agosto 27, 2021

OS TEXTOS APÓCRIFOS DA BÍBLIA - II



Todos os Apócrifos do Novo Testamento são pseudo epigráficos, e a maioria deles se enquadram nas categorias de Atas, Evangelhos e Epístolas, embora existam vários Apocalipses e alguns possam ser caracterizados como livros sapienciais.

As Atas apócrifas pretendem relatar a vida ou a trajetória de diversas figuras bíblicas, dentre elas a maioria dos apóstolos; as epístolas, os evangelhos e outros atribuídos a essas figuras.

Alguns relatam encontros e acontecimentos em linguagem mística e descrevem rituais arcanos. A maioria destas obras surgiram de seitas que tinham sido ou seriam declaradas heréticas, como sobretudo, os gnósticos. Alguns deles argumentaram contra várias heresias, e uns poucos pareciam ter sido esforços neutros para popularizar a vida de algum santo ou outro líder da igreja primitiva, incluindo várias mulheres. 

Nas primeiras décadas do cristianismo, não havia sido estabelecido nenhuma ortodoxia, e vários partidos ou facções competiam pela ascendência e regularidade na jovem igreja. Todos tratavam de ganhar crentes através de seus escritos, assim como de suas pregações e missões. 

Neste contexto, praticamente todas as obras que defendiam, crenças que logo se tornaram heréticas, estavam destinadas à denúncia e à destruição. Movimentos heréticos como o Gnosticismo e o Montanismo deram lugar a uma grande quantidade de pseudo epigráficos do Novo Testamento. A existência destas supostas escrituras deu um grande impulso ao processo de canonização da jovem e ortodoxa Igreja cristã.

Fonte: https://www.britannica.com/topic/apocrypha


agosto 26, 2021

A ESSÊNCIA DA SABEDORIA DA KABBALAH - Ir. Cláudio




A Kabbalah ensina a correlação entre causa e efeito de nossas fontes espirituais. Estas fontes se interligam de acordo com regras perenes e absolutas objetivando gols maiores - o entendimento do Criador por todas suas criações que existem neste mundo.

De acordo com a Kabbalah, ambos, a humanidade como um todo e cada uma das pessoas que a compõem devem alcançar o seu ponto mais alto na compreensão do objetivo e do programa da criação em toda a sua plenitude. Em cada geração houveram pessoas que por constante auto determinação e treinamento alcançaram determinados níveis espirituais. Em outras palavras, enquanto ainda subiam a escada, conseguiram chegar ao topo.

Esteja em quaisquer dos mundos, do micro ao macro, qualquer objeto material e suas correspondentes ações são controladas pelas forças espirituais que permeiam todo nosso universo. Pode-se representar figurativamente como se o universo se apoiasse sobre uma rede tecida por essas forças.

Para exemplificar, tomemos o menor dos organismos vivos, cujo único objetivo é manter a sua existência por um tempo suficientemente longo para procriar a próxima geração. Quantas forças e complexos sistemas agem neste organismo! E quantos destes sistemas o olho do homem e sua limitada experiência deixou de tomar conhecimento. Multiplicando estas forças pelo número enorme de criaturas vivas que existiram em nosso mundo - significando o universo e os mundos espirituais - obteremos apenas uma vaga e remota ideia sobre as forças e vínculos espirituais que nos controlam.

A grande variedade de forças espirituais pode ser imaginada como dois sistemas iguais e interligados. A única diferença entre eles é que o primeiro sistema vem do Criador e desce através todos os mundos até chegar ao nosso. O segundo sai do nosso mundo e sobe todo o caminho de acordo com as regras já estabelecidas e que agiram sobre o primeiro sistema.

O primeiro sistema é chamado pela Kabbalah de "A Ordem da Criação dos Mundos e do Espírito". O segundo é chamado " A Compreensão ou os Passos da Profecia e Espirito". O segundo sistema supõe que aqueles que querem alcançar o pináculo deverão agir de acordo com as leis do primeiro sistema, e é exatamente o que é estudado na Kabbalah. Porém, no mundo espiritual o principal fator do descobrimento e entendimento não é o tempo, mas sim a pureza do espírito, do pensamento e do desejo.

No mundo material há muitas forças e fenômenos que não sentimos diretamente. Por exemplo, eletricidade, ondas magnéticas, etc. 

O efeito de suas ações, seus nomes, são corriqueiros até para as crianças. Apesar de nosso conhecimento sobre a eletricidade ser limitado, nós apreendemos a valer-nos deste fenômeno para suprir algumas de nossas necessidades. Nós o chamamos pelo nome com a mesma familiaridade como chamamos o pão de pão e o açúcar de açúcar.

Analogamente, todos os nomes na Kabbalah parecem dar-nos uma noção real (material) para um objeto espiritual. Mas se pensarmos a respeito, não é somente a respeito do objeto espiritual que não temos nem mesmo a mais vaga idéia; não temos a menor noção sobre o Criador em Si, assim como não temos noção sobre qualquer objeto, mesmo aqueles que sentimos com nossas próprias mãos.

O fato é que não sentimos o objeto em si, mas sim as nossas reações a sua ação e influência. Estas reações nos dão o que parece ser conhecimento, apesar de que o objeto em si, sua essência permanece oculta. E ainda mais, não conseguimos compreender a nós mesmos!! Tudo o que sabemos sobre nós mesmos restringe-se apenas as nossas ações e as nossas reações.

Ciência, como instrumento de pesquisa sobre nosso mundo é divida em duas partes; o estudo das propriedades da matéria e o estudo de sua forma. Em outras palavras não há nada em nosso universo que não consista de matéria e forma. Por exemplo, se tomarmos uma mesa, como combinação de matéria e forma, então a matéria é a madeira e o portador da forma é o formato de uma mesa. Um outro exemplo; a palavra mentiroso, onde a matéria é o homem que transporta a forma, a mentira.

A parte da ciência que se dedica ao estudo da matéria é baseada em experiência. Alicerçada nas experiências científicas, chega-se a conclusões. Porém a parte da ciência que estuda a forma, sem a ligação com a matéria, em especial com as formas que nunca tiveram ligações com a matéria (por exemplo, comunismo como um ideal) não pode ser baseada em experiências.

Isto porque, em nosso mundo, não há tal coisa como forma sem matéria. A separação entre forma e matéria somente é possível em nossa imaginação. Portanto, neste caso, todas as nossas conclusões são baseadas apenas em premissas teóricas. Toda a alta filosofia pertence a esta categoria de ciência e a humanidade tem frequentemente sofrido por causa das conclusões sem fundamento. A maioria dos cientistas contemporâneos desistiram de usar esta metodologia de estudo pois não ha certeza quanto a veracidade de suas conclusões.

Explorando o mundo espiritual o homem por si descobre que estes mesmos sentimentos são somente desejos divinos para que ele se sinta desta forma. Ele se sente como um objeto de existência isolada e não como uma parte integrada ao Criador, e que tudo no mundo que o circunda não passa de uma ilusão da ação das forças espirituais sobre nós.

Esclarecerei este ponto através de um exemplo:

Era uma vez um homem pobre que vivia num pequeno vilarejo. Ele tinha uma carroça com uma parelha de cavalos, uma casa e uma família. De repente um infortúnio se abateu sobre ele. Os cavalo caíram, a mulher e os filhos morreram e a casa desabou e, por causa de seus pesares e tristeza, ele morreu logo após. E aí a decisão a ser tomada na corte suprema; o que dar para esta alma sofrida e atormentada para assegurar a sua felicidade?

Decidem então dar-lhe a impressão que está vivo, que tem sua família junto a si, sua casa e seus cavalos. Fazem com que ele sinta-se feliz com seu trabalho e com sua vida. 

Estes sentimentos são sentidos da mesma forma como sentimos um sonho; tudo o que vivenciamos num sonho, durante o mesmo, aparenta ser verdadeiro. É somente nossos sentimentos que criam a imagem daquilo que nos circunda. Então como é que podemos distinguir ilusão da realidade....

Kabbalah como ciência mundana também é dividida entre estudo da matéria e da forma. Possui porém, uma qualidade notável que demonstra a sua superioridade sobre as demais metodologias científicas. Aquela parte que trata do estudo da forma sem matéria é totalmente fundamentada em controle experimental, de sorte que pode ser testada e verificada.

O Kabbalista, tendo ascendido ao nível espiritual do objeto estudado, se atina à todas as qualidades do objeto em questão. Donde, dentro dele, ele sente uma plena compreensão e pode tratar praticamente com os diferentes tipos de forma antes que de sua corporificação material. É como se ele estivesse observando todas nossas ilusões como um observador externo.

A Kabbalah, assim como qualquer outra ciência, vale-se de certos símbolos e terminologia para descrever objetos e ações. A força espiritual, o mundo, a sfira são chamadas pelo mesmo nome que é usado para o mesmo objeto controlado por esta força em nosso mundo. Já que toda força ou objeto material tem uma correspondente força ou objeto espiritual que controla suas ações, há um ajuste perfeito entre o nome utilizado no mundo material e sua raiz espiritual - a fonte. Donde, dar um nome à objeto espiritual é somente possível à um Kabbalista que tenha alcançado um alto nível de percepção.

Alcançando o mesmo nível do objeto espiritual e ele pode ver as influências e a maneira que este influi em nosso mundo. Os Kabbalistas escrevem seus livros e transmitem o seu conhecimento usando esta linguagem. Essa linguagem é extremamente precisa. É baseada na fonte espiritual do objeto material e não pode ser alterada. A ligação entre o objeto e sua fonte espiritual e imutável. Esta forma é bem diferente do nosso uso quotidiano da linguagem.

Nossa língua mundana, de uso quotidiano, está gradualmente perdendo sua precisão, pois é ligada somente à forma externa. A simples compreensão primária da linguagem não é o bastante. Mesmo se soubermos o nome de um objeto material de nível mais baixo, ainda assim não conseguiríamos entender sua forma espiritual mais elevada. Somente se soubermos a sua forma espiritual podemos compreender e ver a sua implementação material; a sua ramificação.

Isto nos traz a conclusão. Primeiramente é essencial compreender a fonte espiritual do objeto material. Temos que estar ciente de sua natureza e propriedades. Somente então podemos passar às ramificações em nosso mundo e estudar a sua interação. Esta é a única forma de verdadeiramente compreender a linguagem da Kabbalah.

Porém aí então levanta-se uma pergunta natural. Como pode um principiante dominar esta ciência quando não consegue nem mesmo compreender seu professor. A resposta é muito simples. Somente é possível quando nos alçamos espiritualmente acima deste mundo. E isto é somente possível se nos livrarmos de todos os traços de egoísmo material e aceitarmos os valores espirituais como os únicos. Somente o desejo e paixão pelo espiritual em nosso mundo; esta é a chave para o mundo mais elevado.


Autor: Ir.’. Claudio (ano 2000)

OS TEXTOS APÓCRIFOS DA BIBLÍA - I


Os textos apócrifos, (do grego apokryptein, "para esconder"), na literatura bíblica, são obras fora de um cânone aceito da Escritura. A história do uso do termo indica que ele se referia a um conjunto de escritos esotéricos que foram inicialmente apreciados, depois tolerados e, finalmente, excluídos. Em seu sentido mais amplo, apócrifa passou a significar qualquer escrita de autoridade duvidosa. Na época em que o grego era a língua comumente falada na região do Mediterrâneo, a Bíblia hebraica era incompreensível para a maioria da população. 

Assim, estudiosos judeus produziram a Septuaginta, uma tradução grega dos livros do Antigo Testamento a partir de vários textos hebraicos, juntamente com fragmentos em aramaico. Esta versão incorporou uma série de trabalhos que estudiosos judeus não helenistas identificaram posteriormente no Conselho de Jamnia (AD 90) como fora do autêntico cânon hebraico. 

A Septuaginta foi uma base importante para a tradução do Antigo Testamento de São Jerônimo para o latim (Vulgata) e, embora ele tivesse dúvidas sobre a autenticidade de algumas das obras apócrifas que continha, a maioria delas foi incluída na Vulgata. Em 1546, o Conselho de Trento declarou a canonicidade de quase toda a Vulgata, excluindo apenas o terceiro e quarto livro dos Macabeus, a Oração de Manassés, Salmo 151, e o primeiro e segundo livro de Esdras. O cristianismo oriental, por outro lado, aceitou alguns dos apócrifos do Antigo Testamento - Tobit, Judith, a Sabedoria de Salomão e Ecclesiasticus - mas rejeitou o resto. 

Os outros escritos apócrifos, canônicos apenas para o catolicismo romano, com uma ou duas exceções, incluem o Livro de Baruch (um profeta) e a Carta de Jeremias (frequentemente o sexto capítulo de Baruch); o Primeiro e o Segundo Livro dos Macabeus; várias histórias de Daniel, a saber, a Canção dos Três, Susana e Bel e o Dragão; e extensas porções do Livro de Ester.

Fonte: https://www.britannica.com/topic/apocrypha

,


agosto 25, 2021

CORAGEM - Adilson Zotovici




Adilson Zotovici -  intelectual e poeta maçônico da ARLS Chequer Nassif  169 - S.Caetano do Sul


Humildade, superna quietude,

Caminha o artesão de linhagem

Buscando a perfeição amiúde

Com vontade na eterna viagem


Com modéstia e solicitude

Leva em si a superior  vantagem,

Por sua força interior, atitude,

Em qualquer que seja a paragem


Qual  a pujança do maço alude

Sobre o  cinzel, em boa dosagem,

Na cantaria, por plenitude


Instrumento useiro em sua bagagem

Que muito  além duma virtude

Dum Livre pedreiro... a Coragem !


,

25 DE AGOSTO - DIA DO SOLDADO - Aníbal Martinez



Aníbal Martinez é Secretário Geral de Relações Públicas do GOB

Patrono do Exército Brasileiro e Grão Mestre de Honra do Grande Oriente do Brasil, Luiz Alves de Lima e Silva nasceu no dia 25 de agosto de 1803. Ainda aos 05 anos de idade, conforme os costumes da época nas famílias militares, foi reconhecido como cadete. Em janeiro de 1821 foi promovido a Tenente concluindo sua formação de Oficial em dezembro do mesmo ano. Após a independência do Brasil, teve seu batismo de fogo em março de 1823 ao conquistar uma posição fortificada na Bahia.

Este HERÓI nacional entrou para história como o Pacificador, sufocou rebeliões contra o império em São Paulo, Minas Gerais e a Revolução Farroupilha no Sul.

Anualmente, no mês de agosto, a Maçonaria Brasileira reverencia a memória do Grão-Mestre Honorário do Grande Oriente do Brasil, 5º Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho para o Rito Escocês

Antigo e Aceito e Patrono do Exército Brasileiro, Marechal-do-Exército LUIZ ALVES DE LIMA E SILVA, Barão, Conde, Visconde, Marquês e Duque de Caxias.

Sua vida de militar-estadista confunde-se com a própria História do Brasil Império e possui belíssimas páginas que servem de exemplo às novas gerações e orgulham a todos os brasileiros. Símbolo da honra militar e um dos mais expressivos exemplos de retidão de caráter, de probidade no trato da coisa pública, de competência profissional, de pertinácia no cumprimento do dever e de fidelidade ao Brasil.

Caxias foi de tudo um pouco e, em sua longa peregrinação pela vida, superou-se dia a dia, sempre fiel a si mesmo e aos seus princípios, fiel à disciplina, à lei, à ordem, ao GADU, e à humanidade. Nada quis que não a ordem, a paz e a unidade da Pátria. Sempre soldado e sempre fiel. A

fidelidade a si próprio e à Nação projetaram seu nome diante da posteridade.

Este ano se comemora os 218 anos do nascimento de Luiz Alves de Lima e Silva, o vulto histórico Duque de Caxias, Soldado, Cidadão,  Administrador,  Político e Maçom.

A Maçonaria tem a honra de ter tido Caxias como destacado obreiro da Arte Real e de sua vida, na Sublime Ordem, extraem-se valiosos ensinamentos que permitem, não só compreender melhor importantes momentos da nossa História, como também colher subsídios que constituem em suportes para decisões e atividades futuras. Supõe-se,  que tenha sido iniciado entre junho de 1841 e maio de 1842, na Loja Maçônica São Pedro de Alcântara, uma das Lojas do Grande Oriente Brasileiro do Passeio, do qual seu ex-comandante e amigo, o Conde de Lages, era o Grão-Mestre. Existe também a hipótese de sua iniciação ter ocorrido entre setembro de 1845 e junho de 1841, período em que seu tio, José Joaquim de Lima e Silva, Visconde de Magé, era o Grande Chanceler do Grande Oriente Brasileiro, no grão-mestrado do Senador Vergueiro. 

Controvérsias à parte o certo é que alcançou o título de Grão-Mestre Geral Honorário e Soberano Grande Comendador do Grande Oriente do Brasil, no grau 33, graças a sua dedicação à causa maçônica.

Em 1852, devido ao grandioso espírito pacificador de Luiz Alves de Lima e Silva, acontecia a unificação do Supremo Conselho de Montezuma, fundado em 12 de novembro de 1832, e do Grande Oriente de Caxias, com o Grande Oriente do Brasil, fundidos os corpos Simbólicos e Filosóficos, continuou no primeiro malhete do Grande Oriente do Brasil o Marquês de Abrantes, sendo o Conde de Caxias proclamado Grão Mestre Honorário do Grande Oriente do Brasil, já que até 1854 continuou exercendo o cargo de Soberano Grande comendador do Supremo Conselho do Brasil para o Rito Escocês Antigo e Aceito (Supremo Conselho de Montezuma). Em 1869, o então Duque de Caxias, que continuava ativo no Grande Oriente do Brasil, fiel ao seu juramento maçônico, recebeu a missão de representar o Supremo Conselho da Inglaterra junto ao Grande Oriente do Brasil, missão que desempenhou até sua passagem ao Oriente Eterno, em 07 de maio de 1880.

Meus Irmãos, podemos observar que o grande Pacificador, que fundava Triângulos Maçônicos para acabar com revoltas, transformando inimigos em amigos pelo Amor Fraternal, em paralelo a sua vida posta a serviço da Pátria, também desempenhou na Maçonaria o papel de Pacificador, daí a justa homenagem do seu título na Maçonaria de O PACIFICADOR.

O Duque de Caxias foi proclamado “Patrono do Exército”, consoante o Decreto n° 51.429, de 13 de março de 1962. O glorioso e invicto Exército do qual ele é Patrono, possui as seguintes Organizações Militares que exibem o seu venerável nome, com indescritível orgulho, em suas denominações históricas: “Forte Duque de Caxias”, no Rio de Janeiro (RJ); “Batalhão Barão de Caxias”, que é o 24° Batalhão de Caçadores, de São Luís (MA); “Grupo Conde de Caxias”, que é o 3° Grupo de Artilharia Antiaéreo, de Caxias do Sul (RS); “Companhia Praça Forte de Caxias”, que é a 13ª Companhia de Comunicações, de São Gabriel (RS) e o “Batalhão Duque de Caxias”, que é o Batalhão da Guarda Presidencial, de Brasília (DF). 

Viva o Duque de Caxias! Parabéns, Soldado do Exército Brasileiro! Parabéns Soldados de Caxias que dele herdaram o exemplo de dedicação integral a serviço da Pátria!

,

agosto 24, 2021

A COMISSÃO DE SINDICÂNCIA - Marco Antonio Perottoni


Marco Antonio Perottoni, do Rio Grande do Sul, é MM e notável intelectual maçônico.

De todos os trabalhos maçônicos destaca-se um, muito especial, e até diria, extraordinário, em cujo desempenho o maçom há de movimentar-se, tanto no interior do Templo e especialmente fora dele, no mundo profano, que é a “SINDICÂNCIA”.

É, como dissemos, um trabalho especial que muito honra e dignifica o Irm\ encarregado do seu desempenho, uma vez que tem excepcional importância para a construção das bases de progresso de uma Loja. 

É uma incumbência de grande vulto e estrita consideração para o, e com o Irm\ escolhido pelo Ven\ Mestre. 

Não estamos sendo nenhum pouco originais quando dizemos que, quando encarregados de fazermos uma “SINDICÂNCIA”, deveremos ser minuciosos e severos no exame dos candidatos, pois é de nosso desempenho na busca das respostas dos quesitos que vamos gerar o convencimento dos demais IIrm\, na admissão de um profano em nossa Ordem. 

Num clube social uma campanha de “mais um” o que interessa é o número. Na Maçonaria, onde os princípios e finalidades são outros, bem diferentes devem ser os processos de admissão desta “mais um”. O que conta, em nossa Ordem, é a qualidade e jamais a quantidade dos candidatos. 

Como atingir este objetivo? 

Esta seleção, sempre procurada, é conseguida a contento através das “SINDICÂNCIAS” bem elaboradas e levadas a efeito pelos IIrm\ escolhidos pelo Ven\ Mestre e que prezam a distinção que lhe é dispensada ao serem selecionados para executarem honroso trabalho. 

Em razão disso, a “SINDICÂNCIA” assume grau de importância imprescindível para o bom andamento das propostas de iniciação e a garantia de bons resultados nos trabalhos, dai a deferência especialíssima da Loja para com o Irm\ que for escolhido como sindicante. 

Ao contrário, àqueles que não apreciam, no devido valor, a enorme importância e responsabilidade dessa missão, ou não estão dispostos a consumir um tempo em benefício do progresso de sua Loja, fornecendo uma informação consistente e exata, é preferível que não aceitem tão honroso encargo, devendo, delicada e honestamente, rejeitar essa missão, porque uma boa “SINDICÂNCIA” deve ser isenta de qualquer resquício de obrigatoriedade, protecionismo, sem nenhum indício de optatividade e traçada com o intuito de iluminar os IIrm\. que irão tomar parte da decisão que dela, a “SINDICÂNCIA”, advir. 

O Ven\ Mestre elege para tão valiosa e nobre tarefa a IIrm\que lhe merecem respeito, consideração e a mais absoluta confiança. Estes formarão a Comissão de Sindicância, confidencial pois só é e deve permanecer do conhecimento do Ven\ portanto desconhecida dos demais IIrm\ da Loja. 

Nem por isso os demais Obreiros da Oficina deixam de ter responsabilidade na admissão dos candidatos, pois são tacitamente havidos como sindicantes aditivos ou complementares, que tendo conhecimento de algum fato que venha em benefício ou em desabono do candidato, tem o dever de comunicar à Loja. 

DA DEVOLUÇÃO DA SINDICÂNCIA 

O meio mais discreto de fazer retornar a “SINDICÂNCIA” às mãos do Ven\ Mestre, a não ser a entrega direta, é o Saco de PP.’. e IInf.’.. 

Há o prazo regulamentar que deve ser observado na íntegra, e se encontra estipulado no Regulamento Geral do GORGS, que determina como sendo de quinze dias, após o recebimento da mesma pelo sindicante. Este prazo, entendemos, poderá ser prorrogado por mais um período, a critério do Ven\ Mestre, mediante solicitação por parte do sindicante. 

É importante que nos conscientizemos da relevância das informações e da honra que nos é deferida no momento que passamos a fazer parte de uma Comissão de Sindicância, pois de nosso desempenho depende, em muito, o progresso de nossa Loja. 

Para finalizar, transcrevo um trecho de LUIZ PRADO, cujo livro “ROTEIRO MAÇÔNICO PARA O QUARTO DE HORA DE ESTUDOS” inspirou o desenvolvimento desta peça de arquitetura, e que diz o seguinte sobre o sindicante: 

“É a própria Loja curiosa de saber o que ocorre com os candidatos. Seu mister de garimpagem maçônica assemelha-se aos cuidados empregados na escolha das “pedras” preciosas e diamantes embrionários que, tarde ou cedo, irão ser transmutados por meio da lapidação, no caso o processo de iniciação”.

A VERDADE, UM BEM INATINGÍVEL - Newton Agrella




Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais destacados intelectuais maçônicos do pais.

Uma das manifestações naturais que se desenvolvem no ser humano desde muito cedo é a *Verdade*, com o intuito de desejar compreender o universo, isto é;  como divisamos os acontecimentos, as situações, bem como aquiescemos que tudo aquilo que as pessoas nos contam seja dotado de credibilidade e certeza.

Assim, se constrói a importante idéia da *Verdade*, que é um dos objetivos da especulação filosófica e da razão da vida,  de modo que possamos nos desenvolver e encontrar propósitos e justificativas para a nossa existência.

*Verdade* substantivo abstrato,   tem sua etimologia no Latim. 

A palavra advém de  "VERUS" que significa "real, verdadeiro". 

A forma substantiva em Latim é "veritas, veritatis,"

Seu significado no plano semântico e literário refere-se aos fatos que correspondem aquilo que é real, que não está escondido, daquilo que se manifesta como é, ou existe como tal.

Os grandes pensadores e filósofos da humanidade sempre buscaram estabelecer um conceito irrefutável sobre a *Verdade*, como instrumento de valor traduzível, tanto sob a ótica metafísica quanto gnóstica. 

Contudo, a *Verdade* é um conceito que não se determina, ela simplesmente existe e desperta dentro de cada um de si, e se convenciona como base e sustentação que permanece inalterável a quaisquer circunstâncias e contingências.

A *Verdade* é uma propriedade que tem a prerrogativa de se instalar na mente e no espírito, a que os gregos chamam de *"alétheia"* que quer dizer o não oculto.

A Maçonaria, quando propõe em sua essência filosófica o aprimoramento do templo interior humano, através da Simbologia, ela incita a capacidade especulativa do homem de se auto-conhecer e sobretudo aprimorar seu nível de consciência, para compreender seu papel em sua própria existência.

O postulado menos provável em que homem deva se debruçar, seja talvez o da chamada "Verdade Absoluta", tantas vezes pronunciada aos quatro ventos,  mas que como conceito incondicional e indiscutível inexiste, pois o tempo molda e dá sentido à *Verdade*, de acordo com aquilo que vai se tornando um ponto de convergência para determinados grupos sociais e que atenda a uma forma comum de entendimento.

A discussão sobre a *"Verdade"*, como um princípio da expressão humana, hoje e sempre vai se deparar com uma série de paradoxos, uma vez que a características contraditórias e as versões sobre seu significado encontram ecos que soam em diferentes direções.

Por isso, sua busca constitui-se num bem infinito.

A *Verdade* não tem dono, tem caminhos. 

Ela é uma disposição particularmente humana, cuja dificuldade para sua definição  encontre justificativa em nossa própria imperfeição.


agosto 23, 2021

MERITOCRACIA X EQUIDADE NA MAÇONARIA - Sérgio Quirino

 


A Maçonaria é uma sociedade que pugna pelo Direito, pela Liberdade e pela Justiça e, dentro dessa perspectiva, cada Maçom deveria ser, sobretudo, um defensor incansável da Justiça.

Um dos preceitos elementares é o da igualdade de direitos, consagrados na declaração Universal dos Direitos do Homem.

Todavia, a própria existência desse preceito dá margem a que a Justiça se veja diante de um paradoxo, raramente discutido e talvez não completamente entendido. 

O homem, principalmente o Maçom deve ser senhor dos seus hábitos, dispor de autodomínio em relação aos seus ímpetos, saber distinguir com imparcialidade o real do irreal, desprezando as doutrinas exóticas, conceitos dúbios e principalmente os princípios que não coadunam com o Amor e a Fraternidade, e muito particularmente, os vícios tidos como normas Sociais, mas que, inadvertidamente corrompem, aviltam e envelhecem. 

Dessa forma, a Maçonaria no maçom é a Bondade no lar, a honestidade nos negócios, a cortesia na sociedade, o prazer no trabalho, a piedade e a sincera preocupação para com os desvalidos da fortuna, o socorro aos mais fracos, o perdão para o penitente, o amor ao próximo e, sobretudo a reverencia a Deus. 

À medida, então, que as organizações societárias, dentre as quais se insere a Maçonaria, caminharem para se transformar realmente em verdadeiros locais de trabalho/serviço e aprendizagem, estarão se abrindo imensas possibilidades de transformações na própria cultura universal e em seus próprios conceitos sobre os direitos e sobre a Justiça.

A Sociedade apregoa tratar desiguais de forma desigual, Meritocracia.

A Justiça pugna por igualar o tratamento para todos sob os preceitos legais.

A Maçonaria se vale de ambos conceitos para introduzir o conceito de Equidade, onde a oportunidade é igual para todos, sendo o progresso individual conforme seu próprio discernimento e interesse. 

Bom dia meus irmãos.

PALESTRA NA LOJA LICEU DE LINS

PALESTRA NA LICEU - Sessão conjunta com as

 AA:. RR:. LL:. SS:. Fortaleza 3 e Cavaleiros do Cruzeiro do Sul,

 ambas do oriente de Fortaleza/CE   - 

Com o irmão escritor e palestrante Michael Winetzki

Tema: A influência do judaísmo na cultura brasileira


acesse: https://youtu.be/8PgYVAjAfT4


O PARADOXO DA JUSTIÇA



Para escrevermos sobre a justiça, primeiro temos que saber o que significa a palavra justiça, definida no dicionário como: Conformidade com o direito; a virtude de dar a cada um aquilo que é seu; a faculdade de julgar segundo o direito e melhor consciência.

Assim, para definirmos a justiça na maçonaria, seria melhor recorrermos mais uma vez ao dicionário, e, logo acima da palavra justiça encontraremos a palavra Justeza, que significa Qualidade daquilo que é justo; exatidão, precisão, certeza. Propriedade de uma balança analítica que permanece equilibrada quando pesos iguais são colocados em seus pratos. 

Contudo, para termos um rumo e sentido do que seria a definição de justiça na maçonaria, temos que entender como é a organização do Estado, como é dividido, para que cada cidadão possa ter o seu direito respeitado, e, por conseguinte, a justiça dar a cada um aquilo que é seu.

Para falarmos na construção do Estado, temos que falar de Montesquieu (1689/1755) e do seu livro o Espírito das Leis, sua principal obra, na qual procurava explicar as leis que regem os costumes e as relações entre os homens a partir da análise dos fatos sociais, excluindo qualquer perspectiva religiosa ou moral. 

Segundo Montesquieu, as leis revelam a racionalidade de um governo, devendo estar submetido a elas, inclusive a liberdade, que afirmava ser "o direito de fazer tudo quanto às leis permitem".

Para se evitar o despotismo, o arbítrio, e manter a liberdade política, é necessário separar as funções principais do governo: legislar, executar e julgar.

Montesquieu mostrava que, na Inglaterra, a divisão dos poderes impedia que o rei se tornasse um déspota. - "Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou a mesma corporação dos príncipes, dos nobres ou do povo exercesse três poderes: o de fazer as leis, e de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as desavenças particulares”. 

Como se percebe, para podermos viver em sociedade ou mesmo só, temos que ter regras para serem respeitadas e leis para serem cumpridas.

Quem vive em sociedade, por obvio tem maior compromisso com as leis, pois envolve mais pessoas no processo de interação social.

Assim, mesmo o que vive isolado na mata ou em uma ilha, ou outro lugar que seja, tem que respeitar leis da natureza ou dos homens. 

Nas sociedades atuais os benefícios florescem sob a premissa de que aqueles que mais realizam mais merecem receber – a chamada Meritocracia.

No entanto, esse sistema de justiça deixa a desejar e de ser aceito quando ignora que aqueles que mais precisam também devem ter suas necessidades assistidas.

Esse é o paradoxo da Justiça, cega por definição e por princípio. 

Bom dia meus irmãos.

agosto 22, 2021

A ORIGEM DO RITO ESCOCÊS - Kurt Prober



Ao contrário do que vulgarmente se acredita, o RITO ESCOCÊS nada tem a ver com o Estado da ESCÓCIA, pois na época do aparecimento deste rito, as Lojas de lá trabalhavam no Rito de YORK, como em toda a Grã-Bretanha.

Afirmam certos historiadores tradicionais, mas sem jamais terem podido comprová-lo ou documentá-lo, que a criação de graus "inefáveis" deste rito se teria procedida logo depois da terminação da primeira Cruzada (1099 D. C.), na Escócia, na França e na Prússia, simultaneamente. Mas tudo isto é pura fantasia, bastando dizer que a Prússia então, como Estado, ainda nem existia. Houve isto sim, a criação de inúmeros "títulos" honoríficos de "Ordens de Cavalaria", mas estas nada tinham a ver com a Maçonaria.

É muita vontade de criar uma falsa antiguidade, hoje em dia muito usual na Arte Real, e muito similar, à ideia de ANDERSON, ao publicar, depois de sua famosa CONSTITUIÇÃO DE 1723, uma nebulosa "HISTÓRIA PATRIARCAL DA MAÇONARIA" (começando em 3785 A. C. E terminando na Inglaterra em 1714 DC). É a conhecida "Maçonaria Romanceada", que sistematicamente nos é apresentada pelos nossos editores "especialistas", em traduções de literatura estrangeira barata, por não estarem os historiadores patrícios dispostos a pesquisarem a história da maçonaria AUTÊNTICA, e com isenção de animo nem a nossa história querem analisar.

Mas o que a maioria destes escritores fez, foi escrever a história da maçonaria "NA" Escócia, começando pelo famoso EDITAL da Cidade de Edinbourgh, de 1415, permitindo a constituição de uma "Corporação de Franco-Burgueses", e a Arte Real, que se foi desenvolvendo depois disto.

Fato é, que o RITO ESCOCÊS surgiu na FRANÇA, e isto depois de lá ter sido introduzida a Maçonaria Inglesa, naturalmente do Rito de YORK.

A primeira Loja foi instalada em 1 de junho de 1726, na adega "AU LOUIS D'ARGENT", à rua dos Açougueiros (rue de Bucherie), de propriedade do inglês "HURE", loja esta que teria sido fundada por Lord DERWENTWATER e Ld. HARNOUESTER.

Em 17 de maio de 1729 foi instalada uma segunda Loja, fundada pelo filantropo francês André-François Lebreton, numa outra adega da mesma rua. Só em 1732 surge a LOGE DE BUSSY, sob jurisdição inglesa, que recebeu o N° 90 e o nome de "KING'S HEAD AT PARIS" e foi provavelmente sucessora da "Louis D'Argent". E até 1735 mais três lojas foram ai fundadas sob a jurisdição da Gr. Loj. Inglesa.

Consta, que por volta de 1728 teria sido fundada a Grande Loja de França, pelo menos é isto que ela mesma afirma em sua nova Constituição de 1967 (Ref. F-1967,936), mas o que se sabe é apenas, que entre 1728/30 um "Ordre des Francs-Maçons dans le Royaume de France" organizou o seu "Regulamento Geral", dentro dos moldes da Organização Inglesa, elegendo para seu primeiro Gr.: M.: o Príncipe Philippe de WHARTON, ex-Gr.: M.: da Grande Loja de Londres, que em 1728 se tinha refugiado em Paris.

Foi ele sucedido por James-Hector Mac Leane, Cavaleiro "Baronnet D'ECOSSE", em 27 de dezembro de 1735. E foi este que fixou todos estes fatos para a posteridade, num manuscrito recentemente encontrado na Biblioteca Nacional de Paris, e já falando ele de GRANDE LOJA, de modo que é mais do que provável, ter este titulo sido adotado um pouco antes pelo seu antecessor, digamos entre 1730/35. Em seguida o supremo malhete passou para as mãos de Charles Radclyffe, "4° Conde de Derwentwater", em 27 de dezembro de 1736, e depois para o Duque D'AUSTIN, neto de Madame de MONTESPAN, em 1738.

E tanto isto é verdade, que ANDERSON em seu "New Book of Constitution", impresso em Londres em 1738, á página 195 diz textualmente o seguinte:

"... Todas ESTAS Lojas Estrangeiras (... Acabara de relacionar as Lojas inglesas no estrangeiro...) estão sob a proteção de nosso Grão Mestre da Inglaterra; entretanto, a Loja antiga da cidade de Nova York, e as Lojas da ESCÓCIA, da Irlanda, da França e da Itália, tendo declarado a sua Independência, tem "os seus próprios Grão Mestres: Muito embora tenham as MESMAS CONSTITUIÇÕES, Obrigações Regulamentos, etc., de seus Irmãos da Inglaterra, estando igualmente zelando pelo estilo Augustiano e os segredos da antiga e honorável fraternidade..."

Logicamente outras Lojas e talvez mesmo outras potências administrativas foram surgindo logo, e a índole latina foi imediatamente modificando e alterando a ritualística da maçonaria tradicional inglesa, para o seu gosto por demais rígida e sem dar o destaque às castas governantes e militares, que sentiram a necessidade de se projetarem sobre os maçons burgueses.

Se na Inglaterra, aonde a Arte Real já vinha de longe, depois de 3 séculos de lutas religiosas e políticas, o povo já tinha encontrado o seu MODUS VIVENDI dentro da tolerância, a que prudentemente se tinha adaptado o clero aristocrático, os presbiterianos e os anglicanos, isto já não acontecia na França, onde a maçonaria era cousa nova.

Assim por volta de 1730/35 surgiu na França o Rito Francês e o Rito ESCOCÊS nos graus simbólicos. Pouco tempo depois foram inventados os graus "inefáveis", que paulatinamente foram sendo acrescentados ao "MAITRE ECOSSAIS".

Já em 1742, afirmam os historiadores contemporâneos, estava formada a "Maçonaria ESCOCESA", organizada pelo "Conseil des Empereurs d'Orient et d'Occident, Grande e Souveraine Loge Ecossaise Saint Jean de Jerusalem", uma subsidiaria surgida no seio da Grande Loja de França, que organizou o Rito Escocês, também adotando o sufixo ANTIGO E ACEITO, usado pela primeira vez por ANDERSON, em sua Nova Constituição de 1738.

E quando finalmente foi eleito para Gr.: M.: o Conde de CLERMONT, Louis de Bourbon, em 1743, havia na França uma verdadeira inflação de Lojas, mais de DUZENTAS, como nos contam historiadores da época, mas sendo muitas delas "Ordens de Cavalaria".

No ano de 1758 fundou-se em Paris um novo Corpo Maçônico, que recebeu o nome de CAPÍTULO, ou "Conselho de Imperadores do Oriente e do Ocidente", e NOVE Comissários deste Corpo elaboraram, o que se tornaria conhecido como a CONSTITUIÇÃO DE BORDEAUX, de 21 de setembro de 1762 (6° Dia da 3a Semana 7a Lua Ano 57621, que introduzia um sistema de RITO ESCOCÊS de 25 GRAUS. Mas a pacificação, que se tinha pretendida, não foi duradoura, e já em 1767 a Grande Loja de França adormecia.

Somente em 22 de outubro de 1773 a maçonaria francesa voltou a reunir-se em "Grande Loja Nacional", acabando por fundar o Grande Oriente de França, tendo como Gr.: M.: o Duque de CHARTRES.

A maioria dos Diretórios ESCOCESES se incorporaram ao Gr.: Or.: de França, enquanto alguns fundaram a Grande Loja de CLERMONT, de vida efêmera.

Deve ser mencionado aqui, que muitos escritores do passado, e ainda alguns "copistas" dos nossos dias, costumam citar o nome do Barão ANDREAS MICHAEL RAMSAY (nascido em 1686, iniciado na HORN LODGE, de Londres, em Março de 1730 (Ref. F-1973,937), e falecido em 6 de maio de 1743), como "inventor" do Rito Escocês dos "altos graus". Entretanto, basta a leitura de seus discursos como Gr.: Orador que era da Gr.: Loja de França, e especificamente o pronunciado em 21 de março de 1737, para termos a prova da incongruência de tal afirmação, pois disse textualmente o seguinte:

-... A atividade da Maçonaria, resumida nos TRÊS graus (... Evidentemente os simbólicos...), e só estes reconhecemos, pode ser considerada perfeitamente suficiente..."

Pronunciamento este, que bem prova a sua ojeriza aos graus inefáveis, que já então existiam. Provavelmente o simples fato de ter sido ele membro da "Ordem de São Lazaro de Jerusalém", da qual era Gr.: Mestre o Regente FELIPE DE ORLEANS, da educação de cujos filhos esteve RAMSAY encarregado entre 1715/24, Ordem de que ele recebeu o titulo de "Cavaleiro Baronnet D'ECOSSE", e ainda o fato de ter sido ele um grande estudioso e filósofo, por certo bastou aos historiadores profanos para lhe atribuírem essa "paternidade. Para melhor se compreender a confusão que existe, basta citar que se conhece "quatro" versões dos Discursos de RAMSAY: de 1738 (Haya), 1741 (Paris), 1742 (Frankfurt s. M. E de 1743 (Londres).

Vá lá que RAMSAY tenha colaborado na elaboração das bases para o rito ESCOCÊS nos TRÊS graus simbólicos, mas nem isto pôde ainda ser comprovado. E de passagem se diga aqui, que a primeira Loja de Perfeição, de que se tem noticia, foi criada em Bordeaux, em 1744, portanto um ano depois do passamento de Ramsay.

Lastimavelmente a Revolução Francesa, ao contrário do que habitualmente se afirma, dispersou os Franco-Maçons, que só a partir de 1799 foram paulatinamente se reagrupando no Grande Oriente de França, que neste ano foi REERGUIDO.

Em 12 de outubro de 1804 os grandes oficiais do Rito ESCOCÊS se reuniram, e em nova reunião de 22 de outubro de 1804, de Grande Consistório, formaram uma GRANDE LOJA ESCOCESA DE FRANÇA DO RITO ANTIGO E ACEITO, elegendo o príncipe Luiz Napoleão para Gr.: M.: e para seu Representante-Presidente o Conde Alexandre-François-August de GRASSE-TILLY, mas já em Dezembro do mesmo ano este estabeleceu um acordo com o Grande Oriente de França, delegando-lhe poderes para administrar, além dos 3 graus simbólicos, também os graus "inefáveis" de 4 até 18 (Rosa-Cruz).

Mas quando em Julho de 1805 o Grande Oriente de França resolveu também administrar os restantes graus filosóficos, de 19 em diante, houve um rompimento entre as duas jurisdições, que só pôde ser sanado em 1821, quando o Rito Escocês Antigo e Aceito se reorganizou totalmente na França.

A atual Grande Loja de França só em 7 de novembro de 1894 foi RECONSTITUÍDA, quando 60 (sessenta) Lojas do Supremo Conselho decidiram separar o SIMBOLISMO do Sistema FILOSÓFICO dos Altos Graus. Portanto, na verdade era "Potência NOVA".

Fonte: História do Supremo Conselho do Grau 33.: do Brasil. Editora: Livraria Kosmos Editora. Página: 3-5. Data: 1981.

INFORMAÇÃO OU INSTRUÇÃO - Sérgio Quirino

 

Sérgio Quirino é o atual Grão-Mestre da GLMMG 2021/2024

Saudações, estimado Irmão!

Tempos Modernos. Revivemos hoje, o clássico filme de Charlie Chaplin. A diferença é a substituição da ferramenta “chave de boca”, a apertar cada vez mais rápido os parafusos, pelas clicadas cada vez mais instantâneas no mouse.

A ideia é a mesma: alcançar um NÚMERO máximo, simples RESULTADO do ato, sem se importar com a qualidade resultante da ação.

Talvez, fosse mais correto iniciar o artigo com: “Vivemos a Era da Informação”. Mas, não devo fazê-lo, por haver no mundo profano uma associação imediata entre informação e conhecimento.

Indiscutível, que o acesso a informações nos qualifica de alguma forma. Construímos uma sociedade de Mestres. Todos temos opinião sobre tudo. Através de nossas redes sociais, somos os melhores editores dos mais poderosos meios de comunicação. Mas, por eles, mesmo que equivocadamente, ainda compartilharmos Fake News.

Sob a perspectiva maçônica, a informação preciosa é aquela que pode germinar uma instrução.

PELA CORRETA ESCOLHA DA FORMA COMO TRATAMOS A INFORMAÇÃO É QUE ALCANÇAMOS A INSTRUÇÃO.

A palavra informação, do Latim informatio, informare significa ação de formar, delinear, conceber ideia. Maçonicamente, informar não se refere apenas ao ato de repassar o objeto ou ideia que recebemos como informação. É também um exercício constante de decodificar a informação e promover um movimento mental interno, para absorver o cerne de seu conteúdo.

Parece complicado?

Basta, então, refletir sobre os conceitos de: Maçonaria Especulativa, Símbolos e Alegorias, Prancha de Delinear ou Tábua de Delinear.

Creio estar clara a diferença entre Informação e Instrução e, assim, entramos no ponto nevrálgico dos trabalhos maçônicos.

Os livros adotados nos labores maçônicos são divididos em Rituais de Trabalho e Rituais de Instrução. Além do dever de permanecermos atentos aos regramentos ritualísticos em Loja, devemos nos responsabilizar, mais ainda, pela prática das instruções fora do Templo.

Pergunte-se: - Minha caminhada na vida é sem desvios, tal como a marcha do aprendiz que pratico em Loja?

- Reconheço o esquadro como a Joia do VM, tal como presido minha vida pela retidão?

- Trabalho para a sociedade porque sei que é bom e agradável que os Irmãos vivam em união?

NEM TODOS QUE TEM ACESSO A INFORMAÇÃO SÃO INSTRUÍDOS.

NEM TODO BOM RITUALISTA É UM BOM MAÇOM.

SEJAMOS 100% MAÇOM, DENTRO E FORA DO TEMPLO.

Atingimos quinze anos de compartilhamento de instruções maçônicas. Nosso propósito fundamental é incentivar os Irmãos ao estudo, à reflexão e tornar-se um elemento de atuação, um legítimo Construtor Social.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!


agosto 21, 2021

O MITO DO DILÚVIO - Postado pelo irmão Leonardo Redaelli no grupo Biblioteca



Nesta Oficina, concordamos no momento da sua criação trabalhar nas diferentes Tradições para tentar encontrar aí esta espécie de Palavra perdida que é a memória das origens, o que outros chamam de Verdade primordial.

Foi nessa pesquisa que encontrei o mito do dilúvio que é comum a quase todas as sociedades do mundo.

É geralmente aceito que o mito do dilúvio, que pode, portanto, ser encontrado em quase todas as tradições do mundo, com a notável exceção da África, abrange um acontecimento real, provavelmente de uma amplitude inferior à descrita por todos os textos ou lendas orais, que teriam ocorrido em tempos antigos e que teriam deixado uma memória ampliada na memória dos homens.

Em minha busca para encontrar os fatos reais por trás dos mitos, eu estava, portanto, interessado neste mito do dilúvio.

Mas, primeiro, gostaria de citar uma intervenção do professor Antoine Faivre, durante uma recente conferência sobre o lendário maçônico. Este define 3 abordagens muito diferentes e que seriam cada uma a forma de ver a alvenaria pelos próprios pedreiros, ainda que às vezes os misturem alegremente.

O primeiro, que ele define como empírico-crítico, é puramente objetivo e histórico. É aquele que vê a alvenaria uma instituição criada a partir do zero em 18 th século e que tem como objetivo principal o exercício da caridade, aliás as mentes questionadoras encontrar.

A segunda, que define como mito-romântica, tem origem desconhecida, remonta aos tempos mais remotos e veicula mitos universais, segundo uma transmissão ininterrupta.

Por fim, a terceira, que ele define como universalizante, a considera um reservatório de imagens ou arquétipos de natureza universal, não importando aqui a filiação. Em todo caso, encontramos aí todas as tradições do mundo, filhas como ela da tradição perene.

É claro que subscrevo como prioridade esta última abordagem, ainda que a segunda não me deixe indiferente. Quanto ao primeiro, não corresponde em nada à imagem que tenho da Maçonaria, autêntica escola iniciática.

Por que eu quis citar esta intervenção? bem, é precisamente para vir a justificar esta reflexão, indo muito além da Maçonaria, para encontrar nos mitos em geral, e esta noite no do dilúvio em particular, os ecos desta tradição perene, da qual apelo ao conhecimento do primeiro instante, este primeiro instante estendendo-se a toda a proto-história do homem.

Gostaria, portanto, primeiro de apresentar a vocês as diferentes versões desse mito, de acordo com as tradições antigas, em seguida, gostaria de trazer minha visão pessoal deste evento provavelmente real.

Extremamente difundidos, os mitos das catástrofes cósmicas contam como o mundo foi destruído e a humanidade exterminada, com exceção de um casal ou poucos sobreviventes.

Os mitos do dilúvio são os mais numerosos e quase universalmente conhecidos (embora extremamente raros na África, e tentarei entender a razão). Ao lado dos mitos diluvianos, outros relatam a destruição da humanidade por cataclismos cósmicos: terremotos, incêndios, colapso de montanhas, epidemias. Obviamente, este fim do mundo não é representado como radical, mas sim como o fim de uma humanidade, seguido do surgimento de uma nova humanidade. Mas a imersão total da Terra na água, ou sua destruição pelo fogo, seguida da emersão de uma Terra virgem, simbolizam a regressão ao Caos e à cosmogonia.

Em um grande número de mitos, o Dilúvio está ligado a uma falha ritual que provocou a ira do Ser Supremo. Às vezes, é simplesmente o resultado do desejo de um Ser divino de acabar com a humanidade. Mas, se examinarmos os mitos que anunciam a iminência do Dilúvio, encontraremos, entre as principais causas, não só os pecados dos homens, mas também a decrepitude do mundo. Podemos dizer então que o Dilúvio abriu o caminho para uma recriação do mundo e uma regeneração da humanidade.

Nós, no Ocidente, ou mais precisamente no que prefiro chamar de mundo mediterrâneo, conhecemos antes de mais nada o mito do dilúvio descrito na Bíblia Hebraica.

Vamos nos lembrar do texto, que está em Gênesis, 6-5 a 9-20:

O Senhor viu que a maldade do homem aumentava na terra: durante todo o dia seu coração só se inclinou a conceber o mal, 6 e o ​​Senhor se arrependeu de ter feito o homem na terra. Ele estava angustiado 7 e disse: "Eu vou exterminar da face da terra o homem que criei, homem, gado, feras e até mesmo as aves do céu, porque me arrependo de tê-los feito". 8 Mas Noé encontrou graça aos olhos do Senhor.

9 Esta é a família de Noé: Noé, um homem justo, era irrepreensível entre as gerações de seu tempo. Ele andou nos caminhos de Deus, 10 e gerou três filhos: Sem, Cão e Jafé. 11 A terra foi corrompida diante de Deus e cheia de violência. 12 Deus olhou para a terra e a viu corrompida, pois toda carne havia pervertido sua conduta na terra. 13 Deus disse a Noé: “Para mim é chegado o fim de toda a carne! Porque por causa dos homens a terra está cheia de violência e eu vou destruí-los com a terra ”.

14 “Faça para si um arco de madeira macia. Você fará a arca com caixas. Você o cobrirá com betume por dentro e por fora. 15 Farás esta arca com trezentos côvados de comprimento, cinquenta de largura e trinta de altura. 16 Faça um telhado de duas águas para a arca e fixe-o um côvado acima dele. Você colocará a entrada da arca na lateral, depois fará um andar de baixo, um segundo e um terceiro.

17 “Vou trazer o dilúvio - isto é, as águas - sobre a terra, para destruir debaixo dos céus toda criatura vivente; tudo na terra vai expirar. 18 Eu estabelecerei meu pacto com você.

“Entra na arca, tu e contigo, teus filhos, tua esposa e as esposas de teus filhos. 19 De todas as criaturas vivas, de toda a carne, você deve trazer um casal para a arca, para fazê-los sobreviver com você; que haja um homem e uma mulher! 20 De cada espécie de ave, de cada espécie de gado, de cada espécie de animalzinho da terra, um casal de cada espécie virá até você para sobreviver. 21 E você, tome de tudo o que é comido e guarde para você; será a sua comida e a deles ”. 22 Isso foi o que Noé fez; ele fez exatamente o que Deus lhe disse para fazer.

7.1 O Senhor disse a Noé: "Entra na arca, tu e toda a tua casa, porque és o único justo que vejo nesta geração." 2 Você tomará sete pares de cada animal limpo, um macho e sua fêmea, e de um animal impuro um par, um macho e sua fêmea, 3 - e das aves do céu, sete pares, macho e fêmea, para perpetuar eles correm por toda a face da terra. 4 Pois em sete dias, farei chover sobre a terra por quarenta dias e quarenta noites, e destruirei da face da terra todos os seres que eu fiz ”. 5 Noé fez de acordo com tudo o que o Senhor lhe ordenou.

6 Noé tinha seiscentos anos quando o dilúvio - isto é, as águas - aconteceu na terra. 7 Por causa das águas do dilúvio, Noé entrou na arca, e com ele seus filhos, sua esposa e as esposas de seus filhos. 8 Animais limpos e animais imundos, pássaros e tudo o que se move no solo, 9 casal por casal, macho e fêmea, vieram a Noé na arca como Deus ordenou a Noé.

10 Sete dias se passaram, e as águas do dilúvio inundaram a terra.

11 No ano 600 da vida de Noé, no segundo mês, no décimo sétimo dia do mês, naquele dia todos os reservatórios do grande abismo foram quebrados e as aberturas do céu estavam abertas. 12 A chuva caiu sobre a terra por quarenta dias e quarenta noites. 13 Naquele mesmo dia Noé entrou na arca com seus filhos, Sem, Cão e Jafé, e com eles a esposa de Noé e as três esposas de seus filhos 14 e todos os tipos de animais, todos os tipos de animais, todas as espécies de pequenos animais que movem-se na terra, todas as espécies de pássaros, todos os pássaros, todos os animais alados. 15 Eles foram a Noé na arca, casal por casal, de todos os seres vivos. 16 Um macho e uma fêmea de toda a carne entraram. Eles entraram conforme Deus havia orientado Noé.

17 O dilúvio durou quarenta dias na terra. As águas aumentaram e elevaram a arca, e ela foi elevada acima da terra. 18 As águas incharam e formaram uma grande massa sobre a terra, e a arca flutuou sobre a superfície das águas. 19 O dilúvio das águas tornou-se cada vez mais forte sobre a terra, e sob toda a extensão dos céus todas as montanhas mais altas foram cobertas de 20 a uma altura de quinze côvados. Com o aumento das águas que cobriram as montanhas, 21 expirou toda a carne que se movia sobre a terra, pássaros, gado, feras, todos os animais que enxameavam sobre a terra e todos os homens. 22 Todos os que respiravam o ar com o fôlego da vida, todos os que viviam na terra seca, morreram.

23 Então o Senhor apagou todas as criaturas da face da terra, homens, gado, pequenos animais e até mesmo as aves do céu. Eles foram apagados, restando apenas Noé e aqueles que estavam com ele na arca. 24 As inundações duraram cento e cinquenta dias na terra.

O resto vocês sabem, com o fim das chuvas e o episódio do envio de pássaros de cores diversas, amplamente identificadas nas fases alquímicas.

Porém, agora sabemos que esta história está amplamente difundida em outras Tradições e que mesmo esta, a da Bíblia, é claramente a fusão de duas versões independentes.

Os hebreus, de fato, provavelmente pegaram emprestado o mito dos babilônios. Mas o tema do Dilúvio é ainda mais antigo, pois já é atestado entre os sumérios. O nome do sumério Noé é Ziusudra; e na versão babilônica é chamado de Utnapishtim. O Dilúvio é contada na 11 ª Tábua da Epopéia de Gilgamesh: os deuses decidem aniquilar a humanidade, mas o deus Ea avisa Utnapishtim e o aconselha a construir um barco para salvar sua família e vários animais. O Dilúvio é causado por chuvas torrenciais que duram sete dias. No dia oito, Utnapishtim solta uma pomba e, pouco depois, uma andorinha, mas os pássaros voltam. Finalmente, ele solta um corvo que nunca retorna. Então Utnapishtim pousa no Monte Nishir e oferece um sacrifício aos deuses. Mas aqui eles descobrem com surpresa que a raça humana não foi aniquilada. Decidem, porém, que a partir de agora Utnapishtim não será mortal e o transportará, com sua esposa, para um país fabuloso e inacessível, "até a foz dos rios". Foi lá que, muito depois, Gilgamesh, em busca do

É óbvio que este mito é idêntico ao desenvolvido pela Bíblia, com esta única exceção - de tamanho! - é que os homens não são aniquilados. É verdade que o Deus judeu é particularmente violento e vingativo, e esta destruição total de sua criação não é surpreendente dada a mentalidade do homem bom, ainda que muitos, desde o início dos tempos, se perguntem sobre este Deus que por um lado criou os homens à sua imagem, mas maus, e que então destruíram sua criatura.

Obviamente, estamos longe de ser um Deus bom e perfeito, e os gnósticos desenvolveram amplamente suas teorias em seu tempo para justificar o injustificável.

Um mito semelhante é conhecido na Índia.

Ausente no Veda, o mito do Dilúvio é primeiro atestado no Satapatha Brahmana (I, VIII, 1), um ritual escrito provavelmente no século 7 aC: um peixe avisa Manu sobre o dilúvio iminente e ele o aconselha a construir um barco . Quando ocorre um desastre, os peixes puxam o barco para o norte e o param perto de uma montanha. É aqui que Manu espera que a água flua. Como resultado de um sacrifício, ele obtém uma filha, e dessa união descende a humanidade.

Na versão transmitida pelo Mahabharata, Manu é um asceta. No Bhagavata Purana (VIII, XXIV, 7 f.), O rei asceta Satyavrata é avisado da aproximação do Dilúvio por Hari (Vishnu), que assumiu a forma de um peixe.

Em qualquer caso, nada parece ligar esta catástrofe aqui com qualquer ressentimento dos Deuses para com os homens.

Podemos apenas nos perguntar sobre sua incapacidade de salvar esses homens que são sua criação e que têm um papel essencial a desempenhar, o de ser seu espelho, aquele no qual podem ver sua beleza e seu poder.

Sem a criação, os Deuses permanecem desconhecidos e inúteis!

No Irã, o fim do mundo segue uma enchente resultante do derretimento da neve acumulada durante um terrível inverno. Ahura Mazdâ aconselha Yima, o primeiro homem, que também é o primeiro rei, a se retirar para uma fortaleza.

Yima leva consigo o que há de melhor entre os homens e as diferentes espécies de animais e plantas. O dilúvio põe fim à idade de ouro, que não conheceu a velhice nem a morte.

No estado atual de nosso conhecimento desses textos também não temos nenhum vestígio de qualquer decisão divina de grande purificação, mesmo que aqui o retorno a uma situação normal veja o desaparecimento de um mundo antigo, o da 'Idade de Ouro.

Aqui podemos nos perguntar sobre o porquê do fim desta era ...

Na Grécia, é Prometeu quem avisa seu filho, Deucalião, que Zeus decidiu a aniquilação dos homens da Idade do Bronze. Deucalião foge com sua esposa em um arco.

Mais uma vez, uma decisão divina de começar tudo de novo.

O mito do Dilúvio também é encontrado entre certos povos indígenas da Índia (Bhils, Mundas, Santals, etc.), entre os Lepchas de Sikkim e em Assam. É ainda mais difundido no Sudeste Asiático, Melanésia e Polinésia. As versões coletadas na Austrália falam de um sapo gigante que absorveu toda a água. Sentindo sede, os animais resolveram fazer o sapo rir. Vendo a enguia se contorcendo, o sapo caiu na gargalhada e as águas jorraram de sua boca, causando o aguaceiro. O sapo é uma das imagens míticas da lua. E como a Lua é o símbolo da morte e da ressurreição por excelência, também governa as águas, as cheias e as marés.

Entre os povos da América do Sul, a inundação é geralmente causada por um dos gêmeos míticos que, batendo na terra com o calcanhar, faz com que a água subterrânea jorra.

Na América Central e do Norte, as versões do dilúvio são bastante numerosas: a catástrofe é produzida por inundações ou por chuvas.

Deve-se notar que, em comparação com os mitos que narram o fim do mundo no passado, os mitos referentes a um fim vindouro são relativamente poucos entre os primitivos, ao contrário de nossas sociedades mediterrâneas ou indo-europeias. Mas essa raridade talvez se deva ao fato de que os etnólogos não fizeram essa pergunta em suas pesquisas.

Além disso, às vezes é difícil esclarecer se o mito está relacionado a um desastre passado ou futuro. Assim, por exemplo, de acordo com EH Man, os andamaneses, povo em extinção que vivem nas fronteiras da Birmânia e da Tailândia, acreditam que após o fim do mundo uma nova humanidade, em condição paradisíaca, surgirá: haverá sem mais doenças, sem velhice, sem morte. Mas outro antropólogo, A. Radcliffe Brown, acredita que seu colega Man realmente combinou várias versões, coletadas de diferentes informantes.

Na realidade, diz Radcliffe Brown, é de fato um mito relacionado ao fim e à recriação do mundo; mas o mito está relacionado ao passado e não ao futuro. Mas, uma vez que, de acordo com a observação de F. F. Lehmann, a língua andamanesa não tem tempo futuro, não é fácil decidir se é um evento passado ou um fim que está por vir.

Portanto, passamos do mito do dilúvio, do mito do fim de uma era para entrar em uma nova, bastante inscrita no passado, para a possibilidade de que esses eventos também se encontrem no futuro.

Entre os mitos primitivos do fim, pouquíssimos são aqueles que não apresentam indicações precisas sobre a possível recriação do mundo.

Assim, em uma das Ilhas Carolinas, Aurepik, é o filho do Criador o responsável pelo desastre. Quando ele perceber que o chefe não cuida mais de seus súditos, ele submergirá a ilha por meio de um ciclone. Não é certo que este seja um fim definitivo: e a ideia de uma punição pelos "pecados" geralmente envolve a criação subsequente de uma nova humanidade, educada sobre o que aconteceu. Antes e antes, em princípio, tirar as conclusões .

Podemos pensar que com relação ao texto bíblico nosso bom homem IAWEH se enganou amplamente e que provavelmente os homens depois do dilúvio não têm nada a invejar aos de antes no campo da maldade.

Mais difíceis de interpretar são as crenças dos Negritos da Península de Malaca. Os Negritos sabem que um dia Karei acabará com o mundo porque os humanos não respeitarão mais seus preceitos. Além disso, durante a tempestade, eles se esforçam para evitar desastres fazendo ofertas expiatórias de sangue. A catástrofe será universal, atingirá pecadores e não pecadores sem distinção e não será, ao que parece, o prelúdio de uma nova criação. É por isso que os negros chamam Karei de "mau" e veem nele o adversário que lhes "roubou o céu".

Um exemplo particularmente marcante é o dos Guaranis de Mato Grosso.

Sabendo que a Terra seria destruída pelo fogo e pela água, eles partiram em busca da "Terra sem pecado", uma espécie de paraíso terrestre, localizado além do oceano. Essas longas viagens, inspiradas nos xamãs e realizadas sob sua direção, começaram no século XVI e duraram até 1912.

Algumas tribos acreditavam que a catástrofe seria seguida por uma renovação do mundo e o retorno dos mortos. Outras tribos esperaram e queriam o fim final do mundo.

A maioria dos mitos nativos americanos do fim implica ou uma teoria cíclica (como entre os astecas), ou a crença de que a catástrofe será seguida por uma nova criação, ou, finalmente, em algumas partes da América do Norte, a crença em um regeneração universal realizada sem cataclismo.

Neste processo de regeneração, apenas os pecadores perecerão.

De acordo com as tradições astecas, já houve três ou quatro destruições do mundo, e a quarta (ou quinta) é esperada no futuro. Cada um desses mundos é governado por um "Sol", cuja queda ou desaparecimento marca o Fim.

A crença de que a catástrofe é a consequência fatal da "velhice" e da decrepitude do mundo parece ser bastante difundida nas duas Américas.

De acordo com os Cherokees, quando o mundo estiver velho e desgastado, os homens morrerão, as cordas se rompem e a Terra afundará no oceano, sendo a Terra imaginada como uma grande ilha suspensa do céu por quatro cordas.

Em um mito Maidu, o Criador garante ao casal que ele criou: “Quando este mundo estiver muito desgastado, farei tudo de novo; e quando eu fizer isso novamente, você experimentará um novo nascimento. "

Em suma, esses mitos primitivos do fim do mundo, por inundação ou fogo, porque o elemento água não é o único a ser usado, o fogo também é muito usado e eu gostaria de voltar a ele, com mais ou menos clareza implicam a recriação de um novo universo, expressam a mesma ideia arcaica e extremamente difundida da progressiva “degradação” do cosmos, ou da queda para encontrar uma ideia amplamente difundida em nossas Colunas, exigindo sua destruição e re- criação de periódicos. É desses mitos de uma catástrofe final, que ao mesmo tempo será o arauto da iminente recriação do mundo, que surgiram e se desenvolveram os movimentos proféticos modernos e os movimentos milenares das sociedades primitivas.

A teoria da criação e destruição cíclicas do mundo foi amplamente desenvolvida na Índia, a partir dos Brahmanas e especialmente nos Puranas. Esta é a doutrina dos quatro yugas, as quatro eras do mundo. O ciclo completo, o kalpa, termina com uma "dissolução", um pralaya, que se repete de forma mais radical (mahapralaya, a "grande dissolução") no final do milésimo ciclo. De acordo com o Mahabharata e o Purana, o horizonte se acenderá, sete ou doze sóis aparecerão no firmamento e secarão os mares, queimarão a Terra. Então, uma chuva torrencial cairá continuamente por doze anos, a Terra ficará submersa e a humanidade será destruída (Vishnu Purana, 24, 25).

Então, tudo recomeçará ad infinitum.

Esta teoria dos quatro Yugas, com a sua primeira, a da idade de ouro, e a última, a do ferro, pertence à doutrina tradicional e é encontrada em muitas tradições.

Parece que este novo ciclo, este kalpa, começou por volta de 63.000 AEC, e a idade de ouro, Krita-Yuga, durou 26.000 anos.

A próxima era, a Treta-Yuga, ou Idade da Prata, que correspondeu ao surgimento dos continentes da Atlântida no norte e da Lemúria, no sul, terminou com o dilúvio bíblico, por volta de 11.000 aC.

Então veio o Dvapara-Yuga, a era do latão.

O fim deste ciclo, e estamos bem no Kali-Yuga, Idade do Ferro, é anunciado para o 21 st século ....

Na Grécia, a doutrina cíclica surge com Heráclito, que terá grande influência na doutrina estóica do eterno retorno.

No 3 º século aC., Berossus popularizado em todo o doutrina helenístico mundo caldeu de "grande ano". O Universo ali é considerado eterno, mas é eliminado e reabastecido periodicamente a cada "grande ano" - o número correspondente de milênios varia de escola para escola - quando os sete planetas se reúnem no signo de Câncer ou "grande inverno", um um dilúvio ocorrerá.

Quando eles se encontram no signo de Capricórnio, no solstício de verão do "grande ano", todo o Universo será consumido pelo fogo. De acordo com um texto perdido por Aristóteles, as duas catástrofes aconteceram nos dois solstícios: a conflagração no solstício de verão, o dilúvio no solstício de inverno.

Como podemos ver, o mito do dilúvio participa amplamente de duas teorias:

Alguém que gostaria que o Deus Criador, oprimido por sua criação, um dia quisesse destruir tudo.

A outra que exprime o princípio de uma criação cíclica, de um retorno indispensável ao nada antes de partir. Na Índia, isso é claramente simbolizado pela respiração de Brâhma, aquele que cria enquanto expira e que no final do ciclo retoma sua criação inspirando, e assim por diante.

Além disso, essa teoria é paralela à dos astrofísicos modernos que falam de um mundo em expansão e depois em contração, do big bang ao big crash.

É óbvio que se queremos encontrar por trás dos mitos a realidade dos acontecimentos, esta segunda teoria parece mais próxima do que aconteceu, pois também pode ser expressa de forma científica.

Mas o primeiro também pode revelar acontecimentos reais, enterrados na memória dos homens e traduzidos com as palavras e símbolos disponíveis para outros homens, muito tempo depois, e que só poderiam ser interpretados a partir desse padrão.

De um ponto de vista estritamente científico, a historicidade do Dilúvio há muito foi negada.

Atualmente, um grande número de estudiosos de todas as disciplinas considera seriamente que a última transgressão, ou seja, o alagamento das plataformas continentais após o degelo, pode estar ligada a esses mitos.

E é verdade que esse episódio geológico levou a um aumento do nível do mar, mas de cerca de 100 metros em um período de 10.000 anos, mesmo! Se algumas estimativas são de 130 m ao longo de 8.000 anos, isso é cerca de 2 metros por século ou até mais do que a vida humana de um metro a cada 50 anos!

Ninguém pode razoavelmente afirmar que tal aumento no nível do mar (2 cm por ano !!! mesmo que localmente possamos ter tido um aumento de algumas dezenas de cm por ano em certos períodos) pode ser assimilado ao que todas as tradições de um fim do planeta ao outro descreve-o como um evento que foi brutal, rápido, limitado no tempo, excessivamente destrutivo, etc.

Portanto, mesmo que esta explicação seja perfeitamente válida para explicar os vestígios de habitats pré-históricos atualmente sob o mar, será necessário encontrar algo mais para "elucidar" o mistério do dilúvio ...

Por muitos anos, as consequências da queda de um asteróide ou fragmento de um cometa no oceano foram modeladas e um consenso foi estabelecido na comunidade científica em torno dos possíveis efeitos nesta hipótese.

No caso de um impacto oceânico muito offshore (sem uma cratera visível, portanto ...), o fenômeno mais óbvio seria tsunamis gigantescos. Um tsunami (a palavra é preferível a maremoto porque o fenômeno em questão obviamente nada tem a ver com a maré ...) pode se mover em mar aberto a velocidades de até 700 km / h.

Ao chegar às costas e, portanto, às profundidades mais baixas, diminui a velocidade e é aí que, paradoxalmente, começa o perigo! Na verdade, tudo acontece tanto para as ondas quanto para os carros na rodovia durante uma desaceleração: a frente (rápida) das ondas alcançando a frente (câmera lenta). Em uma rodovia, é um engavetamento. No litoral, ocorre uma compressão que causará um aumento considerável nas ondas que quebram. O fator de compressão pode facilmente chegar a 40! Assim, um simples trem de ondas com uma altura de 1 m no mar se transformará em uma série de ondas matadoras com uma altura de 40 m.!

Tem mais ou menos a altura de um prédio de 12 andares, o que significa que muito pouco provavelmente ainda estará de pé após a passagem da primeira onda, então no décimo ...

E quando pensamos que dois terços da superfície da Terra são compostos de oceanos, também podemos concluir que é esse tipo de impacto que tem maior probabilidade de ocorrer.

E ao invés de duas vezes! A cada vez, as mesmas consequências, é claro! O que faz falar de inundação no singular é certamente falso e que devemos falar de inundações periódicas.

No entanto, parece que em muitas tradições mantivemos de fato a memória de um dilúvio mais importante do que os outros e podemos supor que seja este o responsável, por exemplo, pela destruição da Atlântida.

Atlântida e Lemúria, esses continentes desaparecidos nos quais civilizações de altíssimo nível - para outros homens da época - teriam vivido, podem ter desaparecido após um cataclismo como uma enorme inundação de origem então esquecida.

Foi fácil então, muito tempo depois, imaginar essas catástrofes como sendo de origem divina e ligadas à má conduta dos homens.

E de fato as 2 teorias podem ser simultâneas, podendo o ciclo dos mundos ser marcado por uma catástrofe repentina.

Mas também vejo, no tema da água, outra coisa:

E se, finalmente, esquecendo essas possíveis catástrofes das quais ninguém jamais teve a menor prova, a lembrança do dilúvio foi apenas a lembrança do momento em que saiu da água o primeiro vivente, essa água que até então a possuía. abrigava toda forma de vida, o próprio ambiente em que a vida nasceu

Na medida em que o homem acreditava ser a criação de um deus, ele jamais poderia imaginar não ter existido antes de qualquer dilúvio, que sempre viria, para ele, puni-lo por suas faltas.

Na verdade, o Dilúvio foi o estado primordial, ou pelo menos precedeu o surgimento da vida na Terra.

Ora, como essa aparência de vida em terra firme teria 345 milhões de anos, deixo que você aprecie a distante memória que poderiam ter dela aqueles que escreveram os mitos do dilúvio.

Na verdade, estou, aqui, me perguntando se não estou reinventando os arquétipos?

Porque aí nós convivemos com o mito do mar inicial, por exemplo aquele que Brâhma agitou para expressar sua vida, ou o lago dos egípcios, ou as águas primordiais da Bíblia ...

E então, por que não, interessemo-nos também por uma possível dimensão psicanalítica: essa água seria a do líquido amniótico em que todas as crianças se banharam ao longo de sua presença no ventre materno. A feliz lembrança disso antes de se banhar em um líquido seria traduzida por uma inundação após a qual tudo ficou diferente, e a vida do homem, em última análise, muito difícil.

Li, para me ajudar na reflexão, diversos textos, e um chegou a propor, também, sob o pretexto da psicanálise, que, passo a citar: “o dilúvio seria uma projeção cosmogônica. Fluxo seminal e amniótico derramamento de fluido, expressando assim o desejo inconsciente de gravidez masculina própria das sociedades patriarcais, o mito substituindo simbolicamente a incapacidade biológica do homem de dar à luz “!!!!

Vou deixar você meditar sobre esta sugestão.

Quanto a mim, perguntei-me, acima, sobre as duas fontes de destruição, o fogo e a água.

Neste ponto da minha reflexão, não vejo mais a água como um elemento destrutivo, mas, pelo contrário, como o elemento fundador da vida.

São estes os homens, pelos seus mitos, que acreditaram ver nisso um elemento negativo, ou pelo menos purificador. A água é, ao contrário, criadora da vida, ela lava, rega, fecunda. Todo organismo vivo precisa de água para viver.

Por outro lado, o fogo continua sendo um elemento destrutivo e purificador.

E também perguntei por que a quase total ausência do mito do dilúvio na África.

Admito que não tenho resposta se quero ficar na dimensão evolutiva, onde o homem teria surgido na África, porque apesar de tudo ele teria como origem esta sopa inicial, esta água em que nasceu a vida, depois uma alquimia complexa.

E, portanto, todos os homens devem ter essa memória inicial dentro deles.

Por outro lado, se o dilúvio é a memória de um verdadeiro cataclismo, por que os homens da África não se lembrariam dele, enquanto na Ásia ou na América as Tradições o evocam amplamente? Portanto, também não tenho uma resposta mais satisfatória aqui. A possível ausência de grandes rios, distância da costa, não me convence.

Talvez você me traga um?

,