agosto 19, 2021

O COMPASSO DO MUNDO: A MAÇONARIA ATRAVÉS DA HISTÓRIA





O primeiro presidente dos Estados Unidos, George Washington, era maçom. Depois dele, outros 16 líderes da nação mais poderosa do mundo também foram: a lista inclui John Edgar Hoover, diretor do FBI por 45 anos, e Harry Truman, o homem que autorizou o ataque com bombas atômicas sobre o Japão.

Também fizeram parte da sociedade secreta dois políticos decisivos para a vitória aliada na Segunda Guerra Mundial, o presidente americano Franklin Delano Roosevelt e o primeiro-ministro britânico Winston Churchill. Eram maçons alguns dos mais importantes líderes da Revolução Francesa, como Jean-Paul Marat e La Fayette.

O revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi e os libertadores da América espanhola, o argentino José de San Martín e o venezuelano Simon Bolívar, também. O articulador da independência do Brasil, José Bonifácio de Andrada e Silva, pertencia à ordem, assim como o duque de Caxias e nosso primeiro presidente republicano, marechal Deodoro da Fonseca.

Por tudo isso, não é exagero afirmar que o mundo em que vivemos foi definido por essa sociedade secreta, que por três séculos vem reunindo a elite política e militar (e cultural) do Ocidente em rituais cheios de códigos misteriosos.

A MAÇONARIA

Mas o que é maçonaria? Existem várias versões para a criação da organização. A mais confiável remete à Idade Média, quando o controle do comércio era feito pelas guildas, corporações de ofício que reuniam artesãos do mesmo ramo e funcionavam como um antepassado dos sindicatos.

Um dos grupos mais poderosos era o dos pedreiros (em inglês, masons). Era um trabalho de alto status então, pois eram responsáveis pela engenharia e pela construção de castelos e catedrais. Pedreiros tinham acesso aos reis e ao clero e circulavam livremente entre os feudos. Apelidados de free masons (pedreiros livres), se reuniam nos canteiros de obras e trocavam segredos da profissão.

Um dos documentos mais antigos sobre essas guildas é a carta de regulamentos de Londres, 1356. Na época, era só um conjunto de regras para pedreiros. 

Para se identificarem em locais públicos e evitarem o vazamento de suas conversas, criaram um sistema de gestos e códigos. Durante o Renascimento, os pedreiros livres ficaram na moda. Seus encontros passaram a acontecer em salões, chamados de lojas, que geralmente ficavam sobre bares e tavernas das grandes cidades, onde a conversa continuava depois.

Intelectuais e membros da nobreza engrossaram a turma. Por influência deles, os debates passaram a abranger religião e filosofia. Em 24 de junho de 1717, numa reunião das quatro maiores lojas de Londres (então o maior centro maçom europeu), na taverna The Goose and Gridiron nasceu uma federação, a Grande Loja de Londres. Era o início oficial da maçonaria.

A MARSELHESA

Em apenas três décadas, a organização já tinha se espalhado por toda a Europa ocidental e havia alcançado a Índia, a China e a América do Norte. Passou a ser conhecida, respeitada, mas, principalmente, temida.

Não era para menos. Ficava difícil confiar em um grupo de homens ricos e poderosos, de diferentes áreas, que se reuniam a portas fechadas, usavam símbolos esquisitos e faziam juramentos de fidelidade à tal organização e ainda voto de silêncio.

Também não ajudou muito o tanto de lendas que surgiu sobre a origem da maçonaria (em 1805, o historiador francês Charles Bernardin pesquisou 39 diferentes). Tinha para todos os gostos: alguns integrantes da ordem diziam que Noé era maçom, outros transformaram o rei Salomão ou os antigos egípcios em fundadores.

Nem os templários escaparam. A Igreja Católica se incomodou tanto que, em 1738, divulgou uma bula papal atacando a ordem, que décadas depois foi perseguida pela Inquisição.

Além do sigilo, o que perturbava era a atitude sempre à frente de seu tempo. Setenta anos antes da Revolução Francesa, esses homens cultos e influentes já defendiam a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Tratavam-se sem distinção e aceitavam todos os credos religiosos, uma atitude tremendamente avançada para a época. Os ateus, porém eram barrados.

agosto 18, 2021

A EXPRESSÃO "ERA VULGAR" E O CALENDÁRIO MAÇONICO



Desde os idos mais antigos a humanidade utiliza-se de certos referenciais para delimitar um determinado espaço de tempo. Os astrônomos servem-se de acontecimentos naturais ou fenômenos a que se referem os seus cálculos, como as revoluções da Lua, os equinócios e solstícios, os eclipses e a passagem dos cometas. Os cronologistas e historiadores, servem-se também de certos acontecimentos que tiveram influência sobre o gênero humano. Designam-se as épocas enunciando os fatos notáveis a que se referem: Criação do mundo, fundação de Roma e o nascimento de Cristo, entre outros. Primitivamente, os tempos eram calculados em gerações: a Bíblia, por exemplo, conta dez gerações antes do Dilúvio e outras dez depois do Dilúvio. Já segundo Heródoto (Grego considerado o Pai da História) e a maior parte dos autores da época, três gerações correspondiam a cem anos. Posteriormente, possivelmente no século VIII, introduziu-se o uso das Eras, que consistiam no número de anos civis de um povo que decorriam desde uma época notável, tomada como ponto de referência, e que dava o nome à era adotada.

Quanto à etimologia da palavra “Era”, é um tanto controversa. Alguns indícios apontam que teve sua origem na Espanha e, acredita-se, ser a contração das iniciais A.E.R.A. encontradas nos monumentos antigos e que significam Annus Erat Regni Augusti (era o ano do reinado de Augusto) ou Ab Exordio Regni Augusti que significa "Do começo do reinado de Augusto", pois os Espanhóis iniciaram seus cálculos a partir do período que o país ficou sob o domínio de Augusto. Outros dizem derivar da palavra latina aes, aeris (bronze), porque das medalhas e moedas desse metal se deduzia a data do acontecimento notável que serviu de começo a uma serie de anos. As palavras era e época tem certa relação entre si, mas contudo são bem distintas: Era, é o número de anos decorridos desde certo acontecimento notável; época é o momento desse acontecimento. De todos os marcos de início que se poderiam escolher, nenhum seria mais apropriado e natural do que o próprio começo do tempo, isto é: o instante do ponto de partida da primeira volta da Terra em torno do Sol, no princípio do mundo. Todos os povos tomariam este instante se tivesse sido possível determiná-lo. Não o sendo cada povo adotou, como já dissemos, uma Era: A dos Judeus funda-se na criação do Mundo, segundo o Gênesis; a dos antigos Romanos, na fundação da sua Capital; a dos Gregos, no estabelecimento dos jogos Olímpicos; a dos Egípcios, na ascensão de Nabonassar, primeiro rei da Babilônia, ao trono daquele Império; a dos Cristãos no nascimento de Cristo.

Já a expressão Vulgar tem origem no Latim Vulgaris ou Vulgus e primitivamente significava “pessoas comuns” ou seja, aqueles que não são da realeza. Isto pelo menos até meados do século XVI quando a palavra Vulgar passou a ter o significado de algo “grosseiramente indecente”. Foram os Judeus, no entanto, que substituíram o antes de Cristo e o depois de Cristo por antes e depois da Era Vulgar. Como a Era Cristã, sob a denominação de Era Vulgar, é a mais empregada, serve de termo médio e de comparação com as outras, as quais podem se classificar em Eras antigas, as anteriores à Era Vulgar, e Eras Modernas, as posteriores. A Era Vulgar, portanto, designa o calendário Gregoriano mundialmente adotado. Para entender como a expressão Era Vulgar passou a ser empregada na Maçonaria, é preciso lançar mão do Calendário Maçônico. O primeiro ano do Calendário Maçônico é o Ano da Verdadeira Luz, Anno Lucis em Latim, ou simplesmente V.´.L.´. ou A.´.L.´. como empregado na datação de antigos documentos Maçônicos do século XVIII, e interpretado como Latomorum Anno ou, como no texto original em inglês que serviu de base para esta pesquisa, “Age of Stonecutters” – que significa “Idade dos Cortadores de Pedra”. A determinação do Ano da Verdadeira Luz teria sido com base nos cálculos de James Usher, um bispo Anglicano nascido no ano de 1581, em Dublim. Usher havia desenvolvido um cronograma que começava com a criação do mundo segundo o Livro de Gênesis, que precisou ter ocorrido as 09 horas da manhã do dia 23 de Outubro de 4004 A.C., com base no texto Massotérico (texto em hebraico que deu origem à vários capítulos da Bíblia) ao invés do Septuaginta (antiga tradução grega do Velho Testamento). Neste contexto, James Anderson fez constar em sua Constituição de 1723 a adoção de uma cronologia independente da religião, pelo menos no contexto britânico da época, com o objetivo de afirmar, simbolicamente, a Universalidade da Maçonaria. Foi aceito, portanto, que o início da Era Maçônica deu-se 4000 anos antes da Era Comum ou Vulgar. 

Nota-se o que parece ser um pequeno arredondamento de quatro anos entre os cálculos de Usher e o que foi adotado nas Constituições de Anderson. O Ano Maçônico tem o mesmo comprimento do ano Gregoriano, no entanto, começa em 01 de março – assim como o Ano Juliano que ainda estava em vigor quando da redação das Constituições de Anderson. No calendário Maçônico os meses são designados pelo seu número ordinal. Assim, 01 de março de 2011 da E.´. V.´. seria o dia 01 do mês 01 do ano de 6011 da V.´.L.´., segundo Anderson.

Se por um lado existem claras referências nas Constituições de Anderson a eventos calculados segundo a regra que citamos, por outro tal prática parece não ter sido adotada como regra geral. Os antigos maçons dos Ritos de York e Francês adicionavam 4000 anos à Era Vulgar, conforme as Constituições de Anderson. No entanto Maçons do Rito Escocês Antigo e Aceito utilizavam o calendário judaico, adicionando 3760 anos à Era Vulgar. Já os Maçons do Arco Real utilizavam-se da data de construção do segundo Templo, ou 530 anos antes da Era de Cristo. Qualquer que seja o motivo que tenha levado a tantas variações nos diferentes Ritos, um calendário maçônico é baseado na data de um evento ou um começo, e estas referências eram usadas em documentos oficiais das Lojas. As datas históricas são símbolos de novos começos, e não devem ser interpretadas como se já houvesse uma loja maçônica no Jardim do Éden... A idéia só foi concebida para se transmitir que os princípios da maçonaria (e não a maçonaria em si) são tão antigos quanto a existência do mundo. Vejo que qualquer outro significado Maçônico para estas datas não passam de um desejo dos primeiros maçons escritores de criar uma linhagem antiga para a Maçonaria, nos moldes de suas imaginações.

No Brasil há registros de que o GOB utilizava, nos primórdios da maçonaria Nacional, um calendário equinocial muito próximo do calendário hebraico, situando o início do ano maçônico não em 01 de março como sugere Anderson, mas no dia 21 de março (equinócio de outono, no hemisfério Sul) e acrescentando 4000 aos anos da Era Vulgar, datando seus documentos com o ano da V.´.L.´.(A.´.L.´.). Desta maneira, o 6° mês Maçônico tinha início a 21 de agosto (primeiro dia do sexto mês) e o 20° dia era, portanto, 09 de setembro da E.´.V.´., como situa um Boletim do GOB de 1874, isto segundo o Irm. José Castellani, em sua obra “Do pó aos arquivos”. Outro bom exemplo é a imagem do topo deste artigo, retirado da Ata de Iniciação de D. Pedro I :

O fato é que datar pranchas e documentos maçônicos com o ano da V.´.L.´. caiu em desuso, talvez porque hoje saibamos que nosso sistema solar existe há mais de 4,5 bilhões de anos. Utilizar o calendário Gregoriano e referir-se a ele como E.´.V.´., é a pratica mais comum nos dias atuais.


Bibliografia:

Philosophical e Mathematical Dictionary – Vol I - 1815 – Google Books

Peça de Arquitetura do Irm. Antonio Carlos Rios – Academia Maçonica de Letras do MS – COMS-COMAB

The Masonic Manual by Robert Macoy – Revised Edition – 1867

Do pó aos arquivos – José Castellani

Web Site da Grande Loja Maçônica de Minnesota-USA

ESSENIOS E A MAÇONARIA



Embora eu não concorde absolutamente com essa História Mítica dos Maçons, não me arrogo ao direito de censurar a opinião alheia, de maneira que deixo a cada um o encargo de formar sua própria opinião. Michael Winetzki


De acordo com a História Mítica dos Maçons, a Maçonaria nunca deixou de ser transmitida e praticada, desde suas origens, ao longo dos tempos da humanidade.

Por isso, nos períodos históricos que conhecemos, é grande a tentação de buscar certos elos da corrente, os ancestrais espirituais de certa forma. Assim, os Templários, os Cabalistas da Idade Média, os Gnósticos do começo do Cristianismo foram o objeto de tais investigações, sem esquecer - mais no tempo - o ensino dos Templos Egípcios.

Menos reivindicados, talvez porque menos conhecidos, os essênios merecem nossa atenção. Esta comunidade judaica que residia em Qumran - nas margens do Mar Morto - durante o primeiro século antes de Cristo e que se dispersou alguns anos antes da destruição do Segundo Templo em Jerusalém (no ano 70) era conhecida por vários textos históricos proveniente de Filo de Alexandria, Flavius-Josephe e Plínio, o Velho.

Esses textos insistiam no caráter excepcional da comunidade, na santidade de seus costumes, no total desinteresse de seus membros e na prática assídua de todas as virtudes.

Desde 1947, os essênios tornaram-se infinitamente famosos com a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, Manuscritos que incluíam, entre outros, documentos internos à comunidade, como os Hinos, as Regras da Guerra dos Filhos da Luz contra os Filhos . of Darkness e o rolo da Regra também chamado de Manual de Disciplina.

Portanto, é de grande interesse para nós estudar as concepções e as regras de funcionamento de uma sociedade iniciática no terceiro século antes de nossa era.

Sociedade iniciática, o fato é indiscutível!

Os membros da comunidade de Qumran não apenas praticam todas as virtudes; seu objetivo é o conhecimento, o das leis cósmicas e os mistérios da criação. Para tanto, é ministrada uma educação esotérica, de forma progressiva, de acordo com a evolução de sua capacidade de recepção.

Ouçamos, sobre este assunto, o rolo da Regra (IX - 18 - 19): “cada um, segundo o seu espírito, segundo o determinado momento do tempo, os guiará no conhecimento; e, igualmente, os instruirá nos mistérios maravilhosos e verdadeiros no meio dos membros da comunidade ”.

Por outro lado, nada deve ser revelado a "homens de perversão", leigos de fora da comunidade "mesmo à custa da morte".

Quanto ao modo de ensinar, Filo de Alexandria já nos havia informado: “na maioria das vezes, é por meio de símbolos que o ensino lhes é dado, seguindo um método antigo de pesquisa”.

Método simbólico, ensino esotérico, pesquisa de saberes unidos a um trabalho sobre si que visa triunfar sobre as paixões para alcançar a “verdadeira liberdade” (Filo). Não há necessidade de insistir em enfatizar o parentesco com os princípios maçônicos!

Os paralelos não param por aí, mas antes de continuar sua enumeração e chegar ao mais perturbador deles - a concepção essênia do Templo - vale a pena apontar duas diferenças principais que devem ser levadas em conta para evitar assimilações precipitadas:

- Em primeiro lugar, a comunidade dos essênios tem um caráter decididamente religioso e o aspecto iniciático, anteriormente mencionado, é indissociável de um intenso misticismo que a Maçonaria moderna não ecoa mais.

- A segunda grande diferença é que a noção, essencial na Maçonaria da Tolerância, não encontra correspondência entre os essênios. Fora da seita, não há verdade ou salvação!

Feitas essas duas importantes reservas a respeito do aspecto religioso e um tanto sectário da comunidade, podemos retomar um rápido exame das regras que a regem.

Todas as características de uma sociedade iniciática são encontradas lá. Os candidatos são examinados por um Inspetor e, se aceitos, devem completar um ano de postulado e dois anos de noviciado.

No final do noviciado, o candidato está totalmente integrado na comunidade, os seus bens misturam-se com os dos outros, adquire o direito de participar na refeição comum, bem como o direito de opinar e de votar.

A cerimónia de integração inclui um juramento, nomeadamente, de nunca revelar doutrinas internas aos leigos, sob pena das mais terríveis punições em caso de traição.

Dentro da comunidade, existe uma hierarquia estrita baseada na antiguidade e no mérito, bem como uma disciplina rigorosa. Durante as sessões, todos se levantam quando chega a sua vez de falar e é estritamente proibido interromper um Irmão - porque este é também o nome que eles se dão - durante a sua intervenção.

Os irmãos devem uns aos outros benevolência, cortesia, amor recíproco e ajuda mútua. Mas também há um dever de protesto, porque todos estão unidos e cada um é responsável pelo progresso e evolução do outro.

Todas essas regras são, sem dúvida, muito semelhantes às regras maçônicas, mas o mesmo poderia ser dito em relação a muitas comunidades ou sociedades de natureza iniciática.

No entanto, existe um parentesco, mais perturbador do que todos os anteriores, entre os essênios e a Maçonaria como a conhecemos. Esse parentesco reside na própria concepção do Templo e sua construção.

Para apreciar esse parentesco em seu verdadeiro valor, deve-se lembrar que, na época em que vivia a comunidade de Qumran, o Templo de Jerusalém - um lugar mais venerado no judaísmo - ainda não havia sido destruído. No entanto, os essênios consideram o edifício sagrado com suspeita e não fazem seus sacrifícios lá.

Ouçamos Henri Corbin em sua obra “Temple et Contemplation”:

“ Diante do Segundo Templo, agora contaminado e profanado e do qual se separou, a comunidade de Qumran tem consciência de constituir-se, simbolicamente, o Novo Templo como Templo Espiritual. Miqdash Adam: a tradução por "templo humano" já é eloqüente. O proposto pelo Gartner é mais preciso: “um templo de homens”, ou seja, um templo de homens. A comunidade como “casa de Deus” carrega o selo da eternidade: o Templo Eterno está agora em processo de realização na comunidade. Os sacrifícios oferecidos neste Templo, formado pelos membros da comunidade, são de natureza puramente espiritual ”...

Ir além. Os essênios retomam e adaptam o famoso versículo de Isaías (28-16):

“ Eis que pus em Sião uma pedra, uma pedra provada, uma preciosa pedra angular, firmemente assentada; quem o pega não terá pressa em fugir ”.

Como indica Henri Corbin: “A hermenêutica de Qumranian coloca no plural“ as pedras experimentadas ”. O fundamento, lançado por Deus, a rocha, são as verdades que a Hermenêutica da Torá, a lei judaica, revela à comunidade. As “pedras comprovadas” nas quais a nova aliança se baseia são os membros da comunidade.

Assim, não só os essênios perseguiram o ideal de construir um Templo eterno, universal, de natureza puramente espiritual - característica da Maçonaria - mas também utilizaram, para os homens chamados a construir este Templo, o simbolismo - onipresente na Maçonaria - da pedra bruta que deve ser cortada, o que eles chamam de "pedras experimentadas"Uma observação sobre o simbolismo, tão importante, da pedra.

Em hebraico, a pedra é chamada Even, uma palavra particularmente interessante porque encontramos em sua composição a palavra Av que significa "o pai" e a palavra Ben que significa "o filho". Palavra por palavra, Even pode ser traduzido como "filho do pai". ou "filho do primeiro princípio". O que faz dizer aos comentaristas que a pedra representa o homem consciente de sua filiação divina, o homem espiritual.

Esta observação explica em parte a durabilidade do símbolo da pedra para representar o homem no processo de iniciação.

A montagem de “pedras comprovadas” deve permitir a construção do Templo Universal. Este ideal de construção, sem dúvida, tira sua origem da própria fonte da tradição judo-cristã, no livro do Gênesis (II.3).

"Elohim abençoou o sétimo dia e o santificou, pois naquele dia ele retirou todo o trabalho que ele havia criado para ser feito (tradução do Zohar)".

Este versículo, muito comentado na Cabala, tem consequências importantes. Isso implica que Elohim criou a obra em princípio (esta é uma das traduções da palavra Bereschit "no início") que desenhou os planos para ela, mas que ainda falta ser feita, para ser construída, de acordo com a vontade do arquiteto. E essa é obviamente a vocação do homem, pedreiro no canteiro de obras em construção.

O edifício é um Templo, porque o Templo é o lugar onde deve ser estabelecida a comunicação entre o homem e Deus. Portanto, fica implícito que o estabelecimento dessa comunicação é o próprio propósito da criação.

A originalidade dos essênios - e este é seu parentesco principal com a Maçonaria - é ter ido além da ideia da existência obrigatória de um edifício material. Todos os homens que compõem a comunidade representam o verdadeiro Templo eternamente construído pelo trabalho de cada membro sobre si mesmo. E este Templo tem vocação para se estender ao infinito por todos os novos voluntários que vierem fazer parte da comunidade.

Como costuma acontecer em tempos difíceis, os essênios acreditavam que o fim dos tempos estava próximo. O Templo logo estaria concluído e, em uma espécie de apocalipse, os filhos da luz triunfariam definitivamente sobre os filhos das trevas.

É preciso reconhecer que, vinte e um séculos depois, a construção continua e que a escuridão está longe de se dissipar. No entanto, a mensagem de Qumran mantém seu valor:

O Templo de Jerusalém, sobre a sujeira e a destruição que gerações de judeus lamentaram, é o símbolo da profanação do próprio homem considerado um Templo.

O homem, governado por suas paixões, desviando o olhar do céu para se dedicar exclusivamente à Terra, representa o Templo sujo que a presença divina (a Schekinah) abandonou e que será destruído.

Por outro lado, construir o Templo, restabelecer a comunicação entre o céu e a terra, é fazer o próprio Templo, praticar a ascese iniciática que os essênios - é preciso dizer - levaram à sua perfeição final.

Por volta do ano 63, a comunidade de Qumran foi dispersa e foi para o exílio. Encontramos o seu rasto em Damasco, graças à escrita que se encontrava numa sinagoga do Cairo e que leva o título “Escritas de Damasco”. Então os essênios desaparecem definitivamente da história que conhecemos.

Mas, é evidente que seus ensinamentos sobreviveram.

Através da Cabala, é certo: como observa Dupont-Sommer, “a seita essênia, como certos autores haviam percebido anteriormente, parece ter sido o foco inicial desse misticismo, desse esoterismo judaico que experimentou na Idade Média, especialmente com a Cabala, desenvolvimentos extraordinários.

E, através da Cabala, cuja influência na elaboração dos rituais maçônicos é geralmente reconhecida, é provavelmente a própria Maçonaria que hoje transmite a mensagem fundamental dos essênios, verificando assim a realidade desta corrente tradicional que foi mencionada anteriormente.

No século 1 aC, os homens de Qumran usaram um simbolismo de construção muito próximo ao simbolismo maçônico. Nas margens do Mar Morto já foi colocado - como Hino VI expressa "o prumo da verdade para controlar as pedras experimentadas".

Estes homens construíram Miqdash Adam "o Templo do Homem", conscientes de que o edifício a construir, segundo os planos do Arquitecto, está ligado à evolução do homem através do esforço e do conhecimento.

agosto 17, 2021

MAÇOM NÃO É NUVEM - Ribamar Dantas M.'.M.'.



Um fenômeno interessante da natureza é o acumulo de diminutas partículas de água em estado líquido, que, em suspensão, se agregam e precipitam na atmosfera.

Naturalmente, estamos tratando das nuvens e da chuva.

Mas, o que este fenômeno da natureza tem a ver com o Maçom?

Em um exercício de analogia, transformamos estas “diminutas partículas de água” em informações que nos chegam por meio das mídias eletrônicas.

Nossas mentes serão as nuvens que vão acumulando-as.

Os “fenômenos atmosféricos” são nossa impulsividade expressa no dedinho frenético a copiar/colar ou compartilhar todo tipo de mensagens, a todas centenas de grupos de que participamos.

Da mesma forma que uma chuva suave faz bem no Orbe Terrestre, a parcimônia, o foco, a confirmação da verdade fazem germinar e frutificar ações iniciadas a partir de uma simples, objetiva e verdadeira mensagem no WhatsApp.

Diariamente, observamos compartilhamentos de mensagens falsas, as “fake news”, como doação de córneas, pessoas desaparecidas, que já foram encontradas no ano passado, noticias alarmistas sobre a pandemia, divulgadas sem a fonte, incitação à quebra da Democracia, ataques às Instituições Democráticas e tantas outras.

Causamos, com isso, uma verdadeira tempestade com raios de injúria e trovões de insegurança.

Não nos deixemos levar pelos ventos fortes da instabilidade moral e política conjuntural da sociedade.

A PALAVRA CHAVE É DISCERNIMENTO

(capacidade de avaliar as coisas com bom senso e clareza – juízo)

Os e-mails, mensagens de celular, grupos de whatsapp e outras mídias eletrônicas são as maiores redes de comunicação da atualidade.

Vamos nos adequar a esta realidade com toda a sua complexidade e incoerência.

Talvez, a maioria dos Irmãos creia que se trata apenas de instrução teórica.

Mas, ao Maçom cabe procurar o conhecimento e a aplicação de Sete Artes ou Ciências, que são Astronomia, Música, Geometria, Aritmética, Lógica, Gramática e RETÓRICA.

Equivoco é pensar que retórica se manifesta apenas na oratória.

Manifestações digitais bem argumentadas, dentro das regras dos grupos, sabendo usar as palavras, em conteúdo e quantidade fazem bem e qualificam a quem envia a mensagens.

Não sejamos acumuladores e distribuidores irrefletidos de mensagens.

É necessário que tenhamos um comportamento critico.

Em 1932, o rotariano Herbert Taylor criou a Prova Quádrupla e gostaria de sugeri-la como guia antes das postagens.

1. É a VERDADE?

2. É JUSTO para todos os interessados?

3. Criará BOA VONTADE e MELHORES AMIZADES?

4. Será BENÉFICO para todos os interessados?

E assim, teremos a oportunidade de vivermos e fazermos um mundo melhor.

Bom dia meus irmãos. 


TVGAROTO - Pedro Jorge de Alcantara Albani


 

Pedro Jorge de Alcantara Albani - Acad. Maçônica de Letras de Juiz de Fora e Região - ARLS Montanheses Livres 


No início de dois mil e dez, ainda na era do Orkut, circulou pelas redes sociais um conto em que, um menino dizia em sua redação que queria ser uma televisão, pois gostaria de ter a atenção de todos, principalmente dos pais, pois estes se postavam a frente do aparelho, até nas refeições, não dando importância a ninguém, nem mesmo ao garoto. Muitos ao lerem o texto, relatavam na rede social que chegaram a chorar e a refletir sobre suas famílias.


    Mas como seria se existisse uma fada madrinha e ela realizasse o desejo do garoto. Será que nos dias atuais a televisão é o verdadeiro chamariz das atenções de um lar, creio que não.


    Hipoteticamente vamos colocar nossa imaginação a vagar no mundo do faz de conta. Uma casinha como outra qualquer, num lugar qualquer, no tempo presente. Uma luz a clarear a sala, uma família presente sentados no sofá, em volta de sua preciosa televisão, que outrora havia sido filho dos donos da casa.


    Durante muito tempo, garoto como queria foi o centro das atenções. Elogiavam sua programação, riam dos programas humorísticos, choravam nos filmes tristes, assustavam nas películas de terror e discutiam cada capítulo da novela. O nosso jovem se sentia assim, parte da família.


    Mas a felicidade nunca foi, ou será eterna, a vida muda, os costumes mudam e a transformação acontece. Alguém vendo uma propaganda na adorável televisão do lançamento de um aparelho de celular que acessava as redes sociais. Há se o menino TV imaginasse teria desligado ou mudado de canal, triste sina.


    Logo a novidade chegou, um aparelho puxou o outro, e agora todos tinham o seu, na sala uma televisão triste, a enfeitar o canto da casa, e todos agora vivem conectados, longe do mundo real. 


    Outrora jantavam juntos na sala em frente da televisão, onde viajavam juntos nas programações, hoje cada um viaja sozinho em suas redes sociais, esqueceram até da sua amada TV, que vive desligada, pois a tomada só serve para carregar os aparelhos. Pobre garoto, que teve seu desejo realizado.


    Hoje vive a chamar sua madrinha, para realizar outro desejo, ser um aparelho celular, porém não consegue falar com ela, pois ela hoje só atende através do WhaatApp.


agosto 16, 2021

A MELODIA DO SILÊNCIO - Norberto P. de Barcellos




O silêncio é um convite para a meditação, para a reflexão. Aliás, diga-se de passagem: sem a existência do silêncio, como receber inspiração para isso? Quando praticado, traz um forte sentimento de satisfação interior e, consequentemente, mental. Dentro de um templo, por exemplo, ou em um lugar apropriado, percebemos o valor do silêncio com nítida facilidade. Mais precisamente aqui, nas nossas reuniões, caso possamos sentir com clareza a nossa reação verdadeiramente íntima, perceberemos que o nosso silêncio nos eleva a um claro convite para a união espiritual que comunga com a harmonia do ambiente.

A ciência já nos ensinou que somos seres que produzimos e emanamos energias. O universo na sua totalidade é feito de vibrações com as mais variadas intensidades, sendo que, a nossa mente forma uma energia ininterrupta. É um assunto complexo e longo, mas se por nós aceitos, veremos que as nossas mentes uma vez que particularizadas pelas vibrações, transmitem e são receptivas a todas espécies de manifestações, constituindo-se de sinais que se comunicam com aqueles que dividem conosco o mesmo ambiente. É uma ação interativa e recíproca ou mútua ou de troca. Emitimos e recebemos.

Um dia li que a nossa atividade cerebral, os nossos pensamentos, as nossas emoções, são vibrações que se transformam em ondas elétricas quando emitidas. Portanto, parece-nos lógico que, os sinais vindos do nosso cérebro, podem variar de intensidade de acordo com a situação. Então, otimizando o exemplo, vamos direcionar as nossas energias para o bem como vibrações positivas e, as dispersas como turbulentas. É claro que vamos nos deparar com uma situação claramente confusa.

As vibrações opostas obrigatoriamente entrariam em choque, umas com as outras, criando campos de intensa turbulência. Seria como uma orquestra, estando cada músico tocando o seu instrumento numa afinação diferente, causando um som destoante, desagradável e desarmônico no seu conjunto. Algo ruim e harmonicamente negativo. Outro dia, nas páginas de um livro do Maestro Isaac Karabthevski, li a sua belíssima definição sobre música. Fechei o livro e fiquei meditando sobre o assunto. Depois, não resistindo, tomei a ousadia de traçar um comparativo com o silêncio. E encontrei semelhanças inconfundíveis. Senão vejamos: a música é um fenômeno abstrato que corre no tempo, corre no espírito. O silêncio também. Você sente, mas não consegue manter um contato físico, como tem com um quadro ou com uma escultura. A música entra em você, no seu grande íntimo e se processa a um nível puramente psíquico. Ela não é concreta. É um fenômeno abstrato, sensorial. E o silêncio o que é?

Ora, meus irmãos, como podemos ver, o silêncio e a música possuem uma afinidade muito grande. Caso dedicarmos este momento para proveito da nossa mente, intenções para a harmonia e paz interior, estaremos todos emitindo vibrações positivas que se dimensionam dentro do tempo. E todos sentiremos o efeito dessa energia como um convite a meditação, pois estaremos assimilando uma espiritualidade harmônica, afinada, silenciosamente melódica, um bem-estar incomum. Já o contrário, ou seja, qualquer vibração dispersiva, pensamento confuso, distração, prejudicará a harmonia do ambiente. Sons altos ou estridentes, assuntos que destoam do recolhimento, risos e até conversas murmuradas que possam causar dispersão, cortam e anulam as vibrações que tanto almejamos, porque somos portadores do bem. Somos e queremos ser afinados músicos, para assim executarmos as mais belas melodias silenciosas.

Forma de estarmos sintonizados com o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO. O Regente de todos os momentos. O nosso Grande Maestro.


Publicado no Informativo Chico da Botica, n.º 139, de 15 de janeiro de 2020, disponível em https://bancadosbodes.com.br/chico-da-botica-no-139-15-de-janeiro-de-2020/

A VERDADE, UM BEM INATINGÍVEL - Newton Agrella



Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais destacados intelectuais maçônicos do pais.

Uma das manifestações naturais que se desenvolvem no ser humano desde muito cedo é a *Verdade*, com o intuito de desejar compreender o universo, isto é;  como divisamos os acontecimentos, as situações, bem como aquiescemos que tudo aquilo que as pessoas nos contam seja dotado de credibilidade e certeza.

Assim, se constrói a importante ideia da *Verdade*, que é um dos objetivos da especulação filosófica e da razão da vida,  de modo que possamos nos desenvolver e encontrar propósitos e justificativas para a nossa existência.

*Verdade* substantivo abstrato,   tem sua etimologia no Latim. 

A palavra advém de  "VERUS" que significa "real, verdadeiro". 

A forma substantiva em Latim é "veritas, veritatis,"

Seu significado no plano semântico e literário refere-se aos fatos que correspondem aquilo que é real, que não está escondido, daquilo que se manifesta como é, ou existe como tal.

Os grandes pensadores e filósofos da humanidade sempre buscaram estabelecer um conceito irrefutável sobre a *Verdade*, como instrumento de valor traduzível, tanto sob a ótica metafísica quanto gnóstica. 

Contudo, a *Verdade* é um conceito que não se determina, ela simplesmente existe e desperta dentro de cada um de si, e se convenciona como base e sustentação que permanece inalterável a quaisquer circunstâncias e contingências.

A *Verdade* é uma propriedade que tem a prerrogativa de se instalar na mente e no espírito, a que os gregos chamam de *"alétheia"* que quer dizer o não oculto.

A Maçonaria, quando propõe em sua essência filosófica o aprimoramento do templo interior humano, através da Simbologia, ela incita a capacidade especulativa do homem de se autoconhecer e sobretudo aprimorar seu nível de consciência, para compreender seu papel em sua própria existência.

O postulado menos provável em que homem deva se debruçar, seja talvez o da chamada "Verdade Absoluta", tantas vezes pronunciada aos quatro ventos,  mas que como conceito incondicional e indiscutível inexiste, pois o tempo molda e dá sentido à *Verdade*, de acordo com aquilo que vai se tornando um ponto de convergência para determinados grupos sociais e que atenda a uma forma comum de entendimento.

A discussão sobre a *"Verdade"*, como um princípio da expressão humana, hoje e sempre vai se deparar com uma série de paradoxos, uma vez que a características contraditórias e as versões sobre seu significado encontram ecos que soam em diferentes direções.

Por isso, sua busca constitui-se num bem infinito.

A *Verdade* não tem dono, tem caminhos. 

Ela é uma disposição particularmente humana, cuja dificuldade para sua definição  encontre justificativa em nossa própria imperfeição.



agosto 15, 2021

O DESAFIO DE CONSTRUIR A PRÓXIMA GERAÇÃO DE MAÇONS - Todd E. Creason


Escrevi muito sobre Maçons famosos ao longo dos anos. Passaram pela nossa Fraternidade um número tremendo de indivíduos verdadeiramente notáveis ​​ao longo da sua longa história. Estudei muitos dos homens mais notáveis ​​da nossa Fraternidade.

A Maçonaria não pode receber todo o crédito pelos atributos de muitos desses homens notáveis. Muitos deles eram notáveis ​​muito antes de baterem à porta de uma Loja Maçônica, mas a Loja Maçônica certamente focalizou muitos destes homens e deu-lhes as competências que faltavam para alcançar os objetivos que estabeleceram para si próprios.

 Muitos homens famosos e não tão famosos adquiriram valiosas competências em liderança, desenvolvimento de caráter, moral e ética.

A Maçonaria serviu de trampolim para muitos encontrarem o seu propósito e o seu verdadeiro chamado na vida. Isto foi certamente verdade para mim.

A Maçonaria tem sido uma fonte de aprendizagem para mim. Ao longo da minha vida adulta, a Bíblia foi sempre o meu “livro de cabeceira”, mas a Maçonaria funcionou e funciona como o meu “laboratório de aprendizagem”.

Aprendi a organizar uma reunião. Aprendi como aplicar recursos mínimos para obter o máximo impacto. Aprendi a relacionar-me e a fazer networking. Ganhei competências de liderança e de discurso. O mais importante é que consegui polir alguns aspectos do meu caráter e personalidade, através dos ensinamentos da Maçonaria e da minha associação com homens que possuíam as competências que me faltavam.

Eu não sou a mesma pessoa que era, e também não acho que já aprendi tudo. A Maçonaria levou-me por um caminho que eu nunca pensei que faria, e mudou-me de uma forma que nunca pensei ser possível. No último ano ou dois, esse caminho levou-me a outra bifurcação na estrada – outra das aventuras da vida que estou prestes a embarcar e que nunca teria encontrado se não fosse pelos benefícios que obtive com a minha Fraternidade.

 A Maçonaria ensinou-me o que é possível. O que é possível como indivíduos. O que é possível como um pequeno grupo. O que é possível como comunidade.

E eu sinto que estou apenas a começar. Como os maçons aprendem, somos um projeto que nunca termina – uma pedra que nunca está verdadeiramente aperfeiçoada na Terra, mas que, no entanto, continuamos a trabalhar até ao dia final.

Entendi! Aprendi bem, aproveitei bem as lições oferecidas e apliquei-as à minha vida. É disto que se trata.

Sei que muitos dos meus irmãos tiveram esta mesma experiência porque conversamos bastante sobre isto. E todos nós parecemos ter a mesma preocupação com o futuro. Que os homens que estamos a criar hoje na nossa Loja não estão a receber a mesma qualidade de orientação que nós tivemos quando entramos. Afastamo-nos de ensinar Maçonaria e de aplicar a Maçonaria.

Não estamos a conseguir transformar os nossos novos membros nos líderes de amanhã. E na última década, aqueles homens que criados e que falhamos ao ensinar, subiram na hierarquia sem o benefício de realmente entenderem o que é realmente a Fraternidade.

Eu estava a conversar com um Maçom há alguns meses e ele fez uma observação interessante. Ele disse que a Maçonaria é construída sobre um conjunto de princípios morais e éticos, assim como uma igreja é construída sobre a Bíblia. Então perguntou o que aconteceria se tirasse a Bíblia da igreja. E tivemos uma longa e esclarecedora conversa sobre quais seriam os resultados disso.

Bem, reunir-nos-íamos todas as semanas para uma sessão. Provavelmente executaríamos o ritual da mesma forma de sempre, embora tivéssemos esquecido por que o fazíamos assim. Se estivermos com pressa, podemos até saltar partes do ritual. Poderíamos cantar um pouco ou ouvir as últimas.

Talvez conversar sobre pessoas doentes ou necessitadas e organizar uma coleta. Almoçaríamos depois. Os membros começariam a diminuir porque perceberiam que não tiravam muito proveito do culto a não ser ouvir anúncios e colocar a esmola no prato todas as semanas.

Alguns dos membros mais velhos encontrariam outros lugares para ir, porque se lembravam do que era a igreja. O próximo passo sabe seria o dinheiro passar a ser um problema e os bancos da igreja ficarem cada semana mais vazios.

 A direção da igreja ficaria certamente muito preocupada. Alguns poderiam até sugerir que voltássemos a ensinar a Bíblia, pois foi assim que a igreja foi construída originalmente, mas a maioria diria que os novos membros que aderiram desde que deixaram de ensinar a Bíblia não têm interesse em aprender aquelas escrituras antigas – eles aderiram pela camaradagem e pela angariação de fundos. Então, o que fariam para atrair novos membros? Talvez planeassem um passeio de golfe ou uma noite de cinema. E dinheiro? Temos aquele bom salão e a cozinha. Talvez devêssemos criar um café da manhã com panquecas. . . ou um peixe frito.

Soa familiar? Isto é apenas um exemplo – a Maçonaria não é uma igreja, mas seria a mesma história com qualquer organização construída com um objetivo central. E se a Liga Contra o Cancro deixasse de financiar a pesquisa do cancro. Ou a Protetora dos Animais se desinteressasse da gestão de abrigos de animais.

A Maçonaria é uma organização construída com um propósito. . . uma missão. Mas em muitos locais, afastarmo-nos desse objetivo, que é construir homens fortes. Homens de caráter. Homens com fortes valores morais e éticos.

Quando se tira o objetivo principal de uma organização, tudo o que resta é uma sala de reuniões vazia, cheia de cadeiras vazias.

Devemos voltar ao que realmente somos.


Tradução de António Jorge

FUNDAMENTOS JUDAICOS NA MAÇONARIA

Reunião conjunta - ARLS Acácia Palhocense, ARLS Pitágoras, ARLS Alferes Tiradentes, ARLS Templários da Nova Era

Palestra: Fundamentos Judaicos na Maçonaria, com o ir ∴ Michael Winetzki.

Hora: 16 ago. 2021 20:00 São Paulo

Entrar na reunião Zoom

https://us02web.zoom.us/j/86027017473?pwd=MFE2TCttWDNjTHpBT1QwS0NtdnROdz09

ID da reunião: 860 2701 7473

Senha de acesso: TFA

agosto 14, 2021

INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO MAÇÔNICA - Charles Boller M.'.M.'.


Especula-se que: o universo é resultado de projeto inteligente com finalidade definida; não é o resultado de ocasionais ocorrências aleatórias; que a vida tem propósito significativo; que é lógico pensar na vida com intenção de preencher finalidade determinada, planejada.

Na contramão disso, o homem percebe que muitas de suas atividades são dispersivas e alienantes no uso da vida. 

Para a maioria a vida não tem sentido, principalmente na forma correta de usufruir o que realmente a natureza intenciona no viver bem.

Na atividade do homem não se concebe que se faça o que é certo em um aspecto da vida, enquanto comete erros em outros. 

Como fará em sua caminhada para não perder a visão de sua vida em sentido lato? 

Como deve agir para usufruí-la como um conjunto indivisível?

O homem que se iniciou nos mistérios da Maçonaria descobre na vida a existência de maravilhas a serem exploradas, questionadas e aplicadas para usufruir de sua existência da maneira mais equilibrada possível, com o propósito do Criador. 

Pela educação maçônica, o homem deixa de ser um morto-vivo de comprometida visão da vida.

A Maçonaria e seus mistérios oferecem ferramentas e instruções que removem barreiras e possibilita o usufruto da vida em sua plenitude.

O senso do mistério alimenta emoções residentes na psique e que são trabalhados nas atividades maçônicas.

A ciência em forma de arte traduz a emoção fundamental para o progresso pessoal.

São mistérios que não inspiram medos, o maçom faz o bem porque isso é parte de sua nova vida e não porque tem medo de algum castigo ou almeje hipotético prêmio depois de morto.

Se aplicada passo-a-passo, de forma simples, a essência da vida é aprendida e, se for da vontade do adepto, liberta-o da escravidão, do servilismo ao sistema desumano de vida, que o espreme e suga toda a sua força ativa até sobrar apenas bagaço. 

Ao sujeitar a ambição ao controle racional, liberta-se do pior tipo de servilismo, pior até que a própria fome e pobreza. 

Ao inspirar coragem e decisão no adepto, a filosofia da Maçonaria conduz àquele que passa a confiar em si mesmo e conduz seus próprios passos ao prazer de conquistar a vitória sobre si mesmo. 

Ao sentir que é capaz de conduzir a si mesmo torna-se apto a conduzir aos que ainda não despertaram.

As noções filosóficas da Maçonaria auxiliam na absorção do conhecimento que livra do obscurantismo e da alienação ao trabalho. 

São aplicadas apenas umas poucas horas semanais em treinamento e convivência que eliminam anos de frustrantes tentativas de acertos e erros até obter a visão necessária para dar sentido à vida. 

Não se trata de entendimento intelectual, político ou crença, mas de um sentido misterioso, ainda inexplicável, de intuição individual que dá sentido à vida. 

Cada adepto usa da Maçonaria para dar o seu próprio sentido para a vida sem ficar batendo cabeça em tentativas inúteis e fantasiosas.

O sucesso pessoal não é devido exclusivamente à força ou ao conhecimento, mas diz respeito à vontade férrea, de coragem para agir. 

O entendimento de como caminhar por conta própria advém do conhecimento esotérico que conduz ao sucesso pessoal, familiar, social e profissional. 

A convivência maçônica inspira o conhecimento intuitivo e o fortalecimento do caráter que conduzem o maçom, que inicia a si mesmo, a uma consciência superior. 

Não um super-homem, mas um homem renascido de sua própria decisão de fazer de si mesmo uma criatura em permanente evolução.

Ao trabalhar em si mesmo, na pedra, o adepto participa na construção de um templo social onde ele é incentivado a ocupar cada vez mais cargos, públicos ou privados, de modo a conduzir a sociedade por bons pastos. 

Não se trata de conduzir gado de corte por fértil campo de engorda e deste ao matadouro da exploração, mas de propiciar oportunidades razoáveis de vida sem eliminar as diferenças e os desníveis que são característica de civilizações saudáveis. 

É a sabedoria salomônica aplicada no dia-a-dia do cidadão. 

O homem sábio é muito mais forte que o bruto, pois o conhecimento aplicado com sabedoria é muito mais forte. 

O conhecimento provê a base sólida da construção pessoal que se afasta da alienação do sistema de coisas humano pela aplicação do pensamento sábio.

Maçonaria é arte. 

É uma ciência que permite construir o intelecto cuja compreensão possibilita o despertar, o abraçar da iluminação que vem da racionalidade conduzida por balanceada espiritualidade - diferente de religiosidade. 

A luz que o maçom busca é o aperfeiçoamento pessoal em seu dia-a-dia. 

A Maçonaria faz deste entendimento o ponto essencial a ser alcançado. 

É mero coadjuvante o esforço das atividades maçônicas restantes ao objeto central que é a evolução do homem. 

O estado de iluminação inspirado pela Maçonaria destrói a mascara da ilusão do sistema de coisas humano que manipula separações e quebra de relações que conduzem a alienação da vida para objetivos fúteis e inúteis. 

No instante em que o maçom abre os olhos e vê a luz do que é certo e errado torna-se sensato. 

Desaparece a ilusão e ele deixa de experimentar o que está errado na tentativa de acertar, torna-se mais objetivo e acerta no primeiro ensaio muito mais vezes. 

Some o ilusionismo com seus truques que submetem o homem a um servilismo voluntário em virtude da perda de noção da realidade.

Surge nova consciência quando a iluminação esclarece a diferença entre religiosidade e espiritualidade. 

Fica claro o entendimento de que a crença em verdades absolutas ditadas pelos sistemas religiosos não torna seus adeptos pessoas espiritualizadas. 

Também não é espiritualizado o maçom que não iniciou a si mesmo, que insiste em aprisionar-se na execução de rituais sem penetrar em seus significados. 

A intenção da educação maçônica é criar a identidade própria do indivíduo afastado de influência ditatorial externa e aproxima-lo da dimensão espiritual que já reside dentro dele. 

Esta dimensão existe em todos. 

Basta que acorde. 

Não está contida no pensamento, mas numa dimensão diferente e inspirada na intuição. 

Por isso a filosofia maçônica incentiva à diversidade de pensamentos. 

Procura-se provocar no homem a obtenção de matéria prima para construir pontes evolutivas que progridem aos saltos sobre os precipícios da ignorância. 

Não se admitem limitações ao pensamento como é objetivo dos sistemas alienantes de crenças. 

O fato de a espiritualidade surgir em larga escala fora do sistema de crenças é novo para a sociedade em geral, mas é usado faz séculos pelos maçons que iniciaram a si mesmos nos mistérios da arte da Maçonaria.

A iluminação, o andar com as próprias pernas inspirado pela Maçonaria desperta a compaixão que se traduz num homem dotado de menos cobiça; torna-o mais alegre porque a sabedoria o afasta do sofrimento; alimenta a igualdade onde se produzem mais amigos unidos pelo poderoso laço do amor; inspira a ternura que remove a discriminação que produz tantos inimigos. 

Afasta ignorância, falsas imaginações, desejos viciantes e estultícia, todas nascidas na própria mente, manifestadas pelas ilusões e manipuladas pelo ego.

A mudança estimulada pela educação maçônica repele os desejos da mente e afastam os sofrimentos, lutas inúteis alimentadas pela cobiça, estultícia e ira. 

Maçom que se iniciou é homem armado com espada - a sua língua, a sua oratória —, e escudo, - o conhecimento de seu cérebro. 

Pela iluminação, - kant, Aufklärung - anda com os próprios pés. 

Está sempre pronto para o bom combate com mente treinada para alcançar o objetivo de construir uma sociedade humana dentro dos desígnios estabelecidos pelo Grande Arquiteto do Universo.

Bom dia e boa leitura meus irmãos. 


Bibliografia:

1. ANATALINO, João, Conhecendo a Arte Real, A Maçonaria e Suas Influências Históricas e Filosóficas, ISBN 978-85-370-0158-5, primeira edição, Madras Editora limitada., 320 páginas, São Paulo, 2007;

2. SILVA, Georges da, Budismo, Psicologia do Autoconhecimento, 222 páginas, Editora Pensamento Limitada, São Paulo;

3. TOLLE, Eckhart, Um Mundo Novo, o Despertar de uma Nova Consciência, tradução: Henrique Monteiro, ISBN 978-85-7542-313-4, primeira edição, Editora Sextante Limitada, 266 páginas, Rio de Janeiro, 2005.

COMO SÃO BOAS AS COISAS ANTIGAS



Existem cinco coisas antigas que são boas:

• Pessoas sábias e idosas.

• Os velhos amigos para conversar.

• A velha lenha para aquecer.

• Velhos vinhos para beber.

• Os livros antigos para ler.


*Émile A. Faguet*

O segredo de uma boa velhice não é outra coisa senão um pacto honrado com a solidão


*Gabriel Garcia Marques*

Envelhecer é como escalar uma grande montanha: enquanto escala, as forças diminuem, mas o olhar é mais livre, a visão mais ampla e mais serena.


*Ingmar Bergman*

Os primeiros quarenta anos de vida nos dão o texto; os próximos trinta, o comentário.


*Arthur Schopenhauer*

Os velhos desconfiam dos jovens porque já foram jovens.


*William Shakespeare*

O jovem conhece as regras, mas o velho conhece as exceções.

 

*Oliver Wendell Holmes*

Na juventude aprendemos, na velhice entendemos. 


*Marie von Ebner Eschenbach*

A maturidade do homem é ter recuperado a serenidade com a qual brincávamos quando éramos crianças.


*Frederich Nietzsche*

O velho não pode fazer o que um jovem faz; mas faz melhor. 


*Cícero*

Leva dois anos para aprender a falar e sessenta para aprender a calar a boca. 


*Ernest Hemingway*

As árvores mais antigas dão os frutos mais doces.

 

*Provérbio alemão*

Se na sua família não tem um velho, adote um


*Proverbio Milenar Chinês*

A velhice tira o que herdamos e nos dá o que merecemos.

agosto 13, 2021

CAMINHHO, VERDADE E VIDA - 𝑅𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑜 𝑅𝑖𝑏𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑅𝑒𝑖𝑠




Roberto Ribeiro Reis é intelectual e poeta, da ARLS Esperança e União 2358 de Rio Casca, MG.,


𝐴 𝑝𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟𝑒̂𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑢𝑚 𝑒𝑥𝑒𝑚𝑝𝑙𝑜 𝑟𝑒𝑡𝑜, 

𝐴 𝑏𝑒𝑛𝑒𝑚𝑒𝑟𝑒̂𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑙𝑜 𝑐𝑒𝑟𝑡𝑜

𝑆𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑧 𝑎̀ 𝑏𝑜𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑐̧𝑎̃𝑜;

𝐴 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑙𝒉𝑎 𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑠𝑖𝑛𝑐𝑒𝑟𝑎

𝐶𝑒𝑟𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒́ 𝑢𝑚𝑎 𝑙𝑖𝑏𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎, 

𝐹𝑜𝑟𝑡𝑎𝑙𝑒𝑐𝑒 𝑒 𝑠𝑒𝑑𝑢𝑧 𝑡𝑜𝑑𝑜 𝐼𝑟𝑚𝑎̃𝑜. 


𝐴 𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑖𝑛𝑐𝑜𝑛𝑓𝑢𝑛𝑑𝑖́𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑀𝑒𝑠𝑡𝑟𝑒, 

𝐼𝑛𝑒𝑓𝑎́𝑣𝑒𝑙, 𝑎𝑛𝑔𝑒𝑙𝑖𝑐𝑎𝑙 𝑒 𝑡𝑒𝑟𝑟𝑒𝑠𝑡𝑒,

𝑅𝑒𝑣𝑒𝑙𝑎-𝑛𝑜𝑠 𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑒𝑐̧𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑢𝑑𝑜;

𝐴 𝑛𝑎𝑟𝑟𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑎𝑖𝑥𝑎̃𝑜 𝒉𝑖𝑠𝑡𝑜́𝑟𝑖𝑐𝑎

𝑅𝑒𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎 𝑎 𝑑𝑒𝑣𝑜𝑐̧𝑎̃𝑜 𝑎𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜́𝑙𝑖𝑐𝑎,

𝐶𝑜𝑛𝑣𝑖𝑑𝑎-𝑛𝑜𝑠 𝑎𝑜 𝑎𝑝𝑟𝑒𝑐̧𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑢𝑑𝑜.


𝑁𝑜 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑑𝑜 𝑛𝑎𝑑𝑎 𝑏𝑜𝑚, 𝑚𝑢𝑖𝑡𝑎 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐̧𝑎,

𝐴𝑖𝑛𝑑𝑎 𝑏𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑜 𝑀𝑎𝑐̧𝑜𝑚 𝑒 𝑠𝑢𝑎 𝑐𝑟𝑒𝑛𝑐̧𝑎 

𝑃𝑟𝑖𝑚𝑎𝑚 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝒉𝑢𝑚𝑎𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑎𝑐𝑟𝑒𝑑𝑖𝑡𝑎𝑟;

𝑂 𝑝𝑟𝑜𝑓𝑎𝑛𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑖𝑣𝑒 𝑐𝑜𝑚 𝑎 𝑑𝑜𝑟 𝑒 𝑜 𝑎𝑠𝑠𝑒́𝑑𝑖𝑜,

𝑆𝑒𝑚 𝑝𝑎𝑧 𝑒 𝑐𝑜𝑚 𝑝𝑎𝑣𝑜𝑟 (𝒉𝑎𝑗𝑎 𝑟𝑒𝑚𝑒́𝑑𝑖𝑜!) 

𝑀𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎-𝑠𝑒 𝑙𝑜𝑢𝑐𝑜, 𝑎𝑜 𝑀𝑒𝑠𝑡𝑟𝑒 𝑛𝑎̃𝑜 𝑠𝑎𝑏𝑒 𝑎𝑚𝑎𝑟. 


𝐴̀ 𝑔𝑙𝑜́𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑒𝑠𝑠𝑒 𝑖𝑛𝑑𝑢𝑙𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝐴𝑟𝑞𝑢𝑖𝑡𝑒𝑡𝑜

𝑄𝑢𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑑𝑢𝑧 𝑢𝑚 𝑠𝑒𝑟 𝑑𝑒 𝑙𝑢𝑧, 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑙𝑒𝑡𝑜,

𝐷𝑒 𝑝𝑢𝑟𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎̃𝑜 𝑒 𝑚𝑖𝑠𝑒𝑟𝑖𝑐𝑜́𝑟𝑑𝑖𝑎;

𝑆𝑢𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑎𝑑𝑎 𝑐𝑟𝑢𝑧 𝑒 𝑜 𝑓𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑠𝑜𝑓𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

𝑁𝑎̃𝑜 𝑠𝑒 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑒𝑟𝑎̃𝑜 𝑛𝑜 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜:

𝑈𝑚 𝑉𝑒𝑛𝑒𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑃𝑎𝑖  𝑑𝑒 𝑎𝑚𝑜𝑟 𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑜́𝑟𝑑𝑖𝑎!


IMAGEM E SEMELHANÇA - O LIVRE ARBÍTRIO




 A sabedoria da Cabalá nos ensina que o ser humano é o único com Livre Arbítrio. O poder de escolher para realizar mudanças em nossa consciência e em nossa alma. Nenhum outro ser possui esse presente, emanado diretamente do Criador para o Homem, à “sua imagem e semelhança”, Tselem (צֶלֶםTzadi, Lamed, Mem). Isso nos traz uma grande responsabilidade.

 Não significa que temos o poder de mudar tudo o que não concordamos no mundo ao nosso redor, nem que possamos alterar a missão que nossa alma veio realizar no mundo da matéria, mas significa que podemos escolher nosso caminho, a cada momento, se isso realmente for um anseio de nossa alma. 

 Se dissermos “sim” à tudo (ou “não” à tudo), é como se rejeitássemos nossa responsabilidade de mudar nossas vidas. Também se deixarmos o desejo físico ou as emoções controlarem a nós e nossos desejos, estaremos sendo apenas reativos, como os animais, que vivem de acordo com seus instintos.

 O Multiplex do Livre Arbítrio

 Há uma analogia que nos ajuda a compreender como utilizar o Livre Arbítrio com sabedoria, comparando-o a uma enorme sala multiplex de cinema, um corredor com um número infinito de salas de projeção, cada uma exibindo um filme.

 Quando escolhemos uma delas e entramos para assistir o filme, não podemos mudar o que já está filmado, e ficando ali, teremos de nos sujeitar a ver o filme como ele é. 

 Porém... podemos resolver sair daquela sala, se não estivermos gostando, e entrar em outra sala que tenha o mesmo filme com um final diferente que nos agrade.

 Com isso, deixamos de ser reativos, e em vez de apenas reagir ao que surge em nosso caminho, passamos a ser proativos, com a possibilidade de reforçar nossa Imagem Divina, o Tselem (צֶלֶם - Tzadi, Lamed, Mem), o recipiente para receber as bênçãos dos mundos superiores, e não apenas os prazeres do mundo físico.

 Só através disso podemos nos tornar donos de nosso próprio destino. E é bom lembrar o que afirma Rav Berg: "Não há Livre Arbítrio sem Restrição".

 Essas três letras somam 720, que os cabalistas interpretam como 10 vezes a força e o poder dos 72 Nomes Sagrados. 

 O Livre Arbítrio não é o mesmo que uma simples escolha no mundo físico. Trata-se de reconhecer o que desejamos com toda nossa alma e coração, e restringir as outras alternativas. A ideia é sempre fazer uma transformação interna, de acordo com o desejo verdadeiro de nossas almas.

 Existe um nome, entre os 72, que nos ajuda a identificar o desejo de nossa alma:

 Alef, Nun, Iud

 Meditar nessa combinação, "Ani" em hebraico, que significa "Eu", nos conecta ao nosso "Eu Superior", nossa voz interna capaz de responder as dúvidas que encontramos. Com isso, resgatamos o desejo verdadeiro de nossa alma, e ativamos nosso Livre Arbítrio.