agosto 07, 2021

O GRANDE ARQUITETO - Sidnei Godinho


O conceito de um Grande Arquiteto, ou Princípio Divino Inteligente que constitui o foco espiritual e a Base Imanente da Grande Obra da Construção particular e universal, tem representado sem dúvida, em todos os tempos, o fundamento da crença dos Construtores.

Este mesmo conceito constitui o Princípio Cardinal da Maçonaria Moderna, pois não possuem valor maçônico os trabalhos que não forem feitos "a glória" deste Princípio, isto é, com o fim de que a espiritualidade latente em todo o ser e em toda a coisa, encontre por meio dos mesmos sua expressão ou manifestação mais perfeita.

Trata-se, sem dúvida, de um conceito iminentemente iniciático, isto é, no qual ingressamos progressiva e gradualmente à medida em que nossos olhos espirituais se abrem à luz maçônica.



Assim pois, enquanto no princípio é dada a cada maçom a liberdade de interpretar esta expressão de Grande Arquiteto conforme suas particulares ideias filosóficas, opiniões e crenças (teístas e ateístas, considerando-se neste último caso o Grande Arquiteto como expressão abstrata da Lei Suprema do Universo), posteriormente, será conduzido gradualmente, por meio de seu próprio trabalho interior e do esforço pessoal com o qual obtém todo progresso, a um reconhecimento mais perfeito, a uma realização mais íntima e profunda deste Princípio.

Ao mesmo tempo imanente e transcendente, que constitui a base e a essência íntima de tudo o que existe.

Ao redor desta idéia central (cujo caráter iniciático a diferença de todo conceito ou crença dogmática) tem-se agrupado, como em torno de seu centro natural, as diferentes tradições, símbolos e mistérios que constituem outras tantas aplicações e expressões do Princípio Fundamental à interpretação da vida e a seu aperfeiçoamento.

Desta maneira, sem impor opinião ou crença alguma, mas deixando a cada um a liberdade de interpretar esta expressão simbólica segundo sua particular educação e suas convicções todos são naturalmente conduzidos para uma mesma Verdade, esforçando-se em penetrar cada um mais interiormente, chegando ao fundo de sua própria visão e crença, que (como todas) tem de ser tolerada, respeitada e interpretada como um dos infinitos caminhos que conduzem à Verdade.

Aceitar a onipotencia de um GADU é se reconhecer como uma ínfima partícula na constituição dessa grandeza imensurável.

É ser uma centelha de onde se inicia a chama maior e se faz a vida e tudo que nela há, sob A.'.G.'.D.'.G.'.A.'.D.'.U.'.

Bom dia meus irmãos.

agosto 06, 2021

O MAÇOM BUSCA O CAMINHO DA VERDADE - Sidnei Godinho








Meus Irmãos, A busca por autoconhecimento, assim como todas as coisas em nosso caminho, jamais será em vão.

Pode começar de muitas formas, mas ao final, nos encontraremos em um local onde a verdade se manifesta em plenitude.

Acreditando que todo ser humano é um eterno aprendiz, mergulhado nos infindáveis mistérios da criação.

Ninguém é dono da verdade.

Por isso, a prática do autoconhecimento, não pode jamais estar vinculada, unilateralmente a uma determinada corrente de pensamento; seja esta de fundo místico, ideológico ou religioso.

O aprendiz deve ser crítico disposto a separar com sabedoria o joio do trigo, com muito cuidado.

Somente através da busca constante da sabedoria, somos capazes de penetrar no mais secreto e oculto de todos os mundos - nosso eu interior - e descobrirmos o maior de todos os tesouros escondidos debaixo dos Céus.

Trata-se da centelha divina que trazemos dentro de nós, que nos torna capazes de refletir, aqui na terra, uma pequena fração do poder e da glória do Grande Criador do Universo e transformar nossa personalidade para melhor, mediante o desenvolvimento da espiritualidade.

E aprender que, mudando a nossa personalidade para melhor, tudo à nossa volta se torna também melhor, exatamente como os velhos sábios ensinaram em escritos antigos de alquimia.

Dizem ter descoberto a pedra filosofal com a qual se pode transformar qualquer metal em ouro.

Porque, quando se lapida a alma com todo labor e persistência, eliminam-se as escórias de nossa personalidade, representadas simbolicamente pelos metais inferiores e surge polido e purificado o OURO ESPIRITUAL ou a pedra filosofal dos antigos alquimistas; ou ainda a pedra angular descrita na Bíblia, já que ambos significam a mesma coisa.

O conhecimento da Arte Real pode ser estudado, mas não pode ser assimilado sem que seja devidamente incorporado à personalidade através de uma prática metódica e constante.

A partir de então, deve conscientizar de que a fé é um poder tremendo que qualquer pessoa pode utilizar para a realização dos seus propósitos, independente da sua religião ou crença.

Também, pode ser utilizado tanto para edificar a espiritualidade, objetivo maior da vida humana, como para atingir objetivos puramente materiais.

Entretanto, aqui na nossa confraria, está a diferença entre o profano e o iniciado: Quem utilizar esse imenso poder original de Deus para coisas mesquinhas ou negativas pode descer aos abismos infernais de acordo com a lei universal de ação e reação, porque não a usou com sabedoria.

Quem usar o Poder Divino com cuidado e sabedoria pode ascender aos céus inefáveis da consciência espiritual.

Todo Maçom deveria saber utilizar os segredos da ‘Ciência Incomunicável’ como a sabedoria que consiste simplesmente em utilizar o nosso poder criador para desenvolver os nossos dons inatos e para realização de nossos ideais sublimes na vida.

Todos nós temos um nobre ideal na vida.

Cada um possui dons que lhe são inerentes.

Estes são os modos pelos quais se manifesta a vontade de Deus entre os Homens.

O poder criador é a centelha divina que trazemos dentro de nós que nos tornarmos capazes de refletir aqui na terra uma pequena fração da força e da glória do Grande Arquiteto do Universo.

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GRÃO-MESTRE e PRONOMES DE TRATAMENTO - Newton Agrella



Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais destacados intelectuais maçônicos do pais.

A liturgia e o tom solene são características marcantes da Sublime Ordem, que se refletem  na sua própria configuração linguística e vocabular.

As Formas de Tratamento ou pronomes de tratamento de que a Maçonaria se vale para se referir ou se dirigir especificamente a um "Grão-Mestre" estão ligadas à linguagem da Corte e da Nobreza européia em sí.

Não cabe contudo, determinar o que é certo ou errado, posto que as diferenças são atribuídas às próprias  influências históricas e culturais e de que forma a Maçonaria adotou-as.

Especialmente em nosso país, o Grande Oriente do Brasil e a maioria dos Grandes Orientes Independentes adotaram o termo "Soberano". 

Por outro lado, as Grandes Lojas brasileiras optaram pelo pronome de tratamento "Sereníssimo".

Não havendo portanto um consenso nesse sentido.

Historicamente, o termo advindo da Maçonaria Inglesa é "Most Worshipful"  (Mui Venerável) que para a língua portuguesa assumiu a tradução e versão de "SOBERANO".

O verbo "to worship" significa, venerar, adorar, cultuar, admirar...

Outrossim, SERENÍSSIMO, de acordo com registros históricos, foi o termo utilizado  na França em 1743.

Louis de Bourbon, Conde de Clermont, havia sido eleito primeiro Grão-Mestre da Grande Loja da França. 

Por tratar-se de um príncipe de sangue real, ele tinha o direto de receber o tratamento de "SERENÍSSIMO".  

Fato é, que por uma questão de circunstâncias e especialmente em face do carisma e preciosismo que ambos pronomes representam, bem como em razão da importância de que o cargo se reveste, os dois termos acabaram sendo adotados pelas Obediências brasileiras, ao critério de cada uma.

Cabe ainda destacar que de acordo com alguns historiadores maçons brasileiros, o pronome de tratamento originalmente utilizado pelo Grande Oriente do Brasil ao referir-se ao Grão-Mestre era "SAPIENTÍSSIMO", que acabou caindo em desuso.

Sob o ponto de vista semântico,  "sereníssimo", como superlativo do adjetivo sereno, remete à ideia daquele que possui serenidade de espírito, calma e tranquilidade, ou seja; atributos importantes a um Grão-Mestre.

O Grande Oriente de São Paulo, após sua desfederalização do Grande Oriente do Brasil em 15 de Setembro de 2018, acabou adotando, em razão das circunstâncias históricas, o termo SERENÍSSIMO para se referir ao seu Grão-Mestre.

Ao final das contas, tratam-se de dois títulos de distinção que concomitantemente traduzem o respeito que os maçons prestam a autoridade maior da Obediência a que fizeram seu juramento ou compromisso.


Referências:

Castellani - Fragmentos da Pedra Bruta

Cumming I. - Freemasonry and Education 

Dicionário Oxford

agosto 05, 2021

DEÍSMO, TEÍSMO E ATEÍSMO - Rui Bandeira







Em peças anteriores, procurei chegar às definições de deísmo e teísmo, resultando, por contraste, também a de ateísmo. Hoje, pretendo relacionar estes conceitos.

Recordemos primeiro as definições que se utilizarão, para que se saiba sempre do que se está a falar:

Deísmo – posição filosófica que pretende enfrentar a questão da existência de Deus, através da razão, em lugar dos elementos comuns das religiões teístas tais como a “revelação divina”, os dogmas e a tradição.

Teísmo – posição que resulta da crença na existência de Deus através da fé, designadamente por via da crença na Revelação em textos sagrados e ou nas profecias de portadores de mensagens tidas como oriundas da Divindade.

Ateísmo – posição que postula a inexistência de Deus.

Em termos de oposição polarizada, ateísmo opõe-se a teísmo e deísmo. Quem postula a inexistência de Deus insanavelmente se opõe a quem postula a sua existência, seja pela fé, seja pela razão.

Entre teísmo e deísmo não existe uma relação de género – espécie, segundo o qual aquele contém este e este é uma das modalidades daquele.

Partilhando um elemento fundamental – a crença em Deus – teísmo e deísmo não são opostos entre si. Também não se relacionam em termos de um conter o outro. São, no entanto, conceitos manifestamente diferentes. Como se relacionam então entre si? E algumas destas posições partilha algo com o ateísmo? O quê?

Na minha opinião, existe uma relação de derivação, de acrescento, de evolução. A questão coloca-se entre crença (fé) e razão. Entre acreditar para além de ou sem evidência e acreditar em resultado de evidência. Entre instinto e raciocínio.

Quer em termos de Humanidade, quer em termos individuais, o instinto é um elemento básico de sobrevivência. Há muitas coisas que fazemos porque estamos geneticamente programados para o fazer. Não se pensa nisso.


Desde os primórdios dos tempos que a Humanidade se confrontou com o mistério da existência do Universo e da Vida. E não o consegue decifrar. Se hoje a Ciência nos esclarece sobre a forma como a Vida evoluiu e evolui, se nos fornece uma teoria sobre como evoluiu o Universo, desde o que se costuma designar por Big Bang, ainda não nos consegue elucidar sobre a Força que causou esse Big Bang e, portanto, esclarecer-nos como de nada se fez tudo. Relativamente à origem do Universo, hoje a ciência pode dizer-nos, com razoável acerto, o que e o quando, mas não consegue (ainda?) elucidar-nos sobre o como e muito menos sequer arranhar o porquê nem o para quê…

No entanto, este mistério primordial sempre preocupou e estimulou a curiosidade da Humanidade. Que, não podendo saber, inventou e acreditou, mas também especulou, analisou e racionalmente concluiu. Uns que não existia Divindade, porque nenhuma prova da sua existência descortinam. Outros concluindo que o próprio problema é a prova da existência de algo superior, de uma Força Criadora, em suma, de Deus.

Deísmo e ateísmo partilham entre si a Razão. Só que, pela Razão, chegam a conclusões opostas…

Deísmo e teísmo partilham entre si a Crença. Só que o teísmo prescinde da Razão para obter a Crença e aquele obtém esta em resultado daquela.

Deístas e ateus utilizam o mesmo meio de se transportarem, mas chegam a destinos diferentes.

Deístas e teístas usam diferentes meios para viajarem, mas chegam ao mesmo destino.

O teísta crê e, porque crê, racionaliza essa crença.

O deísta usa a razão e chega à crença.

Historicamente, ouso dizê-lo, primeiro a Humanidade, as sociedades, os indivíduos foram teístas. Depois, alguns dos indivíduos, partes das sociedades e da Humanidade, evoluíram para o deísmo, não se conformando em só acreditar, procurando e obtendo fundamento racional para a crença.

Embora em termos lógicos, para o deísta a razão preceda a fé, em termos cronológicos, a fé precedeu a razão.

Daí a minha afirmação de que o deísmo é uma evolução do teísmo. Daí que, na minha maneira de ver, não exista uma oposição entre teísmo e deísmo, mas uma evolução de teísmo para deísmo.

No teísmo existe fé. No deísmo existe fé e razão. Aquela criando a necessidade da intervenção desta. Esta fundamentando a existência daquela.

É com base nestas considerações que, finalmente, poderei chegar onde, desde o princípio queria chegar: procurar definir e relacionar entre si Maçonaria Deísta e Maçonaria Teísta, sem esquecer que existem também aqueles que se reclamam de integrarem uma Maçonaria que não será nem deísta, nem teísta, nem ateia, antes a reclamam de ser universal (ou liberal). Mas isso ficará para um próximo escrito.


Rui Bandeira - publicado no Blog “A partir pedra” em 30 de Outubro de 2008.

NOSSO IRMÃO ISRAELENSE - Roberto Ribeiro Reis


Roberto Ribeiro Reis é intelectual e poeta, da ARLS Esperança e União 2358 de Rio Casca, MG.,

Embora existam irmãos que merecem mais homenagens, recebo com emoção e uma pontinha de vaidade este belo poema que me é dedicado. Gratidão. 


ɴᴏssᴏ ᴄᴏɴғʀᴀᴅᴇ ɪsʀᴀʟᴇɴsᴇ

ɴᴀsᴄᴇᴜ ɴᴏs ᴀɴᴏs ᴄɪɴϙᴜᴇɴᴛᴀ

ᴇ ᴀs ᴠɪʀᴛᴜᴅᴇs ϙᴜᴇ ᴇʟᴇ ᴀᴘʀᴇsᴇɴᴛᴀ

ᴇxᴛɪʀᴘᴀᴍ ᴏ ᴘᴇɴsᴀᴍᴇɴᴛᴏ ɴᴏɴsᴇɴsᴇ.


ʀᴇsɪᴅᴇɴᴛᴇ ᴇᴍ ᴍᴏɴɢᴀɢᴜᴀ́,

ᴇʟᴇ ᴇ́ ɴᴏssᴏ ɪʀᴍᴀ̃ᴏ ʙʀᴀsɪʟᴇɪʀᴏ,

ᴄᴜᴊᴏ ɪɴᴛᴇʟᴇᴄᴛᴏ ᴀʟᴛᴀɴᴇɪʀᴏ

ᴊᴀ́ ᴇsᴄʀᴇᴠᴇᴜ sᴏʙʀᴇ ᴀ *“ᴄʜᴜᴛᴢᴘᴀ́”.


sᴜᴀ ᴄᴜʟᴛᴜʀᴀ ᴇʟᴇ ɴᴏs ᴇᴍᴘʀᴇsᴛᴀ

ᴄᴏᴍ ᴍᴜɪᴛᴀ ʜᴜᴍɪʟᴅᴀᴅᴇ ᴇ ғɪᴅᴀʟɢᴜɪᴀ,

ᴛᴇᴍ ʙʀᴀsɪʟɪᴅᴀᴅᴇ ᴇ ᴜᴍ ϙᴜᴇ̂ ᴅᴇ ᴘᴏᴇsɪᴀ

ɴᴀ ғᴏʀᴍᴏsᴜʀᴀ ᴅᴇ sᴜᴀ ᴘᴀʟᴇsᴛʀᴀ.


ᴜᴍ ɪʀᴍᴀ̃ᴏ ᴅᴇ sᴇʀᴇɴᴀ ғᴀʟᴀ,

ᴇ ᴅᴇ ᴅᴇ́ᴄᴀᴅᴀs ɴᴀ ᴍᴀᴄ̧ᴏɴᴀʀɪᴀ,

ϙᴜᴇ, ᴄᴏᴍ sᴜᴀ ᴍᴀᴇsᴛʀɪᴀ,

ᴊᴀ́ ᴅɪssᴇʀᴛᴏᴜ sᴏʙʀᴇ ᴀ ᴄᴀʙᴀʟᴀ.


ᴜᴍ ᴏʙʀᴇɪʀᴏ ᴅᴇ ᴇᴍᴏᴄ̧ᴏ̃ᴇs,

ʀᴇᴠᴇʀᴇɴᴄɪᴀ́-ʟᴏ ɴᴏs ᴄᴏᴍᴘᴇᴛᴇ,

ᴅᴇsᴅᴇ ᴀ “ᴀʀᴄᴀ ᴅᴇ ɴᴏᴇ́ ᴇ sᴜᴀs ʟɪᴄ̧ᴏ̃ᴇs,

ᴀ̀ ᴍᴀᴄ̧ᴏɴᴀʀɪᴀ ᴅᴇ ɪsᴀᴀᴄ ɴ. ᴀ̀ ɪɴᴛᴇʀɴᴇᴛ”.


ᴜᴍ ɪʀᴍᴀ̃ᴏ ᴅᴇ ᴍɪʟ ᴛᴀʟᴇɴᴛᴏs,

ϙᴜᴇ ғᴀᴢ ᴄᴏᴍ ϙᴜᴇ ᴀ ɢᴇɴᴛᴇ sᴇ ᴇᴍᴘᴏʟɢᴜᴇ,

ᴇ́ ʀᴇsᴘᴏɴsᴀ́ᴠᴇʟ ᴘᴏʀ ᴜᴍ ʙʟᴏɢᴜᴇ,

ᴅᴇ ᴍᴀᴄ̧ᴏ̂ɴɪᴄᴏs ᴇɴsɪɴᴀᴍᴇɴᴛᴏs.


sᴀʙᴇ ᴇxᴇʀᴄᴇʀ ᴀ ɪʀᴍᴀɴᴅᴀᴅᴇ,

ᴄᴏᴍ sᴀʙᴇᴅᴏʀɪᴀ, ғᴏʀᴄ̧ᴀ ᴇ ʙᴇʟᴇᴢᴀ;

sᴇᴜ “ᴄᴀᴍɪɴʜᴏ ᴅᴀ ғᴇʟɪᴄɪᴅᴀᴅᴇ”

ᴅᴀ́-ɴᴏs ᴀ̀ ᴠɪᴅᴀ ᴜᴍ ᴛᴏϙᴜᴇ ᴅᴇ ʟᴇᴠᴇᴢᴀ.


ʀᴇsᴜᴍɪ-ʟᴏ ᴇ́ ᴀ́ʀᴅᴜᴏ ᴏғɪ́ᴄɪᴏ,

ᴅᴀᴅᴏ sᴇᴜ ᴄᴜʀʀɪ́ᴄᴜʟᴏ ᴇxᴛᴇɴsᴏ,

ᴜᴍᴀ ᴠɪᴅᴀ sᴀ́ʙɪᴀ, ᴅᴇ ᴀʀᴛɪғɪ́ᴄɪᴏ,

ᴀᴛɪᴠᴀ ᴇ ɪʟᴜᴍɪɴᴀᴅᴀ, ᴀssɪᴍ ᴇᴜ ᴘᴇɴsᴏ...


ʀᴏʙᴇʀᴛᴏ ʀɪʙᴇɪʀᴏ ʀᴇɪs ⛬

ᴀʀʟs ᴇsᴘᴇʀᴀɴᴄ̧ᴀ ᴇ ᴜɴɪᴀ̃ᴏ 2358 


* ᴠɪᴅᴇ ᴀʀᴛɪɢᴏ ᴇsᴄʀɪᴛᴏ ᴘᴇʟᴏ ɪʀᴍᴀ̃ᴏ ᴀ ʀᴇsᴘᴇɪᴛᴏ ᴅᴏ ᴀssᴜɴᴛᴏ

agosto 04, 2021

QUAL A ESCRITA CORRETA - BOOZ OU BOAZ - Pedro Juk




Em 26/09/2018 o Respeitável Irmão Marcelo Rodrigues, Loja Justiça e Perfeição, 1178, GOB-RS, REAA, Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta a seguinte questão:

BOOZ ou BOAZ? Teria como dar uma luz?

CONSIDERAÇÕES:

A despeito de ser essa palavra de origem hebraica, muito já se escreveu sobre a de grafia de B∴. Alguns escritos são dignos de apreciação, enquanto que outros nem tanto. Muitos deles mais apregoam opiniões pessoais do que se preocupam em trazer qualquer contribuição para o tema.

Sob a óptica dos escritos confiáveis, muitos autores têm mencionado que a diferença da grafia está nos conformes com as duas principais versões da Bíblia – a Septuaginta, ou “Dos Setenta” e a Vulgata. Assim, explica-se:

A Septuaginta. Versão dos "Setenta" ou "Alexandrina" é provavelmente a principal variante grega por conta da a sua antiguidade e autoridade. Sua redação deu-se a partir da Bíblia hebraica no período de 275 - 100 a. C., sendo usada pelos judeus de língua grega que a preferiam no lugar do texto escrito em hebraico. Quanto ao título conhecido como a “Dos Setenta", o mesmo se deve ao fato de que a tradição judaica atribui sua tradução a “setenta” sábios judeus helenistas. 

Já o também título de "Alexandrina" é porque ela foi redigida em Alexandria. 

No que menciona a versão Septuaginta, a palavra que é o objeto dessa discussão é grafada como BOAZ (sem vogal dobrada).

A Vulgata. No sentido em curso, Vulgata é a tradução da Bíblia do grego para o latim que ocorrera entre os fins do século IV e início do V por São Jerônimo atendendo determinação do Papa Dâmaso I. É essa a versão que seria usada oficialmente pela Igreja Cristã. 

Cabe destacar, entretanto, que essa mesma Igreja, onde nos primeiros séculos da sua existência servia-se da língua grega, com o aparecimento da tradução latina da Vulgata, sobretudo a partir da edição de 1.532, consolidaria a utilização dessa versão latina.

No que menciona a Vulgata, a palavra que é o objeto dessa discussão tem a sua escrita grafada como BOOZ (com as vogais dobradas).

Ainda sobre esse tema, outras ponderações merecem considerações: A primeira delas se refere à quebra do monopólio da língua latina quando da realização da Reforma Protestante. Nessa ocasião a tradução da Bíblia foi feita por Martinho Lutero do latim para o idioma alemão. Nessa tradução germânica a palavra B∴ é escrita como BOAZ (sem vogais dobradas).

Outra ponderação importante é a de que, além da tradução protestante e germânica mencionada, também entre os britânicos o termo BOOZ é desconhecido. De fato, os ingleses só conhecem a palavra escrita como BOAZ.

Assim, dentre outras, a que eu reputo ser a mais importante é que a grafia BOOZ é desconhecida no vernáculo hebraico (origem do termo). Nele somente se conhece o termo BOAZ. 

Reforçando essa afirmativa, vejamos o que diz um Irmão conhecedor do idioma hebraico. Assim ele se pronuncia: 

“(...) acho que não se precisa nem de São Jeronimo, nem de Martin Luther (que não gostava de judeus), nem da Versão dos Setenta (feita para judeus tão helenizados que não sabiam mais ler hebraico). Peguem qualquer judeu que se preze (ou um que não se preza como eu) e vamos ao texto hebraico do Livro de Ruth. Está lá: Letra “Beit” (é o som do Bê), mais o sinal vocálico do som do Ó (é um pontinho), mais a letra “Áiin” com o sinal vocálico de A, mais a letra “Záin” que sempre tem som de Zê. Resultado: BOAZ”.

Por aí mais uma vez é possível se constatar que a grafia correta dessa palavra é BOAZ, nunca BOOZ, pois essa última, como demonstrado anteriormente, nada mais é do que uma corruptela da palavra apropriada, corruptela essa que fora adquirida por equivoco de São Jerônimo quando fez a tradução do grego para o latim. 

Explica-se a consagração e conservação em alguns casos dessa corruptela porque a Igreja Católica, alegando “respeito” ao tradutor bíblico, resolveu manter a tradição da Vulgata, ou seja, manteve o equivocado termo BOOZ no lugar do correto BOAZ. 

Não obstante a consagração de equívocos, diga-se de passagem, que não é só na Maçonaria latina que existem “entendidos” que adoram cultuar erros crassos – esse é um exemplo.

Em relação à Maçonaria propriamente dita e a utilização desses dois vocábulos (o certo e o errado), o fato é facilmente compreendido em se observando a qual vertente o rito pertence. Explica-se: Na pura vertente anglo-saxônica de Maçonaria (Craft inglês e norte-americano) utiliza-se apenas palavra é BOAZ (sem vogal dobrada tal qual ocorre originalmente na língua hebraica), enquanto que na vertente latina (francesa) de Maçonaria, da qual pertence o REAA∴, o termo comumente utilizado, por provável influência da Vulgata (latina por excelência), é a corruptela BOOZ (palavra etimologicamente inexistente). 

Foi desse modo que a Maçonaria brasileira – por ser quase que na sua totalidade filha espiritual da França – acabou adotando para os ritos de origem francesa a corruptela (BOOZ) haurida da Vulgata; É o caso, por exemplo, do Rito Escocês Antigo e Aceito praticado no Brasil.

Dado a isso, mesmo que exaustivamente comprovado que a palavra BOAZ não traga na sua escrita as consoantes dobradas “oo”, ainda assim muitos rituais insistem em utilizar a corruptela BOOZ (particularmente isso acontece no GOB).

Sob a luz da razão, eu penso que a Maçonaria, como investigadora da Verdade, deveria, nas Obediências que ainda insistem em manter o anacronismo de BOOZ, corrigir esse equívoco. Ora, se já foi demonstrado que etimologicamente a palavra correta é BOAZ, que sentido faz então se manter o que não é verdadeiro? Alegar tradição como fez na época a Igreja Católica?

O grande problema é que muitos maçons brasileiros “acham” que são grandes conhecedores da liturgia maçônica por possuírem parte da enxurrada de rituais que foram publicados pela Maçonaria Brasileira, esquecendo-se esses que a imensa maioria deles só comporta equívocos, invenções e enxertos. Infelizmente esses detentores de rituais têm nessa coleção temerária um apoio que lhes coloca com opinião irreversível. Desse modo, somos obrigados apenas a apontar os absurdos para que alguns possam avaliar melhor a situação – me disse um dia um grande Mestre: “não perca tempo discutindo com crânios blindados”.

Como a esperança é a última que morre, sempre há de existir uma Luz no fim do túnel. Nesse sentido, sugiro ao o Irmão que consulte uma excelente Peça de Arquitetura intitulada “Discussões Bíblicas – BOOZ ou BOAZ” de autoria do Irmão Willian Almeida de Carvalho e pode ser encontrada na Internet. Em minha opinião esse trabalho fecha o assunto e ainda dá subsídios para pesquisa sobre o tema.

Dando por concluído, não me custa alertar para que se tome muito cuidado com discussões ritualísticas oriundas de grupos de orientação formados na Internet. É prudente se compreender que nem tudo o que reluz é ouro. Muitas vezes nesse ambiente a grande maioria diz o que pensa, sem que haja antes uma avaliação acadêmica suportada por uma analise ponderada dos fatos. Simplesmente dizer que “eu tenho esse e aquele ritual antigo” não faz do pesquisador um arauto da verdade – antes de tudo é preciso se saber se as fontes procedem de água limpa.

A LIBERDADE NA INTERPRETAÇÃO DA SIMBOLOGIA MAÇÔNICA - Ivan Marzollo




Magritte pintou, entre 1928 e 1929, um célebre quadro em que representa um cachimbo sob o qual escreveu  “Ceci n’est pas une pipe.” ou, em português,  “Isto não é um cachimbo”. 

De facto, a pintura não é um cachimbo, mas a imagem de um cachimbo – e transmitir essa ideia era o intuito de Magritte. “O famoso cachimbo”, viria ele a confessar, 

“Quanto me censuraram por causa dele! E porém, alguém poderia encher o meu cachimbo? Não, pois é só uma representação, não é verdade? Por isso, tivesse eu escrito no meu quadro «Isto é um cachimbo», estaria a mentir.”

Um símbolo – do grego σύμβολον (sýmbolon) – pode ser um objeto, uma imagem, uma palavra, um som ou uma marca particular que represente algo diferente por associação, semelhança ou concessão. Deste modo, pode substituir-se um conceito complexo por um símbolo simples. 

O significante é evidente – constitui o símbolo em si mesmo; contudo, o seu significado pode ser obtuso, ou mesmo variável com o tempo, pois reside naquele que o descodifica, e cada um acaba por fazê-lo de forma pelo menos ligeiramente diferente dos demais. Por isto, é quase certo que, uma vez estabelecidos, os símbolos “adquiram vida própria”, alterando-se o seu significado com o passar do tempo. Por exemplo, a Estrela de David é um símbolo que começando por constituir – de acordo com a tradição judaica – uma marca aposta nos escudos com que os guerreiros do rei David se protegiam, adquiriu, a partir de certa altura, um caráter místico, passando a ser gravado como amuleto ou proteção, e acabando por ser adotada como símbolo do Estado de Israel.

Não pode falar-se de simbolismo maçônico sem citar a velha definição de maçonaria: 

*“É um sistema de moral velado por alegorias e ilustrado por símbolos”.*

De fato, a maioria dos símbolos usados em maçonaria é evocativa dos princípios morais com que a maçonaria se identifica. O importante são os princípios; os símbolos são apenas os meios usados para que não os esqueçamos. E, uma vez que cada um recorda de forma diferente, e interioriza o princípio de forma única e pessoal – pois que único, individual e irrepetível é cada indivíduo e a sua experiência de vida – seria um exercício de futilidade tentar-se exigir que o significado dos símbolos fosse sempre o mesmo para todos. De facto, nem tal seria proveitoso.

Uma das frequentes utilizações dos símbolos é como oportunidade e meio de autoanálise – e também por isso se diz da maçonaria ser especulativa – que permita a cada um determinar as suas próprias “asperezas” no sentido de as “polir”. 

Sendo as “rugosidades do espírito” diferentes de pessoa para pessoa – apesar da universalidade dos princípios, que podem aplicar-se a todos – cada um vê, sente e aplica o princípio a si mesmo de forma distinta da de todos os demais. 

Cada um pode, então, especulando, dar ao símbolo os significados que entenda, pois o símbolo é meramente instrumental – não tem nada de sagrado ou de “conspurcável” com este processo – para além de que atribuir novos significados a um símbolo não implica a perda dos significados mais convencionais, pelo que o diálogo sobre os mesmos continua a ser possível.

Dou-vos um exemplo que se passou comigo. Diz-se das lojas maçônicas serem “Lojas de S. João”. 

Mas de qual? A resposta convencional é dizer-se que de dois: de João Batista – conhecido pela sua retidão e verticalidade, implacável consigo mesmo e com os outros, a ponto de fazer com que lhe cortassem a cabeça – e de João Evangelista – apóstolo do amor, cultor da fraternidade, e promotor da tolerância. 

Ambos se celebram por volta dos solstícios – João Evangelista no de Verão, João Batista no de Inverno. Isto são as premissas. Os princípios a transmitir são os que foram expostos: o da retidão e verticalidade de espírito por um lado, e o do amor fraterno pelo outro. Estes significados são mais ou menos universais na maçonaria. 

Há quem refira, ainda, que os raios de sol no solstício de Verão estão no seu ponto mais próximo da vertical, e no solstício de Inverno no seu ponto mais próximo da horizontal. Partindo desta pista, ávido de explorar estes símbolos e de fazer boa figura ao apresentar a respetiva prancha, o aprendiz que eu era então não se ficou por aqui; procurou especular mais ainda. 

Notou que João Batista – o da Verticalidade – era celebrado por entre uma Luz predominantemente horizontal, e que João Evangelista – o do amor fraterno entre pares – o era quando a Luz Solar era mais vertical. 

Conclusão? 

“Devemos ser equilibrados e equilibrantes: retos e justos quando à nossa volta todos falem de fraternidade e tolerância, e tolerantes e fraternos quando insistam na aplicação dos princípios de forma implacável.”

São um significado e uma conclusão com alguma lógica? São – pelo menos, do meu ponto de vista. É um significado universalmente reconhecido? Não. E está certo? Ou está errado? 

Bom… para mim, parece-me certo, na medida em que foi instrumental para que aplicasse a mim mesmo os princípios referidos de forma mais eficaz. Para outros não resultará. Os símbolos são isso mesmo: instrumentos, meios, meras ferramentas coadjuvantes na prossecução de um objetivo maior. Aqui posso dizer: se da “adulteração” do significado “puro” e “convencional” do símbolo resultou  a melhor aplicação do princípio à minha vida tornando-me numa pessoa melhor, então – porque a ninguém prejudica o meu entendimento peculiar deste símbolo – o exercício foi profícuo. Se, para além disso, a alguém aproveitou para além de mim, então dou-me por muito satisfeito…


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agosto 03, 2021

OFICIAIS DO ARQUITETO - Roberto Ribeiro Reis



Roberto Ribeiro Reis é intelectual e poeta, da ARLS Esperança e União 2358 de Rio Casca, MG.,

ᴠᴇɴᴇʀᴀɴᴅᴏ ᴇ́ ᴏ ʙᴇʟᴏ ᴏʟʜᴀʀ

ʀᴇᴠᴇʟᴀᴅᴏʀ ᴅᴇ ɴᴏssᴀ ᴀʟᴍᴀ,

ᴠɪɢɪʟᴀɴᴛᴇ ᴇ ᴅᴇ ᴜᴍ ᴛᴀʟ ᴢᴇʟᴀʀ , 

ᴇxɪɢᴇ-ɴᴏs ʙᴀsᴛᴀɴᴛᴇ ᴄᴀʟᴍᴀ,

ᴘᴏɪs ᴏ ϙᴜᴇ ᴠɪᴠᴇᴍᴏs ᴇ́ ᴀᴍᴏʀ.


ᴏ ᴠᴇʀʙᴏ, ϙᴜᴇ ᴠᴇᴍ ᴅᴏ ɪɴғɪɴɪᴛᴏ, 

ᴇ́ ʀᴇᴅɪɢɪᴅᴏ ᴘᴏʀ sᴇᴄʀᴇᴛᴀ́ʀɪᴏ ɪʟᴜsᴛʀᴇ, 

ϙᴜᴇ ᴏᴜᴠᴇ ᴜᴍ ғᴀʟᴀʀ ᴛᴀ̃ᴏ ʙᴏɴɪᴛᴏ, 

ʟᴀ́ ᴍᴇsᴍᴏ ᴅᴇ sᴇᴜ ʙᴀʟᴀᴜsᴛʀᴇ, 

ᴍɪɴɪsᴛʀᴀᴅᴏ ᴘᴇʟᴏ ɪʀᴍᴀ̃ᴏ ᴏʀᴀᴅᴏʀ. 


ᴛᴇᴍ ᴜᴍᴀ ᴄᴏɪsᴀ ᴅᴇ ᴠᴀʟᴏʀ ᴅɪᴠɪɴᴀʟ, 

ɪᴍᴜɴᴇ ᴀ̀ ϙᴜᴀʟϙᴜᴇʀ ᴍᴇsϙᴜɪɴʜᴀʀɪᴀ, 

ᴠᴀʟᴏʀᴏsᴏ sᴇ ɴᴏs ʀᴇᴠᴇʟᴀ ᴇssᴇ ᴍᴇᴛᴀʟ, 

ϙᴜᴇ ғᴏʀᴛᴀʟᴇᴄᴇ ᴀ ɴᴏssᴀ ᴛᴇsᴏᴜʀᴀʀɪᴀ, 

ᴇ ᴏ ʜᴏsᴘɪᴛᴀʟᴇɪʀᴏ ᴅᴇ ᴍᴀɴᴇɪʀᴀ ɪɢᴜᴀʟ. 


ᴛᴇᴍ, ᴀɪɴᴅᴀ, ᴜᴍᴀ ᴍᴀᴇsᴛʀɪᴀ  

ʀᴇɢɪsᴛʀᴀᴅᴀ ᴇᴍ ɴᴏssᴏ ᴛᴇᴍᴘʟᴏ, 

ϙᴜᴇ ᴅᴇᴍᴏɴsᴛʀᴀ ᴏ ʙʀɪᴛᴀ̂ɴɪᴄᴏ ᴇxᴇᴍᴘʟᴏ

ᴅᴇ ɴᴏssᴀ ᴘʀᴇsᴛɪᴍᴏsᴀ ᴄʜᴀɴᴄᴇʟᴀʀɪᴀ,

ᴛᴏᴅᴀs ᴀs ᴠᴇᴢᴇs, sᴇᴍᴘʀᴇ ᴘᴏɴᴛᴜᴀʟ! 


sᴇᴍ ϙᴜᴀʟϙᴜᴇʀ ᴘᴀʀᴄɪᴍᴏ̂ɴɪᴀ, 

ʜᴀ́ ᴜᴍ ᴀɴғɪᴛʀɪᴀ̃ᴏ ᴇsᴛʀᴇʟᴀ ɢᴜɪᴀ, 

ᴅᴇ ᴍᴜɪᴛᴀ ᴇʟᴇɢᴀ̂ɴᴄɪᴀ ᴇ ғɪᴅᴀʟɢᴜɪᴀ 

ϙᴜᴀʟ ᴏ ᴍᴇsᴛʀᴇ ᴅᴇ ᴄᴇʀɪᴍᴏ̂ɴɪᴀ, 

ɪɴɪᴍɪᴛᴀ́ᴠᴇʟ ᴏʀɢᴀɴɪᴢᴀᴅᴏʀ ʜᴀʙɪᴛᴜᴀʟ. 


ᴜᴍᴀ ʜᴀʀᴍᴏɴɪᴀ ʙᴇᴍ ᴄᴇʟᴇsᴛᴇ 

ᴇɴᴄᴀɴᴛᴀ ᴏ ᴀ̂ᴍᴀɢᴏ ᴅᴇ ɴᴏssᴀ ᴏғɪᴄɪɴᴀ,

ғᴀ́-ʟᴏ ᴅᴇ ғᴏʀᴍᴀ ᴛᴀ̃ᴏ ɪɴᴄᴏɴᴛᴇsᴛᴇ, 

ᴇ ᴀ ғᴀsᴄɪɴᴀɴᴛᴇ ᴇɢʀᴇ́ɢᴏʀᴀ ᴅᴇsᴄᴏʀᴛɪɴᴀ, 

ᴜᴍᴀ ᴄᴀɴᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴘᴜʀᴀ ᴇ ғᴇɴᴏᴍᴇɴᴀʟ. 


ᴛᴀᴍᴀɴʜᴀ ɴᴏs ᴇ́ ᴀ ᴘʀᴏᴛᴇᴄ̧ᴀ̃ᴏ, 

ᴅɪɢɴᴀ ᴅᴇ ɴᴏssᴀ ᴇsᴛᴀᴛᴜʀᴀ, 

ʜᴀ́ ᴜᴍ ᴄᴏʙʀɪᴅᴏʀ ᴄᴜᴊᴀ ᴀʀᴍᴀᴅᴜʀᴀ

ᴇsʙᴀɴᴊᴀ ɪɴᴛᴇɴsᴀ ᴅᴇᴠᴏᴄ̧ᴀ̃ᴏ 

ᴇ ᴜᴍᴀ ʙʟɪɴᴅᴀɢᴇᴍ ᴇsᴘɪʀɪᴛᴜᴀʟ. 


ᴛᴀɴᴛᴏs ᴏʙʀᴇɪʀᴏs ᴛʀᴀʙᴀʟʜᴀɴᴅᴏ ᴀssɪᴍ 

ᴇᴍ ᴜɴɪ́ssᴏɴᴏ sᴏ́ ᴠɪʙʀᴀᴍ ᴏ ʙᴇᴍ 

sᴇᴍᴇʟʜᴀɴᴛᴇs ᴀ ᴜᴍ ɢʀᴀɴᴅᴇ sᴇʀᴀғɪᴍ, 

ᴀssɪᴍ ᴏ ғᴀᴢᴇᴍ ᴍᴇʟʜᴏʀ (ᴇ ᴛᴀᴍʙᴇ́ᴍ) 

sᴇɢᴜᴇᴍ ᴀ̀ ʀɪsᴄᴀ sᴇᴜ ʀɪᴛᴜᴀʟ! 


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A MAÇONARIA BRASILEIRA É HERDEIRA DA FRANCESA - Izautonio da Silva Machado Jr.

 


Izautonio da Silva Machado Jr. é o VM da primeira Loja Virtual brasileira, a ARLSV Luz in Tenebris 53, da Glomaron

Um ponto que eu acho relevante registrar.

A Maçonaria brasileira é herdeira espiritual das Maçonarias francesa e lusitana: as primeiras lojas brasileiras eram ligadas a estas potências europeias.

Essa é uma razão pela qual o Rito Moderno é o rito oficial do Grande Oriente do Brasil: o GOB adota 7 ritos, mas suas assembleias gerais são até hoje no Rito Moderno, por ser o rito fundador da potência.

Existe também uma razão histórica para isso: naquela época, as as pessoas cultas falavam francês, e não inglês. O francês era a língua internacional. 

As pessoas cultas tinham o hábito de ler no idioma original, e por isso havia pouca literatura maçônica em língua portuguesa.

A cultura brasileira tem raízes latinas, por isso a nossa Maçonaria espelha mais com a Maçonaria europeia Continental.

Veja que até hoje mais de 90% de nossas lojas são da vertente francesa (REAA, Adoniramita, Moderno, RER etc).

A Maçonaria anglo-saxônica tem algumas características relevantes, como uma maior uniformização e a memorização dos rituais. A Maçonaria latina, é no sentido oposto, de maior pluralidade de ritos.

Na Inglaterra e nos EUA se falam em Ofício, não em ritos. Já os países latinos, têm a tendência de adotar vários ritos.

Dificilmente se consegue modificar isso, por ser algo intrínseco à nossa própria cultura.

agosto 02, 2021

UM OLHAR AO FUTURO - Roberto Ribeiro Reis



Roberto Ribeiro Reis é intelectual e poeta, da ARLS Esperança e União 2358 de Rio Casca, MG.,

Um pensamento imaturo, 

Um nascimento impuro,

Imiscuído em fantasia;

Um nordeste sem água,

Uma peste, outra mágoa,

Corroído pela letargia.


A verdadeira mudança,

A derradeira lembrança,

O depender do primeiro passo;

Qual o enxergar da criança,

A nos passar esperança,

O transcender de um compasso.


Um olhar ao futuro,

O atravessar o muro 

Da façanha iniciação;

Um acreditar duradouro,

O encontrar do tesouro:

O mundo em elevação. 


O amar, doce viço,

É desejar fronteiriço,

Uma atração ao porvir reluzente;

Nosso viver enfermiço

Irá se desfazer num sumiço:

A exaltação de nossa gente!


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BOM SENSO NA MAÇONARIA - Sidnei Godinho




Em um mundo que sufoca pela maldade galopante e pela falta de dignidade, aqueles integrantes de um seleto grupo que se propuseram a encontrar a verdadeira luz carecem de então proceder como verdadeiros iniciados.

Não se pode aceitar que interesses políticos sobrepujem os princípios de Moral e bons costumes.

Não se pode aceitar que uma minoria domine toda uma instituição com seus interesses escuso, como se senhores fossem da realidade, quando no íntimo são apenas escravos de suas vaidades de poder e brilho. 

Para que a Maçonaria seja perene ela intima que se vençam as paixões e se sujeitem suas vontades.

É somente através desta infindável luta do bem contra o mal que o homem consegue purificar sua natureza e alcançar a pureza de um novo ser.

A Perfeição e a Justiça são objetivos a serem buscados diuturnamente e não há como alcançá-los sem o Bom Senso nas ações do dia-a-dia.

O maçom jamais pode ser" inocente " em suas decisões, pois o que se ensina na Ordem é a alcançar o Conhecimento; e a Sabedoria é oposta à ingenuidade.

Alegar desconhecer nossos princípios nem mesmo caracteriza excludente de ilicitude, mas ao contrário evidencia a falta de preparo e o descaso do irmão que ao longo de sua jornada demonstra não ter abandonado suas vaidades.

Que a inspiração para o tão necessário Bom Senso venha daquele que o primeiro exemplo deixou:

... Nem tudo o que "Eu Posso fazer eu *DEVO* fazer...

Que assim seja.'.

Bom dia e boas reflexões meus irmãos.


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agosto 01, 2021

PADRINHO, SEJA RESPONSÁVEL!




Em verdade a Maçonaria não tem interesse apenas na quantidade de membros, mas, principalmente na qualidade dos componentes de seu quadro, porque somente com qualidade é que se perpetuarão seus propósitos e ensinamentos, que não devem ser conhecidos por não iniciados.

Imagine o seu Candidato dirigindo sua Loja, que você dedicou parte de sua vida com tanto carinho e a mantém e não vai querer de forma nenhuma que ela seja mal dirigida, ou mal administrada.

Na maioria das vezes, o padrinho só é lembrado no momento da indicação de um profano. No entanto, o padrinho deve se fazer presente e nunca ser esquecido, porque ele desempenha papel fundamental na formação filosófica do afilhado que pretende alcançar os mais elevados graus dentro da Instituição.

O maçom que propõe um candidato à iniciação transforma-se em “Padrinho” desse candidato, que logo após iniciado, assume a condição de seu mestre.

Padrinho significa protetor, patrono, enquanto que afilhado tem o significado de protegido, patrocinado.

A palavra “candidato” tem como raiz o significado “Cândido”, ou seja; que tem alma cândida, caracterizado pela candura. Em sentido figurado: ingênuo, inocente, puro. Assim, um candidato deve, efetivamente, reunir as qualidades que lhe dá dignidade para juntar-se aos membros da instituição maçônica como base da filosofia milenar, sempre oportuna e atual.

Normalmente observamos lojas que não conseguem crescer rapidamente. Chegam inclusive a perguntar se os irmãos componentes daquelas lojas não têm amigos.

Não é bem assim. Não é qualquer amigo que deve ser convidado para engrossar as colunas da Ordem.

É bom saber que para a apresentação de um candidato, por meio de uma proposta, o proponente deve possuir o grau de Mestre Maçom.

A decisão de apresentar um candidato deve ser bem avaliada e estudada e ter do candidato pleno conhecimento de seu viver, pois a iniciação fará com que esse candidato passe a fazer parte de nossa família Maçônica.

A responsabilidade do proponente é moral, sua leviandade poderá pôr em risco todo o grupo, não só a Loja, mas também a própria Ordem.

Para o bem geral de todos, você, proponente deve avaliar bem o seu Candidato, e imaginar olhando do Ocidente, o Candidato como seu Venerável Mestre, Venerável de sua Loja, dirigindo os trabalhos e tomando decisões, e imaginar se ele tem condições reais para isso.

Por outro lado, as sindicâncias feitas devem ser rigorosas e só ser submetidas à aprovação quando realmente o sindicado resultar plenamente apto para ingressar no grupo.

Não ficando o proponente aborrecido, chateado ou melindrado, caso seu Candidato não seja aprovado na Sindicância, às vezes é melhor a Loja explicar a um Irmão sobre as reais condições de um Candidato, do que este trazer problemas sérios com insatisfação para todo o grupo.

Todo discípulo tem seu mestre; o padrinho passa a ser mestre “particular” do neófito, e esse por sua vez, deverá seguir os seus ensinamentos, até que atinja o mestrado, e possa propor profanos e assim tomar o lugar de quem lhe foi mestre, numa cadeia sucessiva e ordeira, e assim o quadro da Loja amplia-se e constitui o núcleo da Ordem com solidez.

O afilhado maçom deve empenhar-se ao máximo para que seu mestre o oriente, deve ser ativo, e colocar sempre as suas dúvidas para que sejam esclarecidas e resolvidas.

É também condição exigida para que um profano ingresse na Maçonaria por intermédio da iniciação, não basta o candidato ser politicamente livre, não basta que tenha um comportamento moral comum, a Maçonaria proclama que a sua filosofia tem base na tradição, nos usos e costumes, portanto costumes não é um mero comportamento, uma moral de conduta, mas sim um universo de práticas do bem que conduzem o ser humano a uma vida espiritual e moral bem definida, no qual o candidato deve comparecer à iniciação, com uma disposição, quase inata de amar o seu futuro irmão como a si próprio.

Isso exige um comportamento para com seu próprio corpo, para com sua própria alma e para com seu espírito.

Ser livre e de bons costumes constitui uma exigência de muito maior profundidade do que parece à primeira vista; seria muito cômodo aceitar um candidato politicamente livre, pois não há escravidão no mundo, ou que, penalmente, não se encontre preso, cumprindo alguma pena.

A liberdade exigida é ampla, sem compromissos que inibam o cumprimento das obrigações maçônicas, sem restrições mentais.

Todo maçom mesmo antigo na Ordem, tem o dever de se manter livre e de bons costumes, aprendizes, companheiros, padrinhos, afilhados, mestres, mestres instalados, Grão-Mestre, enfim todo maçom tem essa responsabilidade e o padrinho deve passar ao afilhado toda segurança, perseverança e fé, para que o mesmo consiga desbastar a sua Pedra Bruta, para o aperfeiçoamento humano, e erguer em seu íntimo o seu templo para a morada do Grande Arquiteto do Universo.

Outrossim, o Padrinho não deve esquecer de que seu afilhado no futuro pode vir a ser um Venerável Mestre e até Grão-Mestre. Por isso, tem que ser exigente na escolha e não convidar qualquer pessoa que conheceu e achou que tem perfil para ser maçom ou, porque a pessoa lhe prestou algum favor ou ainda, porque faz parte de uma casta social de médio a alto nível.

A perpetuação da Ordem Maçônica depende em muito do padrinho, pois, conforme for sua escolha ou indicação terá a Maçonaria, excelentes obreiros ou simplesmente maçons incapazes de desenvolver o trabalho a que ela se propõe, que é oferecer meios que facultem melhores dias para a humanidade ser feliz.

Os meios apresentados pela instituição maçônica para que possa a humanidade ser feliz, é de simplicidade ímpar, bastando que os maçons os exercitem e os coloque em prática no mundo profano.

Na prática dos meios estabelecidos pela Ordem Maçônica, deve o maçom pregar:

1º - o amor como meio primordial de resolução de qualquer problema e união das pessoas;

2º - que através do aperfeiçoamento dos costumes é possível se viver em sociedade sem tumulto;

3º - que se exercitando a tolerância com paciência, se evita atritos entre as pessoas;

4º - que todos são seres humanos com ideias próprias e como tal, devem ser tratados com igualdade e respeito, inclusive se respeitando à autoridade e à crença de cada um, não se estabelecendo para isso, fronteiras ou raças, até porque todos são efetivamente iguais.

Daí uma grande responsabilidade do padrinho na indicação do candidato, porque deve ele ter perspicácia de saber se seu escolhido pode ou não, desenvolver as atividades maçônicas na forma como lhes forem ensinadas e exigidas.

Por essa e outras razões é que dizemos que o padrinho ou proponente, deve ser considerado tão importante quanto o próprio candidato a maçom, vez que, é o responsável direto pelo seu afilhado.

Perante a Assembleia da loja, o Padrinho garantiu através de documento assinado, que seu escolhido reúne todas as qualidades exigidas pela Ordem para que ele possa pertencer a seu quadro.

A responsabilidade que tem início na escolha do candidato deve continuar durante toda a vida maçônica dos dois (Proponente e Candidato), nunca o padrinho permitindo que seu afilhado se engendre em caminhos tortuosos, orientando-o sempre da melhor forma, para que o seu convidado possa vir a galgar graus, exclusivamente por merecimento.

Ao padrinho Maçom compete conhecer muito bem o candidato, bem como, necessário se faz conhecer a família do mesmo. Quando algum profano se inicia na Ordem Maçônica, também tem ingresso sua esposa e seus filhos e demais familiares, razão pela qual, é de suma importância à participação efetiva de todos os membros da família, para a realização dos mais diversos atos, tais como solenidades festivas, Ordem DeMolay, Filhas de Jô, movimentos caritativos etc.

Logo, é necessário que o padrinho tenha muita cautela na escolha do afilhado, devendo para isso, conhecer seu relacionamento familiar, seu procedimento junto aos colegas de trabalho, sua situação econômica, sua disponibilidade financeira, sua disponibilidade de tempo para acompanhar os interesses da Ordem, seu grau de cultura, sua desenvoltura no manejo das palavras e principalmente, seu grau de percepção no entendimento dos assuntos a ele expostos.

Um profano só deve ser convidado a ingressar na Maçonaria, quando ele demonstre sem sombra de dúvidas, interesse para isso e quando sua esposa, se casado for, não apresente qualquer sintoma de má vontade.

O padrinho, ao apresentar o nome de seu candidato através de Pré-Proposta para que a Assembleia decida se deve ou não ser liberada a Proposta Definitiva, quando aprovada, está ele investido de uma autoridade delegada por irmãos que confiam piamente nele, entendendo que esse padrinho traga ao seio da Maçonaria, um futuro irmão, que preserve os costumes da Ordem.

Contudo, a responsabilidade do padrinho não para por aí, porque dele depende o comportamento do seu afilhado, tendo o padrinho como exemplo, cujo padrinho também é responsável pela manutenção destes costumes.

O padrinho deve aparecer para o seu afilhado como sendo o Mestre dos Mestres, deve ser como um “Pai”, um grande amigo, um confidente conselheiro procurando iluminá-lo, de forma que seus passos na conquista dos graus sejam alcançados exclusivamente por mérito. Logo, ao Padrinho compete dar bom exemplo para seu afilhado inclusive, cumprindo rigorosamente com suas obrigações pecuniárias junto a Ordem.

É bom lembrar que o padrinho tem o dever de procurar seu afilhado, quando este se encontre inadimplente com a Loja ou Grande Loja, pois, quando o padrinho apresentou o nome do seu proposto, afirmou categoricamente mediante documento assinado, está em condições de responder pela idoneidade moral e financeira do candidato.

Em outras palavras, o padrinho quando apresenta a Assembleia o nome de um candidato, verifica-se que quase ninguém conhece o apresentado. Ocorre que os membros da Assembleia simplesmente acreditam nas afirmativas do irmão e aprovam o envio da Proposta Definitiva. Todavia, quando se formaliza o processo com sindicâncias e documentos comprobatórios da idoneidade do candidato, é de bom alvitre que o Venerável Mestre oriente aos sindicantes no sentido de que sejam exigentes, não apenas confiando nas informações do proponente, porque, mesmo sendo o proponente um maçom, não deixa de ser um ser humano passível de erros.

Infelizmente acontecem casos em que o Padrinho depois da iniciação do afilhado, se afasta da Ordem como se dissesse: vou deixá-lo no meu lugar.

Outras vezes se observa o afilhado cobrando do padrinho as responsabilidades que este não vem cumprindo. Em verdade, conforme já dito, o padrinho deve ser o espelho do seu convidado.

Deve ser estabelecido como princípio maçônico, que o nome de um candidato não surge apenas de uma vontade profana, mas de uma “predestinação divina”. Resumindo: é o G.´.A.´.D.´.U.´. que passa às mãos de um maçom que recebe o título de “apresentador” ou “padrinho”, aquele que de fato e de direito, merece ser iniciado nos AAug.´. Mistérios da sublime Ordem Real.

Quando um irmão recebe a incumbência determinada pelo G.´.A.´.D.´.U.´. de propor um candidato, deve se conscientizar dos encargos que advêm com aquela apresentação. Por isso, não deve fazer a escolha motivado pela emoção, mas tão somente, por força da razão.

O Padrinho tem o dever inclusive, de no dia da iniciação, conduzir seu afilhado até o local onde será iniciado.

Depois de iniciado, ao padrinho compete dotar o neófito das condições básicas para que ele possa se desenvolver com satisfação e entusiasmo.

Deve ainda o proponente, orientar o afilhado na parte ritualística.

As qualidades do neófito serão adequadamente desenvolvidas, passando a compreender o universo que representa a instituição maçônica.

Deve também o padrinho capacitar seu afilhado no uso da sabedoria, ensinando-o a exercitar a paciência e ficar observando de forma contínua todos os procedimentos, seja ritualístico ou não. Se o afilhado realmente for pessoa merecedora e tiver alcançado seu objetivo com a iniciação que o transformou em maçom, será capaz de absorver com clareza qualquer informação que lhe chegar.

Ainda compete ao padrinho, fortalecer o entusiasmo e o dinamismo do seu afilhado, levando-o ao deslumbramento da iniciação, explicando de forma inteligível todo o processo iniciático, inclusive, mostrando que o simbolismo da iniciação está exatamente na morte do homem profano para que nasça o maçom. Com isso, deve o padrinho exaltar toda a magnitude da Maçonaria como Instituição, como elemento agregador e fortalecedor de nossos pensamentos, deixando o afilhado apto e vigoroso para enfrentar e ultrapassar todos os obstáculos, os quais, na sua maioria, são trazidos por falsos maçons imbuídos de vaidades e com imposição de ideias desagregadoras.


(Desconheço o autor)

TEMPLÁRIOS, MAÇONARIA E ILLUMINATI - O QUE HA POR TRAS DAS "SOCIEDADES SECRETAS"




As sociedades secretas atiçam a imaginação do público há milênios. O fascínio em relação a elas tem origem em mistérios e lendas. São comuns teorias da conspiração que vinculam grupos como os Illuminati aos mais diversos fatos, desde a Revolução Francesa até o assassinato de John Kennedy. Mas é importante separar fato da ficção. Aqui estão as histórias reais por trás de algumas das sociedades secretas mais célebres da história.

1 - Cavaleiros Templários

Os Cavaleiros Templários eram guerreiros dedicados a proteger os peregrinos cristãos que viajavam até a Terra Santa durante as Cruzadas. A ordem militar foi fundada por volta de 1118 por Hugues de Payens, um cavaleiro francês. Sediados no Monte do Templo, em Jerusalém, seus membros se comprometiam a levar uma vida de castidade, obediência e pobreza, abstendo-se de jogos, álcool e até palavrões.

Mas os Cavaleiros Templários ficaram conhecidos por outros fatores, além de suas proezas militares e estilo de vida. Eles se tornaram uma das forças mais ricas e poderosas da Europa após a criação de um banco que permitia aos peregrinos depositar dinheiro em seus países de origem e retirá-lo na Terra Santa.

Sua influência aumentou de forma significativa em 1139, quando o papa Inocêncio II emitiu uma bula papal isentando-os de pagar impostos e decretando que a única autoridade à qual tinham que responder era o papa. No auge de seu poder, os Cavaleiros Templários possuíam a ilha de Chipre, uma frota de navios e emprestavam dinheiro aos reis. Mas nem todos estavam felizes com a situação.

Quando as Cruzadas terminaram, os Cavaleiros Templários se retiraram para Paris, onde se concentraram em seus empreendimentos bancários. Em 13 de outubro de 1307, o rei Filipe IV da França, a quem os Templários negaram empréstimos, prendeu e torturou um grupo de cavaleiros até que confessassem falsamente a prática de atos de depravação. Em 1309, dezenas de seus membros foram queimados na fogueira por seus supostos crimes.

Sob pressão da coroa francesa, o papa Clemente V dissolveu formalmente a ordem em 1312 e distribuiu sua riqueza. Logo, boatos de que os Cavaleiros Templários guardavam artefatos como o Santo Graal e o Sudário de Turim começaram a fervilhar entre os teóricos da conspiração. Livros e filmes populares como O Código Da Vinci ainda continuam a inspirar curiosidade sobre os Cavaleiros Templários.

2 - Maçonaria

A origem dos maçons remonta à Idade Média na Europa, época em que a maioria dos artesãos se organizava em guildas. Os construtores de catedrais, por natureza da profissão, precisavam viajar de cidade em cidade (a palavra "maçom" tem origem francesa e significa "construtor" ou "pedreiro"). Eles se identificavam por meio de sinais de seu ofício, como o esquadro e o compasso, que formam o símbolo icônico da Maçonaria.

A referência mais antiga aos maçons está no Poema Regius ou Manuscrito Halliwell, que foi publicado em 1390.

A Maçonaria não é uma religião, embora seus membros sejam incentivados a acreditar em um princípio criador, ou "Grande Arquiteto do Universo". Os templos maçônicos e os rituais secretos colocaram a instituição em conflito com a Igreja Católica. A Igreja condenou os maçons pela primeira vez em 1738, emitindo cerca de 20 decretos contra eles. Em 1985, os bispos católicos romanos reafirmaram essas restrições em face de um número crescente de católicos que aderiram à ordem. Atualmente, existem no mundo aproximadamente  7 milhões de maçons.

3 - Illuminati

Os Illuminati foram fundados pelo professor Adam Weishaupt na Baviera em 1º de maio de 1776. Irritado com o poder da Igreja Católica conservadora e da monarquia da Baviera, ele procurou deixar para trás a religião organizada em favor de uma nova forma de "iluminação" por meio da razão. Inspirado pela expansão do Iluminismo pela Europa, ele também buscou inspiração nos jesuítas, nos Mistérios dos Sete Sábios de Memphis, na Cabala e nos maçons. Weishaupt até mesmo infiltrou-se em lojas maçônicas com o objetivo de recrutar alguns dos homens mais ricos e influentes da Europa para sua ordem.

Diversos membros dos Illuminati da Baviera, chamados de "Perfectibilistas", vieram das elites sociais, incluindo nobres como o ex maçom Barão von Knigge e o escritor Johann Wolfgang von Goethe. Toda a comunicação da ordem era feita por meio de códigos e seus membros adotaram alcunhas clássicas (a de Weishaupt, por exemplo, era Spartacus).

A organização floresceu antes de ser eliminada durante o reinado de Carlos Teodoro na Baviera. Em 1787, ele emitiu um decreto que previa a pena de morte para os Illuminati. Mas o fim da ordem na Baviera não acabou com os boatos sobre suas atividades clandestinas. Teóricos da conspiração vincularam o grupo a acontecimentos como a Revolução Francesa e o assassinato de JFK. Os Illuminati serviram de inspiração para obras como Anjos e Demônios, de Dan Brown, e O Pêndulo de Foucault, de Umberto Eco.

Fonte: History.com