setembro 12, 2021

EGRÉGORA - (Desconheço a autoria)

 


EGRÉGORA provém do grego “egrégoroi” e designa a força gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade.

EGRÉGORA: A força gerada pelo somatório da energia de duas ou mais pessoas, que se reúnem com qualquer finalidade.

Por causa da Egrégora, Grupos Iniciáticos costumam se reunir sempre nos mesmos dias e horários da semana. Desta maneira, mesmo se um membro não puder comparecer, ele pode emanar pensamentos para colaborar na Grande Obra. O simples fato dele se posicionar mentalmente dentro do templo durante o período de trabalho já o coloca em sintonia com a egrégora que estiver ativada.

Qual é o coletivo dos pensamentos?

“Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és. Saiba eu com que te ocupas e saberei também no que te poderás tornar.” - Johann Wolfgang von Goethe -

Uma Egrégora representa o conjunto de formas-pensamento de duas ou mais pessoas, voltado para uma determinada finalidade. O conhecimento a respeito de Egrégora talvez seja uma das coisas mais importantes. A Egrégora forma o coração e o espírito de todas as Ordens Iniciáticas e profanas. É ela quem protege e auxilia em nos trabalhos.

Embora a palavra não exista em nosso idioma, não ser listada em nossos dicionários, e o seu aparecimento na maçonaria tenha acontecido nos anos 80, a egrégora existe desde os primórdios da humanidade, desde o aparecimento da criatura humana.

A utilização do Termo Egrégora pode gerar aos pesquisadores diferentes compreensões, mas afinal o que exatamente significa Egrégora?

Segundo as doutrinas que aceitam a existência de egrégoros, estes estão presentes em todas as coletividades, sejam nas mais simples associações, ou mesmo nas assembleias maçônicas e religiosas, gerado pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade.

Algumas definições são bastante enfáticas: “Palavra que se tornou popular entre os espiritualistas, significa a aura de um local onde há reuniões de grupo, e também a aura de um grupo de trabalho”

Outras definições são mais exóticas: “Egrégoras são entidades autônomas, semelhantes a uma classe de “devas” que se formam pela persistência e a intensidade das correntes mentais realizadas nos centros verdadeiramente espiritualistas; pois nos falsos tais criações psicomentais se transformam em autênticos monstros, que passam a perseguir seus próprios criadores, bem como os frequentadores desses centros”.

Egrégora, provém do grego “egregoroi”, do latim “gregariu”, do celta “egregor”, do francês “égrégor”, do alemão “eggregore”, do finlandês “egregoi”…

Egrégora, ou egrégoros para outros, (do grego egrêgorein, velar, vigiar), é como se denomina a entidade criada a partir do coletivo pertencente a uma assembleia.

A definição um pouco mais clássica: “designa a força gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade. A egrégora acumula a energia de várias frequências. Assim, quanto mais poderoso for o indivíduo, mais força estará emprestando a egrégora para que ela incorpore às dos demais”.

Vem a ser uma “forma-pensamento?

Existem dimensões físicas fora do que chamamos “plano material”, que os ocultistas dominam há séculos, mas que os cientistas ortodoxos ainda estão engatinhando em suas experiências. Nestas outras faixas vibratórias residem os pensamentos, emoções e conceitos, além dos chamados “fantasmas” ou “espíritos”. O plano sutil mais próximo do Plano Material é o Plano Astral.

Uma egrégora é o conjunto é a somatória de energias mentais, de formas-pensamento criadas por um grupo ou agrupamentos, com uma mesma finalidade. Como disse a bíblia, “Onde dois ou mais se reunirem em meu nome, eu estarei entre eles”. Ou seja: quando duas ou mais pessoas se reúnem ao redor de um único objetivo, estas formas-pensamento se somam e geram algo maior, mais dinâmico. E quanto mais concentrados, intensos e constantes forem estes pensamentos, maior o campo de atuação desta egrégora. Aqui está o segredo e a base da Ritualística, ou seja, da repetição. Aliás, a título de curiosidade, “ritual” vem do grego “Arithmos”.

Se considerarmos esta como sendo uma definição mais ou menos válida, podemos tecer algumas conclusões.

Se a Egrégora é a somatória de energias, não há limites para que nível de frequência seja a sua fonte criadora, assim pode existir em potencialidade Egrégoras com frequências elevadas e egrégoras com frequências vibratórias menos elevadas ou se preferirem “negativas”.

A existência de diferentes frequências reforça a antiga lei da dualidade entre o positivo e o negativo, ou ainda entre o claro e o escuro e o bem e o mal, embora esta última definição careça de uma analise mais profunda.

Se for então verdadeiro que a somatória de forças vibratórias ressonantes se soma no Éter é provável que esta força criada seja capaz de prover seus geradores de potencialidades, esta hipótese se confirma pela manifestação material do que pode se chamar de energia construtiva (ou destrutiva) dos diversos grupos religiosos, esotéricos ou metafísicos.

Quer me parecer que o mais correto seria considerarmos a hipótese de que realmente possa existir uma Egrégora positiva construtiva, assim como pode haver uma egrégora negativa ou destruidora, até porque, se existe como conhecemos uma arvore da vida cuja existência representa o caminho da queda e da reintegração em ultima analise, também devemos considerar que para que esta arvore exista e permaneça ereta é necessário raízes ou outra arvore imersa na escuridão da terra. Em ultima analise o bem e o mal competem para o equilíbrio das forças. Alias o equilíbrio é o objetivo e não o caminho entre os extremos.

Talvez a pergunta mais enfática seja: qual é exatamente a fonte geradora desta energia potencial que anima e mantém uma Egrégora? Como fisicamente isto ocorre? Como as energias vibram em ressonância?

A resposta talvez esteja na Constância, na geração uniforme e linear da mesma e única energia. Como isto pode acontecer?

Possa aí estar depositada a tradição do ritual e das cerimônias Templárias das diferentes tradições, inclusive a Martinista. Tal qual um gerador ou dínamo, a permanência do eixo girando sempre no mesmo sentido, velocidade e harmonia é garantia da geração da energia elétrica que é o seu resultado.

O trabalho templário regular, constante, harmônico somado aos interesses superiores de seus praticantes é a fonte geradora de um nível vibratório elevado, alimentador constante de uma Egrégora capaz de gerar paz, evolução espiritual e conhecimento aos que dela usufruem.

Esta tese também responde a uma questão importante, diz a tradição Martinista que para trabalhar no caminho do equilíbrio não é permitido a “venda”, negociação ou pagamento de graus ou conhecimentos, ou seja, num grupo Martinista o dinheiro não pode e não deve ser uma preocupação, muito menos um objetivo, tais necessidades dentro de um Templo prejudicaria a própria energia potencialmente criadora.

Se os Martinista almejam um dia virem a ser os Soldados de Nosso Senhor, os Guardiões do Vaso Sagrado, os Sentinelas do Santo Sepulcro, certamente devem primeiro ser os combatentes fervorosos do Bem sobre o mal, das virtudes sobre os vícios, da riqueza espiritual sobre a mediocridade material.

Se isto não é possível em cada segundo de sua vida, uma vez que estamos invariavelmente imersos num mundo globalizado e repleto de necessidades sociais, que o seja pelo menos em espírito, na vontade, em seu Templo.

Sempre e Sempre para a Glória de Yeschouá o Grande Arquiteto do Universo!

A Egrégora Maçônica

O nosso Irmão Castellani, discorda do culto à egrégora maçônica, por julgá-la um termo novo em nossa Ordem e, quem somos nós para contestá-lo? Acontece que há duas correntes entre os escritores maçônicos, os ocultistas e os mais tradicionalistas, que crêem apenas no palpável.

Eu sou ledor, admirador e seguidor do “castelanismo”, por entender que o irmão Castellani é o “papa” dos escritores maçônicos, mas, creio nas coisas que podemos ver, desde que vemos os seus efeitos; é apenas uma questão de ponto de vista.

Nós somos por células, e estas por átomos, moléculas e núcleos e, em sendo assim, somos um condensador de energia; somos um corpo energizado. Sabemos também que a energia pode ser positiva, ou negativa, dependendo, no caso do ser humano, do seu estado de saúde física, e ou psíquica  Eric Bern, em Relações Transacionais (psicologia)  afirma que a peso pode estar OK, ou não OK. Querendo dizer, positiva, ou negativa.

Quando estamos com a saúde perfeita, bem com a família, bem com os irmãos da Ordem, nós estamos positivos, e em caso contrário, estamos negativos, é claro.

Já existe prova científica da existência da aura humana, vista através da fotografia Kirlian, que mostra a nossa aura com as suas cores e segundo os doutos no assunto, são as cores que determinam o estado de saúde física e ou psíquica, da pessoa no momento. Hoje já se conhece a cromoterapia, ou seja, a cura através das cores, mas  por ser uma ciência nova, ainda é um pouco desacreditada.

É claro, lógico, matemático, óbvio, evidente e axiomático, (pleonasmos à parte) que não detenho provas científicas da existência da Egrégora, e expresso apenas o conhecimento empírico, como o meu modo de pensar, de ver, de acreditar. Acredito que a egrégora seja a soma algébrica das auras positivas e negativas das pessoas que estejam num determinado local. Como exemplo, na formação de uma Cadeia de União, as auras positivas anulam as negativas e daí se forma a egrégora positiva. No caso das auras negativas serem em número maior do que as positivas, a egrégora será negativa ou não se formará.

Podemos verificar isto quando estamos em  um ambiente que deveria ser de alegria, uma festa, mas, as pessoas não se congregam, de uma ou de outra maneira e o ambiente se torna tenso, pesado. As vezes numa sessão maçônica nós sentimos que a coisa não foi bem, não foi positiva. Talvez a causa seja o número de auras negativas  maior do que as positivas dos irmãos ali presentes.

Entendo pois, que a egrégora é a congregação de várias pessoas voltadas para um pensamento afim, que a egrégora maçônica é formada pelo desejo dos irmãos voltados para o seu semelhante, é o desejo da liberdade, da igualdade e da fraternidade, tríade de sustentação na formação de uma sociedade justa e perfeita.

Egrégora – Fenômeno da Força Incógnita

Com a vontade pura e a retidão de propósitos deverá estar o Iniciado Maçom revestido ao ingressar junto à soleira do Templo para início de mais uma jornada de trabalho. Esotericamente o fará sempre com o lado esquerdo ligeiramente avançado para que os caminhos do magnetismo destrocêntrico possam se manifestar com maior amplitude já logo de sua chegada para o convívio inicial com seus irmãos que o aguardam.

Quanto mais se repete a ritualística, maior e mais forte é a Egrégora; Quanto mais concentração se coloca nos pensamentos, maior e mais forte é a Egrégora; quanto mais emoção se coloca nesta ritualística, mais forte é a Egrégora. Em algum tempo, este verdadeiro colosso de energia mental, emocional, espiritual adquire “vida própria” e passa a auxiliar a causa para qual aquele grupo trabalha.

Começa a ser desencadeada nesta hora, quando não por vontade própria, mas por dever anímico, o maçom deverá entrar em um processo de “escaneamento das impurezas profanas”, senão extirpando, pelo menos lutando para cauterizar de seu âmago as amarguras da vida externa.

É bom notar que não apenas pessoas no Plano Material colaboram com a Egrégora, mas também as Pessoas que estiverem no Plano Astral (é extremamente comum que antigos mestres que já faleceram continuem a participar de reuniões dentro das ordens e instituições que faziam parte).

É nessa hora que o primeiro passo, de um fenômeno que adiante será descrito começa a se apontar. Daí, temos a importância do sentido de introspecção de que o maçom deve estar imbuído, pois o elo que nos une como se verdadeiros irmãos fôssemos, começará dentro da mística maçônica a se formar. Os comportamentos profanos nesta hora hão de cessar para dar lugar senão ao respeito à cerimônia que se inicia ao menos em respeito à ética maçônica de que todos indistintamente devem observar.

Esotericamente antes dos irmãos adentrarem ao templo, com um único golpe mântrico do bastão no chão mosaico o Augusto Irmão Mestre de Cerimônias ordena que os espíritos se elevem, pois os trabalhos logo se iniciarão. Esotericamente com esse golpe mântrico o som Se propaga e atinge o cérebro, já intimamente ligado ao significado egregoral que, – disciplina e ordena à mente – a augusta sessão irá começar, o sinal foi dado.

Mas é na abertura da loja, o Irmão Orador, que o fenômeno da Egrégora toma força. É quando acena com a agradabilidade da convivência em união fraterna, e compara com “o óleo precioso sobre a cabeça o qual desce para a barba, a barba de Aarão… é como o orvalho do Hermon que desce sobre os montes de Sião… ali ordena o Senhor sua benção e a vida para sempre…” que o amor fraterno é comparado ao óleo santo de consagração e ao orvalho que umedece Jerusalém dando vida à natureza. Assim deve ser a convivência fraternal, a tudo que permeia e umedece como a fina borrasca de um final de madrugada.

No preciso momento da abertura e no curso da leitura de uma passagem do Livro da Lei conforme o grau em que se abre a loja inicia-se a formação da Egrégora, se entrelaça com o da espiritualidade.

Para se crer e entender o significado da egrégora impõe-se primeiramente acreditar na existência do espírito. Neste sentido a Constituição de Anderson em seu 20º Landmark, – os landmarks da Maçonaria são um conjunto de princípios que não podem ser alterados para que se mantenha a unidade maçônica mundial, criado em 1723 por James Anderson – exige do maçom uma crença na vida futura. E para não incorrer em erro substancial neste assunto de tamanha profundidade “que não sabe ler nem escrever” e está longe de dominar, mas podemos ficar com a lição de Aristóteles (Estagira – Grécia 384 a.C) e sua sabedoria grandiosa que distingue a alma do espírito: “A alma é o que move o corpo e percebe os objetos sensíveis; caracteriza-se pela auto-nutrição, sensibilidade, pensamento e mobilidade; mas o espírito tem função mais elevada do pensamento que não tem relação com o corpo, nem com os sentidos”.

Quanto à referência à doutrina, pode-se colher no ensinamento a seguinte lição. “Chama-se egrégora uma entidade, um ser coletivo originado por uma assembleia, cada Loja possui a sua egrégora, cada obediência possui a sua, e a reunião de todas essas egrégoras forma a grande Egrégora Maçônica”.

Ensinam que Egrégora deriva do grego: `egregorien`, com o significado de velar ou vigiar.

Serge Marcotoune, iminente mestre do Martinismo russo, constata que a energia nervosa se manifesta por raios no plano astral. O plano astral estaria cheio de miríades de centelhas, flechas de cores das idéias-força. “Cada pensamento, cada ação a que se mistura um elemento passional de desejo, se transmite em idéia-movimento dinâmica, completamente separada do ser que a forma e a envia, mas seguindo sempre a direção dada. Essas idéias seguem sua curva traçada pelo desejo do remetente”. É por isso que precisamos controlar nossos desejos a fim de que eles não pesem sobre nós, acorrentando-nos, imprimindo à nossa aura cores diferentes. A meditação e a prece do iniciado regeneram seu ser, permitindo emitir idéias sadias e tranquilizantes para que no plano astral, os espíritos guias canalizem as idéias-força para zonas determinadas.

O maçom pode assim se aproximar dos seres superiores e elevados através somente do seu livre-arbítrio. No astral nascerão os germes das grandes associações, das grandes amizades, das grandes proteções. Mas como as egrégoras estão em constante modificação, por força das variações das ideias-força, não possuem um ponto de apoio. Por isso a necessidade da concentração sem esforço durante a ritualística, para que essa egrégora possa permanecer o maior tempo possível ativa, constante e homogênea.

Emanuel Swedenborg diz que viajaremos em grupos unidos, sendo ensinados pelos diversos grupos de anjos que formam sociedades a parte agrupadas em um grande corpo por que segundo ele “o céu é um grande homem”.

O mestre Yeshuah – (ישוע) é considerado por muitos ser o nome hebraico ou aramaico de “Jesus”. Este nome é usado principalmente pelos judeus messiânicos – ou por pesquisadores, historiadores e outras pessoas que crêem ser essa a pronúncia original. O nome “Yeshua” deriva-se de uma raiz hebraica formada por quatro letras – ישוע (Yod, Shin, vav e Ain) – que significa “salvar”, sendo muito parecido com a palavra hebraica para “salvação” – ישועה, yeshuah – e é considerada também uma forma reduzida pós-exilio babilônica do nome de Josué em hebraico – יהושע, Yehoshua’ – que significa “o Eterno que salva” -, citado pelo apóstolo Mateus, disse: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei entre eles”.

O Martinismo – Ordem Esotérica criada por Papus baseada nos escritos de Saint-Martin que hoje faz parte dos Graus Superiores da Ordem Rosa- Cruz -, escreveu que “todo coletivo constitui na verdade, uma família no plano espiritual. Por isso jamais se deve responder ao ódio com o ódio, porque então as duas egrégoras formariam uma aliança estreita para o mal.

Egrégora é uma forma pensamento que é criada por pensamentos e sentimentos, que adquire vida e que é alimentada pelas mentalizações e energias psíquicas. É uma entidade autônoma que se forma pela persistência e intensidade de correntes emocionais e mentais. Pensamentos e sentimentos fracos criam egrégoras mal definidas e de pouca vida ou duração, porém pensamentos e sentimentos fortes criam egrégoras poderosíssimas e de longa duração.

Existem egrégoras positivas que protegem, atraem boas energias e afastam cargas negativas, e egrégoras negativas que fortalecem o mal, canalizam forças negativas e repelem forças positivas.

Locais sagrados como as localidades de Aparecida do Norte (Brasil), Lourdes (França) e Fátima (Portugal), têm egrégoras poderosíssimas, formadas pela fé e mentalizações dos devotos, que acumulam as energias psíquicas dos fiéis, e quando alguém consegue canalizar para si as energias psíquicas acumuladas na egrégora provoca o conhecido “milagre”. Esta é a explicação oculta da realização de grande parte dos milagres que acontecem. Os locais possuem egrégoras formadas pelas energias psíquicas de seus frequentadores que as canalizam em seu benefício através da fé.

A origem do termo Egrégorra é a mesma de “gregário”, do latim gregariu: o que faz parte da grei, ou seja, rebanho, congregação, sociedade, conjunto de pessoas. No plano da espiritualidade, usa-se o nome egrégora para designar um grupo vibracional, um campo de energia sutil em que se congregam forças, pensamentos ou vibrações com um determinado objetivo.

A egrégora pessoal é formada pelas energias psíquicas da pessoa e principalmente pelos seus pensamentos. Assim, uma pessoa psiquicamente equilibrada e com pensamentos positivos, cria uma egrégora positiva. Do mesmo modo, uma pessoa desequilibrada emocionalmente e negativa cria uma egrégora negativa. Porque a egrégora é como um filho coletivo que se realimenta das mesmas emoções que a criaram.

O maçom correto deve ter plena convicção de que as suas aspirações e desejos de bem, ainda que em pensamentos, nenhuma se perde. Nossa vida deve produzir ideias-força poderosas. Esse é o segredo da prece dos ditos “fracos”.

A maçonaria aceita a presença da Egrégora em suas sessões litúrgicas. A egrégora é uma “entidade” momentânea que subsiste enquanto o grupo está reunido.

Para que ela surja é necessária a preparação ambiental, formada pelo som, pelo perfume do incenso e pelas vibrações dos presentes. Estas vibrações devem ser puras.

O maçom deve eliminar, ainda no átrio, todos os pensamentos inapropriados para o culto maçônico. A ritualística e a liturgia – o vocábulo “Liturgia”, em grego, formado pelas raízes leit- (de “laós”, povo) e – urgía (trabalho, ofício) significa serviço ou trabalho público.

Por extensão de sentido, passou a significar também, no mundo grego, o ofício religioso, na medida em que a religião no mundo antigo tinha um caráter eminentemente público -, prepara o surgimento da egrégora, no exato momento em que o Irmão Orador termina a leitura em voz alta, do trecho do livro sagrado, a egrégora forma-se brotando do altar como tênue fio espiritual para adquirir corpo etéreo com as características humanas.

Os mais sensitivos percebem esta entidade, ela se mantém silenciosa, mas atua de imediato, em cada maçom presente, dando-lhe a assistência espiritual de que necessita, manipulando as permutas de maçom para maçom, construindo assim a Fraternidade – segundo o apóstolo Pedro era o tipo de união que identifica os verdadeiros cristãos. Para cada loja forma-se uma egrégora específica.

Os céticos não aceitam esta entidade, porém os estudos aprofundados revelarão a possibilidade de seu surgimento. Porém, esta entidade não deve ser motivo de adoração, pois é uma entidade formada pela força mental e pelas vibrações do conjunto. A egrégora é a materialização da força do maço enquanto em loja.

Conclusões

“Aqueles que “nada vêem”, que “nada sentem” e que atuam “mecanicamente” que participam da cerimônia porque a isso foram conclamados pelo Venerável Mestre, devem aceitar o desafio de participação efetiva e espiritual. Então, só assim, hão de se dar conta que maçonaria não é um clube social ou recreativo. ”

Todo trabalho e operação são compostos de três partes: a “Abertura dos Trabalhos”, o “Trabalho” e o “Fechamento dos Trabalhos”.

Abrindo e Fechando as Egrégoras. Esta ritualística de abrir e fechar egrégoras se repete em absolutamente todos os lugares: desde os maçons, rosacruzes e demolays que se paramentam para seus trabalhos até patricinhas e dançarinas de bailes funk que se vestem e se maquiam antes de sair para a balada, passando por médicos, bombeiros, policiais, professores, cientistas, trabalhadores que “batem cartão”, padres com suas batinas rezando uma missa, pais-de-santo com suas roupas brancas, médiuns kardecistas com seus aventais, sacerdotes e sacerdotisas wiccans com seus mantos (ou sem roupas), torcedores de times de futebol que vestem a camisa de sua torcida antes de irem ao jogo, lutadores que vestem seus kimonos antes de praticarem seus treinos e assim por diante.

Tudo o que envolver estar “no mundo profano”, uma transição para um ato e um posterior retorno ao mundo profano está ligado diretamente a uma Egrégora. Assistir passivamente uma novela é pertencer a uma egrégora.

A egrégora pode ser associada à consciência do grupo, mas ela é, ao mesmo tempo, algo mais do que isso.

Aprendemos que quando dois ou mais se reúnem em um esforço conjunto, é criado algo maior que a soma de seus esforços pessoais. Daí, podemos comparar essa idéia, a idéia de que o Todo é maior do que as partes que o compõem. Também não devemos nos esquecer que a egrégora de nossa Ordem inclui todos os maçons vivos e também aqueles que passaram pela transição e hoje vivem no Oriente Eterno. A egrégora é, portanto o resultado de nosso pensamento criativo nos planos exotérico e esotérico do pensamento.

A egrégora surge em loja a partir do esforço e da meditação de cada irmão. É um ser diáfano – em que a luz passa parcialmente; translúcido -, que apesar de compacta deixa transparecer a luz que mesmo emana e absorve.

Ela atua equilibrando as desigualdades emocionais e espirituais dos Irmãos em loja. Grande é sua atuação na Cadeia de União. E somente em Loja existe e existe oriunda da formação assemblear, onde todos nós irmãos, somos condôminos deste fenômeno.

Representa na sua forma mais sublime a expressão “Estar a Coberto”. Mais do que um manto protetor, configura para o maçom a materialização de sua fraternidade quando um pouco de si é ofertado, por um mecanismo sobrenatural e divino ao Irmão necessitado.

Para tanto se impõem as posturas mentais, espirituais e corpóreas mencionadas, não somente como um exercício de Virtudes Teologais – têm este nome porque são ordenadas direta e imediatamente para Deus como fim último.

Têm Deus como origem, motivo e objeto – (Fé, Esperança e Caridade) e Cardiais – elas são derivadas inicialmente do esquema de Platão e foram adaptadas por: Santo Ambrósio, Agostinho de Hipon e Tomás de Aquino – (Prudência, Temperança, Justiça e Coragem), mas como também na visão Aristotélica de perfilar pelo caminho do justo meio o bem absoluto e teleológico do ser humano: a felicidade; que para nós pode ser simbolizada pelo alcançar do cume da Escada de Jacó, para que possamos um dia gozar com firme fé da glória do Grande Arquiteto Do Universo e ao seu lado tomarmos assento, para que possamos descobrir em cada Irmão nossos dons espirituais mais acanhados e possamos sempre nos orgulhar dos verdadeiros motivos que nos levam a estar em fraternidade, na esteira do pensamento do filósofo Immanuel Kant, em seu imperativo categórico “age de tal modo que a máxima de tua ação possa ser elevada, por sua vontade, à categoria de lei, e de lei de universal observância”.

Tudo isso para que possamos sempre contribuir para o crescimento espiritual de nossa loja, alijando o comportamento profano que obscurece a formação da egrégora.


setembro 11, 2021

11 DE SETEMBRO - Adilson Zotovici




Adilson Zotovici é intelectual de poeta da ARLS Chequer Nassif-169 de S. Caetano do Sul


Quiçá a maior referência 

Da insídia, da ignorância 

Mesmo a pior imprudência 

A malícia, a arrogância 


Busco calar com insistência

Minha voz, da repugnância, 

Maior da minha existência

Dessa atroz beligerância


Hospedeira a persistência

De entender, com relutância, 

Que há vinte anos relembro 


Da crueldade a essência 

Marca mor da intolerância 

Triste onze de setembro !



O SIGNIFICADO DA VIDA - Roberto Ribeiro Reis

 


Roberto Ribeiro Reis, intelectual e poeta é membro da ARLS Esperança e União de Rio Casca, MG


ʜᴏᴍᴇɴᴀɢᴇᴍ ᴀ̀s ᴠɪ́ᴛɪᴍᴀs ᴅᴏ 11 ᴅᴇ sᴇᴛᴇᴍʙʀᴏ ᴅᴇ 2001. 


ᴀ ʟᴜᴢ ᴅᴏ ɴᴀsᴄɪᴍᴇɴᴛᴏ

ʀᴇᴍᴇᴛᴇ ᴏ ᴘᴇɴsᴀᴍᴇɴᴛᴏ

ᴀ̀ ɪᴍᴘʀᴇssᴀ̃ᴏ sᴇɴᴛɪᴅᴀ ;

ᴏ ᴄʜᴏʀᴏ ᴅᴀ ʀᴇsᴘɪʀᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ,

ᴏ ᴄᴏʀᴏ, ᴛᴏᴅᴀ ᴠɪʙʀᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ,

ᴀ ᴇxᴘʀᴇssᴀ̃ᴏ ᴀɢʀᴀᴅᴇᴄɪᴅᴀ.


ᴀ ɪɴғᴀ̂ɴᴄɪᴀ ᴇ sᴇᴜ ᴄᴜɪᴅᴀᴅᴏ,

ʀᴜᴛɪʟᴀ̂ɴᴄɪᴀ ϙᴜᴇ ᴛᴇᴍ ᴠᴀʟɪᴅᴀᴅᴏ 

ᴛᴏᴅᴏ ᴀᴍᴏʀ ᴍᴀᴛᴇʀɴᴏ;

ᴀ ᴀᴅᴏʟᴇsᴄᴇ̂ɴᴄɪᴀ ᴇ sᴜᴀ ʀᴇʙᴇʟᴅɪᴀ,

ᴇғᴇʀᴠᴇsᴄᴇ̂ɴᴄɪᴀ, ᴅᴇ ɴᴏɪᴛᴇ ᴇ ᴅɪᴀ, 

ᴄᴀʟᴏʀ ϙᴜᴇ ʀᴇᴛʀᴀɪ ᴏ ɪɴᴠᴇʀɴᴏ.


ᴀ ɪᴅᴀᴅᴇ ᴀᴅᴜʟᴛᴀ ᴇ ᴀ ᴄᴇʀᴛᴇᴢᴀ

ϙᴜᴀsᴇ ʀᴇsᴏʟᴜᴛᴀ ᴅᴀ ʙᴇʟᴇᴢᴀ

ϙᴜᴇ ᴇ́ ᴏʙsᴇʀᴠᴀʀ ᴀ ᴄʀɪᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ;

ᴀʟɢᴜᴇ́ᴍ ᴇsᴛᴜᴅᴀ ᴀ ᴍᴏʀᴛᴇ,

ᴇɴᴄᴏɴᴛʀᴀɴᴅᴏ ɴᴏᴠᴀ sᴏʀᴛᴇ:

ᴏ ʀᴇᴄᴏᴍᴇᴄ̧ᴀʀ, ᴀ ʀᴇɪɴɪᴄɪᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ. 


ᴀssɪᴍ ᴠɪᴠᴇɴᴅᴏ ғʀᴇɴᴇ́ᴛɪᴄᴏ, 

ᴠᴏᴜ ᴘᴇʀᴄᴇʙᴇɴᴅᴏ ᴏ ᴄᴇ́ᴛɪᴄᴏ, 

ϙᴜᴇ ᴀ ᴛᴜᴅᴏ ᴇ ᴀ ᴛᴏᴅᴏs ɪɴᴅᴀɢᴀ;

ᴏʙsᴇʀᴠᴏ ᴛᴀᴍʙᴇ́ᴍ ᴠᴇʟʜᴏs sᴀ́ʙɪᴏs, 

ϙᴜᴇᴍ ᴛᴇ̂ᴍ ᴏ ᴘᴏᴅᴇʀ ɴᴏs ʟᴀ́ʙɪᴏs:

ᴀ ᴠɪᴠᴀ ғᴇ́ ϙᴜᴇ ɴᴀ̃ᴏ sᴇ ᴀᴘᴀɢᴀ.


ᴏ sɪɢɴɪғɪᴄᴀᴅᴏ ᴅᴀ ᴠɪᴅᴀ, 

ᴅᴏ ᴄᴏᴍᴇᴄ̧ᴏ ᴀ̀ ᴘᴀʀᴛɪᴅᴀ, 

ᴛʀᴀᴢ ᴀ̀ ᴛᴏɴᴀ ᴀʟɢᴜɴs sᴜᴘʟɪ́ᴄɪᴏs;

ʜᴀ́ sᴇɢʀᴇᴅᴏ ϙᴜᴇ ɴᴏs ᴄᴏɴᴅᴜᴢ

ᴀᴏ ᴇɴʀᴇᴅᴏ ᴅᴏ ᴍᴇsᴛʀᴇ ᴅᴇ ʟᴜᴢ

ᴇ ᴛᴏᴅᴏs ᴏs sᴇᴜs sᴀᴄʀɪғɪ́ᴄɪᴏs. 


ᴏ ғɪɴᴀʟ ᴇɴᴄᴇɴᴀʀ ᴅᴏ ᴠɪᴠᴇʀ, 

ᴀғɪɴᴀʟ, ᴏ ᴇɴsɪɴᴀʀ ᴀ ᴍᴏʀʀᴇʀ 

ᴛʀᴀᴢ ɴᴏᴠᴏ ᴄɪᴄʟᴏ ᴅᴇ ᴀᴛᴜᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ;

ᴀ ᴠɪᴅᴀ, ᴜᴍᴀ ᴏғɪᴄɪɴᴀ sᴀɢʀᴀᴅᴀ, 

ᴀ ᴍᴏʀᴛᴇ sɪɴᴀ ϙᴜᴇ, ʀᴇᴘᴀɢɪɴᴀᴅᴀ, 

ᴇɴᴄᴇʀʀᴀ ᴏ ᴍɪsᴛᴇ́ʀɪᴏ,ᴇ ᴇ́ ʀᴇᴠᴇʟᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ!


"ᴇ́ ᴘʀᴇᴄɪsᴏ sᴀʙᴇʀ ᴍᴏʀʀᴇʀ ᴘʀᴀ ᴠɪᴠᴇʀ ɴᴀ ᴇᴛᴇʀɴɪᴅᴀᴅᴇ". (ᴀᴜᴛᴏʀ ᴅᴇsᴄᴏɴʜᴇᴄɪᴅᴏ) 



setembro 10, 2021

OS EFEITOS PSICOLÓGICOS DA PRÁTICA DO RITUAL MAÇÔNICO - FINAL - Raphael Guimarães


A função psicológica da ritualística maçônica é a de restaurar um equilíbrio psicológico por meio do sistema mitológico proposto pela instituição, de modo a produzir um material onírico no inconsciente de seus membros (JUNG, 2005).

Desta forma, o conhecimento da Maçonaria retrata um estudo do inconsciente, tanto do inconsciente pessoal, através dos efeitos diretos da ritualística, como do inconsciente coletivo, através do estudo da Mitologia Maçônica.

Nos rituais tribais de iniciação os membros recebem uma marca, que nos tempos atuais figura como simbólica (VAN GUENNEP, 2011), e que distinguem o iniciado dos não iniciados.

Na iniciação no Rito Escocês isso ocorre com uma chancela no peito esquerdo.

Seja uma marcação física ou apenas simbólica, tais atos ritualísticos operam igualmente no inconsciente (JUNG, 2005).

A prática de diferentes termos linguísticos também é usada para separar o sagrado do profano nos grupos religiosos (VAN GUENNEP, 2011).

Este exemplo é um dos diferenciais da ritualística maçônica, onde uma linguagem própria é comumente adotada. Inúmeros são os exemplos disso no Rito Escocês, como justo e perfeito, tronco, Huzzé, sólio, pálio, veneralato e muitos outros.

Conclusões:

Em síntese, a mitologia pode ser entendida, sob a ótica da Psicologia Junguiana, como um sonho coletivo, sintomático dos impulsos arquetípicos existentes no interior das camadas profundas da psique humana (JUNG, 1978), ou, numa visão religiosa, como a revelação de Deus aos seus filhos.

Tanto a mitologia como os seus símbolos são metáforas reveladoras do destino do homem e nas diversas culturas são retratadas de diferentes formas (CAMPBELL, 2007).

Sendo assim, a vivência do drama de um mito nada mais é do que uma ferramenta de compreensão e promoção do crescimento psicológico do individuo, sendo esta a função principal do mito (CAMPBELL, 2008).

Assim, a análise para toda questão mitológica, como também, este estudo da ritualística maçônica em questão, é, por derradeiro, o estudo da psique humana.

Em várias sociedades e cultos primitivos, a prática religiosa consistia em vivenciar a Mitologia de forma direta, pois o mito poderia influenciar o executor da prática religiosa de forma indireta no decorrer das cerimônias, por intermédio do inconsciente.

Assim o crescimento e a finalidade da Mitologia aconteciam de forma particular em cada um, como uma semente que aos poucos iria germinando (JUNG, 2005).

Entendimento similar ocorre na Maçonaria e é explicitado quando maçons dizem aos neófitos na Palavra a Bem da Ordem que ―hoje você entrou para a Maçonaria, mas precisa deixar que a Maçonaria entre em você.

A tradição maçônica conserva esses costumes como forma de instrução aos seus membros, sendo atualmente uma das poucas instituições em que o homem pode ter contato com tais experiências (BLAVATSKY, 2009).

Bom Dia de meus Irmãos.

E boas reflexões...

Raphael Guimarães M.'.M.'.

setembro 09, 2021

OS EFEITOS PSICOLÓGICOS DA PRÁTICA DO RITUAL MAÇÔNICO - parte 4 - Raphael Guimarães




Os conceitos de Anima e Animus foram talvez as duas mais importantes descobertas de Jung.

Ambos são aspectos inconscientes de um indivíduo.

O inconsciente do homem encontra ressonância com o arquétipo feminino, chamado de Anima, enquanto que a mulher associa-se com o arquétipo masculino, chamado de Animus.

Cabe notar que quando se fala de masculino e feminino, em se tratando de Animus e Anima, está se referindo às expressões e características, e não algo literal (JUNG, 2011b; JUNG, 2012), pois, como supramencionado, o inconsciente reside em um nível atemporal, inteiramente psicológico, portanto não material.

A Anima manifesta-se na psique de forma emocional, passiva e intuitiva, por outro lado, o Animus manifesta-se de forma racional, ativa e objetiva.

Jung costuma relacionar Anima ao deus grego Eros, o deus do Amor, ao passo que Animus é relacionado com o termo Logos, que significa verbo, razão (JUNG, 1978).

No templo maçônico tal equilíbrio dual é conhecido pelas duas colunas, Boaz e Jaquim.

No Rito Escocês, os Aprendizes Maçons tomam assento do lado da coluna Boaz, e ali são instruídos sobre a educação moral, espiritualidade e ética maçônica, conceitos perfeitamente associados ao arquétipo de Anima.

Já do lado da coluna Jaquim tomam assentos os Companheiros Maçons, que, ao contrário dos aprendizes, possuem suas instruções voltadas para as artes ou ciências liberais, bem como para algum conhecimento esotérico, que são características de Animus.

Ao Oriente vê-se o Sol e a Lua, que são símbolos conhecidos do Animus e da Anima.

Desta forma, Boaz e Jaquim, representam Anima e Animus, e a consecução entre ambas colunas representa o Casamento Alquímico, a totalidade do ser, ou seja, o Equilíbrio Perfeito, o Mestre. Aquele que caminha com tal união, anda pelo caminho ou câmara do meio (CAMPBELL, 2008), no nosso caso, o Mestre Maçom.

Nível 4 – Inconsciente Coletivo: Sólio do Oriente

Teoria proposta pela Psicologia Analítica, o inconsciente coletivo difere do inconsciente pessoal, visto que não se trata de experiências individuais, mas, como o nome sugere, são experiências coletivas (JUN, 1978).

Trata-se de uma espécie de reservatório de imagens, essas chamadas de imagens arquetípicas.

Tais imagens e concepções são herdadas pelo homem de forma inconsciente através do inconsciente pessoal.

O inconsciente coletivo estimula no homem desde o nascimento um comportamento padrão pré-formado.

Assim, recebemos a forma do mundo em uma imagem virtual e essa imagem transforma-se em realidade consciente quando, durante a vida, identificamos os símbolos a ela correspondentes (JUNG, 2011b).

Os conteúdos do inconsciente coletivo são denominados de arquétipos.

Um arquétipo é compreendido como um modelo original que conforma outras coisas do mesmo tipo, semelhante a um protótipo (JUNG, 2011b).

Tanto o inconsciente coletivo como o arquétipo se confundem com aquilo que chamamos de egrégora.

Jung acreditava que tanto a experiência quanto a prática religiosa eram fenômenos que tinham sua fonte no inconsciente coletivo (JUNG, 2011c).

O céu, o inferno, o Jardim do Éden, o Olimpo, são interpretados pela psicologia junguiana e freudiana como símbolos do inconsciente (JUNG, 2011c; FREUD, 1972), e se enquadram ao simbolismo do dossel e do sólio no Oriente, localizado a sete degraus acima do nível onde se encontram os Aprendizes, Companheiros e Mestres, onde se encontra o chamado Trono de Salomão e que possui estampado o olho que tudo vê no Rito Escocês Antigo e Aceito.

Assim como o inconsciente coletivo dispõe da pré-formação psíquica da psique (JUNG, 1978), o direcionamento dos trabalhos vem do Oriente da Loja, além de que as informações originais da Loja, presentes na carta constitutiva, também se localizam na região do sólio.


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OS EFEITOS PSICOLÓGICOS DA PRÁTICA DO RITUAL MAÇÔNICO - parte 3 - Raphael Guimarães



Nível 2 - Pré-consciência: Átrio

Para Freud, a consciência humana se subdivide em três níveis, chamados de Consciente, Pré-Consciente e Inconsciente.

O estado intermediário entre a Consciência, abordada no Nível 1, e o Inconsciente, que será abordado no Nível 3, é o de Pré-consciência, o qual tem por característica uma experiência munida de relativo equilíbrio entre um material perceptível e um material latente (FREUD, 1972).

Dessa forma, tem-se o átrio do templo maçônico como representativo desse estado de pré-consciência, visto o átrio, apesar de muitas vezes interpretado como sendo uma extensão do templo, é fisicamente um cômodo intermediário entre a sala dos passos perdido e o templo maçônico.

Nele ocorre o momento de transição entre os estados psicológicos, em que os maçons se concentram, geralmente com as luzes apagadas, para se desvencilharem dos problemas e pensamentos do chamado mundo profano e adentrarem ao interior do templo.

Assim, o átrio se assemelha em correspondência com o préconsciente na medida em que ambos não possuem uma natureza específica, mas sim transitória.

Portanto, este estado intermediário tem por objetivo introduzir o personagem no recinto onírico e simbólico seguinte.

Nível 3 – O Inconsciente Pessoal: O Templo Maçônico

Todas as experiências que se têm, mesmo aquelas consideradas esquecidas, mas que todavia não deixaram de existir, são armazenadas no inconsciente pessoal.

É nesse nível que ocorrem os sonhos quando se está dormindo, e como todos sabem, tais eventos sonhados são dotados de acontecimentos surreais e ilógicos perante a nossa realidade objetiva (JUNG, 2005).

Assim o Inconsciente Pessoal encontra correspondência com o templo maçônico, onde a ritualística e os símbolos alcançam a totalidade dos trabalhos, e estes retratam bem o estado fictício e mítico do drama maçônico, estado este que – paralelamente – também é encontrado nos sonhos, com seus símbolos abstratos, passagens ilógicas e surreais, onde tanto no estado onírico como na ritualística, pode-se viajar do Oriente ao Ocidente com alguns poucos passos, e do amanhecer ao pôr do sol, vai-se em alguns minutos, semelhante ao que ocorre nos sonhos, pois no nível do inconsciente pessoal não há uma limitação objetiva.

Da mesma forma o simbolismo da ritualística não possui um senso lógico.

Ambas linguagens (sonhos e ritualística) são figuradas.

Assim como o ritual maçônico não é literal e tem por objetivo transmitir instruções morais, os sonhos também não o são e, segundo Jung (2011d), o crescimento e amadurecimento moral são a real e efetiva finalidade dos sonhos.

Destarte, em ambos os casos perde-se o efeito do lógico e racional, para com isso, trabalhar o simbólico e onírico.

Sendo assim, interpretar o ritual maçônico de forma literal é um erro lastimável, ao passo que o sonho, inexoravelmente, também deve ser interpretado de forma não literal (JUNG, 2012).

Os conceitos de Anima e Animus foram talvez as duas mais importantes descobertas de Jung.

Ambos são aspectos inconscientes de um indivíduo.

O inconsciente do homem encontra ressonância com o arquétipo feminino, chamado de Anima, enquanto que a mulher associa-se com o arquétipo masculino, chamado de Animus.

Cabe notar que quando se fala de masculino e feminino, em se tratando de Animus e Anima, está se referindo às expressões e características, e não algo literal (JUNG, 2011b; JUNG, 2012), pois, como supramencionado, o inconsciente reside em um nível atemporal, inteiramente psicológico, portanto não material.

A Anima manifesta-se na psique de forma emocional, passiva e intuitiva, por outro lado, o Animus manifesta-se de forma racional, ativa e objetiva.

Jung costuma relacionar Anima ao deus grego Eros, o deus do Amor, ao passo que Animus é relacionado com o termo Logos, que significa verbo, razão (JUNG, 1978).

No templo maçônico tal equilíbrio dual é conhecido pelas duas colunas, Boaz e Jaquim.

No Rito Escocês, os Aprendizes Maçons tomam assento do lado da coluna Boaz, e ali são instruídos sobre a educação moral, espiritualidade e ética maçônica, conceitos perfeitamente associados ao arquétipo de Anima.

Já do lado da coluna Jaquim tomam assentos os Companheiros Maçons, que, ao contrário dos aprendizes, possuem suas instruções voltadas para as artes ou ciências liberais, bem como para algum conhecimento esotérico, que são características de Animus.

Ao Oriente vê-se o Sol e a Lua, que são símbolos conhecidos do Animus e da Anima. Desta forma, Boaz e Jaquim, representam Anima e Animus, e a consecução entre ambas colunas representa o Casamento Alquímico, a totalidade do ser, ou seja, o Equilíbrio Perfeito, o Mestre. Aquele que caminha com tal união, anda pelo caminho ou câmara do meio (CAMPBELL, 2008), no nosso caso, o Mestre Maçom.

(continua)


setembro 08, 2021

OS EFEITOS PSICOLÓGICOS DA PRÁTICA DO RITUAL MAÇÔNICO - parte 2 - Raphael Guimarães


O Templo Maçônico do Rito Escocês e a Psique Humana

Os maçons são unânimes em dizer que o Templo Maçônico´ é simbólico, e como já vimos, o símbolo é muito mais do que mera ornamentação artística para representar algo (JUNG, 2012).

Importante registrar que o templo maçônico não é uma réplica do Templo de Salomão, se não apenas simbolicamente inspirado no Templo de Salomão, mas contendo muitas outras influências, de acordo com o Rito adotado (ISMAIL, 2012).

No caso do presente estudo, refere-se a um templo do Rito Escocês Antigo e Aceito. Portanto, toda a ornamentação e divisão do templo não é fruto do acaso, a começar pela Sala dos Passos Perdidos, mais adiante o Átrio, a Câmara ou Caverna de Reflexões, e finalmente o Templo em si.

Todos estes compartimentos são estágios há muito tempo utilizados para separar o sagrado do profano (VAN GUENNEP, 2011).

Nesse contexto, o ritual tem por objetivo a realização da passagem de um estado de consciência para outro, estados esses chamados maçonicamente de profano e sagrado, e em última análise, o templo com suas divisões simboliza o estado de consciência em que nos encontramos.

Desta forma, o templo em si representa um estado intransponível de pureza e santidade para seus membros.

As funções-cargos expressas no ritual e as disposições do templo são personificações simbólicas das leis psicológicas que atuam na psique (CAMPBELL, 2007; MAXENCE, 2010), conforme será demonstrado neste estudo.

Rituais ou simples gestos simbólicos identificam nossa consciência com o campo essencial de ação.

O soldado que retorna da guerra, ao passar pelo Arco do Triunfo, um rito de passagem, acaba deixando a guerra para trás.

Da mesma forma, ao passarmos pela sala dos passos perdidos e posteriormente pelo átrio, sabemos que estamos em um local consagrado para a prática do bem, o Templo Maçônico.

Assim, as salas que antecedem o templo, cumprem a função psicológica de devidamente introduzir o adepto em um local que, por meio de seus símbolos, colabora para o ingresso a um estado da consciência necessário para que o ritual cumpra seu dever cognitivo de forma efetiva (JUNG, 1978; VAN GUENNEP, 2011).

De acordo com a psicologia analítica de Carl G. Jung, a psique divide-se em três níveis: A consciência, o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo (HALL & NORDBY, 2010).

Conforme se segue abaixo, tais divisões se conciliam em significados e funções com os cômodos de uma Loja Maçônica do Rito Escocês Antigo e Aceito, ou seja, sala dos passos perdidos, átrio e templo, sendo que na parte interior, teremos o ocidente e o oriente.

Nível 1 - Consciência: Sala dos Passos Perdidos. 

A consciência é a única parte da psique a qual conhecemos direta e objetivamente (HALL & NORDBY, 2010), e nela tudo ocorre geralmente de forma racional e lógica.

Da mesma forma, isso também ocorre antes de adentrarmos ao templo, pois é na sala dos passos perdidos que tudo ainda ocorre de forma desprovida de questões oníricas, sem sinais ou gestos simbólicos.

O significado psicológico de persona, para Jung, é aquela parte da personalidade desenvolvida e usada em nossas interações mundanas, ou profanas, no vocabulário maçônico.

É nossa face externa consciente, nossa máscara social, como veículo não de nossa real vontade, mas da nossa necessária aceitação (JUNG, 1978; HALL & NORDBY, 2010).

Assim que, nas iniciações maçônicas, o gesto dos candidatos serem despidos de todos os metais, e iniciarem todos exatamente da mesma forma, significa que, naquele momento, o indivíduo despe-se de suas personas.

Esse desprendimento se faz necessário visto que, conforme Jung, no nível do inconsciente pessoal – que citaremos logo adiante – não há persona, a qual se manifesta apenas no nível consciente.

O crescimento psicológico ocorre, de acordo com Jung, quando alguém tenta trazer o conteúdo-conhecimento do inconsciente, para o nível consciente, e estabelecer uma relação entre a vida consciente e o nível arquetípico da existência humana (JUNG, 1978; JUNG, 2011b).

O homem que assim o fizer, haverá de reconhecer as origens de seus problemas no próprio inconsciente, pois a pessoa que não torna consciente suas limitações e defeitos, acaba por projetar sobre os outros tais percepções negativas (HALL & NORDBY, 2010).

Fazendo o devido paralelo, o crescimento na senda maçônica somente ocorre quando se aplica no chamado mundo profano o que se estuda e aprende no mundo maçônico, que é neste quadro comparativo o referido inconsciente pessoal, e assim tem-se a oportunidade de transformar o conhecimento em sabedoria.



OS EFEITOS PSICOLÓGICOS DA PRÁTICA DO RITUAL MAÇÔNICO - parte 1 - Raphael Guimarães

 


Resumo 

O presente artigo visa realizar análise comparativa da psicologia junguiana com a simbologia maçônica, mais especificamente com os símbolos contidos em uma Loja Maçônica do Rito Escocês Antigo e Aceito e em suas práticas ritualísticas, além de observar os efeitos psicológicos da prática da ritualística do referido rito maçônico sobre seus adeptos. 

Introdução

A definição mais comum de Maçonaria é a de que Maçonaria é um belo sistema de moralidade velado em alegoria e ilustrado por símbolos. (ZELDIS, 2011).

Isso já diz muito sobre a instituição e seu modo de ensino e aprendizagem, que ocorre por meio de rituais repletos de alegorias e expressões simbólicas.

No entanto, entre o desdobramento do ritual e o comportamento moral de seus praticantes há um mecanismo psicológico que não pode ser ignorado e cuja compreensão pode colaborar um melhor entendimento da razão da Maçonaria atrair ao longo dos séculos o interesse de tantos distintos homens e a ira de tão perigosos inimigos, como os nazistas, papas e o Comintern – Comitê Comunista Internacional (ROBERTS, 1969).

Este estudo tem por objetivo analisar as influências psicológicas que a prática ritualística maçônica, suas falas, movimentos, símbolos, dramas e alegorias, pode ter sobre seus praticantes. 

Muitos talvez possam julgar os rituais maçônicos como ingênuos, ultrapassados, estranhos ou até mesmo supersticiosos.

Serão apresentados neste estudo indícios de que tanto os rituais como a mitologia possuem as mesmas fontes de origem — *o inconsciente* (CAMPBELL, 2007; JUNG, 2005).

Há, sem dúvida, inúmeras diferenças entre as religiões e mitologias da humanidade, e todas essas, de uma forma ou de outra, podem ser encontradas em alguma medida, representadas nas alegorias maçônicas (MAXENCE, 2010).

Foi em 1900 que Sigmund Freud apresentou ao mundo sua teoria do Inconsciente, na obra ―A interpretação dos sonhos (FREUD, 1972).

O conceito de Inconsciente já existia de alguma forma desde a Grécia Antiga, contudo foi somente com Carl Gustav Jung que tal teoria encontrou sua plenitude, alcançando um sentido mais amplo, quando o mesmo diferenciou a atuação do inconsciente de uma camada mais profunda, que chamou de Inconsciente Coletivo, que são formas ou imagens de natureza coletiva que se manifestam praticamente em todo o mundo como constituintes dos mitos e, ao mesmo tempo, como produtos individuais de origem inconsciente, que influenciam toda nossa psique (JUNG, 2011c).

Ao contrário da escola freudiana, que afirma que os mitos estão profundamente enraizados dentro de um complexo do inconsciente, para Jung, a origem atemporal dos mitos reside dentro de uma estrutura formal do inconsciente coletivo.

Torna-se assim uma diferença considerável para Freud, que nunca reconheceu a autonomia congênita da mente e do inconsciente, enquanto que, para Jung havia uma dimensão coletiva inata e com autonomia energética.

As ideias apresentadas por Jung foram o embasamento científico que o estudioso das Religiões e Mitologias Comparadas, Joseph Campbell, adotou para sustentar as similaridades existentes entre todas as religiões e mitologias da história.

Tal conceito chamado anteriormente de ―Monomito² por Jaymes Joyce, foi esmiuçado por Campbell, que mostrou todo o roteiro da manifestação arquetípica do herói, que se encontrava representado em todo o mundo como um arquétipo do Inconsciente Coletivo (JUNG, 2010; JUNG, 2011a).

Assim, será com base nas obras de Campbell e Jung o desenvolvimento deste artigo, que visa comparar e reapresentar o simbolismo maçônico sob a ótica científica da Psicologia Junguiana e da Ciência das Religiões.

Análise Comparativa da Psicologia Junguiana com o Simbolismo Maçônico

O que é um Símbolo? 

Os símbolos são, em síntese, metáforas e compêndios de um conhecimento sensivelmente elevado (CAMPBELL, 2007), mas que em outras palavras, são manifestações exteriores dos arquétipos.

Os arquétipos só podem se expressar através dos símbolos em razão de se encontrarem profundamente escondidos no inconsciente coletivo, sem que o indivíduo os conheça ou possa vir a conhecer (JUNG, 2011b).

Dessa forma, em nosso nível comum de consciência, para compreendermos um elevado sentimento contido no Inconsciente Coletivo, necessitamos dos símbolos, gestos existentes desde o início da humanidade (CAMPBELL, 2008; JUNG, 2011a).

Essas afirmações precedentes necessitam de um exemplo hipotético: O amor da mãe para com seu filho jamais seria compreendido por palavras ou descrições objetivas, como números ou letras.

Em vez disso, podemos, ao invés de escrever sobre tal amor, apenas apresentar o conhecido símbolo do coração.

Deste modo, mesmo que parcialmente, a noção que teremos a respeito do amor de uma mãe para com seu filho, será muito mais próxima do que as expressadas por meras palavras (JUNG, 2011d).

As mitologias e sentimentos são comumente manifestados por meio de símbolos e gestos.

Do mesmo modo, a Maçonaria atua através da ritualística das suas iniciações e instruções.

Os símbolos e gestos atuam como um catalizador de sentimentos de seus praticantes através do mito trabalhado pelo grupo-cultura (CAMPBELL, 2008).

O avanço moral que a Maçonaria proporciona a seus adeptos é, além de consciente, educativo e ético, também um reforço psicológico.

A diferença crucial entre símbolo e arquétipo é que o primeiro pode ser visto e em alguns casos também tocado e sentido, ao passo que o segundo pode ser apenas sentido, e mesmo assim, somente por intermédio do primeiro.

Portanto, para que haja símbolos, deve antes haver arquétipos, pois aqueles são a manifestação destes em menor escala (JUNG, 2011d; JUNG, 2012).

Contrariamente a esta teoria junguiana agora apresentada, observamos na psicanálise de Freud outra visão dos arquétipos, que se encontra centrada nos três arquétipos relativos ao chamado ―Complexo de Édipo, que, por suas características peculiares, possui proximidades com a antropologia e com a linguística, ao passo que a visão apresentada neste artigo, Junguiana, possui proximidades com os conceitos do Inconsciente Coletivo sustentados pelo sociólogo francês Émile Durkheim, um dos pais da Sociologia Moderna, onde em sua obra o define como o conjunto de crenças e sentimentos autônomos de uma sociedade (DURKHEIM, 2004).

Suas teorias também influenciaram Freud, mas com devido efeito, acham-se proficuamente delineadas nas obras de Jung.



setembro 07, 2021

O 07 DE SETEMBRO E A MAÇONARIA - Revisão Sidnei Godinho M.'.M.'.



O ano  de  1821  começara  para  D. João  VI  como  principiara  o  de 1808. 

O  Grande Oriente  Lusitano  levara-o,  treze  anos  antes,  a  transferir  a  sede do  governo  monárquico  da  Nação  Portuguesa  de  Lisboa  para  o  Rio  de  Janeiro.

Mais tarde,  esse  mesmo  grande  Oriente  obrigá-lo-ia  a  retransferir  a sede  do  seu  governo  do  Rio  de  Janeiro  para  Lisboa.  

Com  receio  de  perder  o  trono  e  sem  alternativa,  face  às  exigências  da Corte  (Parlamento  português),  D.João  VI  regressa  a  Lisboa  (Portugal)  em  26  de abril  de  1821,  deixando  como  Príncipe  Herdeiro,  nomeado  Regente  do  Brasil pelo  Decreto  de  22  de  abril  de  1821,  o  primogênito  com  então  21  anos  de  idade –  PEDRO  DE  ALCANTARA  FRANCISCO  ANTÔNIO  JOÃO  CARLOS  XAVIER DE  PAULA  MIGUEL  RAFAEL  JOAQUIM  JOSÉ  GONZAGA  PASCOAL CIPRIANO  SERAFIM  DE  BRAGANÇA E  BOURBON.  

O  Príncipe  Dom  Pedro,  jovem  e  voluntarioso,  aqui  permanece, não  sozinho,  pois  logo  se  viu  envolvido  por  todos  os  lados  de  homens  de  bem, Maçons,  que  constituíam  a  elite  pensante  e  econômica  da  época.

Apesar  de  ver  ser  aceitas  suas  reivindicações,  os revolucionários  portugueses  não  estavam  satisfeitos. 

As  cortes  de  Portugal estavam  preocupadas  com  as  perdas  das  riquezas  naturais  do  Brasil  e  previam sua  emancipação,  como  ocorria  em  outros  países  sul-americanos. 

Dois decretos,  em  29  de  setembro  de  1821,  de  números  124  e  125  emanados  das Cortes  Gerais  portuguesas  são  editados  na  tentativa  de  submeter  e  inibir  os movimentos  no  Brasil.  

Um  reduzia  o  Brasil  da  posição  de  Reino  Unido  à  antiga condição  de  colônia,  com  a  dissolução  da  união  brasílico-lusa,  o  que  seria  um retrocesso,  o  outro,  considerando  a  permanência  de  D.  Pedro  desnecessária  em nossa  terra,  decretava  a  sua  volta  imediata.  

Os  brasileiros  reagiram  contra  os  decretos  através  de  um  forte discurso  do  Maçom  Cipriano  José  Barata,  denunciando  a  trama  contra  o  Brasil.

O  Maçom,  José  Joaquim  da  Rocha,  funda  em  sua  própria  casa  o  Clube  da Resistência,  depois  transformado  no  Clube  da  Independência.  

Verdadeiras  reuniões  maçônicas  ocorrem  na  casa  de  Rocha  ou na  cela  de  Francisco  de  Santa  Tereza  de  Jesus  Sampaio,  Frei  Sampaio,  no convento  de  Santo  Antônio,  evitando  a  vigilância  da  polícia. 

Várias  providências foram  tomadas,  dentre  elas:  consultar  D.  Pedro;  convidar  o  Irmão,  Maçom,  José Clemente  Pereira,  Presidente  do  Senado  a  aderir  ao  movimento  e  enviar emissários  aos  maçons  de  São Paulo e  Minas  Gerais.

Surge o  jornal,  “Revérbero Constitucional  Fluminense”,  redigido  por  Gonçalves  Ledo  e  pelo  Cônego Januário,  que  circulou  de  11  de  setembro  de  1821  a  08  de  Outubro  de  1822,  e que  teve  a mais extraordinária  influência  no  movimento  libertador,  pois  contribuiu para  a  formação  de  uma  consciência  brasileira,  despertando  a  alma  da nacionalidade.

Na  representação  dos  paulistas,  de  24  de  dezembro  de  1821,  redigida pelo  Maçom  José  Bonifácio  de  Andrada  e  Silva,  pode-se  ler  o  seguinte  registro:

... “É  impossível  que  os  habitantes  do  Brasil,  que  forem  honrados e  se  prezarem  de  ser  homens,  possam  consentir  em  tais  absurdos  e despotismo.

V.  Alteza  Real  deve  ficar  no  Brasil,  quaisquer  que  sejam  os projetos  das  Cortes  Constituintes,  não  só  para  o  nosso  bem  geral,  mas  até  para a  independência  e  prosperidade  futura  do  mesmo. 

Se  V.  Alteza  Real  estiver  (o que  não  é  crível)  deslumbrado  pelo  indecoroso  decreto  de  29  de  setembro,  além de  perder  para  o  mundo  a  dignidade  de  homem  e  de  príncipe,  tornando-se escravo  de  um  pequeno  grupo  de  desorganizadores,  terá  que  responder, perante  o  céu,  pelo  rio  de  sangue  que,  decerto,  vai  correr  pelo  Brasil  com  a  sua ausência...”.

Nessa  época,  funcionavam  no  Rio  de  Janeiro,  a  Loja  Maçônica “Comércio  e  Artes”,  da  qual  eram  membros vários  homens  ilustres  da  corte  como o  Cônego  Januário  da  Cunha  Barbosa,  Joaquim  Gonçalves  Ledo  e  José Clemente  Pereira  entre  outros.  

Esses  maçons  reunidos  e  após  terem  obtido  a  adesão  dos irmãos  de  São  Paulo,  Minas  Gerais  e  Bahia,  resolveram  fazer  um  apelo  a  D. Pedro  para  que  permanecesse  no  Brasil.

Em  09  de  janeiro  de  1822,  na  sala  do  trono  e  interpretando  o pensamento  geral,  cristalizando  nos  manifestos  dos  fluminenses  e  dos  paulistas e  no  trabalho  de  aliciamento  dos  mineiros,  o  Maçom  José  Clemente  Pereira, presidente  do  Senado  da  Câmara,  antes  de  ler  a  representação,  pronunciou inflamado  e  contundente  discurso  pedindo  para  que  o  Príncipe  Regente Permanecesse  no  Brasil.  

Após  ouvir  atentamente,  o  Príncipe  responde:  “Como  é  para  o bem  de  todos  e  felicidade  geral  da  nação,  estou  pronto,  diga  ao  povo  que  fico”.

A  alusão  às  hostes  maçônicas  era  explícita  e  D.  Pedro conheceu-lhe  a  força  e  a  influência,  entendendo  o  recado  e  permanecendo  no Brasil. 

Este  episódio,  conhecido  como  o  Dia  do  Fico,  marcou  a  primeira  adesão pública  de  D.  Pedro  a  uma  causa  brasileira.

Em  13  de  maio  de  1822,  os  Maçons  fluminenses,  sob  a  liderança  de Joaquim  Gonçalves  Ledo,  e  por  proposta  do  brigadeiro  Domingos  Alves  Branco, da  loja  “Comércio  e  Artes”,  resolvem  outorgar  ao  Príncipe  Regente  o  título  de “Príncipe  Regente  Constitucional  e  Defensor Perpétuo  do  Reino  Unido  do  Brasil”, oferecido  pela  Maçonaria  e  pelo  Senado,  que  acabou  por  acirrar  ainda  mais  os ânimos  entre  os  portugueses  e  nativistas.

Ainda  em  maio  de  1822,  aconselhado  pelo  então  seu  primeiro ministro  das  pastas  do  Reino  e  de  Estrangeiros,  o  Maçom  José  Bonifácio  de Andrada  e  Silva,  D.  Pedro  assina  o  Decreto  do  Cumpra-se,  segundo  o  que  só vigorariam  no  Brasil  as  Leis  das  Cortes  portuguesas  que  recebessem  o  cumprase  do  príncipe  regente.

A 21 de maio, em plena sessão das Cortes, em  Lisboa,  o Maçom Monsenhor  Muniz  Tavares  diz  que  talvez  os  brasileiros  se  vissem  obrigados  a declarar  sua  independência  de  uma  vez.

Em  02  de  junho  de  1822,  em  audiência  com  D.  Pedro,  o  Irmão José  Clemente  Pereira  leu  o  discurso  redigido  pelos  Maçons  Joaquim  Gonçalves Ledo  e  Januário  Barbosa,  que  explanavam  da  necessidade  de  uma  Constituinte.  

D.  Pedro  comunica  a  D.  João  VI  que  o  Brasil  deveria  ter  suas Cortes.  Desta  forma,  convoca  a  Assembleia  Constituinte  para  elaborar  uma Constituição  mais  adequada  ao  Brasil. 

Era  outro  passo  importante  em  direção  à independência.

A  02  de  junho,  José  Bonifácio,  com  outros  maçons,  funda  a sociedade  secreta  "Nobre  Ordem  dos  Cavaleiros  de  Santa  Cruz",  melhor conhecida  com  o  nome  de  "Apostolado",  da  qual  fez  parte  D.  Pedro,  com  o  título de  Arconte-Rei.

Em 17 de junho  de 1822,  a  Loja  Maçônica,  “Comércio  e  Artes”  em  sessão memorável,  resolve  criar  mais  duas  Lojas  pelo  desdobramento  de  seu  quadro  de Obreiros,  através  de  sorteio,  surgindo  assim  as  Lojas  “Esperança  de  Niterói”  e “União  e  Tranqüilidade”,  se  constituindo  nas  três  Lojas  Metropolitanas  e possibilitando  a  criação  do  “Grande  Oriente  Brasílico  ou  Brasiliano”,  que  depois viria  a  ser  denominado  de  “Grande  Oriente  do  Brasil”.

José  Bonifácio  de  Andrada  e  Silva  (O  Patriarca  da Independência)  é  eleito  primeiro  Grão-Mestre,  tendo  Joaquim  Gonçalves  Ledo como  1º  Vigilante  e  o  Padre  Januário  da  Cunha  Barbosa  como  Grande  Orador.  

 O objetivo principal da criação do GOB foi de engajar a Maçonaria como Instituição, na luta pela independência política do Brasil, conforme consta de forma explícita das primeiras atas das primeiras reuniões, onde só se admitia para iniciação e filiação em suas Lojas, pessoas que se comprometessem com o ideal da independência do Brasil.

No dia 02 de agosto (13º do 5º mês maçônico, conforme o historiador Hélio Viana), por proposta do Grão-Mestre da Maçonaria, José Bonifácio, foi D.Pedro, o Príncipe Regente, aprovado e recebido maçom, no primeiro grau na forma regular e prescrita pela liturgia, adotando o nome histórico de Guatimozim (último imperador Asteca morto em 1522), e passa a fazer parte do Quadro de Obreiros da Loja Comércio e Artes. 

No dia 05 de agosto, por proposta de Joaquim Gonçalves Ledo, que ocupava a presidência dos trabalhos, foi aprovada a exaltação ao grau de Mestre Maçom, com a dispensa do interstício, que possibilitou, posteriormente, em 04 de outubro de 1822, numa jogada política de Ledo, o Imperador ser eleito e empossado no cargo de Grão-Mestre, do GOB.

Porém, foi no mês de agosto de 1822 que o Príncipe, agora Maçom, tomou a medida mais dura em relação a Portugal, declarou inimigas as tropas portuguesas que desembarcassem no Brasil sem o seu consentimento.

Em 14 de agosto parte em viagem, com o propósito de apaziguar os descontentes em São Paulo, acompanhado de seu confidente Padre Belchior Pinheiro de Oliveira e de uma pequena comitiva. 

Faz a viagem pausadamente, percorrendo em 10 dias, 96 léguas entre Rio e São Paulo. 

Em Lorena, a 19 de agosto, expede o decreto dissolvendo o governo provisório de São Paulo. 

No dia 25 de agosto chega a São Paulo sob salva de artilharia, repiques de sino, girândolas e foguetes, se hospedando no Colégio dos Jesuítas. 

De São Paulo se dirige para Santos em 5 de setembro de 1822, de onde regressou na madrugada de 7 de setembro. 

Encontrava-se na colina do Ipiranga, às margens de um riacho, quando foi surpreendido, pelo Major Antônio Ramos Cordeiro e por Paulo Bregaro, correio da corte, que lhes traziam noticias enviadas com urgência pelo seu primeiro ministro José Bonifácio.

D. Pedro, após tomar conhecimento dos conteúdos das cartas e das notícias trazidas pelos emissários, pronunciou as seguintes palavras: 

... “As Cortes me perseguem, chamam-me com desprezo de rapazinho e de brasileiro.

Verão agora quanto vale o rapazinho. 

De hoje em diante estão quebradas as nossas relações; nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal. 

Independência ou Morte!”...

A independência do Brasil foi realizada à sombra da acácia, cujas raízes prepararam o terreno para isto. 

A Maçonaria teve a maior parte das responsabilidades nos acontecimentos literários. 

Não há como negar o papel preponderante desta instituição maçônica na emancipação política do Brasil.

Desde 1815, com a fundação da Loja Maçônica “Comércio e Artes”, que daria origem as Lojas União e Tranquilidade e Esperança de Niterói e a posterior constituição do Grande Oriente do Brasil em 17 de Junho de 1822, o ideário de independência se fazia presente entre seus membros e contagiava os brasileiros.

À frente do movimento, enérgica e vivaz, achavam-se a Maçonaria e os Maçons. 

Entre seus principais Obreiros, pedreiros livres, de primeira hora podemos destacar: Joaquim Gonçalves Ledo, José Bonifácio da Andrada e Silva, José Clemente Pereira, Cônego Januário da Cunha Barbosa, José Joaquim da Rocha, Padre Belchior Pinheiro de Oliveira, Felisberto Caldeira Brant, o Bispo Silva Coutinho, Jacinto Furtado de Mendonça, Martim Francisco, Monsenhor Muniz Tavares, Evaristo da Veiga dentre muitos outros.

Faz-se necessário também alçar a figura do personagem que se destacou durante todo o movimento articulado e trabalhado pela Maçonaria, o Príncipe Regente, Dom Pedro.

Iniciado Maçom na forma regular prescrita na liturgia e nos rituais maçônicos, e nesta condição de pedreiro livre no grau de Mestre Maçom, aos 24 anos de idade, proclama no 07 de setembro a nossa INDEPENDÊNCIA.

Posteriormente, no dia 04 de Outubro de 1822, D. Pedro comparece ao Grande Oriente do Brasil e toma posse no cargo de Grão-Mestre (havia sido investido no cargo de Grão Mestre no dia 14 de setembro), sendo na oportunidade aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.

Neste mesmo dia, D. Pedro oferece a Gonçalves Ledo o título de marquês da Praia Grande que é por este recusado, com a declaração de ser muito mais honroso o de brasileiro patriota e de homem de bem.

No mesmo dia, Joaquim Gonçalves Ledo, redigiu uma nota patriótica ao povo Brasileiro, a primeira divulgação, depois da independência, que dizia: 

... “Cidadãos! A Liberdade identificou-se com o terreno; a natureza nos grita Independência; a razão nos insinua; a justiça o determina; a glória o pede; resistir-lhe é crime, hesitar é dos covardes, somos homens, somos Brasileiros. Independência ou Morte! Eis o grito de honra, eis o brado nacional...”.

E assim se fez a Independência do Brasil com a Maçonaria sendo o cérebro atuante por trás do então Príncipe Regente.

LIBERDADE E IGUALDADE para todos meus irmãos neste dia 07 de setembro.


Bibliografia:

- FILHO, Theobaldo Varoli. Curso Maçonaria Simbólica 1º Tômo (Aprendiz) 2ª edição, São Paulo, SP – Brasil, Editora A Gazeta Maçônica S.A.

- CASTELLANI, José - Os Maçons na Independência do Brasil 

- FAGUNDES, Morivalde Calvet - A Maçonaria e as Forças Secretas da Revolução

-PINTO, Teixeira - A Maçonaria na independência do Brasil

- FERREIRA, Tito L. e Manoel Rodrigues - A Maçonaria e a independência Brasileira - Livro Constituição do Grande Oriente do Brasil - Capítulo II – Art. 3º (página 3)

DISCURSO PROFERIDO POR JOAQUIM GONÇALVES LEDO

 


*DISCURSO PROFERIDO POR JOAQUIM GONÇALVES LEDO, NA LOJA MAÇÔNICA “COMÉRCIO E ARTES”, NO RIO DE JANEIRO, EM 20/AGOSTO/1822*


Joaquim Gonçalves Ledo foi um dos maiores autores da Independência, se não o maior. A peça de arquitetura que a seguir transcrevemos do Boletim do GOB (julho/agosto de 1963), é dirigida ao hesitante Príncipe D. Pedro e entre seus arrojados conceitos lá está a antecipação da Doutrina de Monroe.

SENHOR! A natureza, a razão e a humanidade, este feixe indissolúvel e sagrado, que nenhuma força humana pode quebrar, gravaram no coração do homem uma propensão irresistível para, por todos os meios e com todas as forças em todas as épocas e em todos os lugares, buscarem ou melhorarem o seu bem-estar. Este principio tão santo como a sua origem, e de centuplicada força quando aplicado às nações, era de sobra para o Brasil, esta porção preciosa do globo habitado, não acedesse a inerte expectação de sua futura sorte, tal qual fosse decretada longe de seus lugares e no meio de uma potência (Portugal) que deveria reconhecer inimiga de sua glória, zelosa de sua grandeza, e que bastante deixava ver pelo seu Manifesto às nações que queria firmar a sua ressurreição política sobre a morte do nascente Império Luso-Brasileiro, pois baseava as razões de sua decadência sobre a elevação gloriosa deste filho da América – o Brasil.

Se a esta tão óbvia e justa consideração quisesse juntar a sua dolorosa experiência de trezentos e oito anos, em que o Brasil só existira para Portugal para pagar tributos que motivos não encontraria na cadeia tenebrosa de seus males para chamar a atenção e vigilância de todos os seus filhos a usar da soberania que lhe compete, e dos mesmo direitos de que usara Portugal e por si mesmo tratar de sua existência e representação política, da sua prosperidade e da sua constituição? Sim, o Brasil podia dizer a Portugal: “Desde que o sol abriu o seu túmulo e dele me fez saltar para apresentar-se ao ditoso Cabral a minha fertilidade, a minha riqueza, a minha prosperidade, tudo te sacrifiquei, tudo te dei, e tu que me deste? Escravidão e só escravidão. Cavavam o seio das montanhas, penetravam o centro do meu solo para te mandarem o ouro, com que pagavas as nações estrangeiras a tua conservação e as obras com que decoras a tua majestosa capital; e tu quando a sôfrega ambição devorou os tesouros, que sob mão se achavam nos meus terrenos, quisestes impor-me o mais odioso dos tributos, a “capitação”. Mudavam o curso dos meus caudalosos rios para arrancarem de seus leitos os diamantes que brilham na coroa do monarca; despiam as minhas florestas para enriquecerem a tua grandeza, que, todavia, deixava cair das enfraquecidas mãos … E tu que deste? Opressão e vilipêndio! Mandavas queimar os filatórios e teares, onde minha nascente indústria beneficiava o algodão para vestir os meus filhos; negavas-me a luz das ciências para que não pudesse conhecer os meus direitos nem figurar entre os povos cultos; acanhavas a minha indústria para me conservares na mais triste dependência da tua; desejavas até diminuir as fontes da minha natural grandeza e não querias que eu conhecesse o Universo senão o pequeno terreno que tu ocupas. Eu acolhi no meu seio os teus filhos a que doirava a existência e tu me mandavas em paga tiranos indomáveis que me laceravam.

Agora é tempo de reempossar-me de minha Liberdade; basta de oferecer-me em sacrifício as tuas interessadas vistas. Assaz te conheci, demasiando te servi… – os povos não são propriedade de ninguém.

Talvez o Congresso de Lisboa no devaneio de sua fúria (e será uma nova inconseqüência) dê o nome rebelião ao passo heróico das províncias do Brasil a reassunção de sua soberania desprezada; mas se o fizer, deverá primeiro declarar rebelde a Razão, que prescreve aos homens não se deixarem esmagar pelos outros homens, deverá declarar rebelde a Natureza, que ensinou aos filhos a separarem-se dos seus pais, quando tocam a época de sua virilidade; é mister declarar rebelde a Justiça, que não autoriza usurpação, nem perfídias; é mister declarar rebelde o próprio Portugal, que encetou a macha de sua monarquia, separando-se de Castela; é mister declarar-se rebelde a si mesmo (esse Congresso), porque se a força irresistível das coisas prometia a futura desunião dos dois Reinos os seus procedimentos aceleraram esta época, sem dúvida fatal para outra parte da nação que se queira engrandecer.

O Brasil, elevado à categoria de Reino, reconhecido por todas as potencias e com todas as formalidades que fazem o direito público na Europa, tem inquestionavelmente jus a reempossar-se da porção de soberania que lhe compete, porque o estabelecimento da ordem constitucional é negócio privativo de cada povo.

A independência, Senhor, no sentido dos mais abalizados políticos, é inata nas colônias, como a separação das famílias o é na Humanidade.

A natureza não formou satélites maiores que os seus planetas. A América deve pertencer à America, e Europa à Europa, porque não debalde o Grande Arquiteto do Universo meteu entre elas o espaço imenso que as separa. O momento para estabelecer-se um perdurável sistema, e ligar todas as partes do nosso grande todo, é este…

O Brasil, no meio das nações independentes, e que falam com exemplo de felicidade, não pode conservar-se colonialmente sujeito a uma nação remota e pequena, sem forças para defendê-lo e ainda para conquistá-lo. As nações do Universo têm os olhos sobre nós, brasileiros, e sobre ti, Príncipe!

Cumpre aparecer entre elas como rebeldes ou como homens livres e dignos de o ser. Tu já conheces os bens e os males que te esperam e à tua posteridade. Queres ou não queres?

Resolve, Senhor!

setembro 06, 2021

MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL - Ir.’. Fuad Haddad



História da nossa Independência está intimamente ligada com a Fundação do Grande Oriente do Brasil, Obediência Mater da Maçonaria Brasileira.

Apesar do farto material documental existente, pouco se publica sobre o papel importante, decisivo e histórico que a Maçonaria, como Instituição, teve nos fatos que precipitaram a proclamação da Independência.

Deixar de divulgá-los é ocultar a verdade e consequentemente ocorrer no erro da omissão, que nem a História e nem o tempo perdoam, principalmente para com aqueles nossos Irmãos, brava gente brasileira, que acreditavam, ou ainda mais, tinham como ideário de vida a Independência da Pátria tão amada.

O Objetivo principal, sem dúvida nenhuma, da criação do Grande Oriente, foi engajar a Maçonaria na luta pela Independência Política do Brasil.

Desde sua descoberta em 1500, o Brasil foi uma Colônia Portuguesa, sendo explorada desde então pela sua Metrópole. Não tinha, portanto, liberdade econômica, liberdade administrativa, e muito menos liberdade política.

Como a exploração metropolitana era excessiva e os colonos não tinham o direito de protestar, cresceu o descontentamento dos brasileiros.

Inicia-se então as rebeliões conhecidas pelo nome de Movimentos Nativistas, quando ainda não se cogitava na separação entre Portugal e Brasil. Estampava-se em nosso País o ideal da liberdade. A primeira delas foi a Revolta de Beckman em 1684, no Maranhão.

No início do século XVIII, com o desenvolvimento econômico e intelectual da colônia, alguns grupos pensaram na Independência Política do Brasil, de forma que os brasileiros pudessem decidir sobre seu próprio destino. Ocorreram, então, a Inconfidência Mineira (1789) que marcou a história pela têmpera de seus seguidores; depois a Conjuração Baiana (1798) e a Revolução Pernambucana (1817), todas elas duramente reprimidas pelas autoridades portuguesas. Em todos estes movimentos a Maçonaria se fez presente através das Lojas Maçônicas e Sociedades Secretas já existentes, de caráter maçônico tais como: “Cavaleiros das Luz” na Bahia e “Areópago de Itambé” na divisa da Paraíba e Pernambuco, bem como pelas ações individuais ou de grupos de Maçons.

Nos dias atuais, os grandes vultos e os fatos marcantes da nossa história estão, na maioria das pessoas, adormecidos. O sentimento cívico está distante e muita vezes apagado em nossas mentes. Fatos e acontecimentos importantes marcaram o início da emancipação política da nossa nação. Retomemos os tempos idos e a alguns referenciais da nossa rica história.

Início do século XIX – ano de 1808 – D. João e toda família real refugia-se no Brasil em decorrência da invasão e dominação de Portugal por tropas francesas, encetadas pelo jugo napoleônico. Este fato trouxe um notável progresso para a colônia, pois esta passou a ter uma organização administrativa idêntica à de um Estado independente. D. João assina o decreto da Abertura dos Portos, que extinguia o monopólio português sobre o comércio brasileiro. O Brasil começa a adquirir condições para ter uma vida política independente de Portugal, porém sob o aspecto econômico, passa a ser cada vez mais controlado pelo capitalismo inglês.

Ano de 1810 – Ocorre a expulsão dos franceses por tropas inglesas, que passam a governar Portugal com o consentimento de D. João.

Ano de 1815 – D. João, adotando medidas progressistas, põe fim na situação colonial do Brasil, criando o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve, irritando sobremaneira os portugueses.

Ano de 1820 – Cansados da dominação e da decadência econômica do país, os portugueses iniciam uma revolução na cidade do Porto culminando com a expulsão dos ingleses. Estabelecem um governo temporário, adotam uma Constituição Provisória e impõem sérias exigências a D. João (agora já com o título de rei e o nome de D. João VI), ou sejam:

– aceitação da constituinte elaborada pelas cortes;

– nomeação para o ministério e cargos públicos;

– sua volta imediata para Portugal.

Com receio de perder o trono e sem outra alternativa, em face das exigências da Corte (Parlamento português), D. João VI regressa a Lisboa (Portugal) em 26 de abril de 1821, deixando como Príncipe Herdeiro, nomeado Regente do Brasil pelo Decreto de 22 de abril de 1821, o primogênito com então 21 anos de idade – PEDRO DE ALCÂNTARA FRANCISCO ANTÔNIO JOÃO CARLOS XAVIER DE PAULA MIGUEL RAFAEL JOAQUIM JOSÉ GONZAGA PASCOAL CIPRIANO SERAFIM DE BRAGANÇA E BURBON. O príncipe Dom Pedro, jovem e voluntarioso, aqui permanece, não sozinho pois logo viu-se envolvido por todos os lados de homens de bem, Maçons, que constituíam a elite pensante e econômica da época.

Apesar de ver ser aceitas suas reivindicações, os revolucionários portugueses não estavam satisfeitos. As cortes de Portugal estavam preocupadas com as perdas das riquezas naturais do Brasil e previam sua emancipação, como ocorria em outros países sul-americanos. Dois decretos em 1821 de números 124 e 125 emanados das Cortes Gerais portuguesas, são editados na tentativa de submeter e inibir os movimentos no Brasil.

Um reduzia o Brasil da posição de Reino Unido à antiga condição de colônia, com a dissolução da união brasílico-lusa, o que seria um retrocesso; o outro, considerando a permanência de D. Pedro desnecessária em nossa terra, decretava a sua volta imediata.

Os brasileiros reagiram contra os decretos através de um forte discurso do Maçom Cipriano José Barata, denunciando a trama contra o Brasil.

O Maçom José Joaquim da Rocha funda em sua própria casa o Clube da Resistência, depois transformado no Clube da Independência. Verdadeiras reuniões maçônicas ocorrem na casa de Rocha ou na cela de Francisco de Santa Tereza de Jesus Sampaio, Frei Sampaio, no convento de Santo Antônio, evitando a vigilância da polícia. Várias providências foram tomadas, dentre elas: consultar D. Pedro; convidar o Irmão, Maçom, José Clemente Pereira, presidente do Senado, a aderir ao movimento e enviar emissários aos Maçons de São Paulo e Minas Gerais.

Surge o jornal, “Revérbero Constitucional Fluminense”, redigido por Gonçalves Ledo e pelo Cônego Januário, que circulou de 11 de setembro de 1821 a 8 de outubro de 1822, e que teve a mais extraordinária influência no movimento libertador, pois contribuiu para a formação de uma consciência brasileira, despertando a alma da nacionalidade.

Posteriormente, a 29 de julho de 1822, passa a ser editado o jornal – “Regulador Brasílico-Luso”, depois denominado, “Regulador Brasileiro”, redigido pelo Frei Sampaio, que marcou também sua presença e atuação no movimento emancipador brasileiro.

Na representação dos paulistas, de 24 de dezembro de 1821, redigida pelo Maçom José Bonifácio de Andrada e Silva, pode-se ler o seguinte registro:

É impossível que os habitantes do Brasil, que forem honrados e se prezarem de ser homens, possam consentir em tais absurdos e despotismo… V. Alteza Real deve ficar no Brasil, quaisquer que sejam os projetos das Cortes Constituintes, não só para o nosso bem geral, mas até para a independência e prosperidade futura do mesmo. Se V. Alteza Real estiver (o que não é crível) deslumbrado pelo indecoroso decreto de 29 de setembro, além de perder para o mundo a dignidade de homem e de príncipe, tornando-se escravo de um pequeno grupo de desorganizadores, terá que responder, perante o céu, pelo rio de sangue que, decerto, vai correr pelo Brasil com a sua ausência…

9 de janeiro de 1822 – Na sala do trono e interpretando o pensamento geral, cristalizado nos manifestos dos fluminenses e dos paulistas e no trabalho de aliciamento dos mineiros, o Maçom José Clemente Pereira, presidente do Senado da Câmara, antes de ler a representação, pronunciou inflamado e contundente discurso pedindo para que o Príncipe Regente permanecesse no Brasil. Após ouvir atentamente, o Príncipe responde: “estou pronto, diga ao povo que fico”.

A alusão às hostes maçônicas era explícita e D. Pedro conheceu-lhe a força e a influência, entendendo o recado e permanecendo no Brasil. Este episódio, conhecido como o Dia do Fico, marcou a primeira adesão pública de D. Pedro a uma causa brasileira.

Em 13 de maio de 1822 – os Maçons fluminenses, sob a liderança de Joaquim Gonçalves Ledo, e por proposta do brigadeiro Domingos Alves Munis Barreto, resolviam outorgar ao Príncipe Regente o título de Defensor Perpétuo do Brasil, oferecido pela Maçonaria e pelo Senado.

Ainda em maio de 1822 – aconselhado pelo então seu primeiro ministro das pastas do Reino e de Estrangeiros, o Maçom José Bonifácio de Andrada e Silva, D. Pedro assina o Decreto do Cumpra-se, segundo o qual só vigorariam no Brasil as Leis das Cortes portuguesas que recebessem o cumpra-se do príncipe regente.

Em 2 de junho de 1822 – em audiência com D. Pedro, o Irmão José Clemente Pereira leu o discurso redigido pelos Maçons Joaquim Gonçalves Ledo e Januário Barbosa, que explanavam da necessidade de uma Constituinte. D. Pedro comunica a D. João VI que o Brasil deveria ter suas Cortes. Desta forma, convoca a Assembléia Constituinte para elaborar uma Constituição mais adequada ao Brasil. Era outro passo importante em direção à independência.

Em 17 de junho de 1822 – a Loja Maçônica “Comércio e Artes na Idade do Ouro” em Sessão memorável, resolve criar mais duas Lojas pelo desdobramento de seu quadro de Obreiros, através de sorteio, surgindo assim as Lojas “Esperança de Niterói” e “União e Tranqüilidade”, se constituindo nas três Lojas Metropolitanas e possibilitando a criação do “Grande Oriente Brasílico ou Brasiliano”, que depois viria a ser denominado de “Grande Oriente do Brasil”.

José Bonifácio de Andrada e Silva (o Patriarca da Independência) é eleito primeiro Grão-Mestre, tendo Joaquim Gonçalves Ledo como 1º Vigilante e o Padre Januário da Cunha Barbosa como Grande Orador.

O Objetivo principal da criação do GOB foi de engajar a Maçonaria como Instituição, na luta pela independência Política do Brasil, conforme consta de forma explícita das primeiras atas das primeiras reuniões, onde só se admitia para Iniciação e filiação em suas Lojas, pessoas que se comprometessem com o ideal da Independência do Brasil.

No dia 2 de agosto – por proposta de José Bonifácio, é Iniciado o Príncipe Regente, D. Pedro, adotando o nome histórico de Guatimozim (ultimo imperador Asteca morto em 1522), e passa a fazer parte do Quadro de Obreiros da Loja “Comércio e Artes”.

No dia 5 de agosto – por proposta de Joaquim Gonçalves Ledo, que ocupava a presidência dos trabalhos, foi aprovada a Exaltação ao Grau de Mestre Maçom que possibilitou, posteriormente, em 4 de outubro de 1822, numa jogada política de Ledo, o Imperador ser eleito e empossado no cargo de Grão-Mestre, do GOB.

Porém, foi no mês de agosto de 1822 que o Príncipe, agora Maçom, tomou a medida mais dura em relação a Portugal, declarou inimigas as tropas portuguesas que desembarcassem no Brasil sem o seu consentimento.

Em 14 de agosto parte em viagem, com o propósito de apaziguar os descontentes em São Paulo, acompanhado de seu confidente Padre Belchior Pinheiro de Oliveira e de uma pequena comitiva. Faz a viagem pausadamente, percorrendo em 10 dias 96 léguas entre Rio e São Paulo. Em Lorena, a 19 de agosto, expede o decreto dissolvendo o governo provisório de São Paulo. No dia 25 de agosto chega a São Paulo sob salva de artilharia, repiques de sino, girândolas e foguetes, se hospedando no Colégio dos Jesuítas. De São Paulo se dirige para Santos em 5 de setembro de 1822, de onde regressou na madrugada de 7 de setembro.

Encontrava-se na colina do Ipiranga, às margens de um riacho, quando foi surpreendido pelo Major Antônio Gomes Cordeiro e pelo ajudante Paulo Bregaro, correios da Corte, que lhes traziam notícias enviadas com urgência pelo seu primeiro ministro José Bonifácio.

D. Pedro, após tomar conhecimento dos conteúdos das cartas e das notícias trazidas pelos emissários , pronunciou as seguintes palavras: “As Cortes me perseguem, chamam-me com desprezo de rapazinho e de brasileiro. Verão agora quanto vale o rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações; nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal”

A Independência do Brasil foi realizada à Sombra da Acácia, cujas raízes prepararam o terreno para isto.

A Maçonaria teve a maior parte das responsabilidades nos acontecimentos libertários. Não há como negar o papel preponderante desta Instituição Maçônica na emancipação política do Brasil.

Desde 1815, com a fundação da Loja Maçônica “Comércio e Artes”, que daria origem às Lojas “União e Tranqüilidade” e “Esperança de Niterói” e a posterior Constituição do Grande Oriente do Brasil em 17 de junho de 1822, o ideário de Independência se fazia presente entre seus membros e contagiava os brasileiros.

À frente do movimento, enérgica e vivaz, achava-se a Maçonaria e os Maçons. Entre seus principais Obreiros, Pedreiros Livres, de primeira hora podemos destacar: Joaquim Gonçalves Ledo, José Bonifácio da Andrada e Silva, José Clemente Pereira, Cônego Januário da Cunha Barbosa, José Joaquim da Rocha, Padre Belchior Pinheiro de Oliveira, Felisberto Caldeira Brant, o Bispo Silva Coutinho Jacinto Furtado de Mendonça, Martim Francisco, Monsenhor Muniz Tavares, Evaristo da Veiga dentre muitos outros.

Faz-se necessário também alçar a figura do personagem que se destacou durante todo o movimento articulado e trabalhado pela Maçonaria, o Príncipe Regente, Dom Pedro. Iniciado Maçom na forma regular prescrita na liturgia e nos Rituais Maçônicos, e nesta condição de Pedreiro Livre no Grau de Mestre Maçom, aos 24 anos de idade, proclama no dia 7 de setembro a nossa INDEPENDÊNCIA. Posteriormente, no dia 4 de outubro de 1822, D. Pedro comparece ao Grande Oriente do Brasil e toma posse no cargo de Grão-Mestre, sendo na oportunidade aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil. No mesmo dia, Joaquim Gonçalves Ledo redigiu uma nota patriótica ao povo brasileiro, a primeira divulgação, depois da independência, que dizia: “Cidadãos! A Liberdade identificou-se com o terreno; a Natureza nos grita Independência; a Razão nos insinua; a Justiça o determina; a Glória o pede; resistir-lhe é crime, hesitar é dos covardes, somos Homens, somos Brasileiros. Independência ou Morte! Eis o grito de honra, eis o brado nacional…”


BIBLIOGRAFIA:

CASTELLANI, José. História do Grande Oriente do Brasil.

Os Maçons na Independência do Brasil.

FAGUNDES, Morivalde Calvet. A Maçonaria e as Forças Secretas da Revolução.

FERREIRA, Tito L. e FERREIRA, Manoel Rodrigues. A Maçonaria e a Independência Brasileira

MORAIS, Melo. A Independência e o Império do Brasil

PINTO, Teixeira. A Maçonaria na Independência do Brasil.