agosto 04, 2021

A LIBERDADE NA INTERPRETAÇÃO DA SIMBOLOGIA MAÇÔNICA - Ivan Marzollo




Magritte pintou, entre 1928 e 1929, um célebre quadro em que representa um cachimbo sob o qual escreveu  “Ceci n’est pas une pipe.” ou, em português,  “Isto não é um cachimbo”. 

De facto, a pintura não é um cachimbo, mas a imagem de um cachimbo – e transmitir essa ideia era o intuito de Magritte. “O famoso cachimbo”, viria ele a confessar, 

“Quanto me censuraram por causa dele! E porém, alguém poderia encher o meu cachimbo? Não, pois é só uma representação, não é verdade? Por isso, tivesse eu escrito no meu quadro «Isto é um cachimbo», estaria a mentir.”

Um símbolo – do grego σύμβολον (sýmbolon) – pode ser um objeto, uma imagem, uma palavra, um som ou uma marca particular que represente algo diferente por associação, semelhança ou concessão. Deste modo, pode substituir-se um conceito complexo por um símbolo simples. 

O significante é evidente – constitui o símbolo em si mesmo; contudo, o seu significado pode ser obtuso, ou mesmo variável com o tempo, pois reside naquele que o descodifica, e cada um acaba por fazê-lo de forma pelo menos ligeiramente diferente dos demais. Por isto, é quase certo que, uma vez estabelecidos, os símbolos “adquiram vida própria”, alterando-se o seu significado com o passar do tempo. Por exemplo, a Estrela de David é um símbolo que começando por constituir – de acordo com a tradição judaica – uma marca aposta nos escudos com que os guerreiros do rei David se protegiam, adquiriu, a partir de certa altura, um caráter místico, passando a ser gravado como amuleto ou proteção, e acabando por ser adotada como símbolo do Estado de Israel.

Não pode falar-se de simbolismo maçônico sem citar a velha definição de maçonaria: 

*“É um sistema de moral velado por alegorias e ilustrado por símbolos”.*

De fato, a maioria dos símbolos usados em maçonaria é evocativa dos princípios morais com que a maçonaria se identifica. O importante são os princípios; os símbolos são apenas os meios usados para que não os esqueçamos. E, uma vez que cada um recorda de forma diferente, e interioriza o princípio de forma única e pessoal – pois que único, individual e irrepetível é cada indivíduo e a sua experiência de vida – seria um exercício de futilidade tentar-se exigir que o significado dos símbolos fosse sempre o mesmo para todos. De facto, nem tal seria proveitoso.

Uma das frequentes utilizações dos símbolos é como oportunidade e meio de autoanálise – e também por isso se diz da maçonaria ser especulativa – que permita a cada um determinar as suas próprias “asperezas” no sentido de as “polir”. 

Sendo as “rugosidades do espírito” diferentes de pessoa para pessoa – apesar da universalidade dos princípios, que podem aplicar-se a todos – cada um vê, sente e aplica o princípio a si mesmo de forma distinta da de todos os demais. 

Cada um pode, então, especulando, dar ao símbolo os significados que entenda, pois o símbolo é meramente instrumental – não tem nada de sagrado ou de “conspurcável” com este processo – para além de que atribuir novos significados a um símbolo não implica a perda dos significados mais convencionais, pelo que o diálogo sobre os mesmos continua a ser possível.

Dou-vos um exemplo que se passou comigo. Diz-se das lojas maçônicas serem “Lojas de S. João”. 

Mas de qual? A resposta convencional é dizer-se que de dois: de João Batista – conhecido pela sua retidão e verticalidade, implacável consigo mesmo e com os outros, a ponto de fazer com que lhe cortassem a cabeça – e de João Evangelista – apóstolo do amor, cultor da fraternidade, e promotor da tolerância. 

Ambos se celebram por volta dos solstícios – João Evangelista no de Verão, João Batista no de Inverno. Isto são as premissas. Os princípios a transmitir são os que foram expostos: o da retidão e verticalidade de espírito por um lado, e o do amor fraterno pelo outro. Estes significados são mais ou menos universais na maçonaria. 

Há quem refira, ainda, que os raios de sol no solstício de Verão estão no seu ponto mais próximo da vertical, e no solstício de Inverno no seu ponto mais próximo da horizontal. Partindo desta pista, ávido de explorar estes símbolos e de fazer boa figura ao apresentar a respetiva prancha, o aprendiz que eu era então não se ficou por aqui; procurou especular mais ainda. 

Notou que João Batista – o da Verticalidade – era celebrado por entre uma Luz predominantemente horizontal, e que João Evangelista – o do amor fraterno entre pares – o era quando a Luz Solar era mais vertical. 

Conclusão? 

“Devemos ser equilibrados e equilibrantes: retos e justos quando à nossa volta todos falem de fraternidade e tolerância, e tolerantes e fraternos quando insistam na aplicação dos princípios de forma implacável.”

São um significado e uma conclusão com alguma lógica? São – pelo menos, do meu ponto de vista. É um significado universalmente reconhecido? Não. E está certo? Ou está errado? 

Bom… para mim, parece-me certo, na medida em que foi instrumental para que aplicasse a mim mesmo os princípios referidos de forma mais eficaz. Para outros não resultará. Os símbolos são isso mesmo: instrumentos, meios, meras ferramentas coadjuvantes na prossecução de um objetivo maior. Aqui posso dizer: se da “adulteração” do significado “puro” e “convencional” do símbolo resultou  a melhor aplicação do princípio à minha vida tornando-me numa pessoa melhor, então – porque a ninguém prejudica o meu entendimento peculiar deste símbolo – o exercício foi profícuo. Se, para além disso, a alguém aproveitou para além de mim, então dou-me por muito satisfeito…


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agosto 03, 2021

OFICIAIS DO ARQUITETO - Roberto Ribeiro Reis



Roberto Ribeiro Reis é intelectual e poeta, da ARLS Esperança e União 2358 de Rio Casca, MG.,

ᴠᴇɴᴇʀᴀɴᴅᴏ ᴇ́ ᴏ ʙᴇʟᴏ ᴏʟʜᴀʀ

ʀᴇᴠᴇʟᴀᴅᴏʀ ᴅᴇ ɴᴏssᴀ ᴀʟᴍᴀ,

ᴠɪɢɪʟᴀɴᴛᴇ ᴇ ᴅᴇ ᴜᴍ ᴛᴀʟ ᴢᴇʟᴀʀ , 

ᴇxɪɢᴇ-ɴᴏs ʙᴀsᴛᴀɴᴛᴇ ᴄᴀʟᴍᴀ,

ᴘᴏɪs ᴏ ϙᴜᴇ ᴠɪᴠᴇᴍᴏs ᴇ́ ᴀᴍᴏʀ.


ᴏ ᴠᴇʀʙᴏ, ϙᴜᴇ ᴠᴇᴍ ᴅᴏ ɪɴғɪɴɪᴛᴏ, 

ᴇ́ ʀᴇᴅɪɢɪᴅᴏ ᴘᴏʀ sᴇᴄʀᴇᴛᴀ́ʀɪᴏ ɪʟᴜsᴛʀᴇ, 

ϙᴜᴇ ᴏᴜᴠᴇ ᴜᴍ ғᴀʟᴀʀ ᴛᴀ̃ᴏ ʙᴏɴɪᴛᴏ, 

ʟᴀ́ ᴍᴇsᴍᴏ ᴅᴇ sᴇᴜ ʙᴀʟᴀᴜsᴛʀᴇ, 

ᴍɪɴɪsᴛʀᴀᴅᴏ ᴘᴇʟᴏ ɪʀᴍᴀ̃ᴏ ᴏʀᴀᴅᴏʀ. 


ᴛᴇᴍ ᴜᴍᴀ ᴄᴏɪsᴀ ᴅᴇ ᴠᴀʟᴏʀ ᴅɪᴠɪɴᴀʟ, 

ɪᴍᴜɴᴇ ᴀ̀ ϙᴜᴀʟϙᴜᴇʀ ᴍᴇsϙᴜɪɴʜᴀʀɪᴀ, 

ᴠᴀʟᴏʀᴏsᴏ sᴇ ɴᴏs ʀᴇᴠᴇʟᴀ ᴇssᴇ ᴍᴇᴛᴀʟ, 

ϙᴜᴇ ғᴏʀᴛᴀʟᴇᴄᴇ ᴀ ɴᴏssᴀ ᴛᴇsᴏᴜʀᴀʀɪᴀ, 

ᴇ ᴏ ʜᴏsᴘɪᴛᴀʟᴇɪʀᴏ ᴅᴇ ᴍᴀɴᴇɪʀᴀ ɪɢᴜᴀʟ. 


ᴛᴇᴍ, ᴀɪɴᴅᴀ, ᴜᴍᴀ ᴍᴀᴇsᴛʀɪᴀ  

ʀᴇɢɪsᴛʀᴀᴅᴀ ᴇᴍ ɴᴏssᴏ ᴛᴇᴍᴘʟᴏ, 

ϙᴜᴇ ᴅᴇᴍᴏɴsᴛʀᴀ ᴏ ʙʀɪᴛᴀ̂ɴɪᴄᴏ ᴇxᴇᴍᴘʟᴏ

ᴅᴇ ɴᴏssᴀ ᴘʀᴇsᴛɪᴍᴏsᴀ ᴄʜᴀɴᴄᴇʟᴀʀɪᴀ,

ᴛᴏᴅᴀs ᴀs ᴠᴇᴢᴇs, sᴇᴍᴘʀᴇ ᴘᴏɴᴛᴜᴀʟ! 


sᴇᴍ ϙᴜᴀʟϙᴜᴇʀ ᴘᴀʀᴄɪᴍᴏ̂ɴɪᴀ, 

ʜᴀ́ ᴜᴍ ᴀɴғɪᴛʀɪᴀ̃ᴏ ᴇsᴛʀᴇʟᴀ ɢᴜɪᴀ, 

ᴅᴇ ᴍᴜɪᴛᴀ ᴇʟᴇɢᴀ̂ɴᴄɪᴀ ᴇ ғɪᴅᴀʟɢᴜɪᴀ 

ϙᴜᴀʟ ᴏ ᴍᴇsᴛʀᴇ ᴅᴇ ᴄᴇʀɪᴍᴏ̂ɴɪᴀ, 

ɪɴɪᴍɪᴛᴀ́ᴠᴇʟ ᴏʀɢᴀɴɪᴢᴀᴅᴏʀ ʜᴀʙɪᴛᴜᴀʟ. 


ᴜᴍᴀ ʜᴀʀᴍᴏɴɪᴀ ʙᴇᴍ ᴄᴇʟᴇsᴛᴇ 

ᴇɴᴄᴀɴᴛᴀ ᴏ ᴀ̂ᴍᴀɢᴏ ᴅᴇ ɴᴏssᴀ ᴏғɪᴄɪɴᴀ,

ғᴀ́-ʟᴏ ᴅᴇ ғᴏʀᴍᴀ ᴛᴀ̃ᴏ ɪɴᴄᴏɴᴛᴇsᴛᴇ, 

ᴇ ᴀ ғᴀsᴄɪɴᴀɴᴛᴇ ᴇɢʀᴇ́ɢᴏʀᴀ ᴅᴇsᴄᴏʀᴛɪɴᴀ, 

ᴜᴍᴀ ᴄᴀɴᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴘᴜʀᴀ ᴇ ғᴇɴᴏᴍᴇɴᴀʟ. 


ᴛᴀᴍᴀɴʜᴀ ɴᴏs ᴇ́ ᴀ ᴘʀᴏᴛᴇᴄ̧ᴀ̃ᴏ, 

ᴅɪɢɴᴀ ᴅᴇ ɴᴏssᴀ ᴇsᴛᴀᴛᴜʀᴀ, 

ʜᴀ́ ᴜᴍ ᴄᴏʙʀɪᴅᴏʀ ᴄᴜᴊᴀ ᴀʀᴍᴀᴅᴜʀᴀ

ᴇsʙᴀɴᴊᴀ ɪɴᴛᴇɴsᴀ ᴅᴇᴠᴏᴄ̧ᴀ̃ᴏ 

ᴇ ᴜᴍᴀ ʙʟɪɴᴅᴀɢᴇᴍ ᴇsᴘɪʀɪᴛᴜᴀʟ. 


ᴛᴀɴᴛᴏs ᴏʙʀᴇɪʀᴏs ᴛʀᴀʙᴀʟʜᴀɴᴅᴏ ᴀssɪᴍ 

ᴇᴍ ᴜɴɪ́ssᴏɴᴏ sᴏ́ ᴠɪʙʀᴀᴍ ᴏ ʙᴇᴍ 

sᴇᴍᴇʟʜᴀɴᴛᴇs ᴀ ᴜᴍ ɢʀᴀɴᴅᴇ sᴇʀᴀғɪᴍ, 

ᴀssɪᴍ ᴏ ғᴀᴢᴇᴍ ᴍᴇʟʜᴏʀ (ᴇ ᴛᴀᴍʙᴇ́ᴍ) 

sᴇɢᴜᴇᴍ ᴀ̀ ʀɪsᴄᴀ sᴇᴜ ʀɪᴛᴜᴀʟ! 


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A MAÇONARIA BRASILEIRA É HERDEIRA DA FRANCESA - Izautonio da Silva Machado Jr.

 


Izautonio da Silva Machado Jr. é o VM da primeira Loja Virtual brasileira, a ARLSV Luz in Tenebris 53, da Glomaron

Um ponto que eu acho relevante registrar.

A Maçonaria brasileira é herdeira espiritual das Maçonarias francesa e lusitana: as primeiras lojas brasileiras eram ligadas a estas potências europeias.

Essa é uma razão pela qual o Rito Moderno é o rito oficial do Grande Oriente do Brasil: o GOB adota 7 ritos, mas suas assembleias gerais são até hoje no Rito Moderno, por ser o rito fundador da potência.

Existe também uma razão histórica para isso: naquela época, as as pessoas cultas falavam francês, e não inglês. O francês era a língua internacional. 

As pessoas cultas tinham o hábito de ler no idioma original, e por isso havia pouca literatura maçônica em língua portuguesa.

A cultura brasileira tem raízes latinas, por isso a nossa Maçonaria espelha mais com a Maçonaria europeia Continental.

Veja que até hoje mais de 90% de nossas lojas são da vertente francesa (REAA, Adoniramita, Moderno, RER etc).

A Maçonaria anglo-saxônica tem algumas características relevantes, como uma maior uniformização e a memorização dos rituais. A Maçonaria latina, é no sentido oposto, de maior pluralidade de ritos.

Na Inglaterra e nos EUA se falam em Ofício, não em ritos. Já os países latinos, têm a tendência de adotar vários ritos.

Dificilmente se consegue modificar isso, por ser algo intrínseco à nossa própria cultura.

agosto 02, 2021

UM OLHAR AO FUTURO - Roberto Ribeiro Reis



Roberto Ribeiro Reis é intelectual e poeta, da ARLS Esperança e União 2358 de Rio Casca, MG.,

Um pensamento imaturo, 

Um nascimento impuro,

Imiscuído em fantasia;

Um nordeste sem água,

Uma peste, outra mágoa,

Corroído pela letargia.


A verdadeira mudança,

A derradeira lembrança,

O depender do primeiro passo;

Qual o enxergar da criança,

A nos passar esperança,

O transcender de um compasso.


Um olhar ao futuro,

O atravessar o muro 

Da façanha iniciação;

Um acreditar duradouro,

O encontrar do tesouro:

O mundo em elevação. 


O amar, doce viço,

É desejar fronteiriço,

Uma atração ao porvir reluzente;

Nosso viver enfermiço

Irá se desfazer num sumiço:

A exaltação de nossa gente!


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BOM SENSO NA MAÇONARIA - Sidnei Godinho




Em um mundo que sufoca pela maldade galopante e pela falta de dignidade, aqueles integrantes de um seleto grupo que se propuseram a encontrar a verdadeira luz carecem de então proceder como verdadeiros iniciados.

Não se pode aceitar que interesses políticos sobrepujem os princípios de Moral e bons costumes.

Não se pode aceitar que uma minoria domine toda uma instituição com seus interesses escuso, como se senhores fossem da realidade, quando no íntimo são apenas escravos de suas vaidades de poder e brilho. 

Para que a Maçonaria seja perene ela intima que se vençam as paixões e se sujeitem suas vontades.

É somente através desta infindável luta do bem contra o mal que o homem consegue purificar sua natureza e alcançar a pureza de um novo ser.

A Perfeição e a Justiça são objetivos a serem buscados diuturnamente e não há como alcançá-los sem o Bom Senso nas ações do dia-a-dia.

O maçom jamais pode ser" inocente " em suas decisões, pois o que se ensina na Ordem é a alcançar o Conhecimento; e a Sabedoria é oposta à ingenuidade.

Alegar desconhecer nossos princípios nem mesmo caracteriza excludente de ilicitude, mas ao contrário evidencia a falta de preparo e o descaso do irmão que ao longo de sua jornada demonstra não ter abandonado suas vaidades.

Que a inspiração para o tão necessário Bom Senso venha daquele que o primeiro exemplo deixou:

... Nem tudo o que "Eu Posso fazer eu *DEVO* fazer...

Que assim seja.'.

Bom dia e boas reflexões meus irmãos.


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agosto 01, 2021

PADRINHO, SEJA RESPONSÁVEL!




Em verdade a Maçonaria não tem interesse apenas na quantidade de membros, mas, principalmente na qualidade dos componentes de seu quadro, porque somente com qualidade é que se perpetuarão seus propósitos e ensinamentos, que não devem ser conhecidos por não iniciados.

Imagine o seu Candidato dirigindo sua Loja, que você dedicou parte de sua vida com tanto carinho e a mantém e não vai querer de forma nenhuma que ela seja mal dirigida, ou mal administrada.

Na maioria das vezes, o padrinho só é lembrado no momento da indicação de um profano. No entanto, o padrinho deve se fazer presente e nunca ser esquecido, porque ele desempenha papel fundamental na formação filosófica do afilhado que pretende alcançar os mais elevados graus dentro da Instituição.

O maçom que propõe um candidato à iniciação transforma-se em “Padrinho” desse candidato, que logo após iniciado, assume a condição de seu mestre.

Padrinho significa protetor, patrono, enquanto que afilhado tem o significado de protegido, patrocinado.

A palavra “candidato” tem como raiz o significado “Cândido”, ou seja; que tem alma cândida, caracterizado pela candura. Em sentido figurado: ingênuo, inocente, puro. Assim, um candidato deve, efetivamente, reunir as qualidades que lhe dá dignidade para juntar-se aos membros da instituição maçônica como base da filosofia milenar, sempre oportuna e atual.

Normalmente observamos lojas que não conseguem crescer rapidamente. Chegam inclusive a perguntar se os irmãos componentes daquelas lojas não têm amigos.

Não é bem assim. Não é qualquer amigo que deve ser convidado para engrossar as colunas da Ordem.

É bom saber que para a apresentação de um candidato, por meio de uma proposta, o proponente deve possuir o grau de Mestre Maçom.

A decisão de apresentar um candidato deve ser bem avaliada e estudada e ter do candidato pleno conhecimento de seu viver, pois a iniciação fará com que esse candidato passe a fazer parte de nossa família Maçônica.

A responsabilidade do proponente é moral, sua leviandade poderá pôr em risco todo o grupo, não só a Loja, mas também a própria Ordem.

Para o bem geral de todos, você, proponente deve avaliar bem o seu Candidato, e imaginar olhando do Ocidente, o Candidato como seu Venerável Mestre, Venerável de sua Loja, dirigindo os trabalhos e tomando decisões, e imaginar se ele tem condições reais para isso.

Por outro lado, as sindicâncias feitas devem ser rigorosas e só ser submetidas à aprovação quando realmente o sindicado resultar plenamente apto para ingressar no grupo.

Não ficando o proponente aborrecido, chateado ou melindrado, caso seu Candidato não seja aprovado na Sindicância, às vezes é melhor a Loja explicar a um Irmão sobre as reais condições de um Candidato, do que este trazer problemas sérios com insatisfação para todo o grupo.

Todo discípulo tem seu mestre; o padrinho passa a ser mestre “particular” do neófito, e esse por sua vez, deverá seguir os seus ensinamentos, até que atinja o mestrado, e possa propor profanos e assim tomar o lugar de quem lhe foi mestre, numa cadeia sucessiva e ordeira, e assim o quadro da Loja amplia-se e constitui o núcleo da Ordem com solidez.

O afilhado maçom deve empenhar-se ao máximo para que seu mestre o oriente, deve ser ativo, e colocar sempre as suas dúvidas para que sejam esclarecidas e resolvidas.

É também condição exigida para que um profano ingresse na Maçonaria por intermédio da iniciação, não basta o candidato ser politicamente livre, não basta que tenha um comportamento moral comum, a Maçonaria proclama que a sua filosofia tem base na tradição, nos usos e costumes, portanto costumes não é um mero comportamento, uma moral de conduta, mas sim um universo de práticas do bem que conduzem o ser humano a uma vida espiritual e moral bem definida, no qual o candidato deve comparecer à iniciação, com uma disposição, quase inata de amar o seu futuro irmão como a si próprio.

Isso exige um comportamento para com seu próprio corpo, para com sua própria alma e para com seu espírito.

Ser livre e de bons costumes constitui uma exigência de muito maior profundidade do que parece à primeira vista; seria muito cômodo aceitar um candidato politicamente livre, pois não há escravidão no mundo, ou que, penalmente, não se encontre preso, cumprindo alguma pena.

A liberdade exigida é ampla, sem compromissos que inibam o cumprimento das obrigações maçônicas, sem restrições mentais.

Todo maçom mesmo antigo na Ordem, tem o dever de se manter livre e de bons costumes, aprendizes, companheiros, padrinhos, afilhados, mestres, mestres instalados, Grão-Mestre, enfim todo maçom tem essa responsabilidade e o padrinho deve passar ao afilhado toda segurança, perseverança e fé, para que o mesmo consiga desbastar a sua Pedra Bruta, para o aperfeiçoamento humano, e erguer em seu íntimo o seu templo para a morada do Grande Arquiteto do Universo.

Outrossim, o Padrinho não deve esquecer de que seu afilhado no futuro pode vir a ser um Venerável Mestre e até Grão-Mestre. Por isso, tem que ser exigente na escolha e não convidar qualquer pessoa que conheceu e achou que tem perfil para ser maçom ou, porque a pessoa lhe prestou algum favor ou ainda, porque faz parte de uma casta social de médio a alto nível.

A perpetuação da Ordem Maçônica depende em muito do padrinho, pois, conforme for sua escolha ou indicação terá a Maçonaria, excelentes obreiros ou simplesmente maçons incapazes de desenvolver o trabalho a que ela se propõe, que é oferecer meios que facultem melhores dias para a humanidade ser feliz.

Os meios apresentados pela instituição maçônica para que possa a humanidade ser feliz, é de simplicidade ímpar, bastando que os maçons os exercitem e os coloque em prática no mundo profano.

Na prática dos meios estabelecidos pela Ordem Maçônica, deve o maçom pregar:

1º - o amor como meio primordial de resolução de qualquer problema e união das pessoas;

2º - que através do aperfeiçoamento dos costumes é possível se viver em sociedade sem tumulto;

3º - que se exercitando a tolerância com paciência, se evita atritos entre as pessoas;

4º - que todos são seres humanos com ideias próprias e como tal, devem ser tratados com igualdade e respeito, inclusive se respeitando à autoridade e à crença de cada um, não se estabelecendo para isso, fronteiras ou raças, até porque todos são efetivamente iguais.

Daí uma grande responsabilidade do padrinho na indicação do candidato, porque deve ele ter perspicácia de saber se seu escolhido pode ou não, desenvolver as atividades maçônicas na forma como lhes forem ensinadas e exigidas.

Por essa e outras razões é que dizemos que o padrinho ou proponente, deve ser considerado tão importante quanto o próprio candidato a maçom, vez que, é o responsável direto pelo seu afilhado.

Perante a Assembleia da loja, o Padrinho garantiu através de documento assinado, que seu escolhido reúne todas as qualidades exigidas pela Ordem para que ele possa pertencer a seu quadro.

A responsabilidade que tem início na escolha do candidato deve continuar durante toda a vida maçônica dos dois (Proponente e Candidato), nunca o padrinho permitindo que seu afilhado se engendre em caminhos tortuosos, orientando-o sempre da melhor forma, para que o seu convidado possa vir a galgar graus, exclusivamente por merecimento.

Ao padrinho Maçom compete conhecer muito bem o candidato, bem como, necessário se faz conhecer a família do mesmo. Quando algum profano se inicia na Ordem Maçônica, também tem ingresso sua esposa e seus filhos e demais familiares, razão pela qual, é de suma importância à participação efetiva de todos os membros da família, para a realização dos mais diversos atos, tais como solenidades festivas, Ordem DeMolay, Filhas de Jô, movimentos caritativos etc.

Logo, é necessário que o padrinho tenha muita cautela na escolha do afilhado, devendo para isso, conhecer seu relacionamento familiar, seu procedimento junto aos colegas de trabalho, sua situação econômica, sua disponibilidade financeira, sua disponibilidade de tempo para acompanhar os interesses da Ordem, seu grau de cultura, sua desenvoltura no manejo das palavras e principalmente, seu grau de percepção no entendimento dos assuntos a ele expostos.

Um profano só deve ser convidado a ingressar na Maçonaria, quando ele demonstre sem sombra de dúvidas, interesse para isso e quando sua esposa, se casado for, não apresente qualquer sintoma de má vontade.

O padrinho, ao apresentar o nome de seu candidato através de Pré-Proposta para que a Assembleia decida se deve ou não ser liberada a Proposta Definitiva, quando aprovada, está ele investido de uma autoridade delegada por irmãos que confiam piamente nele, entendendo que esse padrinho traga ao seio da Maçonaria, um futuro irmão, que preserve os costumes da Ordem.

Contudo, a responsabilidade do padrinho não para por aí, porque dele depende o comportamento do seu afilhado, tendo o padrinho como exemplo, cujo padrinho também é responsável pela manutenção destes costumes.

O padrinho deve aparecer para o seu afilhado como sendo o Mestre dos Mestres, deve ser como um “Pai”, um grande amigo, um confidente conselheiro procurando iluminá-lo, de forma que seus passos na conquista dos graus sejam alcançados exclusivamente por mérito. Logo, ao Padrinho compete dar bom exemplo para seu afilhado inclusive, cumprindo rigorosamente com suas obrigações pecuniárias junto a Ordem.

É bom lembrar que o padrinho tem o dever de procurar seu afilhado, quando este se encontre inadimplente com a Loja ou Grande Loja, pois, quando o padrinho apresentou o nome do seu proposto, afirmou categoricamente mediante documento assinado, está em condições de responder pela idoneidade moral e financeira do candidato.

Em outras palavras, o padrinho quando apresenta a Assembleia o nome de um candidato, verifica-se que quase ninguém conhece o apresentado. Ocorre que os membros da Assembleia simplesmente acreditam nas afirmativas do irmão e aprovam o envio da Proposta Definitiva. Todavia, quando se formaliza o processo com sindicâncias e documentos comprobatórios da idoneidade do candidato, é de bom alvitre que o Venerável Mestre oriente aos sindicantes no sentido de que sejam exigentes, não apenas confiando nas informações do proponente, porque, mesmo sendo o proponente um maçom, não deixa de ser um ser humano passível de erros.

Infelizmente acontecem casos em que o Padrinho depois da iniciação do afilhado, se afasta da Ordem como se dissesse: vou deixá-lo no meu lugar.

Outras vezes se observa o afilhado cobrando do padrinho as responsabilidades que este não vem cumprindo. Em verdade, conforme já dito, o padrinho deve ser o espelho do seu convidado.

Deve ser estabelecido como princípio maçônico, que o nome de um candidato não surge apenas de uma vontade profana, mas de uma “predestinação divina”. Resumindo: é o G.´.A.´.D.´.U.´. que passa às mãos de um maçom que recebe o título de “apresentador” ou “padrinho”, aquele que de fato e de direito, merece ser iniciado nos AAug.´. Mistérios da sublime Ordem Real.

Quando um irmão recebe a incumbência determinada pelo G.´.A.´.D.´.U.´. de propor um candidato, deve se conscientizar dos encargos que advêm com aquela apresentação. Por isso, não deve fazer a escolha motivado pela emoção, mas tão somente, por força da razão.

O Padrinho tem o dever inclusive, de no dia da iniciação, conduzir seu afilhado até o local onde será iniciado.

Depois de iniciado, ao padrinho compete dotar o neófito das condições básicas para que ele possa se desenvolver com satisfação e entusiasmo.

Deve ainda o proponente, orientar o afilhado na parte ritualística.

As qualidades do neófito serão adequadamente desenvolvidas, passando a compreender o universo que representa a instituição maçônica.

Deve também o padrinho capacitar seu afilhado no uso da sabedoria, ensinando-o a exercitar a paciência e ficar observando de forma contínua todos os procedimentos, seja ritualístico ou não. Se o afilhado realmente for pessoa merecedora e tiver alcançado seu objetivo com a iniciação que o transformou em maçom, será capaz de absorver com clareza qualquer informação que lhe chegar.

Ainda compete ao padrinho, fortalecer o entusiasmo e o dinamismo do seu afilhado, levando-o ao deslumbramento da iniciação, explicando de forma inteligível todo o processo iniciático, inclusive, mostrando que o simbolismo da iniciação está exatamente na morte do homem profano para que nasça o maçom. Com isso, deve o padrinho exaltar toda a magnitude da Maçonaria como Instituição, como elemento agregador e fortalecedor de nossos pensamentos, deixando o afilhado apto e vigoroso para enfrentar e ultrapassar todos os obstáculos, os quais, na sua maioria, são trazidos por falsos maçons imbuídos de vaidades e com imposição de ideias desagregadoras.


(Desconheço o autor)

TEMPLÁRIOS, MAÇONARIA E ILLUMINATI - O QUE HA POR TRAS DAS "SOCIEDADES SECRETAS"




As sociedades secretas atiçam a imaginação do público há milênios. O fascínio em relação a elas tem origem em mistérios e lendas. São comuns teorias da conspiração que vinculam grupos como os Illuminati aos mais diversos fatos, desde a Revolução Francesa até o assassinato de John Kennedy. Mas é importante separar fato da ficção. Aqui estão as histórias reais por trás de algumas das sociedades secretas mais célebres da história.

1 - Cavaleiros Templários

Os Cavaleiros Templários eram guerreiros dedicados a proteger os peregrinos cristãos que viajavam até a Terra Santa durante as Cruzadas. A ordem militar foi fundada por volta de 1118 por Hugues de Payens, um cavaleiro francês. Sediados no Monte do Templo, em Jerusalém, seus membros se comprometiam a levar uma vida de castidade, obediência e pobreza, abstendo-se de jogos, álcool e até palavrões.

Mas os Cavaleiros Templários ficaram conhecidos por outros fatores, além de suas proezas militares e estilo de vida. Eles se tornaram uma das forças mais ricas e poderosas da Europa após a criação de um banco que permitia aos peregrinos depositar dinheiro em seus países de origem e retirá-lo na Terra Santa.

Sua influência aumentou de forma significativa em 1139, quando o papa Inocêncio II emitiu uma bula papal isentando-os de pagar impostos e decretando que a única autoridade à qual tinham que responder era o papa. No auge de seu poder, os Cavaleiros Templários possuíam a ilha de Chipre, uma frota de navios e emprestavam dinheiro aos reis. Mas nem todos estavam felizes com a situação.

Quando as Cruzadas terminaram, os Cavaleiros Templários se retiraram para Paris, onde se concentraram em seus empreendimentos bancários. Em 13 de outubro de 1307, o rei Filipe IV da França, a quem os Templários negaram empréstimos, prendeu e torturou um grupo de cavaleiros até que confessassem falsamente a prática de atos de depravação. Em 1309, dezenas de seus membros foram queimados na fogueira por seus supostos crimes.

Sob pressão da coroa francesa, o papa Clemente V dissolveu formalmente a ordem em 1312 e distribuiu sua riqueza. Logo, boatos de que os Cavaleiros Templários guardavam artefatos como o Santo Graal e o Sudário de Turim começaram a fervilhar entre os teóricos da conspiração. Livros e filmes populares como O Código Da Vinci ainda continuam a inspirar curiosidade sobre os Cavaleiros Templários.

2 - Maçonaria

A origem dos maçons remonta à Idade Média na Europa, época em que a maioria dos artesãos se organizava em guildas. Os construtores de catedrais, por natureza da profissão, precisavam viajar de cidade em cidade (a palavra "maçom" tem origem francesa e significa "construtor" ou "pedreiro"). Eles se identificavam por meio de sinais de seu ofício, como o esquadro e o compasso, que formam o símbolo icônico da Maçonaria.

A referência mais antiga aos maçons está no Poema Regius ou Manuscrito Halliwell, que foi publicado em 1390.

A Maçonaria não é uma religião, embora seus membros sejam incentivados a acreditar em um princípio criador, ou "Grande Arquiteto do Universo". Os templos maçônicos e os rituais secretos colocaram a instituição em conflito com a Igreja Católica. A Igreja condenou os maçons pela primeira vez em 1738, emitindo cerca de 20 decretos contra eles. Em 1985, os bispos católicos romanos reafirmaram essas restrições em face de um número crescente de católicos que aderiram à ordem. Atualmente, existem no mundo aproximadamente  7 milhões de maçons.

3 - Illuminati

Os Illuminati foram fundados pelo professor Adam Weishaupt na Baviera em 1º de maio de 1776. Irritado com o poder da Igreja Católica conservadora e da monarquia da Baviera, ele procurou deixar para trás a religião organizada em favor de uma nova forma de "iluminação" por meio da razão. Inspirado pela expansão do Iluminismo pela Europa, ele também buscou inspiração nos jesuítas, nos Mistérios dos Sete Sábios de Memphis, na Cabala e nos maçons. Weishaupt até mesmo infiltrou-se em lojas maçônicas com o objetivo de recrutar alguns dos homens mais ricos e influentes da Europa para sua ordem.

Diversos membros dos Illuminati da Baviera, chamados de "Perfectibilistas", vieram das elites sociais, incluindo nobres como o ex maçom Barão von Knigge e o escritor Johann Wolfgang von Goethe. Toda a comunicação da ordem era feita por meio de códigos e seus membros adotaram alcunhas clássicas (a de Weishaupt, por exemplo, era Spartacus).

A organização floresceu antes de ser eliminada durante o reinado de Carlos Teodoro na Baviera. Em 1787, ele emitiu um decreto que previa a pena de morte para os Illuminati. Mas o fim da ordem na Baviera não acabou com os boatos sobre suas atividades clandestinas. Teóricos da conspiração vincularam o grupo a acontecimentos como a Revolução Francesa e o assassinato de JFK. Os Illuminati serviram de inspiração para obras como Anjos e Demônios, de Dan Brown, e O Pêndulo de Foucault, de Umberto Eco.

Fonte: History.com



julho 31, 2021

DEBATE MAÇONARIA PÓS PANDEMIA






As Lojas Virtuais *Luz e Conhecimento nº 103 – GLEPA* e *Lux in Tenebris nº 47 - GLOMARON*, por seus Veneráveis Mestres *Ednilson Ferreira da Silva* e *Izautonio Machado* convidam para uma reunião conjunta online, aberta a maçons de todos os graus.

*Debate: Maçonaria Pós-pandemia*.

Dia *31 de julho de 2021* (sábado)

Brasília: 19:30🇧🇷, Rondônia: 18:30🇧🇷, Londres: 22:30🇬🇧, Nova York: 18:30🇺🇸

*Debatedores*:

☆ Domingos Léo Monteiro, filiado ao GOP/SP.

☆ Flávio Mota de Araújo, filiado à GLOMARON.

☆ Fuad Haddad, filiado ao GOB/MG.

☆ Juliano Milan Toscano Barreto, filiado à GLMMG.

☆ Michael Winetzki, filiado à GLESP.

☆ Paulo Benevenute Tupan, GM da GLOMARON.

☆ Roberto Zardo, filiado à GLSC.

☆ Waldemar Antonio Grazioso Saroka (Tuka), filiado à GLESP.

*Acesso (Zoom)*: https://zoom.us/j/94068975114?pwd=dDFoWmFRNE9nNTBTZ0U0dHJLb0RnZz09

ID reunião: 940 6897 5114

Senha de acesso: 862187

*Orientações aos participantes*:

• A sala virtual será aberta 30min antes para admissão dos Irmãos, testes e ajustes;

• Escolha um local livre de ruídos e interferências, com um mínimo de privacidade;

• Vestimenta: Traje informal, com camisa ou camiseta de manga, compatível com uma reunião;

• Evite se alimentar ou fumar durante a reunião com o áudio/vídeo aberto;

• Sua participação implica em autorização tácita de divulgação de sua imagem e voz.

🔺 Reunião exclusiva a maçons. Este convite pode ser compartilhado com maçons de potências regulares e reconhecidas.

julho 30, 2021

O QUE A MAÇONARIA FAZ? - Gustavão Velásquez M.'.M.'.


 


No meu entender a  Maçonaria como uma escola que visa despertar  o nosso estudo ao autoconhecimento, a nossa reflexão sobre a nossa postura e o livre arbítrio de nosso pensar agir, realmente se bem entendida, até faz acontecer.

Mas o que ela faz acontecer?

Diria eu que,  antes de  nos  dar condições  de ajudar no crescimento da humanidade, no desenvolver da sociedade em que estamos inseridos,  ela  visa nos despertar na busca em nosso  autoconhecimento.... 

De nosso EU... 

QUEM SOMOS!!!

E é essa a grande luta que inicialmente travamos e devemos continuar a travar:

VENCER AS NOSSAS PAIXÕES!!!

Vencer nossas paixões, um grande desafio!!!

O interessante nesse desafio é que precisamos nos policiar em evitar aquilo que sabemos não ser permissível em determinadas circunstâncias.

Diria eu que a grande provação é saber resistir em algo que nos tenta, que as vezes é prazeroso mas nos faz mal, ou melhor, quando sentimos que faz mal a nós ou às pessoas a quem queremos o  bem 

O QUE NOS FAZ MAL?

Comer doces em excesso quando somos diabéticos ou temos propensão a ela?

Beber ou fumar quando temos propensão a doenças pré existentes em nosso DNA?

Comer em demasia quando sabemos ser prejudicial a nossa saúde?

Falarmos, escutarmos, lermos,  assuntos, que nos deixam desgostosos, revoltados e nada acrescentam em nosso pensar?

Criarmos inimizades gratuitas apenas por não concordar com nosso interlocutor?

E QUANDO NOSSAS PAIXÕES FAZEM MAL ÀS PESSOAS?

Ter pensamentos ou sentimentos negativos para com os outros, mesmo sabendo que apenas  nós mesmos estaremos sendo prejudicados?

Agredir com atos e palavras as pessoas, apenas pelo prazer de agredir.

Usar em diálogos antagônicos, tão normais entre livres pensadores, formas de expressões agressivas, sem urbanidade e candura?

Quebrar regras e normas previamente aceitas, pelo simples fato de querer chamar a atenção e  ser o centro da discórdia?

Nos expor sem preocupação com o próximo, em ambientes ou locais de risco,  mesmo sabendo que são perigosamente prazerosos?

Procurar celeumas em ambientes ou locais inapropriados?

QUERER MAL AO OUTRO É COMO TOMAR VENENO E QUERER QUE O OUTRO MORRA!!! 

VENCER NOSSAS PAIXÕES!!!

QUÃO DIFÍCIL É!!!

Bom dia meus irmãos. 


TACANHA BENEFICÊNCIA - Roberto Ribeiro Reis

 








Roberto Ribeiro Reis é intelectual e poeta, da ARLS Esperança e União 2358 de Rio Casca, MG.,


O ágape que te sacia

Se contrapõe a sacola vazia

Que, amiúde, retrata o desdém;

Esse quê de displicência

Defenestra a beneficência, 

Uma esmola ou algo aquém. 


Essa avareza que viceja

É tamanha, mas a cerveja

Nunca falta no salão;

Uma mesquinharia que subverte, 

Tanto que o Venerável adverte 

A necessidade de melhor doação. 


Que façamos a reflexão 

Com bastante complacência, 

E que isso nos seja exigência, 

Realizada com coração.


A riqueza que nos é dada

Pelo GADU foi planejada,

Sob forma do necessário;

Quando um irmão te bate à porta,

Demostres que o que importa

É fazer o bem, dividindo o salário.



LIBERDADE DE PENSAR




O Trabalho Maçônico com base no Estudo para combater a ignorância, deveria ser de natureza Gnosiológica. 

A busca pelo Conhecimento deve sempre ser ilimitada, e preferencialmente executada através da conceituação da Teoria do Conhecimento: Gnosiologia. 

E no desempenho dessa tarefa, quando forem encontrados obstáculos, não devem ser considerados intransponíveis, pois se o Pensamento Maçônico assim não entendesse, estaria incorrendo em contradição.

A Maçonaria não tem afinidade com o limite da Liberdade de Pensamento, que é dogmática e é a teoria que reafirma a capacidade do Espírito humano de conhecer a Verdade e, certamente, em sua mais pura e absoluta realidade. 

Se em vez disso, houvesse tal limite, e a Maçonaria assim o entendesse, deveria constar de sua Lei Maior - a Constituição, que tem como objetivo primordial a busca incessante da Verdade. 

Uma das características do Pensamento Maçônico é o Relativismo, que se contrapõe ao Absolutismo, entendido o Relativismo como o caráter atribuído ao Conhecimento humano, por considerá-lo impotente para alcançar a Verdade incapaz de atingir o Absoluto. 

Assim, forçoso é que se reconheça que a Filosofia Maçônica nada tem a ver com o Transcendentalismo, entendido como determinada propriedade que esteja acima de uma Ordem de Realidade. 

Ao contrário do entendimento de alguns intelectuais maçônicos, a Linha de Pensamento da Instituição não é privativa deste ou daquele Rito, visto que se traduz no que está gravado na Constituição do Grande Oriente do Brasil (GOB) desde os primórdios, isto é, desde a promulgação da Primeira Constituição.

De outra parte, como a Maçonaria não é - e jamais será - uma Entidade religiosa, o fato de constar como postulado de sua Legislação Maior - a Constituição, o reconhecimento da existência de um Princípio Criador;

Tal circunstância não enfraquece ou afasta os objetivos iniciais contidos em seus Princípios Gerais, principalmente no capítulo em que afirma ser o Sectarismo Político, Religioso ou Radical, incompatível com a universalidade do Espírito Maçônico. 

Os Postulados universais da Instituição Maçônica, não contém nenhum Princípio Transcendental interpretado dentro do Simbolismo.

O fato de Conhecimentos de Caráter Ritualístico e Simbólico serem transmitidos somente aos Iniciados, não tem a característica de transformar a Instituição Maçônica em uma Entidade Mística, ou voltada para o Transcendentalismo Dogmático.

O termo Místico é entendido no sentido da prevalência da natureza emocional e estranha às Leis do Pensamento Lógico.

O Caráter Esotérico, sendo ele próprio relativo, caso a expressão Caráter Esotérico for entendida como sendo a transmissão de ensinamentos apenas e tão somente aos lniciandos. 

Se aos Maçons fosse vedado transmitir a Filosofia Maçônica ao Mundo Profano, não teria a Maçonaria razão de existir, pois o Artigo da Constituição do Grande Oriente do Brasil (GOB), em seu inciso IX, recomenda expressamente a divulgação de sua doutrina pelo exemplo da palavra. "

Desta maneira, o que se reveste deste Caráter Esotérico é, exclusivamente, a Ritualística e o Simbolismo. 

Resumindo, poder-se-ia dizer que os fatos: 

•De se Consagrar a Lei Maçônica à existência de um Princípio Criador; de possuir em sua sessões o Livro da Lei, e de revestir-se de característica iniciática, não significa que delimite o livre pensamento, estrangulando-o pelo dogmatismo. 

Assim, caberia finalizar afirmando que: a Liberdade de Pensamento deve sempre ser a base e o arcabouço de toda a Filosofia Maçônica!

(desconheço o autor)

julho 29, 2021

E DÁ-LHE MIMIMI - Newton Agrella

 


Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais destacados intelectuais maçônicos do pais.

Impressiona como tudo hoje em dia é mimimi.

A sensibilidade humana anda mais doída e aguda que a reles picada de uma agulha.

Nada pode ser dito, sem que um prévio patrulhamento se mostre alerta, esteja vigilante e atento, tal qual a porta giratória de uma agência bancária.

A troca de informações ou a simples ovservação por alguma atitude desavisada, a utilização de algum vocábulo que enseje interpretação dúbia, ou até mesmo uma leve brincadeira,  podem assumir consequências inesperadas, atingindo proporções que beiram o fim do mundo.

Escrever então, tem sido um ofício mais que desafiador.  

Seja em prosa ou versos, as palavras tem que percorrer um caminho cheio de cuidados, enfrentando  curvas, aclives e declives, de forma que jamais colidam com eventuais pensamentos ou conceitos que divirjam de quem compartilha da leitura.

Instaurou-se uma espécie de tribunal de juizos seletivos, de sorte que o texto tenha que se submeter a um crivo de censura preventiva, para saber se vai causar algum malefício ou não.

Interessante que esse arcabouço de precauções se manifesta em praticamente todas as esferas da sociedade. 

Seja na mídia, nos canais de comunicação, nos grupos de WhatsApp, e até mesmo numa roda entre amigos ou familiares. 

O fenômeno é recorrente. 

O mimimi, é o sinal do tempo, o refém e o algoz da comunicação. Tornou-se o delimitador das ideias  pois sabe-se lá qual será a reação do interlocutor.

De qualquer modo, é vida que segue, e com ou sem mimimi, a liberdade de expressão e de pensamento deve permanecer assegurada, como o exercício democrático da vida.


VOLTAR AO PASSADO - Pedro J. A. ALBANI


Pedro Jorge de Alcantara Albani - Acad. Maçônica de Letras de Juiz de Fora e Região - ARLS Montanheses Livres 


Toda pessoa tem um momento na vida que busca a sua origem, tentando se reencontrar. Lá estava no ônibus fazendo toda a trajetória de retornou, ficava para trás curvas e quilômetros de estradas. 

Enquanto viajava, pensava na tranquilidade do local, com seus rios borbulhantes, que desviavam das pedras em seu percurso, entre uma queda e outra formavam remansos que era a alegria das crianças, que brincavam em suas águas, ao redor do rio uma mata exuberante, que eram cortadas por pássaros de várias cores e cantos.

A cada curva lembranças brotavam em meus pensamentos, as pessoas que falavam sem maldade, com sua gíria local, algumas chamavam de uma linguagem cabocla, eu preferia imaginar ser a nossa gíria do mato.

Pensavam na receptividade das pessoas do local, marcas dos moradores do interior, que sempre recebiam os que chegavam com o sorriso e deixava um adeus para os que partiam. Quando os ônibus chegavam à cidade era tradição, as pessoas pararem para receber os visitantes;

Lá no alto do sopé da serra, avistei minha cidade perdida no recortar verde do campo. A cada metro novos pensamentos saíam do baú de minha memória, poderia reviver e contar as histórias de minha infância, com aqueles que faziam parte dela.

Pensava como seria a recepção, quem estaria lá para nos receber, quantos abraços receberia e quantas lágrimas de saudade tiraria dos olhos dos meus amigos.

Porém ao chegar, não tinha mais do que cinco pessoas na estação, todos queriam somente receber os seus. Pareciam frios seres humanos da cidade, sem o calor de quem ama os amigos.

Minha cidade havia perdido o encanto, as ruas eram de cor cinza, não havia mais o chão batido, que outrora corríamos atrás da bola. As casas eram cercadas de muros que isolavam uns dos outros, e distanciava o bate papo.

De onde estava procurei a mata que cercava nosso rio, já não podia chamar assim, parecia um valão a carregar toda a impureza da cidade. Da mata havia sobrado somente uma majestosa árvore, que deveria esta se sentindo tão solitário como eu. As pessoas que conhecia já não estavam mais lá, haviam sido empurradas pelo progresso. 

Do todo meu passado somente havia ficado uma árvore, que teimosamente ficou para trás, esperando os filhos da terra para assim compartilhar a dor da saudade.