agosto 27, 2021

15 COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE CONFÚCIO - Gabriel Campos de Oliveira



27 de agosto de 551 a.C. - Nasce Confúcio, filósofo chinês.

Confúcio (552 a.C. a 479 a.C.) é a latinização do nome do filósofo e teórico político chinês Kung-Fu Tse.

Confúcio nasceu na cidade pequena cidade de Tsou, estado de Lu, atual província de Shandong.

Conta-se que o pai de Confúcio tinha 70 anos quando se casou com sua mãe, uma jovem de apenas 15 anos. Ambos tiveram 11 filhos, sendo Confúcio o caçula.

O pai de Confúcio morreu quando o “Venerável Mestre Kung” tinha apenas três anos de idade, o que o obrigou a trabalhar para ajudar a família.

Dizia-se que Confúcio era alto, com barriga proeminente e usa uma longa barba. Vestia-se de modo simples e elegante. Entre os seus passatempos prediletos estavam a pesca e, principalmente, a caça com arco e flecha.

Confúcio teve apenas um filho, mas segundo um jornal chinês, os seus descendentes passam atualmente de três milhões de pessoas espalhadas pelo mundo. Foram descobertos descendentes em Hong Kong, Coréia do Sul, Taiwan, Estados Unidos, Canadá e em vários outros países.

Conta-se que aos vinte e poucos anos, Confúcio se encontrou com Lao-Tsé, que foi um tanto ríspido com o discípulo. Foram essas as palavras de Lao-Tsé: “Afaste a sua arrogância, seus desejos excessivos e suas intenções libertinas. Nada disso é de proveito para sua pessoa. É só isso que tenho a lhe dizer e nada mais”.

Um dos maiores sonhos de Confúcio era conseguir um cargo público que ajudasse a transformar em realidade a sua doutrina filosófica e política. Sonho que nunca foi realizado.

Confúcio foi o primeiro professor chinês a aceitar alunos plebeus. Ele não fazia nenhuma distinção de classe entre seus alunos.

Os Analectos (Lun Yu, “palavras coletadas”, no idioma chinês) de Confúcio são tão lidos na China quanto a Bíblia no Ocidente. O interessante é que, assim como Buda, Jesus e outros líderes mundiais, Confúcio nada escreveu. Os Analectos foram compilados por seus discípulos após sua morte.

Os Analectos são formados por dezenas de livros que, assim como a Bíblia, foram escritos e reescritos ao longo do tempo. A versão atual é de mais ou menos 200 d.C..

Um lembrete interessante: boa parte, senão a maioria das frases dos famosos pastéizinhos da sorte chineses foram retiradas dos Analectos de Confúcio.

Os principais pontos da filosofia de Confúcio são: Li (ritual), De (virtude), Zeng (conduta), Dao (caminho) e Ren (benevolência). O maior de todos os princípios que norteiam a filosofia confucionista talvez seja o Ren – palavra que também pode ser traduzida como “humanismo”.

A filosofia de Confúcio leva muitíssimo em conta diversos princípios, entre os quais os listados abaixo:

- Além de serem sábios e virtuosos, os aspirantes ao serviço público devem se preocupar com o bem comum;

- para a sociedade funcionar direito, todos devem cumprir suas responsabilidades com os demais;

- os governantes devem ser relacionar com os súditos como um pai se relaciona com o filho, e os súditos devem ser relacionar com os governantes como um filho se relaciona com o pai;

- os governantes devem saber equilibrar benevolência e lealdade, sabedoria e humidade, refinamento e simplicidade, prudência e generosidade; coragem e respeito;

- o refinamento pessoal exige um equilíbrio entre os desejos próprios e o bem da sociedade;

- toda a sociedade deve ser dedicar a causas comuns como a coesão social e o bem-estar geral.

CITAÇÕES DE CONFÚCIO:

"Ver o bem e não fazê-lo é sinal de covardia."

"Estudar é polir a pedra preciosa; cultivando o espírito, purificamo-lo."

"Se não sabes, aprende; se já sabes, ensina."

"A humildade é a única base sólida de todas as virtudes."

"O mestre disse: Quem se modera, raramente se perde."

"De nada vale tentar ajudar aqueles que não se ajudam a si mesmos."

“Ao examinarmos os erros de um homem, conheceremos o seu caráter.”

"Aprender sem pensar é esforço vão; pensar sem nada aprender é nocivo."

"Pensar sem aprender torna-nos caprichosos, e aprender sem pensar é um desastre."

"O operário que quer fazer o seu trabalho bem deve começar por afiar os seus instrumentos."

"Que o governante seja um governante, e o súdito, um súdito. Que o pai seja um pai, e o filho, um filho."

"O homem superior atribui a culpa a si próprio; o homem comum aos outros."

"Um homem de humanidade é aquele que, querendo se estabelecer, estabelece os outros, e querendo adquirir sabedoria, ajuda os outros a adquirir sabedoria."

O ser ser humano precisa mais de apreciação do que de pão.

“Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores.”



OS TEXTOS APÓCRIFOS DA BÍBLIA - II



Todos os Apócrifos do Novo Testamento são pseudo epigráficos, e a maioria deles se enquadram nas categorias de Atas, Evangelhos e Epístolas, embora existam vários Apocalipses e alguns possam ser caracterizados como livros sapienciais.

As Atas apócrifas pretendem relatar a vida ou a trajetória de diversas figuras bíblicas, dentre elas a maioria dos apóstolos; as epístolas, os evangelhos e outros atribuídos a essas figuras.

Alguns relatam encontros e acontecimentos em linguagem mística e descrevem rituais arcanos. A maioria destas obras surgiram de seitas que tinham sido ou seriam declaradas heréticas, como sobretudo, os gnósticos. Alguns deles argumentaram contra várias heresias, e uns poucos pareciam ter sido esforços neutros para popularizar a vida de algum santo ou outro líder da igreja primitiva, incluindo várias mulheres. 

Nas primeiras décadas do cristianismo, não havia sido estabelecido nenhuma ortodoxia, e vários partidos ou facções competiam pela ascendência e regularidade na jovem igreja. Todos tratavam de ganhar crentes através de seus escritos, assim como de suas pregações e missões. 

Neste contexto, praticamente todas as obras que defendiam, crenças que logo se tornaram heréticas, estavam destinadas à denúncia e à destruição. Movimentos heréticos como o Gnosticismo e o Montanismo deram lugar a uma grande quantidade de pseudo epigráficos do Novo Testamento. A existência destas supostas escrituras deu um grande impulso ao processo de canonização da jovem e ortodoxa Igreja cristã.

Fonte: https://www.britannica.com/topic/apocrypha


agosto 26, 2021

A ESSÊNCIA DA SABEDORIA DA KABBALAH - Ir. Cláudio




A Kabbalah ensina a correlação entre causa e efeito de nossas fontes espirituais. Estas fontes se interligam de acordo com regras perenes e absolutas objetivando gols maiores - o entendimento do Criador por todas suas criações que existem neste mundo.

De acordo com a Kabbalah, ambos, a humanidade como um todo e cada uma das pessoas que a compõem devem alcançar o seu ponto mais alto na compreensão do objetivo e do programa da criação em toda a sua plenitude. Em cada geração houveram pessoas que por constante auto determinação e treinamento alcançaram determinados níveis espirituais. Em outras palavras, enquanto ainda subiam a escada, conseguiram chegar ao topo.

Esteja em quaisquer dos mundos, do micro ao macro, qualquer objeto material e suas correspondentes ações são controladas pelas forças espirituais que permeiam todo nosso universo. Pode-se representar figurativamente como se o universo se apoiasse sobre uma rede tecida por essas forças.

Para exemplificar, tomemos o menor dos organismos vivos, cujo único objetivo é manter a sua existência por um tempo suficientemente longo para procriar a próxima geração. Quantas forças e complexos sistemas agem neste organismo! E quantos destes sistemas o olho do homem e sua limitada experiência deixou de tomar conhecimento. Multiplicando estas forças pelo número enorme de criaturas vivas que existiram em nosso mundo - significando o universo e os mundos espirituais - obteremos apenas uma vaga e remota ideia sobre as forças e vínculos espirituais que nos controlam.

A grande variedade de forças espirituais pode ser imaginada como dois sistemas iguais e interligados. A única diferença entre eles é que o primeiro sistema vem do Criador e desce através todos os mundos até chegar ao nosso. O segundo sai do nosso mundo e sobe todo o caminho de acordo com as regras já estabelecidas e que agiram sobre o primeiro sistema.

O primeiro sistema é chamado pela Kabbalah de "A Ordem da Criação dos Mundos e do Espírito". O segundo é chamado " A Compreensão ou os Passos da Profecia e Espirito". O segundo sistema supõe que aqueles que querem alcançar o pináculo deverão agir de acordo com as leis do primeiro sistema, e é exatamente o que é estudado na Kabbalah. Porém, no mundo espiritual o principal fator do descobrimento e entendimento não é o tempo, mas sim a pureza do espírito, do pensamento e do desejo.

No mundo material há muitas forças e fenômenos que não sentimos diretamente. Por exemplo, eletricidade, ondas magnéticas, etc. 

O efeito de suas ações, seus nomes, são corriqueiros até para as crianças. Apesar de nosso conhecimento sobre a eletricidade ser limitado, nós apreendemos a valer-nos deste fenômeno para suprir algumas de nossas necessidades. Nós o chamamos pelo nome com a mesma familiaridade como chamamos o pão de pão e o açúcar de açúcar.

Analogamente, todos os nomes na Kabbalah parecem dar-nos uma noção real (material) para um objeto espiritual. Mas se pensarmos a respeito, não é somente a respeito do objeto espiritual que não temos nem mesmo a mais vaga idéia; não temos a menor noção sobre o Criador em Si, assim como não temos noção sobre qualquer objeto, mesmo aqueles que sentimos com nossas próprias mãos.

O fato é que não sentimos o objeto em si, mas sim as nossas reações a sua ação e influência. Estas reações nos dão o que parece ser conhecimento, apesar de que o objeto em si, sua essência permanece oculta. E ainda mais, não conseguimos compreender a nós mesmos!! Tudo o que sabemos sobre nós mesmos restringe-se apenas as nossas ações e as nossas reações.

Ciência, como instrumento de pesquisa sobre nosso mundo é divida em duas partes; o estudo das propriedades da matéria e o estudo de sua forma. Em outras palavras não há nada em nosso universo que não consista de matéria e forma. Por exemplo, se tomarmos uma mesa, como combinação de matéria e forma, então a matéria é a madeira e o portador da forma é o formato de uma mesa. Um outro exemplo; a palavra mentiroso, onde a matéria é o homem que transporta a forma, a mentira.

A parte da ciência que se dedica ao estudo da matéria é baseada em experiência. Alicerçada nas experiências científicas, chega-se a conclusões. Porém a parte da ciência que estuda a forma, sem a ligação com a matéria, em especial com as formas que nunca tiveram ligações com a matéria (por exemplo, comunismo como um ideal) não pode ser baseada em experiências.

Isto porque, em nosso mundo, não há tal coisa como forma sem matéria. A separação entre forma e matéria somente é possível em nossa imaginação. Portanto, neste caso, todas as nossas conclusões são baseadas apenas em premissas teóricas. Toda a alta filosofia pertence a esta categoria de ciência e a humanidade tem frequentemente sofrido por causa das conclusões sem fundamento. A maioria dos cientistas contemporâneos desistiram de usar esta metodologia de estudo pois não ha certeza quanto a veracidade de suas conclusões.

Explorando o mundo espiritual o homem por si descobre que estes mesmos sentimentos são somente desejos divinos para que ele se sinta desta forma. Ele se sente como um objeto de existência isolada e não como uma parte integrada ao Criador, e que tudo no mundo que o circunda não passa de uma ilusão da ação das forças espirituais sobre nós.

Esclarecerei este ponto através de um exemplo:

Era uma vez um homem pobre que vivia num pequeno vilarejo. Ele tinha uma carroça com uma parelha de cavalos, uma casa e uma família. De repente um infortúnio se abateu sobre ele. Os cavalo caíram, a mulher e os filhos morreram e a casa desabou e, por causa de seus pesares e tristeza, ele morreu logo após. E aí a decisão a ser tomada na corte suprema; o que dar para esta alma sofrida e atormentada para assegurar a sua felicidade?

Decidem então dar-lhe a impressão que está vivo, que tem sua família junto a si, sua casa e seus cavalos. Fazem com que ele sinta-se feliz com seu trabalho e com sua vida. 

Estes sentimentos são sentidos da mesma forma como sentimos um sonho; tudo o que vivenciamos num sonho, durante o mesmo, aparenta ser verdadeiro. É somente nossos sentimentos que criam a imagem daquilo que nos circunda. Então como é que podemos distinguir ilusão da realidade....

Kabbalah como ciência mundana também é dividida entre estudo da matéria e da forma. Possui porém, uma qualidade notável que demonstra a sua superioridade sobre as demais metodologias científicas. Aquela parte que trata do estudo da forma sem matéria é totalmente fundamentada em controle experimental, de sorte que pode ser testada e verificada.

O Kabbalista, tendo ascendido ao nível espiritual do objeto estudado, se atina à todas as qualidades do objeto em questão. Donde, dentro dele, ele sente uma plena compreensão e pode tratar praticamente com os diferentes tipos de forma antes que de sua corporificação material. É como se ele estivesse observando todas nossas ilusões como um observador externo.

A Kabbalah, assim como qualquer outra ciência, vale-se de certos símbolos e terminologia para descrever objetos e ações. A força espiritual, o mundo, a sfira são chamadas pelo mesmo nome que é usado para o mesmo objeto controlado por esta força em nosso mundo. Já que toda força ou objeto material tem uma correspondente força ou objeto espiritual que controla suas ações, há um ajuste perfeito entre o nome utilizado no mundo material e sua raiz espiritual - a fonte. Donde, dar um nome à objeto espiritual é somente possível à um Kabbalista que tenha alcançado um alto nível de percepção.

Alcançando o mesmo nível do objeto espiritual e ele pode ver as influências e a maneira que este influi em nosso mundo. Os Kabbalistas escrevem seus livros e transmitem o seu conhecimento usando esta linguagem. Essa linguagem é extremamente precisa. É baseada na fonte espiritual do objeto material e não pode ser alterada. A ligação entre o objeto e sua fonte espiritual e imutável. Esta forma é bem diferente do nosso uso quotidiano da linguagem.

Nossa língua mundana, de uso quotidiano, está gradualmente perdendo sua precisão, pois é ligada somente à forma externa. A simples compreensão primária da linguagem não é o bastante. Mesmo se soubermos o nome de um objeto material de nível mais baixo, ainda assim não conseguiríamos entender sua forma espiritual mais elevada. Somente se soubermos a sua forma espiritual podemos compreender e ver a sua implementação material; a sua ramificação.

Isto nos traz a conclusão. Primeiramente é essencial compreender a fonte espiritual do objeto material. Temos que estar ciente de sua natureza e propriedades. Somente então podemos passar às ramificações em nosso mundo e estudar a sua interação. Esta é a única forma de verdadeiramente compreender a linguagem da Kabbalah.

Porém aí então levanta-se uma pergunta natural. Como pode um principiante dominar esta ciência quando não consegue nem mesmo compreender seu professor. A resposta é muito simples. Somente é possível quando nos alçamos espiritualmente acima deste mundo. E isto é somente possível se nos livrarmos de todos os traços de egoísmo material e aceitarmos os valores espirituais como os únicos. Somente o desejo e paixão pelo espiritual em nosso mundo; esta é a chave para o mundo mais elevado.


Autor: Ir.’. Claudio (ano 2000)

OS TEXTOS APÓCRIFOS DA BIBLÍA - I


Os textos apócrifos, (do grego apokryptein, "para esconder"), na literatura bíblica, são obras fora de um cânone aceito da Escritura. A história do uso do termo indica que ele se referia a um conjunto de escritos esotéricos que foram inicialmente apreciados, depois tolerados e, finalmente, excluídos. Em seu sentido mais amplo, apócrifa passou a significar qualquer escrita de autoridade duvidosa. Na época em que o grego era a língua comumente falada na região do Mediterrâneo, a Bíblia hebraica era incompreensível para a maioria da população. 

Assim, estudiosos judeus produziram a Septuaginta, uma tradução grega dos livros do Antigo Testamento a partir de vários textos hebraicos, juntamente com fragmentos em aramaico. Esta versão incorporou uma série de trabalhos que estudiosos judeus não helenistas identificaram posteriormente no Conselho de Jamnia (AD 90) como fora do autêntico cânon hebraico. 

A Septuaginta foi uma base importante para a tradução do Antigo Testamento de São Jerônimo para o latim (Vulgata) e, embora ele tivesse dúvidas sobre a autenticidade de algumas das obras apócrifas que continha, a maioria delas foi incluída na Vulgata. Em 1546, o Conselho de Trento declarou a canonicidade de quase toda a Vulgata, excluindo apenas o terceiro e quarto livro dos Macabeus, a Oração de Manassés, Salmo 151, e o primeiro e segundo livro de Esdras. O cristianismo oriental, por outro lado, aceitou alguns dos apócrifos do Antigo Testamento - Tobit, Judith, a Sabedoria de Salomão e Ecclesiasticus - mas rejeitou o resto. 

Os outros escritos apócrifos, canônicos apenas para o catolicismo romano, com uma ou duas exceções, incluem o Livro de Baruch (um profeta) e a Carta de Jeremias (frequentemente o sexto capítulo de Baruch); o Primeiro e o Segundo Livro dos Macabeus; várias histórias de Daniel, a saber, a Canção dos Três, Susana e Bel e o Dragão; e extensas porções do Livro de Ester.

Fonte: https://www.britannica.com/topic/apocrypha

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agosto 25, 2021

CORAGEM - Adilson Zotovici




Adilson Zotovici -  intelectual e poeta maçônico da ARLS Chequer Nassif  169 - S.Caetano do Sul


Humildade, superna quietude,

Caminha o artesão de linhagem

Buscando a perfeição amiúde

Com vontade na eterna viagem


Com modéstia e solicitude

Leva em si a superior  vantagem,

Por sua força interior, atitude,

Em qualquer que seja a paragem


Qual  a pujança do maço alude

Sobre o  cinzel, em boa dosagem,

Na cantaria, por plenitude


Instrumento useiro em sua bagagem

Que muito  além duma virtude

Dum Livre pedreiro... a Coragem !


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25 DE AGOSTO - DIA DO SOLDADO - Aníbal Martinez



Aníbal Martinez é Secretário Geral de Relações Públicas do GOB

Patrono do Exército Brasileiro e Grão Mestre de Honra do Grande Oriente do Brasil, Luiz Alves de Lima e Silva nasceu no dia 25 de agosto de 1803. Ainda aos 05 anos de idade, conforme os costumes da época nas famílias militares, foi reconhecido como cadete. Em janeiro de 1821 foi promovido a Tenente concluindo sua formação de Oficial em dezembro do mesmo ano. Após a independência do Brasil, teve seu batismo de fogo em março de 1823 ao conquistar uma posição fortificada na Bahia.

Este HERÓI nacional entrou para história como o Pacificador, sufocou rebeliões contra o império em São Paulo, Minas Gerais e a Revolução Farroupilha no Sul.

Anualmente, no mês de agosto, a Maçonaria Brasileira reverencia a memória do Grão-Mestre Honorário do Grande Oriente do Brasil, 5º Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho para o Rito Escocês

Antigo e Aceito e Patrono do Exército Brasileiro, Marechal-do-Exército LUIZ ALVES DE LIMA E SILVA, Barão, Conde, Visconde, Marquês e Duque de Caxias.

Sua vida de militar-estadista confunde-se com a própria História do Brasil Império e possui belíssimas páginas que servem de exemplo às novas gerações e orgulham a todos os brasileiros. Símbolo da honra militar e um dos mais expressivos exemplos de retidão de caráter, de probidade no trato da coisa pública, de competência profissional, de pertinácia no cumprimento do dever e de fidelidade ao Brasil.

Caxias foi de tudo um pouco e, em sua longa peregrinação pela vida, superou-se dia a dia, sempre fiel a si mesmo e aos seus princípios, fiel à disciplina, à lei, à ordem, ao GADU, e à humanidade. Nada quis que não a ordem, a paz e a unidade da Pátria. Sempre soldado e sempre fiel. A

fidelidade a si próprio e à Nação projetaram seu nome diante da posteridade.

Este ano se comemora os 218 anos do nascimento de Luiz Alves de Lima e Silva, o vulto histórico Duque de Caxias, Soldado, Cidadão,  Administrador,  Político e Maçom.

A Maçonaria tem a honra de ter tido Caxias como destacado obreiro da Arte Real e de sua vida, na Sublime Ordem, extraem-se valiosos ensinamentos que permitem, não só compreender melhor importantes momentos da nossa História, como também colher subsídios que constituem em suportes para decisões e atividades futuras. Supõe-se,  que tenha sido iniciado entre junho de 1841 e maio de 1842, na Loja Maçônica São Pedro de Alcântara, uma das Lojas do Grande Oriente Brasileiro do Passeio, do qual seu ex-comandante e amigo, o Conde de Lages, era o Grão-Mestre. Existe também a hipótese de sua iniciação ter ocorrido entre setembro de 1845 e junho de 1841, período em que seu tio, José Joaquim de Lima e Silva, Visconde de Magé, era o Grande Chanceler do Grande Oriente Brasileiro, no grão-mestrado do Senador Vergueiro. 

Controvérsias à parte o certo é que alcançou o título de Grão-Mestre Geral Honorário e Soberano Grande Comendador do Grande Oriente do Brasil, no grau 33, graças a sua dedicação à causa maçônica.

Em 1852, devido ao grandioso espírito pacificador de Luiz Alves de Lima e Silva, acontecia a unificação do Supremo Conselho de Montezuma, fundado em 12 de novembro de 1832, e do Grande Oriente de Caxias, com o Grande Oriente do Brasil, fundidos os corpos Simbólicos e Filosóficos, continuou no primeiro malhete do Grande Oriente do Brasil o Marquês de Abrantes, sendo o Conde de Caxias proclamado Grão Mestre Honorário do Grande Oriente do Brasil, já que até 1854 continuou exercendo o cargo de Soberano Grande comendador do Supremo Conselho do Brasil para o Rito Escocês Antigo e Aceito (Supremo Conselho de Montezuma). Em 1869, o então Duque de Caxias, que continuava ativo no Grande Oriente do Brasil, fiel ao seu juramento maçônico, recebeu a missão de representar o Supremo Conselho da Inglaterra junto ao Grande Oriente do Brasil, missão que desempenhou até sua passagem ao Oriente Eterno, em 07 de maio de 1880.

Meus Irmãos, podemos observar que o grande Pacificador, que fundava Triângulos Maçônicos para acabar com revoltas, transformando inimigos em amigos pelo Amor Fraternal, em paralelo a sua vida posta a serviço da Pátria, também desempenhou na Maçonaria o papel de Pacificador, daí a justa homenagem do seu título na Maçonaria de O PACIFICADOR.

O Duque de Caxias foi proclamado “Patrono do Exército”, consoante o Decreto n° 51.429, de 13 de março de 1962. O glorioso e invicto Exército do qual ele é Patrono, possui as seguintes Organizações Militares que exibem o seu venerável nome, com indescritível orgulho, em suas denominações históricas: “Forte Duque de Caxias”, no Rio de Janeiro (RJ); “Batalhão Barão de Caxias”, que é o 24° Batalhão de Caçadores, de São Luís (MA); “Grupo Conde de Caxias”, que é o 3° Grupo de Artilharia Antiaéreo, de Caxias do Sul (RS); “Companhia Praça Forte de Caxias”, que é a 13ª Companhia de Comunicações, de São Gabriel (RS) e o “Batalhão Duque de Caxias”, que é o Batalhão da Guarda Presidencial, de Brasília (DF). 

Viva o Duque de Caxias! Parabéns, Soldado do Exército Brasileiro! Parabéns Soldados de Caxias que dele herdaram o exemplo de dedicação integral a serviço da Pátria!

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agosto 24, 2021

A COMISSÃO DE SINDICÂNCIA - Marco Antonio Perottoni


Marco Antonio Perottoni, do Rio Grande do Sul, é MM e notável intelectual maçônico.

De todos os trabalhos maçônicos destaca-se um, muito especial, e até diria, extraordinário, em cujo desempenho o maçom há de movimentar-se, tanto no interior do Templo e especialmente fora dele, no mundo profano, que é a “SINDICÂNCIA”.

É, como dissemos, um trabalho especial que muito honra e dignifica o Irm\ encarregado do seu desempenho, uma vez que tem excepcional importância para a construção das bases de progresso de uma Loja. 

É uma incumbência de grande vulto e estrita consideração para o, e com o Irm\ escolhido pelo Ven\ Mestre. 

Não estamos sendo nenhum pouco originais quando dizemos que, quando encarregados de fazermos uma “SINDICÂNCIA”, deveremos ser minuciosos e severos no exame dos candidatos, pois é de nosso desempenho na busca das respostas dos quesitos que vamos gerar o convencimento dos demais IIrm\, na admissão de um profano em nossa Ordem. 

Num clube social uma campanha de “mais um” o que interessa é o número. Na Maçonaria, onde os princípios e finalidades são outros, bem diferentes devem ser os processos de admissão desta “mais um”. O que conta, em nossa Ordem, é a qualidade e jamais a quantidade dos candidatos. 

Como atingir este objetivo? 

Esta seleção, sempre procurada, é conseguida a contento através das “SINDICÂNCIAS” bem elaboradas e levadas a efeito pelos IIrm\ escolhidos pelo Ven\ Mestre e que prezam a distinção que lhe é dispensada ao serem selecionados para executarem honroso trabalho. 

Em razão disso, a “SINDICÂNCIA” assume grau de importância imprescindível para o bom andamento das propostas de iniciação e a garantia de bons resultados nos trabalhos, dai a deferência especialíssima da Loja para com o Irm\ que for escolhido como sindicante. 

Ao contrário, àqueles que não apreciam, no devido valor, a enorme importância e responsabilidade dessa missão, ou não estão dispostos a consumir um tempo em benefício do progresso de sua Loja, fornecendo uma informação consistente e exata, é preferível que não aceitem tão honroso encargo, devendo, delicada e honestamente, rejeitar essa missão, porque uma boa “SINDICÂNCIA” deve ser isenta de qualquer resquício de obrigatoriedade, protecionismo, sem nenhum indício de optatividade e traçada com o intuito de iluminar os IIrm\. que irão tomar parte da decisão que dela, a “SINDICÂNCIA”, advir. 

O Ven\ Mestre elege para tão valiosa e nobre tarefa a IIrm\que lhe merecem respeito, consideração e a mais absoluta confiança. Estes formarão a Comissão de Sindicância, confidencial pois só é e deve permanecer do conhecimento do Ven\ portanto desconhecida dos demais IIrm\ da Loja. 

Nem por isso os demais Obreiros da Oficina deixam de ter responsabilidade na admissão dos candidatos, pois são tacitamente havidos como sindicantes aditivos ou complementares, que tendo conhecimento de algum fato que venha em benefício ou em desabono do candidato, tem o dever de comunicar à Loja. 

DA DEVOLUÇÃO DA SINDICÂNCIA 

O meio mais discreto de fazer retornar a “SINDICÂNCIA” às mãos do Ven\ Mestre, a não ser a entrega direta, é o Saco de PP.’. e IInf.’.. 

Há o prazo regulamentar que deve ser observado na íntegra, e se encontra estipulado no Regulamento Geral do GORGS, que determina como sendo de quinze dias, após o recebimento da mesma pelo sindicante. Este prazo, entendemos, poderá ser prorrogado por mais um período, a critério do Ven\ Mestre, mediante solicitação por parte do sindicante. 

É importante que nos conscientizemos da relevância das informações e da honra que nos é deferida no momento que passamos a fazer parte de uma Comissão de Sindicância, pois de nosso desempenho depende, em muito, o progresso de nossa Loja. 

Para finalizar, transcrevo um trecho de LUIZ PRADO, cujo livro “ROTEIRO MAÇÔNICO PARA O QUARTO DE HORA DE ESTUDOS” inspirou o desenvolvimento desta peça de arquitetura, e que diz o seguinte sobre o sindicante: 

“É a própria Loja curiosa de saber o que ocorre com os candidatos. Seu mister de garimpagem maçônica assemelha-se aos cuidados empregados na escolha das “pedras” preciosas e diamantes embrionários que, tarde ou cedo, irão ser transmutados por meio da lapidação, no caso o processo de iniciação”.

A VERDADE, UM BEM INATINGÍVEL - Newton Agrella




Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais destacados intelectuais maçônicos do pais.

Uma das manifestações naturais que se desenvolvem no ser humano desde muito cedo é a *Verdade*, com o intuito de desejar compreender o universo, isto é;  como divisamos os acontecimentos, as situações, bem como aquiescemos que tudo aquilo que as pessoas nos contam seja dotado de credibilidade e certeza.

Assim, se constrói a importante idéia da *Verdade*, que é um dos objetivos da especulação filosófica e da razão da vida,  de modo que possamos nos desenvolver e encontrar propósitos e justificativas para a nossa existência.

*Verdade* substantivo abstrato,   tem sua etimologia no Latim. 

A palavra advém de  "VERUS" que significa "real, verdadeiro". 

A forma substantiva em Latim é "veritas, veritatis,"

Seu significado no plano semântico e literário refere-se aos fatos que correspondem aquilo que é real, que não está escondido, daquilo que se manifesta como é, ou existe como tal.

Os grandes pensadores e filósofos da humanidade sempre buscaram estabelecer um conceito irrefutável sobre a *Verdade*, como instrumento de valor traduzível, tanto sob a ótica metafísica quanto gnóstica. 

Contudo, a *Verdade* é um conceito que não se determina, ela simplesmente existe e desperta dentro de cada um de si, e se convenciona como base e sustentação que permanece inalterável a quaisquer circunstâncias e contingências.

A *Verdade* é uma propriedade que tem a prerrogativa de se instalar na mente e no espírito, a que os gregos chamam de *"alétheia"* que quer dizer o não oculto.

A Maçonaria, quando propõe em sua essência filosófica o aprimoramento do templo interior humano, através da Simbologia, ela incita a capacidade especulativa do homem de se auto-conhecer e sobretudo aprimorar seu nível de consciência, para compreender seu papel em sua própria existência.

O postulado menos provável em que homem deva se debruçar, seja talvez o da chamada "Verdade Absoluta", tantas vezes pronunciada aos quatro ventos,  mas que como conceito incondicional e indiscutível inexiste, pois o tempo molda e dá sentido à *Verdade*, de acordo com aquilo que vai se tornando um ponto de convergência para determinados grupos sociais e que atenda a uma forma comum de entendimento.

A discussão sobre a *"Verdade"*, como um princípio da expressão humana, hoje e sempre vai se deparar com uma série de paradoxos, uma vez que a características contraditórias e as versões sobre seu significado encontram ecos que soam em diferentes direções.

Por isso, sua busca constitui-se num bem infinito.

A *Verdade* não tem dono, tem caminhos. 

Ela é uma disposição particularmente humana, cuja dificuldade para sua definição  encontre justificativa em nossa própria imperfeição.


agosto 23, 2021

MERITOCRACIA X EQUIDADE NA MAÇONARIA - Sérgio Quirino

 


A Maçonaria é uma sociedade que pugna pelo Direito, pela Liberdade e pela Justiça e, dentro dessa perspectiva, cada Maçom deveria ser, sobretudo, um defensor incansável da Justiça.

Um dos preceitos elementares é o da igualdade de direitos, consagrados na declaração Universal dos Direitos do Homem.

Todavia, a própria existência desse preceito dá margem a que a Justiça se veja diante de um paradoxo, raramente discutido e talvez não completamente entendido. 

O homem, principalmente o Maçom deve ser senhor dos seus hábitos, dispor de autodomínio em relação aos seus ímpetos, saber distinguir com imparcialidade o real do irreal, desprezando as doutrinas exóticas, conceitos dúbios e principalmente os princípios que não coadunam com o Amor e a Fraternidade, e muito particularmente, os vícios tidos como normas Sociais, mas que, inadvertidamente corrompem, aviltam e envelhecem. 

Dessa forma, a Maçonaria no maçom é a Bondade no lar, a honestidade nos negócios, a cortesia na sociedade, o prazer no trabalho, a piedade e a sincera preocupação para com os desvalidos da fortuna, o socorro aos mais fracos, o perdão para o penitente, o amor ao próximo e, sobretudo a reverencia a Deus. 

À medida, então, que as organizações societárias, dentre as quais se insere a Maçonaria, caminharem para se transformar realmente em verdadeiros locais de trabalho/serviço e aprendizagem, estarão se abrindo imensas possibilidades de transformações na própria cultura universal e em seus próprios conceitos sobre os direitos e sobre a Justiça.

A Sociedade apregoa tratar desiguais de forma desigual, Meritocracia.

A Justiça pugna por igualar o tratamento para todos sob os preceitos legais.

A Maçonaria se vale de ambos conceitos para introduzir o conceito de Equidade, onde a oportunidade é igual para todos, sendo o progresso individual conforme seu próprio discernimento e interesse. 

Bom dia meus irmãos.

PALESTRA NA LOJA LICEU DE LINS

PALESTRA NA LICEU - Sessão conjunta com as

 AA:. RR:. LL:. SS:. Fortaleza 3 e Cavaleiros do Cruzeiro do Sul,

 ambas do oriente de Fortaleza/CE   - 

Com o irmão escritor e palestrante Michael Winetzki

Tema: A influência do judaísmo na cultura brasileira


acesse: https://youtu.be/8PgYVAjAfT4


O PARADOXO DA JUSTIÇA



Para escrevermos sobre a justiça, primeiro temos que saber o que significa a palavra justiça, definida no dicionário como: Conformidade com o direito; a virtude de dar a cada um aquilo que é seu; a faculdade de julgar segundo o direito e melhor consciência.

Assim, para definirmos a justiça na maçonaria, seria melhor recorrermos mais uma vez ao dicionário, e, logo acima da palavra justiça encontraremos a palavra Justeza, que significa Qualidade daquilo que é justo; exatidão, precisão, certeza. Propriedade de uma balança analítica que permanece equilibrada quando pesos iguais são colocados em seus pratos. 

Contudo, para termos um rumo e sentido do que seria a definição de justiça na maçonaria, temos que entender como é a organização do Estado, como é dividido, para que cada cidadão possa ter o seu direito respeitado, e, por conseguinte, a justiça dar a cada um aquilo que é seu.

Para falarmos na construção do Estado, temos que falar de Montesquieu (1689/1755) e do seu livro o Espírito das Leis, sua principal obra, na qual procurava explicar as leis que regem os costumes e as relações entre os homens a partir da análise dos fatos sociais, excluindo qualquer perspectiva religiosa ou moral. 

Segundo Montesquieu, as leis revelam a racionalidade de um governo, devendo estar submetido a elas, inclusive a liberdade, que afirmava ser "o direito de fazer tudo quanto às leis permitem".

Para se evitar o despotismo, o arbítrio, e manter a liberdade política, é necessário separar as funções principais do governo: legislar, executar e julgar.

Montesquieu mostrava que, na Inglaterra, a divisão dos poderes impedia que o rei se tornasse um déspota. - "Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou a mesma corporação dos príncipes, dos nobres ou do povo exercesse três poderes: o de fazer as leis, e de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as desavenças particulares”. 

Como se percebe, para podermos viver em sociedade ou mesmo só, temos que ter regras para serem respeitadas e leis para serem cumpridas.

Quem vive em sociedade, por obvio tem maior compromisso com as leis, pois envolve mais pessoas no processo de interação social.

Assim, mesmo o que vive isolado na mata ou em uma ilha, ou outro lugar que seja, tem que respeitar leis da natureza ou dos homens. 

Nas sociedades atuais os benefícios florescem sob a premissa de que aqueles que mais realizam mais merecem receber – a chamada Meritocracia.

No entanto, esse sistema de justiça deixa a desejar e de ser aceito quando ignora que aqueles que mais precisam também devem ter suas necessidades assistidas.

Esse é o paradoxo da Justiça, cega por definição e por princípio. 

Bom dia meus irmãos.

agosto 22, 2021

A ORIGEM DO RITO ESCOCÊS - Kurt Prober



Ao contrário do que vulgarmente se acredita, o RITO ESCOCÊS nada tem a ver com o Estado da ESCÓCIA, pois na época do aparecimento deste rito, as Lojas de lá trabalhavam no Rito de YORK, como em toda a Grã-Bretanha.

Afirmam certos historiadores tradicionais, mas sem jamais terem podido comprová-lo ou documentá-lo, que a criação de graus "inefáveis" deste rito se teria procedida logo depois da terminação da primeira Cruzada (1099 D. C.), na Escócia, na França e na Prússia, simultaneamente. Mas tudo isto é pura fantasia, bastando dizer que a Prússia então, como Estado, ainda nem existia. Houve isto sim, a criação de inúmeros "títulos" honoríficos de "Ordens de Cavalaria", mas estas nada tinham a ver com a Maçonaria.

É muita vontade de criar uma falsa antiguidade, hoje em dia muito usual na Arte Real, e muito similar, à ideia de ANDERSON, ao publicar, depois de sua famosa CONSTITUIÇÃO DE 1723, uma nebulosa "HISTÓRIA PATRIARCAL DA MAÇONARIA" (começando em 3785 A. C. E terminando na Inglaterra em 1714 DC). É a conhecida "Maçonaria Romanceada", que sistematicamente nos é apresentada pelos nossos editores "especialistas", em traduções de literatura estrangeira barata, por não estarem os historiadores patrícios dispostos a pesquisarem a história da maçonaria AUTÊNTICA, e com isenção de animo nem a nossa história querem analisar.

Mas o que a maioria destes escritores fez, foi escrever a história da maçonaria "NA" Escócia, começando pelo famoso EDITAL da Cidade de Edinbourgh, de 1415, permitindo a constituição de uma "Corporação de Franco-Burgueses", e a Arte Real, que se foi desenvolvendo depois disto.

Fato é, que o RITO ESCOCÊS surgiu na FRANÇA, e isto depois de lá ter sido introduzida a Maçonaria Inglesa, naturalmente do Rito de YORK.

A primeira Loja foi instalada em 1 de junho de 1726, na adega "AU LOUIS D'ARGENT", à rua dos Açougueiros (rue de Bucherie), de propriedade do inglês "HURE", loja esta que teria sido fundada por Lord DERWENTWATER e Ld. HARNOUESTER.

Em 17 de maio de 1729 foi instalada uma segunda Loja, fundada pelo filantropo francês André-François Lebreton, numa outra adega da mesma rua. Só em 1732 surge a LOGE DE BUSSY, sob jurisdição inglesa, que recebeu o N° 90 e o nome de "KING'S HEAD AT PARIS" e foi provavelmente sucessora da "Louis D'Argent". E até 1735 mais três lojas foram ai fundadas sob a jurisdição da Gr. Loj. Inglesa.

Consta, que por volta de 1728 teria sido fundada a Grande Loja de França, pelo menos é isto que ela mesma afirma em sua nova Constituição de 1967 (Ref. F-1967,936), mas o que se sabe é apenas, que entre 1728/30 um "Ordre des Francs-Maçons dans le Royaume de France" organizou o seu "Regulamento Geral", dentro dos moldes da Organização Inglesa, elegendo para seu primeiro Gr.: M.: o Príncipe Philippe de WHARTON, ex-Gr.: M.: da Grande Loja de Londres, que em 1728 se tinha refugiado em Paris.

Foi ele sucedido por James-Hector Mac Leane, Cavaleiro "Baronnet D'ECOSSE", em 27 de dezembro de 1735. E foi este que fixou todos estes fatos para a posteridade, num manuscrito recentemente encontrado na Biblioteca Nacional de Paris, e já falando ele de GRANDE LOJA, de modo que é mais do que provável, ter este titulo sido adotado um pouco antes pelo seu antecessor, digamos entre 1730/35. Em seguida o supremo malhete passou para as mãos de Charles Radclyffe, "4° Conde de Derwentwater", em 27 de dezembro de 1736, e depois para o Duque D'AUSTIN, neto de Madame de MONTESPAN, em 1738.

E tanto isto é verdade, que ANDERSON em seu "New Book of Constitution", impresso em Londres em 1738, á página 195 diz textualmente o seguinte:

"... Todas ESTAS Lojas Estrangeiras (... Acabara de relacionar as Lojas inglesas no estrangeiro...) estão sob a proteção de nosso Grão Mestre da Inglaterra; entretanto, a Loja antiga da cidade de Nova York, e as Lojas da ESCÓCIA, da Irlanda, da França e da Itália, tendo declarado a sua Independência, tem "os seus próprios Grão Mestres: Muito embora tenham as MESMAS CONSTITUIÇÕES, Obrigações Regulamentos, etc., de seus Irmãos da Inglaterra, estando igualmente zelando pelo estilo Augustiano e os segredos da antiga e honorável fraternidade..."

Logicamente outras Lojas e talvez mesmo outras potências administrativas foram surgindo logo, e a índole latina foi imediatamente modificando e alterando a ritualística da maçonaria tradicional inglesa, para o seu gosto por demais rígida e sem dar o destaque às castas governantes e militares, que sentiram a necessidade de se projetarem sobre os maçons burgueses.

Se na Inglaterra, aonde a Arte Real já vinha de longe, depois de 3 séculos de lutas religiosas e políticas, o povo já tinha encontrado o seu MODUS VIVENDI dentro da tolerância, a que prudentemente se tinha adaptado o clero aristocrático, os presbiterianos e os anglicanos, isto já não acontecia na França, onde a maçonaria era cousa nova.

Assim por volta de 1730/35 surgiu na França o Rito Francês e o Rito ESCOCÊS nos graus simbólicos. Pouco tempo depois foram inventados os graus "inefáveis", que paulatinamente foram sendo acrescentados ao "MAITRE ECOSSAIS".

Já em 1742, afirmam os historiadores contemporâneos, estava formada a "Maçonaria ESCOCESA", organizada pelo "Conseil des Empereurs d'Orient et d'Occident, Grande e Souveraine Loge Ecossaise Saint Jean de Jerusalem", uma subsidiaria surgida no seio da Grande Loja de França, que organizou o Rito Escocês, também adotando o sufixo ANTIGO E ACEITO, usado pela primeira vez por ANDERSON, em sua Nova Constituição de 1738.

E quando finalmente foi eleito para Gr.: M.: o Conde de CLERMONT, Louis de Bourbon, em 1743, havia na França uma verdadeira inflação de Lojas, mais de DUZENTAS, como nos contam historiadores da época, mas sendo muitas delas "Ordens de Cavalaria".

No ano de 1758 fundou-se em Paris um novo Corpo Maçônico, que recebeu o nome de CAPÍTULO, ou "Conselho de Imperadores do Oriente e do Ocidente", e NOVE Comissários deste Corpo elaboraram, o que se tornaria conhecido como a CONSTITUIÇÃO DE BORDEAUX, de 21 de setembro de 1762 (6° Dia da 3a Semana 7a Lua Ano 57621, que introduzia um sistema de RITO ESCOCÊS de 25 GRAUS. Mas a pacificação, que se tinha pretendida, não foi duradoura, e já em 1767 a Grande Loja de França adormecia.

Somente em 22 de outubro de 1773 a maçonaria francesa voltou a reunir-se em "Grande Loja Nacional", acabando por fundar o Grande Oriente de França, tendo como Gr.: M.: o Duque de CHARTRES.

A maioria dos Diretórios ESCOCESES se incorporaram ao Gr.: Or.: de França, enquanto alguns fundaram a Grande Loja de CLERMONT, de vida efêmera.

Deve ser mencionado aqui, que muitos escritores do passado, e ainda alguns "copistas" dos nossos dias, costumam citar o nome do Barão ANDREAS MICHAEL RAMSAY (nascido em 1686, iniciado na HORN LODGE, de Londres, em Março de 1730 (Ref. F-1973,937), e falecido em 6 de maio de 1743), como "inventor" do Rito Escocês dos "altos graus". Entretanto, basta a leitura de seus discursos como Gr.: Orador que era da Gr.: Loja de França, e especificamente o pronunciado em 21 de março de 1737, para termos a prova da incongruência de tal afirmação, pois disse textualmente o seguinte:

-... A atividade da Maçonaria, resumida nos TRÊS graus (... Evidentemente os simbólicos...), e só estes reconhecemos, pode ser considerada perfeitamente suficiente..."

Pronunciamento este, que bem prova a sua ojeriza aos graus inefáveis, que já então existiam. Provavelmente o simples fato de ter sido ele membro da "Ordem de São Lazaro de Jerusalém", da qual era Gr.: Mestre o Regente FELIPE DE ORLEANS, da educação de cujos filhos esteve RAMSAY encarregado entre 1715/24, Ordem de que ele recebeu o titulo de "Cavaleiro Baronnet D'ECOSSE", e ainda o fato de ter sido ele um grande estudioso e filósofo, por certo bastou aos historiadores profanos para lhe atribuírem essa "paternidade. Para melhor se compreender a confusão que existe, basta citar que se conhece "quatro" versões dos Discursos de RAMSAY: de 1738 (Haya), 1741 (Paris), 1742 (Frankfurt s. M. E de 1743 (Londres).

Vá lá que RAMSAY tenha colaborado na elaboração das bases para o rito ESCOCÊS nos TRÊS graus simbólicos, mas nem isto pôde ainda ser comprovado. E de passagem se diga aqui, que a primeira Loja de Perfeição, de que se tem noticia, foi criada em Bordeaux, em 1744, portanto um ano depois do passamento de Ramsay.

Lastimavelmente a Revolução Francesa, ao contrário do que habitualmente se afirma, dispersou os Franco-Maçons, que só a partir de 1799 foram paulatinamente se reagrupando no Grande Oriente de França, que neste ano foi REERGUIDO.

Em 12 de outubro de 1804 os grandes oficiais do Rito ESCOCÊS se reuniram, e em nova reunião de 22 de outubro de 1804, de Grande Consistório, formaram uma GRANDE LOJA ESCOCESA DE FRANÇA DO RITO ANTIGO E ACEITO, elegendo o príncipe Luiz Napoleão para Gr.: M.: e para seu Representante-Presidente o Conde Alexandre-François-August de GRASSE-TILLY, mas já em Dezembro do mesmo ano este estabeleceu um acordo com o Grande Oriente de França, delegando-lhe poderes para administrar, além dos 3 graus simbólicos, também os graus "inefáveis" de 4 até 18 (Rosa-Cruz).

Mas quando em Julho de 1805 o Grande Oriente de França resolveu também administrar os restantes graus filosóficos, de 19 em diante, houve um rompimento entre as duas jurisdições, que só pôde ser sanado em 1821, quando o Rito Escocês Antigo e Aceito se reorganizou totalmente na França.

A atual Grande Loja de França só em 7 de novembro de 1894 foi RECONSTITUÍDA, quando 60 (sessenta) Lojas do Supremo Conselho decidiram separar o SIMBOLISMO do Sistema FILOSÓFICO dos Altos Graus. Portanto, na verdade era "Potência NOVA".

Fonte: História do Supremo Conselho do Grau 33.: do Brasil. Editora: Livraria Kosmos Editora. Página: 3-5. Data: 1981.

INFORMAÇÃO OU INSTRUÇÃO - Sérgio Quirino

 

Sérgio Quirino é o atual Grão-Mestre da GLMMG 2021/2024

Saudações, estimado Irmão!

Tempos Modernos. Revivemos hoje, o clássico filme de Charlie Chaplin. A diferença é a substituição da ferramenta “chave de boca”, a apertar cada vez mais rápido os parafusos, pelas clicadas cada vez mais instantâneas no mouse.

A ideia é a mesma: alcançar um NÚMERO máximo, simples RESULTADO do ato, sem se importar com a qualidade resultante da ação.

Talvez, fosse mais correto iniciar o artigo com: “Vivemos a Era da Informação”. Mas, não devo fazê-lo, por haver no mundo profano uma associação imediata entre informação e conhecimento.

Indiscutível, que o acesso a informações nos qualifica de alguma forma. Construímos uma sociedade de Mestres. Todos temos opinião sobre tudo. Através de nossas redes sociais, somos os melhores editores dos mais poderosos meios de comunicação. Mas, por eles, mesmo que equivocadamente, ainda compartilharmos Fake News.

Sob a perspectiva maçônica, a informação preciosa é aquela que pode germinar uma instrução.

PELA CORRETA ESCOLHA DA FORMA COMO TRATAMOS A INFORMAÇÃO É QUE ALCANÇAMOS A INSTRUÇÃO.

A palavra informação, do Latim informatio, informare significa ação de formar, delinear, conceber ideia. Maçonicamente, informar não se refere apenas ao ato de repassar o objeto ou ideia que recebemos como informação. É também um exercício constante de decodificar a informação e promover um movimento mental interno, para absorver o cerne de seu conteúdo.

Parece complicado?

Basta, então, refletir sobre os conceitos de: Maçonaria Especulativa, Símbolos e Alegorias, Prancha de Delinear ou Tábua de Delinear.

Creio estar clara a diferença entre Informação e Instrução e, assim, entramos no ponto nevrálgico dos trabalhos maçônicos.

Os livros adotados nos labores maçônicos são divididos em Rituais de Trabalho e Rituais de Instrução. Além do dever de permanecermos atentos aos regramentos ritualísticos em Loja, devemos nos responsabilizar, mais ainda, pela prática das instruções fora do Templo.

Pergunte-se: - Minha caminhada na vida é sem desvios, tal como a marcha do aprendiz que pratico em Loja?

- Reconheço o esquadro como a Joia do VM, tal como presido minha vida pela retidão?

- Trabalho para a sociedade porque sei que é bom e agradável que os Irmãos vivam em união?

NEM TODOS QUE TEM ACESSO A INFORMAÇÃO SÃO INSTRUÍDOS.

NEM TODO BOM RITUALISTA É UM BOM MAÇOM.

SEJAMOS 100% MAÇOM, DENTRO E FORA DO TEMPLO.

Atingimos quinze anos de compartilhamento de instruções maçônicas. Nosso propósito fundamental é incentivar os Irmãos ao estudo, à reflexão e tornar-se um elemento de atuação, um legítimo Construtor Social.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!