dezembro 16, 2021

PRESENÇA e MODÉSTIA - Adilson Zotovici




Adilson Zotovici, é intelectual e notável poeta maçonico da ARLS Chequer Nassif-169 de S. Bernardo do Campo


O tempo também traz sabença

Ao igual permite autonomia

Entretanto nela condensa

A humildade com eutimia


Vez que a idade não dá licença

Mesmo a quem tem bizarria

Falar em grupo, tudo o que pensa

Em hora imprópria, com soberbia


Marcar qual joia boa presença

Falar é prata, se com mestria

Ouvir é ouro, lição imensa


Discerne o mestre com fidalguia

E com modéstia, vê a diferença...

Do Conhecimento e sabedoria !



dezembro 15, 2021

A IMPORTÂNCIA DAS RELIGIÕES - Ney Gonçalves de Oliveira e Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz








Excertos do livro *Deus, Criador ou Criatura? Do Big Bang ao Pensamento Humano" de Ney Gonçalves de Oliveira e  Almir Sant’Anna Cruz


Sob o ponto de vista científico, não há como negar que houve um “Princípio Criador”, um “Deus Criador”, um “Grande Cientista”, um “Grande Matemático” um “Grande Geômetra”, um ”Grande Arquiteto” do Universo, ou seja lá o nome que se queira dar, mas certamente não é nenhum Deus criado pelo homem à sua própria imagem e semelhança.

A extensa variedade de cultos e de religiões, comprova a preocupação universal com os mistérios da vida e da morte. 

Como explicar, em termos psicológicos e sociais, essa necessidade básica de fé, atributo imprescindível para se acreditar nas verdades religiosas?

Em primeiro lugar, a Religião serve para unir socialmente seus seguidores em um grupo coeso, com um propósito comum, geralmente o culto e a celebração de ritos sagrados.  

Além disso, exerce função política e econômica, fazendo com que a massa de seus seguidores seja conservada em relativa ignorância e subordinada a uma elite sacerdotal.

Mas, embora muitos considerem que a função principal das religiões seja de ordem psicológica, elas são, na realidade, sistemas cognitivos que, operando por meio de símbolos, elaboram explicações que alcançam até mesmo um certo nível de eficácia.  

Portanto, as religiões não são criadas simplesmente para aplacar as angústias e ansiedades de seus seguidores, mas são utilizadas como instrumento de conhecimento e, dessa forma, provavelmente diminuem as angústias, visto que qualquer ordem conhecida é superior ao caos do desconhecido.

A simbologia religiosa oferece ao homem um esquema explicativo para as grandes crises da vida, principalmente a morte – ao mesmo tempo mistério e causa de sofrimento.

A religião também transmite e cristaliza os sentimentos do homem diante do desconhecido, do inexplicável, do sagrado, do sobrenatural, das forças que moldam o seu destino.

Ao adotar um determinado credo, o indivíduo estabelece sua identidade, deixando de ser uma “alma perdida” num universo vasto e indiferente, para ser alguém que maneja um sistema de explicação do mundo. 

Associado a um grupo que professa a mesma crença e visa aos mesmos fins, ele se sente seguro e protegido diante da adversidade.

Todavia, nesse nosso mundo moderno, com os avanços da ciência e a preocupação com o bem-estar coletivo e individual, parece que a importância que as religiões já tiveram no passado, vem declinando a olhos vistos, sobretudo nos países de maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Dos 16 países com maior IDH (pela ordem: Noruega, Suíça, Irlanda, Alemanha, Hong Kong, Austrália, Islândia, Suécia, Singapura, Holanda, Dinamarca, Finlândia, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido e Estados Unidos), somente a maioria da população da Irlanda e dos Estados Unidos ainda dá importância as religiões em seu cotidiano. O Brasil (79º) é o país mais religioso entre todos os pesquisados.

Com a apresentação das argumentações científicas de que existe um Deus Criador e de que este Deus não é o Deus criado pelas religiões, além dos dados estatísticos apresentados, pode parecer que os autores pretendem, neste livro, disseminar nos leitores a descrença nas religiões.

Absolutamente não é esse o nosso propósito, até porque respeitamos a maior das Liberdades incutidas no homem por Deus em sua obra prima da criação: a Liberdade de Pensamento.

Como Deístas que somos, respeitamos toda e qualquer crença e não pretendemos que todos concordem com os conceitos aqui emitidos. Como dissemos na Introdução deste livro, nossa intenção é a de demonstrar, sobretudo para os Ateus e Agnósticos, que existe, sim, um Deus.

FÉRIAS MAÇÔNICAS - Ir. José Castellani



"Férias maçônicas" é uma invenção brasileira do século XX e que vem sendo cada vez mais "esticada", para satisfação daqueles que creem que trabalho maçônico é estafante. No Grande Oriente do Brasil temos o alentado período de 30 dias - 21 de dezembro a 20 de janeiro - e na Grande Loja o período de 20 de dezembro a 6 de janeiro, para que os "cansados" maçons repousem de seu pesado trabalho simbólico de operário. Isso, todavia, nem sempre aconteceu.

Consultando antigos livros de atas, pode-se constatar que as Lojas não paravam seus trabalhos nem no Natal, ou na passagem de ano. A partir do final do século passado, algumas Lojas começaram a fazer um pequeno hiato em seus trabalhos, da véspera de Natal até ao dia de Reis, a 6 de janeiro. Posteriormente, porém, iria haver um aumento, em uma Obediência - que iria se estender às demais e até ser esticado – de forma pitoresca: a 25 de janeiro de 1955 era inaugurado o edifício-sede do Grande Oriente de São Paulo. Para os padrões da época, o prédio era opulento: 2.320 metros quadrados de construção; quatro templos para trabalho de 24 Lojas e mais um templo nobre; um sub-solo e mais três andares, servidos por elevador; templos aerificados, através de um sistema de insuflação de ar fresco, produzido por ventiladores centrífugos de baixa pressão e rotação com motores elétricos de 5 a 10 HP, para expulsar o ar viciado e quente; abastecimento de água através de dois reservatórios de concreto; 10 instalações sanitárias completas; e oito câmaras de reflexão.

Evidentemente, um prédio tão grande e complexo é de difícil manutenção, e essa dificuldade é agravada pelo grande número de pessoas que por ali circulam e que ajudam a deteriorar a construção. E foi isso que aconteceu, e em pouco tempo, pois, menos de três anos depois de sua inauguração, o edifício já necessitava de reparos. Diante disso, o grão-mestre Benedito Pinheiro Machado Tolosa, emitida a 9 de dezembro de 1957, o ato estendendo as férias maçônicas - que iam de 24 de dezembro a 6 de janeiro - até 18 de janeiro, diante da necessidade de se proceder reparos do edifício-sede. Nos dois anos seguintes, pelo mesmo motivo, elas foram estendidas até ao dia 20.

E a coisa acabou, rapidamente, se tornando "tradicional", mesmo que os motivos tenham sido esquecidos e nem se pense em reparos e pinturas, chegando, mesmo, até às Constituições do Grande Oriente do Brasil, as quais, antigamente, eram missas, não fazendo qualquer alusão a férias. Acabou, alem disso, chegando a outras Obediências, que, até, talvez adorando a idéia, esticaram mais ainda as tais "férias", dando, inclusive, um "extra" no mês de julho, como se os maçons fossem aluninhos de escolas infanto-juvenis, com direito a férias de verão e férias de inverno. Os maus exemplos, geralmente, frutificam; ou seja: passarinho que anda com morcego acaba dormindo de cabeça para baixo.

E, até hoje, não apareceu ninguém para extirpar essa prática, que é esdrúxula, porque o trabalho maçônico é constante e ininterrupto, como o de outras entidades filosóficas, iniciáticas, assistenciais e de aperfeiçoamento do Homem (seria, realmente, cômico, se a Igreja, por exemplo, entrasse em férias). Coisas como essa é que desgastam a Maçonaria brasileira, reduzindo-a à condição de simples clube, ou sociedade recreativa, o que contribui para corroer a sua credibilidade pública.

Como, notoriamente, o uso do cachimbo faz a boca torta, será difícil acabar com essa invenção, pois as justificativas são muitas: uns alegam que é preciso dar férias aos funcionários da Obediência e das Lojas, esquecendo-se de que qualquer empresa, ou sociedade, dá férias aos seus funcionários, sem fechar as suas portas. Outros, no exercício do mais profundo egocentrismo, justificam as tais férias (inclusive as de inverno), com a necessidade de aproveitar as férias escolares e viajar com a família, esquecendo-se - intencionalmente, é claro - de que, se os filhos têm três meses de férias escolares, qualquer trabalhador tem, no máximo, 30 dias, a não ser que seja um nababo biliardário, ou um desocupado crônico.

Além disso, muitos maçons, já maduros e sem filhos em idade escolar, gostariam de frequentar os trabalhos maçônicos, constantemente, mas são tolhidos pela ditadura egoísta dos que acham que, se eles não podem frequentar, os outros também não podem.

É o caso de recorrer à velha expressão: "Vai trabalhar, vagabundo", pelo menos, na Maçonaria, já que a indolência, hoje, é marca registrada nacional (basta ver os tais "feriados prolongados").

dezembro 14, 2021

JANTAR RITUALÍSTICO- AS ORIGENS - revisão Sidnei Godinho



O  Banquete  maçônico  é  uma  festividade  de  tradição  antiga  que, provavelmente, começou  a  ser  praticada  no  século XVII, por  ocasião  das  festividades  dos Santos de nome  João, realizados  mais  precisamente  no  dia  24 de  junho e 21 de dezembro, que  coincide  com  os  solstícios,  onde o  sol  atinge  a  distância  máxima  do  Equador. 

Lembra  as  festividades  das religiões  antigas,  quando  se  comemorava  algum  evento,  dos  mais  variados fins  e  propósitos.

O  Banquete  mais  notório  ao  longo  da  história  que  desperta  interesse d e  estudo  do  simbolismo  e  doutrina  é  sem  dúvida  a  Santa  Ceia,  descrita nas  Sagradas  Escrituras, em  Mateus  17.26.

O  Banquete  ritualístico  não  é  obrigatório  em  nosso  RGF,  porém  toda Loja  deve  realizá-lo  uma  vez  por  ano,  com  a  finalidade  de refletir sobre os acontecimentos relacionados  com a vida da  Ordem e principalmente  para praticar a  Fraternidade e  a Solidariedade  entre  os  seus membros.

O termo “confraternizar” tem sua origem na palavra, em latim medieval, “confraternitas”, e revela uma manifestação amigável de confraternidade.

Como verbo transitivo direto, indica “unir”, “congregar fraternalmente”, “confraternar”.

Como transitivo indireto, indica “comungar os pontos de vista, as convicções ou estado de espírito de alguém”.

Confraternizar é entender o verdadeiro sentido do estar perto.

Perto da família, dos amigos.

Seja qual for o tipo de confraternização deve ser um momento de união.

Também conhecido por Sessão de Mesa ou Loja de Mesa, o Jantar Ritualístico é uma sessão ritualística em que os maçons se confraternizam em torno de uma mesa de refeições.

É, também, chamada, embora alguns considerem impropriamente, de banquete ritualístico, conforme nos orienta o maçonólogo e historiador José Castellani.

Trata-se de um costume antigo, que se realizava por ocasião dos solstícios de inverno ou de verão, ou, na impossibilidade, em data mais próxima possível, o que foi, de fato, o que ocorreu, nesta ocasião.

Tais repastos fraternais eram muito comuns nos primórdios da Franco-Maçonaria.

Como lembrança do ritual hebraico de “kidush”, inserido pelos essênios, temos o pão e o vinho.

_Os egípcios e gregos celebravam banquetes sagrados;

_os romanos celebravam o “lectisternium” ou festim realizado defronte dos deuses que adoravam;

_os judeus reuniam-se em refeições religiosas prescritas por Moisés;

_os primeiros cristãos celebravam suas refeições de amor e caridade com o nome de ágape.

E os maçons mantém conservados em toda sua pureza e essência a prática anual deste ato que simboliza Liberdade, Fraternidade e Igualdade.

Bom dia meus irmãos.



CURIOSIDADES DA MAÇONARIA - O DÓLAR


Aos poucos vamos trazendo Luz para as lendas e folclore Maçônico”! 

 Ao contrário do que algumas pessoas pensam, os símbolos da pirâmide e do olho na nota de um dólar não foram uma ação proposital da Maçonaria para colocar sua simbologia na moeda norte-americana.

O  olho e a pirâmide fazem parte do Grande Selo dos Estados Unidos, e só foram colocadas no dólar em 1935. Quando este selo foi criado, a comissão tinha quatro homens e apenas um único maçom: Benjamin Franklin.

Benjamin Frankin desenhou o Grande Selo em 1776 e o único artista do grupo, Pierre du Simitiere, que nem era maçom, sugeriu a imagem do olho dentro de um triângulo para representar Deus. Duas outras comissões ajustaram o desenho antes de ser aprovado. 

Francis Hopkinson que também não era maçom sugeriu a pirâmide incompleta, assim, nenhum dos desenhistas finais era maçom.

Vale ressaltar que o olho dentro do triângulo para representar Deus aparece ao longo do Renascimento, muito antes de a Maçonaria Especulativa surgir. 

O Triângulo de três lados idênticos representa a crença cristã da Trindade de Deus (Pai, Filho e Espírito Santo). Nenhum registro associa a Maçonaria ao símbolo antes de 1797, nem é o símbolo relacionado, de alguma forma, com os Illuminati da Baviera.

Quanto à pirâmide inacabada, ela representa a nova e forte nação dos Estados Unidos, destinada a resistir por séculos, assim como as famosas pirâmides do Egito. Ela possui 13 fileiras de pedras, representando as 13 colônias originais, com a imagem de Deus olhando sobre elas.

Para os conspiradores, não há nada de sinistro ou oculto a respeito do Olho, e ele aparece em numerosos exemplos da arte cristã de 1600 em diante. Portanto, apesar da influência da Ordem em muitos eventos da História, não podemos afirmar que os símbolos da nota de 1 dólar foram arquitetados propositalmente pela Maçonaria.

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dezembro 13, 2021

CULTURA: SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO DOS MAÇONS - Ir.’. Ubyrajara de Souza Filho


O conceito de cultura é bastante amplo e complexo. Na visão acadêmica, ele pode ser desenvolvido sob diversos aspectos: antropológico, sociológico, filosófico etc. Entretanto, para efeito deste artigo, podemos simplificar o seu entendimento adotando uma definição mais ecumênica: cultura é o termo genérico usado, basicamente, para significar duas acepções diferentes.

De um lado, o conjunto integrado de usos e costumes, de comportamentos, valores, regras morais, e de instituições que permeiam e identificam uma sociedade ou uma época; e, de outro lado, artes, erudição e demais manifestações mais sofisticadas do intelecto e da sensibilidade humana, consideradas coletivamente.

A cultura explica e dá sentido à cosmologia social, portanto, é impossível de se desenvolver individualmente. Resumindo, podemos dizer que cultura é a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período.

A maçonaria, como todo grupamento humano, possui identidade própria. E reduzindo o conceito de ‘cultura’ a um universo específico, podemos chamar de cultura maçônica a esse sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que conferem sentido à prática da maçonaria, formando um conjunto de respostas de o que é aprendido e partilhado pelos maçons e que lhes confere essa identidade própria. 

Há os que tratam a cultura maçônica como um sistema de conhecimento da realidade, como o código mental dos maçons, não como um fenômeno material, mas cognitivo; e há os que entendem a cultura maçônica como um sistema simbólico que só poderá ser apreendido por meio de interpretação e não por mera descrição.

Na verdade o conceito de cultura maçônica deve congregar a interpretação de seus símbolos, a prática de tradições maçônicas e suas lendas míticas; não somente aquelas que foram incorporadas dentro dos rituais e são exemplificadas em suas cerimônias, mas também aquelas que, embora não figurem nas instruções das lojas, foram transmitidas oralmente como partes de sua história e enunciam em seu cânone de instrução verdades fundamentais e pensamentos sobre a natureza humana, através do frequente uso de arquétipos, sem se referir à veracidade dos relatos.

A filosofia da maçonaria incentiva o homem a buscar o autoconhecimento, despertar no maçom o seu pensar em sua própria existência, independentemente dos agrupamentos sociais a que pertençam individualmente. Não cerceia o seu adepto ao estudo de qualquer ciência (esotérica ou exotérica) como cultura auxiliar, mas pretende que a base dos ensinamentos maçônicos esteja sempre presente, para que não venhamos a perder o equilíbrio sobre os alicerces em que se levanta a Ordem.

Assim sendo, o futuro da maçonaria está diretamente ligado ao desenvolvimento cultural do maçom. E, de um modo geral, o maçom deve estar consciente de que se cultura é informação, isto é, um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que se aprende e transmite aos contemporâneos e aos vindouros, a cultura maçônica deverá ser o resultado da forma como os maçons receberam e transmitem seus ensinamentos; se cultura é criação, é importante estar atento que ele não só recebe a cultura dos seus antepassados como também cria elementos que a renovam; e se cultura é um fator de humanização, deve compreender que esta transformação só ocorrerá porque ele é parte de um grupo em constante aperfeiçoamento cultural.

A COROA - Ir.'. Charles Evaldo Boller



Quando o maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito passa ao grau de mestre, todos os seus irmãos, independente de grau, identificam-no por um sinal visível externo; é um chapéu, que simbolicamente representa uma coroa.

Esta coroa une o que está debaixo dela, o homem, com o que está acima, o divino, servindo de limite entre quem a carrega com sua componente transcendental. É através desta coroa que o mestre maçom alcança decisões racionais que estão muito acima da escravidão sensorial. Esta conexão propicia capacidades que vão além do simples pensar. Se persistir, for dedicado e estudar, este homem será capaz de desenvolver potencialidades elevadas até então desconhecidas para ele.

A coroa do mestre maçom sobre sua cabeça é um chapéu de feltro de abas moles e caídas, sem o qual ele não comparece em câmara do meio. Quando em sessões de outros graus é como se esta coroa ali estivesse, pois dentro do templo, em loja constituída, é o local onde ele desenvolve sua capacidade de discernimento e visão equilibrada, objetivo de todo maçom que escala a escada de Jacó. O chapéu faz de sua aparência uma pessoa eminente, um venerável mestre, à semelhança do monge da Idade Média que dirigia construções feitas em pedra. Por terminar em forma de domo, o chapéu afirma uma soberania absoluta sobre si e confirma que ele continua desenvolvendo em sua caminhada de aprendiz. Ao elevar-se acima da cabeça, o chapéu é insígnia de poder e luz, significando conhecimento. Comparar o chapéu a uma coroa é dar a este o significado de uma capacidade sobre-humana, transcendente. Este paramento simboliza a obliteração do mundo material e concentra simbolicamente capacidades na solução de problemas da humanidade, é o persistir na tarefa de desbastar a pedra bruta.

A coroa é como uma antena que simbolicamente se conecta a outra dimensão, uma potencialidade construída na mente. Em sendo negro, sabe-se pelas leis da física que esta ausência de cor absorve todos os comprimentos de onda do espectro da luz visível e invisível aos olhos materiais. Isto permite especular que até linhas de campos de força e outras manifestações energéticas mais sutis podem ser atraídas por esta coroa. O chapéu do mestre maçom funciona assim qual antena que, simbolicamente, o conecta com aquilo que lhe propicia o sopro de vida e que o faz igual a todos os seres viventes da biosfera. Ciente de sua relação com o resto das formas de vida, em suas mais diversas constituições e aparências, o mestre maçom se integra com a natureza e desenvolve o amor fraterno para com os seus iguais, para com toda a vida espalhada pelo Universo, inclusive com outras possíveis biosferas de galáxias diversas da que abriga o Sol.

É importante estar desperto e consciente que o chapéu do mestre maçom é apenas um paramento, um artefato material, um símbolo; o que faz a diferença está debaixo do chapéu, a cabeça, a capacidade intelectual do portador da coroa e o que este intelecto constrói simbolicamente fora e acima do chapéu. Ela constitui a recompensa justa da prova que o maçom faz ao longo da vida, por edificar templos à virtude e cavar masmorras ao vício. Simboliza dignidade, poder, realeza, acesso a um nível de forças superiores, sobrenaturais.

Exige-se esforço pessoal para superar, conhecer e mandar em si próprio, pois é apenas sobre si mesmo que cada ser tem poder absoluto, incontestável. O iluminado subjuga sua mente e corpo, e, para progredir, bate implacavelmente nas nódoas que levam a vício e degradação. Mesmo que sucumba diante da tentação, o simbolismo do chapéu o fará voltar para a linha reta que conduz ao oriente, em direção à luz, ao conhecimento, à sabedoria.

O chapéu representa o verdadeiro poder que está dentro de si, a inclinação interna positiva, o coração que ama fraternalmente, tudo em resultado da capacidade de pensar, afiada constantemente por leitura, estudo e meditação. O mestre maçom tem o ministério de ensinar aprendizes, companheiros e outros mestres maçons. Aquele mestre maçom que desta obrigação se esquiva não é merecedor da coroa. O irmão que se desenvolveu em sapiência, aprendeu na prática que ao ensinar outros o seu próprio conhecimento fixa-se mais, os conceitos e princípios morais que despertam em sua mente agarram-se mais firmemente ao coração e à memória. Na sua missão de ensinar deve constantemente provocar, instigar, distribuir os seus pensamentos em palavras e participar de forma proativa, conciliadora e entusiasta de todos os debates com temas com os quais a Maçonaria, nos diversos graus, o provoca.

Debaixo do chapéu, o mestre maçom ouve atentamente as peças de arquitetura, oratórias e discussões de temas com os quais os irmãos se presenteiam e provocam. É o chapéu que o freia prudentemente em todas as ocasiões em que fica ordeiramente esperando os outros irmãos falarem. É nestas ocasiões que treina a arte de ouvir do líder. Debaixo do chapéu ele fica concentrado, calado, ouvindo e anotando o que os outros irmãos dizem. Depois ele analisa e absorve o que está ao seu alcance para suprir seu autoconhecimento, monta estratégias e colabora empaticamente no tema com seu parecer, postura e comentário. E ao auxiliar a assembleia de irmãos com a força do seu pensamento, transmitido por sua capacidade de oratória, além de ajudar aos outros, ele ajuda principalmente a si próprio. Servir no ensinar não é apenas mais uma razão para torna-se merecedor do prêmio, a coroa que está sobre sua cabeça, o símbolo do seu poder, é a principal razão dele lecionar na escola de conhecimento da Maçonaria. Não existe magia ou mistério; é o servir e a presença constante no grupo que lhe dá poderes que ele nunca imaginava existirem. E este é um poder natural que ninguém usurpa.

O chapéu representa uma estrutura educacional apoiada em três pontos: racional, emocional e espiritual; um apoia o outro, formando um tripé. É do equilíbrio propiciado pelo que simboliza o chapéu que desabrocha a pessoa completa. Esta educação e condicionamento elevam o portador do chapéu à realeza dos iniciados nos diversos graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, onde é livre para pensar e ajudar seus irmãos através de uma razão esclarecida. É pelo estudo diligente, pelo treinamento dos sentidos, pela convivência constante que ele atinge o ideal, e este lhe confere realeza, da qual o chapéu, apesar de sua aparência grosseira, é o símbolo mais expressivo. Debaixo do chapéu é a maneira mais nobre de viver o amor fraterno, a única ação capaz de salvar a humanidade de um existir miserável. Debaixo do chapéu aflora a capacidade de ouvir, ensinar e treinar em loja, o que faz do mestre maçom um líder natural.

Primeiro é importante cuidar de si, porque quem não estiver forte, como ajudará aos outros? Quem não se ama como amará ao próximo? Na relação com outros e consigo mesmo desenvolve a capacidade de tornar-se o amigo sincero e serve ao irmão no que deve ser feito e não no que aquele deseja; o contrário seria escravidão. É servindo que aflora o líder. Amor fraterno é ação, não sentimento. O mestre maçom que desonra o chapéu e trata seus irmãos de forma infame e autoritária, suas ações podem até estar alicerçados na lei escrita em papel, mas ele não é um líder nato, é um tirano. O líder natural é semelhante ao poder que tem uma mãe sobre seus filhos, ela não precisa impor sua vontade e apenas faz o que deve ser feito para seus rebentos; ela é o melhor exemplo do líder natural. A mãe que tem necessidade de usar do chicote para dirigir sua casa já não tem mais capacidade de liderança natural e exerce poder despótico. O mestre maçom que alcança este grau de entendimento e perfeição em sua capacidade de liderança, tem no seu chapéu a representação simbólica do poder que ele exerce sobre a comunidade.

Ele serve ao irmão não porque aquele é maçom e o juramento o exige, mas porque ele próprio é maçom e depende igualmente dos confrades. O chapéu representa a capacidade de liderança, é o símbolo da autoridade que não outorga poder de comando sobre os outros, pois ele próprio fica sujeito a obediências que lhe são impostas. O chapéu traduz a perfeita igualdade que deve pairar entre seus pares.

Mas como falar em igualdade nos diversos graus entre pessoas desiguais? Todos são iguais quanto à essência, por estarem providos do mesmo sopro de vida. Na Maçonaria, quanto mais o maçom cresce, mais ele se conscientiza que deve servir aos que estão degraus mais baixos da simbólica escada de Jacó. É o exercício da humildade que lhe dá o devido valor, e é transmitida pela rota, mole e disforme coroa, confeccionada a partir de um tecido ordinário. Ela poderia muito bem ser produzida em aço e cravejada de joias preciosas, entretanto, de que vale um bem material que pode ser subtraído pelo ladrão ou destruído pela ferrugem? As preciosidades estão debaixo do chapéu, na forma de pensamentos e ações, valores que ladrão algum deseja e apenas a morte destrói.

O chapéu induz seu portador a naturalmente usar do dever de governar de acordo com a necessidade da coletividade. O chapéu representa que seu usuário está fortalecido e não se curva perante desmando, futilidade ou arbitrariedade. É o chapéu que impede àquele que o usa de transformar-se em déspota. Isto é muito bem retratado quando em sua loja o bom mestre maçom ouve e serve aos outros. É o chapéu que inspira o propiciar dos meios de concentrar forças para produzir os nobres e elevados anseios dos irmãos do quadro.

Longe de exercer a autoridade emanada do chapéu de forma cruenta, o humilde e prudente mestre maçom torna-se líder natural. Ao obter poder servindo ao próximo, ele já é parte da realeza que representa o seu chapéu, e isto lhe dá a distinção de participar da natureza celeste de seus dons sobre-humanos, transcendentes. É do símbolo do chapéu, do que está debaixo deste, que provém a ação e a capacidade de influenciar aos outros a fazerem o que precisam fazer para se tornarem felizes. É a ação do amor em benefício da humanidade. É a ação de construir templos à virtude. É a ação da vivência do amor fraterno debaixo da orientação dos eflúvios provenientes da coroa, do poder que emana do chapéu do mestre maçom servidor.

A sapiência é a busca das energias e coisas mais elevadas; algo bem diferente de sabedoria. Enquanto a sabedoria pode ser confundida com prudência, pois diz respeito apenas aos assuntos materiais e de como o homem age, a sapiência é muito mais importante. A Maçonaria trabalha a sabedoria que leva à luz da sapiência. A filosofia maçônica é sapiente. A coluna da sabedoria é a antena simbólica de onde emana uma luz de modo que cada um que porta um reles chapéu mole, cada um a sua maneira, desenvolve sua sapiência para as coisas mais elevadas. O chapéu como paramento, símbolo que o mestre maçom usa qual coroa em câmara do meio, torna-o igual aos demais, nivelando-o a todos os irmãos maçons espalhados pelo Universo, para honra e à glória do Grande Arquiteto do Universo, de onde todos recebem a luz da sapiência.

Bibliografia:

1. BAYARD, Jean-Pierre, A Espiritualidade na Maçonaria, Da Ordem Iniciática Tradicional às Obediências, tradução: Julia Vidili, ISBN 85-7374-790-0, primeira edição, Madras Editora limitada., 368 páginas, São Paulo, 2004;

2. BENOÎT, Pierre; VAUX, Roland de, A Bíblia de Jerusalém, título original: La Sainte Bible, tradução: Samuel Martins Barbosa, primeira edição, Edições Paulinas, 1663 páginas, São Paulo, 1973;

3. BOUCHER, Jules, A Simbólica Maçônica, Segundo as Regras da Simbólica Esotérica e Tradicional, título original: La Symbolique Maçonnique, tradução: Frederico Ozanam Pessoa de Barros, ISBN 85-315-0625-5, primeira edição, Editora Pensamento Cultrix limitada., 400 páginas, São Paulo, 1979;

4. FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de, Dicionário de Maçonaria, Seus Mistérios, seus Ritos, sua Filosofia, sua História, quarta edição, Editora Pensamento Cultrix limitada., 550 páginas, São Paulo, 1989;

5. HUNTER, James C., O Monge e o Executivo, Uma História Sobre a Essência da Liderança, título original: The Servant, tradução: Maria da Conceição Fornos de Magalhães, ISBN 85-7542-102-6, primeira edição, Editora Sextante, 140 páginas, Rio de Janeiro, 2004;

6. Paraná, Grande Loja do, Ritual do Grau de Mestre Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito, primeira edição, Grande Loja do Paraná, 66 páginas, Curitiba, 2004.

dezembro 12, 2021

INVENTORES MAÇONS..... - Diário maçonico



A penicilina foi inventada pelo maçom Alexander Fleming (foto)


As lâminas de barbear Gillette, que inovaram o sistema de barbear foram inventadas pelo maçom chamado King Camp Gillette.

O revolver Colt, o primeiro com tambor foi invenção do maçom  Samuel Colt.

A Cruz Vermelha foi fundada pelo maçom suíço Jean-Henri Dunant.

O maçom John Edgar Hoover foi diretor do FBI durante 48. 

A Torre Eiffel foi projetada e construída pelo engenheiro maçom Alexander Eiffel

Sabías que el Himno francés la Marsellesa fue escrito por el masón Rouget de Lisle.

Sabías que la Guillotina fue inventada por un masón de nombre Joseph Ignace Guillotin.

Sabías que el primer reglamento de football unificado se redacto en una taberna llamada Freemasons, donde se fundó la primera federación de Football al adoptar el Reglamento de Cambridge.

Sabías que desde 1770 el masón ingles Thomas Dunckerley promovió una disposición donde se prohibía fumar en las logias.

Sabías que Aldrin fue el primer masón en pisar la luna y que en el interior de su traje espacial portaba una pequeña bandera del Supremo Consejo, bandera que se encuentra expuesta en el museo del Scotish Rite Temple de Washington DC.

Sabías que el gran Mago Harry Houdini se inicio masón el 17 de Julio de 1923 en la logia St. Cecile en Nueva York.

O primeiro homem a alcançar o polo norte foi o maçom Robert E. Peary.

As prestigiosas clínicas americanas Mayo foram fundadas pelo maçom Charles H. Mayo

As marcas de chá Lipton y Earl Grey foram fundadas por maçons.

Os criadores de carros Walter Chrysler e Henry Ford  foram maçons.

A cadeia de Hotéis Hilton foi fundada pelo maçom Charles C. Hilton

Numerosos cantores de música Country foram maçons como Eddie Arnold, Roy Acuff, Rex Allen, Gene Autry, Roy Clark, Jim Davis, Ferlin Husky, Burl Ives, Eddy Peabody, Tex Ritter, Jimmy Rodgers, Roy Rogers, Mel Tillis y Hank Thompson.

Lendas do Jazz como Louis Armstrong, Duke Ellington y Count Basie foram maçons.

O famoso detetive Sherlock Holmes, demostrou em varias de suas aventuras que seus conhecimentos sobre maçonaria eram extensos, esses conhecimentos obviamente vindos de seu criador, o maçom Arthur Conan Doyle. .

#diariomasonico


5W2H - Sérgio Quirino


O Irmão Sérgio Quirino é o Grão-Mestre da GLMMG para o período 2021/2024

Caminhamos para o encerramento de mais um ano. Além das naturais atividades festivas, ocasiões em que lamentamos algumas coisas e agradecemos por outras, devemos, neste momento, concentrar nossas energias para um estado de serenidade, que nos permitirá refletir sem paixões sobre o que vivenciamos em 2021.

As iniciais-título do artigo se referem a indagações utilizadas pelo filósofo grego Aristóteles, no ensino de ética, em ‘Ética a Nicômaco’ (Livro 3), conhecida obra dedicada ao seu filho. Ele as chama de “sete circunstâncias”, entendidas como ocasião, situação. Ele parte do pressuposto de que, para além do conhecimento, as perguntas são ponto de partida para o aprendizado. Em tradução livre, as sete perguntas são: quem, o que, quando, onde, por que, de que modo, por qual meio.

​Estas indagações foram utilizadas mais tarde para o desenvolvimento da retórica. Nos tempos modernos chegaram ao jornalismo e às práticas organizacionais, com o acrônimo em inglês: 5 W 2 H = Who? What? Where? When? Why? How? How Much?

Neste momento singular em que vivemos, como nos valer deste aprendizado para os nossos labores?

Primeiramente é um exercício de conscientizar-se de que passamos continuadamente por três momentos magnos: Iniciação, Elevação e Exaltação. Não nos referimos às Sessões Magnas do espaço físico do Templo Maçônico. Falamos dos acontecimentos com os quais interagimos no mundo profano e que nos fortalecem no Templo Interior.

QUANDO ME INICIEI?

O QUE ME ELEVOU?

QUEM ME EXALTOU?

A todo momento a vida nos oferta a possibilidade de ascender a um novo patamar, abandonar uma conduta imprópria, iniciar um processo de crescimento e aprender sobre a doçura e o amargor, próprios do viver. Não importa o caminho para principiar nossos passos em direção à nossa iniciação diária, e sim o próprio caminhar, abrir os olhos e a consciência para o despertar.

Não sendo o homem dotado de asas, nossa projeção ao alto não se faz no plano material, mesmo sendo imprescindível o uso dos nossos sentidos físicos para tal enlevo. As impressões captadas pelos órgãos sensoriais sensibilizam o coração e alertam o cérebro possibilitando um despertar para a promoção do bem-estar da Humanidade. A dor e a necessidade do próximo nos fazem compartilhar o pão elevando-nos acima do conhecimento e do aprendizado.

O conceito de ‘exaltação” tem muitos significados. Ele abrange da autopromoção ao descontrole. Exaltar a si próprio, exaltar os ânimos e se exaltar comparativamente ao outro.​ A Maçonaria nos ensina que não devemos nos exaltar em nenhuma hipótese ou circunstância.

O comportamento de companheirismo, nosso polimento, a fraterna cortesia, as mãos voltadas ao alto e oferecer o coração. Deitamos ao solo uma vida passada em erro e nos confortamos com o resgate dos Companheiros que alcançaram a maestria unindo mãos, pés, joelhos, ombros e, principalmente, corações para vencer as dificuldades e exaltar os Sãos Princípios da Maçonaria.

Refletimos sobre as três indagações. Ainda nos restam outras quatro: onde, por que, de que modo, por qual meio. Quais são as respostas?

A certeza de alguma coisa e a incerteza de várias outras são condições simultâneas salutares, pois provocam inquietude que favorece um aprendizado reflexivo e crítico. Afinal, praticamos a Maçonaria Especulativa.

Neste processo de aprendizado, dois aspectos são de suma importância: a metacognição, ou seja, pensar sobre o próprio pensamento, e a necessidade de se ter uma relação afetiva com tudo que nos envolve. Prepare-se, então, Amado Irmão, para atuar como Maçom em 2022.

Quem? O quê? Quando? Onde? Por quê? De que modo? Por qual meio?

Que ao final do próximo ano você tenha alcançado a plenitude, e que suas ações sejam a resposta para sete ou mais perguntas.

Atingimos quinze anos de compartilhamento de instruções maçônicas. Nosso propósito fundamental é incentivar os Irmãos ao estudo, à reflexão e tornar-se um elemento de atuação, um legítimo Construtor Social.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fraternalmente

Sérgio Quirino


dezembro 11, 2021

A LINHA DE FRONTEIRA DE NOSSA CONDUTA - Kenneth L. Hemphill (tradução: José P. P. de Sá)









Frequentemente, participo de grupos em que se discutem normas e procedimentos maçônicos, em Loja e fora dela. Muitas vezes, as opiniões são divergentes e outras potências são mencionadas, como sendo tolerantes a isso ou àquilo. O texto que se segue, de autor americano, diz respeito à Maçonaria da Califórnia, tal como é vista pela Grande Loja da Califórnia. As semelhanças conceituais justificam estudar um texto onde tantas diferenças na "praxis" maçônica existem. Ao Maçom estudioso, dedico esta tradução, pois desejo que contribua para o enriquecimento de seu conhecimento da Arte Real. Para os que leem em inglês, ofereço o texto original também.

Eu gostaria que cada um de vocês retrocedesse comigo, em seus pensamentos, até a noite em que vocês entraram numa Loja Maçônica pela primeira vez, para serem iniciados. Provavelmente, cada um de nós tem diferentes eventos que se desatacam, daquela noite memorável, mas eu posso me lembrar de quão profundamente impressionado eu estava de ser reconhecido como um Maçom justo e perfeito e, daí por diante, deveria caminhar e agir de acordo.

Bem, é verdade que eu havia assinado uma inscrição prometendo que, se fosse julgado merecedor, eu deveria me cingir a todos os antigos usos e costumes da fraternidade, e eu confirmei essa promessa ao Irmão Experto, antes de entrar na Loja, mas isso tinha sido como assinar um cheque em branco.

Agora, pela primeira vez me disseram que a Maçonaria esperava um padrão mais elevado de conduta de seus membros do que era esperado de outros homens. Mais tarde, na mesma noite, isso foi enfatizado ainda mais pela alegoria do ponto dentro do círculo. A linha de fronteira da sua conduta além da qual o Maçom jamais deveria permitir que suas paixões, seus preconceitos ou seus interesses o traíssem.

Tal como o cientista estuda a órbita do satélite girando ao redor da Terra, assim deveríamos estudar esse círculo que delimita a nossa conduta, de modo que saibamos do que ela é composta e até que ponto ela se estende.

A dificuldade que sempre ocorre num papel deste tipo é que os leitores são compostos em parte por aqueles oficiais e membros mais antigos que estão interessados em todas as coisas maçônicas e em apoiá-las; e em parte por aqueles que são novos na associação e estão ansiosos para aprender. Se nós, que preparamos o material, visamos ao primeiro grupo, e abandonamos os conceitos mais elementares do nosso assunto, nós cometemos uma injustiça para com os recém-admitidos na Maçonaria. Por este motivo, eu espero que vocês, do primeiro grupo, aos quais podemos nos referir como estudantes “graduados”, me perdoem se eu incluir pontos que possam parecer óbvios para vocês, mas que possam ainda não terem ocorrido para os “não graduados”.

Primeiro, consideremos a fibra da qual esse círculo que delimita a nossa conduta  é trançada. Onde são encontradas as restrições que nos governam?

Primeiramente, claro, devemos examinar o ritual. Aí encontramos as obrigações básicas que juramos solenemente obedecer. Além dessas obrigações, encontramos encargos e palestras cheias de lições projetadas para melhorar as nossas vidas e ações. Finalmente, chegamos ao entendimento de que deveríamos renunciar aos nossos próprios desejos em todas as coisas que digam respeito à Maçonaria e deveríamos nos adaptar e limitar a todas as regras e regulamentos da Fraternidade. Estas incluem a legislação e os decretos de nossa própria Loja, as Constituições e Atos da Grande Loja e, também, aqueles antigos Landmarks e Constituições da sociedade que nos foram repassados através dos tempos.

Tudo isso junto estabelece as fronteiras que governam a nossa conduta. Estes regulamentos podem ser subdivididos em diversas categorias: 1) aqueles que determinam a nossa conduta perante a Loja e seus oficiais; 2) os que comandam nossas tratativas com outros Maçons; e 3) aqueles que governam a nossa conduta no mundo externo.

I -  CONDUTA PERANTE A LOJA E SEUS OFICIAIS

Primeiro, vamos examinar as regras às quais um Maçom deve se sujeitar com respeito à sua Loja.

Uma das mais importantes é que ele deve respeitar as decisões do Venerável em todos os assuntos Maçônicos. Nos idos de 1879, surgiu um disputa em uma de nossas Lojas, quando um irmãos se recusou a obedecer ao malhete do Venerável e, de fato, disse a ele: “Continuem batendo, vocês todos, por favor! Eu vou usar a palavra!” Ele sugeriu, ainda, que, se o Venerável não o quisesse ouvir, ele poderia virar a sua cadeira ao 1.º Vigilante e sair. O irmão querelante foi julgado e expulso e, ao pronunciar o veredicto, a Comissão de Queixa[1]estabeleceu a lei como se segue: “Se as prerrogativas legais do Venerável Mestre não forem mantidas, todo o tecido da Maçonaria cai por terra.

A nossa é, essencialmente, uma instituição autocrática e nenhum dos regulamentos deve ser mantido com maior cuidado do que aquele que estabelece que o Venerável Mestre controla a sua Loja. Ele se reporta, apenas, à Grande Loja e, se algum irmão se julgar injustamente tratado, ele tem o remédio de apelar para aquela autoridade suprema.”. 

O mesmo raciocínio se aplica às convocações, tanto da Loja quanto do Venerável Mestre. O membro não tem o direito de questionar a sua legalidade ou de se recusar a obedecer, a menos que ele esteja fisicamente incapacitado de comparecer.

De igual importância são as regras que governam o segredo. Isto, naturalmente, se aplica ao ritual e inclui a proibição contra o uso de qualquer livro-código. O resultado de um escrutínio sobre um proposto nunca deve ser revelado, exceto pelo Secretário ao proposto. Isto se aplica, também, a qualquer registro de julgamento ou procedimento em que um irmão é advertido, suspenso ou expulso; ou a qualquer transação que, a critério do Venerável mestre, deva ser mantida secreta. Nem deve nenhum membro revelar seu próprio voto em um escrutínio secreto, nem a razão para ele, exceto para o Venerável Mestre, com a finalidade de corrigir um erro ou uma injustiça. Todos os membros presentes devem tomar parte no escrutínio e não podem sair do Templo durante a votação. É antimaçônico usar bolas pretas por razões pessoais. Um irmão não pode tomar parte na adulteração de fatos de uma proposta nem pode esconder ou sonegar informações. É, também, uma ofensa, contrariar o avanço de um candidato sem motivo suficiente.

É ilegal adulterar os procedimentos de uma Loja. Em 1870, um irmão mandou uma mensagem para o Grão Mestre dizendo que a sua Loja estava em estado de rebelião contra a Grande Loja e fez outras afirmativas destinadas a trazer descrédito para a sua Loja. Depois de uma investigação, ficou provado que ele havia distorcido os fatos e, por isso, ele foi expulso.

Um Maçom não pode visitar uma Loja clandestina e, se ele tiver alguma dúvida quanto à sua regularidade, ele pode pedir para examinar a sua Carta[2]. Ele não pode se responsabilizar por ninguém com quem ele não tenha estado em uma Loja regular, nem realizar qualquer exame particular. Ele não pode aparecer em público em vestes maçônicas, exceto para um funeral ou outra cerimônia reconhecida. Um membro não pode circular uma petição em Loja buscando ajuda financeira para qualquer assunto não maçônico, não importa quão meritória seja a causa. Foi feita uma exceção para as escolas públicas estaduais, mas somente se o solicitante  tenha sido designado para uma comissão com esse fim. Mesmo essa solicitação não deve ser feita em uma Loja coberta, mas pode ser feita antes ou pelo correio.

Um maçom não pode divulgar petições ou propaganda eleitoral de forma a influenciar os procedimentos em Grande Loja.

É antimaçônico não pagar as mensalidades. Um membro pode se retirar de uma Loja na qual ele esteja regular, mas ele não pode renunciar à Maçonaria. Isso é tudo quanto à conduta perante a Loja.

II – CONDUTA PERANTE OS IRMÃOS

Nossas leis são igualmente específicas quanto à nossa atitude perante nosso irmãos. Nós não podemos usar linguagem grosseira para com um irmão ou atingi-lo por raiva. Nem devemos caluniá-lo ou, por qualquer modo, atingir seu bom nome.

A antiga Constituição diz: “Se um irmão vive extraviado ou calunia seu irmão de modo a envergonhar a ordem, ele não pode mais ser mantido entre os irmãos.”.

Ele também não pode revelar os segredos de um irmão que como tal lhe foram revelados exceto quando estiver convicto de que sérios crimes estão implícitos.

Muitos casos vieram à apreciação da Grande Loja envolvendo negócios entre irmãos. A Grande Loja tem recomendado, repetidamente, que não arbitrará tais disputas ou casos em que dívidas não foram pagas, a menos que haja provas de fraude ou logro intencional.

Apesar de não estar expressamente declarado em nossas obrigações, o mesmo se aplica se a viúva ou esposa do Maçom for enganada.

A Grande Loja tem tentado se manter afastada das disputas políticas envolvendo os seus membros. Em 1874, um irmão se atreveu a pendurar a imagem de outro irmão que se lhe opunha na política. O ato foi praticado publicamente defronte à agência local dos Correios. O “pendurado” tentou aplicar sanções maçônicas no “pendurador” mas a Grande Loja dispensou o caso, aparentemente achando que tudo é justo em política.

III – CONDUTA EM FACE DO MUNDO (PROFANO)

De longe, as regras mais importantes concernentes à nossa conduta são as que governam as nossas ações em relação ao mundo fora da Maçonaria. As faltas cometidas destro das nossas Lojas e contra os nossos irmãos podem ser tratadas sem publicidade adversa, mas, quando nós nos esquecemos das regras estabelecidas para o nosso comportamento para com outros, nós enodoamos o bom nome de cada membro da Irmandade. Algumas regras são óbvias, tais como estupro, adultério, duelo, desfalque e outros sérios crimes como esses.         Esses delitos são todos maçônicos e servem de base para um julgamento maçônico mesmo que o praticante tenha sido inocentado no tribunal ou não tenha sido condenado por um Grande Júri.

A condenação e a prisão de um Maçom por qualquer delito pode sujeita-lo à expulsão. Irmãos foram expulsos por mandarem cartas obscenas pelo correio; por usarem linguagem reles e ofensiva; por alugarem uma casa sabendo que ela seria usada para prostituição; por frequentar tais lugares; pelo uso habitual de drogas; e por fazerem afirmações públicas ou particulares negando a existência de Deus.

Num caso, um ano, um irmão foi expulso por consciente e voluntariamente ter feito uma declaração de renda falsa, esmo tendo se regularizado junto ao governo federal, pagando uma multa. Um Maçom pode ser expulso por se ter associado, quer no passado quer no presente, a qualquer grupo que advogue a derrubada do nosso governo pela força ou por qualquer outro meio ilegal.

A bebida alcoólica tem sido fonte de muitos problemas para a lei Maçônica, da mesmo forma como o é para os tribunais cíveis e criminais. A embriagues habitual é, naturalmente, antimaçônica, pois ela viola nossos ensinamentos básicos sobre a virtude cardinal da temperança. Desde 1912, nós temos uma seção em nosso código proibindo a admissão de qualquer pessoa que esteja envolvida, seja como empregado seja como proprietário, em negócios de cassinos[3] a menos que ele seja parte de um hotel ou restaurante sério. O desaparecimento dos velhos salões e o advento de bares, cervejarias e lojas de bebidas deram origem a muitas decisões sobre essa questão e esta lei foi repetida em 1966.

Não há nenhuma proibição na nossa Lei Maçônica da Califórnia contra a venda de bebidas em pacotes; entretanto, um caso interessante aconteceu em 1952. Um Maçom californiano mudou-se para Nebraska e montou um negócio de bebidas em pacotes a varejo. A Lei Maçônica do Nebraska proíbe o envolvimento na venda de bebidas de qualquer espécie, de modo que o irmão foi julgado numa Loja de Nebraska e expulso da Maçonaria, com a perda de todos os direitos e privilégios.

Surgiu, então, a questão de como ficaria ele na Califórnia, já que ele não havia violado nenhuma lei maçônica californiana específica. A decisão da Grande Loja - baseada no antigo Landmarks: “Todos os Maçons são subordinados às leis e regulamentos da jurisdição maçônica na qual reside” – foi a de que o irmão era culpado de conduta antimaçônica, e ele foi expulsa na Califórnia também.

O jogo também tem a sua parte nos problemas. O vício do jogo sempre foi antimaçônico e nós encontramos, nas Antigas Obrigações, que: “Um Maçom não deve ser um jogador habitual de cartas, dados ou jogos de azar.” Em anos recentes, tornou-se um lugar comum ver organizações voltarem-se para formas indiretas de jogo, como bingos, loterias, sorteios, etc. como meio para amealhar fundos, de modo que é muito natural que alguns de nossos irmãos se tenham valido destes meios para levantar dinheiro para algum tipo de projeto meritório.

A Maçonaria, entretanto, tem-se mantido firme contra esta onda e nenhuma Loja ou Maçom pode promover ou tomar parte em tais atividades de apostas em benefício de qualquer organização de Maçons ou onde o pré-requisito para associação seja o de que a pessoa seja um Mestre Maçom.         No campo da conduta maçônica em face do público, o tema que levantou as maiores controvérsias e que, provavelmente, recebeu maior tempo de atenção em anos recentes é aquele campo coberto pelo termo amplo “Comercialismo”. Antes de ser admitido em Loja pela primeira vez, todos nós concordamos que não éramos influenciados por motivos mercenários e, por muitos anos, a nossa Constituição proibiu, especificamente, qualquer Loja ou Maçom, individualmente, de usar a Maçonaria para incentivar qualquer empreendimento comercial. A busca disso ficou restrita à proibição do uso do nome ou das insígnias maçônicos em propaganda de qualquer negócio particular.

Isso também se aplica aos candidatos políticos, que podem informar a sua afiliação maçônica, mas nunca foram autorizados a usar emblemas e símbolos maçônicos em suas campanhas. Muitos abusos foram tolerados e foram solicitados fundos e propaganda para o público em geral, com a implícita sugestão de que o dinheiro era para fins maçônicos. Em 1951, o Grão-Mestre Clausen reconheceu esse mal e as reclamações que começavam a chegar, e tomou medidas para corrigi-lo, nomeando uma comissão especial para publicações. Foram feitas várias tentativas de regular as várias publicações, mas o cumprimento era difícil, de modo que, em 1954, a Grande Loja adotou a legislação atual, que proíbe qualquer Loja ou membro de fazer em qualquer meio propaganda que sugira ser maçônica.

Durante a investigação deste problema, a comissão achou muitos casos fora do campo das publicações nos quais solicitavam-se fundos para o público a fim de apoiar atividades falsamente apresentadas como maçônicas aos doadores. Por causa disso, a comissão evoluiu para a atual comissão sobre Comercialismo. Eles encontraram muitos casos onde o dinheiro que era supostamente solicitado para caridade maçônica ia parar nas mãos dos realizadores, com apenas uma pequena parte sendo encaminhada para a causa meritória para a qual era pretendida.

Isto levou à legislação adotada em 1955, estabelecendo que qualquer Maçom que, sendo membro de qualquer corpo ligado à Maçonaria, tome parte em qualquer promoção ou empreendimento daquela organização, que seja não-ético, fraudulento, enganoso ou ilegal, é culpado de conduta antimaçônica. Alguns de nossos membros, já suspensos ou expulsos, compreenderam amargamente que a Grande Loja da Califórnia não mais tolerará ver o bom nome da Maçonaria vendido ao público em benefício de alguns poucos.

 

CONCLUSÃO

No pequeno espaço destinado a este artigo, eu tentei cobrir as principais regras que governam a nossa conduta r os passos dados pela Grande loja para explicitar os princípios e as obrigações da Maçonaria. Um ponto tem que ficar claro: há uma tendência de alguns de encarar a Grande Loja como uma equipe obscura ou grupo misterioso que trabalha por trás do cenário para decidir os assuntos de Maçonaria. Nada pode estar mais longe da verdade. A Grande Loja são os Mestres, Vigilantes e representantes de cerca de 700 Lojas da Califórnia, que se reúnem anualmente em São Francisco. Todas as ações do grão-Mestre e de suas comissões são trazida àquele grupo e são eles que decidem quais serão as políticas e leis da Maçonaria californiana.

As nossas Lojas têm ampla autoridade para fazer cumprir nossos regulamentos pois essa autoridade se aplica a todos os seus próprios membros, onde quer que eles estejam; e, também, a todos os outros Maçons que vivam dentro da jurisdição da Loja.

Ao contrário da nossa lei civil, não há estatutos de limitações na lei maçônica. Entretanto, os julgamentos maçônicos são assuntos desagradáveis que consomem o tempo e os esforços de todos os envolvidos e são, frequentemente, uma carga financeira para as Lojas. Muitos deles poderiam ser evitados se nós déssemos os seguintes passos: primeiro, velar para que os nossos membros sejam educados maçonicamente, de modo a que eles saibam o que deles é esperado, como Maçons; segundo, quando encontramos um membro que se está esquecendo de suas lições, deveríamos lembrar de sussurrar um bom conselho ao seu ouvido, gentilmente admoestando-o sobre seus erros, e diligenciar, de modo amistoso, para produzir uma regeneração verdadeira e permanente. E, finalmente, deveríamos guardar nossos portais de forma que apenas sejam admitidos na nossa Fraternidade aqueles que forem receptivos aos nossos ensinamentos e que achem fácil conduzirem-se como Maçons.


Como fecho, eu gostaria de enfatizar que, nesta discussão sobre a conduta maçônica, nós só olhamos um dos lados da moeda. Nós gastamos o tempo falando sobre o que está fora do círculo da nossa conduta. Poderíamos despender uma igual quantidade de tempo discutindo aquela parte da nossa conduta que fica dentro do círculo, onde se espera que nós desenvolvamos os dogmas do Amor Fraterno, Ajuda e Verdade. Deveríamos nos lembrar sempre que o bom nome da Maçonaria não é o resultado do que nós não fazemos, mas sim, das boas coisas que foram feitas nas práticas fora da Loja, aqueles grandes deveres morais que nela estão inculcados e, com reverência, do estudo e da obediência às leis que o Grande Arquiteto do Universo nos deu pela Sua Sagrada Palavra.

...   

[1] Grievance Comittee, no original; correspondente ao nosso Conselho de Justiça (N. do T.)

[2] Charter – Carta constitutiva (da Loja) (N. do T.)

[3] Saloon – a melhor acepção é Cassino, mas poderia ser salão de bar (N. do T.)

SANTO AGOSTINHO - Fonte: Mundo dos Filósofos



Aurélio Agostinho destaca-se entre os Padres como Tomás de Aquino se destaca entre os Escolásticos. E como Tomás de Aquino se inspira na filosofia de Aristóteles, e será o maior vulto da filosofia metafísica cristã, Agostinho inspira-se em Platão, ou melhor, no neoplatonismo. Agostinho, pela profundidade do seu sentir e pelo seu gênio compreensivo, fundiu em si mesmo o caráter especulativo da patrística grega com o caráter prático da patrística latina, ainda que os problemas que fundamentalmente o preocupam sejam sempre os problemas práticos e morais: o mal, a liberdade, a graça, a predestinação. 

Aurélio Agostinho nasceu em Tagasta, cidade da Numídia, de uma família burguesa, a 13 de novembro do ano 354. Seu pai, Patrício, era pagão, recebido o batismo pouco antes de morrer; sua mãe, Mônica, pelo contrário, era uma cristã fervorosa, e exercia sobre o filho uma notável influência religiosa. Indo para Cartago, a fim de aperfeiçoar seus estudos, começados na pátria, desviou-se moralmente. Caiu em uma profunda sensualidade, que, segundo ele, é uma das maiores consequências do pecado original; dominou-o longamente, moral e intelectualmente, fazendo com que aderisse ao maniqueísmo, que atribuía realidade substancial tanto ao bem como ao mal, julgando achar neste dualismo maniqueu a solução do problema do mal e, por consequência, uma justificação da sua vida. Tendo terminado os estudos, abriu uma escola em Cartago, donde partiu para Roma e, em seguida, para Milão. Afastou-se definitivamente do ensino em 386, aos trinta e dois anos, por razões de saúde e, mais ainda, por razões de ordem espiritual. 

Entrementes - depois de maduro exame crítico - abandonara o maniqueísmo, abraçando a filosofia neoplatônica que lhe ensinou a espiritualidade de Deus e a negatividade do mal. Destarte chegara a uma concepção cristã da vida - no começo do ano 386. Entretanto a conversão moral demorou ainda, por razões de luxúria. Finalmente, como por uma fulguração do céu, sobreveio a conversão moral e absoluta, no mês de setembro do ano 386. Agostinho renuncia inteiramente ao mundo, à carreira, ao matrimônio; retira-se, durante alguns meses, para a solidão e o recolhimento, em companhia da mãe, do filho e dalguns discípulos, perto de Milão. Aí escreveu seus diálogos filosóficos, e, na Páscoa do ano 387, juntamente com o filho Adeodato e o amigo Alípio, recebeu o batismo em Milão das mãos de Santo Ambrósio, cuja doutrina e eloquência muito contribuíram para a sua conversão. Tinha trinta e três anos de idade. 

Depois da conversão, Agostinho abandona Milão, e, falecida a mãe em Óstia, volta para Tagasta. Aí vendeu todos os haveres e, distribuído o dinheiro entre os pobres, funda um mosteiro numa das suas propriedades alienadas. Ordenado padre em 391, e consagrado bispo em 395, governou a igreja de Hipona até à morte, que se deu durante o assédio da cidade pelos vândalos, a 28 de agosto do ano 430. Tinha setenta e cinco anos de idade. 

Após a sua conversão, Agostinho dedicou-se inteiramente ao estudo da Sagrada Escritura, da teologia revelada, e à redação de suas obras, entre as quais têm lugar de destaque as filosóficas. As obras de Agostinho que apresentam interesse filosófico são, sobretudo, os diálogos filosóficos: Contra os acadêmicos, Da vida beata, Os solilóquios, Sobre a imortalidade da alma, Sobre a quantidade da alma, Sobre o mestre, Sobre a música. Interessam também à filosofia os escritos contra os maniqueus: Sobre os costumes, Do livre arbítrio, Sobre as duas almas, Da natureza do bem. 

Dada, porém, a mentalidade agostiniana, em que a filosofia e a teologia andam juntas, compreende-se que interessam à filosofia também as obras teológicas e religiosas, especialmente: Da Verdadeira Religião, As Confissões, A Cidade de Deus, Da Trindade, Da Mentira. 

*O Pensamento: A Gnosiologia*

Agostinho considera a filosofia praticamente, platonicamente, como solucionadora do problema da vida, ao qual só o cristianismo pode dar uma solução integral. Todo o seu interesse central está portanto, circunscrito aos problemas de Deus e da alma, visto serem os mais importantes e os mais imediatos para a solução integral do problema da vida. 

O problema gnosiológico é profundamente sentido por Agostinho, que o resolve, superando o ceticismo acadêmico mediante o iluminismo platônico. Inicialmente, ele conquista uma certeza: a certeza da própria existência espiritual; daí tira uma verdade superior, imutável, condição e origem de toda verdade particular. Embora desvalorizando, platonicamente, o conhecimento sensível em relação ao conhecimento intelectual, admite Agostinho que os sentidos, como o intelecto, são fontes de conhecimento. E como para a visão sensível além do olho e da coisa, é necessária a luz física, do mesmo modo, para o conhecimento intelectual, seria necessária uma luz espiritual. Esta vem de Deus, é a Verdade de Deus, o Verbo de Deus, para o qual são transferidas as ideias platônicas. 

No Verbo de Deus existem as verdades eternas, as ideias, as espécies, os princípios formais das coisas, e são os modelos dos seres criados; e conhecemos as verdades eternas e as ideias das coisas reais por meio da luz intelectual a nós participada pelo Verbo de Deus. Como se vê, é a transformação do inatismo, da reminiscência platônica, em sentido teísta e cristão. Permanece, porém, a característica fundamental, que distingue a gnosiologia platônica da aristotélica e tomista, pois, segundo a gnosiologia platônica-agostiniana, não bastam, para que se realize o conhecimento intelectual humano, as forças naturais do espírito, mas é mister uma particular e direta iluminação de Deus. 

*A Metafísica* 

Em relação com esta gnosiologia, e dependente dela, a existência de Deus é provada, fundamentalmente, a priori, enquanto no espírito humano haveria uma presença particular de Deus. Ao lado desta prova a priori, não nega Agostinho as provas a posteriori da existência de Deus, em especial a que se afirma sobre a mudança e a imperfeição de todas as coisas. Quanto à natureza de Deus, Agostinho possui uma noção exata, ortodoxa, cristã: Deus é poder racional infinito, eterno, imutável, simples, espírito, pessoa, consciência, o que era excluído pelo platonismo. Deus é ainda ser, saber, amor. Quanto, enfim, às relações com o mundo, Deus é concebido exatamente como livre criador. 

No pensamento clássico grego, tínhamos um dualismo metafísico; no pensamento cristão - agostiniano - temos ainda um dualismo, porém moral, pelo pecado dos espíritos livres, insurgidos orgulhosamente contra Deus e, portanto, preferindo o mundo a Deus. No cristianismo, o mal é, metafisicamente, negação, privação; moralmente, porém, tem uma realidade na vontade má, aberrante de Deus. O problema que Agostinho tratou, em especial, é o das relações entre Deus e o tempo. Deus não é no tempo, o qual é uma criatura de Deus: o tempo começa com a criação. Antes da criação não há tempo, dependendo o tempo da existência de coisas que vem-a-ser e são, portanto, criadas. 

Também a psicologia agostiniana harmonizou-se com o seu platonismo cristão. Por certo, o corpo não é mau por natureza, porquanto a matéria não pode ser essencialmente má, sendo criada por Deus, que fez boas todas as coisas. Mas a união do corpo com a alma é, de certo modo, extrínseca, acidental: alma e corpo não formam aquela unidade metafísica, substancial, como na concepção aristotélico-tomista, em virtude da doutrina da forma e da matéria. A alma nasce com o indivíduo humano e, absolutamente, é uma específica criatura divina, como todas as demais. 

Entretanto, Agostinho fica indeciso entre o criacionismo e o traducionismo, isto é, se a alma é criada diretamente por Deus, ou provém da alma dos pais. Certo é que a alma é imortal, pela sua simplicidade. Agostinho, pois, distingue, platonicamente, a alma em vegetativa, sensitiva e intelectiva, mas afirma que elas são fundidas em uma substância humana. A inteligência é divina em intelecto intuitivo e razão discursiva; e é atribuída a primazia à vontade. No homem a vontade é amor, no animal é instinto, nos seres inferiores cego apetite. 

Quanto à cosmologia, pouco temos a dizer. Como já mais acima se salientou, a natureza não entra nos interesses filosóficos de Agostinho, preso pelos problemas éticos, religiosos, Deus e a alma. Mencionaremos a sua famosa doutrina dos germes específicos dos seres - rationes seminales. Deus, a princípio, criou alguns seres já completamente realizados; de outros criou as causas que, mais tarde, desenvolvendo-se, deram origem às existências dos seres específicos. Esta concepção nada tem que ver com o moderno evolucionismo, como alguns erroneamente pensaram, porquanto Agostinho admite a imutabilidade das espécies, negada pelo moderno evolucionismo. 

*A Moral*  

Evidentemente, a moral agostiniana é teísta e cristã e, logo, transcendente e ascética. Nota característica da sua moral é o voluntarismo, a saber, a primazia do prático, da ação - própria do pensamento latino - , contrariamente ao primado do teorético, do conhecimento - próprio do pensamento grego. A vontade não é determinada pelo intelecto, mas precede-o. Não obstante, Agostinho tem também atitudes teoréticas como, por exemplo, quando afirma que Deus, fim último das criaturas, é possuído por um ato de inteligência. A virtude não é uma ordem de razão, hábito conforme à razão, como dizia Aristóteles, mas uma ordem do amor. 

Entretanto a vontade é livre, e pode querer o mal, pois é um ser limitado, podendo agir desordenadamente, imoralmente, contra a vontade de Deus. E deve-se considerar não causa eficiente, mas deficiente da sua ação viciosa, porquanto o mal não tem realidade metafísica. O pecado, pois, tem em si mesmo imanente a pena da sua desordem, porquanto a criatura, não podendo lesar a Deus, prejudica a si mesma, determinando a dilaceração da sua natureza. 

A fórmula agostiniana em torno da liberdade em Adão - antes do pecado original - é: poder não pecar; depois do pecado original é: não poder não pecar; nos bem-aventurados será: não poder pecar. A vontade humana, portanto, já é impotente sem a graça. O problema da graça - que tanto preocupa Agostinho - tem, além de um interesse teológico, também um interesse filosófico, porquanto se trata de conciliar a causalidade absoluta de Deus com o livre arbítrio do homem. Como é sabido, Agostinho, para salvar o primeiro elemento, tende a descurar o segundo. 

Quanto à família, Agostinho, como Paulo apóstolo, considera o celibato superior ao matrimônio; se o mundo terminasse por causa do celibato, ele alegrar-se-ia, como da passagem do tempo para a eternidade. Quanto à política, ele tem uma concepção negativa da função estatal; se não houvesse pecado e os homens fossem todos justos, o Estado seria inútil. Consoante Agostinho, a propriedade seria de direito positivo, e não natural. Nem a escravidão é de direito natural, mas conseqüência do pecado original, que perturbou a natureza humana, individual e social. Ela não pode ser superada naturalmente, racionalmente, porquanto a natureza humana já é corrompida; pode ser superada sobrenaturalmente, asceticamente, mediante a conformação cristã de quem é escravo e a caridade de quem é amo. 

*O Mal*  

Agostinho foi profundamente impressionado pelo problema do mal - de que dá uma vasta e viva fenomenologia. Foi também longamente desviado pela solução dualista dos maniqueus, que lhe impediu o conhecimento do justo conceito de Deus e da possibilidade da vida moral. A solução deste problema por ele achada foi a sua libertação e a sua grande descoberta filosófico-teológica, e marca uma diferença fundamental entre o pensamento grego e o pensamento cristão. Antes de tudo, nega a realidade metafísica do mal.

 O mal não é ser, mas privação de ser, como a obscuridade é ausência de luz. Tal privação é imprescindível em todo ser que não seja Deus, enquanto criado, limitado. Destarte é explicado o assim chamado mal metafísico, que não é verdadeiro mal, porquanto não tira aos seres o lhes é devido por natureza. Quanto ao mal físico, que atinge também a perfeição natural dos seres, Agostinho procura justificá-lo mediante um velho argumento, digamos assim, estético: o contraste dos seres contribuiria para a harmonia do conjunto. Mas é esta a parte menos afortunada da doutrina agostiniana do mal. 

Quanto ao mal moral, finalmente existe realmente a má vontade que livremente faz o mal; ela, porém, não é causa eficiente, mas deficiente, sendo o mal não-ser. Este não-ser pode unicamente provir do homem, livre e limitado, e não de Deus, que é puro ser e produz unicamente o ser. O mal moral entrou no mundo humano pelo pecado original e atual; por isso, a humanidade foi punida com o sofrimento, físico e moral, além de o ter sido com a perda dos dons gratuitos de Deus. Como se vê, o mal físico tem, deste modo, uma outra explicação mais profunda. 

Remediou este mal moral a redenção de Cristo, Homem-Deus, que restituiu à humanidade os dons sobrenaturais e a possibilidade do bem moral; mas deixou permanecer o sofrimento, consequência do pecado, como meio de purificação e expiação. E a explicação última de tudo isso - do mal moral e de suas consequências - estaria no fato de que é mais glorioso para Deus tirar o bem do mal, do que não permitir o mal. Resumindo a doutrina agostiniana a respeito do mal, diremos: o mal é, fundamentalmente, privação de bem (de ser); este bem pode ser não devido (mal metafísico) ou devido (mal físico e moral) a uma determinada natureza; se o bem é devido nasce o verdadeiro problema do mal; a solução deste problema é estética para o mal físico, moral (pecado original e Redenção) para o mal moral (e físico). 

*A História*  

Como é notório, Agostinho trata do problema da história na Cidade de Deus, e resolve-o ainda com os conceitos de criação, de pecado original e de Redenção. A Cidade de Deus representa, talvez, o maior monumento da antiguidade cristã e, certamente, a obra prima de Agostinho. Nesta obra é contida a metafísica original do cristianismo, que é uma visão orgânica e inteligível da história humana. O conceito de criação é indispensável para o conceito de providência, que é o governo divino do mundo; este conceito de providência é, por sua vez, necessário, a fim de que a história seja suscetível de racionalidade. 

O conceito de providência era impossível no pensamento clássico, por causa do basilar dualismo metafísico. Entretanto, para entender realmente, plenamente, o plano da história, é mister a Redenção, graças aos quais é explicado o enigma da existência do mal no mundo e a sua função. Cristo tornara-se o centro sobrenatural da história: o seu reino, a cidade de Deus, é representada pelo povo de Israel antes da sua vinda sobre a terra, e pela Igreja depois de seu advento. Contra este cidade se ergue a cidade terrena, mundana, satânica, que será absolutamente separada e eternamente punida nos fins dos tempos. 

Agostinho distingue em três grandes seções a história antes de Cristo. A primeira concerne à história das duas cidades, após o pecado original, até que ficaram confundidas em um único caos humano, e chega até a Abraão, época em que começou a separação. Na Segunda descreve Agostinho a história da cidade de Deus, recolhida e configurada em Israel, de Abraão até Cristo. A terceira retoma, em separado, a narrativa do ponto em que começa a história da Cidade de Deus separada, isto é, desde Abraão, para tratar paralela e separadamente da Cidade do mundo, que culmina no império romano. Esta história, pois, fragmentária e dividida, onde parece que Satanás e o mal têm o seu reino, representa, no fundo, uma unidade e um progresso. 

É o progresso para Cristo, sempre mais claramente, conscientemente e divinamente esperado e profetizado em Israel; e profetizado também, a seu modo, pelos povos pagãos, que, consciente ou inconscientemente, lhe preparavam diretamente o caminho. Depois de Cristo cessa a divisão política entre as duas cidades; elas se confundem como nos primeiros tempos da humanidade, com a diferença, porém, de que já não é mais união caótica, mas configurada na unidade da Igreja. 

Esta não é limitada por nenhuma divisão política, mas supera todas as sociedades políticas na universal unidade dos homens e na unidade dos homens com Deus. A Igreja, pois, é acessível, invisivelmente, também às almas de boa vontade que, exteriormente, dela não podem participar. A Igreja transcende, ainda, os confins do mundo terreno, além do qual está a pátria verdadeira. Entretanto, visto que todos, predestinados e ímpios, se encontram empiricamente confundidos na Igreja - ainda que só na unidade dialética das duas cidades, para o triunfo da Cidade de Deus - a divisão definitiva, eterna, absoluta, justíssima, realizar-se-á nos fins dos tempos, depois da morte, depois do juízo universal, no paraíso e no inferno. É uma grande visão unitária da história, não é uma visão filosófica, mas teológica: é uma teologia, não uma filosofia da história.


dezembro 10, 2021

O AVENTAL DO COMPANHEIRO - Ir.'. Rui Bandeira




Ao contrário do que sucede com o ritual de Aprendiz do Rito Escocês Antigo e Aceite, o ritual de Companheiro não faz qualquer referência ao avental usado pelos obreiros da oficina do segundo grau.

Os Companheiros podem - como todos os maçons, quaisquer que sejam os seus graus ou qualidades - usar o avental todo branco de Aprendiz maçom. Simplesmente, enquanto os Aprendizes o usam com a aba levantada, pelas razões que aqui expliquei, os Companheiros usam-no com a aba deitada sobre o corpo retangular do artefato
. A necessidade de proteção do Companheiro é já menor, o seu progresso na Arte Real já lhe permite dispensar uma alargada área de proteção. O seu trabalho na moldagem do seu carácter, no aperfeiçoamento de suas qualidades, na luta contra seus defeitos, já lhe permitiu determinar a forma como a sua pedra se integrará no grande templo projetado pelo Grande Arquitecto do Universo, laboriosa e demoradamente edificado pela Humanidade, desde os alvores da Criação. Agora o tempo é de limar as arestas que ainda subsistem, de polir a pedra, de a aparelhar para que cumpra a sua função, não apenas bem, mas de forma bela e agradável, contribuindo não só para a edificação, mas também para a decoração do Templo Colectivo Supremo.

Tenho para mim que, originariamente, a única distinção que, a nível do avental, existia entre Aprendizes e Companheiros era a forma como era posicionada a aba. O avental, em ambos os graus, era o mesmo.

Modernamente, o avental de Companheiro, continuando a ser confeccionado em pele ou tecido de cor branca, de forma retangular e cortado em ângulos rectos nas quatro extremidades, apresenta um debruado estreito, na cor do rito, ao longo das suas extremidades (as quatro linhas delimitadoras da sua forma retangular, mais as duas linhas delimitadoras da aba, formando, em conjunto com a linha superior do avental, um triângulo.

A cor do rito é a vermelha, no Rito Escocês Antigo e Aceite e a azul clara, no rito de York e na sua variante (rito de Webb) em uso nos Estados Unidos. A Maçonaria irlandesa usa a cor verde.

A fina linha colorida delimitadora das extremidades do avental simboliza o estado dos trabalhos do maçom: a sua pedra já tem forma, já é cúbica, o seu trabalho agora é alisá-la, aperfeiçoá-la, desde logo limando as suas arestas.

Na Maçonaria Continental Europeia, o avental de Companheiro acaba por ser o menos usado, apenas durante o tempo em que o maçom permanece no segundo grau.

Um pequeno detalhe importa ter em atenção, para evitar a possibilidade de confusões. Os aventais comumente em uso nas lojas americanas pelos Mestres que não sejam Oficiais da Loja ou Grandes Oficiais é muito semelhante ao avental de Companheiro europeu. Assim, se porventura algum visitante americano comparecer numa loja europeia envergando um avental com linhas de cor estreitas, delimitando as suas extremidades, atenção que, em princípio, não é um Companheiro, é um Mestre Maçom, só que sem ser Oficial de Loja ou Grande Oficial.

Para finalizar, e a título de mera curiosidade: o M do logótipo do Gmail não tem nada a ver com o avental de Companheiro Maçom. É apenas a dita letra desenhada a vermelho num sobrescrito. Não vale a pena imaginar teorias da conspiração...

O MAÇOM CONSTRUTOR SOCIAL - Sidney Godinho


 


Diante da Decisão sobre o futuro de uma Loja, cabe aos iniciados a reflexão que tanto se prega nas sessões:

...A Razão há de sobrepujar a Emoção e os Sentidos”...

Para tal, a velha Dialética, ensinada com temperança e tolerância, é o Único meio para cada um bem decidir e continuar com sua consciência tranquila do dever cumprido.

Lembrar sempre que neste impasse, como nos outros enfrentados em Loja, não existe o vencedor ou o vencido.

Existe a Tese, a Antítese e o Resumo e cada um depreende sua decisão conforme a racionalização que fez durante as discussões.

Ninguém é senhor da verdade absoluta, pois somente é alcançada com a interação de todos. 

No dia de hoje, no impasse do amanhã, se vai ser bom ou não, congrace o irmão ou não com os seus, ao menos o faça com a certeza de seu convencimento e não seja apenas mais um manipulado social, pois você foi Iniciado e como tal tem o dever de ser um elucidado e fazer a diferença.

Concluo com um chavão há muito utilizado e que bem define os incautos que, mesmo tendo a Luz, insistem continuar insípidos quanto a sua participação social:

...”Errar é Humano; Permanecer no Erro é no mínimo comodismo ou falta de Bom Senso”...

Que possa o Grande Arquiteto Iluminar cada um e que suas decisões sejam as mais sábias para que nossa Loja cresça e seja Idônea e que nossas famílias possam bem usufruir do bem de nossas decisões. 

Bom Dia e boas reflexões meus Irmão!!!