agosto 16, 2021

A MELODIA DO SILÊNCIO - Norberto P. de Barcellos




O silêncio é um convite para a meditação, para a reflexão. Aliás, diga-se de passagem: sem a existência do silêncio, como receber inspiração para isso? Quando praticado, traz um forte sentimento de satisfação interior e, consequentemente, mental. Dentro de um templo, por exemplo, ou em um lugar apropriado, percebemos o valor do silêncio com nítida facilidade. Mais precisamente aqui, nas nossas reuniões, caso possamos sentir com clareza a nossa reação verdadeiramente íntima, perceberemos que o nosso silêncio nos eleva a um claro convite para a união espiritual que comunga com a harmonia do ambiente.

A ciência já nos ensinou que somos seres que produzimos e emanamos energias. O universo na sua totalidade é feito de vibrações com as mais variadas intensidades, sendo que, a nossa mente forma uma energia ininterrupta. É um assunto complexo e longo, mas se por nós aceitos, veremos que as nossas mentes uma vez que particularizadas pelas vibrações, transmitem e são receptivas a todas espécies de manifestações, constituindo-se de sinais que se comunicam com aqueles que dividem conosco o mesmo ambiente. É uma ação interativa e recíproca ou mútua ou de troca. Emitimos e recebemos.

Um dia li que a nossa atividade cerebral, os nossos pensamentos, as nossas emoções, são vibrações que se transformam em ondas elétricas quando emitidas. Portanto, parece-nos lógico que, os sinais vindos do nosso cérebro, podem variar de intensidade de acordo com a situação. Então, otimizando o exemplo, vamos direcionar as nossas energias para o bem como vibrações positivas e, as dispersas como turbulentas. É claro que vamos nos deparar com uma situação claramente confusa.

As vibrações opostas obrigatoriamente entrariam em choque, umas com as outras, criando campos de intensa turbulência. Seria como uma orquestra, estando cada músico tocando o seu instrumento numa afinação diferente, causando um som destoante, desagradável e desarmônico no seu conjunto. Algo ruim e harmonicamente negativo. Outro dia, nas páginas de um livro do Maestro Isaac Karabthevski, li a sua belíssima definição sobre música. Fechei o livro e fiquei meditando sobre o assunto. Depois, não resistindo, tomei a ousadia de traçar um comparativo com o silêncio. E encontrei semelhanças inconfundíveis. Senão vejamos: a música é um fenômeno abstrato que corre no tempo, corre no espírito. O silêncio também. Você sente, mas não consegue manter um contato físico, como tem com um quadro ou com uma escultura. A música entra em você, no seu grande íntimo e se processa a um nível puramente psíquico. Ela não é concreta. É um fenômeno abstrato, sensorial. E o silêncio o que é?

Ora, meus irmãos, como podemos ver, o silêncio e a música possuem uma afinidade muito grande. Caso dedicarmos este momento para proveito da nossa mente, intenções para a harmonia e paz interior, estaremos todos emitindo vibrações positivas que se dimensionam dentro do tempo. E todos sentiremos o efeito dessa energia como um convite a meditação, pois estaremos assimilando uma espiritualidade harmônica, afinada, silenciosamente melódica, um bem-estar incomum. Já o contrário, ou seja, qualquer vibração dispersiva, pensamento confuso, distração, prejudicará a harmonia do ambiente. Sons altos ou estridentes, assuntos que destoam do recolhimento, risos e até conversas murmuradas que possam causar dispersão, cortam e anulam as vibrações que tanto almejamos, porque somos portadores do bem. Somos e queremos ser afinados músicos, para assim executarmos as mais belas melodias silenciosas.

Forma de estarmos sintonizados com o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO. O Regente de todos os momentos. O nosso Grande Maestro.


Publicado no Informativo Chico da Botica, n.º 139, de 15 de janeiro de 2020, disponível em https://bancadosbodes.com.br/chico-da-botica-no-139-15-de-janeiro-de-2020/

A VERDADE, UM BEM INATINGÍVEL - Newton Agrella



Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais destacados intelectuais maçônicos do pais.

Uma das manifestações naturais que se desenvolvem no ser humano desde muito cedo é a *Verdade*, com o intuito de desejar compreender o universo, isto é;  como divisamos os acontecimentos, as situações, bem como aquiescemos que tudo aquilo que as pessoas nos contam seja dotado de credibilidade e certeza.

Assim, se constrói a importante ideia da *Verdade*, que é um dos objetivos da especulação filosófica e da razão da vida,  de modo que possamos nos desenvolver e encontrar propósitos e justificativas para a nossa existência.

*Verdade* substantivo abstrato,   tem sua etimologia no Latim. 

A palavra advém de  "VERUS" que significa "real, verdadeiro". 

A forma substantiva em Latim é "veritas, veritatis,"

Seu significado no plano semântico e literário refere-se aos fatos que correspondem aquilo que é real, que não está escondido, daquilo que se manifesta como é, ou existe como tal.

Os grandes pensadores e filósofos da humanidade sempre buscaram estabelecer um conceito irrefutável sobre a *Verdade*, como instrumento de valor traduzível, tanto sob a ótica metafísica quanto gnóstica. 

Contudo, a *Verdade* é um conceito que não se determina, ela simplesmente existe e desperta dentro de cada um de si, e se convenciona como base e sustentação que permanece inalterável a quaisquer circunstâncias e contingências.

A *Verdade* é uma propriedade que tem a prerrogativa de se instalar na mente e no espírito, a que os gregos chamam de *"alétheia"* que quer dizer o não oculto.

A Maçonaria, quando propõe em sua essência filosófica o aprimoramento do templo interior humano, através da Simbologia, ela incita a capacidade especulativa do homem de se autoconhecer e sobretudo aprimorar seu nível de consciência, para compreender seu papel em sua própria existência.

O postulado menos provável em que homem deva se debruçar, seja talvez o da chamada "Verdade Absoluta", tantas vezes pronunciada aos quatro ventos,  mas que como conceito incondicional e indiscutível inexiste, pois o tempo molda e dá sentido à *Verdade*, de acordo com aquilo que vai se tornando um ponto de convergência para determinados grupos sociais e que atenda a uma forma comum de entendimento.

A discussão sobre a *"Verdade"*, como um princípio da expressão humana, hoje e sempre vai se deparar com uma série de paradoxos, uma vez que a características contraditórias e as versões sobre seu significado encontram ecos que soam em diferentes direções.

Por isso, sua busca constitui-se num bem infinito.

A *Verdade* não tem dono, tem caminhos. 

Ela é uma disposição particularmente humana, cuja dificuldade para sua definição  encontre justificativa em nossa própria imperfeição.



agosto 15, 2021

O DESAFIO DE CONSTRUIR A PRÓXIMA GERAÇÃO DE MAÇONS - Todd E. Creason


Escrevi muito sobre Maçons famosos ao longo dos anos. Passaram pela nossa Fraternidade um número tremendo de indivíduos verdadeiramente notáveis ​​ao longo da sua longa história. Estudei muitos dos homens mais notáveis ​​da nossa Fraternidade.

A Maçonaria não pode receber todo o crédito pelos atributos de muitos desses homens notáveis. Muitos deles eram notáveis ​​muito antes de baterem à porta de uma Loja Maçônica, mas a Loja Maçônica certamente focalizou muitos destes homens e deu-lhes as competências que faltavam para alcançar os objetivos que estabeleceram para si próprios.

 Muitos homens famosos e não tão famosos adquiriram valiosas competências em liderança, desenvolvimento de caráter, moral e ética.

A Maçonaria serviu de trampolim para muitos encontrarem o seu propósito e o seu verdadeiro chamado na vida. Isto foi certamente verdade para mim.

A Maçonaria tem sido uma fonte de aprendizagem para mim. Ao longo da minha vida adulta, a Bíblia foi sempre o meu “livro de cabeceira”, mas a Maçonaria funcionou e funciona como o meu “laboratório de aprendizagem”.

Aprendi a organizar uma reunião. Aprendi como aplicar recursos mínimos para obter o máximo impacto. Aprendi a relacionar-me e a fazer networking. Ganhei competências de liderança e de discurso. O mais importante é que consegui polir alguns aspectos do meu caráter e personalidade, através dos ensinamentos da Maçonaria e da minha associação com homens que possuíam as competências que me faltavam.

Eu não sou a mesma pessoa que era, e também não acho que já aprendi tudo. A Maçonaria levou-me por um caminho que eu nunca pensei que faria, e mudou-me de uma forma que nunca pensei ser possível. No último ano ou dois, esse caminho levou-me a outra bifurcação na estrada – outra das aventuras da vida que estou prestes a embarcar e que nunca teria encontrado se não fosse pelos benefícios que obtive com a minha Fraternidade.

 A Maçonaria ensinou-me o que é possível. O que é possível como indivíduos. O que é possível como um pequeno grupo. O que é possível como comunidade.

E eu sinto que estou apenas a começar. Como os maçons aprendem, somos um projeto que nunca termina – uma pedra que nunca está verdadeiramente aperfeiçoada na Terra, mas que, no entanto, continuamos a trabalhar até ao dia final.

Entendi! Aprendi bem, aproveitei bem as lições oferecidas e apliquei-as à minha vida. É disto que se trata.

Sei que muitos dos meus irmãos tiveram esta mesma experiência porque conversamos bastante sobre isto. E todos nós parecemos ter a mesma preocupação com o futuro. Que os homens que estamos a criar hoje na nossa Loja não estão a receber a mesma qualidade de orientação que nós tivemos quando entramos. Afastamo-nos de ensinar Maçonaria e de aplicar a Maçonaria.

Não estamos a conseguir transformar os nossos novos membros nos líderes de amanhã. E na última década, aqueles homens que criados e que falhamos ao ensinar, subiram na hierarquia sem o benefício de realmente entenderem o que é realmente a Fraternidade.

Eu estava a conversar com um Maçom há alguns meses e ele fez uma observação interessante. Ele disse que a Maçonaria é construída sobre um conjunto de princípios morais e éticos, assim como uma igreja é construída sobre a Bíblia. Então perguntou o que aconteceria se tirasse a Bíblia da igreja. E tivemos uma longa e esclarecedora conversa sobre quais seriam os resultados disso.

Bem, reunir-nos-íamos todas as semanas para uma sessão. Provavelmente executaríamos o ritual da mesma forma de sempre, embora tivéssemos esquecido por que o fazíamos assim. Se estivermos com pressa, podemos até saltar partes do ritual. Poderíamos cantar um pouco ou ouvir as últimas.

Talvez conversar sobre pessoas doentes ou necessitadas e organizar uma coleta. Almoçaríamos depois. Os membros começariam a diminuir porque perceberiam que não tiravam muito proveito do culto a não ser ouvir anúncios e colocar a esmola no prato todas as semanas.

Alguns dos membros mais velhos encontrariam outros lugares para ir, porque se lembravam do que era a igreja. O próximo passo sabe seria o dinheiro passar a ser um problema e os bancos da igreja ficarem cada semana mais vazios.

 A direção da igreja ficaria certamente muito preocupada. Alguns poderiam até sugerir que voltássemos a ensinar a Bíblia, pois foi assim que a igreja foi construída originalmente, mas a maioria diria que os novos membros que aderiram desde que deixaram de ensinar a Bíblia não têm interesse em aprender aquelas escrituras antigas – eles aderiram pela camaradagem e pela angariação de fundos. Então, o que fariam para atrair novos membros? Talvez planeassem um passeio de golfe ou uma noite de cinema. E dinheiro? Temos aquele bom salão e a cozinha. Talvez devêssemos criar um café da manhã com panquecas. . . ou um peixe frito.

Soa familiar? Isto é apenas um exemplo – a Maçonaria não é uma igreja, mas seria a mesma história com qualquer organização construída com um objetivo central. E se a Liga Contra o Cancro deixasse de financiar a pesquisa do cancro. Ou a Protetora dos Animais se desinteressasse da gestão de abrigos de animais.

A Maçonaria é uma organização construída com um propósito. . . uma missão. Mas em muitos locais, afastarmo-nos desse objetivo, que é construir homens fortes. Homens de caráter. Homens com fortes valores morais e éticos.

Quando se tira o objetivo principal de uma organização, tudo o que resta é uma sala de reuniões vazia, cheia de cadeiras vazias.

Devemos voltar ao que realmente somos.


Tradução de António Jorge

FUNDAMENTOS JUDAICOS NA MAÇONARIA

Reunião conjunta - ARLS Acácia Palhocense, ARLS Pitágoras, ARLS Alferes Tiradentes, ARLS Templários da Nova Era

Palestra: Fundamentos Judaicos na Maçonaria, com o ir ∴ Michael Winetzki.

Hora: 16 ago. 2021 20:00 São Paulo

Entrar na reunião Zoom

https://us02web.zoom.us/j/86027017473?pwd=MFE2TCttWDNjTHpBT1QwS0NtdnROdz09

ID da reunião: 860 2701 7473

Senha de acesso: TFA

agosto 14, 2021

INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO MAÇÔNICA - Charles Boller M.'.M.'.


Especula-se que: o universo é resultado de projeto inteligente com finalidade definida; não é o resultado de ocasionais ocorrências aleatórias; que a vida tem propósito significativo; que é lógico pensar na vida com intenção de preencher finalidade determinada, planejada.

Na contramão disso, o homem percebe que muitas de suas atividades são dispersivas e alienantes no uso da vida. 

Para a maioria a vida não tem sentido, principalmente na forma correta de usufruir o que realmente a natureza intenciona no viver bem.

Na atividade do homem não se concebe que se faça o que é certo em um aspecto da vida, enquanto comete erros em outros. 

Como fará em sua caminhada para não perder a visão de sua vida em sentido lato? 

Como deve agir para usufruí-la como um conjunto indivisível?

O homem que se iniciou nos mistérios da Maçonaria descobre na vida a existência de maravilhas a serem exploradas, questionadas e aplicadas para usufruir de sua existência da maneira mais equilibrada possível, com o propósito do Criador. 

Pela educação maçônica, o homem deixa de ser um morto-vivo de comprometida visão da vida.

A Maçonaria e seus mistérios oferecem ferramentas e instruções que removem barreiras e possibilita o usufruto da vida em sua plenitude.

O senso do mistério alimenta emoções residentes na psique e que são trabalhados nas atividades maçônicas.

A ciência em forma de arte traduz a emoção fundamental para o progresso pessoal.

São mistérios que não inspiram medos, o maçom faz o bem porque isso é parte de sua nova vida e não porque tem medo de algum castigo ou almeje hipotético prêmio depois de morto.

Se aplicada passo-a-passo, de forma simples, a essência da vida é aprendida e, se for da vontade do adepto, liberta-o da escravidão, do servilismo ao sistema desumano de vida, que o espreme e suga toda a sua força ativa até sobrar apenas bagaço. 

Ao sujeitar a ambição ao controle racional, liberta-se do pior tipo de servilismo, pior até que a própria fome e pobreza. 

Ao inspirar coragem e decisão no adepto, a filosofia da Maçonaria conduz àquele que passa a confiar em si mesmo e conduz seus próprios passos ao prazer de conquistar a vitória sobre si mesmo. 

Ao sentir que é capaz de conduzir a si mesmo torna-se apto a conduzir aos que ainda não despertaram.

As noções filosóficas da Maçonaria auxiliam na absorção do conhecimento que livra do obscurantismo e da alienação ao trabalho. 

São aplicadas apenas umas poucas horas semanais em treinamento e convivência que eliminam anos de frustrantes tentativas de acertos e erros até obter a visão necessária para dar sentido à vida. 

Não se trata de entendimento intelectual, político ou crença, mas de um sentido misterioso, ainda inexplicável, de intuição individual que dá sentido à vida. 

Cada adepto usa da Maçonaria para dar o seu próprio sentido para a vida sem ficar batendo cabeça em tentativas inúteis e fantasiosas.

O sucesso pessoal não é devido exclusivamente à força ou ao conhecimento, mas diz respeito à vontade férrea, de coragem para agir. 

O entendimento de como caminhar por conta própria advém do conhecimento esotérico que conduz ao sucesso pessoal, familiar, social e profissional. 

A convivência maçônica inspira o conhecimento intuitivo e o fortalecimento do caráter que conduzem o maçom, que inicia a si mesmo, a uma consciência superior. 

Não um super-homem, mas um homem renascido de sua própria decisão de fazer de si mesmo uma criatura em permanente evolução.

Ao trabalhar em si mesmo, na pedra, o adepto participa na construção de um templo social onde ele é incentivado a ocupar cada vez mais cargos, públicos ou privados, de modo a conduzir a sociedade por bons pastos. 

Não se trata de conduzir gado de corte por fértil campo de engorda e deste ao matadouro da exploração, mas de propiciar oportunidades razoáveis de vida sem eliminar as diferenças e os desníveis que são característica de civilizações saudáveis. 

É a sabedoria salomônica aplicada no dia-a-dia do cidadão. 

O homem sábio é muito mais forte que o bruto, pois o conhecimento aplicado com sabedoria é muito mais forte. 

O conhecimento provê a base sólida da construção pessoal que se afasta da alienação do sistema de coisas humano pela aplicação do pensamento sábio.

Maçonaria é arte. 

É uma ciência que permite construir o intelecto cuja compreensão possibilita o despertar, o abraçar da iluminação que vem da racionalidade conduzida por balanceada espiritualidade - diferente de religiosidade. 

A luz que o maçom busca é o aperfeiçoamento pessoal em seu dia-a-dia. 

A Maçonaria faz deste entendimento o ponto essencial a ser alcançado. 

É mero coadjuvante o esforço das atividades maçônicas restantes ao objeto central que é a evolução do homem. 

O estado de iluminação inspirado pela Maçonaria destrói a mascara da ilusão do sistema de coisas humano que manipula separações e quebra de relações que conduzem a alienação da vida para objetivos fúteis e inúteis. 

No instante em que o maçom abre os olhos e vê a luz do que é certo e errado torna-se sensato. 

Desaparece a ilusão e ele deixa de experimentar o que está errado na tentativa de acertar, torna-se mais objetivo e acerta no primeiro ensaio muito mais vezes. 

Some o ilusionismo com seus truques que submetem o homem a um servilismo voluntário em virtude da perda de noção da realidade.

Surge nova consciência quando a iluminação esclarece a diferença entre religiosidade e espiritualidade. 

Fica claro o entendimento de que a crença em verdades absolutas ditadas pelos sistemas religiosos não torna seus adeptos pessoas espiritualizadas. 

Também não é espiritualizado o maçom que não iniciou a si mesmo, que insiste em aprisionar-se na execução de rituais sem penetrar em seus significados. 

A intenção da educação maçônica é criar a identidade própria do indivíduo afastado de influência ditatorial externa e aproxima-lo da dimensão espiritual que já reside dentro dele. 

Esta dimensão existe em todos. 

Basta que acorde. 

Não está contida no pensamento, mas numa dimensão diferente e inspirada na intuição. 

Por isso a filosofia maçônica incentiva à diversidade de pensamentos. 

Procura-se provocar no homem a obtenção de matéria prima para construir pontes evolutivas que progridem aos saltos sobre os precipícios da ignorância. 

Não se admitem limitações ao pensamento como é objetivo dos sistemas alienantes de crenças. 

O fato de a espiritualidade surgir em larga escala fora do sistema de crenças é novo para a sociedade em geral, mas é usado faz séculos pelos maçons que iniciaram a si mesmos nos mistérios da arte da Maçonaria.

A iluminação, o andar com as próprias pernas inspirado pela Maçonaria desperta a compaixão que se traduz num homem dotado de menos cobiça; torna-o mais alegre porque a sabedoria o afasta do sofrimento; alimenta a igualdade onde se produzem mais amigos unidos pelo poderoso laço do amor; inspira a ternura que remove a discriminação que produz tantos inimigos. 

Afasta ignorância, falsas imaginações, desejos viciantes e estultícia, todas nascidas na própria mente, manifestadas pelas ilusões e manipuladas pelo ego.

A mudança estimulada pela educação maçônica repele os desejos da mente e afastam os sofrimentos, lutas inúteis alimentadas pela cobiça, estultícia e ira. 

Maçom que se iniciou é homem armado com espada - a sua língua, a sua oratória —, e escudo, - o conhecimento de seu cérebro. 

Pela iluminação, - kant, Aufklärung - anda com os próprios pés. 

Está sempre pronto para o bom combate com mente treinada para alcançar o objetivo de construir uma sociedade humana dentro dos desígnios estabelecidos pelo Grande Arquiteto do Universo.

Bom dia e boa leitura meus irmãos. 


Bibliografia:

1. ANATALINO, João, Conhecendo a Arte Real, A Maçonaria e Suas Influências Históricas e Filosóficas, ISBN 978-85-370-0158-5, primeira edição, Madras Editora limitada., 320 páginas, São Paulo, 2007;

2. SILVA, Georges da, Budismo, Psicologia do Autoconhecimento, 222 páginas, Editora Pensamento Limitada, São Paulo;

3. TOLLE, Eckhart, Um Mundo Novo, o Despertar de uma Nova Consciência, tradução: Henrique Monteiro, ISBN 978-85-7542-313-4, primeira edição, Editora Sextante Limitada, 266 páginas, Rio de Janeiro, 2005.

COMO SÃO BOAS AS COISAS ANTIGAS



Existem cinco coisas antigas que são boas:

• Pessoas sábias e idosas.

• Os velhos amigos para conversar.

• A velha lenha para aquecer.

• Velhos vinhos para beber.

• Os livros antigos para ler.


*Émile A. Faguet*

O segredo de uma boa velhice não é outra coisa senão um pacto honrado com a solidão


*Gabriel Garcia Marques*

Envelhecer é como escalar uma grande montanha: enquanto escala, as forças diminuem, mas o olhar é mais livre, a visão mais ampla e mais serena.


*Ingmar Bergman*

Os primeiros quarenta anos de vida nos dão o texto; os próximos trinta, o comentário.


*Arthur Schopenhauer*

Os velhos desconfiam dos jovens porque já foram jovens.


*William Shakespeare*

O jovem conhece as regras, mas o velho conhece as exceções.

 

*Oliver Wendell Holmes*

Na juventude aprendemos, na velhice entendemos. 


*Marie von Ebner Eschenbach*

A maturidade do homem é ter recuperado a serenidade com a qual brincávamos quando éramos crianças.


*Frederich Nietzsche*

O velho não pode fazer o que um jovem faz; mas faz melhor. 


*Cícero*

Leva dois anos para aprender a falar e sessenta para aprender a calar a boca. 


*Ernest Hemingway*

As árvores mais antigas dão os frutos mais doces.

 

*Provérbio alemão*

Se na sua família não tem um velho, adote um


*Proverbio Milenar Chinês*

A velhice tira o que herdamos e nos dá o que merecemos.

agosto 13, 2021

CAMINHHO, VERDADE E VIDA - 𝑅𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑜 𝑅𝑖𝑏𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑅𝑒𝑖𝑠




Roberto Ribeiro Reis é intelectual e poeta, da ARLS Esperança e União 2358 de Rio Casca, MG.,


𝐴 𝑝𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟𝑒̂𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑢𝑚 𝑒𝑥𝑒𝑚𝑝𝑙𝑜 𝑟𝑒𝑡𝑜, 

𝐴 𝑏𝑒𝑛𝑒𝑚𝑒𝑟𝑒̂𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑙𝑜 𝑐𝑒𝑟𝑡𝑜

𝑆𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑧 𝑎̀ 𝑏𝑜𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑐̧𝑎̃𝑜;

𝐴 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑙𝒉𝑎 𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑠𝑖𝑛𝑐𝑒𝑟𝑎

𝐶𝑒𝑟𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒́ 𝑢𝑚𝑎 𝑙𝑖𝑏𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎, 

𝐹𝑜𝑟𝑡𝑎𝑙𝑒𝑐𝑒 𝑒 𝑠𝑒𝑑𝑢𝑧 𝑡𝑜𝑑𝑜 𝐼𝑟𝑚𝑎̃𝑜. 


𝐴 𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑖𝑛𝑐𝑜𝑛𝑓𝑢𝑛𝑑𝑖́𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑀𝑒𝑠𝑡𝑟𝑒, 

𝐼𝑛𝑒𝑓𝑎́𝑣𝑒𝑙, 𝑎𝑛𝑔𝑒𝑙𝑖𝑐𝑎𝑙 𝑒 𝑡𝑒𝑟𝑟𝑒𝑠𝑡𝑒,

𝑅𝑒𝑣𝑒𝑙𝑎-𝑛𝑜𝑠 𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑒𝑐̧𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑢𝑑𝑜;

𝐴 𝑛𝑎𝑟𝑟𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑎𝑖𝑥𝑎̃𝑜 𝒉𝑖𝑠𝑡𝑜́𝑟𝑖𝑐𝑎

𝑅𝑒𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎 𝑎 𝑑𝑒𝑣𝑜𝑐̧𝑎̃𝑜 𝑎𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜́𝑙𝑖𝑐𝑎,

𝐶𝑜𝑛𝑣𝑖𝑑𝑎-𝑛𝑜𝑠 𝑎𝑜 𝑎𝑝𝑟𝑒𝑐̧𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑢𝑑𝑜.


𝑁𝑜 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑑𝑜 𝑛𝑎𝑑𝑎 𝑏𝑜𝑚, 𝑚𝑢𝑖𝑡𝑎 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐̧𝑎,

𝐴𝑖𝑛𝑑𝑎 𝑏𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑜 𝑀𝑎𝑐̧𝑜𝑚 𝑒 𝑠𝑢𝑎 𝑐𝑟𝑒𝑛𝑐̧𝑎 

𝑃𝑟𝑖𝑚𝑎𝑚 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝒉𝑢𝑚𝑎𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑎𝑐𝑟𝑒𝑑𝑖𝑡𝑎𝑟;

𝑂 𝑝𝑟𝑜𝑓𝑎𝑛𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑖𝑣𝑒 𝑐𝑜𝑚 𝑎 𝑑𝑜𝑟 𝑒 𝑜 𝑎𝑠𝑠𝑒́𝑑𝑖𝑜,

𝑆𝑒𝑚 𝑝𝑎𝑧 𝑒 𝑐𝑜𝑚 𝑝𝑎𝑣𝑜𝑟 (𝒉𝑎𝑗𝑎 𝑟𝑒𝑚𝑒́𝑑𝑖𝑜!) 

𝑀𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎-𝑠𝑒 𝑙𝑜𝑢𝑐𝑜, 𝑎𝑜 𝑀𝑒𝑠𝑡𝑟𝑒 𝑛𝑎̃𝑜 𝑠𝑎𝑏𝑒 𝑎𝑚𝑎𝑟. 


𝐴̀ 𝑔𝑙𝑜́𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑒𝑠𝑠𝑒 𝑖𝑛𝑑𝑢𝑙𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝐴𝑟𝑞𝑢𝑖𝑡𝑒𝑡𝑜

𝑄𝑢𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑑𝑢𝑧 𝑢𝑚 𝑠𝑒𝑟 𝑑𝑒 𝑙𝑢𝑧, 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑙𝑒𝑡𝑜,

𝐷𝑒 𝑝𝑢𝑟𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎̃𝑜 𝑒 𝑚𝑖𝑠𝑒𝑟𝑖𝑐𝑜́𝑟𝑑𝑖𝑎;

𝑆𝑢𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑎𝑑𝑎 𝑐𝑟𝑢𝑧 𝑒 𝑜 𝑓𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑠𝑜𝑓𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

𝑁𝑎̃𝑜 𝑠𝑒 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑒𝑟𝑎̃𝑜 𝑛𝑜 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜:

𝑈𝑚 𝑉𝑒𝑛𝑒𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑃𝑎𝑖  𝑑𝑒 𝑎𝑚𝑜𝑟 𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑜́𝑟𝑑𝑖𝑎!


IMAGEM E SEMELHANÇA - O LIVRE ARBÍTRIO




 A sabedoria da Cabalá nos ensina que o ser humano é o único com Livre Arbítrio. O poder de escolher para realizar mudanças em nossa consciência e em nossa alma. Nenhum outro ser possui esse presente, emanado diretamente do Criador para o Homem, à “sua imagem e semelhança”, Tselem (צֶלֶםTzadi, Lamed, Mem). Isso nos traz uma grande responsabilidade.

 Não significa que temos o poder de mudar tudo o que não concordamos no mundo ao nosso redor, nem que possamos alterar a missão que nossa alma veio realizar no mundo da matéria, mas significa que podemos escolher nosso caminho, a cada momento, se isso realmente for um anseio de nossa alma. 

 Se dissermos “sim” à tudo (ou “não” à tudo), é como se rejeitássemos nossa responsabilidade de mudar nossas vidas. Também se deixarmos o desejo físico ou as emoções controlarem a nós e nossos desejos, estaremos sendo apenas reativos, como os animais, que vivem de acordo com seus instintos.

 O Multiplex do Livre Arbítrio

 Há uma analogia que nos ajuda a compreender como utilizar o Livre Arbítrio com sabedoria, comparando-o a uma enorme sala multiplex de cinema, um corredor com um número infinito de salas de projeção, cada uma exibindo um filme.

 Quando escolhemos uma delas e entramos para assistir o filme, não podemos mudar o que já está filmado, e ficando ali, teremos de nos sujeitar a ver o filme como ele é. 

 Porém... podemos resolver sair daquela sala, se não estivermos gostando, e entrar em outra sala que tenha o mesmo filme com um final diferente que nos agrade.

 Com isso, deixamos de ser reativos, e em vez de apenas reagir ao que surge em nosso caminho, passamos a ser proativos, com a possibilidade de reforçar nossa Imagem Divina, o Tselem (צֶלֶם - Tzadi, Lamed, Mem), o recipiente para receber as bênçãos dos mundos superiores, e não apenas os prazeres do mundo físico.

 Só através disso podemos nos tornar donos de nosso próprio destino. E é bom lembrar o que afirma Rav Berg: "Não há Livre Arbítrio sem Restrição".

 Essas três letras somam 720, que os cabalistas interpretam como 10 vezes a força e o poder dos 72 Nomes Sagrados. 

 O Livre Arbítrio não é o mesmo que uma simples escolha no mundo físico. Trata-se de reconhecer o que desejamos com toda nossa alma e coração, e restringir as outras alternativas. A ideia é sempre fazer uma transformação interna, de acordo com o desejo verdadeiro de nossas almas.

 Existe um nome, entre os 72, que nos ajuda a identificar o desejo de nossa alma:

 Alef, Nun, Iud

 Meditar nessa combinação, "Ani" em hebraico, que significa "Eu", nos conecta ao nosso "Eu Superior", nossa voz interna capaz de responder as dúvidas que encontramos. Com isso, resgatamos o desejo verdadeiro de nossa alma, e ativamos nosso Livre Arbítrio.

agosto 12, 2021

COMPRE SEU INGRESSO - Newton Agrella


Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais destacados intelectuais maçônicos do pais.


Você já parou algum dia pra se perguntar como os outros o vêem ?

Já se questionou como a sua  "pedra bruta" consegue absorver cada impacto do maço no cinzel e quão profundos são os fulcros produzidos ?

Até que ponto os seus limites toleram críticas e observações que o desagradam ?

Pois é... via de regra,  procuramos passar longe dessa perspectiva; ou pelo menos do olhar analítico e das impressões  que os outros possam ter a nosso respeito...

É o tal do medo à rejeição, do julgamento e do temor de sabermos como somos vistos do outro lado da história.

O lado *A* é aquele que somente nós queremos ver e esperamos que os outros também o façam.

É o lado de nosso marketing pessoal onde vendemos a nossa imagem mais brilhante e atraente. 

Já o nosso lado *B* é aquele em que tentamos a todo custo esconder de nós mesmos e dos outros.  É o lado de nossas limitações, nossos medos e nossas fragilidades. 

É aquele que fingimos que não existe. Ou pelo menos tentamos disfarçar...É onde reside nossa essência mais primitiva e menos edificante. 

Contudo, é inegável que há uma transparência em cada um de nós que não nos impede de revelarmos todo o nosso dualismo.

Cabe lembrar que esse Dualismo é baseado

na  disposição de dois princípios ou de  duas realidades opostas, inconciliáveis entre si e que não admitem uma coalizão de idéias ou de sentimentos e tampouco uma recíproca subordinação.

Quem sabe o ser humano seja perfeito em sua Imperfeição;  considerando que somos e trazemos em nossa essência: matéria e espírito; amor e ódio; força e fraqueza; altos e baixos...

E  então, vamos nos revelar somente no Lado *A*, ou daremos alguma tênue chance ao lado *B*?

Esse é o teatro da vida !



MINHA ALMA ESTÁ EM BRISA - Mário de Andrade

 


Este poema bonito é para aqueles que têm 60 anos ou mais, mas hoje é um luxo para todos.

Leia com calma, você vai gostar disso. 


*Contei meus anos e descobri que tenho menos tempo para viver a partir daqui, do que o que eu vivi até agora.*

*Eu me sinto como aquela criança que ganhou um pacote de* *doces*; *O primeiro comeu com prazer,* *mas quando percebeu que havia poucos,* *começou a saboreá-los profundamente.*

*Já não tenho tempo para reuniões intermináveis ​​em que são discutidos estatutos, regras, procedimentos e regulamentos internos, sabendo que nada será alcançado.*

*Não tenho mais tempo para apoiar pessoas absurdas que, apesar da idade cronológica, não cresceram.*

*Meu tempo é muito curto para discutir títulos.* *Eu quero a essência, minha alma está com pressa ... Sem muitos *doces* *no pacote ...*

*Quero viver ao lado de pessoas humanas, muito humanas.* *Que sabem rir dos seus erros*. *Que não ficam inchadas, com seus triunfos.* *Que não se consideram eleitos antes do tempo.* *Que não  ficam longe de suas responsabilidades.* *Que defendem a dignidade humana.* *E querem andar do lado da verdade e da honestidade.*

*O essencial é o que faz a vida valer a pena.*

*Quero cercar-me de pessoas que sabem tocar os corações das pessoas* ...

*Pessoas a quem os golpes da vida, ensinaram a crescer com toques suaves na alma*

*Sim ... Estou com pressa ... *Estou com pressa para viver com a intensidade que só a maturidade pode dar.*

*Eu pretendo não desperdiçar nenhum dos* *doces* *que eu tenha ou ganhe...* *Tenho certeza de que eles serão mais requintados do que os que comi até agora.*

*Meu objetivo é chegar ao fim* *satisfeito e em paz com meus entes queridos e com a minha consciência.*

*Nós temos duas vidas e a segunda começa* *quando você percebe que você só tem uma...*

agosto 11, 2021

REPAGINANDO O FIRMAMENTO - Roberto Ribeiro Reis



Roberto Ribeiro Reis é intelectual e poeta, da ARLS Esperança e União 2358 de Rio Casca, MG.,


ϙᴜɪsᴇʀᴀ ϙᴜᴇ ᴍᴇᴜ ᴘᴇɴsᴀᴍᴇɴᴛᴏ

ᴘᴜᴅᴇssᴇ ᴅᴇsᴇɴʜᴀʀ ᴏ ᴅᴇsᴛɪɴᴏ,

ᴅᴇɪxᴀɴᴅᴏ ϙᴜᴀʟϙᴜᴇʀ ᴅᴇsᴀᴛɪɴᴏ,

ᴅᴇsᴄᴏʀᴛɪɴᴀᴅᴏ ᴏ ᴇxᴘᴇʀɪᴍᴇɴᴛᴏ.


ϙᴜᴇ, ᴘʀᴀ ᴛᴏᴅᴏ sᴏғʀɪᴍᴇɴᴛᴏ,

ʜᴏᴜᴠᴇssᴇ ᴜᴍᴀ sᴏʟᴜᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴍᴀ́ɢɪᴄᴀ,

ᴏᴜ ᴘᴜᴅᴇssᴇ ᴜᴍᴀ sɪᴛᴜᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴛʀᴀ́ɢɪᴄᴀ

sᴇʀ ᴍᴜᴅᴀᴅᴀ ᴘᴏʀ ᴍᴇᴜ sᴇɴᴛɪᴍᴇɴᴛᴏ.


sᴏɴʜᴀʀᴀ, sᴇᴍ ᴄᴏɴsᴛʀᴀɴɢɪᴍᴇɴᴛᴏ,

ᴄᴏᴍ ᴏ ɢ⛬ ᴀ⛬ ɴᴀ sᴇᴍᴇᴀᴅᴜʀᴀ

ᴊᴜɴᴛᴏ ᴅᴏs ᴘʀᴏғᴀɴᴏs, ɴᴜᴍᴀ ᴀᴠᴇɴᴛᴜʀᴀ,

ᴇ ᴛᴏᴅᴏs ᴏs ɪɪʀ⛬ ɴᴏ ᴀssᴇɴᴛᴀᴍᴇɴᴛᴏ. 


ᴅᴇsᴇᴊᴀʀᴀ, ᴄᴏᴍ ᴀᴛʀᴇᴠɪᴍᴇɴᴛᴏ,

ᴀ ᴜɴɪᴀ̃ᴏ ᴅᴇ ᴛᴏᴅᴏs ᴀᴅᴠᴇʀsᴏs sᴇʀᴇs, 

ɢᴀʟᴀ́xɪᴀs ᴇ ᴜɴɪᴠᴇʀsᴏs ᴅᴇ ᴘʀᴀᴢᴇʀᴇs,

ᴛᴏᴅᴏs ᴇᴍ ᴘʟᴇɴᴏ ᴇɴᴠᴏʟᴠɪᴍᴇɴᴛᴏ.


ᴘɪɴᴛᴀʀᴀ, sᴇᴍ ᴀʀʀᴇᴘᴇɴᴅɪᴍᴇɴᴛᴏ,

ᴀ ᴠɪᴅᴀ, ᴏ ɢɪʀᴀssᴏʟ, ᴀ ᴠᴇʀᴅᴀᴅᴇ ɴᴜᴀ,

ᴀ ᴘᴀʀᴛɪᴅᴀ, ᴏ sᴏʟ, ᴀ ᴠᴀɪᴅᴀᴅᴇ ᴇ ᴀ ʟᴜᴀ,

ᴛᴏᴅᴏs ᴄᴏᴍ ᴍᴜɪᴛᴏ ᴇɴᴄᴀɴᴛᴀᴍᴇɴᴛᴏ. 


ᴀᴍᴀʀᴀ, ᴄᴏᴍ ᴅɪsᴄᴇʀɴɪᴍᴇɴᴛᴏ,

ᴏs ʜᴜᴍᴀɴᴏs ᴇ sᴜᴀs ɪɴғʟᴜᴇ̂ɴᴄɪᴀs,

ᴏs ᴅᴇsᴇɴɢᴀɴᴏs ᴅᴀs ᴇxᴘᴇʀɪᴇ̂ɴᴄɪᴀs,

ʀᴇᴘᴀɢɪɴᴀɴᴅᴏ ᴛᴏᴅᴏ ᴏ ғɪʀᴍᴀᴍᴇɴᴛᴏ.


A HISTÓRIA DO COMPANHEIRO MAÇOM - José Castellani




Doutrinariamente, o grau de Companheiro é o mais legítimo grau maçônico, por mostrar o obreiro já totalmente formado e aperfeiçoado, profissionalmente.

Historicamente, é o grau mais importante da Franco-Maçonaria, pois sempre representou o ápice da escalada profissional, nas confrarias de artesãos ligados à arte de construir, as quais floresceram na Idade Média e viriam a ser conhecidas, nos tempos mais recentes, sob o rótulo de “Maçonaria Operativa”, ou “Maçonaria de Ofício”.

Na realidade, antes do século XVIII havia apenas dois graus reconhecidos na Franco-Maçonaria: Aprendiz e Companheiro. Na época anterior ao desenvolvimento da Maçonaria dos Aceitos ou Especulativa, o Companheiro era um Aprendiz, que havia servido o tempo necessário como tal e havia sido reconhecido como um oficial, um trabalhador qualificado, autorizado a praticar seu ofício.

Na Idade Média, quando as construções em pedra eram comissionadas pela Igreja, ou pelos grandes reis, duques ou lords, a Maçonaria operativa era um lucrativo negócio ; ser reconhecido, portanto, como um Companheiro pelos operários era um passaporte seguro para uma participação no negócio e para uma renda praticamente garantida. Graças a isso, os mestres da obra eram escolhidos entre os Companheiros mais experientes e com maior capacidade de liderança ; e só exerciam as funções de dirigentes dos trabalhos, daí surgindo o Master da Loja, o qual, pelas suas funções e pelo respeito que merecia de seus obreiros, viria a ser o Worshipful Master - Venerável Mestre - o máximo dirigente dos trabalhos.

O grau de Mestre Maçom só surgiria em 1723 depois da criação, em 1717, da Primeira Grande Loja, em Londres e só seria implantado a partir de 1738. Por isso, o grau de Companheiro foi sempre o sustentáculo profissional e doutrinário dos círculos maçônicos, não se justificando a pouca relevância que alguns maçons dão a ele, considerando-o um simples grau intermediário.

Autores existem, inclusive, que afirmam que na fase de transição da Maçonaria, ele era o único grau, do qual se destacaram, para baixo, o grau de Aprendiz, e, para cima, o de Mestre. Na realidade, não pode ser considerado um maçom completo aquele que não conhecer, profundamente, o grau de Companheiro.

A palavra Companheiro é de origem latina.                                                                      

O seu significado tem provocado controvérsias quanto à sua etimologia, pois alguns autores sustentam que ela seria derivada da preposição cum = com e do verbo ativo e neutro pango (is, panxi, actum, angere) = pregar, cravar, plantar, traçar sobre a cera e no sentido figurado escrever, compor, celebrar, cantar, prometer, contratar, confirmar.

Neste caso, especificamente, pango teria o sentido de contrato, promessa, confirmação, fazendo com que a expressão cumpango que teria dado origem à palavra Companheiro signifique com contrato, com promessa, envolvendo um solene compromisso, que teria orientado as atividades das companhias religiosas e profissionais da Idade Média e do período renascentista.

A origem mais aceita, todavia, é outra: o termo Companheiro é derivado da expressão cum panis, onde cum é a preposição com e panis é o substantivo masculino pão, o que lhe dá o significado de participantes do mesmo pão. Isso dá a idéia de uma convivência tão íntima e profunda entre duas ou mais pessoas, aponto destas participarem do mesmo pão, para o seu nutrimento.

Essa origem, evidentemente, deve ser considerada nos idiomas derivados do latim: compañero (castelhano), compagno (italiano), compagnon (francês), companheiro (português). A Enciclopédia Larousse, editada em Paris, por exemplo, registra o seguinte, em relação aos vocábulos compagnon e compagnonnage: Compagnon - n.m. (du lat. cum = avec, et panis = pain) - Celui que participe à la vie, aux occupations d’un autre: compagnon d’études. Membre d’une association de compagnonnage. Ouvrier. Ouvrier qui travaille pour un entrepreneur (par opos a patron). Compagnonnage - n.m. - Association entre ouvriers d’une même profession à des fins d’instruction professionelle et d’assistence mutuelle. Temps pendant lequel  l’ouvrier sorti d’apprentissage travaillait comme compagnon chez son patron. Qualité de compagnon. 

Ou seja:

Companheiro - substantivo masculino (do latim cum = com, e panis = pão) - Aquele que participa, constantemente, das ocupações do outro: condiscípulo, companheiro de estudos. Membro de uma associação de companheirismo. Operário que trabalha para um empreiteiro.

Companheirismo - substantivo masculino - Associação de trabalhadores de uma mesma profissão, para fins de aperfeiçoamento profissional e de assistência mútua. Tempo durante o qual o operário saído do aprendizado trabalhava como companheiro, em casa de seu patrão. Qualidade de companheiro.                                                                   

Nos idiomas não latinos, os termos usados têm o mesmo sentido. Em inglês, por exemplo, o Companheiro, como já foi visto, é o Fellow, que significa camarada, par, equivalente, correligionário, membro de uma sociedade, conselho, companhia, etc.

Daí, temos as palavras derivadas, como: fellow laborer = companheiro de trabalho; fellow member = colega; fellow partner = sócio; fellow student = condiscípulo; fellow traveler = companheiro de viagem; e fellowship = companheirismo.

Não se deve, todavia, confundir o grau de Companheiro Maçom, ou o Companheirismo maçônico com o Compagnonnage - associações de companheiros - surgido na Idade Média, em função direta das atividades da Ordem dos Templários, e existente até hoje, embora sem as mesmas finalidades da organização original, como ocorre, também, com a Maçonaria.

O Compagnonnage foi criado porque os templários necessitavam, em suas distantes comendadorias do Oriente, de trabalhadores cristãos ; assim organizaram-nos de acordo com a sua própria doutrina, dando-lhes um regulamento, chamado Dever.

E esses trabalhadores construíram formidáveis  cidadelas no Oriente Médio e, lá, adquiriram os métodos de trabalho herdados da Antiguidade, os quais lhes permitiram construir, no Ocidente, as obras de arte, os edifícios públicos e os templos góticos, que tanto têm maravilhado, esteticamente, a Humanidade.

O Compagnonnage, execrado pela Igreja, porque tinha sua origem na Ordem dos Templários, esmagada no início do século XIII, por Filipe, o Belo, com a conivência do papa Clemente V, acabaria sendo condenado pela Sorbonne. Esta, originalmente, era uma Faculdade de Teologia, já que fora fundada em 1257, por Robert de Sorbon, capelão de S. Luís, para tornar acessível o estudo da teologia aos estudantes pobres.

E a condenação, datada de 14 de março de 1655, contendo um alerta aos Companheiros das organizações de ofício (os maçons operativos), tinha, em relação às práticas do Compagnonnage, o seguinte texto: 

“Nós, abaixo assinados, Doutores da Sagrada Faculdade de Teologia de Paris, estimamos:

1. Que, em tais práticas, existe pecado de sacrilégio, de impureza e de blasfêmia contra os mistérios de nossa religião;

2. Que o juramento feito, de não revelar essas práticas, mesmo na confissão, não é justo nem legítimo e não os obriga de maneira alguma ; ao contrário, que eles se obrigam a acusar a si mesmos desses pecados e deste juramento na confissão;

3. Que, no caso do mal estar continuar e não possam eles remediá-lo de outra forma, são obrigados, em consciência, a declarar essas práticas aos juízes eclesiásticos; e da mesma forma, se for necessário, aos juízes seculares, que tenham meios de dar remédio;

4. Que os Companheiros que se fazem receber em tal forma assim descrita não podem, sem incorrer em pecado mortal, se servir da palavra de passe que possuem, para se fazer reconhecer Companheiros e praticar os maus costumes desse “Companheirismo” ;

5. Que aqueles que estão nesse Companheirismo não estão em segurança de consciência, enquanto estiverem propensos a continuar essas más práticas, às quais deverão renunciar;

 6. Que os jovens que não estão nesse “Companheirismo”, não podem neles ingressar sem incorrer em pecado mortal.

 Paris, no 14° dia de março de 1655”. 

Nada a estranhar! Era a época dos tribunais do Santo Ofício, da “Santa” Inquisição.

Para finalizar, é importante salientar que muitos dos símbolos do grau de Companheiro Maçom os quais tanto excitam a mente de ocultistas - foram a ele acrescentados já na fase da Maçonaria dos Aceitos, pelos adeptos da alquimia oculta, da magia, da cabala, da astrologia e do rosacrucianismo , já que os obreiros medievais, os verdadeiros operários da construção, nunca adotaram tais símbolos, limitando-se às lendas e aos mitos profissionais.

Eram, inclusive, adversários das organizações ocultistas, combatidas pela Igreja, à qual eles eram profundamente ligados, pois dela haviam haurido a arte de construir e mereciam toda a proteção que só o clero católico poderia dar, numa época em que o poder maior era o eclesiástico. 

Com o incremento do processo de aceitação, a partir dos primeiros anos do século XVII, as portas das Lojas dos franco-maçons foram sendo abertas não só aos intelectuais e espíritos lúcidos, que foram responsáveis pelo renascimento europeu, mas, também, a todos os agrupamentos místicos e às seitas existentes na época. 

Isso iria provocar uma verdadeira revolução nas corporações de ofício e iria começar a delinear a ritualística especulativa do grau, baseada em símbolos místicos e nas doutrinas ocultistas, principalmente na Cabala e na Alquimia Oculta.


BIBLIOGRAFIA

Do nosso Valoroso Mestre que nos enriquece com suas obras José Castellani

Do livro: “Cartilha do Grau de Companheiro

agosto 10, 2021

UMA FACULDADE CHAMADA MAÇONARIA - Cel. Sidney



A Maçonaria sempre se colocou a favor da liberdade, contrária a qualquer tipo de opressão que sonegue ao ser humano o direito de pensar. 

Jamais pode ser radical, pois a virtude mora no meio, no bom senso, na equidade e isonomia. 

Mas, como exige de seus adeptos uma vida de constante exercício de cavar masmorras aos vícios e erguer templos às virtudes, ela sabe que o maior ensinamento que os maçons possam oferecer reside no exemplo oferecido por cada pedreiro livre, que não se esquece do polimento da pedra bruta que somos e da necessidade de erigirmos nosso templo interior. 

É aí que valorizamos o entendimento de Cícero: 

... "Sou livre porque sou escravo da lei!" 

“Andar na lei” é difícil, fácil é andar fora dela. 

O maçom sabe que uma vida digna equivale a um templo erguido à virtude e que somente terá vencido suas paixões quando houver aprendido a respeitar e a amar cada ser humano, nunca se acovardando quando tiver de exigir de qualquer um o cumprimento da lei. 

Principalmente diante da covardia de maiorias que procuram esmagar impiedosamente as minorias, ou fanáticos que usam métodos covardes para valerem suas condutas.

A Maçonaria combate a hipocrisia, o fanatismo, a intolerância. 

E combate esses males procurando conduzir os homens ao entendimento, única forma de se conseguir a paz permanente, pregando a misericórdia para com os vencidos. 

Para nossa Ordem, o vencedor deve ser sempre a humanidade. 

Portanto, todos os maçons são concitados a uma conduta de vida capaz de levar consolo a quem sofre, a comida a quem tem fome, o agasalho a quem tem frio, uma toalha macia para enxugar as lágrimas de nossos semelhantes, a levar o conhecimento a quem o deseja. 

Sabe a nossa Instituição que quanto mais se propagar a luz, menor será o espaço a ser ocupado pela trevas. 

Com isso poderemos nos guiar mais seguramente na direção do GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, luz irradiante que será o próprio caminho do amor, da fraternidade e da tolerância per omnia secula seculorum!

Bom dia meus irmãos.