outubro 19, 2021

A ABÓBADA DO TEMPLO - UMA VISÃO SINÓTICA - Ir.’. Norioval Alves Santos

 


O tema é por demais interessante, para não dizer necessário, pelo menos para os estudantes da matéria, assim como eu. Desse modo, é oportuno afirmar que não se pode precisar, exatamente, desde quando os Templos destinados às iniciações vieram a ser construídos, sob a inspiração da imagem do Universo. Todavia, sabe-se que, desde intrínsecas eras, a decoração de seus interiores, sempre demonstrou essa tendência, sobejamente.

No Industão, na Índia, na Pérsia, no Tibete, na Grécia e em muitos outros locais, enfim, em todos os outros países, cuja história noticiou a existência desses Templos, vem prevalecendo, na mente de seus idealizadores, a idéia de se imprimir nos Templos, uma reprodução mais ou menos semelhante ao sistema cósmico. Assim sendo, com o fito de se perpetuar a imagem dos Céus, é que os tetos desses Templos eram e, ainda hoje são, o esboço da construção, na forma mais original de uma abóbada celeste.

A suntuosa decoração, aposta àquelas coberturas dos Templos Maçônicos, respeitava, invariavelmente, a reprodução cuidadosa do firmamento, intercalado de nuvens de todos os feitios, coalhados de estrelas e inúmeros astros planetários, formando um conjunto harmonioso e representativo do cosmos.

A abóboda dos Templos antigos, "ad argumentandum", fixava um ponto para contemplação e, interessante, deixava no espírito do iniciado, uma impressão maravilhosa e indescritível, acerca do misticismo presente no seu traçado por demais peculiar, fundamentado nos corpos celestes que rodeiam a terra, majestosos e colossais, nas suas trajetórias e representações simbólicas, naquele ambiente de estudos e aprendizado singulares, um suntuoso painel representativo do espaço ocupado pelo gênero humano.

Inobstante o progresso experimentado, haurindo essa tradição secular, os seus propósitos de fidelidade às origens, a Maçonaria manteve o mesmo pensamento e passou a construir seus Templos, em todas as partes do mundo, com iguais características. Então, nesse desiderato de convergir as preocupações de seus filiados para a aspiração mais objetiva de um verdadeiro engrandecimento espiritual, determinou que nos tetos de suas Lojas fossem aplicada a cor azul e se destacassem nuvens, estrelas e alguns planetas.

A abóbada azúlea de uma Loja Maçônica representa, destarte, em primeiro plano, o sentido de universalidade da Instituição. A cor azul predominante alí, passou a simbolizar a magnanimidade e lealdade provadas como virtudes que elevam a alma humana. O emprego dessa cor, na abóbada do Templo, sequencialmente, justifica a representação simbólica de todas as emulações dirigidas pelo bem e pelo amor fraternal divinizados.

Durante a intercorrência de suas reuniões templárias, acrescente-se, todos os membros dessa sublime Ordem - os maçons ativos - deverão ter sempre presente em suas cogitações, o significativo valor simbólico, decorrente da abóbada celeste, em sua imponente representação.

Nesse mesmo sentir, a distribuição das estrelas, nesse revestimento que encima o recinto, obedece à seguinte ordem:

Localizada mais ou menos no centro da abóbada, a constelação de Orion que, no viveiro celeste, fora do zodíaco, dá idéia de um gigante desenhado com oito estrelas da constelação dos Plêiades, que fazem forcejar os ombros imagináveis do touro, como inspira a sua disposição, motivo pelo qual precisa ser estudada e entendida, sobretudo.

As cinco Hiades, que lembram as Ninfas, filhas de Atlas, que tomaram por encargo a criação de Apolo, desde crianças, tem rico significado místico, merecendo a atenção de quantos estudam os assuntos ligados a Ordem, ou que convivem com os seus mistérios iniciáticos e seculares.

A conhecida Aldebarã, da constelação de touro, é a única de cor meio avermelhada, assinalando o olho direito da figura, em cujos ombros cintilam as Plêiades. Do outro lado, a meio caminho da constelação de Orion, mais par o nordeste, vê-se Régulo, da constelação de Leão; ao norte, o grupo da Ursa Maior, com sete estrelas, que é a constelação mais antiga, nos registros da Astronomia. Já foi chamada de "sete bois da lavoura", perdidos nas vastas pastagens dos Céus, dando orígem à palavra Setentrião; a nordeste, vê-se Arcturo, uma magnífica estrela de cor amarelo-dourado, que assinala o joelho esquerdo do "Boieiro", guarda dos "sete bois da lavoura" que forma a Ursa Maior; ao leste, a Spica, da constelação de virgem, que quer dizer "espiga", sempre à sombra da constelação de Leão; a oeste, Antares, uma soberba estrela vermelha, de brilho médio, da constelação de Escorpião, assinalando o lugar do coração; e, ao sul, a chamada Formalhaut, que é assinalada na mão direita da inofensiva figura de virgem.

Na parte situada sobre o Oriente da Oficina, o planeta Júpiter, o maior dos mundos de nosso sistema planetário, sete satélites escoltam sua grandeza, pois é sete vezes mais largo que a terra. Os nossos antepassados o qualificaram como o soberano dos deuses mitológicos, devido à nobre lentidão com que ele procura o zodíaco; ao ocidente, Vênus, cuja localização no espaço é entre a terra e Mercúrio, o mais próximo do Sol. É conhecida, também, como a estrela Pastor, a mais radiosa e mais brilhante do Céu. Os poetas gregos lhe deram, por essa razão, o nome de Deusa da Beleza, também chamada de Vesper ou estrela da tarde e Dalva ou estrela da manhã; próximo de Orion, está Saturno, com seus satélites, parte do mesmo sistema planetário a que pertencemos, irmão da terra, porque gira em torno dela, em função de seu equador à pouca distância de seu solo, há um vasto anel achatado e delgado, formando um imenso círculo em forma de cinto, seguido de um anel, protegido por um terceiro, como um arco gigantesco lançado por cima do planeta, com a posse de dez luas.

Assim, as estrelas falam do passado e contam velhas lendas, ilustradas por caprichosas imagens de quadros mitológicos, sem valor para a ciência, mas sobremaneira atraentes para os espíritos sonhadores. Muitos desses quadros, revivem as lembranças dos heróis, cantados por Homero, Hesíodo, Ovídio e, posteriormente, pelos egípicios e hindús, contempladores do espaço sidério.

Sem que se prejudique a visibilidade das estrelas, são intercalados os diversos fingimentos de nuvens, na abóbada. Na parte que corresponde ao Oriente, não é admitido esse gênero de decoração.

Nesse sentir, o aspecto que devem assumir as nuvens do Ocidente, é o assemelhado dos "ninhos" ou "cúmulos", bem pardacentas, com nuances mais carregadas para o lado sul. Na proporção que se vai aproximando do Meio-Dia (centro da Oficina, onde está a constelação de Orion), as nuvens deverão ir desaparecendo em nuances amenizadas, em forma de "stratos" e "cirros". Na altura das balaustradas, cessa a presença de nuvens, na abóbada do Templo.

Nesse mesmo sentir, ainda, a variação de tonalidade das nuvens, verifica-se à medida que se aproxima da parte correspondente ao Oriente. Este particular, simboliza a progressão dos conhecimentos adquiridos pelos iniciados. Desse modo, todas as tempestades e nebulosidades que pudessem afligí-los, ou abafar suas finalidades, as melhores da vida, vão desaparecendo, do mesmo modo, à medida que caminham para a frente. Na área alternada com o Oriente, não existe nuvem alguma e deve apresentar um panorama de perfeita tranquilidade. O maçom para chegar a merecer a localização no Oriente, faz-se naquele que completou o ciclo de toda aprendizagem, portanto apto para exercer a plenitude maçônica.

No verdadeiro Templo de Salomão, a parte que hoje corresponde ao Oriente das Lojas, lugar onde a Luz Eterna permanecia para irradiar, em todas as direções, era denominado de "Sanctun Sanctorun". Por esse motivo, todos a aceitavam como a área mais santa do Templo, cujo acesso era proibido aos profanos, só admitido o ingresso de Sacerdotes, assim mesmo àqueles que se sentissem embalados pela serenidade que os fizessem esquecer todas as inseguranças e imperfeições da vida comum.

O Venerável Mestre, como Chefe da Oficina e mestre intelecto de cada obreiro, fica colocado abaixo desse trecho da abóbada, oferecendo aos maçons membros, o ensinamento litúrgico de que a luz penetra, serena e inexoravelmente, onde se cultivam os dotes da inteligência e do saber, para sublimação do espírito sobre a matéria.

Acrescente-se, por oportuno, que fixando o olhar na abóbada do Templo, despersonalizado de sua vida tumultuada, afastado das preocupações profanas do dia-a-dia, todo maçom estudioso sentir-se-á colocado acima de todas as castas de sofrimentos morais e físicos. Contemplando-se na sua magnitude, à margem das ilusões terrenas, o maçom convencer-se-á, finalmente, da verdade inquestionável de que o Mestre dos Metres - o Grande Arquiteto do Universo - somente galardoará àqueles que saibam cumprir bem os seus deveres, como cidadão e como Obreiro da Arte Real.

As constelações estrelares, disseminadas pelo teto azulino do Templo dedicado à virtude, simbolizam os laços importantes que prendem todas as obras da criação, umas às outras, assim como a criatura ao seu Criador.

NOVA PEDRA BRUTA - Adilson Zotovici



Adilson Zotovici da ARLS Chequer Nassif  169 de S. Caetano do Sul é intelectual e um dos mais talentosos poetas da maçonaria brasileira.

Grande movimentação 

Por todos cantos obreiros

Encanto e comemoração

Dos neófitos aos canteiros


São os livres pedreiros 

Recebendo em doce labuta

Com instrumentos sobranceiros

Uma nova  pedra pedra  


Destra mão na batuta

O regente se desdobra

Numa condução arguta,

A atenção geral redobra 


Justos em cada manobra

O passo, antigo rito aceito

Harmoniosa segue a obra

Num compasso perfeito 


Houve concórdia no pleito

Em cada etapa superada

Que surge o brilho insuspeito

Se em bom trilho burilada 


Viagem inusitada,

Sendas de escuridão

E uma taça sagrada

Que perscruta o coração


Crucial à iniciação,

Muito além de azar ou sorte

Descobre-se a razão

E a definição de um norte 


Sim !!!...uma pedra forte 

Com coragem no trajeto,

Crendo não haver a morte

Com fé no Grande Arquiteto


Levada pois, com afeto,

Frente a grande portal

Qual seu juramento secreto

Breu, silêncio sepulcral...


...Brilho celestial 

Intensa Luz surgida

À  caminhada fraternal

Que nesta escalada é a lida 


Glória !... uma nova vida 

Pedra bruta que exulta

Transitar  pedra polida...

Inda há pouco pedra oculta !



outubro 18, 2021

O MAÇOM E A VERDADE, UMA REFLEXÃO - Marcos Oliveira



Nós Maçons temos como objetivos:

 _“…A investigação da verdade, o exame da moral e a prática das virtudes.” 

_E que a Maçonaria “não põe nenhum obstáculo ao esforço dos seres humanos na busca da verdade, nem reconhece outro limite nessa busca senão o da razão com base na ciência.” (O que é Maçonaria – OBJETIVOS – sites do GOB, COMAB e CMSB)

Ora, se o maçom é instado a ser um eterno buscador da verdade, deve ele, então, ter como primeiro questionamento o que seja a verdade, pois não se busca aquilo que não se conhece ou que, ao menos, conheça a definição da mesma, senão corre-se o risco de passar a margem dela e não a reconhecer.

Mas o que é, então, a verdade?

Primeiramente devemos ter em conta que esta é uma pergunta que é feita desde os tempos dos antigos filósofos na Grécia.

Para Aristóteles verdade é “dizer do que é que ele é e do que não é que ele não é”.

Para Platão a verdade é algo ininteligível, incapaz de ser alcançado, mas que deve sempre ser buscado. 

Platão afirmava que a Inteligência (conhecimento) e a Verdade (o que é) são as fronteiras do mundo inteligível que permeiam O Criador (GADU).

Na Bíblia, no Novo Testamento, lemos que durante o julgamento de Jesus este diz taxativamente que:

_“…Vim ao mundo para dar testemunho da verdade…” (João 18, 37). 

Ao que Pilatos pergunta:

_“Quod est veritas?” (que é a verdade?)…

O autor do Livro Sagrado não enuncia nenhuma resposta.

Vemos, então, que o conceito da verdade está estreitamente interligado ao conceito do conhecimento.

Para Immanuel Kant “o conhecimento só é possível porque o homem possui faculdades que o tornam possíveis” (Critica a Razão Pura – 1781).

Recorrendo-se às definições atuais da Teoria do Conhecimento, podemos dizer que existem três formas de interpretarmos a verdade:

1 – pelo conhecimento moral;

2 – pelo conhecimento cognitivo;

3 – pelo conhecimento ontológico.

O conceito da verdade moral denota em honestidade e justiça, ou seja, dignidade e fidelidade. 

Em Maçonaria é “levantar templos as virtudes (disposição constante para a prática do bem)”.

Já o conceito da verdade cognitiva ou lógica se refere ao ato de manifestarmos aquilo que foi experimentado e que é, portanto, imutável. 

Por isto em nossas Lojas deve-se estimular aos obreiros a se expressarem na apresentação de Trabalhos ou na fala quando da “Palavra a Bem da Ordem”. 

É o exercício do expressar-se respeitosamente mesmo na discordância.

Define-se por verdade ontológica (do grego ontos e logoi “conhecimento do ser”) aquilo que é inerente a natureza do ser, da realidade e da existência.

Entretanto vimos em nosso primeiro parágrafo que na Maçonaria, devemos chegar a verdade pelo uso da razão com base na ciência, não sendo este método, então, nem pautado pelo conhecimento moral e nem pelo conhecimento ontológico, mas, sim, pelo conhecimento cognitivo ou científico. 

É nele que devemos nos ater.

Numa entrevista concedida ao escritor James Murphy e ao matemático John William Sullivan, em 1930, afirmou Einstein: 

... “Todas as especulações mais refinadas no campo da ciência provêm de um profundo sentimento religioso; sem esse sentimento, elas seriam infrutíferas”... 

E em outro texto afirma o vaticinado cientista: 

... “A ciência sem a religião é manca; a religião sem a ciência é cega”... 

Mencionamos as frases acima para corroborar com a visão atual dos cientistas quânticos que afirmam que para se fazer ciência é necessário ter fé… 

Parece uma afirmação antagônica, mas não o é de fato.

Claro que esta fé não é necessariamente religiosa, mas se diz ser uma certeza científica.

Ou seja, o cientista acredita piamente naquilo que ele pesquisa, mas que não pode provar (ainda). 

Isto é fé não ciência. 

Era isto que Einstein queria dizer.

Uma nova teoria só se torna cientifica quando é inteiramente demonstrada e comprovada pelo uso de equipamentos. (Senão ela estará no campo da filosofia e da fé por isso a Teoria do Big Bang ainda está no campo teórico, pois é praticamente impossível sua comprovação material).

Na Teoria da Construção do Pensamento, os conceitos surgem nos planos das idéias (o empírico), seguido da análise (abstrato) chegando-se, por fim, a sua conclusão (o concreto).

O Maçom, como buscador da verdade, deve sempre questionar a tudo e a todos. 

Assim como faziam os Alquimistas, o Maçom deve submeter todo conhecimento e experimentação ao seu Athanor, seu laboratório interior. 

Sua razão deve ser pautada pela ciência sem a influência das paixões.

Em Maçonaria exige-se apenas a fé em uma única Verdade: A existência de um único princípio criador, regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual se dá, o nome de GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO (GADU a Verdade absoluta).

É nos braços desta Verdade que o Maçom deve se colocar de forma pueril e inocente. 

Como uma criança o Maçom deseja compreender os desígnios e atos desta Verdade. 

Entretanto, a cada um individualmente, esta Verdade se revela (ou melhor desvela) de forma particular (verdade relativa).

A Física Quântica chegou para demonstrar que o observador influencia o objeto observado, diferentemente do que se afirmava na física cartesiana. 

Esta ciência coloca o homem no centro do Cosmos (Homocentrismo).

A própria ciência se tornou vítima do seu sucesso: afinal, se o seu objetivo é descrever a realidade e essa realidade é subjetiva, devem existir tantas ciências quanto há observadores.

É neste emaranhado de teorias que o Maçom é chamado a buscar e encontrar a sua verdade.

Bom dia meus irmãos pesquisadores da VERDADE. 


COISAS SIMPLES - Newton Agrella





Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante, um dos mais renomados intelectuais da maçonaria.

Não precisa ser culto, esperto ou inteligente..

Basta olhar pros lados e ver que estamos cercados de gente.

Gente de todo tipo, cor e credo.

Gente que enxerga as coisas com os olhos d'alma e outras com um fosco olho de vidro.

Há gente de toda espécie.

Os que gostam de achar, e os que acham que gostam.

Há os que fazem ares de sabedoria, mas lá no fundo não entendem nada.

Encontramos os que ficam quietos e preferem ser testemunhas do silêncio.

Em contrapartida, há os que fazem muito barulho, porém não comparecem.

Sim, há de tudo um pouco e um pouco de tudo no universo humano.

Se de algum modo uns  preferem descascar a laranja da direita pra esquerda, outros entendem que se descascá-la no sentido contrário, seu sabor será mais intenso.

Fato é, que ninguém agrada a todos o tempo todo.

E ainda bem.  Senão  a vida não faria o menor sentido.

O valor da nossa existência é produto de nossas experiências.

Todos temos um raio de alcance e as nossas frontreiras.

Nossa capacidade de compreensão é variável  e se ancora no interior de cada um.

Não se mede o que se expressa pelo número de palavras, mas pelo conteúdo que a mensagem encerra.


outubro 17, 2021

OS DEZ APELOS DO APRENDIZ MAÇOM



I. Ensina-me Mestre, a desbastar minha pedra bruta, com a prática que adquiristes ao desbastar Tua própria pedra.

II.  Ensina-me Mestre, a caminhar na marcha do meu grau, no grande Templo Maçônico, que é o mundo lá fora, caminhando Tu, à minha frente, como meu líder, nos caminhos do Bem, da Verdade e da Justiça.

III. Ensina-me Mestre, a ser livre de vaidades, ambições e servilismos que amesquinham o homem, vendo eu em Ti, o Mestre livre de tais sentimentos.

IV. Ensina-me Mestre, o dom que tens de perdoar, esquecer e compreender as fraquezas de todos os homens, enaltecendo suas virtudes, para que eu, como teu discípulo, possa também saber perdoar, esquecer e compreender as fraquezas de todos os homens, enaltecendo suas virtudes.

V. Ensina-me Mestre, a trabalhar como trabalhas, anonimamente, em favor de uma boa causa, fugindo como Tu foges, dos aplausos frívolos, fáceis e das honrarias vulgares.

VI. Ensina-me Mestre, os bons costumes pelos quais temos de saber ouvir e de saber calar nos momentos certos, mas principalmente o dom, que temos de lutar em favor dos que clamam por pão e justiça social.

VII. Ensina-me Mestre, a ser como Tu és, a todos os momentos, um simples, mas forte tijolo da Ponte de União entre os homens, e nunca um ponto de discórdia entre eles.

VIII. Ensina-me Mestre, a cultivar em meu coração, todo o respeito e amor que cultivas entre os homens, e principalmente com Tua família, para que possa, cada vez mais, espelhado em Ti, respeitar a todos os homens e amar em toda a extensão da palavra, minha família.

IX. Ensina-me Mestre, toda Tua bravura, destemor e honradez para defender a Liberdade e a Soberania da nossa Pátria, para que eu possa, a qualquer momento, ao Teu lado e contigo, lutar e morrer em sua defesa.

X. Ensina-me Mestre, tudo isso, enfim, sem vaidades, ostentações ou vãs palavras, que se perdem ao vento, mas simplesmente com Teus próprios exemplos, para que eu possa um dia, ser reconhecido como um verdadeiro Mestre-Maçom.

Autor desconhecido

ORDEM MAÇONICA MISTA "LE DROIT HUMAIN"




Le Droit Humain - No Brasil

O movimento maçônico misto "Le Droit Humain" no Brasil teve início a partir de 1918, quando maçons de Obediências masculinas, e mesmo alguns profanos, buscavam condições para a implantação de uma Loja de "Le Droit Humain" em território brasileiro. Foi então fundada uma Loja no Rio de Janeiro, sob a denominação de ANITA GARIBALDI.

Em princípios de 1919, o Muito Ilustre e Poderoso Irmão Luiz Pascal 33º, Grande Inspetor Geral, e sua mulher, a Ilustre Irmã Madame Pascal, ambos pertencentes à "Le D.H." na Argentina, visitaram o Brasil e, no Rio de Janeiro, entraram em contato com outro Ilustre membro de "Le D.H.", o Irmão Joaquim Velasco, viajante espanhol que aqui se encontrava fazendo um estágio profissional.

Esses Ilustres Irmãos iniciaram entendimentos com o Irmão Giovanni Leoni, maçom do Grande Oriente do Brasil, que, por sua vez, reuniu os simpatizantes Aleixo Alves de Souza, Maria Soledade Lopes, Décio Richard, além de outros cujos registros infelizmente se perderam.

Tomadas as necessárias providências de caráter maçônico, com a filiação de alguns e a Iniciação e Elevação de graus de outros, o grupo, sob a autoridade do Muito Ilustre e Poderoso Irmão Pascal 33º, promoveu, em 6 de junho desse mesmo ano, a formação da Loja simbólica mista "Le Droit Humain" no Rio de Janeiro, à época Capital Federal, com a denominação de Loja ÍSIS, que tomou o número 651 no rol do nosso Supremo Conselho, tornando-se assim Loja Mãe do trabalho da Maçonaria Mista no Brasil e que hoje completa seu Primeiro Século de Trabalho Maçônico no Brasil.

Entre os anos de 1923 e 1927, várias Lojas foram fundadas nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro e novo alento se fez presente entre os maçons de "Le D.H.", e o entusiasmo levou o Irmão Aleixo a tomar medidas no sentido de levar o trabalho a outros Estados.

Reuniu então, nas cidades de São Paulo e Santos, um bom número de interessados. Viajou àquelas cidades e, em 04 de janeiro de 1924, presidiu a sessão de fundação da Loja Horus nº 652 "Le D.H.", em São Paulo na qual participaram, na qualidade de fundadores, a Irmã Carmine Debruzzi e os Irmãos Henrique de Macedo, Leopoldo dos Santos e Joaquim Soares de Oliveira, que haviam sido filiados, e mais as Irmãs Amélia Perestrello da Câmara, Clara A. Pereira, Rosina Nogueira Soares, Virgínia S. Montelobo, Maria Júlia de Oliveira Algodoal, e os Irmãos Antonio Pereira Franco, Virgilio Goulart Penteado, Affonso de Oliveira Santos, José Lombardo, Ernesto Kreeberg, José Siqueira, Benedicto Ribeiro, Joaquim Ancillon de Alencar Barros, Henrique Serra, Pedro Albues Rodrigues Xavier, Francisco de Alcântara Quartier, Carlos Bruhns, Joaquim Gervásio de Figueiredo, Armando de Barros Taveira e Moacyr Bruhns, todos iniciados pelo Irmão Aleixo, aos quais também comunicou os graus de Companheiro e Mestre.

Dois dias após, aindasob o seu comando, seguiu uma caravana à cidade de Santos-SP, onde foi fundada outra Loja, que tomou a denominação de Loja Osíris nº 653 "Le D.H.". Hoje, esta Loja se reúne na cidade de São Paulo.

Com o progresso alcançado, em 1924 o Irmão Aleixo Alves de Souza foi nomeado Delegado do Supremo Conselho para a Jurisdição Brasileira, cargo que ocupou até 1925, época que, tendo se filiado à ordem o Muito Ilustre Irmão Paulino Diamico 33º, o Irmão Aleixo propôs que lhe fosse transferido o cargo de Delegado do Supremo Conselho, em vista de sua mais alta graduação maçônica à época. O Irmão Diamico exerceu essas funções desde 1925 até 1929.

Ainda em 1924, ao visitar São Luiz, capital do estado do Maranhão, o Ilustre Irmão Giovani Leoni lá deixou lançada a semente dos ideais de nossa Ordem, que viria germinar pouco depois com a chegada do Irmão Raymundo Damasceno Ferreira, que movimentou uma plêiade de Irmãos e simpatizantes, inclusive o Muito Ilustre Irmão Edmundo José Fernandes 33º, que se interessou vivamente pelo trabalho, passando a liderar o grupo com o apoio de sua esposa, a Irmã Zulmira Miranda Fernandes.

Em 03 de maio de 1925, realizaram a primeira reunião preparatória para a formação de uma Loja mista, que tomou a denominação de Loja Lótus nº 654 "Le D.H.".

Também em 1925 foi fundada na cidade de Pelotas, estado do Rio Grande do Sul, a Loja Cruzeiro do Sul nº 655 "Le D.H.", sendo seu grande incentivador o Muito Ilustre Irmão Rubens de Freitas Weine 33º. Nesse mesmo ano foi fundada uma Loja Loja Benta Pereira em Fortaleza-CE, que tomou o n° 656.

De 1925 a 1929, o Triângulo Administrativo da Jurisdição Brasileira esteve assim constituído: Presidente – Maria Adelaide Soledade Lopes 33º; Secretário – Estevam Botelho 4º e Tesoureiro – Zaqueu Penha Garcia 18º.

Seguiu-se um período conturbado, em virtude das invasões alemãs, na Europa.

No ano de 1926, foi fundada a Loja Marie Deraismes nº 657 "Le D.H.", na cidade de Salvador, no estado da Bahia.

Em 1927 surgem três novas Lojas: uma na cidade de Santa Vitória do Palmar, denominada Loja Lótus Branco nº 658 "Le D.H." , outra na cidade de Porto Alegre, denominada Loja Verdade e Justiça nº 659 "Le D.H.", ambas no estado do Rio Grande do Sul, estando à frente dos trabalhos o Muito Ilustre Irmão Afonso Guerreiro Lima 33º, na qualidade de Comissário credenciado. Ele realizou a instalação das Lojas citadas. E a terceira na cidade de Itapicuru-Mirim, no estado do Maranhão, denominada Loja Hiram nº 660 "Le D.H.", graças ao esforço do Muito Ilustre Irmão Edmundo José Fernandes 33º, que realizou a sua instalação.

No ano seguinte, em 1928, foi fundada a Loja Íris nº 661 "Le D.H.", na cidade de Coroatá, também no estado do Maranhão.

Em 1933, foi fundada a Loja Amor e Verdade n° 663 "Le D.H.", em Santana do Livramento-RS, e em 1934 a Loja Amen-Rá n° 665 "Le D.H.", em Niterói, posteriormente transferida para a cidade do Rio de Janeiro.

Ainda no ano de 1928, no Rio de Janeiro, as Irmãs e Irmãos Paulino Diamico, Aleixo Alves de Souza, Lourenço de Mattos Borges, Augusto de Paula Bahia, Maria Adelaide Soledade Lopes, Zaqueu Penha Garcia, Alberto Miller Barbosa, Luiz Adelino de Mendonça Peixoto, Pedro Álvares Coutinho e Delorges d’Ávila Kauffmann, promoveram a formação da primeira Oficina do grau 18º de "Le D.H." no Brasil.

Assim, no dia 21 de abril de 1928, foi fundado o Soberano Capítulo Rosa Cruz Amizade nº 82, no Vale do Rio de Janeiro.

 A 21 de outubro desse mesmo ano, chegava ao Rio de Janeiro, em visita, o Muito Respeitável Irmão C. Jinarajadasa 30º, que, devidamente autorizado pelo Supremo Conselho "Le D.H.", procedeu a consagração solene do referido Capítulo.

FUNDAÇÃO DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA "LE DROIT HUMAIN"

No ano seguinte, em 1929, as Lojas da Jurisdição Brasileira fundaram a Federação Brasileira "Le Droit Humain", tendo como Presidente o Muito Ilustre e Poderoso Irmão Paulino Diamico 33º, Representante do Supremo Conselho; como Grande Secretária a Muito Ilustre Irmã Maria Adelaide Soledade Lopes 33º e como Grande Secretário Adjunto o Respeitável Irmão Lourenço de Matos Borges, 26º.

Em 1935, diante do conturbado quadro político de perseguições a Maçonaria no Brasil, a Federação, permaneceu apenas agrupada sob a forma de Jurisdição, tendo o Supremo Conselho nomeado um Delegado para dirigir os trabalhos.

Em virtude da ocupação da França pelos alemães, o Supremo Conselho, cuja sede era em Paris, deixou temporariamente de desempenhar suas atividades, sendo que o trabalho da Maçonaria Mista em todo o mundo foi exercido pela constituição de três Supremos Conselhos, com sedes respectivamente em Londres (Inglaterra), Lakespur (Estados Unidos) e Adyar (Índia).

 Nessa ocasião o Irmão Aleixo foi novamente escolhido para Delegado da Ordem no Brasil, pelo Supremo Conselho estabelecido nos Estados Unidos.

Com a fim da Guerra, os três Supremos Conselhos que haviam dirigido os trabalhos durante esse período crítico, encerraram suas atividades para a reconstituição do Supremo Conselho Único de Paris, a quem, como anteriormente, caberia a direção geral da Ordem Maçônica Mista Internacional no mundo inteiro.

 Dois anos depois, foi realizada em Paris uma grande Convenção da Ordem, que alterou a sua Constituição, passando a Ordem a ser regida pela Constituição de 1947.

No Brasil, com a passagem para a Grande Loja Eterna do Muito Ilustre Irmão Aleixo Alves de Souza 33°, Representante do Supremo Conselho no Brasil, em agosto de 1968 foi eleito o Irmão João Conrado de Castro Ponte, para o seu lugar, cargo que ocupou até junho de 2002.

Durante a gestão do Muito Ilustre Irmão João Conrado de Castro Ponte, a Federação Brasileira mudou da Rua de Santana, n° 123, sobrado, Centro, Rio de Janeiro, para sua atual sede, adquirida na Rua Álvaro Alvim, 24 / 13° andar - Cinelândia, onde se encontra o seu Templo, graças aos esforços dos Irmãos Braz Cosenza e Sebastião Henriques.

Entre os anos de 1997 e 2004 foi adquirido o conjunto 1104 e 1104, onde hoje se acha instalado o Gabinete do Representante do Supremo Conselho, a Diretoria Financeira e o Centro de Processamento de Dados, todos nesse mesmo prédio.

Em 1991 a Federação Brasileira recebeu a visita do Sereníssimo Grão Mestre, Muito Poderoso Soberano Grande Comendador M. Il. Ir. Marc Grosjean, e sua esposa, a Ilustre Irmã Louise Grosjean, por ocasião da realização do 1° ELA – Encontro Latino Americano e Caribenho, na cidade de Nova Friburgo-RJ.

Em 07 de dezembro de 2003 foi criado o Conselho Nacional, órgão administrativo da Federação Brasileira, composto de 15 (quinze) Membros, sendo 14 (quatorze) eleitos pela Convenção Nacional, mais um Membro indicado pelo Grande Conselho, que exerce a presidência.

No ano de 2003, durante a Convenção anual realizada no mês de outubro, na cidade do Rio de Janeiro, a Federação Brasileira recebeu a visita do Sereníssimo Grão Mestre, Muito Poderoso Soberano Grande Comendador o M. Il. Ir. Njördur Njardvik 33º, e de sua esposa, a Muito Ilustre Irmã Bera Thórisdóttir 33°, da Federação Islandesa.

Nessa mesma data, foi também criado o Areópago Nacional, composto por 13 (treze) Membros, sendo 12 (doze) eleitos pela Convenção Nacional, mais um Membro do Consistório, que exerce a presidência. Ele tem como finalidade zelar pelo bom cumprimento dos trabalhos das Oficinas do 4° ao 30° graus.

Em 25 de setembro de 2004 foi aprovado o novo Regulamento Geral da Federação Brasileira da Ordem Maçônica Mista Internacional "Le Droit Humain" e o novo Estatuto da Federação Brasileira. Um novo Regulamento Geral e um novo Estatuto está em aprovação no Supremo Conselho.

Em 30 de abril de 2005 foi criado o Núcleo de Estudos "Le Droit Humain", depois denominado CENTRO CULTURAL "LE DROIT HUMAIN", com o objetivo de promover estudos que abrangem os diversos campos do conhecimento humano, realizar palestras públicas e editar Cadernos de Estudos, entre outros.

Preparando a Federação Brasileira de Le Droit Humain para um novo ciclo de expansão e desenvolvimento é eleito como  Representante do Supremo Conselho no Brasil, em maio de 2013 o Muito Poderoso Grande Comendador Irmão Israel Denis 33o.

Durante sua gestão a Federação Brasileira de Le Droit Humain adota uma estrutura modernizada e participativa, ampliando a participação das representações regionais e do Conselho Nacional, incentivo ao crescimento e a ampliação da presença Le Droit Humain em nosso país.

Paralelamente o Muito Poderoso Grande Comendador Irmão Israel Denis 33o, como  Representante do Supremo Conselho apoia também a expansão, estruturação e consolidação de Lojas, Juridições e Federações de Le Droit Humain por toda a America do Sul e Central.

O Muito Poderoso Grande Comendador Irmão Israel Denis 33o, é reeleito em maio de 2017 para mais um mandato como  Representante do Supremo Conselho no Brasil aceitando o desafio de continuar o desenvolvimento de Le Droit Humain e principalmente de consolidar a história de 100 anos da maçonaria mista no Brasil dando a ela a voz necessária na sociedade como Entidade de desenvolvimento humano, elevadora de valores e defensora incansável da ética e da justiça.

Esta é a Ordem Maçônica Mista Internacional "Le Droit Humain" - Federação Brasileira.

outubro 16, 2021

MORAL & DOGMA - Albert Pike





A Maçonaria possui em sua filosofia um ensinamento que pode ser expresso num simples ditame: 

*"Proteja os oprimidos dos opressores; e dedique-se a honra e aos interesses de seu País"*. 

Maçonaria não é especulativa nem teórica, mas experimental, não sentimental, mas prática. 

Ela requer renúncia e autocontrole. 

Ela apresenta uma face severa aos vícios do homem e interfere em muitos de nossos objetivos e prazeres. 

Penetra além da região do pensamento vago; além das regiões em que moralizadores e filósofos teceram suas belas teorias e elaboraram suas esplendidas máximas, alcançando as profundezas do coração, repreendendo-nos por nossa mesquinhez, acusando-nos de nossos preconceitos e paixões e guerreando contra nossos vícios.

É uma luta contra paixões que brotam do seio dos mais puros sentimentos, um mundo onde preconceitos admiráveis contrastam com práticas viciosas, de bons ditados e más ações; onde paixões abjetas não são apenas refreadas pelos costumes e pelos cerimoniais, mas se escondem por trás de um véu de bonitos sentimentos.

Este solecismo tem existido por todas as épocas. 

O sentimentalismo católico tem muitas vezes acobertados a infidelidade e o vício. 

A retidão dos protestantes apregoa, frequentemente, a espiritualidade e a fé, mas negligencia a verdade simples, a candura e a generosidade; e a sofisticação do racionalismo ultraliberal em muitas ocasiões conduz ao céu em seus sonhos, mas chafurda na lama de suas ações.

Por mais que exista um mundo de sentimentos maçônicos, ainda assim ele pode ser um mundo onde ela esta ausente. Ainda que haja um sentimento vago de caridade maçônica, generosidade e desprendimento, falta a pratica ativa da virtude, da bondade, do altruísmo e da liberalidade. 

A Maçonaria assemelha-se aí às luzes frias, embora brilhantes. 

Há clarões ocasionais de sentimentos generosos e viris, um esplendor fugaz de pensamentos nobres e elevados, que iluminam a imaginação de alguns. 

Mas não há o calor vital em seus corações.

Boa parte dos homens tem sentimentos, mas não princípios. 

Os sentimentos são sensações temporárias, enquanto os princípios são como virtudes permanentemente impressas na alma para seu controle. 

Os sentimentos são vagos e involuntários; não ascendem ao nível da virtude. Todos os têm. 

Mas os princípios são regras de conduta que moldam e controlam nossas ações. Pois é justamente neles que a Maçonaria insiste.

Nós aprovamos o que é certo, mas geralmente fazemos o que é errado; esta é a velha história das deficiências humanas. Ninguém encoraja e aplaude injustiça, fraude, opressão, ambição, vingança, inveja ou calúnia; ainda assim, quantos dos que condenam essas coisas são culpados delas, eles mesmos. 

Já nos foi dito: 

*“Homem, quem quer que sejas, se julgas, para ti não há desculpa, porque te condenas a ti mesmo, uma vez que fazes exatamente as mesmas coisas.”* 

É surpreendente ver como os homens falam das virtudes e da honra e não pautam suas vidas nem por uma nem por outra. 

A boca exprime o que o coração deveria ter em abundância, mas quase sempre é o reverso do que o homem pratica.

Os homens podem realmente, de um certo modo, interessar-se pela Maçonaria, mesmo que muitos deficientes em virtudes. 

Um homem pode ser bom em geral e muito mau em particular: bom na Loja e ruim no mundo profano, bom em público e mau para com a família. 

Muitos desejam sinceramente ser bons Maçons. 

Mas é preciso que resistam a certos estímulos, que sacrifiquem certos caprichos. 

Como é ingrato aquele que morre medíocre, sem nada fazer que o glorifique para os Céus. 

Sua vida é como árvore estéril, que vive, cresce, exaure o solo e ainda assim não deixa uma semente, nenhum bom trabalho que possa deixar outro depois dele! 

Nem todos podem deixar alguma coisa para a posteridade, mas todos podem deixar alguma coisa, de acordo com suas possibilidades e condições.

Quem pretender alçar-se aos Céus, sozinho dificilmente encontrará o caminho. A operosidade jamais é infrutífera. 

Senão trouxer alegria com o lucro, ao menos, por mantê-lo ocupado, evitará outros males. 

Têm-se liberdade para fazer qualquer coisa, devemos encara-la como uma dádiva dos Céus; têm-se a predisposição de usar bem esta liberdade, então é uma dádiva da Divindade.

Maçonaria é ação, não inércia. Ela exige de seus iniciados que trabalhem, ativa e zelosamente, para o benefício de seus Irmãos, de seu país e da Humanidade. 

É a defensora dos oprimidos, do mesmo modo que consola e conforta os desafortunados.

Frente a ela é muito mais honroso ser o instrumento do progresso e da reforma do que se deliciar nos títulos pomposos e nos autos cargos que ela confere. 

A maçonaria advoga pelo homem comum no que envolve os melhores interesses da Humanidade. 

Ela odeia o poder insolente e a usurpação desavergonhada. 

Apieda-se do pobre, dos que sofrem, dos aflitos; e trabalha para elevar o ignorante, os que caíram e os desafortunados. 

A fidelidade à sua missão será medida pela extensão de seus esforços e pelos meios que empregar para melhorar as condições dos povos. 

Um povo inteligente, informado de seus direitos, logo saberá do poder que tem e não será oprimido. 

Uma nação nunca estará segura se descansar no colo da ignorância. 

Melhorar a massa do povo é a grade garantia da liberdade popular.

Se isto for negligenciado, todo o refinamento, a cortesia e o conhecimento acumulado nas classes superiores perecerão mais dia menos dia, tal como capim seco no fogo da fúria popular. 

Não é a missão da Maçonaria engajar-se em tramas e conspirações contra o governo civil. 

Ela não faz propaganda fanática de qualquer credo ou teoria; nem se proclama inimiga de governos. 

Ela é o apostolo da liberdade, da igualdade e da fraternidade. 

Não faz pactos com seitas de teóricos, utopistas ou filósofos. 

Não reconhece como seus iniciados aqueles que afrontam a ordem civil e a autoridade legal, nem aqueles que se propõem a negar aos moribundos o consolo da religião. 

Ela se coloca à parte de todas as seitas e credos, em sua dignidade calma e simples, sempre a mesma sob qualquer governo.

A maçonaria reconhece como verdade que a necessidade, assim como o direito abstrato e a justiça ideal devem ter sua participação na elaboração das leis, na administração dos afazeres públicos e na regulamentação das relações da sociedade. 

Sabe o quanto à necessidade tem por prioridade nas lidas humanas.

A maçonaria espera e anseia pelo dia em que todos os povos, mesmo os mais retrógrados, se elevem e se qualifiquem para a liberdade política, quando, como todos os males que afligem a terra, a pobreza, a servidão e a dependência abjeta não mais existirão. 

Onde quer que um povo se capacite à liberdade e a governar-se a si próprio, ai residem as simpatias da Maçonaria.

A Maçonaria jamais será instrumento de tolerância para com a maldade, de enfraquecimento moral ou de depravação e brutalização do espírito humano. O medo da punição jamais fará do maçom um cúmplice para corromper seus compatriotas nem um instrumento de depravação e barbarismo.

Onde quer que seja, como já aconteceu, se um tirano mandar prender um crítico mordaz para que seja julgado e punido, caso um maçom faça parte do júri cabe a ele defende-lo, ainda que à vista do cadafalso e das baionetas do tirano.

O maçom prefere passar sua vida oculto no recesso da penumbra, alimentando o espírito com visões de boas e nobres ações, do que ser colocado no mais resplandecente dos tronos e ser impedido de realizar o que deve. 

Se ele tiver dado o menor impulso que seja a qualquer intento nobre; se ele tiver acalmado ânimos e consciências, aliviado o jugo da pobreza e da dependência ou socorrido homens dignos do grilhão da opressão; se ele tiver ajudado seus compatriotas a obter paz, a mais preciosa das possessões; se ele cooperou para reconciliar partes conflitantes e para ensinar aos cidadãos a buscar a proteção das leis de seu país; se ele fez sua parte, junto aos melhores e pautou-se pelas mais nobres ações, ele pode descansar, porque não viveu em vão.

A Maçonaria ensina que todo poder é delegado para o bem e não para o mal do povo. 

A resistência ao poder usurpado não é meramente um dever que homem deve a si próprio e a seu semelhante, mas uma obrigação que ele deve a Deus para restabelecer e manter a posição que Ele lhe confiou na criação. 

O maçom sábio e bem informado dedicar-se-á à Liberdade e a Justiça. 

Estará sempre pronto a lutar em sua defesa, onde quer que elas existam. 

Não será nunca indiferente a ele quando a Liberdade, a sua ou a de outro homem de mérito, estiver ameaçada.

O verdadeiro maçom identifica a honra de seu país como a sua própria. 

Nada conduz mais à glória e à beleza de um país do que ter a justiça administrada a todos de igual modo, a ninguém negada, vendida ou preterida.

Não se esqueçam, pois daquilo a que você devotou quando entrou na Maçonaria: defenda o fraco contra o truculento, o destituído contra o poderoso, o oprimido contra o agressor! 

Mantenha-se vigilante quanto aos interesses e à honra de teu país! 

E possa o Grande Arquiteto do Universo dar-lhe a força e a sabedoria para mantê-lo firme em seus altos propósitos.

O ESPLENDOR DO RITUAL DE EMULAÇÃO - Reinaldo de Freitas Lopes



Meus queridos e amados irmãos , como descritivo a minha Prancha de hoje , Emulação não é um Rito. 

*Características do ritual*:

Em relação a outros rituais, em especial ao praticado no Rito Escocês Antigo e Aceito que é o mais comum no Brasil, o Ritual de Emulação pode ser resumido como *espartano* , ou seja, as Lojas tem menos adereços especiais, os procedimentos são mais objetivos, as cerimônias são mais enxutas.

A maçonaria como ciência iniciática se exterioriza de várias formas diferentes, propiciando uma verdadeira universalidade de ritos e rituais. 

A maçonaria Inglesa, sendo o berço do sistema obediencial que atualmente praticamos, influenciou diretamente na criação de todas as potências que a sucederam e também os ritos que vieram a ser criados posteriormente. 

Não podemos compreender o rito ou ritual como um fim em si mesmo, mas, sem dúvida, foi a forma que a Maçonaria buscou para transmitir seus conhecimentos aos seus iniciados e, desta forma, passou a ser a Escola de Moral e Princípios mais interessante e completa que a sabedoria humana criou.

*ORIGEM DO RITUAL EMULAÇÃO*

Criada a Grande Loja Unida da Inglaterra – GLUI suas cerimônias basearam-se nos métodos de trabalho dos “antigos” que se autodenominavam maçons de “York”. 

O Real Arco passa a ser aceito e funciona em Capítulos separados, porém ligados, a potência principal. Ainda segundo ANATOLY após a unificação foi criada uma Loja de Reconciliação de forma a produzir um ritual padrão a ser usada por toda a obediência. 

Por dois anos esta Loja deliberou sobre a forma correta de praticar as cerimônias sendo que em 1816 suas recomendações foram aceitas pela Grande Loja e sua prática determinada para todas as Lojas.

Tradicionalmente a GLUI não permite a impressão de qualquer ritual, sendo seu conteúdo passado somente oralmente, o que de certa forma ocasionou pequenas alterações locais. 

De qualquer modo após três anos de apresentações ininterruptas o ritual foi praticamente padronizado em toda a Inglaterra. 

No Ritual de Emulação  dá-se muita importância para a exatidão das posturas, das falas e dos sinais. Exige-se que todas as falas sejam feitas de cor e bem encenadas, o que confere um ar de elegância e dignidade especial às cerimônias. 

Em relação ao Rito York ........             (o americano, naturalmente) ressalta-se grandes diferenças na indumentária e na disposição do mobiliário da Loja: 

No York o mestre sempre usa chapéu (tipo Bonaparte), o avental não tem os círculos ou taus de distinção de grau. O cargo de mestre de cerimônias chama-se Marechal, e não existe a figura do guarda interno. 

O livro sagrado fica aberto em uma mesa triangular no centro da sala rodeada por 3 candelabros, no lugar onde o Emulation recomenda a colocação da tábua de delinear. Diferente do que muita autoridade maçônica no Brasil acredita, o Ritual do Rito  York nos graus simbólicos (os três primeiros) é muito diferente dos rituais ingleses atuais (em especial do Ritual de Emulação), pois foi criado a partir do Ritual praticado pela extinta Grande Loja dos "Antigos", e sofreu muitas alterações desde então. 

E enquanto o rito inglês é eclético, o Rito  York exige que o candidato seja cristão, para que possa atingir os mais altos graus - vide Duncan's Monitor (York) e Emulations First Degree , um dos motivos pelo qual , eu Mestre Reinaldo , sempre tenho apontado a atenção em muitas oficinas e encontrar-me sempre em esparrelas as quais já foram abolidas de meu proceder em deliberações dentro ou fora de lojas maçônicas .

*Onde é mais comum o Ritual de Emulação???*

O ritual de Emulação é o mais adotado na Inglaterra. E lá, concorre com rituais muitíssimos parecidos, que são patrocinados por outras Lojas de Instrução, tais como Stanford, Bristol, Stability, Taylor's, etc. Na prática a diferença entre esses rituais ingleses são apenas algumas palavras em todo o cerimonial. 

De uma forma geral diz-se que o Ritual na Inglaterra é simplesmente o *Craft*. 

É o mais comum também em outras ex-possessões inglesas, tais como Índia, Nova Zelândia e Austrália. Nos EUA, no entanto, apenas algumas poucas lojas adotam esse Ritual.

Desta forma com o trabalho constante da Loja Emulação de Aperfeiçoamento funciona como “curadora” do emulation ritual em todo o mundo, não interferindo na autonomia das Potências ou Lojas, no caso do sistema Inglês, quanto às adaptações julgadas necessárias, porém garantindo condições de uniformidade ao nortear todas as práticas ligadas ao ritual, desde 1823.

Antes , porém para não encerrar a extravias de cultura e informação , aqui exporei definições para :- Ritual:

Ritual é o conjunto de práticas consagradas por tradições, costumes ou normas, que devem ser observadas de forma invariável em determinadas cerimônias , sim é uma cerimônia através da qual se atribuem virtudes ou poderes inerentes à maneira de agir, aos gestos, às fórmulas e aos símbolos usados, suscetíveis de produzirem determinados efeitos ou resultados. É um processo continuado de atividades organizadas cuja prática está relacionada a ritos, que envolvem cultos, doutrinas e seitas, encontrados não só na vida religiosa, mas em todas as esferas culturais.

No sentido figurado ritual é uma rotina, aquilo que habitualmente se pratica, é uma etiqueta, uma regra, um estilo usado no trato entre as pessoas.

*Rito* :

Para nós aqui , importa a sua definição em seu sentido explícito , não completo , mas congruente com a nossa Arte real , que seria a Pratica da Augusta Maçonaria em nossas vidas , segue a definição :

Conjunto do que se faz por hábito, por costume; rotina: ritos de trabalho.

Reunião de normas estabelecidas socialmente : ritos de passagem.

Reunião dos preceitos cerimoniais através dos quais os graus secretos da maçonaria são comunicados; reunião de cerimônias maçônicas.

Quem aprende convosco , meus irmãos .......

REINALDO DE FREITAS LOPES 

M.M 

Obreiro da maçonaria universal e especulativa , zelador de meus direitos e senhor de minhas ideias e se reconhecido ou não por algum irmão , ainda assim não sou ele , sou eu e a ele estou sempre :

Em Pé e a Ordem .


Recebam todos o meu Tríplice e Fraterno Abraço!






A Fonte :

Minhas Pranchas sempre são oriundas de pesquisas e debates na internet .

outubro 15, 2021

PORQUE O V:. M:. USA CHAPÉU - Leonardo Redaelli

      


Quando eu era aprendiz, rapidamente associei o chapéu do Venerável Mestre a uma cobertura para a cabeça que atestava um status particular deste último, um pouco como uma coroa para um soberano, a insígnia do Chefe da Loja.

Porém este chapéu não representava para mim apenas a superioridade e a autoridade, havia um lado espiritual nos gestos do V \ M \, de fato, ao entrar no Templo o V \ M \ usa seu chapéu quando o Delta Radiante acende e se cobre antes de desligá-lo quando o trabalho estiver concluído.

Posteriormente, fiquei novamente intrigado com este elmo, durante a minha recepção na sala do meio, quando observei que o Mestre Maçom permaneceu coberto por todo o traje até o encerramento do trabalho no 3º Grau.

Claro, podemos ver aí o sinal de igualdade entre todos os Mestres Maçons, mas se essa explicação não for necessariamente errada, a reflexão merece ser aprofundada.

Procurando no dicionário a definição de chapéu, diz-se que se trata de um chapéu que se tornou um acessório de moda que se usa na cabeça, tem formato variável e é composto por uma tampa flexível ou rígida com ou sem borda.

É uma palavra de origem latina vinda do CAPA, penteado e seu sinônimo cocar. Tem a mesma raiz de " Capela ", que originalmente não era um local de culto, mas sim de conservação de relíquias, e ela própria provinha de Caput (cabeceira). Há também o rosário que era uma coroa de flores usada na cabeça na Idade Média.

Se o cocar sempre foi tão importante para os humanos, talvez você só tenha que olhar para a Mãe Natureza. Na verdade, a tampa cefálica é a parte da bolsa de água que cobre a cabeça do feto no momento do parto, um bebê que nasce com uma tampa é uma criança que veio ao mundo, rodeada por parte ou toda a bolsa .de líquido amniótico. Desde a antiguidade, o cocar era considerado um talismã e um sinal de proteção.

O chapéu cobre o crânio, que é o topo do esqueleto da cabeça. Esta é a sede do pensamento, a parte de nossas atividades etéreas, elevadas, estamos na dimensão vertical do nosso ser e é neste sentido que a cabeça é a cabeça do corpo que ele dirige, mas a cabeça também é o cabelo, o cabelo.

O sistema capilar sempre desempenhou um papel importante em nossas sociedades, o cabelo, em particular, muitas vezes representou força, virilidade como no mito do SAMSON. Para alguns, participavam das relações com o céu como órgãos receptores, enquanto os cabelos mais curtos, como a barba, desempenhavam o papel de órgão transmissor. Assim, quando o V \ M \ é coberto ou descoberto dependendo se as obras estão abertas ou fechadas, pode influenciar, graças a este gesto, o pensamento, a capacidade de entrada e saída das ondas externas.

Quanto ao uso do chapéu para todos os Mestres na sala do meio, pode-se mostrar que estes não precisam mais da influência celestial e que chegaram ao fim final da iniciação.

Como vimos acima, o chapéu também é o substituto da coroa, símbolo da realeza, tanto temporal quanto espiritual, mas também é o nome do mais misterioso dos Sephiroth: Kether, colocado no topo da Árvore Sephirótica.

Na Grécia e em Roma, a coroa era um sinal de consagração aos deuses (os mortos são adornados com uma coroa para atrair a proteção divina).

A forma circular da coroa que nos lembra a figura do círculo, o primeiro trabalho realizado pelo destinatário sobre o quadro na Sala do Meio, simboliza a perfeição e a participação na natureza celeste ou mesmo cósmica, une o coroado que é no abaixo para o que está acima.

A maioria das divindades usa uma coroa, esta coroa tende a assimilar o portador: é um símbolo de identificação.

O Mestre Maçom que usa o chapéu pode, portanto, ser considerado como aquele que une a terra ao céu e, reciprocamente, ele conduz o influxo do céu para a terra, portanto recebe um influxo de energia espiritual que o transforma por um tempo. uma espécie de ponte entre o que está acima e o que está abaixo.

Ele lembra o Mestre Maçom de seu lugar como um homem (microcosmo), intermediário entre a terra e o céu (macrocosmo), ele significa para ele que ele é o iniciado, mas também o escolhido que é responsável por mais responsabilidades e deveres que são entre outros a manutenção da Tradição, o aperfeiçoamento dos seus conhecimentos, a transmissão e sobretudo a humildade.

A coroa / Chapéu, emblema da soberania, tem também por missão fazer compreender a quem a usa que não deve exercer um comando arbitrário, com base nas suas apreciações pessoais, a sua acção deve, pelo contrário, ser o reflexo da vontade geral. .e inspire-se nas mais altas aspirações.

O formato do boné lembra uma cúpula, aliás, em hebraico, o capacete é chamado de " KIPPA " literalmente esta palavra significa " cúpula ".

Nos templos maçônicos, encontramos esta cúpula na parte superior com a abóbada estrelada, a palavra abóbada indica a forma arqueada que é reproduzida em muitos edifícios onde os assuntos espirituais são trocados.

Para alguns, a forma da abóbada ou cúpula evoca a do palato na boca, órgão através do qual os pensamentos são emitidos, para outros representa a da abóbada craniana onde se desenvolve tudo o que expressamos, e que é também a sede do alma e o espírito.

Esta abóbada estrelada que simboliza o domínio do divino tem muitos significados, incluindo a ausência de um teto e a referência ao cosmos nos lembra que nenhum limite pode ser colocado na busca da verdade, e que nenhum teto porque nenhum dogma, nem filosófico , nem científica, nem social, reproduz o espaço em que todos vivemos, entre a terra e o céu, entre o pavimento em mosaico e a abóbada estrelada, pés no chão, mãe adoptiva, cabeça erguida para o céu, pai espiritual e origem da luz .

Esta abóbada estrelada ou cúpula nos lembra que há correspondência entre o topo e o fundo, entre o Microcosmo e o Macrocosmo e que é a passagem de um para o outro que nos permite aproximar de um conhecimento intuitivo, conhecimento do UM, este princípio criativo tão próximo de nosso Grande Arquiteto do Universo, conhecimento espiritual adquirido no caminho iniciático.

O homem que usa o chapéu seria, portanto, o mediador entre a terra e o céu.

A figura do círculo, citada acima, nos fez pensar, naturalmente, na Bússola que nos permitiu desviar nossa mente das coisas terrestres para as coisas celestiais, mas que também é o símbolo do que está essencialmente em movimento, simbolizando assim o dinamismo construtivo do pensamento, isto é, sua liberdade criativa, sua capacidade de invenção, concepção e realização da mente.

Trabalhamos da mesma forma com ou sem chapéu, cabeça descoberta ou cabeça coberta?

Entre o topo da cabeça e o chapéu, é preto, como a noite, é uma parte invisível que a gente usa, é para nos lembrar que vamos do visível ao invisível, do material ao espírito, do razão para a espiritualidade, o chapéu separaria simbolicamente dois níveis de compreensão que teríamos dentro de nós ou mesmo dois níveis de conhecimento.

As obras de 1º e 2º graus ocorrendo sem chapéu demandariam razão tanto quanto Espiritualidade, pois nas obras de 3º Grau, é a Espiritualidade que seria a construtora.

O chapéu que cobre a cabeça também pode servir de capa!

De fato, em certas crenças orientais nosso corpo seria objeto de intensa circulação de energia que escaparia pelo topo do crânio, cobri-lo viria a conservar essa energia, internalizá-la e acessar o conhecimento pela concentração e meditação.

Uma vez que a roupa esteja pronta, remover o chapéu liberaria essa energia correspondente ao nosso reflexo e a difundiria ao nosso redor.

Como vimos, o uso do Chapéu do Mestre tem muitos significados, por isso é um elemento essencial das decorações que devemos usar quando usamos em nossa Câmara do Meio, ele constantemente nos lembra que estamos trabalhando para a Glória. do Grande Arquiteto do Universo


PROFESSOR, TEU DIA! - Adilson Zotovici



Adilson Zotovici da ARLS Chequer Nassif-169 de S. Caetano do Sul é um notável intelectual e poeta maçônico. 


Saúdo a ti meu irmão 

Oh obreiro de valor

Por tão nobre profissão

Exercida com amor


Ao PAI peço proteção

Face algum dissabor

Ao cumprires  tua função

Com denodo, com rigor


Ainda que por paixão

E tua paga um horror

Sobra-te  dedicação 


Sacerdócio teu labor,

De todos tens afeição

És um forte... Professor 


outubro 14, 2021

O TESOURO DOS TEMPLÁRIOS - Frederico Renato Móttola (33.'.)



Frederico Renato Móttola é membro efetivo do Supremo Conselho do Rio Grande do Sul

Umberto Ecco, grande escritor italiano, em seu último "best-seller" intitulado "O Pêndulo de Fucault", tem como motivação a história dos Templários e o legado de seu tesouro, tanto material como filosófico. Para os maçons, principalmente os do rito escocês, a obra é interessante, embora, em parte, prejudicada pelo estilo romanceado. Vale, entretanto, pelo trabalho de pesquisa histórica, no que o autor é especialista.

A Ordem do Templo foi instituída em 1906, em Jerusalém, por sete cavaleiros, participantes das Cruzadas, por Hugues de Payen, então sob o reinado de Balduíno II, que lhes deu por alojamento o local onde estivera o Templo de Salomão. São Bernardo lhes deu a Regra e obteve, no Concílio de Troyes, em 1128, do Papa Honório II, o reconhecimento como ordem religiosa e militar, então denominada de "Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão" (Pauperes Commilitiones Christi Templique Salomonici). Fazem votos de perpétua obediência, de abdicação de vontade, de castidade e de pobreza. Mas, para remissão de seus pecados, põem-se a serviço dos peregrinos, de armas nas mãos, para os proteger na viagem a Terra Santa, através das terras dos Serracenos.

Usando mantos brancos, com uma cruz patesca vermelha, sobre as armaduras, são piedosos monges e valentes guerreiros que logo se espalham pelo mundo, tendo como divisa "Faz o que deves aconteça o que acontecer". Seus feitos entusiasmam toda a cristandade e, em 1139, obtêm do Papa Inocêncio II, pela bula  'Omne Datum Optimum" a emancipação de toda a autoridade eclesiástica, exceto a dele.

Os Templários logo acumulam grande fortuna, com inúmeras propriedades, tornando-se, virtualmente, os banqueiros da Europa. E isto foi o que motivou sua supressão e o confisco de suas riquezas, em outubro de 1307, por Felipe o Belo, rei de França, seu grande devedor.

O rei Felipe, excomungado por Bonifácio VIII e reabilitado por Bento XI, consegue eleger Clemente V, transferindo a sede do papado de Roma para Avinhão, na França, onde o mantém, virtualmente, prisioneiro. Dele arranca, sucessivamente, a bula Pastoralis paeminenti" mandando prender os Templários e, logo após, a bula "Faciens misericordiam" entregando-os a Inquisição, que os torturou arrancando  fantasiosas confissões de sodomia e heresia. Finalmente, em 3 de abril de 1312, no Concílio de Viena, cercado pelas tropas de Felipe, a bula "Voz in excelso", extinguindo a Ordem do Templo e a entrega de seus bens aos Hospitalários.

O último Grão-Mestre, Jacobus Borgundus, nosso Jaques De Molay, também chamado Tiago, juntamente com o lugar-tenente, cavalheiro de Charney, morreram na fogueira, erguida em Paris, defronte a estátua eqüestre de Felipe o Belo, em 18 de março de 1314, no ilhéu dos Judeus.

Na véspera da supressão da Ordem, segundo Umberto Ecco, saíram de seu palácio, em Paris, três carretas carregadas de ouro, que tomaram rumo ignorado: era o tesouro dos Templários...

Mas, nem em toda a Europa, a Ordem foi dissolvida, havendo, apenas, mudado de denominação. Em Portugal, por exemplo, o rei Dom Diniz a transformou em Ordem de Cristo e lhe manteve os bens e a atividade. O Concílio de Salamanca, na Espanha, os declarou inocentes remetendo suas conclusões ao Vaticano, que não se manifestou a respeito. Espera-se que, como ocorreu em relação a Galileu e Lutero, ainda o faça.

O mais interessante, porém, segundo revela a escritora Dinah Silveira de Queiroz, é que os Templários, expulsos da França, instalaram-se em Tomar, ao sul de Coimbra, onde recuperaram seu prestígio e riquezas. Foram eles, segundo a escritora patrícia, conforme pesquisas efetuadas na Torre do Tombo, quem financiaram Dom Manuel, "O Venturoso", para a realização das grandes descobertas de além-mar, no que se inclui o Brasil.

PALESTRA "FUNDAMENTOS JUDAICOS NA MAÇONARIA" - Michael Winetzki

 



PALESTRA "FUNDAMENTOS JUDAICOS NA MAÇONARIA"

Caros irmãos. Abaixo publico o link de palestra minha realizada na ARLS Liceu, de Lins, SP em 28/6/21. Se não abrir diretamente copie o link e abra no seu navegador.

 Bom proveito.

https://youtu.be/Dg62vrZXKJM

outubro 13, 2021

“ EU NÃO ENSINO...COMPARTILHAMOS“ - Adilson Zotovici



Adilson Zotovici da ARLS Chequer Nassif-169 de S. Caetano do Sul é um notável intelectual e poeta maçônico. 


“ Eu não ensino, compartilhamos“

Palavras frequentes do Confrade Mestre Newton Agrella


Diz um mestre experimentado

Com frequência, com energia

Sobre o que nos tem ensinado

Da Arte Real, dia a dia 


Um erudito despojado

De vaidade, de soberbia

Que sua cultura emprestado

Com humildade e sabedoria


“Que compartilhar” é o recado

Aos irmãos da confraria

Que o verdadeiro mestrado


Um verbo, um texto, poesia

Tudo é grande aprendizado

Perene qual a maçonaria !


Adilson Zotovici

ARLS Chequer Nassif-169


“ Eu não ensino, compartilhamos“

Palavras frequentes do Confrade Mestre Newton Agrella