dezembro 01, 2021

GNOSE - Excerto do livro Gnose, de Philip Gardiner



A verdadeira definição do termo "gnose" é a experiência mística do Divino diretamente em si mesmo. É a realização da nossa verdadeira natureza que não pode ser discernida por intermédio de dogmas ou doutrinas intelectuais, mas somente pela experiência.

As crenças e os segredos supremos dos cristãos gnósticos constituem um mistério para a maioria das pessoas. Eles praticam uma espiritualidade que é, sem dúvida, mais oriental do que a versão do cristianismo tradicional ocidental. Como diz Mateus, no livro de Tomé: "Porque aquele que não se conhece nada conhece, mas aquele que se conhece já adquiriu o conhecimento sobre as profundezas do Universo." Tais são as palavras de Cristo, segundo Tomé, e essas poucas palavras revelam a profundeza do sistema da crença gnóstica. Essa passagem parece dizer que o lugar mais importante para procurar a verdade, o Divino, e o conhecimento supremo do Universo é dentro de nós mesmos.

Os Upanishads (parte das escrituras Shruti hindus, que discutem principalmente meditação e filosofia, e que são consideradas pela maioria das escolas do hinduísmo como instruções religiosas) dizem que: "Não é pela argumentação que se conhece o 'eu'. Faça a distinção entre o 'eu' e o corpo e a mente. O 'eu', o atman (palavra em Sânscrito que significa alma ou sopro vital. Na filosofia esotérica é considerado uma ligação do ser humano com a hierarquia cósmica), o refúgio mais elevado de todos, impregna o Universo e habita o coração das pessoas.

 Aquelas que aprendem sobre o 'eu' e praticam constantemente a meditação atingem esse atman imutável e com brilho próprio. Façam o mesmo..." O atman é a verdadeira realidade interior, o espírito, ou o elemento do Filho de Deus dentro de cada um de nós. Os alquimistas dizem que o atman jamais morre. Seus dias não têm fim e ele é absolutamente perfeito.

 O objetivo da gnose é descobrir essa verdadeira realidade interior, que nos proporciona uma profunda percepção do próprio Universo.

Fonte: Excerto do livro Gnose, de Philip Gardiner.

RITO DA PALAVRA DE MAÇOM (MASON’S WORD) - publicado por Hector Guerrero

 







De acordo com vários maçonólogos, o Rito da Palavra de Maçom (Mason’s Word), criado por volta de 1637 na Escócia seria o rito mais antigo da Maçonaria chamada “especulativa”.

O rito foi fundado por maçons escoceses calvinistas e presbiterianos de Kilwinning para substituir o ritual Inglês e Anglicano dito das Antigas Obrigações operativas da  Idade Média e do Renascimento [1].

A partir de 1696, os maçons desejaram criar uma arte da memória conforme os princípios do Calvinismo, isto é, não baseado em imagens visuais, mas exclusivamente em imagens verbais como as metáforas e alegorias.

Posteriormente, depois de ter passado por várias influências, anglicanismo e catolicismo, a Grande Loja de Londres transforma-o em 1717, em rito filosófico universal que se tornou a matriz do ritual de três graus praticado pela Maçonaria contemporânea.

CONTEXTO DO APARECIMENTO

A expressão Palavra de Maçom que está na origem do rito é sem dúvida modelada na expressão Palavra de Deus ou “Palavra do Senhor”. É por esta expressão que os calvinistas da Escócia designavam a Bíblia, referência entre todos, o Sola scriptura [2] de Lutero. Ao usar esta expressão da “Palavra de Deus”, os calvinistas pretendiam retornar a um cristianismo autêntico, antes das práticas da Igreja dos Católicos romanos, estes últimos sendo considerados por eles como “idólatras” e “góticos”, aludindo à construção de catedrais na França e no resto do Continente europeu.

Para compreender a história do Rito Palavra de Maçom, devemos primeiro lembrar o contexto, ou seja, em primeiro lugar, que a chegada do reformador calvinista John Knox (1514-1572) na Escócia (1555 e depois em 1559 para ali fundar a Reforma) estava na origem de profundas convulsões no plano da organização das irmandades até então católicas.

Como resultado das suas novas conversões, aquelas de maçons que se tornaram presbiterianos por sua vez, desejavam reformar a prática das antigas regras e retornar a uma leitura escriturística das Obrigações (Charges). A reorganização das Obrigações levou a muitas mudanças nas lojas operativas que se tornaram mais abertas à livre interpretação das Escrituras de acordo com o princípio da liberdade de julgamento dos reformadores. Além disto, a abolição do culto aos santos, a rejeição da estética católica e a controvérsia da época sobre a arte da memória levou os maçons das lojas presbiterianas a desenvolver um método de simbolização baseado mais em diálogos e metáforas literárias do que nos símbolos gráficos das Antigas Obrigações [3].

FONTES E EVOLUÇÕES DO RITO PALAVRA DE MAÇOM

Os testemunhos incluindo a expressão “Mason Word” são numerosos e foram a seu tempo examinados pelo maçonólogo David Stevenson. Isto representa um total de cerca de vinte textos escoceses escritos no século XVII e uma dúzia de textos britânicos do século XVIII.

O Rito Palavra de Maçom teria sido elaborado dentro da loja calvinista [3] Kilwinning n° 0, entre 1628 e 1637. Os documentos mais antigos sobre ele mencionam um ritual que consistia em receber em loja um novo membro, dando-lhe um aperto de mão (origem da “garra”) enquanto os nomes das duas colunas do Templo de Salomão eram comunicados, com referência à passagem bíblica da Epístola de Paulo aos Gálatas (Gl 2,9), lembrando a troca dos apertos da mão direita (mão da verdade) entre Tiago, Pedro e João, de um lado, e Paulo de Tarso, de outro.

Documentos posteriores pertencentes aos textos fundadores da Maçonaria em particular, o “Manuscrito dos Arquivos de Edimburgo” (“Edinburgh register house” que data de 1696 e que era o ritual da loja Canongate Kilwinning, ” [4] , mostram evoluções significativas desde aquela época. Eles mencionam em particular um “catecismo” por perguntas e respostas, a prática dos cinco pontos do companheirismo [5], bem como a transmissão de uma palavra adicional em “M. B.” ao segundo grau [6].

Autor desconhecido

Notas

[1] No sentido da palavra inglesa da época. Diríamos hoje “filosófico”.

[2] Cerimônia de admissão a uma corporação de maçons antes do século XVII.

[3] Os historiadores podem determinar se uma loja era calvinista, católica ou anglicana examinando alguns detalhes nos seus rituais ou outros documentos de arquivo, tais como a presença ou ausência do qualificativo holly (santo) ao lado do nome de uma capela, ou mesmo em alguns manuscritos referências mais explícitas, por exemplo ” Santa Igreja Católica no manuscrito Dumfries no 4 de 1710 (ver, por exemplo, Négrier 2005 pp. 106 e 109).

[4] Trata-se da loja de Canongate, pequena aldeia a leste de Edimburgo. Esta loja, cujos arquivos datam de 1630foi anexada à Loja Presbiteriana de Kilwinning em 1677. (Stevenson 2000, p. 64)

[5] Que alguns autores associam aos cinco pontos calvinistas da TULIP (Negrier 2005, passim).

[6] Os rituais maçônicos do século XVII só conhecem dois graus: aprendiz e companheiro-mestre

Bibliografia

Roger Dachez, “ Nouveau regard sur les anciens devoirs “, Franc-maçonnerie magazine, noHS N°3, novembre 2016, p. 18-23

Patrick Négrier, La Tulip : Histoire du rite du Mot de maçon de 1637 à 1730, Saint-Hilaire-de-Riez, Éd. Ivoire-Clair, coll. “ Les Architectes de la Connaissance “, avril 2005 (ISBN978-2-913882-30-0, présentation en ligne)

Patrick Négrier, Le Rite des Anciens Devoirs : Old Charges (1390-1729), Saint- Hilaire-de-Riez, Éd. Ivoire-Clair, coll. “ Lumière sur… “, Dezembro 2006 (ISBN978-2-913882-39-3)

David Stevenson (trad. Patrick Sautrot), Les premiers francs-maçons : Les Loges Écossaises originelles et leurs membres [“The Origins of Freemasonry: Scotland’s Century, 1590-1710, Cambridge Univer-sity Press, 1988, paperback ed. septembre 1990”], Saint-Hilaire-de-Riez, Éd. Ivoire- Clair, coll. “ Les Architectes de la Connaissance”, mai 2000, 256 p. (ISBN 978-2-913882-02-7, apresentação online)

novembro 30, 2021

O PRODUTO MAÇONARIA - José Filardo


Respondendo ao excelente comentário do irmão Seixas do Rio de Janeiro, acabei expandindo a resposta que compartilho com todos aqui. (As palavras em inglês no texto não são frescura. É que o irmão Seixas é fluente em diversos idiomas…)

No momento histórico em que os protestantes decidiram reativar a maçonaria sob a roupagem especulativa, visando proteger a coroa britânica contra a invasão avassaladora das lojas jacobitas, essa nova “marca” oferecia coisas revolucionárias que atendiam às expectativas do mercado: democracia (eleições dentro de um ambiente absolutista) e igualdade (dentro de uma sociedade estratificada, com pouca possibilidade de ascensão social). Este era o apelo mercadológico do novo produto junto ao público em geral. Junto aos governantes (outro stakeholder) ela oferecia um eficientíssimo instrumento de controle social (desde que bem monitorada por um grão mestre pertencente ao establishment) – regras rígidas, códigos moral rígido garantindo a conformidade.

(É claro que os franceses… ah! the bloody French… tinham que subverter a ordem e transformar aquele produto tão bom em uma força política a serviço da liberdade, igualdade e fraternidade… damn it! )

Comecei a desenvolver agora a ideia da maçonaria como franquia, pensando em suas origens e no costume de cobrar pelos “charters”, pela imposição do layout ao franqueado, e outros detalhes que caracterizam o modelo de negocio de franquia de nossos dias.

Eu penso que a franqueadora foi a Premier Grand Lodge of London que se deu o trabalho de montar os bylaws da companhia, estabelecer as regras, enfim tudo o mais. E eu vejo uma ideia de royalties nas taxas que as grandes lojas e grandes orientes cobram das lojas. E mais, o verdadeiro royalty não é monetário, chama-se “regularidade”.

Com relação à maçonaria americana, penso que é uma questão de conceito.

Meu conceito de maçonaria, por exemplo, tem a loja como ponto de contato e local de encontro do meu grupo de controle (sim, porque a loja é o freio de mão que garante à maçonaria que o seu membro não está saindo da linha…) e também onde adquiro o produto “regularidade”. Entendo que os outros produtos incluídos na franquia original ficaram superados pela evolução da sociedade. Hoje, a democracia, igualdade, ascensão social, etc. é a norma, e não precisamos da maçonaria para isso.

Ainda segundo meu conceito, entendo  maçonaria segundo o conceito da franquia francesa que introduziu no produto o componente “ação política e social”. Nessa medida, as lojas do Rito Moderno seriam estabelecimentos que seguem o modelo da franquia francesa, ainda que se encontrem sob uma franquia inglesa.

Penso que os americanos privilegiam o produto inglês. As franquias americanas parecem não ter preocupação com a “ação política e social” introduzida pelos franceses, mas encaram a loja como ponto de contato e local de encontro do grupo de controle. Dessa forma, uma loja com 500 membros atende às necessidades individuais dos maçons em seu meio social (não como ação política, por exemplo, mas como ação beneficente) agregando pontos positivos à sua reputação.

As lojas não se reúnem com a mesma frequência que a maçonaria brasileira (um exagero…) porque o sistema pedagógico é diferente. Lá, além dos interstícios serem menores, o neófito tem designado a ele um mentor que é responsavel por sua formação. Dispensa-se assim a necessidade de o aprendiz ter que aprender durante os trabalhos em loja.

Mas, como se percebe no trabalho sobre o restaurante “HIRAM’S”, também por ali adotou-se o que eu sempre chamei de REAA – Ritual E Ata (e Ágape)… característico da maçonaria atual. Entre nós, eu penso que a perda do componente “francês” da maçonaria brasileira, ocorrida com a ação do Renegado em 1927, levou a um esvaziamento do papel do maçom em seu meio social.

É claro que ainda se preserva, em parte, esse espírito nas praças menores no Brasil, mas o brilho foi-se. E na falta de um Grão Mestre de verdade que inspire ardor, atuando como o CEO da franquia, ou como o Chairman of the Board, ou o President Directeur General da empresa, resta aos franqueados ficar polindo o inventário e matando o tempo em um processo endógeno no qual se perde uma quantidade enorme de energia.

https://bibliot3ca.com/o-produto-maconaria/

A PALAVRA COMPASSO


A palavra "Compasso" é formada de raízes latinas que significa "aparelho consiste em dois pontos articulados usados para medir". Seus símbolos são o con- prefixo (juntos, tudo, como o composto) e passus (passo, como no passado e passaporte) O con- prefixo relaciona-se com a raiz indo-européia * kom- (juntamente próximo) que deu mosteiro koiné, epicene através κοινός grego (koinos comum ). A palavra passus está ligada a uma raiz * petə- (braços abertos, estender implantar).

Na mitologia grega Perdix (grego Πέρδιξ), o filho da irmã de Dédalo, que era seu aluno. Ele é considerado o inventor de diversos instrumentos, principalmente para trabalhar madeira. Perdix é por vezes confundido com Talos (em seguida, chamar a irmã de Perdix Daedalus) ou Calos, mas de acordo mythographers é melhor considerar as várias lendas sobre os três como referindo-se a uma única pessoa, ou seja, o sobrinho de Dédalo.

As invenções atribuídas a ele ao lado da bússola são: a serra, cuja idéia é dito que ele foi inspirado pela espinha de um peixe ou mandíbula da cobra, o cinzel e roda de oleiro. Suas habilidades levou ao ciúme de Dédalo, que terminou empurrando a partir do topo do templo de Atena na Acrópole, mas a deusa, que favorece a criatividade, o viu cair e mudou seu destino transformando-o em um pássaro com o seu nome, a perdiz. Este pássaro não faz ninho em árvores ou voando alto, mas se aninha nas sebes e evita lugares altos, conscientes de sua queda. Por este crime, Dédalo foi julgado e banido.

Compasso como um instrumento essencial cujo uso é indispensável em Geometria em Arquitetura e as Artes

A ciência descreve nove tipos de bússola, que são nomeados mesmo que o fim a que se destinam; dentro do compasso na ordem maçônica é um conhecido como um símbolo cujo significado tem sido interpretada por aqueles iniciados na arte real. Mas de acordo com a sua forma, estrutura e aparência realmente correto, é descrito como um instrumento constituído por duas pernas articuladas, ambos são distintamente forma triangular que terminar pontos, e sua articulação, ou o chefe da bússola é de forma circular; portanto, na ordem secular, é usado para medir distâncias em seções, tendo dimensões ou proporções e também para desenhar a mais perfeita das figuras geométricas, ou seja, a circunferência que limita o círculo.

Por conseguinte, se o triângulo é a primeira da superfície geométrica, o círculo mais perfeito das figuras e as duas extremidades terminam em dois pontos; significa que a medida consiste em três princípios básicos:

Ele primeiras superfícies, a perfeição das figuras e do ponto de origem de todas as coisas se unem;

Cabeça é circular, pernas triangulares e fim em pontos de ponta, por isso a bússola maçônica, traz essas três qualidades filosóficas que não podem ser vistos em todos os outros instrumentos, a bússola na ordem maçônica, é um dos atributos mais comuns conhecidos na simbolismo lá também que foi tomado como um sinal representativo da lógica, que é a base sobre a qual a lei da razão baseia-se, como fator emblemático por que meios, eles devem avaliar todos os atos e ações dos homens, independentemente do sexo de suas atividades , de modo que suas obras podem ser materiais eternos e conceitos espirituais e valores morais, pode tornar-se imortal; consequentemente, a bússola é o instrumento utilizado para marcar os limites dos nossos direitos, é nosso dever, não correspondendo a invadir os direitos dos outros. o compasso com as pernas abertas ou dobradas também, simboliza o material e o trabalho intelectual do homem, e em geral tudo o que significa movimento progressivo, ocupações diárias, ou idéias que levam a exposição por objeto instruir a humanidade; e também indica o período em que todos os fenômenos naturais se desenvolvem, como representando a evolução que ocorre, que infinidade de físico-química, que de forma eloquente, formado, criado e Forças transformadas, aparência, características e forma de todos os seres e as coisas, uma circunstância que , verifica-se que o mundo da criação consiste de um conjunto de atores, cuja evolução corresponde ao desenvolvimento contínuo das causas e efeitos, pois sua origem é atribuída diretamente o ser supremo, por essa razão, vemos que, juntamente com a praça e livro de lei, é outro dos emblemas mais preciosos que são colocados sobre o altar como um guia para orientação, pode presidir os trabalhos tanto em câmaras nas Lojas.

novembro 29, 2021

ILUMINAÇÃO E EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO - Ir.’. Charles Evaldo Boller




A maior dádiva que se obtém na Maçonaria é o desenvolvimento da capacidade de pensar para além dos limites que alguém impôs a si mesmo por condicionamento no cativeiro debaixo do sistema econômico mundial.

Ser capaz de pensar por si é o maior estágio de liberdade alcançável de forma consciente.

A capacidade de criar ideias novas, libertadoras, é desenvolvida em diálogos, debates e meditação. Na interação com o pensamento de outras pessoas absorvem-se novas idéias, e estas somadas com aquelas já existentes na memória, pela ação da meditação ou intuição transformam-se em pensamentos inéditos, totalmente diferentes dos pensamentos que lhe deram origem. Assim ocorre desde que o homem passou a usar do pensamento para interagir com o ambiente. Foi o que o diferenciou das outras unidades viventes deste imenso organismo vivo que é a biosfera terrestre.

É no pensamento que se materializa a liberdade absoluta, local que a nenhum déspota jamais foi dado saber o que o outro pensa.

Todo aquele que se submete ao pensamento de outros, por preguiça de pensar, é escravo; um homem domina o outro através da força do pensamento, da capacidade de realização do pensamento.

Todo desenvolvimento humano surgiu primeiro na mente.

Pensamento é energia.

Pensamento revela riquezas que estão disponíveis ao redor. É só aprender a colher. É a razão do maçom diligente e perseverante melhorar suas condições sociais e financeiras.

Ninguém escraviza a quem se tornou livre pensador, pois é pela "aufklärung", uma conceituação de Kant que significa iluminação, que ele se conscientiza que sem liberdade deixam de existir fraternidade e igualdade. Um ser iluminado goza de liberdade do pensamento e não carece da tutela de ninguém, é a liberdade absoluta, não carece mais ser guiado por outro, tem coragem de usar do próprio discernimento de seu intelecto para desbravar seus próprios caminhos.

Liberdade começa no pensamento; o resto é mera consequência.

Confúcio disse: "Estudo sem pensamento é trabalho perdido; pensamento sem estudo é perigoso".

Na era paleolítica o homem era uma espécie de gari da natureza, sobrevivendo graças ao que encontravam por acaso. Progrediu até que, pela caça em grupo, obteve sucesso em capturar animais de maior porte e a utilizar-se da colheita selecionada de frutas.

No neolítico passou a desenvolver a agricultura, pastoreio de animais e usar o ferro.

Durante cerca de duzentos anos passou a desenvolver-se cientificamente e a utilizar-se de máquinas automáticas.

Nos últimos anos passou a usar intensamente do saber e da informação.

Existe um abismo entre a primeira e a última fase do desenvolvimento da criatividade humana, tudo resultado da capacidade de pensar com lógica.

A velocidade com que se sucederam as diversas etapas manifestou-se em progressão geométrica.

E como tudo na natureza é uma questão de domínio do mais apto, a maioria das pessoas sempre é dominada pelos melhor preparados; por aqueles que treinaram e são livres para pensar às suas próprias custas, estes foram e são os mais ricos e se forem sábios, serão mais felizes. Também são os mais ricos que mais espoliaram os menos aptos, os pobres e incapacitados de pensar às suas próprias expensas.

Benevolência, magnanimidade, é dada a poucos; sempre houve a exploração do homem pelo próprio homem.

O único caminho para progredir debaixo deste sistema de coisas é educar-se, estudar das coisas da ciência para subsistir com qualidade e educar-se para obter maiores possibilidade de obter sucesso e ser feliz.

Ao maçom é propiciada esta oportunidade de auto-educar-se, de progredir como pessoa, como homem. A educação aqui preconizada é a educação natural, criada por Rousseau e complementada por Kant. Todo aquele que percebe esta intenção e tira da Ordem Maçônica tudo o que é importante para educar-se na linha natural vai obter sucesso na vida e será mais uma pedra polida na sociedade humana, para honra e à glória do Grande Arquiteto do Universo.

...Bibliografia:

1. ABBAGNANO, Nicola, Dicionário de Filosofia, Dizionario di Filosofia, tradução: Alfredo Bosi, Ivone Castilho Benedetti, ISBN 978-85-336-2356-9, quinta edição, Livraria Martins Fontes Editora Ltda., 1210 páginas, São Paulo, 2007;

2. BOURRICAUD, François; BOUDON, Raymond, Dicionário Crítico de Sociologia, tradução: Durval Ártico, Maria Letícia Guedes Alcoforado, ISBN 978-85-0804-317-0, segunda edição, Editora Ática, 654 páginas, São Paulo, 2007;

3. GEORGE, Susan, O Relatório Lugano, Sobre a Manutenção do Capitalismo no Século XXI, título original: The Lugano Report, tradução: Afonso Teixeira Filho, ISBN 85-85934-89-1, primeira edição, Boitempo Editorial, 224 páginas, São Paulo, 1999;

4. MASI, Domenico de, O Futuro do Trabalho, Fadiga e Ócio na Sociedade Pós-industrial, título original: Il Futuro del Lavoro, tradução: Yadyr A. Figueiredo, ISBN 85-03-00682-0, nona edição, José Olympio Editora, 354 páginas, Rio de Janeiro, 1999;

5. ROUSSEAU, Jean-Jacques, A Origem da Desigualdade Entre os Homens, tradução: Ciro Mioranza, primeira edição, Editora Escala, 112 páginas, São Paulo, 2007.

TREVAS OU ESCURIDÃO? - Sérgio Quirino -Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024



Saudações, estimado Irmão!

Por que será que usamos a palavra “trevas” em vez de “escuridão”. Qual é a diferença entre esses conceitos?

Como em nossos labores compartilhamos as instruções por meio de símbolos e alegorias, devemos estar atentos às mensagens subliminares.

PARA ALÉM DO QUE ESTÁ ESCRITO ESTÁ O QUE DEVE SER COMPREENDIDO.

Estamos frequentemente em contato com alguma coisa que é em si e pronto! ​ Mas há situações que geram inquietudes, por exemplo, o enigma da zebra: A zebra é um animal branco com listas pretas ou é um animal preto com listas brancas? Existe uma resposta técnico/cientifica para a indagação. Pouco importa para nós, porque a Maçonaria não trabalha com o rigor acadêmico, mas sim pelo método teórico especulativo.

Neste viés, a intenção é apresentar informações preliminares para cada um especular com o conhecimento maçônico sobre “Trevas ou Escuridão”.

Poderíamos encerrar o artigo neste ponto, simplesmente esclarecendo que escuridão é um lugar/estado/condição que recebeu ou recebe luz em determinadas circunstâncias, portanto, uma condição limitada. Trevas, por sua vez, é algo sem começo ou término e que encerra em si a total ausência de luz.

Se luz é vida/conhecimento/ordenação, simbolicamente concebemos trevas como não existência/ignorância/caos. Simples assim. Porém, cabe-nos especular porque o Maçom deve estar atento às trevas e não à escuridão.

Somos biologicamente acostumados à luz/escuridão, ao dia e à noite e espiritualmente às questões que envolvem virtudes, vícios e tudo o que diz da dualidade do ser/estar.

No livro “Ensaio sobre a Cegueira” do escritor português José Saramago, há uma frase impactante: “Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, cegos que veem, cegos que, vendo, não veem”. A questão especulativa das trevas não é ela em si, mas o que ela gera.

Um pouco dos mitos antigos para enriquecer nossa reflexão: Na mitologia grega, Érebo é a personificação das trevas. Seu reino é sem vida e seu pai era nada menos que o Caos e tem uma irmã gêmea (Nix), que personifica a noite (escuridão). O relevante aqui é que eles são frutos das cisões do pai.

O CAOS GERA AS TREVAS E A ESCURIDÃO

Érebo desposou Nix gerando Éter (a Luz celestial) e Hemera (o dia).

A ORDEM SE SOBREPÔE AO CAOS

Estar nas trevas é se estagnar. Vencer a estagnação é a grande iniciação. A procura da Luz não é para clarear o ambiente, mas, para vê-lo melhor.

É preciso estar nas trevas para reconhecer a Luz. Sob o ponto de vista ético, infelizmente, a visão acaba se adaptando à pálida presença da luz nos lugares materiais, nos estados da alma e nas condições espirituais permeados pela escuridão moral.

Finalizo parafraseando novamente Saramago:

“SE PODES OLHAR, VÊ. SE PODES VER, REPARA”.

Atingimos quinze anos de compartilhamento de instruções maçônicas. Nosso propósito fundamental é incentivar os Irmãos ao estudo, à reflexão e tornar-se um elemento de atuação, um legítimo Construtor Social.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fraternalmente


novembro 28, 2021

A ACLAMAÇÃO HUZZÉ, HUZZÉ, HUZZÉ! - Ir.’. Valdemar Sansão


Existem momentos fortemente marcantes na Iniciação e nas sessões maçônicas normais. Um deles é a aclamação: “Huzzé, Huzzé, Huzzé”, firmemente pronunciada e três vezes repetida. Aclamação e não exclamação de alegria entre os Maçons usual no R.E.A.A., cuja origem é considerada obscura. Aclamar = aplaudir, aprovar bradando, saudar, proclamar, ovacionar. Exclamar  =  bradar, gritar. Pesquisas feitas a esse respeito pelo historiador Albert Lantoine, declara em 1815: “Acrescenta-se a triplice aclamação Huzzé que deve ser escrita Huzza, palavra inglesa que significa Viva o Rei e substitui o Vivat dos latinos”.   Aclamada por três vezes, Huzza! (pronunciar huzzé). Eis a causa da diferença entre a ortografia e a pronúncia: é empregada em sinal de alegria. Citando o mesmo Albert Lantoine, a palavra Huzza (Huzzé!) é simplesmente sinônimo de Hurrah! , aclamação muito conhecida dos antigos torcedores das partidas de futebol, com o Hip! Hip! Hurra!...

Existe mesmo na língua inglesa o verbo to huzza, que significa aclamar. A bateria de alegria era sempre  feita em honra a um acontecimento feliz para uma Loja ou para um Irmão. Era natural que os Maçons escoceses usassem esta aclamação. O dicionário “Michaelis” diz: huzza, interj. (de alegria) – v. gritar hurra, aclamar. Traduzindo corretamente do árabe “Huzzah” (Viva), significa Força e Vigor.

Huzzé era também o nome dado a uma espécie de Acácia consagrada ao Sol, como símbolo da imortalidade.

Huzzé, Huzzé, Huzzé” por constituir uma aclamação, é pronunciada com voz forte. Ela é feita apenas por duas vezes em cada reunião, por ocasião da abertura e do encerramento. Alivia tensões que eventualmente possam ter surgido entre os Irmãos.

Trazemos às Sessões as preocupações de ordem material que podem criar correntes vibratórias que põem obstáculos e restringem nossas percepções. Ao contrário, no decorrer dos trabalhos, o esforço constante para o bem e o belo, forma correntes que estabelecem as relações com os planos superiores. Nesse sentido, a aclamação na abertura do trabalho oferece passagem à energia habilitando-nos a benefícios (saúde, força e vigor) bem mais consistentes e duradouros. O importante é que, ao iniciar a Sessão, tenhamos presente que, em Loja, tudo, verdadeiramente tudo, tem uma razão para sua existência. Nada, absolutamente nada, se faz no interior de um Templo por acaso.

Ao se aproximar do objeto mais sagrado, existente no Templo Maçônico – o Livro da Lei -, os maçons lembram pelo nome de Huzzé, expressando com essa aclamação alegria e contentamento, por crerem que o Grande Arquiteto do Universo se faz presente a cada sessão de nossos trabalhos.

E é a ELE que os Maçons rendem graças pelos benefícios advindos de Sua infinita bondade e de Sua presença que, iluminando e espargindo bênçãos em todos aqueles que ali vão imbuídos do Espírito Fraterno, intencionados a praticar a Tolerância, subjugar as suas Intransigências, combater a Vaidade e, crentes que assim procedendo, estará caminhando rumo à evolução espiritual do Homem, meta do maçom.

A Maçonaria é uma Obra de Luz; a prática da saudação está arraigada nos ensinamentos maçônicos. A consideração da saudação Huzzé na abertura dos  trabalhos está relacionada ao meio-dia, hora de grande esplendor de iluminação, quando o sol a pino subentende que não há sombra, tornando-se um momento de extrema igualdade – ninguém faz sombra a ninguém. 

Lembra também as benesses da Sabedoria, representada pelo nascer do sol, cujos raios vivificantes espalham luz e calor, ou seja, a Sabedoria e seus efeitos. Quando do encerramento dos trabalhos, a saudação está relacionada à meia-noite, nos dando o alento de que um novo dia irá raiar, pois quanto mais escura é a madrugada, mais próximo está o nascer de um novo dia. A aclamação ao sol no seu ocaso lembra que a Luz da Sabedoria irradiou os trabalhos, agora prestes a terminar, em alusão ao fim da nossa vida (meia-noite) quando devemos estar certos de que nossa passagem pelo plano terreno fora pautada por atos de Sabedoria.

No Rito Moderno a aclamação é “Igualdade, Liberdade e Fraternidade”; no Adoniramita é “Vivat, Vivat, sempre Vivat”; no Brasileiro “Glória, Glória, Glória!” E nos ritos de York (Emulation) e Schroeder não existe aclamação.

Huzzé! é, pois, a reiteração que os Irmãos fazem de sua fé no Grande Criador, que tudo pode e tudo governa. E só através DELE encontram o caminho para a ascensão.

A primeira reflexão, portanto, em torno da aclamação sugere que analisemos nossa vida e verifiquemos se sustentamos os propósitos de paz ou espalhamos a agitação.

O Mahatma Gandhi dizia que alguém capaz de realizar a plenitude do amor neutralizará o ódio de milhões. Certamente estamos distanciados de suas realizações. Não obstante, podemos promover a paz evitando que ressentimentos e mágoas fermentem no coração dos que conosco congregam e se transformem nesse sentimento desajustante que é o ódio.

Certa feita o Obreiro de uma Loja queixava-se do Mestre de Cerimônias ao Venerável por sempre lhe oferecer, na falta dos titulares, os cargos que, segundo ele, eram de mais difícil desempenho ou de menor evidência. O Venerável, um semeador da paz o desarmou.

- Está enganado, meu Irmão, quanto ao nosso Mestre de Cerimônias. Ele o admira muito, sabe que é eficiente e digno de confiança. Por isso o tem encaminhado para desempenho das funções e encargos onde há problemas, consciente de que sabe desempenhá-los e resolvê-los melhor que qualquer outro Obreiro do quadro da Loja.

Desnecessário dizer que com sua intervenção pacificou o Irmão que passou a ver com simpatia as iniciativas a seu respeito. Desarmou, assim, o possível desafeto passando a idéia de que o Mestre de Cerimônias não tinha a mesma opinião a seu respeito, fazendo prevalecer à sugestão de Francisco de Assis: “Onde houver ódio  que eu semeie o Amor”.

Existem aqueles que entendem huzzé como força poderosa, ou seja, um mantra, que deve ser com a consciência de quem a emprega direcionada no sentido do bem. Seria essa a razão e significação da palavra Huzzé como proposta na ritualística maçônica?

Devemos acrescer, ainda, que Cristo, em várias oportunidades, saudava os Apóstolos com um “Adonai Ze” (O Senhor esteja entre vós). Essa aclamação os deixava mais alegres e confiantes, formando uma corrente de otimismo. Na Idade Média quando um católico encontrava-se com outro, dizia: DOMINUS VOBISCUM (O Senhor esteja convosco); PAX TECUM (A paz esteja contigo).

Até pelo exemplo citado, façamos tudo ao nosso alcance para que reine em nossa Loja uma atmosfera de carinho, afeição, tranqüilidade, paz, amor e harmonia para nossa constante elevação e glória do Grande Arquiteto do Universo.

O emprego da aclamação Huzzé na Maçonaria tem também o sentido esotérico numa indução moral a que se busque o prazer no que se pratica, para o bem da humanidade (isto no começo) e, no final, a mesma alegria pelo bem praticado, não sem também invocar particularmente o duplo sentido do “Ele é ou ele está...” (com todos, evidentemente).

O importante é que, no momento exato, gritemos de alegria sempre que pudermos estar reunidos em Templo e rendermos graças por estarmos juntos mais uma vez!

REFLEXÃO SOBRE A MAÇONARIA E NOSSAS ANSIEDADES (OU INCAPACIDADES)!?



Por Caciano Camilo Compostela

Sejamos justos & perfeitos, vamos direto aos pontos:

1- A Maçonaria não tem nenhuma associação com o 'Diabo', não possui rituais de sangue e não obriga seus membros a nenhum 'Pacto' maligno. Portanto, se você deseja um pacto com o 'satânico', desista!

2- Embora as Lojas Maçônicas tenha sido o berço do poder político-social no Império e nos primórdios da nossa república, bem como desempenhado relevante papel nos acontecimentos mundiais; ela não é a 'cabeça oculta' do planeta, e não tem voz absoluta e definitiva na política mundial. Portanto, se deseja entrar pela janela nos corredores do poder, desista!

3- A Maçonaria, nos seus inúmeros Ritos e Obediências (Tradições), não proporciona nenhuma técnica especialmente poderosa, rápida e extraordinária de Despertar Consciencial. Portanto, se você deseja poderes astrais sem luta, desista!

4- A Maçonaria é uma Ordem de Conhecimento Simbólico, isto significa que o Maçom deve de fato compreender aquilo que perpetua: deve ser capaz de penetrar no sentido interno, na mensagem velada contida nos Rituais. Portanto, se você deseja os 'Conhecimentos Gnósticos' claros e prontos, desista!

5- A Maçonaria é uma organização Discreta, e não Secreta como costumam nominar as revistas sensacionalistas para aumentarem suas vendas. As Lojas possuem CNPJ, endereço e telefone; muitos Templos no mundo abrem suas portas para eventos de alta dignidade cultural, e existe uma legião de livros abordando sua história, ritos e filosofia. Portanto, se você deseja sentir-se especial, diferente, por participar de um 'club secreto', desista!

6- É verdade! Os Irmãos Maçons, na maioria dos casos, gozam de abundante Prosperidade; mas isso deve-se a três fatores:

- Apenas indivíduos livres, de bons costumes e financeiramente estabelecidos são convidados.

- Geralmente eles desenvolvem uma especial capacidade de comunicação, inter-relação e associação, o que lhes abre muitas portas.

- Consciente ou inconscientemente colocam (ou deveriam colocar!) em movimento certos Princípios Cósmicos que regem a Lei da Prosperidade.

É indispensável primeiro Ser para depois Ter; ninguém pode Dar ou Receber o que não possui. Portanto, se você acha que ao ingressar vai sair do buraco, da inércia e da falência desista!

7- A Augusta e Venerável Maçonaria é uma Fraternidade Iniciática dedicada a elevação do gênero humano, a filantropia e a perpetuação dos Mistérios antigos tantos nos seus Ritos masculinos quanto femininos. Se você imagina que adentrar seus Portais é uma forma de aliviar o trabalho de autodescoberta, autodomínio e auto-iluminação; permita-me um conselho: DESISTA!

novembro 27, 2021

OS TEMPLÁRIOS OU A ORDEM DO TEMPLO - Adaptado de Giovani R. Carvalho



Por volta do ano 300 o Imperador romano Constantino tornou o Cristianismo religião oficial do império romano, ficando a Palestina sob a guarda do império. Peregrinos iam e vinham da Terra Santa com o objetivo de visitar os locais onde Jesus teria pregado a sua doutrina. Um dos locais preferido era a basílica de Anastasi, edificada pelo imperador Constantino, que fora construída onde teria sido o Santo Sepulcro.

A ocupação da Palestina pelo Islã no século VII, não impediu que as peregrinações dos cristãos acontecessem até Jerusalém. Isto foi devido à habilidade de Carlos Magno em fazer um tratado com o califa de Bagdad, Ha-run al Rashid.

Porém, no início do Século XI, mais precisamente no ano de 1009, a região passou para o califado egípcio, que rompeu os tratados existentes e o novo califa saqueou Jerusalém e destruiu o Santo Sepulcro, exacerbando o fanatismo islâmico e impondo uma perseguição aos infiéis cristãos. Apesar da violência praticada pelos árabes, as peregrinações continuavam mesmo com o risco de não poderem voltar para casa.

Esta agressão levou os cristãos europeus a fazerem incursões isoladas à Terra Santa, com a violência a aumentar em frequência e intensidade. O grande cisma da Igreja em1054, com a separação da igreja romana da ortodoxa e a derrota do imperador bizantino Aléxio Comenus pelo exército turco, levou Roma a pensar numa intervenção na Terra Santa.

Em 27 de Novembro de 1095 foi instaurado pelo papa Urbano II o concílio de Clermont, que convocou o povo a libertar Jerusalém das mãos dos árabes. O papa fez ainda uma viagem pela Europa mostrando que além da libertação da terra santa, existia também a possibilidade de conquistar novos feudos e saquear uma região muito rica.

Estes dois últimos apelos chamaram à atenção, pois a Europa nesta fase da idade média estava repleta de nobres não primogênitos, ociosos que vagavam como mercenários e esta seria uma oportunidade para este tipo de pessoas conquistarem algo, já que não teriam direito pela hierarquia a bens herdados de seus pais.

A primeira cruzada iniciou-se após a convocação papal e em 1099 a cidade de Jerusalém foi conquistada após sequencia de grandes saques e violência praticada pelos cruzados contra a população muçulmana. Nesta primeira empreitada oficial dos cristãos, estava um cavalheiro francês chamado de Hugues de Payns, que fez voto de fé unindo para sempre o seu destino com Jerusalém.

No ano de 1100 foi fundado o Outremer (palavra francesa que significa além do mar), os estados latinos do oriente compostos pelos condados de Edessa, Jerusalém e Antioquia.

O reino latino no oriente era grande e mal protegido. A igreja do Santo Sepulcro (reconstruída) passou a abrigar os monges gregos (ortodoxos) e a grande mesquita Cúpula da Rocha abrigou os monges latinos. Estes últimos adotaram as regras de Santo Agostinho e incentivaram os laicos que trabalhavam com eles a fazerem os votos de viverem junto aos monges. Entre estes leigos estava Hugues de Payns.

Em 1119 um grande massacre de cristãos ocorreu próximo do Rio Jordão, fato que levou o rei de Jerusalém, Balduíno II, a criar uma milícia independente, subordinada à igreja. Assim, em 1120 Hugues de Payns e mais alguns leigos são convocados, sob a liderança do primeiro, a formarem esta milícia, onde perante o Patriarca de Jerusalém, Gormono de Picquigny, fizeram três votos monásticos, de OBEDIENCIA, POBREZA E CASTIDADE. Foi doada aos cavaleiros uma parte do palácio próximo das ruínas do Tempo de Salomão. Com isso passaram a serem chamados de Cavaleiros do Tempo ou Templários.

O grupo pretendia implementar a fraternidade, os votos de pobreza (no sentido de despojamento material) e de penitência. Mas para formar uma milícia era necessária a aquisição de armas, roupas e animais que eram muito caros na época. Precisariam de grande apoio financeiro e logístico. Devido ao tamanho do reino cristão no oriente, grande era o trabalho dos templários com tão poucos homens. O recrutamento no reino latino era insuficiente. Assim, com autorização do rei de Jerusalém, Hugues de Payns viaja para a Europa para pedir a bênção papal, apoio financeiro e recrutar novos cavaleiros.

Entre 1124 a 1130, Hugues começa sua viagem por Roma, onde recebe as bênçãos papais e privilégios que dariam condições para ordem crescer e fortalecer. Dentre outros incluíam: isenção de impostos, livre trânsito e principalmente autorização para receberem doações. Após a passagem por Roma, Hugues faz uma maratona pela Europa.

Além dos motivos de fé, grande número de cavaleiros mercenários ou sem atividades vislumbraram uma oportunidade de deixar a vida de fora-da-lei, servir a uma causa nobre e seguir uma carreira brilhante. Para dominar a arrogância, a violência e prepotência militar, Hugues recorre a um grande conhecedor da alma humana, Bernardo, o São Bernardo. Entrega-lhe a carta de Balduíno II, onde pedia que este elaborasse para os templários regras monásticas adequadas, que fossem compatíveis com a necessidade da guerra e ao mesmo tempo adaptada a uma ordem religiosa. Onde normas de conduta em que a penitência, a humildade, obediência absoluta a superiores e disciplina duríssima, fossem utilizada para cortar os impulsos de gente nem sempre bem intencionada.

O frade guerreiro do templo teria de associar a mansidão e humildade do monge com a nobreza e a coragem do verdadeiro cavaleiro. Entre outros deveres, São Bernardo incluiu a perda da vaidade (o Templário teria vestes próprias e poucas, não se deveria preocupar com a aparência); Equilíbrio harmônico entre o corpo e o espírito; poderiam ser somente homens de preferência viúvos; coragem e bravura para morrerem sob a bandeira do Cristo; terem a solidariedade como forte sentimento comunitário, onde tudo o que pudesse desagregar como competição, inveja, ciúmes, calúnias era drasticamente condenado; Respeito pela hierarquia, onde no topo estaria o Grão-Mestre. A vida Religiosa e administrativa da ordem subordinava-se a setenta normas.

As iniciações na ordem aconteciam a noite. O Candidato esperava do lado de fora e por três vezes dois cavaleiros se dirigiam a ele para perguntar o que desejava ao qual respondia por três vezes que a sua vontade era entrar na ordem.

Após a entrada, era dito ao pretendente que a vida seria dura e perguntado se seria capaz de suportar as asperezas que o aguardavam; que não esperasse benesses, honrarias e riquezas. Que deveria fugir dos pecados do mundo, servir ao Nosso Senhor, ser pobre e fazer penitência

Perguntavam-lhe novamente se ele estaria disposto a ser servo e escravo da casa.

Perguntavam-lhe se estava disposto a renunciar à própria vontade.

Se as respostas fossem sim, o candidato era retirado e a assembleia debatia o desejo do candidato de entrar na ordem e se havia alguém que soubesse algo a respeito do candidato, deveria falar nesse momento. Não existindo nada, o candidato era admitido.

O candidato era instruído e retornava ao templo, ajoelhando-se e fazia o juramento.

O Grão Mestre perguntava-lhe: Pensaste bem? Ainda estás decidido a submeter-te às dificuldades e às asperezas que vigoram na casa?

Em caso de resposta positiva, a Assembleia levantava-se e orava para que o novato fosse bem sucedido.

DE seguida nova bateria de perguntas era feita e no final o Grão Mestre dizia: Procurai não mentir, pois se o fizeres, sereis considerado perjúrio e tereis de abandonar a casa.

No final o candidato era submetido ao teste de obediência, onde lhe era solicitado que cuspisse na cruz. O candidato poderia fazê-lo em sinal de obediência (geralmente cuspindo ao lado da cruz) ou negando-se a fazê-lo em função do juramento de servir a Nosso Senhor.

Por último o candidato aprovado era beijado levemente na boca pelo capelão. Estas duas últimas partes da ritualística foram utilizadas para a condenação da ordem sob alegação de homossexualidade e negação a Cristo.

Os nobres europeus que desejassem auxiliar a ordem moral e financeiramente, doavam recursos, posses e edifícios. Tudo o que fosse produzido nas terras ou proveniente do aluguer era transferido para a Terra Santa.

A transferência de dinheiro induziu a ordem a desenvolver com rapidez técnicas bancárias e financeiras. Passaria a ser grande emprestadora de dinheiro, logicamente evitando a usura. O fato do voto de pobreza e de despojo de vaidades, sendo que cada Templário poderia ter no máximo quatro denários, deu ao Templo a reputação de honestidade, fazendo com que nobres e reis ricos confiassem aos templários os seus capitais, que para além da custódia, faziam render o dinheiro. Para guardar tanta riqueza foi construída em Paris uma fortaleza para guardar dinheiro e tesouros.

Segundo levantamentos feitos, nos tempos áureos da ordem, os Templários tinham-se espalhado por toda a França, no centro norte da Itália, Portugal, Espanha, Alemanha, Hungria, Países Baixos, Inglaterra, Escócia, Irlanda, além claro da Palestina.

Para se movimentarem, para transportar bens gerados na Europa e encaminhados para a Palestina, para transportar dinheiro e tesouros, os Templários criaram uma grande frota de navios que passaram também a prestar serviços de transporte de cargas e pessoas para nobreza e reis.

No oriente, além das atividades de proteção dos peregrinos, os templários desenvolveram grande capacidade de negociação com os chefes árabes da região. Chegando ao ponto de serem requisitados para serviços delicados de missões diplomáticas por reis e papas. Mantinham relações cordiais com emires, sempre baseados em interesses econômicos e políticos sem a contaminação por argumentação religiosa. Inclusive permitiam que fiéis muçulmanos fizessem suas preces na grande mesquita Cúpula da Rocha, onde ficavam como já ditos os monges latinos.

Em 1144 o condado de Edessa (o condado mais ao norte) foi tomado pelos árabes. Dando origem à segunda Cruzada. Foi o maior exército cristão formado, e apesar disto foi um fracasso de estratégia. Agrediu mais cristãos (Império Bizantino – Constantinopla) do que muçulmanos. Ao contrário da fracassada campanha do exército cruzado, os Templários participaram de forma exemplar e imaculada.

Problemas de ordem política e administrativa dentro e entre os reinos latinos no oriente enfraqueceram ainda mais a frágil estrutura dos reinos cristãos. Em 1184 Saladino entra em Jerusalém recuperando para as mãos islâmicas a Terra Santa. Saladino que vinha de conquistas em territórios árabes, teve misericórdia com os cristãos de Jerusalém, mas não teve o mesmo comportamento com os templários e hospitalários. Torturou-os até a morte.

A derrota de Jerusalém aconteceu pela falência dos poderes e da inabilidade política dos nobres feudais que governavam a região. Mas a culpa recaiu sobre os Templários, porque tinham como objetivo primordial defender a Terra Santa e a queda de Jerusalém e do Santo Sepulcro representavam a falência do ideal.

Os principais inimigos dos Templários não foram os muçulmanos, mas a inveja, a cobiça e a ganância de reis e religiosos. Os privilégios que adquiriram quando de sua formação tornaram-nos muito ricos (a Ordem e não os Templários). Mesmo no auge da história dos templários (final do século XII), começaram a surgir descontentamento de sectores da igreja e de outras ordens religiosas, que perdiam rendas em detrimento dos cavaleiros.

A sociedade ocidental que havia acatado e tolerado os privilégios iniciais e até a arrogância da Ordem (no auge), não estava mais disposta a suportar as falhas dela. A situação agravou-se com a queda de Jerusalém, quando grande parte dos cavaleiros retornaram para a Europa, e já não se justificavam mais tais privilégios. Estima-se que nesta época, 15.000 templários inativos passaram a exercer funções burocráticas administrando o grande patrimônio da ordem.

Em 1291 a queda de Acre, pois fim ao Outremer e desferiu golpe fatal na ordem templária e nos hospitalários. No concílio Ailes 1292, o papa Nicolau IV decreta a fusão das duas ordens. Houve resistências em ambas e a fusão nunca aconteceu.

Morre Nicolau IV e o próximo papa, Bonifácio VIII, via com bons olhos os templários, inclusive porque recebeu deles grandes somas em empréstimos. Por outro lado, o pontífice tinha vários atritos diplomáticos e religiosos com o rei francês Felipe o Belo. Já nesta época a ordem estava dividida em duas frentes, a de França onde estava o centro administrativo e financeiro e a ordem de Malta na ilha de Chipre, composta de militares envolvidos em relações com os governos da região.

Durante a queda de Acre morre em combate o Grão-Mestre Guillaume de Beaugeu. Em Malta tinha-se destacado um cavaleiro que assistia em combate a certos casos de imoralidade e corrupção dentro da ordem. Era um homem de grande experiência de campo onde tinha feito a sua história de honra e dedicação. Este cavaleiro chamado Jacques de Molay foi indicado para ser o novo Grão-Mestre. Havia um concorrente para o cargo, Hugues de Perraud, cavaleiro burocrático com mais de 30 anos de serviços, mas que nunca tinha ido para frente de batalha e que era aliado de Felipe o Belo. Independentemente da sua força política, Hugues de Perraud não foi indicado e Jacques de Molay torna-se o Grão-Mestre.

Em 1306 após sequência de erros administrativos e bélicos, Felipe o Belo desvaloriza a moeda. O resultado foi uma grande revolta popular. Acossado, Felipe refugia-se na sede dos Templários em Paris. Segundo alguns historiadores, Felipe vendo aquela riqueza encheu-se de cobiça e exigiu que o Templo emprestasse ao rei 300 mil florins em ouro. Jean de La Tour, tesoureiro do Templo, emprestou o dinheiro a Felipe sem autorização do Grão-Mestre e sem um termo de garantia.

Jacques de Molay ao retornar em 1307 para Paris verifica a contabilidade, descobre o enorme rombo nas contas e despede de forma irrevogável o contador, aplicando-lhe sanção disciplinar. Jean de La Tour, homem de origem burguesa com boas relações no trono, pede auxílio a nobres próximos do rei. Este solicita a Clemente V, o novo papa, a recondução do tesoureiro ao cargo. O papa exige que Jacques de Molay o readmita que o faz a contragosto.

Felipe o Belo percebe que a Ordem não era mais intransponível, o flanco estava aberto. Passa a difamá-la. Inicia o processo levantando dúvidas sobre a fidelidade da ordem a Cristo. A inquisição já tinha sido instalada e bastava uma denúncia de heresia para que as investigações se iniciassem.

A acusação de que os templários negavam Cristo cuspindo na cruz, fato já comentando que era um teste da obediência, mas que não punia o iniciado caso ele negasse o ato, foi usado como uma das grandes heresias praticadas. O beijo do capelão no final da iniciação e a figura de dois homens montados no mesmo cavalo (símbolo da simplicidade e economia) foram utilizados como práticas de homossexualidade. Assim, em 13 de Outubro de 1307, sexta-feira, cerca de 150 templários, inclusive Jacques de Molay, foram presos em Paris.

Á custa de longas sessões de tortura, muitos cavaleiros assumiram culpas e assinaram falsos depoimentos. Os bens dos Templários foram desejados por todos incluindo o rei Francês e o papa. A frota de navios desapareceu com a prisão dos 150.

Em 18 de Março de 1314 Jacques de Molay e Geoffroy de Charny foram queimados em praça pública. Conta-se que antes de morrer de Molay pediu que afrouxassem a corda e olhando para Notre Dame faz uma prece a Virgem Maria, testemunhando a sua inocência e da ordem. Lançou uma praga a Felipe por traição e a Clemente V por abandono, de que eles em breve iriam prestar contas no tribunal Divino. O papa morre um mês depois e Felipe antes de se completar um ano.

Após as prisões e mesmo antes da morte do Grão-Mestre, os templários livres dispersaram-se, vivendo como refugiados e entrando em ordens religiosas ou não. Em Portugal e Espanha os templários tiveram mais sorte. O Rei Português, bem como os Reis de Aragão e Castela, não vendo acusações substanciais contra os cavaleiros não pactuam com a sua condenação. Enviam mensageiros ao papa Clemente V e pedem que nos seus domínios, os Templários sejam poupados, inclusive por haver ameaças de invasão muçulmana à península Ibérica. O papa para se livrar dos problemas, concede-lhe o seu pedido, mas que exige que o nome seja mudado. Assim, é formada a Ordem dos Cavaleiros do Cristo em Portugal e em Espanha, a Ordem de Nossa Senhora de Montesa.

Os Templários criados ao princípio como monges guerreiros do Cristo, excederam em muito os objetivos iniciais. Foram responsáveis pela introdução dos conceitos de transações comerciais, fidelidade bancária, administração austera; inventaram o cheque bancário. Trouxeram para a Europa conhecimentos de arquitetura (as grandes obras de igrejas e castelos são pós templários), navegação e diplomacia. A ordem acabou em 1314, mas deixou um grande legado para o Ocidente.


A SERPENTE EMPLUMADA - (Texto baseado em Richard Cassaro – “Written in Stone”)


Os egípcios e os maias eram obcecados pelo mundo espiritual, ou mundo interior, acreditando na existência da alma e vida após a morte. 

Esclarecendo conceitos sobre o maianismo, a pesquisadora Mercedes de La Garza, informa:

“O Homem é um ser dual, composto por um corpo visível e um espírito invisível, que abandona o corpo, no momento da morte. Esta é a parte racional, imortal, consciente; a outra parte é tomada no mundo das formas materiais, que é a porção animal, com impulso selvagem, mortal, impulsiva e irracional...”

No Egito, o mito central de Osíris revela uma alma eterna ou deus, dentro de nós, esperando para ser reconhecido, quando trazido de volta a vida. 

Nas Américas, as massas adoravam um ícone muito semelhante a personificação do Cristo. Ele foi chamado de muitos nomes distintos, entre diferentes épocas e locais, incluindo “Quetzalcoatl”( Astecas), Kukulkain ( Mayas) e Viracocha (incas).

Todos estes nomes acima são atribuídos ao mesmo herói mitológico, segundo boa parte dos acadêmicos, sendo sua história contada similarmente ao mito de Osíris no Egito. Tal qual Osíris, a história deste deus mitológico é um híbrido entre verdade e mitologia, passada para as gerações seguintes. 

Segundo conta a lenda, Osíris e estes outros deuses solares, viajaram pelos continentes desencorajando os sacrifícios animais, humanos e a guerra, mostrando as vantagens da auto-disciplina.

Segundo o historiador Enrique Florescano, o nome de “Quetzalcoatl” é sagrado, simbolizando a “união dos opostos”:

“...seu nome provém da palavra “Quetzalli” que alude um pássaro com penas coloridas e brilhantes, associada a palavra “coatl” , que significa “serpente”. Na Mesoamérica, o pássaro e a serpente são símbolos que representam a união do pensamento religioso e cosmológico: céu e terra. Esta entidade dual é a síntese dos opostos: conjuga o poder destrutivo e germinal da terra (serpente) com o fértil e ordenador princípio dos céus (o pássaro).”


novembro 26, 2021

HIRAM ABIF


Também conhecido por Hiram, Hiram Abi ou Hiram Abif, Huran Abi, ou Hirão, é uma personagem bíblica (Crónicas, II, cap.2.v. 12-14) que foi emprestada à maçonaria, em torno da qual se construiu um psicodrama que está na base de cerimónia da exaltação ao grau de mestre maçom (terceiro da maçonaria simbólica). 

Hiram Abi, que residia no reino de Tiro, era filho de uma viúva da tribo de Dan, ou oriundo da tribo de Naftali, e era um conhecido artífice de metais (vd. Livro de Reis, I, cap. 7, v. 13; Crónicas Livro II, cap.2.v. 12-14). O rei Hiram de Tiro, enviou-o a Salomão para o ajudar na construção do templo.

Hiram Abi - que segundo os textos bíblicos, nunca participou na construção do templo de Salomão, mas apenas na execução dos utensílios do templo -, de acordo com a lenda maçónica, terá dividido os obreiros que laboravam na construção atrás mencionada, em três categorias, a dos aprendizes, a dos companheiros e a dos mestres, dando-lhes palavras secretas para se diferenciarem entre si, de acordo com os seus conhecimentos.  E a partir do exto bíblico  elaborou-se a lenda de Hiram que subjaz ao mestrado maçônico.

Segundo o Midrach (exegese criativa do judaísmo), Hiram não morreu no templo de Salomão, tendo simplesmente sido chamado diretamente a Deus, à semelhança do profeta Enoch.

A obra da construção do templo de Salomão seria terminada pelo mestre Adonhiram, sucessor de Hiram Abi, e escolhido por Salomão. 

Note-se que a divisão dos operários em categorias, ou corporações estruturadas não resulta do texto bíblico, mas apenas de uma criação maçónica no século XVIII, a qual veio a assumir a dimensão de tradição. 

Tendo – ou não - relação fonética, ou outra, a religião muçulmana considera a sacralização (Ihram) como uma purificação do corpo e do espírito, sendo igualmente o nome da vestimenta dada aos peregrinos dos lugares santos, correspondendo deste modo a um símbolo de entrada num universo.

UM MAÇOM RELIGIOSO - Reinaldo de Freitas Lopes


Meus queridos a e amados irmãos da maçonaria universal e especulativa , a saber para nós sem fortuitos que a sabedoria do pedreiro livre e de bons costumes advém de lembranças akashicas da construção do templo do Rei Salomão , pois se estamos aqui hoje a incutir palavras que nos proporcionem lembranças , a saber somos mestres , todos mestres de si mesmos , conservados em nós , e por adonai em tempos passados .

O legado desta luz 

Todos os grandes guias que legaram a humanidade as grandes doutrinas espirituais ou um código moral capaz de proporcionar ao ser humano a comunhão com o cósmico e o recebimento da iluminação por si próprio foram portadores da luz maior que , graças a eles , pôde iluminar o mundo nas épocas mais sombrias de sua história . Sem o seu auxilio é muito provável que a humanidade em seu conjunto não pudesse ser elevada ao nível de tolerância e compreenção que alcançou em nossos dias , mesmo que seja preciso reconhecer que ainda há muito para se fazer para que a terra seja um modelo de perfeição Divina . *Em Concordância com a nossa iniciação* , cujo objetivo é despertar o seu *EU* espiritual e também prepara-lo para a *Viagem* de volta , apresentarei aqui uma breve biografia de um dos grandes guias que através do tempo e do espaço , nos nos transmitiram sua luz pessoal .

PLOTINO 

Plotino é considerado um dos maiores representantes do neoplatonismo (Movimento filosófico criado por seu mestre ammonius Saccas ) , de quem ele foi discípulo por mais de 10 anos . Embora não exista nenhuma informação precisa sobre a sua infância , sabe-se que nasceu em licópolis , no Egito , aproximadamente 205 anos depois do Cristo dos Cristãos . Por volta de 244 fundou a sua própria escola de filosofia em Roma e seus ensinamentos foram voltados para comentários das doutrinas e dos preceitos de Platão , por quem tinha grande admiração . Entre seus alunos estiveram o imperador Gálio e sua esposa , tendo este imperador posto fim as perseguições aos cristãos . Após ter ensinado em sua escola por 25 anos ele se retirou para campagna , uma região da Itália nas margens do rio Tirreno . nessa pequena cidade faleceu , em 270 . A obra de Plotino foi publicada depois de  sua morte , publicada por seu discípulo Pòrfiro  , com o titulo de *Enéadas* .

Esta obra é composta de seis livros contendo nove tratados cada um e o seu conjunto aborda todos os assuntos básicos do neoplatonismo.

O neoplatonismo de Plotino foi essencialmente baseado na dualidade do ser humano e na necessidade de se dar supremacia a alma , que ele considera *uma emanação da alma Universal* . Segundo ele , cada indivíduo é perfeito em essência e só por influência do corpo se afasta dessa perfeição Original . Partindo deste princípio ele ensinava a seus discípulos a necessidade de *Trancederem* os prazeres sensuais e buscarem na espiritualidade as alegrias que o comum dos mortais tenta encontrar na satisfação de seus desejos físicos . Vemos nesta idéia fundamental a infuência que as religiões persa e budista exerceram sobre a filosofia de Plotino . Ele levou uma vida austera e afastou-se voluntariamente das atividades ligadas ao mundo material . É possívelmente *neste ponto* (***)  que assenta o ponto fraco do Plotinismo que , aliás , teve um nível moral e místico particularmente ELEVADO .

Nota : O nosso mundo moderno impossivelmente retroagiria de acordo com as normas morais e satisfatórias a alma , fato este da improbridade em comunicações maiores com o *Ser*.

Para Plotino , o universo inteiro era a manifestação tangível de uma Inteligência Universal que ele associou à mônada , termo de origem grega que significa *Unidade* . A seu ver , essa Unidade Divina infundia toda a criação com seu Logos, isto é , seu *verbo* , e animava diferentes planos de existência , desde a matéria propriamente dita até as emanações puramente espirituais .Segundo ele , o objetivo do ser humano é elevar-se na percepção desses planos e finalmente atingir um estado em que sua alma tenha a experiência definitiva de fusão com a Divindade . Graças a esta fusão ele reencontra  sua condição adâmica e se reintegra no *Todo* do qual proveio. Este conceito da reintegração e a importância atribuída ao dualismo *Bem/Mal* foram a origem da grande influência que Plotino exerceu sobre o CRISTIANISMO PRIMITIVO .

“Há quem considere esta filosofia neoplatônica uma verdadeira Religião”.

Meus amados irmãos aqui e a esta altura considerar-se já desnecessário o avanço mais profundo as cercanias do saber de Plotino , havendo que a retidada do véu que cobria sua biografia , nos transpostou já e não somente a sua vida e comportamento , como o assim também ao perscrutar do nascimento de uma favorável religião , uma de tantas verdadeiras , entre todas claro ditas verdadeiras , foi dito aqui em epílogo (cristianismo).

Quem aprende convosco meus irmãos... 

REINALDO DE FREITAS LOPES 

M.M 

Obreiro da maçonaria universal e especulativa , zelador de meus direitos e senhor de minhas idéias e se reconhecido ou não por algum irmão , ainda assim não sou ele , sou eu e a ele estou sempre :

Em Pé e a Ordem .

Recebam todos o meu Tríplice e Fraterno Abraço!