outubro 30, 2021

MULHERES - Almir Sant'Anna Cruz


Do livro *Maçonaria para Maçons, Simpatizantes, Curiosos e Detratores* do  Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz - um dos mais importantes autores maçônicos do Brasil. Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

Perguntas e críticas sobre a não participação de mulheres na Maçonaria são recorrentes. Enganam-se! As mulheres participam na Maçonaria através de Fraternidades Femininas ligadas às Lojas Maçônicas e através de outras entidades paramaçônicas. Na tradição maçônica, as mulheres podem participar, mas não podem ser iniciadas. 

A Maçonaria não admite a iniciação das mulheres, com fulcro no que estabelecem os Landmarks (Marcos de Limites) e a Constituição de Anderson, considerada a Carta Magna da Maçonaria Universal. Fixando a origem da Maçonaria nas guildas corporativas dos pedreiros da Idade Média, é óbvio que, para exercer livremente o ofício, se estabelecesse a necessidade dos candidatos à iniciação serem isentos de defeitos e mutilações, livres de nascimento e maiores de idade, não se permitindo o ingresso de mulheres, aleijados e escravos.

Mas existem Lojas Maçônicas Mistas, onde são admitidas pessoas de ambos os sexos e Lojas Maçônicas Femininas, conquanto tais Lojas sejam consideradas irregulares e espúrias pela Maçonaria tradicional. Mas o fato é que essas Lojas existem e existem mulheres maçons! 

E nas três grandes religiões monoteístas (Judaísmo, Cristianismo e Islamismo), qual é a participação e o papel das mulheres?

JUDAÍSMO: O livro sagrado dos Judeus, que os Cristãos denominam Antigo Testamento, e por ambas as religiões considerado “inspirado por Deus”, ressalvados uns poucos casos, como o de Débora, que chegou a ocupar o cargo de Juíza, são inúmeros os exemplos de machismo e do papel secundário das mulheres. 

Só para citar alguns: a mulher sendo criada de uma costela do homem; os Patriarcas que se uniram a diversas mulheres e às suas escravas, com quem tiveram filhos; Salomão que tinha 700 esposas e 300 concubinas (pena que a Bíblia não informa como ele dava conta dessas 1000 mulheres).

CRISTIANISMO: No Novo Testamento, considerado “inspirado por Deus” pelos Cristãos, Jesus atenua esse papel secundário das mulheres, dando um certo relevo a Maria Madalena. 

Na Igreja Católica, tal como na Maçonaria tradicional, as mulheres participam, mas não podem ser ordenadas (iniciadas). Todos os sacerdotes que realizam ofícios religiosos são homens (Padres). 

Aí vem a grande contradição que ocorre em algumas Igrejas Protestantes, principalmente nas Pentecostais e Neo-Pentecostais, em que se encontram “pastoras” e “bispas”. Redenção das mulheres? Não! Descumprimento do que preceitua a Bíblia que tanto citam e que foi “inspirada por Deus”. Pregam o que lhes convém e escondem o que não lhes interessa. Pois na Primeira Epístola aos Coríntios (I Cor) do apóstolo Paulo, consta nos versículos 34 e 35 que as mulheres não podem nem mesmo falar nas igrejas: 

34-As mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei; 

35-E se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é indecente que as mulheres falem na igreja”.

ISLAMISMO: O que diz a Escritura Sagrada do Islamismo, o Alcorão? Recolhemos algumas suras: 

2:228-As mulheres têm direitos correspondentes a suas obrigações, mas os homens as superam de um degrau. Deus é poderoso e sábio; 

4:3-Desposai tantas mulheres quantas quiserdes: duas ou três ou quatro. Contudo, se não puderes manter igualdade entre elas, então desposai uma só; 

4:34-Os homens têm autoridade sobre as mulheres pelo que Deus os fez superiores a elas e porque gastam de suas posses para sustentá-las. As boas esposas são obedientes e guardam sua virtude na ausência de seu marido conforme Deus estabeleceu. Aquelas de quem temeis a rebelião, enxortai-as, bani-as de vossa cama e batei nelas. Se vos obedecerem, não mais as molestais. Deus é elevado e grande.

CONCLUSÃO: Nenhuma “Escritura Maçônica”, mesmo não sendo “inspirada por Deus”, trata as mulheres da forma com que as “Escrituras Sagradas” adotadas por judeus, cristãos ou muçulmanos as tratam! E ainda criticam a Maçonaria!



outubro 29, 2021

OS QUATROS ELEMENTOS



Fonte: Revista Palavra Maçônica.

O estudo das forças ocultas da natureza, presentes nos quatro elementos e seus elementais, são comuns a todas as culturas por tratar-se de uma necessidade latente do ser humano. A Iniciação Hermética quase sempre tem início com base nos quatro elementos grosseiros da natureza: ar, terra, fogo e água. A partir de uma evolução interior o iniciado passa a estudar os quatro elementos em sua forma mais sutil por meio de uma analogia entre o material tangível e o abstrato, psíquico ou espiritual.

Vejamos uma breve análise sobre cada um dos elementos. Tal síntese será apresentada em uma sequência ordenada de tal forma que possa sintetizar da melhor maneira possível a natureza dos elementos de acordo com a ideologia espiritualista. Assim, poderemos obter uma visão mais ampla e maior compreensão acerca dos nossos processos criativos interiores em suas diversas fases:

*AR* - O ar representa o meio pelo qual todas as ações e realizações humanas têm seu início: o nosso mundo das ideias. Espiritualmente falando, representa o éter ou plano astral, que, em linguagem mais moderna, pode muito bem ser chamado de psique ou inconsciente. É também o elemento representante da mente com suas frequentes transformações. O elemento ar está dessa forma diretamente associado ao pensamento, e, segundo diversas correntes herméticas, é governado por elementais denominadas Fadas.

*FOGO* - O fogo representa o desejo, a vontade, a mudança, a purificação, a transformação, a energia da ativação, que em termos estritamente espirituais, pode ser representado pelo poder da fé. Segundo o hermetismo tradicional, esse elemento é governado pelas Salamandras e tem um significado espiritual muito forte por representar a Energia Divina. Em quase todas as religiões que se utilizam de rituais, o fogo é utilizado como forma de representação da Luz Divina. As velas, as fogueiras, são objetos que representam a força desse elemento.

*ÁGUA* - A água, segundo a maioria das correntes herméticas, está relacionada às emoções do inconsciente. Emoções que nutrem os nossos sonhos e ideais na vida. Pode muito bem representar, no processo espiritual construtivo, a energia da esperança que alimenta e mantém ativa a fé ou a crença do iniciado. Elemento governado pelas Undinas e de caráter feminino em sua essência. Ativa a intuição e a emoção. Os espelhos mágicos dos ocultistas podem ser objetos que muito bem representam esse elemento.

*TERRA* - A terra representa, hermeticamente falando, o lado visível da vida ou a manifestação concreta de todas as sementes que germinam no mundo das ideias mediante a ação concreta do Iniciado. Esse elemento ativa nossa energia interna para a realização e para a ação de coisas concretas. Representa, ainda, o nosso próprio organismo e tudo o mais relacionado ao mundo material. Geralmente, em hermetismo, esse elemento pode ser representado pelo símbolo da cruz que alegoriza a materialização da essência divina. Os Gnomos são elementais que governam o elemento terra, segundo os ocultistas.

Simplificando: Tudo começa com o elemento ar no mundo das ideias, onde predomina o caos de pensamentos e crenças variadas que desprendem energia aleatoriamente e sem foco. A partir de uma introspecção do Iniciado pelos recônditos misteriosos do Ser, predomina o elemento fogo, representando aqui a energia da vontade direcionada (a fé). Em seguida, deve predominar o elemento água, representativo do sentimento de convicção que deve nascer do fogo secreto da fé transformando essa crença inicial em uma esperança constante, vital para a concretização do processo criativo. Finalmente surge a predominância do elemento terra representando a materialização da vontade que surgiu dos recônditos interiores do ser.


A ANTIGUIDADE DOS SÍMBOLOS - Ir.'. João Nery Guimarães


A primeira constatação que empolga aquele que se aprofunda na interpretação da liturgia maçônica é a da antiguidade dos seus Símbolos, de suas alegorias.

Remontam as origens dos Símbolos Maçônicos à aurora do homem sobre a Terra. Daí terem alguns observadores apressados concluído que a Franco-Maçonaria é tão antiga quanto o mundo. Trata-se, evidentemente, de um exagero, pois a Franco-Maçonaria, com as suas características atuais, data do século XVIII, ou melhor, do ano de 1717, ponto de partida da Franco-Maçonaria moderna. Foi nesta data que se firmou a preponderância da Franco-Maçonaria especulativa sobre a operativa.

Mas, anteriormente à memorável reunião das quatro Lojas franco-maçônicas de Londres, existiam várias Lojas por toda Inglaterra, Alemanha, França e Itália, formada por pedreiros de profissão, reunidos em confrarias, com regulamentos próprios, Sinais de reconhecimento, Símbolos litúrgicos, e se tratando por Irmãos. 

Guardavam ciosamente a sua arte de construir do conhecimento do vulgo ou profanos. A par desses conhecimentos, essas confrarias (Guilds, Brotherhoods, Bruderschaften, Confrèries), constituídas por verdadeiros artistas (foram os construtores das grandes catedrais européias e os criadores da arte gótica), reuniam e conservavam a tradição esotérica da antiguidade pagã, às vezes confundidas com as tradições mais novas do cristianismo. 

Compreende-se, assim, o respeito que os príncipes tiveram por essas corporações de artesãos, às quais dotaram de regalias e privilégios.

Desse imenso legado das tradições antigas, de que os pedreiros (maçons, masons, maurerei) foram os depositários conscientes ou inconscientes, faziam parte também as tradições ocultas, herméticas, dos mistérios antigos, perpetuados em símbolos e práticas esotéricas.

Estabeleceu-se, assim, um liame entre a Franco-Maçonaria do século XVIII e a mais remota Antiguidade, que levou os escritores a que nos referimos, a declarar a Franco-Maçonaria coeva da vinda do homem sobre a face da terra. A verdade, contudo, como já dissemos, é um pouco diferente: os legítimos Símbolos Maçônicos é que se perdem na noite dos tempos, mas a Franco-Maçonaria, como a conhecemos, data de pouco mais de dois séculos, ou por outra, a Instituição é nova e a sua essência antiga.

Tão antigos são os Símbolos adotados e conservados zelosamente pela Franco-Maçonaria, que sem receio de errar podemos afirmar que nenhum deles é de data posterior ao ano um da era cristã. Tal afirmativa se reveste de tanta importância que o poder     mantê-la compensa todas as pesquisas, todas as vigílias gastas em escavar o dourado veio das tradições antigas.

Existem Símbolos na Franco-Maçonaria, usados desde a fase operativa, cujo significado foi inteiramente estranho aos homens da época, não Iniciados nos Mistérios Maçônicos, quando não foram completamente desconhecidos. 

Pois bem, quando teve o mundo notícia dos descobrimentos arqueológicos verificados no século XIX, constataram os Franco-Maçons que muitos de seus Símbolos figuravam nos objetos encontrados, pertencentes a civilizações já desaparecidas, com as quais os homens haviam perdido todo contato, anteriores ao advento do cristianismo.

É forçoso admitir que os Franco-Maçons não inventaram, por coincidência, tais Símbolos, pois muitos deles tinham o mesmo significado maçônico de hoje. Alguns, por exemplo, são tão evidentes, que não permitem margem a dúvidas. Existiu, portanto, um misterioso fio que preservou a tradição antiga, fio esses que não trepidamos em declarar, o segredo dos Iniciados. 

A Sabedoria Antiga, velada em alegorias e guardada pelo compromisso, entre determinado grupo de homens, congregados em torno de um ideal iniciático, pôde, assim, chegar até nós. Só dessa forma compreende-se o mistério que a muitos pareceu indecifrável.

Ensinam a História, a Sociologia e a Literatura que as obras Homéricas foram guardadas pela tradição oral durante séculos, antes de receberem a forma escrita. O mesmo processo sofreram quase todas as lendas dos primórdios da civilização. Se assim aconteceu em relação a obras literárias e narrativas históricas, porque não sucederia o mesmo com uma tradição iniciática, perpetuada através de Símbolos?

Sobre o poder conservador dos Símbolos, já disse o nosso Irm.: MICHA que "se a verdade sobre a natureza essencial do ser e da vida universal é tão alta e tão sublime que nenhuma ciência vulgar ou profana não pode chegar a descobrir, o simbolismo é por sua vez como uma espécie de revestimento, de meio de conservação ideal dessa verdade e uma linguagem ideográfica que a iniciação entrega à nossa meditação, e que só os Iniciados podem traduzir sem deformar-lhe o sentido."  (A. Micha — "Le Temple de la Veritè ou La Franc-Maçonnerie dans sa Véritable Doctrine", Anvers, 2ª édition, pág. 63).

A longevidade das práticas maçônicas repousa tranquilamente na imutabilidade de seus Símbolos, muito mais fáceis de se guardarem puros do que longas narrativas.       

E o que é a liturgia senão o conjunto desses Símbolos realizados sob determinada forma em determinadas circunstâncias?

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Texto extraído do livro A MAÇONARIA E A LITURGIA — UMA POLIANTÉIA MAÇÔNICA, de João Nery Guimarães.

outubro 28, 2021

A CÂMARA DO MEIO




Fonte: Eterno Aprendiz

O nome “meio” dá uma ideia de situação geográfica, pois uma Loja obedece a Rosa dos Ventos: O Oriente é o lugar mais “alto”, atingido por degraus e nele está o VM:. ; descendo alguns degraus ingressa-se na Câmara do Meio que se compõe de três planos denominados, Col:. do Sul, Col:. do Norte e Pav:. de Mos:., sobre o qual ergue-se o Al:. Dos JJur:. Após as Colunas “B” e “J”, vêm o Setentrião, `a esquerda de quem ingressa no Templo; `a direita vem o Nascente.

Contudo a Câmara é única e possui características próprias; só tem assento, o VM:. e os dois VVig:.; os demais MM:. ficam em pé, ao redor do Al:. Dos JJur:.; toda ornamentação é em negro e notam-se variados sím:. Mor:. a escuridão é quase total, há apenas uma luminosidade para que se possa vislumbrar objetos e pessoas. Os MM:. Vestem Balandrau e capuz; a rigor, ninguém se dá a conhecer.

Os Trabalhos na Câmara do Meio do Grau de M:. são iniciáticos e obedecem , rigorosamente, o que dispõe a “Lenda de Hiram Abif”. A sessão é denominada de “exaltação”, quando são exaltados os CCom:. Que já venceram a etapa para essa passagem. Na Maçonaria Simbólica, existem apenas três Graus (Aprendiz-Companheiro-Mestre)); atingir o mestrado é atingir a plenitude maçônica simbólica.

Ao atingir o mestrado, o Iniciado terá a plena certeza de que é digno de partilhar dos trabalhos constantes dos Maçons, na guerra, em que, sob a égide do Grande Arquiteto do Universo, empenham todos os seus esforços e todo o seu amor em prol da humanidade. Sua responsabilidade estará aumentada; se a Ordem lhe assegura, por toda parte passagem e proteção, ela espera, também, o seu esforço contínuo, o seu trabalho ininterrupto, em favor da libertação das inteligências oprimidas, e a sua coragem, a toda prova, quando precisar se arriscar para salvar os seus Irmãos.

O Mestre deve irradiar, por toda a parte a luz que recebeu; deve procurar, na sociedade profana, os corações bem formados, as inteligências livres, os espíritos elevados, que fugindo dos preconceitos e da vida fácil, buscam uma vida nova e podem se tornar elementos úteis e poderosos para a difusão dos princípios maçônicos; deve aprender a dominar‐se e fugir de todo sectarismo.

Sendo amigo da Sabedoria, deve guardar sempre, o equilíbrio mental, que caracteriza o ser são de espírito. Não se constrói um edifício, apoiando‐o sobre uma única coluna; assim, o Mestre deve saber, no seu trabalho de construção moral e intelectual, equilibrar, sempre, os ensinamentos da razão com os sentimentos do coração.

Deve recordar que a Maçonaria vai sempre, em auxílio dos desgraçados, quaisquer que sejam suas opiniões; que, em sua ação social, ela liberta as consciências e reaviva a coragem daqueles que nada mais esperam.


ENTENDENDO O HINO DA MAÇONARIA - Kennyo Ismail



Kennyo Ismail é professor universitário, tradutor, historiador, editor, um dos mais brilhantes intelectuais maçônicos do país.


Da luz que de si difunde

Sagrada Filosofia

Surgiu no mundo assombrado

A pura Maçonaria

A Idade Média é considerada a “idade das trevas”, os “mil anos de escuridão”, pois a Igreja Católica impedia a evolução da ciência e controlava a educação, promovendo a submissão da razão em nome da fé. Após o fim da Idade Média, tem-se a Idade Moderna, na qual surgiram o Iluminismo e a Maçonaria. A Maçonaria é considerada, junto de outras instituições, a responsável pela difusão do ideal de livre busca da verdade.

Maçons, alerta!  ]

Tendes firmeza  ]     Refrão

Vingais direitos  ]

Da natureza       ]

Os “direitos da natureza” são os direitos naturais, defendidos pelos jusnaturalistas. Trata-se dos direitos considerados próprios do ser humano, independente de época e lugar. Entre esses direitos, destaca-se os direitos a vida, a liberdade, a resistência à opressão, e a busca da felicidade. Esses direitos foram, em outras épocas, tomados do homem através da tirania e do fanatismo. E cada maçom deve defendê-los.

Da razão parto sublime

Sacros cultos merecia

Altos heróis adoraram

A pura Maçonaria

A alegoria da caverna, de Platão, mostra o homem cego e acorrentado pelas amarras da ignorância, e ensina que a descoberta do mundo deve se dar de forma gradativa. O homem ao sair da caverna sofre como um recém-nascido quando do parto, mas ambos ganham um mundo novo. Após os anos de “mundo assombrado”, a humanidade assiste o nascimento da Maçonaria, uma Ordem cujos ritos cultuam a razão, retirando homens da caverna da ignorância e dando-lhes a luz de uma nova vida. Talvez por isso da Maçonaria ser berço de tantos heróis e libertadores.

(Refrão)


Da razão suntuoso Templo

Um grande Rei erigia

Foi então instituída

A pura Maçonaria

O grande Rei erigindo um suntuoso Templo da razão é o Rei Salomão, tido como possuidor de toda a sabedoria. E é da construção de seu templo que alegoricamente foi instituída a Maçonaria, visto ter na lenda dessa construção o terreno fértil para a transmissão de muitos de seus ensinamentos.  

(Refrão)


Nobres inventos não morrem

Vencem do tempo a porfia

Há de séculos afrontar

A pura Maçonaria

“Porfia” significa “disputa”. Apenas as ideias nobres vencem a disputa contra o tempo. A Maçonaria, por sua nobreza de ideais, tem sobrevivido ao passar dos séculos, ao contrário de muitas outras instituições que sucumbiram diante do tempo, sempre implacável.

(Refrão)


Humanos sacros direitos

Que calcara a tirania

Vai ufana restaurando

A pura Maçonaria

“Calcar” significa “pisotear”, “esmagar”, enquanto que “ufana” significa “orgulhosa”, “triunfante”. Em outras palavras, a estrofe diz que: a pura Maçonaria vai triunfante restaurando os sagrados direitos humanos que foram pisoteados pela tirania.

(Refrão)


Da luz depósito augusto

Recatando a hipocrisia

Guarda em si com o zelo santo

A pura Maçonaria

A Maçonaria guarda em si, com o devido cuidado, a luz da razão. Em seu interior, a hipocrisia vai sendo “recatada” (envergonhada), enquanto que a verdade é exaltada. A razão, duas vezes citada no hino, está diretamente ligada à verdade, esta o oposto da hipocrisia, pois não existe razão sem verdade, assim como a verdade só é encontrada com a razão. 

(Refrão)


Cautelosa esconde e nega

À profana gente ímpia

Seus Mistérios majestosos

A pura Maçonaria

A Maçonaria mantém seu caráter sigiloso e grupo seleto em proteção de seus augustos mistérios, para que aquelas pessoas ofensivas ao que é digno não possam alcançá-los.

(Refrão)


Do mundo o Grande Arquiteto

Que o mesmo mundo alumia

Propício, protege e ampara

A pura Maçonaria

E por fim, a Maçonaria é posta como instituição sagrada, da qual o próprio Grande Arquiteto do Universo é favorável, e por isso a protege.

(Refrão)


COMENTÁRIOS FINAIS:

Questão interessante sobre esse Hino, que recebeu o nome genérico de “Hino da Maçonaria” por não ter sido originalmente nomeado, é quanto a sua autoria. Várias fontes maçônicas o colocam como sendo letra e música de D. Pedro I. Não há documento algum que corrobore com essa teoria. Outras tantas fontes, inclusive o GOB, apontam o autor como sendo Otaviano Bastos, o que é impossível. O próprio Otaviano escreveu em sua obra “Pequena Enciclopédia Maçônica” que a música é de D. Pedro I, mas a letra é de autor desconhecido.

Há ainda outra questão relacionada ao hino e que merece atenção. Alguns escritores que se propuseram a interpretar o hino, ao se depararem com o termo “recatando a hipocrisia”, não compreendendo seu real significado, cometeram o gravíssimo erro de modificar a letra do hino para “recatada da hipocrisia”, de forma que o hino pudesse se encaixar devidamente aos seus entendimentos, em vez do contrário. Ora, imagine modificar a letra de um hino musicado por D. Pedro I, cujo valor histórico e maçônico é incalculável, para se alcançar a interpretação desejada… é o que podemos chamar de “estupro da história”.

CONSULTAS:

GUIMARÃES, José Maurício: Dissecando o Hino da Maçonaria. Portal “Formadores de Opinião” e Portal “Samaúma”.

RIBEIRO, João Guilherme da C.: O Livro dos Dias 2012. 16a Edição. Infinity.

RUP, Rodolfo: O Hino Maçônico Brasileiro. Portal Maçônico “Samaúma”.

outubro 27, 2021

O PALESTRANTE - Adilson Zotovici




Adilson Zotovici da ARLS Chequer Nassif  169 de S. Caetano do Sul é intelectual e um dos mais talentosos poetas da maçonaria brasileira.

Eruditos Irmãos como,  Newton Agrella,  Michael Winetzki, Aldino Brasil de Souza, Oduwaldo Álvaro, Marco Antonio Perottoni, Omar Tellez, Cledson Cardoso e outros, dão Luz a esse singelo poema.

O PALESTRANTE


Tem aquele irmão cético

Que não vê que edificante

Não crê que seja hermético

E tampouco emocionante


Não sei se algo profético

Para ficar doravante

Que esse vírus patético

Influenciou o bastante


Dizem alguns que caquético

Que temporário inobstante

Que excessivamente eclético

E que plenário inquietante


Eu vejo como energético

Necessário e interessante

Esse encontro cibernético

Primário à Ordem distante


Salve o livre pedreiro ético

Virtual Mestre itinerante

O semeador poético

O preceptor Palestrante


Adilson Zotovici

ARLS Chequer Nassif-169

IN HOC SIGNO VINCIS - Sidnei Godinho



Em 27 de outubro de 312, Constantino teve uma visão, às vésperas da Batalha sobre a Ponte Milvio, onde em uma cruz, iluminada pelo Sol, apareciam as letras XP (Cristo) com a frase: In Hoc Signo Vincis (Sob Este Signo Venceras)... e a partir de então a história da humanidade ficou marcada por este *27 de Outubro*, pois ali ele iniciara sua conversão ao Cristianismo, levando consigo todo o Império Romano. 

Pela primeira vez na história, um exército era agora composto oficialmente por cristãos que guerreavam em nome de seu Único DEUS. 

Essa visão premonitória de Constantino reescreveu a história da humanidade ao conciliar, ainda que de forma singela e inicial, pagãos e Cristãos motivados por um mesmo ideal de defender e conquistar, sob o comando de um Augusto César. 

Cerca de 20 anos após este dia, fragilizado por uma enfermidade, Constantino se define como Cristão e é Batizado antes de morrer. 

Mais tarde o Imperador Bizantino declarou o Cristianismo como religião oficial romana e baniu os cultos pagãos e desde então é a religião que mais cresce no mundo. 

A maçonaria é laica no contexto da adoração, mas adota os princípios cristãos na maior parte de seus ritos praticados, sendo Teístas ou Deístas e principalmente nos graus filosóficos do REAA. 

A civilização ocidental deve grande parte da história de sua formação social àquele sonho de Constantino e à sua interpretação. 

Não basta apenas ser um oráculo, é preciso sabedoria para interpretar, humildade para se sujeitar e coragem para realizar mudanças. 

Bom dia meus sábios irmãos. 


outubro 26, 2021

A CIRCULAÇÃO NO TEMPLO MAÇÔNICO - Ir.'. Antonio Rocha Fadista


O termo circum-ambulação deriva do verbo latino Circum-ambulare e significa andar à volta de alguma coisa. Nas cerimônias da antiguidade, era a procissão que se realizava em torno do altar ou de qualquer objeto sagrado.

A circulação pode ser dextrógira, no sentido dos ponteiros do relógio ou solar e sinistrógira, ou polar. Diz-se que é sinistrógira ou polar quando é realizada da direita para a esquerda. Um observador colocado próximo ao Pólo Norte, ao olhar para o firmamento, verá as estrelas se deslocando da direita para a esquerda, na seguinte seqüência: S – L – N – O. Esta é a circulação polar, ou sinistrógira.

O mesmo observador, colocado junto à linha do Equador, verá o Sol se deslocar da esquerda para a direita, na sequência S – O – N – L. Esta é a circulação solar ou dextrógira, que simboliza o curso aparente do Sol. Na realidade, o que se desloca é a Terra, em seu movimento de rotação.

Em seus primórdios, a Maçonaria Operativa adotava a circulação solar ou sinistrógira (no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio). Atualmente, a Maçonaria Especulativa adota em seus rituais a circulação solar ou dextrógira (sentido dos ponteiros do relógio).

Os rituais bramânicos e os celtas, na Escócia, prescreviam o mesmo tipo de circulação da Maçonaria Especulativa. Por outro lado, os hindus e os muçulmanos adotaram a circulação contrária aos ponteiros do relógio, como acontece anualmente em Meca, quando os peregrinos, ou hadjis, devem rodear a pedra sagrada – a Kaaba – por sete vezes.

É interessante notar que as circum-ambulações, para a direita ou para a esquerda, correspondem exatamente à direção da escrita nas línguas sagradas dos respectivos povos. A essa diferença de sentido se liga igualmente o fato de se avançar primeiro com o pé esquerdo ou com o direito, numa marcha ritual.

Considerando a posição dos pés em esquadria ao se entrar no Templo, facilmente se conclui que para se efetuar a circulação dextrógira, na qual o lado direito está sempre voltado para o centro, forçosamente é o pé esquerdo que deve avançar primeiro.

Deve-se notar que o giro real do sistema solar é sinistrógiro. Em consequência, como a Loja é a representação do Universo, parece lógico que a circulação Maçônica fosse efetuada neste sentido, contrário ao dos ponteiros do relógio.

No entanto, na Maçonaria atual, na qual tudo tem significado simbólico, e onde se proclama a prevalência da direita sobre a esquerda, a circulação é feita no sentido horário.


A NOITE ESCURA DA ALMA


 

Dizem várias escolas de mistério e estudos místicos, que um dia toda alma passa pelo que chamam de “noite escura”, ou um período de grande confusão e tormento, em que os conceitos, crenças, certezas se esvaem, quando os bens materiais parecem esvaziar-se, quando os amores liquefazem e escorrem pelos dedos, quando as amizades distanciam a ponto de parecer que não existem.

É o período de grande e profunda solidão e de desesperança pelo desaparecimento de nossos valores e conceitos, pelo questionamento de tudo o que acreditamos ser e conhecer.

As traições parecem multiplicar e atingir todos os segmentos de nossas vidas: O ser amado nos trai, a família nos trai, os amigos nos traem, nossa fé nos trai, nossos princípios nos traem, no trabalho somos traídos e tudo se desfaz...

Não raro, a sós, no quarto, pensamos no fim da existência e derramamos lágrimas como nunca antes tínhamos feito. Lágrimas sentidas, desesperadas e profundas. Lágrimas que não sabíamos ter.

As perguntas passam a se multiplicar e não abandonam nossa mente. Giram e giram. Desgastam, desgostam, torturam: Porque é a principal!!! Como, a secundária... 

Começam para tentar conhecer os motivos de tamanha angústia e sofrimento em todos os aspectos da vida, sem conclusão, no mais das vezes... Eu não mereço! Sempre fui fiel, leal, amigo, honesto, sincero...

Sim, apenamo-nos de nós mesmos. Apiedamo-nos...

Por qual motivo, meu amor? Por qual motivo, meu amigo? Por qual motivo, minha família? Por qual motivo, meu Deus? Como perdi seu amor? Como perdi seu respeito? Como perdi minhas finanças?

Não mais posso crer em Ti, meu Deus! Por qual motivo permitiste que eu chegasse onde estou, se sempre a Ti fui fiel? Onde está Tua fidelidade, Teu amor e Teu respeito pelo filho que tanto Te ama e tão dedicado a Ti?

Não mais posso confiar em você, amor! Não mais posso ver você como refúgio, família! Não posso mais desabafar com você, amigo! Que caminho seguir? Que caminho devo seguir?

Às almas mais fortes, novas perguntas surgem: Como saio desta situação? Com quem conto para isto? Qual o caminho? 

Tombar não é demérito. Desgraça é não levantar!

A noite escura da alma, contudo, é uma grande benção!

A noite foi mencionada em todos os livros sagrados, ora como origem do bem, ora como reduto do mal.

Em Gênesis, a noite domina as trevas e é inferior à Luz:

“E viu Deus que a luz era boa, e fez separação entre a luz e as trevas.

Chamou Deus a Luz, Dia e as trevas, Noite. (1.4-5)”

Em Jó 35,10, um aspecto positivo da Noite:

“Deus inspira canções de louvor durante a noite”

Em Salmos (19, 2), a sabedoria da Noite:

“Uma noite – diz o salmista – revela conhecimento à outra noite”

Não é à toa, portanto, que a coruja, pássaro eminentemente noturno, é símbolo da sabedoria, a clarividência e a filosofia.

Para os gregos, Noite era o nome de uma deusa que simbolizava as trevas superiores, representada por uma figura feminina vestindo um manto escuro.

A deusa Noite gerou várias divindades, algumas benéficas, outras maléficas, sendo a mais importante delas o Dia (Hêmera), a divindade que trouxe a luz ao universo.

Lentamente a Noite foi ganhando o sentido de estado de consciência da Divindade entre os místicos, a eterna incógnita envolta no manto escuro da noite.

Por isto a constante afirmação dos místicos: “Deus habita as trevas”, muitas vezes confundida pelos incautos com afirmações satânicas, como também normalmente ocorre quando estes afirmam que o demônio é Deus, como fez Albert Pike. O sentido é absolutamente o mesmo: a incógnita e desconhecida mente de Deus, sempre envolta pelo manto escuro da noite.

Aliás, é neste sentido que a verdadeira compreensão do sentido da “noite escura da alma”.

“O homem presume que existe uma causa inteligente para o universo e a chama de Deus, atribuindo-lhe qualidades humanas (como a bondade, a justiça e a misericórdia). Cria, assim, Deus à sua imagem e semelhança. A teologia mística, ao contrário da teologia especulativa (baseada em conceitos e teorias), objetiva um conhecimento experimental – a posse interior de Deus pela contemplação que implica o despojamento do ego, visando à união da alma com ‘aquele que está além de todo ser e de todo saber’.” (Sérgio Carlos Covello – in “A noite escura da alma na visão poética de São João da Cruz)

A “noite escura da alma” é, muito além da desesperança que provoca pela distorção de nossa percepção, uma grande oportunidade, uma vez que é pelo total desprendimento provocado pela “noite negra da alma” que se pode realizar o conhecido e propalado “casamento alquímico”.

O obscurecimento e entorpecimento de nossos sentidos, como sempre, provoca enganos de interpretação pelos quais não conseguimos enxergar que caminhos nos são propostos e que apenas precisamos aceitá-los ou negá-los.

No entanto, o obscurecimento não é privilégio de nós, meros mortais. Até mesmo Jesus, quando atingido por sua “noite escura da alma” foi entorpecido: “Pai, meu pai: Porque me abandonastes?”

“A esse estado de despojamento os místicos alemães do século 14 chamaram de “noite escura”, expressão que foi consagrada 200 anos mais tarde pelo frade carmelita São João da Cruz, num poema lírico de oito estrofes em que o poeta relata a própria passagem por essa prova que antecede à plena iluminação. Nos comentários ao poema, diz o autor que, mediante a noite escura, a alma se dispõe e encaminha para a divina união de amor. É possível explicar a jornada mística como a busca do Eu profundo, a dimensão expandida da consciência, para além do pequeno ego, de modo que a consciência individual se transforme em universal ou cósmica. Mas os místicos cristãos (e mesmo os não cristãos teístas) consideram a ampliação da consciência como a união da alma com Deus, por analogia com o casamento humano, que é uma experiência transformadora na vida dos nubentes. Nessa etapa do desenvolvimento consciencial só entram as pessoas espiritualmente adiantadas, isto é, as que já se converteram para a sua dimensão maior e obtiveram algum grau de luz. Não se trata de período agradável, visto que é de provação. Segundo São João da Cruz, a noite escura consiste na mortificação dos sentidos e do espírito, por isso que produz abatimento, esgotamento mental e fadiga. Mas esse transe é altamente desejável, porque faz surgir o homem novo, de consciência totalmente renovada.” (Sérgio Carlos Covello – in “A noite escura da alma na visão poética de São João da Cruz).

Jesus, contudo, passado o entorpecimento decorrente de sua “noite escura”, ressurge como o grande Cristo Cósmico Eterno, gerador de uma das mais influentes tradições religiosas do mundo.

Jesus fez sem “casamento alquímico”. Jesus juntou a sua consciência com a consciência do Pai, a consciência cósmica, tornando-se parte Dele.

Esta a grande oportunidade que a “noite escura da alma” apresenta a todos nós. A sublimação, o crescimento que apenas pode ser alcançado não pelo virtual abandono de tudo e todos, mas pela conscientização do verdadeiro papel que estes tudo e todos exercem em nossas existências e pela ampliação da consciência antes individual daqueles “tudo” e “todos” de antes

Superada a desarmonia, autocomiseração, e sentimento de impotência e depressão que acompanham a fase inicial da “noite escura da alma” (E, sim... Tudo isto passa!!!), o que resta é uma nova dimensão da vida, novos e mais evoluídos valores e sonhos, novas esperanças e maior consciência de nossa missão nesta vida.

Quando parecer que você está na escuridão, veja a luz que vem de seu coração e lembre que ele é seu verdadeiro eu... Ele é sua alma... Ele é o Deus que apenas revela os grandes milagres e feitos aos que dão importância ao que é pequeno, honesto e virtuoso.

Quando você conseguir tomar consciência disto, você será a luz do mundo!

outubro 25, 2021

PAINEL DE DEBATES: EXPERIÊNCIAS

 



O Venerável Mestre *FLÁVIO ANDRÉ MOTA DE ARAÚJO*  está convidando *você*  para a reunião *Zoom* em formato híbrido da *Loja Maçônica Defensores da Ordem nº 26 da GLOMARON no GRAU DE APRENDIZ MAÇOM.*

Ordem do dia:

✔️ *Painel com o tema: EXPERIÊNCIAS*

Painelistas: 

☆ *Ir Eleutério Nicolau da Conceição* - ARLS Alferes Tiradentes nº 20 da GLSC;

☆ *Ir Michael Winetzki* - ARLS Tríplice Aliança 341 da GLESP . 

☆ *Ir Jorge Antônio Vieira Gonçalves* - ARLS Estrela de Davi, n° 4360. GOB-SE;            

Coordenação: *Flávio Araújo*                

Data: 25 de outubro de 2021

Hora/Local:

20h de Rondônia - Templo da GLOMARON

21h de Brasília - Entrar na reunião Zoom

https://us02web.zoom.us/j/81814617564?pwd=bUpsY2FXYWJNMnN6cThMUmFSek4wdz09

ID da reunião: 818 1461 7564

Senha de acesso: *DO26* 

 ✍🏻 Orientações aos participantes on line:

    • A sala virtual será aberta aos convidados as 20h55(Bsb); 

    • OS CONVIDADOS SERÃO ADMITIDOS 05 min ANTES DOS PAINÉIS.

    • *LEMBRE-SE: Trata-se de uma Sessão*, cujas formalidades serão suspensas durante a Ordem do Dia, portanto as manifestações orais serão limitadas, devendo os participantes registrarem no bate-papo Nome completo, Loja, Número, Potência e Oriente/UF, bem como *PERGUNTAS E COMENTÁRIOS.*

    • Escolha um local livre de ruídos e interferências, com um mínimo de privacidade; 

    • Vestimenta: traje informal, com camisa ou camiseta de manga, compatível com uma reunião;

    • Sua participação implica em autorização tácita de divulgação de sua imagem e voz.

PALESTRA "O CAMINHO DA FELICIDADE" - Michael Winetzki



Palestra "O Caminho da Felicidade: A Cabalá para aplicação do dia-a-dia" realizada pelo Irmão Michael Winetzki (Escritor Maçônico, REAA 33º, MI, da ARLS Tríplice Aliança nº 341 da GLESP do Or. de Mongaguá-SP) para a Augusta e Respeitável Loja Simbólica Virtual LUX IN TENEBRIS em 03/10/2020. Foi a primeira palestra realizada na primeira Loja Maçônica Virtual do Brasil.

Se não abrir neste local cole o link abaixo no seu navegador.

https://youtu.be/hMYbrVuE61Y 

A EXALTAÇÃO AO TRABALHO NO GRAU DE COMPANHEIRO MAÇOM - Ir.'. A. Jorge


Permitam-me, meus Irmãos, apoderar-me de um dos mais belos trechos da Oração aos Moços, de Rui Barbosa:

 "Oração e trabalho são os recursos mais poderosos na criação moral do homem. A oração é o íntimo sublimar-se da alma pelo contato com Deus. O trabalho é o inteirar, o desenvolver, o apurar das energias do corpo e do espírito, mediante a ação contínua de cada um sobre si mesmo e sobre o mundo onde labutamos. ... O Criador começa e a criatura acaba a criação de si própria. Quem quer, pois, que trabalhe, está em oração ao Senhor." (trecho da Obra de Rui Barbosa extraído do artigo do Ir:. Raimundo Rodrigues - Cartilha do Companheiro - Ed. A Trolha - 1a. Edição - 1998 - págs. 105 e seguintes)

O Grau de Companheiro, ensina-nos o Rito Escocês Antigo e Aceito, é o Grau dedicado à exaltação do Trabalho. De pouca relevância o tipo de trabalho, ministra também lições nesse sentido, o Ritual. Imprescindível, entretanto, nos dias tumultuados de nossa atualidade, quando valores invertidos atropelam sem ressentimentos a Ética, que o trabalho seja prestado com respaldo nos melhores princípios da dignidade, que o ato de trabalhar seja praticado com a alegria do crescimento espiritual, pois o homem, na sua capacidade de errar e transgredir, esmera-se em arquitetar formas nada saudáveis e recomendáveis de "trabalhos" distantes de qualidades sublimes, exercidos unicamente com o intuito de provocar um enriquecimento rápido e sem causa, com a meta apenas de acumular a matéria.

O Companheiro exalta o trabalho, impõe ação aos instrumentos colocados à sua disposição, como o maço e o cinzel, a régua, o compasso e o esquadro, o prumo e o nível, a alavanca, aprendendo a manejá-los com habilidade e dedicação, buscando a abundância de espigas de trigo; transformando em Pedra Cúbica a Pedra Bruta que já desbastara; escalando a escada do aprimoramento espiritual; lançando-se às profundezas dos mistérios de sua existência; conhecendo o significado da letra "G", vendo e sentindo a Estrela Flamejante.

Não encarar o trabalho como um castigo, é um sábio ensinamento e um grande e bom desafio. O preceito bíblico da transformação do suor e da força do trabalho em alimento, com uma carga evidente de suplício, teve lá a sua razão de ser. O G:.A:.D:.U:., em momento de justa fúria, lançou sobre o homem a pecha que o haveria de seguir pelas suas trilhas terrenas. E realmente, por séculos, trabalhar era próprio de alguém inferior, era próprio de escravos condenados a suprir com o seu suor e esforço o alimento dos seus senhores, na turva visão do trabalho como desonra e estigma social. O I:. Raimundo Rodrigues, num excelente artigo publicado na Cartilha do Companheiro - 1a. Edição da Ed. A Trolha, lembra-nos que - o "ora et labora" era um incentivo que se dava aos religiosos para que pudessem evitar e, até mesmo, vencer as tentações e que essa forma de entender o trabalho se modificou com o advento do humanismo e mais ainda com a chegada do Renascentismo.

Mas a mesma sabedoria do Grande Arquiteto teve o condão de mudar conceitos, mesmo que tão arraigados; teve a sabedoria de incutir em filósofos a essência magnífica do trabalho e daí nasceram apologias e exaltações ao ato de trabalhar, desmistificou-se a supremacia do conhecimento sobre a ação e descobriu-se que o homem, se podia pensar, conhecer, melhor estaria se colocasse em prática os seus pensamentos e conhecimentos.

É pela ação do trabalho que obras maravilhosas acontecem. É pelo trabalho que a inércia desaparece, o Universo se transforma e que tudo está em constante e perene movimento, ainda nas palavras do I:. Raimundo Rodrigues.

O Maçom é um trabalhador por excelência. Por perfeita e justa razão, recebe ele o apelido de Obreiro e o seu local de trabalho, Oficina. Junto dos Companheiros, essa qualidade de trabalhador enaltece-se ainda mais, passando a ser a essência filosófica do Grau. Deixando de usar apenas a força mais bruta, arduamente aplicada na aprendizagem do alto da Coluna do Norte, e utilizando mais a inteligência, o Companheiro estará mais livre nos seus passos em busca dos seus caminhos. Nas etapas da sua jornada, trabalhando com afinco e sempre em conjunto com seus Irmãos, na mais pura essência da fraternidade, certamente terá confrontos com dificuldades e obstáculos para vencer os degraus da escada que o levará às portas da Câmara do Meio. Mas o empenho na construção do Templo, com o uso adequado das ferramentas do Grau e a aplicação de princípios teóricos e filosóficos que passará a dominar com mais propriedade, servirá para aprender e compreender os sentidos dos emblemas, das alegorias e dos símbolos que a Maçonaria lhe proporciona e para entender o que é realmente necessário para alcançar o Grau de Mestre.

O Grau de Companheiro possui uma característica bastante forte de participação, de ação e criação em grupo, possibilitando o exercício da fraternidade com plenitude e ampliando a visão espiritual sobre a vida material. Usando a trolha, símbolo da indulgência, o Companheiro unirá as pedras cúbicas pela argamassa da irmandade, lançando o reboco e corrigindo as arestas, reconhecendo, acima de tudo, na lição de Assis Carvalho, "as qualidades de cada Irmão, perdoando-lhe os defeitos reparáveis". (Cartilha do Companheiro - 1a. Edição - Editora A Trolha - páginas 145 e seguintes).

O trabalho, nas anotações feitas pelo I:. Raimundo Rodrigues na sua obra já mencionada, evoca a essência da Maçonaria e faz parte da sua filosofia e da sua história e alguns aspectos servem sobremaneira como evidências a esse respeito, tais como:

• Na Maçonaria operativa, o trabalho dos construtores tinha uma alta qualidade e era bastante criativo, como provam as estupendas construções, muitas ainda de pé e deslumbrando a quem as visita; 

• Passando a ser especulativa em 1717, a Maçonaria adquire um caráter filosófico, espiritual e social; 

• Os locais dos Maçons, como Obreiros, passam a ser conhecidos como Templos ou Oficinas; 

• A vestimenta do Maçom é o avental, símbolo grandioso do trabalho; 

• As atividades em Loja passam a denominar-se Trabalho, tendo este a qualidade de Justo e Perfeito, quando transcorre em obediência aos ditames da lei maçônica; quando é praticado em ambiente de harmonia; com respeito aos princípios da liberdade, igualdade e fraternidade e quando recebe as bênçãos do Grande Arquiteto do Universo. 

E se o trabalho é uma característica primordial da Maçonaria, mais ainda o é no Grau de Companheiro, que a ele se dedica, como se dedica às ciências, à filosofia e às artes, ouvindo sempre, falando quando necessário e trabalhando bem e muito, dentro dos melhores princípios maçônicos.

Trabalhar, principalmente para o Companheiro, é dedicar-se à construção do seu Templo Interior, num processo contínuo, no qual o sentido de "vencer as paixões e submeter as nossas vontades" mais se acentua e se faz presente. Pouco a pouco, com a pertinácia do trabalho e o uso adequado das ferramentas, e sobretudo irmanado, o Companheiro entrega-se à construção do edifício, dentro de si, mas com o objetivo de se projetar para fora, para a sociedade, num processo sociológico que pretende exteriorizar e transmitir para outros indivíduos as conquistas espirituais que constituem a argamassa e os demais materiais utilizados na ação de construir.

E seu templo social será erguido, sempre na vertical, como quem tem o pé no chão e a cabeça, o espírito, perto do Grande Arquiteto. E nessa obra, serão observados os ensinamentos da Maçonaria, com o edifício amparado em pedras cúbicas cinzeladas para suportar uma sólida estrutura; com cálculos feitos no projeto com o melhor uso da geometria e das demais ciências; apoiados no melhor manuseio do compasso, do esquadro e da régua. E na construção, parede por parede, que a trolha tenha bom uso no aparo das arestas e com o poder de indulgência que lhe caracteriza; que o nível seja usado de bom grado para assegurar a horizontalidade e a igualdade das superfícies, onde os Irmãos estarão no mesmo patamar; que o prumo tenha a manipulação adequada, demonstrando a retidão da construção, visível na perfeita verticalidade das paredes. E, quando os obstáculos se impuserem, ou mesmo quando um esforço maior for exigido para a execução da tarefa de construção, que a alavanca seja usada na melhor acepção de Arquimedes, para facilitar a transposição de dificuldades e contribuir para a consecução dos trabalhos.

A alegria e o pensamento positivo devem acompanhar o Companheiro na construção do Templo e, maior será essa alegria, quando houver a descoberta que a construção é, na verdade, um processo de transformação, no qual, a cada pedra assentada, as virtudes vão substituindo os vícios; o espírito vai tomando o lugar da matéria; a fraternidade, pois o trabalho não deve ser apenas solitário, vai se sobrepondo ao individualismo e à vaidade.

E assim é o trabalho maçônico, o trabalho exaltado no Grau de Companheiro. De tal sorte que, se praticado com perseverança e entusiasmo, sepultará intolerâncias, ressentimentos, mágoas e medos, bem como outros sentimentos que não são e não devem ser próprios das virtudes perseguidas pelo Maçom e, em contraponto, ressaltará virtudes fortemente necessárias ao aprimoramento da humanidade, papel fundamental do verdadeiro Maçom.

Bibliografia consultada:

• Ritual do 2º Grau - Companheiro - Rito Escocês Antigo e Aceito 

• Bíblia Sagrada 

• Cadernos de Bolso A Trolha - Instruções para Loja de Companheiro.

outubro 24, 2021

QUITE PLACET OU PLACET EX-OFICIO


Tanto o Quite Placet como o Placet Ex-Ofício são documentos Maçónicos para que um Maçom se desligue da sua Loja. Já a Cobertura de Direitos é uma decisão da Loja sem que haja um documento próprio para tal.

Todo o Maçom tem o direito de pedir para se desligar da sua Loja, desde que esteja em dia com seus compromissos pecuniários, formule o pedido por escrito e respeite o procedimento que cada Potências Maçónica normalmente tem definido para o efeito. O Quite Placet é o documento concedido ao Maçom, atestando que ele está quite com a Loja. De posse do documento, o Maçom tem um prazo determinado (geralmente de 6 meses) para se filiar noutra Loja. Durante este prazo, enquanto não se filia noutra Loja, ele é considerado inativo, perdendo os seus direitos maçónicos se não se filiar noutra Loja dentro do período determinado.

Já o Placet Ex-Ofício é o documento emitido pela Loja ao Maçom cuja presença seja considerada negativa para os seus trabalhos e/ou para os restantes obreiros. Para tal é necessário a abertura de um processo interno em que se prove que o Maçom é prejudicial à Loja. As Potências Maçónicas definem nos seus Regulamentos Gerais a forma de proceder em cada caso. O Placet Ex-Ofício, embora exclua o Maçom da sua Loja, não o exclui da Maçonaria.

A Cobertura de Direitos é quando uma Loja priva um Irmão de seus direitos maçónicos por ficar longo tempo sem frequentar a Loja e/ou se atrasar nas suas contribuições pecuniárias sem explicação. As Potências Maçónicas costumam definir nos seus Regulamentos Gerais os procedimentos a serem adoptados pelas Lojas e por quanto tempo o Maçom pode ficar nesta situação de não comparecimento e/ou não pagamento sem ficar Coberto de Direitos. A Cobertura cessa quando o Maçom cumpre as condições que justificaram a penalidade.

Adaptado de Autor desconhecido

Notas

PLACET – Significa “memorial”, “lembrança”, “rol de coisas memoráveis”. Designa, em Maçonaria, o documento entregue ao Obreiro, quando este deixa a Loja, para se filiar noutra (ou mesmo para afastamento definitivo). Este documento pode conter o memorial – as coisas que devem ser lembradas – do Obreiro: data de Iniciação, de Elevação, de Exaltação, de Filiação, etc. Normalmente, o placet é acompanhado de prova de quitação dos débitos do Obreiro para com a Loja; nesse caso, ele é o quitte-placet, na grafia francesa, ou quite-placet, numa forma híbrida.

QUITTE – significa “quite, livre, liberto”. Em Maçonaria, é usada juntamente com o vocábulo “placet”. para designar o documento em que, para além do memorial do Obreiro, há a prova de que ele deixa a Oficina com todos os seus pagamentos em dia. Embora esta seja a forma correta do adjetivo na sua relação com o substantivo “placet”, tem sido usada a forma “quite” (pago, que saldou o seu débito, livre, desembaraçado), o que torna a expressão hibrida.