo método hipotético-dedutivo que está na base de todo pensamento científico moderno. Esta nova abordagem do pensamento de Francis Bacon é exposta em sua obra "Novum Organum", com o subtítulo "Novo método de interpretar a natureza", publicada em 1620, quando ainda era Lord Chanceler do Rei Jaime I da Inglaterra, o que lhe rendeu muito ampla distribuição nacional. É, de fato, o segundo volume de um tratado filosófico que inaugura as novas regras de seu método analítico,

Esse pensamento filosófico, original para a época, foi tanto mais revolucionário quanto atendeu às expectativas de muitos pesquisadores, filósofos e cientistas, ávidos por ingressar em uma nova era do pensamento e da ação, a era moderna, a partir da verificação das hipóteses postas antes de admitir as conclusões. Também se encontra na base do espírito crítico que deve guiar nosso processo de iniciação maçônica em nossos esforços para conhecer a nós mesmos e aos outros, a fim de sermos capazes de inserir bem nossa pedra no edifício comum da sociedade.

Na filosofia, Francis Bacon, perseguindo seu método moderno de análise crítica por meio da experimentação, rejeita Aristóteles tanto quanto Platão, cujas filosofias nutriram respectivamente a dogmática "escolástica" dos estudiosos medievais e a "magia natural" dos heróis do Renascimento florentino. Ele acredita, pelo contrário, que não devemos mais contar com os “Anciões” (ou seja, os pensadores da Antiguidade), mas que devemos antes inovar e criar novos pensamentos servindo para repensar a concepção do mundo à espera e novas técnicas que pode aumentar a produtividade e eficiência da sociedade em que vivemos, a fim de ser capaz de melhor atender às expectativas das populações de hoje e às necessidades crescentes dos tempos futuros, tendo em conta o forte crescimento demográfico a ser satisfeito. Já é visível a sua preocupação com a política social e com o constante aperfeiçoamento da sociedade em todas as suas dimensões, material, moral, intelectual e espiritual, bem como na sua relevância presente e futura. Isso anuncia, com um século de antecedência, a meta da chamada Maçonaria especulativa que nascerá em 1717.

No entanto, a fim de desvendar os bloqueios psicossociológicos do povo desse período do Renascimento tardio, Francis Bacon se propõe a realizar "uma depuração do intelecto", fazendo uma limpeza em seus preconceitos. Ele os classifica em 4 categorias que ele chama de "ídolos". Estas vêm, segundo o autor, respectivamente da hereditariedade racial, da cultura de seu ambiente, do ego pessoal, ou de nossos hábitos de rua e linguagem. Segundo Francis Bacon, esta "purificação do intelecto" permite realizar o novo homem, tornando-se livre, responsável e eficiente no serviço à sociedade. Isso rapidamente nos faz pensar no uso do "fio de prumo" no ensino maçônico, bem como na fórmula maçônica de VITRIOL, cujo objetivo é dar à luz o novo homem em nós,

No que se refere à exploração da natureza com vistas a conhecê-la em sua verdade indisfarçada pelo discurso de venda da "Magia Branca", sendo esta praticada na época em todas as cortes reais europeias, inclusive na corte do Rei Jaime I da Inglaterra de que foi o "Lord Chancellor", equivalente a um Primeiro-Ministro em regime presidencialista hoje], Francis Bacon propõe um novo método, desta vez racional e rigoroso, que serve para evitar equívocos do pensamento medieval fundado no raciocínio por silogismos e que ainda subsistiram em uso nas universidades dos reinos de fé católica, por falta de outra alternativa de pensamento que fosse autorizada pela Igreja Romana.

É aqui que devemos perceber que os pensadores ingleses se beneficiaram enormemente do fato de não estarem sujeitos ao regime de censura da Igreja Romana que colocava no Index obras que não se conformavam com a escolástica tomista, e esta vantagem resultou da religião anglicana. que fez do rei da Inglaterra o chefe da cristandade inglesa, excluindo a Inquisição de obter a cidadania na Inglaterra. Esta situação excepcional deve ter favorecido sobremaneira o progresso da pesquisa na Inglaterra desde a votação por seu Parlamento do "Ato de Supremacia" em 1534, tornando este país e sua grande Universidade de Oxford o principal centro de pesquisa social e cientistas do mundo em séculos dezesseis, dezessete e dezoito,

Nesse quadro, de um pensamento liberal inglês, Francis Bacon recomenda, portanto, proceder a uma seleção de ideias e obras por eliminação, anotando por escrito todas as etapas do andamento da pesquisa que então se torna experimental, e então recomenda ao pesquisador verificar a veracidade da conclusão anunciada, repetindo sua experiência. Não se trata mais de se conformar com as verdades reveladas pelos Padres da Igreja ou por autores profanos aprovados pela Cúria Romana como o geógrafo da Antiguidade Greco-Romana Ptolomeu.

Além disso, sempre graças a este contexto ideológico inglês liberal, F. Bacon inventou o conceito de "progresso científico" como um fator básico do progresso da sociedade, enquanto a Igreja Romana sempre se opôs ao progresso científico como fatores negativos. deviam ser imutáveis. Defende, em particular, que a investigação se transforme num trabalho colectivo para que os seus resultados sejam comunicados a todos de forma a promover um desenvolvimento generalizado e acelerado do progresso técnico em todo o mundo, com vista ao serviço do bem comum da humanidade. Para tanto, propôs em seu romance “Nova Atlantis” que o poder público criasse “institutos de pesquisa”, para promover contatos e intercâmbios entre cientistas e pesquisadores de todo o mundo. Este anunciava a constituição informal, pelos estudiosos da Universidade de Oxford em 1645, do famoso "Colégio Invisível", que mais tarde seria absorvido pela "Royal Society", criada em Londres em 1662, por recomendação de Carlos II conselheiros, cientistas que são membros do "Colégio Invisível". E você tem que saber; a este respeito, que são de fato membros da "Royal Society" que criaram a Maçonaria "especulativa" em 1717, sob a égide da equipe científica de Newton, da qual JT Desaguliers era o secretário principal. por Carlos II por recomendação de seus conselheiros científicos, membros do "Colégio Invisível". E você tem que saber; a este respeito, que são de fato membros da "Royal Society" que criaram a Maçonaria "especulativa" em 1717, sob a égide da equipe científica de Newton, da qual JT Desaguliers era o secretário principal. por Carlos II por recomendação de seus conselheiros científicos, membros do "Colégio Invisível". E você tem que saber; a este respeito, que são de fato membros da "Royal Society" que criaram a Maçonaria "especulativa" em 1717, sob a égide da equipe científica de Newton, da qual JT Desaguliers era o secretário principal.

portanto observáveis ​​e não mais ocultos, desenvolvidos por Francis Bacon, os esforços dos pesquisadores da Universidade de Oxford serão direcionados para a matemática, a observação e a experimentação, à vista de todos, e sempre a serviço do bem comum da humanidade. Aqui encontramos a origem distante do princípio da busca constante da verdade que a Maçonaria se impõe como método de trabalho e ação, bem como de seu objetivo de contribuir para a melhoria de todas as condições de vida da humanidade.

Deve-se, no entanto, notar aqui que as "ciências ocultas" da Renascença também deveriam ser exploradas a serviço do bem comum, uma vez que seu objetivo era libertar o homem de sua ignorância medieval, fornecendo-lhe os meios, reconhecidamente secretos, mas libertadores, para aceder aos conhecimentos ancestrais dos mistérios da Natureza, permitindo-lhe poder manipulá-los num sentido humanista, a serviço do Homem. Esta é a razão pela qual apenas o "Magus" ou "o sábio" pode ter acesso a ela, que foi capaz de atingir um certo grau de purificação intelectual e mística, oferecendo-lhe o privilégio de alcançar o êxtase e a contemplação necessários. acesse essas "verdades primordiais", de outra forma invisíveis. O caminho para o acesso à verdade era uma espécie de "revelação" espiritual para os seguidores do pensamento oculto da Renascença, enquanto com Francis Bacon, era agora uma questão de experimentar com suas descobertas e conhecimentos da natureza que não existiam mais. nada oculto e que não estavam mais reservados para uma elite inspirada pelo hermetismo e neoplatonismo. Essa nova ciência baconiana, experimental, baseada no raciocínio hipotético-dedutivo, estava, por outro lado, ao alcance de todos, sem discriminação ideológica ou religiosa, enquanto a crença dos "Magos Naturais" do Renascimento se baseava em uma espécie de panteísmo. onde tudo o que animava o universo era considerado uma porção divina e só poderia ser ligado ao homem se ele conseguisse atingir o

Esta revolução metodológica na forma de abordagem do conhecimento da Natureza, inaugurada por Francis Bacon, mudará totalmente os hábitos de pensamento ingleses, ao mesmo tempo que lhes dará um avanço metodológico sobre as práticas de outros pesquisadores europeus continentais, sejam católicos, portanto sujeitos ao obscurantismo medieval , ou seguidores do "pensamento mágico e esotérico", portanto, sujeitos ao ocultismo, que é outra forma de obscurantismo. Esta vitória intelectual de Francis Bacon sobre as forças espirituais do obscurantismo, tanto os sobreviventes da Idade Média escolástica como os "mágicos" (NB, dir-se-ia agora "fetichista" se acontecesse na África subsaariana) do Renascimento,

Quanto ao nível político, em sua "Nova Atlântida" ou "Nova Atlântida", publicada por ocasião de sua morte em 1626 (por considerá-la ainda inacabada em vida), Francis Bacon defende a tolerância religiosa, excluindo a uniformidade religiosa causa do empobrecimento de o país pelas expulsões e as tragédias que se seguem, enquanto a tolerância promove o progresso geral do país, diversificando e enriquecendo o know-how que todas as suas várias comunidades religiosas podem trazer para a nação. Ele havia pleiteado em particular o retorno da comunidade judaica à Inglaterra (da qual havia sido expulsa em 1290), acreditando que isso contribuiria para o progresso da ciência e, portanto, para o aumento da riqueza e, consequentemente, para a paz social. Sua doutrina da tolerância será adotada por pesquisadores em ciências humanas da Universidade de Oxford, cuja influência intelectual dará frutos em 1656, quando o Parlamento inglês acabará por autorizar o retorno dos judeus à Inglaterra com, além disso, a liberdade de adoração que será reconhecida a eles em 1683. Agora, a tolerância é considerada um dos quatro pilares sobre os quais o templo maçônico deve repousar, ao lado dos da Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Esta é uma das maiores contribuições de Francis Bacon ao movimento maçônico que viajou pela Inglaterra ao longo do século XVII. quando o Parlamento inglês acabará autorizando o retorno dos judeus à Inglaterra com, além disso, a liberdade de culto que será reconhecida a eles em 1683. Agora, a tolerância é considerada um dos quatro pilares sobre os quais deve repousar Templo maçônico, ao lado dos da Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Esta é uma das maiores contribuições de Francis Bacon ao movimento maçônico que viajou pela Inglaterra ao longo do século XVII. quando o parlamento inglês acabará autorizando o retorno dos judeus à Inglaterra com, além disso, a liberdade de culto que será reconhecida a eles em 1683. Agora, a tolerância é considerada um dos quatro pilares sobre os quais deve repousar Templo maçônico, ao lado dos da Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Esta é uma das maiores contribuições de Francis Bacon ao movimento maçônico que viajou pela Inglaterra ao longo do século XVII.

SALA DOS PASSOS PERDIDOS - Walter Pereira M.’.M.’.




Se perguntarmos a um profano o significado de tal expressão, poderemos receber a seguinte resposta: 

_“É uma expressão estranha, a primeira vista sem significado, mas refletindo melhor, parece ser um local onde se caminha sem chegar a lugar algum”.

Isto nos faz crer que os fundadores do parlamento inglês, em 1296, foram felizes em escolher o nome da sala de espera, onde as pessoas aguardavam uma entrevista com os parlamentares, pois ali as mesmas circulavam sem rumo definido, sem destino exato, daí a denominação “Passos Perdidos”, ou seja, que leva a lugar nenhum.

Em 1776, a grande Loja de Londres inaugurou o primeiro templo maçônico e buscou no parlamento inglês a forma e até o nome da sala que antecede o átrio, como curiosidade também a mesa dos oficiais, a grande cadeira do V.’. M.’. e o lugar dos IIr.’. nas colunas tem a mesma origem, lembrando que o parlamento inglês é cerca de 500 anos mais antigo que o primeiro templo maçônico. 

Já no campo simbólico podemos concluir que, fora da disciplina maçônica, todos os passos são perdidos.

Mackey diz: 

o sentido desta denominação se origina no fato de que todo passo realizado antes do ingresso na maçonaria, ou que não respeite suas leis, deve ser considerado simbolicamente como perdido.

Nas lojas Maçônicas do Brasil como as de Paris, da Hungria e da Áustria, é assim denominada a ante-sala do Templo. 

Na Alemanha a expressão é completamente desconhecida, para concluir, no rito Schroder, em particular e na Alemanha, usa-se a expressão, “Ante-sala do Templo”.

Enfim a “Sala dos Passos Perdidos”, é o local onde a irmandade se reúne sem maiores preocupações, destinado a receber os visitantes, onde as pessoas possam andar livremente, como se fosse uma sala de espera, onde nos cumprimentamos, brincamos, tratamos de negócios, assinamos o livro de presenças, o tesoureiro faz as cobranças, enfim um local de socialização. 

É onde o M.’. de Cer.’. distribui os colares e começa a preparação para o ingresso no templo. 

É onde se forma o ambiente adequado e que conduza a um bem-estar, um refugio, aonde os amigos irão se abraçar e uma vez devidamente paramentados são convidados pelo M.’. de Cer.’. a ingressarem no Átrio.

O Átrio

Designa genericamente os três grandes recintos do templo de Salomão. 

_O primeiro era o átrio dos gentios, onde era permitida a entrada de qualquer um que fosse orar;

_O segundo era o átrio de Israel, onde somente os hebreus podiam penetrar, (depois de haverem sido purificados);

_E o terceiro era o átrio dos sacerdotes, onde se erguia o local dos holocaustos e os sacerdotes exerciam seus mistérios.

Bom dia meus irmãos.



julho 20, 2021

AS MULHERES NA IDADE MÉDIA

 


Ao longo da Idade Média, as mulheres de classe baixa eram padeiras, cervejeiras, leiteiras, artesãs, tecelãs e, principalmente, fazendeiras que trabalhavam ao lado de seus maridos e filhos nos campos. O sistema feudal ditava que a terra pertencia ao senhor, que a alugava aos seus arrendatários - os servos - que estavam vinculados àquela terra. O senhor controlava todos os aspectos da vida do servo e isso se estendia à esposa e às filhas de um homem.

O senhor decidia com quem uma menina se casaria, não com o pai da menina, porque a filha de um servo era essencialmente propriedade do senhor, assim como seu pai e sua mãe. Depois de casada, o marido controlava seus interesses e era o responsável por seu comportamento e, por isso, as mulheres não eram tão mencionadas quanto os homens em questões jurídicas na Idade Média. O marido da mulher seria processado se uma mulher transgredisse, não a própria mulher. A função da mulher era cuidar da casa, ajudar o marido no trabalho e gerar filhos.

Power escreve:

"A grande maioria das mulheres viveu e morreu totalmente sem registro enquanto trabalhava no campo, na fazenda e em casa” (Loyn, 346).

A hierarquia da sociedade medieval era mantida rigidamente, e muito raramente alguém se elevava acima da posição em que nasceu. Não havia classe média e a única esperança de uma mulher melhorar sua situação, sem se casar, era entrar para um convento. É possível, como sugeriram alguns estudiosos, que houvesse mulheres que escolheram esse caminho na esperança de obter educação, mas, se assim for, ficaram bastante desapontadas.

Os padres, em sua maioria, não viam nenhum benefício nas freiras alfabetizadas. Até Ende (século X EC), a famosa iluminadora de manuscritos da Espanha, era provavelmente analfabeta. As freiras aprendiam suas orações e devoções de memória, não de livros, embora se acredite que muitas moças de posses aprenderam a ler no popular trabalho devocional conhecido como Livro das Horas.


Fonte - Gies,F.& J. Women in the Middle Ages. Harper Perennial

Power, E. Medieval Women. Cambridge University Press

O MAÇON ASTRONAUTA EDWIN ALDRIN




Na Terra no Mar no Ar e até no espaço sideral Maçons estão presentes.

Edwin E. "Buzz" Aldrin - Astronauta de Glen Ridge - Nova Jersey. Integrou a missão da Apolo XI que pousou na lua. Foi o 2º homem a pisar em solo lunar.

https://redecolmeia.com.br/2021/07/19/na-terra-no-mar-no-ar-e-ate-no-espaco-sideral-macons-estao-presentes/ 

Hoje (20 de julho) faz 52 anos que o homem pisou na Lua e um maçom estava lá.

Quando Neil Armstrong entrou para a história ao pisar na Lua e dizer que aquele era “um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade”, os relógios marcavam 23h56 em Brasília. 

Era 20 de julho de 1969, e meio bilhão de seres humanos acompanharam a transmissão desse “salto” ao vivo pela televisão.

julho 19, 2021

O MEDO



Quando os vikings invadiram a França em 845, eles derrotaram facilmente todas as tropas enviadas pelo rei Luís.

Como o exército do rei tinha uma vantagem de 10 para 1, espalhou-se entre os francos o mito de que os vikings não conheciam o medo.

-Claro que conhecemos o medo, Ragnar disse, nós simplesmente não o encorajamos.

O medo leva à servidão, obediência e escravidão, que é um destino muito pior do que morrer em batalha.

Não adoramos um chefe, ele é mais um, eleito momentaneamente, discutimos tudo em assembleias e nossas mulheres são livres.

6.000 anos atrás, os manipuladores descobriram que o medo servia para escravizar as pessoas e começaram a encorajá-lo.

Não deveria ser nem medo de algo tangível; na verdade, é melhor que não seja.

O medo de um demônio, de um deus vingativo ou de um universo perverso também serviu.

O medo fez com que 150.000 egípcios gastassem suas vidas arrastando pedras de 12 toneladas pelo Saara para construir a Grande Pirâmide.

Quem os encomendou?

Um Faraó, seus ministros e dois ARQUITETOS.

NÃO mais de 14 pessoas.

O medo fez os pais desistirem de suas filhas para serem queimadas por bruxas, ou de seus filhos para serem sacrificados em um altar, ou nas trincheiras de Verdun.

Às vezes havia gente que não se submetia, no ano 1000 um grupo de jovens da ilha de Bora Bora cansou-se dos sacrifícios humanos que haviam transformado o paraíso em inferno.

- Se não gostarem, vão embora, desajustados, disseram rindo.

Para onde eles estavam indo?

Então eles carregaram um navio com comida e animais e foram para o mar.

As tempestades, os tubarões, a sede vão matá-los, gritavam.

Eles navegaram por 22 dias sem saber para onde estavam indo, até que encontraram algumas ilhas desabitadas que chamaram de Havaí.

Antes de descer prometeram a si mesmos que nunca mais haveria sacrifícios, que se alguém quisesse homenagear um deus, deveria fazê-lo com flores.

Há uma grande diferença entre FEAR (apreensão) e FEAR (medo).

A apreensão é aquele sentimento que nos permite sobreviver, é aquele “alarme” que nos avisa que temos que cuidar de nós próprios e muitas vezes é fruto de experiências anteriores.

Também nos permite cuidar da vida, da família e dos pertences e é algo natural.

MEDO é aquele sentimento paralisante que o impede não só de pensar ou raciocinar, mas também o incapacita pelo terror que você sente mesmo em níveis muito elevados, imobilizando-o até a morte por sua incapacidade de reagir.

E é precisamente o medo que historicamente nos causou tantas crenças limitantes em nossas vidas.

ROYAL SOCIETY - Reinaldo de Freitas Lopes




Meus iguais , irmãos da Maçonaria universal e especulativa , a discorrer hoje de uma instituição a qual seu brilho resplandecente , tramita *imutável* em sua posição em beneficio da ciência e do conhecimento . A Sociedade Real de Londres para a Melhoria do Conhecimento Natural .

Destinada à promoção do conhecimento científico fundada em 28 de novembro de 1660 em Londres e a Academia Real Irlandesa (Royal Irish Academy), fundada em 1782, é afiliada a ela .

Tem por Augusto Fundamento a responder cientificamente , filosófica e mística , ....*A Origem*.

Desde a sua fundação , um dos primeiros foi o vulto Elias Ashmole , os candidatos devem ser naturais ou residirem no Reino Unido, República da Irlanda ou nos territórios da Commonwealth. Os cientistas proeminentes de outros lugares podem assumir a condição de membro estrangeiro. Os estatutos da Sociedade indicam que os candidatos à eleição devem ter feito "uma contribuição substancial à melhoria do conhecimento da natureza, incluindo matemática, ciência da engenharia e ciência médica".

O lema Nullius in verba afirma a vontade de estabelecer a verdade no domínio dos fatos, baseando-se somente na experiência científica, e jamais na palavra de alguma autoridade. 

Apesar de esta intenção parecer óbvia hoje em dia, os fundamentos filosóficos da Royal Society diferem daqueles observados em outros contextos filosóficos, como, por exemplo, na Escolástica, que estabelecia a verdade científica baseando-se na lógica dedutiva, mantendo-se de acordo com os dogmas da religião católica e citando autoridades antigas, como Aristóteles.

Thomas Bayes foi o primeiro a apresentar um teorema, o teorema de Bayes, diante da sociedade.

Após centenas de anos esta instituição , prevalecendo em seus registros a oferta do que é inquestionável e mais próximo do verdadeiro , enquanto que ao atravessar os tempos , aqui bem próximo a nós a Royal Society é balançada a sua razão :

Em 17 de setembro de 2008, Michael Reiss, diretor de educação da Royal Society, após críticas de outros cientistas e pressionado pela própria instituição, pediu demissão do cargo por ter se manifestado favorável à discussão nas escolas britânicas de todas as formas alternativas para a origem do universo, inclusive o criacionismo. Segundo Reiss, que também é sacerdote da Igreja Anglicana, embora a teoria *criacionista* não tenha qualquer base científica, o assunto deveria ser discutido, já que a sua exclusão faria com que muitas crianças, oriundas de famílias religiosas, se distanciassem cada vez mais da ciência. Ele disse isso uma semana antes durante um Festival da Ciência, em Liverpool. Em sua defesa, disse ter sido mal interpretado, mas foi levado a abandonar o cargo, gerando mais críticas, dessa vez também à atuação da Royal Society, que, em comunicado oficial, declarou seu apoio ao pedido de demissão de Reiss.

Nota : “Michael Reiss , hoje com 61 anos de idade , é um bioético, educador, jornalista e sacerdote anglicano britânico. Reiss é professor do Instituto de Educação da Universidade de Londres”.

*Cronologia da Instituição* :

* Década de 1640 - Primeiros encontros informais ;

* 1660 - Fundação em 28 de novembro ;

* 1661-  O nome da Royal Society aparece impresso pela primeira vez ;

* 1662 - A carta real autoriza a Royal Society a imprimir livros ;

* 1663 - Uma segunda carta real é dada à Royal Society ;

* 1665 - Primeira publicação de Philosophical Transactions ;

* 1666 -  O Grande Incêndio de Londres obriga a Royal Society a se mudar para Arundel House ;

* 1710 - A Royal Society adquire sua sede em Crane Court.

Em Pé e a Ordem .

Todos recebam o meu Tríplice e fraterno Abraço.

O GIZ NA MAÇONARIA - Sérgio Quirino

 





Ir.: Sérgio Quirino - Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024

Saudações, estimado Irmão

Estimo que 90% dos Maçons brasileiros não tiveram acesso ao conteúdo alegórico do giz como elemento da simbologia maçônica. Facilmente compreensível, tendo em vista que a grande maioria de nossas Lojas Maçônicas no Brasil trabalham em Rito Escocês Antigo e Aceito.

Diferentemente ocorre com os queridos Irmãos que laboram no Rito de York, que, em seus princípios mais importantes, são provocados à reflexão sobre o Giz, o Carvão e a Terra.

Como resgate histórico, este simples pedaço de carbonato de cálcio era usado pelos Maçons Operativos para marcar pontos e traçar linhas nas pedreiras e carpintarias.

Nos primórdios da Maçonaria Especulativa não haviam templos. As reuniões ocorriam em qualquer espaço devidamente a coberto das indiscrições profanas. Era preciso preparar o ambiente e caracterizá-lo com nossos elementos e alegorias. Como fazer e desfazer rapidamente mantendo o sigilo dos símbolos?

A solução era desenhar no piso tudo que remete ao propósito da sessão. Com o tempo, substituíram tal prática por Tapetes e Painéis, até chegarmos aos espaços exclusivos construídos para este fim, denominados Templos Maçônicos.

A escolha do giz como elemento de grafia se deu pelas suas qualidades: pequeno tamanho, fácil uso, boa aderência a vários tipos de piso e, principalmente, pela facilidade em apagar os desenhos com um simples pano úmido garantindo a proteção dos arcanos.

O mais interessante é que, sob o ponto de vista histórico, o simbolismo maçônico do giz não diz nada do que foi tratado acima.

NA MAÇONARIA, O GIZ REMETE À LIBERDADE.

LIBERDADE PARA TRAÇAR O NOSSO PRÓPRIO CAMINHO

Todos nós já manuseamos um giz e percebemos nele a suavidade do toque e o exato registro da pressão de sua ponta sobre a lousa.

O GIZ SOMOS NÓS.

O TOQUE É O ESPÍRITO.

O REGISTRO SÃO NOSSAS DECISÕES.

A PONTA É O MOMENTO QUE ESTAMOS VIVENDO.

A LOUSA É A NOSSA HISTÓRIA.

Da mesma forma que o giz vai se consumindo durante o uso e a cada traço deixa um pouco de si, assim também devemos agir, quando nos dedicamos integralmente ao nosso propósito. Não há o que temer sobre a extinção. O mais importante são os traços e os registros que deixamos em vida.

Atingimos quinze anos de compartilhamento de instruções maçônicas. Nosso propósito fundamental é incentivar os Irmãos ao estudo, à reflexão e tornar-se um elemento de atuação, um legítimo Construtor Social.

(Mas é o Carvão e a Terra citados no início do artigo? Trataremos nos próximos artigos.)

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fraternalmente


julho 18, 2021

DA CONSCIÊNCIA - Heitor Rodrigues Freire





Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis, advogado, past GM da GLEMS e atual presidente da Santa Casa de Campo Grande. Contribui regularmente com este blog

O despertar da consciência é algo que se desenvolve por ação própria, mas depende da vontade de cada um. Uma vez despertada, ela assume um movimento gradativo, mas constante. Decorre diretamente da individualidade. É um caminho sem volta. E propicia a libertação do ser.

A consciência é inata ao ser humano, nasce com a sua criação, mas demanda um trabalho individual, disciplinado e permanente para sua manifestação e continuidade. É nossa companheira eterna, por toda a eternidade.

Implica numa grande responsabilidade porque conduz ao entendimento de que a vida é aqui e agora. O passado já se foi, e o futuro não é hoje. Esse despertar não aceita adiamentos. Nem faz de conta. Sacode todo o ser, e não permite lero-lero.

É o acordar do sono letárgico que envolve a maioria das pessoas, mostrando de forma muito clara o compromisso de cada um consigo mesmo e com Deus. O indivíduo consciente deixa de fazer parte do rebanho.

Esse despertar nos ensina a evitar todo radicalismo e sectarismo de qualquer natureza, religiosa, filosófica ou política. Aprendendo, como Krishna ensinou ao príncipe Arjuna, há mais de 4 mil anos no poema épico Bhagavad Gita, a seguir o abençoado e dourado caminho do meio.

E com isso, passamos a entender que verdadeiramente somos todos irmãos, oriundos da mesma fonte e destinados à evolução constante. E também a trilhar o caminho, mostrado por Jesus.

E a saber que devemos respeitar tudo e todos. E a não julgar. Nem condenar.  E a entender que nada acontece por acaso e que tudo decorre dos nossos atos, portanto devemos assumir nossas responsabilidades. Entendendo que a vida por si só é um milagre e que nos permite a oportunidade de contribuir com nossa inteligência e consciência na construção divina da Eternidade.

Precisamos entender que a esperança é o fator de alimentação da fé, fortalecendo e motivando a consciência. Que esperança exige fidelidade. 

Temos que ter a coragem de conquistar a liberdade de sermos nós mesmos, sem interferências, aprendendo a ouvir e usar o discernimento que, nas palavras de Krishamurti, é o primeiro passo para a evolução espiritual.

É preciso também saber conviver com opiniões contrárias e buscar o embasamento para as nossas próprias ideias. Segundo José Saramago, o grande escritor português, “o problema não é que as pessoas tenham opiniões, isso é ótimo. O drama é que as pessoas têm opiniões sem saber do que falam”.

Não devemos repetir nada que não tenha passado pelo crivo da nossa própria consciência, e não falar apenas para impressionar os outros. Precisamos aprender a observar o silêncio. 

Temos que aprender que cada um é o fiador de sua própria vida, não dependendo do aval de ninguém. E assim conquistar a nossa verdadeira independência.

Nestes tempos de comunicação instantânea e global é muito comum observar comentaristas de televisão expressarem opiniões diversas, criticando, condenando, determinando atitudes e comportamentos como se fossem seres puros, imaculados e iluminados, arautos da moralidade. Mas se virarmos as câmeras para suas vidas, no entanto, veremos que seus comportamentos não têm nada de republicano e muito do que criticam. Usam dos microfones e câmeras para exibir seus egos inflados e irresponsáveis.

Induzidos pelo discurso dito politicamente correto, muitos querem ditar regras de bons costumes, mas quando isso fica somente no palavreado e não se concretiza na prática, não passa de hipocrisia. Precisamos ter em mente que o politicamente correto é um avanço civilizatório para toda a sociedade, e não deve ficar apenas no enunciado. Se conseguirmos, ao menos, não fazer com os outros aquilo que não queremos que façam conosco, já é um bom começo.

A consciência própria do ser é a grande conquista de cada um.

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