novembro 15, 2021

A MAÇONARIA E A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA - Hector Guerrero


Liberdade, Igualdade e Fraternidade. 

Como cumprir esta tríade sem um governo Democrático em sua plenitude???

No dia 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, com o apoio dos republicanos, demitiu o Conselho de Ministros e seu presidente. 

Na noite deste mesmo dia, o marechal assinou o manifesto proclamando a República no Brasil e instalando um governo provisório.

Após 67 anos, a monarquia chegava ao fim. 

No dia 18 de novembro, D. Pedro II e a família imperial partiam rumo à Europa. 

Tinha início a República Brasileira com o Marechal Deodoro da Fonseca assumindo provisoriamente o posto de presidente do Brasil. 

A partir de então, o pais seria governado por um presidente escolhido pelo povo através das eleições. 

Foi um grande avanço rumo a consolidação da democracia no Brasil

É inegável afirmar que em todos os eventos históricos brasileiros se teve a presença ‘notável’ da maçonaria. 

E todos foram tramados e concretizados dentro das Lojas maçônicas. 

Assim, não poderia deixar de ser com a Proclamação da República.

A  implantação  da  República  foi,  sem  dúvida,  a  maior  revolução  de  nossa  História,  tendo como  líderes  os  IIr.·.  Deodoro  da  Fonseca  e  Benjamim  Constant. 

A  palavra  REPÚBLICA,  derivada  do  Latim  (res  publica),  é  definida  como  coisa  pública. 

É  o sistema  de  governo  em  que  um  ou  vários  indivíduos  eleitos  pelo  Povo,  exercem,  em  seu nome,  o  poder  supremo,  por  um  determinado  tempo. 

A  Proclamação  da  República  no  Brasil  foi uma  consequência  natural  da  profunda  crise  ocorrida  no  Império  Brasileiro,  provocada  pelas transformações  que  ocorreram  na  Sociedade  Brasileira,  principalmente  a  partir  de  1870,  isto  é, após  o  término  da  Guerra  do  Paraguai.

As  questões  Militar,  Religiosa  e  da  Libertação  dos  Escravos,  conjuntamente,  foram  as causas  da  queda  do  Império  e  da  Proclamação  da  República,  porque  o  poder  do  Governo  Imperial sustentava-se,  principalmente,  na  Escravidão,  no  Exército  e  na  Igreja.

A  razão  que  levou  o  exército a  contrapor-se  ao  Governo  Imperial  foi  que,  apesar  de  ter  saído  da  Guerra  do  Paraguai  vitorioso, fortalecido  e  modernizado,  continuou  a  ser  marginalizado  pela  aristocracia,  que  detinha  o  poder  e, por  isso,  os  militares  passaram  a  acreditar  que  somente  o  Exército  poderia  salvar  o  Pais  da  crise econômica;  dos  problemas  sociais;  das  fraudes  eleitorais;  da  corrupção  política,  etc.

A  Igreja,  por  sua  vez,  queria  sua  liberdade,  pois,  encontrava-se  submetida  ao  domínio Imperial.  

Em  1864,  a  Bula  Papal  "Syllabus"  proibiu  os  padres  de  fazerem  parte  da  Maçonaria, proibição  que  não  foi  aceita  pelo  Governo  Imperial  e,  em  1874,  o  Primeiro-Ministro,  Visconde  do Rio  Branco,  Grão-Mestre  da  Maçonaria,  mandou  prender  os  Bispos  de  Olinda  e  de  Belém  do  Pará, que  mandaram  fechar  irmandades  religiosas  de  Pernambuco  e  do  Pará,  cujos  membros  não tivessem  abandonado  a  Maçonaria.  

Contudo,  em  1875,  sendo  Primeiro-Ministro  o  Duque  de Caxias,  também  membro  da  Maçonaria,  foram  aqueles  prelados  postos  em  liberdade.

As  diversas  leis  de  cunho  antiescravista,  como  a  Lei  do  Ventre  Livre  (28.09.1871);  a  Lei  dos Sexagenários  (28.09.1885)  e,  finalmente,  a  Lei  Áurea  (13.05.1888),  foram  fatores  preponderantes ao  enfraquecimento  do  Império,  contribuindo,  decisivamente,  para  acelerar  o  processo  que culminou  na  Proclamação  da  República.

A  atuação  dos  partidos  políticos  durante  o  Segundo Reinado  foi  bastante  intensa  e  dois  deles  revezavam-se  no  poder:  o  Liberal  e  o  Conservador.   

Contudo,  em  1868,  uma  briga  havida  entre  os  membros  do  Partido  Liberal  provocou  uma cisão,  dando  origem  ao  Partido  Radical,  em  1869,  o  qual,  em  1870,  publicou  um  manifesto criticando  o  fato  de  o  Brasil  ser  a  única  Monarquia  em  todo  o  Continente  Americano.

O  manifesto,  assinado  por  Quintino  Bocaiúva,  Rangel  Pestana,  Saldanha  Marinho  e  outros expoentes  daquela  geração,  continha  uma  proposta  de  descentralização  política,  típica  de  uma Federação, isto é, de autonomia das províncias e municípios.

Foi o embrião do Partido Republicano, que, poderosamente, abrigou em suas fileiras, duas fortes correntes de pensamento: os evolucionistas e os revolucionários.

Os evolucionistas, representados por Quintino Bocaiúva, acreditavam na não-violência e julgavam que a República aconteceria naturalmente, sem lutas.

Os revolucionários, representados por Silva Jardim (vide a Coluna Efemérides do Boletim de Julho de 2000), propunham a luta armada como meio de derrubar o Império.

Os evolucionistas, por suas ideias, aliaram-se aos militares e à aristocracia cafeeira, conseguindo, desse modo, predominar sobre a corrente adversária.

Os contatos, encontros e reuniões para articular a derrubada do Império eram feitos às claras. 

Conspiradores como Benjamim Constant, Deodoro da Fonseca e Sólon Ribeiro agiam abertamente e, no dia 14.11.1889, lançaram o boato de que o Governo Imperial havia mandado prender Deodoro e Benjamim, o que provocou a sublevação de 2 regimentos sediados em São Cristóvão, desencadeando a ação militar do dia seguinte, já sob o comando do Marechal Deodoro da Fonseca, o qual, sem derramamento de sangue, proclamou a República do Brasil.  

A segunda metade do século XIX foi pródiga de acontecimentos decisivos na história do Brasil e, assim a sociedade conheceu importantes transformações econômicas, sociais e políticas, que modernizaram o país e o levaram a adotar relações mais dinâmicas de trabalho, podendo ser citadas como conquistas daquela época, que contribuíram para a Proclamação da República: instituição do trabalho assalariado; intensificação da imigração, principalmente de europeus; abolição da escravidão; novas ideias políticas, com a de Federação; surgimento de novos partidos políticos e enriquecimento do País com o café.

O primeiro Presidente do Brasil foi o Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, nascido em Alagoas, em 1827 e que morreu no Rio de Janeiro em 1892.

O primeiro Ministério foi assim constituído: Campos Sales - Ministro da Justiça; Floriano Peixoto - Ministro da Guerra; Eduardo Nandenjkolk - Ministro da Marinha; Rui Barbosa - Ministro da Fazenda; Benjamim Constant - Ministro da Instrução Pública; Francisco Glicéreo - Ministro da Agricultura; Aristides Lobo - Ministro do Interior; Quintino Bocaiúva - Ministro do Exterior.

Outras personalidades também lutaram pela implantação da República, dentre eles, Prudente de Morais, Saldanha Marinho, Rangel Pestana, Silva Jardim e Francisco Manuel.

A Maçonaria mais uma vez ditou o rumo da história e fez valer seu princípio de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. 

Bom dia e bom feriado meus irmãos.

Compilado pelo irmão Hector Guerrero M.'.M.'.

NASCE A REPUBLICA - Adilson Zotovici




Adilson Zotovici da ARLS Chequer Nassif  169 de S. Caetano do Sul é intelectual e um dos mais talentosos poetas da maçonaria brasileira.


Passaram-se pois, alguns anos

Da tão sonhada Independência

Desperta a ânsia com veemência

De florirem antigos planos 


Tantos sentimentos ufanos

De todo um povo que exigia

Fim da vã soberania 

Como dos jugos tiranos


Buscando direitos humanos 

Basta à miséria, impertinência...

Bradaram seres de excelência

Com seus propósitos lhanos 


Regrados nos sacros arcanos 

Obreiros da maçonaria

Findam mortiça monarquia...

Por ideais Republicanos !



novembro 14, 2021

VISITA DO VM IZAUTONIO MACHADO


 

Tive a grata honra de receber neste domingo, em casa, a visita do VM da primeira Loja Maçônica Virtual do Brasil, a ARLS Lux in Tenebris n. 47, da GLOMARON. I irmão Izautonio é também confrade da Academia Brasileira Virtual de Letras Maçônicas. Houve profícua conversa a respeito da maçonaria hoje e a maçonaria do futuro.

ESCRITURAS INSPIRADAS POR DEUS? - Ney Gonçalves Oliveira e Almir SantAnna Cruz




 O Deus pai do Antigo Testamento e o Deus filho do Novo Testamento não escreveram uma única letra. Isso todos sabemos!

Determinadas pessoas, consideradas profetas, apóstolos, santos, ou seja, lá o nome que se passou a lhes dar, escreveram certos livros bíblicos e outras pessoas as consideraram inspiradas por Deus.

Será que essas pessoas que consideraram determinadas escrituras como inspiradas por Deus também estavam inspiradas por Deus para incluírem um determinado texto na Bíblia e rejeitarem outros por não os considerarem inspirados por Deus? 

Quem disse que esses analistas e censores estavam inspirados por Deus para terem essa autoridade?

Os cinco primeiros livros que compõem o Antigo Testamento são considerados Escrituras Sagradas desde épocas remotas, mas somente no ano 70 d.C., quando o Templo de Salomão foi destruído pela última vez pelos romanos é´que foram introduzidas nas Sinagogas outros textos.

Quem disse que estavam inspirados por Deus aqueles que escreveram esses livros? Os que os elegeram como inspirados por Deus e os incluíram nas Escrituras judaicas, chamadas pelos cristãos de Antigo Testamento? 

Quem disse que os que elegeram esses livros estavam inspirados por Deus para saberem que tais livros foram inspirados por Deus?

Até o ano de 325 d.C. não havia ainda os textos “oficiais” da era pós Jesus Cristo. 

Circulava então uma enorme quantidade de textos, que compilavam uma profusa tradição oral. 

Foi nesse ano que os bispos da Igreja Católica, convocados pelo Imperador romano Constantino, reuniram-se no primeiro Concilio da Igreja, o Nicéia I. 

Pois foram esses bispos, presididos pelo imperador Constantino que elegeram os textos que compõem o Novo Testamento, considerando uns inspirados por Deus e rejeitando outros que não foram considerados por eles inspirados por Deus (são os denominados Apócrifos). 

Quem disse que estavam inspirados por Deus para saberem quais textos eram e quais não eram inspirados por Deus?

Será que estavam inspirados por Deus os autores bíblicos que emitiram determinados conceitos próprios do conhecimento da época em que escreveram, mas que modernamente, com o avanço da cultura, do conhecimento e da ciência, são contestáveis? 

Será que Deus não sabia que o morcego é um mamífero e por isso inspirou o autor bíblico a classificá-lo como uma ave em Levítico 11:13-19?

Ora, Deus não nomeou ninguém como seus porta-vozes, até porque ninguém precisa de intermediários, sejam eles pastores, padres ou autores bíblicos, para se chegar a Deus!

Quem disse que Deus inspirou ou aprovou esses textos? Deus? Não! Somente seres humanos, num passado distante e sem os conhecimentos que dispomos atualmente!

Ler a Bíblia e não entendê-la, não analisá-la, não procurar saber quem foram os seus autores, em que época escreveram, quais eram as situações políticas, econômicas e sociais, a mentalidade das respectivas épocas, assim como para quem escreveram e com qual propósito, convenhamos, é o mesmo que um burro apreciando um palácio.

Entregar uma Bíblia a um indivíduo despreparado e influenciável, pode transformá-lo numa fanática ovelha descerebrada pronta para ser tosquiada por pastores e/ou líderes religiosos inescrupulosos que usam certas passagens bíblicas em benefício próprio.

Aliás, isso vale também para o Alcorão, que. se cair em mãos de religiosos fanáticos, pode transformar fiéis em homens-bomba islâmicos!

Excerto do livro *DEUS, CRIADOR OU CRIATURA?: DO BIG BAMG AO PENSAMENTO HUMANO* Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

OS INIMIGOS DA MAÇONARIA - Valdemar Sansão

 


 Alguns ingressam na Ordem certos de poder contar, nas suas dificuldades, com proteção e amparo material.

E, não encontrando, como de fato não poderiam, em nenhuma hipótese, favores dessa natureza, afastam-se.

E a cada afastamento, mais um inimigo da Ordem se forma.

Inimigo que nós criamos.

Inimigo de nossas ideias e de nossos propósitos.

Inimigo que nós próprios fomos buscar no mundo profano.

O grande inimigo da Maçonaria é aquele que jamais nela deveria ter ingressado.

Nossa imperfeita seleção, escolha e sindicância devem ser revistas.

Os responsáveis pela cegueira e teimosia em pactuar pela omissão ou comodidade, acarretam prejuízos incalculáveis à Instituição.

O grande inimigo da Maçonaria é aquele que se contenta com o hoje, os imediatistas, 

aqueles para os quais basta uma Maçonaria contemplativa, “de rótulo” ou “de fachada”, com suas “festas” e fotografias estampadas em dispendiosas revistas sem nenhum testemunho prático, sem nenhum estudo, realização ou participação, levaria, se fosse só, a Maçonaria de nossos tempos a simples sinais, batidas de malhetes, crachás, exibição de adereços, anéis, chaveiros, canetas, gravata, abotoaduras, distintivos, condecorações, 

sempre com o clássico conjunto de Esquadro, Compasso e letra G usados no peito ou na lapela, com fita ou com laço para alimentar vaidades.

Contudo, o grande inimigo da fraternidade é aquele que carrega a vaidade dentro de seu coração; que não conhece o seu próprio valor e o valor de seus Irmãos.

Aquele cujo espírito não admite que os outros sejam líderes porque, na mesquinhez de sua futilidade e ostentação acredita ser melhor do que os demais e único capaz de poder empunhar a bandeira da liderança.

*_O que é preciso mudar:*

É lamentável constatar que, se a Independência do Brasil, a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República dependessem, hoje, de propaganda feita à custa de cotização dos Obreiros, elas jamais seriam feitas

Estas são constatações dolorosas, mas absolutamente verdadeiras, pois o que mais se vê, na atualidade, é inação e uma completa má vontade – com raras e honrosas exceções, que confirmam a regra.


novembro 13, 2021

A ÉTICA MAÇONICA - Valdemar Sansão



A lei que regula a Ética Maçônica tem sido burlada, postergada, embora esteja claro que as atitudes maçônicas são designadas para as relações dentro da fraternidade, onde os Irmãos têm de tentar todos os remédios antes de procurar o socorro das Cortes.

Com Lojas e Obediências sendo arrastadas à Justiça profana, em questões onde a caridade fraternal está ausente e onde imperam as discussões, as discórdias, os propósitos caluniosos e as maledicências.

Há inúmeros casos em que a solidariedade maçônica foi esquecida e homens que deveriam ser Irmãos tornaram-se inimigos irreconciliáveis. 

A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou as muralhas do ódio e nos tem feito andar em marcha lenta para a amargura.

Nas disputas pelo poder, os interesses particulares, muitas vezes, sobrepujam os gerais, há dano da coletividade maçônica e do princípio de fraternidade.

As vaidades pessoais, as paixões de momento, os melindres, têm cavado fossos quase instransponíveis entre homens que se deveriam amar como Irmãos.

Importante é a recomendação de não se recorrer à justiça profana, para abordar os assuntos internos da Maçonaria.

Essa recomendação, como mostra a História, tem sido largamente desrespeitada, em todos os tempos, pois, quando entram em jogo interesses pessoais e de grupos, os homens - falíveis e imperfeitos, embora a instituição seja doutrinariamente perfeita - esquecem a lei, a moral e a ética.

É papel essencial de a Maçonaria exigir esta Ética primeiro de seus membros, tanto dentro quanto fora da Ordem, e depois lutar para que a Ética se torne apanágio de todos os outros, principalmente daqueles que nos afetam com sua desonestidade e falta de lisura.

A Maçonaria nos ensina a ser ético individualmente, através dos Rituais que nos treinam para o sistema maçônico de pensamento, para que possamos, depois de agir com correção a partir de nossa própria vontade, unir vontades de muitos Irmãos numa luta maior.

ESBOÇO ORIENTATIVO PARA INGRESSO NA MAÇONARIA - Newton Agrella

                                          

Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante, um dos mais renomados intelectuais da maçonaria.


Apoio para uma Sindicância

Possivelmente, em algum momento da vida, você já deve ter  perguntado a si mesmo, o que é Maçonaria.

Entretanto, tendo ouvido tantas coisas sobre ela, tais como ser uma entidade fechada, cercada de segredos e mistérios, de muito difícil acesso, enfim coisas desse tipo, talvez por isso  tenha até deixado o interesse de conhecê-la, cair no esquecimento.

Pois bem, a Maçonaria é uma instituição iniciática, ou seja, para que se possa ser aceito  você deve se submeter a uma cerimônia de iniciação que guarda um conjunto de procedimentos solenes e ao mesmo tempo de caráter esotérico que faz parte de sua longa história e tradição.

Para seu ingresso é necessário que seja por meio de um Convite de um legítimo Mestre Maçom.

Cabe deixar claro, que a Maçonaria não impõe dogmas e que aceita em seu meio, homens de toda e qualquer religião, credo ou crença.  

A única prerrogativa que a Maçonaria exige é a crença em DEUS, ou seja, num "Principio Criador e Incriado do Universo", que constitui-se numa referência ou base, para que possamos inclusive entender a nossa própria existência e fonte de origem de todas as coisas. 

O que na verdade, é um atestado de inteligência e bom senso.

O propósito da Maçonaria é o de aprimorar espiritualmente e intelectualmente o interior do ser humano, através de uma filosofia calcada na Liberdade de pensamento e expressão, na Igualdade de direitos e obrigações e sobejamente na Fraternidade, preconizada pelo amor entre os seres humanos.

Todos esses princípios e esse processo obedecem um sistema de graus, que vão se tornando cada vez mais perceptíveis, à medida que o Maçom vai acumulando mais experiência e conhecimento da Ciência dos Símbolos.

A Simbologia é a ciência mais antiga que há, e através dela é que o Maçom vai se familiarizando com todos os seus significados. 

É fundamental deixar claro que o objetivo maior na Maçonaria é a prática da VIRTUDE ou seja, praticar o Bem, como condição precípua para todas as relações humanas.

A Maçonaria é uma entidade filosófica, humanística, intelectual, progressista, filantrópica e sobretudo evolucionista.

A Maçonaria combate expressamente a ignorância, o fanatismo, os vícios e todo e qualquer tipo de preconceito.

Além disso, coíbe discussões sobre Política de cunho partidário, bem como sobre Religião de caráter proselitista, justamente para evitar possíveis discórdias e um clima desfavorável entre os Irmãos, posto tratarem-se de assuntos que normalmente causam polêmicas e discussões acaloradas.

Relevante lembrar que tal qual toda entidade organizada, a Maçonaria possui regras e regulamentos que devem ser seguidos, assim como o fazem em qualquer quadro associativo.

Há os compromissos pecuniários com a Loja e com o Grande Oriente de São Paulo, que diz respeito à Mútua, uma espécie de Poupança ou Pecúlio, que posteriormente será revertido em benefício àqueles que o  "iniciando" indicar como favorecidos, nos casos de morte  e/ou invalidez.

A Maçonaria dispõe de Ritos, que são os meios para o seu exercício e que possuem características particulares, embora sua essência e finalidades sejam as mesmas.

Finalmente, cabe aqui uma consideração muito relevante: 

"Maçonaria Não é Religião".  

Ela não possui qualidades divinais, reveladoras ou transformadoras.

Nela não se ora, não se reza, não se prestam idolatrias, tampouco cultuam-se deuses, imagens ou quaisquer divindades.

A Maçonaria traz no seu âmbito histórico várias referências religiosas, fruto de seu período Operativo, quando na Idade Média, a Religião e sobretudo a Fé Cristã eram sinônimos do Pensamento Humano no mundo ocidental.

Com o advento da chamada Maçonaria Especulativa, o Estudo, a Análise Antropológica  e o Desenvolvimento do Espírito Critico, bem como a preocupação pelo aperfeiçoamento da Consciência humana, passaram  a dar um novo perfil à Sublime Ordem.

É claro que a Fé e uma disposição da alma de sumo valor e consistência, porém num ambiente filosófico que busca a evolução sob a égide hominal, a Maçonaria deve ser compreendida como um instrumento de sustentação para o aprimoramento do nosso Templo Interior sob um aspecto investigativo.

Isso porém, não impede que o esoterismo e a espiritualidade também sejam contemplados e exercidos no âmbito maçônico.

Somos um amálgama de matéria, alma e espírito, imbuídos de uma propriedade particular chamada "intelecto" e isso por si só, nos permite discernir o que é Maçonaria, como uma entidade única e diferenciada de todas as demais.

Ninguém torna-se ou é Maçom, a pessoa é "reconhecida como Maçom" - o que é muito mais complexo do que se possa supor.

Portanto, se você tem interesse  em ingressar na Maçonaria, prepare-se para ler bastante, estudar, pesquisar e participar com afinco de uma instituição ímpar, cuja finalidade repousa sobre o espírito da Virtude e da Evolução Interior !

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novembro 12, 2021

A FILA DO ABRAÇO




Quando os soldados americanos chegaram em um campo de concentração na Europa durante a Segunda Guerra, eles ficaram chocados com as cenas vivenciadas.

Conta-se que um soldado ao chegar na ala das crianças chamou os colegas e decidiram dar alimentos para todos. As crianças estavam morrendo de fome.

Formou-se então uma longa fila de crianças para receberem a tão esperada refeição.

De repente um soldado olhou para o final da fila e lá estava um menino, de mãos unidas em gratidão ao Eterno e lágrimas nos olhos, quietinho.

O soldado foi até ele comovido, ajoelhou-se e lhe deu um longo abraço.

Algo inusitado aconteceu, várias crianças saíram da fila da comida e formaram uma fila para ganhar um abraço.

Qual é prioritariamente nossa necessidade ?

Precisamos alimentar nossas almas. Precisamos do Amor do Eterno. Força para prosseguir !

Gratidão e Amor são essências que devemos compartilhar para juntos seguir em frente.

Permitam o abraço do Criador em sua vida. Talvez este abraço seja a prioridade de que mais necessitamos !!!

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NOSSO NOVO IRMÃO


(Desconheço a autoria. Recebido por e-mail em 16/04/2013, via Grupo Arte Real-SC)

Meu Irmão, finalmente estás onde deves estar, estás entre nós! Sempre que um novo elemento se junta a nós, toda a Loja se alegra. Mais um homem bom quer tornar-se melhor e, fazendo-o, nos ajudará, a todos e cada um de nós, a sermos um pouco melhores também! Sê, pois, muito bem-vindo, Irmão. Todos esperamos que, sempre, gostes tantos de estar conosco como – não o duvides! – todos e cada um de nós gostaremos sempre de estar contigo.

Encerrou-se um ciclo na tua vida e iniciaste um novo ciclo. Deixaste para trás a tua vida profana e iniciaste o teu percurso como maçom. E não duvides também que, a partir de hoje, em todos os aspectos da tua vida, em todos os momentos dela, em todos os locais onde te encontrares, com quem estiveres, não mais estará apenas o homem que entrou neste templo – a partir de agora, sempre, em todos os lugares, com todas as pessoas, estará o maçom! Porque passaste por uma Iniciação que, a ti, como a milhões de outros antes de ti, sutilmente já te começou a mudar e que, se é esse o teu sincero propósito – e todos nesta sala acreditamos e acreditamos que sim! – te ajudará a melhorar, um pouco cada dia, mas sempre e sempre e mais e mais.

A partir de agora, tens muitos símbolos para estudar, para sobre eles meditares, tirares tuas conclusões e aplicares essas conclusões em ti, na tua vida, no teu comportamento. É esse, em síntese, o nosso método, o método maçônico que desde tempos imemoriais os maçons de todo o mundo usam. Basta olhares em teu redor e verás objetos, representações, mas também gestos, palavras, atos, condutas, que, tudo isso, tem significado simbólico que a ti te cabe descobrir, para que uses essas tuas descobertas em benefício de ti próprio, não do que hoje és, mas do que vais ser, do que vais ser em cada dia sendo um pouco diferente e melhor do que no dia anterior.

Muitos símbolos te rodeiam, mas agora quero apenas chamar-te particularmente a atenção para dois, que não escolhi ao acaso. Dois que, sei-o porque mo disseste, especialmente te tocam: o maço e o cinzel.

O maço e o cinzel são as ferramentas básicas com que deves, de imediato, começar a trabalhar. Simboliza o maço a força, o poder, a energia que transmite ao cinzel, a ferramenta sutil que, aproveitando a Força que lhe é transmitida pela energia da mão que empunha o maço, utilizando-a, distribuindo-a harmoniosamente com a sua ponta, mediante o seu sábio manuseio, em variados ângulos de colocação sobre a pedra, desbasta esta, retira as suas asperezas, transforma a rudeza do informe bloco em trabalhada e lisa pedra que, com sua devida esquadria, está apta a ser colocada no espaço que lhe está destinado na construção.

Assim também deves recordar-te em todos os momentos que sempre, mas sempre mesmo, deves diligenciar para que o maço da tua Força de Vontade seja aplicado com o cinzel da Sabedoria na pedra bruta que é o teu caráter, desbastando-lhe as asperezas, as irregularidades, retirando-lhe e reparando-lhe as imperfeições, moldando-o com a devida esquadria para que se integre harmoniosamente na sociedade e constitua uma forte e bela pedra essencial ao todo em que se integra.

As asperezas, as irregularidades, as imperfeições que hás de, dia a dia, um pouco de cada vez, mas persistentemente, ir retirando de ti próprio, tu, melhor do que ninguém, saberás, descobrirás, quais são. E tu próprio alterarás o que tiveres a alterar. Ninguém o fará por ti!

Para isso, precisas de, permanentemente te conheceres, cada vez mais e melhor, a ti próprio. Só assim saberás – tu e mais ninguém – o que aperfeiçoar, onde e como trabalhar, para que amanhã estejas um pouco melhor do que hoje.

Portanto, meus muito prezados Irmãos, pega no teu maço, manuseia o teu cinzel e desbasta tua pedra. O resultado do teu trabalho será, mais cedo ou mais tarde, verificado por todos, mesmo os mais distraídos. Mas, antes e acima de tudo e de todos, será apreciado por ti próprio, que, em resultado do teu trabalho, desde que sério, desde que persistente e incessante, te sentirás cada dia mais forte, mais apto, melhor. Sobretudo contigo mesmo!

novembro 11, 2021

PARA QUE NUNCA ESQUEÇAMOS



Você sabe o que é Sagota? (Resgate)

Durante a 2ª Guerra Mundial, Irena conseguiu uma autorização para trabalhar no Gueto de Varsóvia, como especialista de canalizações. Mas os seus planos iam mais além... Sabia quais eram os planos dos nazis relativamente aos judeus (sendo alemã!).

Irena trazia crianças escondidas no fundo da sua caixa de ferramentas e levava um saco de serapilheira na parte de trás da sua caminhonete (para crianças de maior tamanho).

Também levava na parte de trás da camioneta um cão, a quem ensinara a ladrar aos soldados nazis quando entrava e saia do Gueto. Claro que os soldados não queriam nada com o cão e o ladrar deste encobriria qualquer ruído que os meninos pudessem fazer.

Enquanto pôde manter este trabalho, conseguiu retirar e salvar cerca de 2500 crianças.

Por fim os nazis apanharam-na. Souberam dessas atividades e em 20 de Outubro de 1943 Irena Sendler foi presa pela Gestapo e levada para a infame prisão de Pawiak, onde foi brutalmente torturada. Num colchão de palha, encontrou uma pequena estampa deJesus com a inscrição: “Jesus, em Vós confio”, e conservou-a consigo até 1979, quando a ofereceu aoPapa João Paulo II.

Ela, a única que sabia os nomes e moradas das famílias que albergavam crianças judias, suportou a tortura e negou trair seus colaboradores ou as crianças ocultas. Quebraram-lhe os ossos dos pés e das pernas, mas não conseguiram quebrar a sua determinação. Já recuperada foi, no entanto, condenada à morte.

Enquanto esperava pela execução, um soldado alemão levou-a para um "interrogatório adicional". Ao sair, ele gritou-lhe em polaco: "Corra!".

Esperando ser baleada pelas costas, Irena, contudo, correu por uma porta lateral e fugiu, escondendo-se nos becos cobertos de neve até ter certeza de que não fora seguida. No dia seguinte, já abrigada entre amigos, Irena encontrou o seu nome na lista de polacos executados que os alemães publicavam nos jornais. Os membros da organização Sagota ("Resgate") tinham conseguido deter a execução de Irena, subornando os alemães e Irena continuou a trabalhar com uma identidade falsa.

Irena mantinha um registo com o nome de todas as crianças que conseguiu retirar do Gueto, guardadas num frasco de vidro enterrado debaixo de uma árvore no seu jardim.

Depois de terminada a guerra tentou localizar os pais que tivessem sobrevivido e reunir a família.

A maioria tinha sido levada para as câmaras de gás. Para aqueles que tinham perdido os pais, ajudou a encontrar casas de acolhimento ou pais adotivos. 

Em 2006 foi proposta para receber o Prêmio Nobel da Paz... mas não foi selecionada. Quem o recebeu foi Al Gore, pela sua campanha contra o Aquecimento Global.

Não permitamos que alguma vez esta Senhora seja esquecida!!

Estou transportando o meu grão de areia, reenviando esta mensagem. Espero que faças o mesmo.

Passaram já mais de 70 anos, desde que terminou a 2ª Guerra Mundial na Europa. Este e-mail será reenviado como uma cadeia comemorativa, em memória dos 6 milhões de judeus, 20 milhões de russos, 10 milhões de cristãos (inclusive 1.900 sacerdotes católicos ), 500 mil ciganos, centenas de milhares de socialistas, comunistas e democratas e milhares de deficientes físicos e mentais e que foram assassinados, massacrados, violados, mortos à fome e humilhados, com os povos do mundo muitas vezes olhando para o outro lado...

Agora, mais do que nunca, com o recrudescimento do racismo, da discriminação e os massacres de milhões civis em conflitos e guerras sem fim em todos os continentes, é imperativo assegurar que o Mundo nunca esqueça.  Gente como Irena Sendler, que salvou milhares de vidas praticamente sozinha, é extremamente necessária. 

A intenção desta mensagem é chegar a 40 milhões de pessoas em todo o mundo. Una-se a nós e seja mais um elo desta cadeia comemorativa e ajudar a distribuí-la por todo o mundo... Por favor, envia esta mensagem às pessoas que conhece e peça que não interrompam esta cadeia.

"A razão pela qual resgatei as crianças tem origem no meu lar, na minha infância. Fui educada na crença de que uma pessoa necessitada deve ser ajudada com o coração, sem importar a sua religião ou nacionalidade." - Irena Sendler



MAÇONARIA – TÓPICOS HISTÓRICOS - Alberto Trovão do Rosário







Após terem sido apontados os seus objetivos, após terem sido laboriosa e persistentemente apurados os conceitos e os padrões que deveriam ser respeitados; e após terem sido coligidos, burilados e aperfeiçoados os textos rituais que serviriam de referência e apoio, a Maçonaria foi estruturando, com a prudência que as evoluções da História sugeriam, formas de organização próprias.

Como se esperaria, os diversos poderes olharam-na com preocupação e desde há muito optaram por uma de duas atitudes: a hostilidade, que foi traduzida em perseguições, prisões, suplícios e até penas de morte, e a complacência desconfiada que levou, em especial no norte da Europa, a que várias cabeças coroadas se tivessem intitulado protetoras da Maçonaria e tenham, diretamente ou através de familiares, desempenhado as funções de Grão-Mestres, de modo a melhor acompanharem e controlarem uma instituição que olhavam mais com desconfiança do que com apreço.

Se os poderes políticos bolinavam entre estas duas margens, os poderes religiosos ficavam sempre amarrados à margem donde a Maçonaria era vista com absoluta intolerância e inquietação.

A atitude dos poderes religiosos era de um necessário distanciamento, aliás, a única que se poderia aguardar e que se deveu a um alargado conjunto de circunstâncias: 

- A Maçonaria falava em aperfeiçoamento espiritual, tema e prática que eram exclusivos dos que definiam o caminho a seguir pelas religiões; a Maçonaria apregoava livres formas de pensar, o que muito contrariava quem respeitava monólitos de certezas; 

- A Maçonaria usava, como usa, muitos conhecimentos, criteriosamente selecionados e simbolicamente entrosados, contidos em livros sagrados, o que, para além de ser visto como um abuso sacrílego, poderia induzir interpretações e versões afastadas dos cânones; 

- A Maçonaria, ainda que tal não estivesse de acordo com os seus princípios, poderia ser, e não poucas vezes o foi, ponte entre as forças dominantes da sociedade, competência que as instituições religiosas, também ao arrepio dos seus objetivos, muitas vezes utilizaram; 

- A Maçonaria cultivava formas de secretismo, para melhor se proteger, proteger os seus membros e as suas práticas, o que muito incomodava as forças da intolerância que assim tinham maior dificuldade em situar os seus elementos e calar as suas atividades, em particular quando estas se relacionavam com a luta contra injustiças sociais que eram ignoradas, quando não estimuladas, pelas estruturas que usavam as religiões como máscara, a exemplo do que sucede hoje ainda em muitas paragens.

Do trajeto feito, das lutas travadas e dos resultados obtidos outros textos poderão falar com mais a propósito. São no geral bem conhecidos e sobre eles se debruçaram estudiosos de diversas áreas do conhecimento como historiadores, sociólogos, políticos, filósofos e religiosos.

(Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria do Mui Respeitável Grão Mestre da Gr
ande Loja Legal de Portugal /GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em "O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal / GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25)

novembro 10, 2021

O MAÇOM E A POLÍTICA - Charles Boller



A vida em sociedade impõe a necessidade de politização, desenvolver o exercício do poder em favor da coletividade. 

Em sendo o humano um ser social por excelência, a sociedade não funcionaria de forma equilibrada sem o exercício do poder, de forma equitativa e livre, sem a política. 

Aí o desenvolvimento filosófico maçônico tem sua mola mestra ao impulsionar pessoas a pensarem e agirem mais.

Lideranças são forjadas no fogo da convivência em Lojas. 

De nada adianta revelar os segredos maçônicos, através de livros, com objetivo meramente comercial, se não se oferecer a oportunidade da pessoa viver a Maçonaria, de não possibilitar que a Maçonaria penetre nela???

Pela política, o poder é concentrado de forma natural, pelo convencimento com argumentos da razão e pela formação de relacionamentos fortes.

Platão detratava o retórico e o considerava mentiroso, pois este usa o poder do convencimento para a adulação e adulteração do verdadeiro, e adicionalmente, o tinha como crédulo e instável. 

Segundo Platão, poetas e retóricos estão para o filósofo no mesmo nível em que está a realidade para as imitações da verdade.

Por ser uma coletividade diminuta, cada Loja cobra imediatamente resultado da liderança.

Não existe espaço para ações evasivas e dissimuladas, como é comum observar-se na sociedade. 

Sentar no trono de Salomão, antes de ser privilégio que destaca e enaltece, é ato de fé, lição de humildade, exercício real de política, como ela deveria ser executada no mundo externo.

O cidadão forjado nestas Oficinas filosóficas vai, certamente, mudar e passa a praticar a política honesta, no exato sentido que Platão e Sócrates deram a tão nobre profissão.

O Maçom não faz da filosofia a finalidade de sua própria vida, mas usa da filosofia maçônica para especializar sua capacidade cognitiva e emocional no exercício da Política. 

A Maçonaria é uma escola de política, pois com sua filosofia e sua organização desenvolve-se a verdadeira política.

Foi Platão o primeiro a estabelecer a doutrina da anamnese, que é a lembrança de dentro de si mesmo das verdades que já existem a priori, em latência. 

O conhecimento maçônico, alicerçado em suas simbologias e lendas é um exercício permanente de anamnese. 

E fica tão fácil deduzir verdades complexas latentes que não há necessidade alguma de frequentar escola superior, basta viver o dia a dia maçônico, que estas verdades afloram naturalmente, como se sempre estivessem plantadas na mente e no coração, a priori. 

É aí que nasce o verdadeiro homem politizado. 

Este não busca um ganha-pão com este conhecimento, mas, pela ação, busca exercer a verdadeira atitude política, para tornar-se pedra polida dentro da sociedade ideal. 

Uma pedra cúbica que não rola ao sabor dos fluxos dos manipuladores, como se fosse um seixo rolante de fundo de rio. 

Por ter desenvolvida a capacidade de pensar, é um obstáculo para os políticos despóticos e desonestos.


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DO PONTO HARA - Heitor Rodrigues Freire

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Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis, advogado, past GM da GLEMS e atual presidente da Santa Casa de Campo Grande. Contribui regularmente com este blog

O estudo permanente para o autoconhecimento enriquece naturalmente a nossa vida, pois o aprendizado abre novos caminhos, consolida outros e cria novas perspectivas. 

Assim, percebemos que o corpo humano é uma prova inconteste da existência de Deus. Composto por tantos órgãos, células, moléculas, átomos, neurônios e centros de energia distribuídos ao longo da cabeça, tronco e membros, o nosso corpo configura uma miniatura do universo, cujo funcionamento independe da vontade de cada um. Todos os componentes têm vida própria, obedecendo a um ordenamento lógico e natural, que emana de uma fonte primordial: Deus.

Essa energia que permeia o universo, chamada de Deus, envolve o ser humano e se distribui por todo o seu corpo, de forma inteligente e ativa. Cada órgão tem sua individualidade e função, e todos estão irmanados no corpo de cada ser.

Dentro desse universo, o papel do umbigo vai além da psiquê e da biologia. Ele é, também, um ponto cármico, um nó de energias para inúmeras tradições religiosas e culturais. É nessa região da barriga que se concentra a energia vital – o ki dos japoneses, o chi dos chineses e o prana dos indianos. 

O nome do ponto abaixo do umbigo, em japonês, é chamado Tanden, em chinês é considerado o baixo dantian e no yoga chama-se swadhisthana ou chakra esplénico. Este centro energético é o grande reservatório de ki, chi e prana, que são os nomes dados à energia pelos japoneses, chineses e indianos.

No Japão, o hara, ou o centro do corpo, está relacionado ao senso de honra e dignidade. Antigamente, quando se sentiam desonrados, os japoneses cometiam um suicídio ritual, o harakiri, cravando o punhal na região do hara. Assim encerravam a vida no lugar onde ela havia nascido. 

Um hara forte significa poder espiritual. Nas gravuras japonesas e chinesas, os homens santos costumam ser representados com um círculo de luz localizado no baixo ventre. É por isso que um Buda, um iluminado, é visto nas imagens com a barriga proeminente.

O umbigo, essa marca central em nosso corpo sobre o qual já falei num artigo anterior, suscitou em mim uma curiosidade crescente que me levou a pesquisar mais sobre esse tema misterioso.

O umbigo tem um grande significado. É o centro do ser humano. Tem uma grande função, embora invisível. É o local da criação da coragem e da raça. O umbigo é como se fosse a nossa impressão cósmica de uma relação transcendente. É  a nossa marca individual, espiritual, com a nossa matriz, a mãe que nos nutriu e manteve durante todo o período da gestação, e cuja relação nos uniu de forma definitiva em nossa encarnação. É um registro indelével de que primordialmente estivemos conectados a outra pessoa e totalmente dependente dela.

Descobrir e estudar o umbigo está se constituindo para mim num processo enriquecedor para o meu autoconhecimento. O mistério que envolve o umbigo o torna um enigma a ser decifrado. É como se fosse a minha esfinge pessoal. É o meu nó górdio que foi cortado, mas tenho que desatar cosmicamente. 

Karfiled Graf Durckheim (1896-1988), um ex-diplomata alemão a serviço do nazismo, psicoterapeuta da Universidade de Kiel, e mais tarde prisioneiro de guerra no Japão, tornou-se um mestre zen que trabalhou com o conceito do hara como terapia esotérica. Ele escreveu:

“O hara liberta o homem da imagem de uma persona, isto é, de todas as posturas internamente não-verdadeiras pertinentes ao papel que alguém exerce no mundo ou que gostaria de representar. O hara possibilita a Gestalt (um conceito psicoterápico focado na responsabilidade do indivíduo, na experiência baseada no “aqui e agora”), que expressa a essência de um homem com singeleza, além de concretizá-la progressivamente. Assim, o homem está livre da obrigação de querer parecer, ou de ser mais do que é.  A timidez, o constrangimento e a falsa submissão desparecem. O homem que se torna consciente de suas raízes no hara posiciona-se com naturalidade e liberdade, como ele simplesmente é, nem mais nem menos, conquistando por isso sua beleza interna específica.”

Na internet encontramos muita informação sobre o hara e também exercícios que permitem a utilização do seu poder e da sua energia em benefício de quem os pratica.

Vale a pena. Estou conhecendo, utilizando e me beneficiando desse conhecimento.

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