janeiro 11, 2022

ABREVIATURAS MAÇÔNICAS - Irm∴ Marcos A. P. Noronha



Antes de falar sobre a correta forma de fazer as abreviaturas maçônicas, há que ser apresentada a seguinte questão: Por que são utilizadas abreviaturas na Maçonaria? Para que expressões maçônicas, principalmente aquelas contidas nos Rituais não sejam entendidas por profanos.

A partir da transição da Maçonaria Operativa para a Maçonaria Especulativa que se deu no ano de 1600, com a admissão do primeiro elemento estranho ao ofício (John Boswell na Loja Capela de Santa Maria em Edimburgo – Escócia) e, posteriormente, com o marco que inaugura a Maçonaria Obediencial, em 1717, momento que surgiu a figura do Grão-Mestre, houve, por consequência um incremento na parte ritualística, mas com as falas decoradas, pois era proibido fazer cópias manuscritas.

Com o tempo surgiram as cópias em todo o meio maçônico.

Segundo o Mestre Castellani (apud Irmão Alfério Di Giaimo Neto, Pílula Maçônica No 51), para dificultar o entendimento, caso essas cópias caíssem em mãos de profanos, as palavras foram abreviadas. Essa supressão de fonema ou de sílaba no final da palavra denomina-se apócope.

O Irmão Alfério afirma que esse sistema era e continua sendo utilizado também em documentos transferidos entre Potências Maçônicas. 

Na Inglaterra, EUA, Nova Zelândia e Austrália a abreviação é feita por um ponto, somente. Contudo, na França e países da América Latina, a abreviação é tripontuada.

Assim, nos países acima citados, como é o caso do Brasil, a abreviatura é realizada por intermédio de apócope de palavras escritas, colocando três pontos, em formato de delta, logo após o corte na palavra. 

Manifestamente, as palavras que são abreviadas devem ser compreendidas pelos Maçons, para tal objetivo existe uma regra que deve ser conhecida pelos Obreiros da Arte Real.

Nos valendo do Mestre Castellani (Cadernos de Estudos Maçônicos, Consultório Maçônico, Vol. No 2), salientamos que para formar as abreviaturas maçônicas, temos duas regras básicas que devem ser seguidas, a saber:

a) o corte deve ser realizado entre uma consoante e uma vogal. Exemplo: Or∴ = Oriente; Quer∴ Irm∴ = Querido Irmão.

Por isso, a forma correta de abreviar Irmão é Irm∴.

b) o plural das palavras é feito por meio da repetição da letra inicial. Exemplo: VVig∴ = Vigilantes; IIrm∴ = Irmãos.

Jules Boucher no livro “A Simbólica Maçônica” diz: “na Maçonaria, as abreviaturas usadas são do tipo por suspensão ou apócope. Por regra, elas só deveriam ser usadas nas palavras do vocabulário maçônico e jamais para as palavras profanas”. Excluindo algumas exceções, quando admite que há palavras, que por não gerar confusão ou ambiguidade, podem ser abreviadas somente com a primeira letra, Boucher corrobora com o que foi afirmado por Castellani quando assevera: “escreve-se a primeira sílaba da palavra e a primeira consoante da seguinte”.

Dessa forma, em regra, se faz a abreviatura na primeira sílaba, a não ser quando há necessidade de se fazer o corte na sílaba seguinte, para que não haja confusão de qual a palavra que se quer abreviar. Por isso, a forma correta de se abreviar Altar deve ser Alt∴, mas se for abreviar Altar dos Juramentos pode-se abreviar da seguinte forma: A∴ dos JJur∴; assim com Altar dos Perfumes se abrevia como A∴ dos PPerf∴. 

Por essa razão, Maçom deve ser abreviado Maç∴ e Maçonaria, Maçon∴.

Com relação à abreviatura da palavra Irmão, muito utilizada entre nós, salienta Mestre Castellani: “a forma mais usada é Ir∴, que não é bem correta”. 

*Daí utilizarmos e estimularmos a forma correta que é Irm∴.*

Neste sentido, fazemos um elogio à Editora Maçônica “A Trolha”, fundada em 1971 pelo Irm∴ Francisco de Assis Carvalho (o famoso Xico Trolha, grande difusor da enorme cultura maçônica do Irm∴ José Castellani), que sempre abrevia Irmão na forma correta. Fazemos esta citação porque foi a “A Trolha” que nos chamou a atenção para a correta abreviação, ainda quando aprendizes, quando adquirimos vários livros da editora, como por exemplo o acima citado: Cadernos de Estudos Maçônicos, Consultório Maçônico, Vol. No 2, de José Castellani.

Como na senda maçônica procuramos, de forma permanente, utilizarmos as corretas expressões e manifestações de nossa Augusta Ordem, evitando seu desvirtuamento, concluímos, solicitando a todos que tiverem contato com este singelo DIÁLOGO MAÇÔNICO que, de ora avante, procurem fazer as abreviaturas de forma correta, principalmente ao abreviar Irmão, passando a ser um bom disseminador da correta forma de proceder a esta abreviatura.

Brasília, 15 de novembro de 2020.

Autor: Irm∴ Marcos A. P. Noronha – Mestre Instalado.

*Observação:*

Em julho/2016 escrevemos um texto, com o mesmo título deste DIÁLOGO MAÇÔNICO No 004, e o enviamos para o Irmão Alfério Di Giaimo Neto que, gentilmente, o transformou em uma Pílula Maçônica, publicada no site da Loja Solidariedade e Progresso No 3078, em 12/08/2016, com o número 234.

Aquele texto de 2016, que redundou neste Diálogo Maçônico, passou por nova revisão e ampliação.

MISTÉRIOS MAÇÔNICOS - Ir. Augusto Soares Rodrigues de Sousa


Ir. Augusto Soares Rodrigues de Sousa é membro da ARLS Alferes Tiradentes, nº 20. Florianópolis – SC

Ao longo da história da humanidade, diversas culturas encontraram meios próprios de propagar conhecimentos e perpetuar culturas. Muitas foram as formas usadas para, ora divulgar abertamente ensinamentos e dogmas, ora difundi-los de maneira obscura, enigmática.

Os antigos egípcios pregavam sua religião politeísta por meio de monumentos e esculturas destinados à adoração popular, e também praticavam seus cultos secretos com utilização de simbologias indecifráveis ao homem comum e exteriorizadas por hieróglifos, inscrições geométricas que permanecem, em alguns casos, nos dias atuais, ininteligíveis aos mais competentes estudiosos. Tais obras, mormente as grafadas em rocha, mostram-se tão eficientes em ocultar seus reais significados que, mesmo autores atuais, seja da literatura técnica arqueológica, seja do realismo fantástico, ainda lançam ou discutem teorias sobre a representação de visitantes espaciais em peças descobertas nas escavações arqueológicas.

Civilizações indígenas, em especial Maia e Inca, deixaram um igualmente farto legado cultural, ainda não conhecido por completo, que nos demonstra meios de transmissão de ensinamentos que, de acordo com a relevância dos fatos da época, eram abertos, de imediata compreensão, ou vinham cifrados, convertidos em figuras cuja leitura era possível apenas àqueles pertencentes à elite social da época. São obras magníficas como as esculturas da Ilha de Páscoa, as pirâmides mexicana que se remetem à cultura egípcia, e outras tantas que ainda constituem, para o homem moderno, um verdadeiro mistério, eis que não se pode afirmar categoricamente qual seja toda a significação contida em tais símbolos.

A Maçonaria apresenta, a exemplo dessas culturas, tanto métodos ostensivos quanto ocultos para difundir seu ideário e filosofia. Amplamente divulgados e disponíveis aos olhos dos profanos, estão os preceitos da defesa da moral, do valor do trabalho, da liberdade e da harmonia social. É a chamada forma exotérica do ensinamento. Sem restrição, aberta a todos. De outro lado, a forma esotérica, grafada com "s", de semântica oposta, ou seja, significando o ensinamento restrito a poucos, ocultado, é aplicada por nossa instituição como meio hábil a proteger dos olhos profanos suas verdades e filosofia, de sorte que, somente aos iniciados na Ordem será dado conhecer-lhe os preceitos constitutivos, os Mistérios Maçônicos.

A proteção da doutrina maçônica se dá pela metodologia utilizada na transmissão do ideário da Ordem. Seus ensinamentos fundamentais são encerrados em alegorias, símbolos e mistérios. Aqui, mistério deve ser entendido estritamente no sentido léxico de coisa ou elemento oculto ou obscuro e não no de incompreensível à razão humana, já que tal entendimento se mostraria obviamente incompatível com nossas convicções de evolução moral e intelectual. De tal proteção decorre que somente o iniciado em nossos mistérios será capaz de perceber a essência das alegorias e elaborar o correto entendimento acerca dos símbolos maçônicos.

Os Mistérios Maçônicos são métodos e doutrinas destinados tanto à transmissão do conhecimento quanto a sua proteção da interferência ou curiosidade dos estranhos à Ordem, os não iniciados. É, a consubstanciação do meio esotérico de doutrinar. É, ainda, o cerne da instituição, manifestam sua natureza iniciática, possuem o condão de agregar, instigar e aglutinar os irmãos a conviver de acordo com os usos e costumes maçons, em loja e na vida profana. Sem eles, nossa instituição não poderia escolher e preparar, em seu devido tempo e em seu devido grau, seus integrantes para o desbaste da pedra bruta, vez que nossos preceitos estariam expostos à livre curiosidade e interpretação profanas.

O sigilo é, portanto, elementar a nossa instituição. Assim a Maçonaria atravessou séculos sem que sua filosofia caísse no domínio público.

Assim, os Mistérios Maçônicos mantiveram os obreiros em permanente crescimento humano e contínuo trabalho no desbaste da pedra bruta.

janeiro 10, 2022

COMPANHEIRO MAÇOM: O GRAU INJUSTIÇADO - Kennyo Ismail




Kennyo Ismail é professor universitário, tradutor, escritor, um dos mais notáveis intelectuais da maçonaria no país.


Os seres vivos têm comumente seus ciclos de vida divididos em três etapas: nascimento, vida e morte. Quando divididos em fases, não é muito diferente: fase infantil, fase adulta, e fase senil.

É claro que cada etapa, cada fase tem sua importância, exercendo papel fundamental num ciclo de vida. Mas se você tivesse que escolher uma etapa da vida, uma fase preferida, qual seria? Creio que quase a totalidade das pessoas optaria pela vida, pela fase adulta.

A Maçonaria Simbólica nada mais é do que um ciclo de vida iniciático, também dividido em três etapas. Enquanto o Grau de Aprendiz simboliza o nascimento, quando o candidato que se encontra nas trevas recebe, enfim, a luz da Maçonaria, o Grau de Mestre simboliza a morte, e todos os ensinamentos que ela envolve. Então, o que seria o Grau de Companheiro, esse grau tantas vezes discriminado? O Grau de Companheiro simboliza a vida, a fase madura, entre o nascimento e a morte!

Mas a cultura que se sobressai no meio maçônico destaca apenas dois momentos importantes na vida de um maçom: quando de sua iniciação, que marca o início de sua senda maçônica, e quando galga o grau de Mestre, alcançando assim sua plenitude de direitos maçônicos.

O grau de Companheiro, além de marginalizado, é visto por muitos como um peso, um obstáculo, a fase ruim do desenvolvimento na Maçonaria Simbólica. A situação é agravada ainda mais pelos maçons “esquisotéricos”, que pregam o grau de Companheiro como um grau de indecisões e perigos, abusando da interpretação do número “2” para afirmar que o Grau 02 é arriscado, devendo os membros permanecer o mínimo de tempo possível como Companheiros. Balela!

É no grau de Companheiro que o maçom realmente aprende a ciência maçônica, passando a trabalhar com novas ferramentas de trabalho. É nesse grau que o maçom desenvolve os cinco sentidos humanos em sua plenitude para, então, aprender a dominar as sete artes e ciências liberais: Gramática, Retórica, Lógica, Aritmética, Geometria, Astronomia e Música. É no grau de Companheiro que o maçom atravessa a escada de 15 degraus e tem acesso à Câmara do Meio.

Talvez, o que falta explicitar a muitos maçons seja algo muito simples, já presente na sabedoria popular: “o importante na vida não é o ponto de partida, nem a chegada, e sim a caminhada”. Em outras palavras, o importante na vida maçônica não é quando se ingressa na Maçonaria ou quando se alcança o grau de Mestre ou o grau 33o. Não são momentos específicos, marcos.

O importante é aprender ao máximo em cada grau que se passa e viver a vida pelos preceitos maçônicos. Se não for para ser assim, não há o menor sentido em tudo que fazemos.

DÚVIDA NO REAA - Ir.'. Pedro Juk


Sobre a Palavra Sagrada do Aprendiz (BOAZ)

Muitos já escreveram a respeito da diferença de escrita da palavra. Alguns trabalhos dignos de apreciação e outros repletos de opiniões pessoais sem qualquer contribuição para o tema. 

A diferença da escrita se apresenta de acordo com as duas principais versões bíblicas – a Septuaginta (Dos Setenta) e a Vulgata.

*Septuaginta* - Versão dos "Setenta" ou "Alexandrina" é provavelmente a principal versão grega por sua antiguidade e autoridade. Sua redação deu-se a partir da Bíblia hebraica no período de 275 - 100 a. C., sendo usada pelos judeus de língua grega ao invés do texto hebreu.

O nome "Setenta" se deve ao fato de que a tradição judaica atribui sua tradução a 70 sábios judeus helenistas, enquanto que "Alexandrina" por ter sido feita em Alexandria. Em relação à questão, particularmente nessa versão bíblica a palavra tem a grafia de BOAZ.

*Vulgata* - No sentido em curso, Vulgata é a tradução para o latim da Bíblia, escrita entre fins do século IV início do século V, por São Jerônimo por determinação do Papa Dâmaso I, que foi usada pela Igreja Cristã. Nos seus primeiros séculos, a Igreja serviu-se, sobretudo da língua grega, passando após a tradução latina denominada Vulgata a consolidar-se, sobretudo a partir da edição da Bíblia de 1532. No tocante à questão, nessa versão a palavra é rotulada como BOOZ.

Ainda, não menos importante citar é que, por ocasião da Reforma Protestante, que quebraria o monopólio latino da língua, está a tradução da Bíblia por Martinho Lutero para a língua alemã. Nessa tradução, no que concerne particularmente ao termo, encontra-se a palavra BOAZ.

Na concepção protestante inglesa de tradução bíblica o termo BOOZ é desconhecido, senão identificado como BOAZ.

Outro aspecto para ser considerado é que o termo BOOZ é desconhecido no vernáculo hebraico, senão a palavra BOAZ.

Sob esse prisma a palavra correta deveria ser BOAZ, já que BOOZ é considerada uma corruptela da palavra apropriada adquirida por equivoco de São Jerônimo por ocasião da tradução para a Vulgata.

Em linhas gerais a conservação dessa corruptela deu-se pela Igreja Católica alegando respeito ao tradutor bíblico (São Jerônimo) e resolveu manter a tradição da Vulgata.

Em termos de Maçonaria é facilmente compreensível o uso dessa palavra dependendo da sua vertente. No Craft inglês e, por conseguinte no Americano, dentre outros costumes anglo-saxônicos, a dita é tida como BOAZ, enquanto que na vertente latina (francesa) da qual pertence o REAA, não na sua totalidade, porém na sua grande maioria, o termo é compreendido como BOOZ, provavelmente influenciado pela Vulgata (latina por excelência).

A Maçonaria brasileira – filha espiritual da França – acabaria nos ritos de origem francesa por adquirir o costume de uso da corruptela (BOOZ) tornando-se um elemento consuetudinário, sobretudo no Rito Escocês Antigo e Aceito.

Dadas essas considerações, devido ao caráter de segredo do Grau imposto à palavra no Rito Escocês na sua forma de transmitir, não existe oficialmente uma orientação para o uso da palavra BOAZ ou da corruptela BOOZ no Grande Oriente do Brasil, senão o costume consuetudinário do modo errado de escrever ou pronunciar a dita palavra sagrada.

Penso que a Maçonaria, como investigadora da Verdade e dela fazendo parte o Grande Oriente do Brasil, urge a necessidade de revisão sobre esses conceitos amparados por tradições superadas. Se a palavra correta é BOAZ, que sentido teria o uso de uma corruptela?

Enquanto permanece o equívoco, sugiro que as Lojas pelo menos ministrem uma instrução esclarecendo os fatos sobre o assunto, ao mesmo que tempo remeto o Irmão a consultar uma excelente Peça de Arquitetura intitulada “Discussões Bíblicas – BOOZ ou BOAZ” do respeitável Irmão Willian Almeida de Carvalho (encontrada na Internet) que em minha opinião fecha o assunto, além de dar subsídios para pesquisa sobre o tema.

Apenas para esclarecer - as duas formas escritas se referem ao nome do mesmo personagem bíblico tomado pela Maçonaria como Palavra Sagrada conforme o Rito e o Grau simbólico.

janeiro 09, 2022

A ACÁCIA NA MAÇONARIA - Ir.'. Kennyo Ismail


Kennyo Ismail é professor universitário, tradutor, escritor, um dos mais notáveis intelectuais da maçonaria no país.

Não vamos entrar em discussão sobre as centenas de espécies de acácia, pois esse não é o objetivo. Tendo a acácia na maçonaria um papel simbólico, a espécie de acácia pouco nos importa. Vamos ao que interessa: 

Como sabemos, os judeus sofreram forte influência dos egípcios durante o tempo em que estiveram naquele território. Assim, muitos traços culturais, sociais e religiosos do Egito Antigo foram incorporados pelos judeus. Como exemplos, podemos citar a lenda de Anúbis, filho ilegítimo jogado no rio e posteriormente encontrado por uma rainha que o cria, e a lenda da arca do dilúvio, as quais foram recontadas pelos judeus e tiveram seus protagonistas rebatizados com nomes judaicos: Moisés e Noé.

O mesmo se deveu com a acácia, árvore sagrada dos egípcios e adotada pelos judeus. A acácia era matéria-prima para a produção de artigos sagrados no Egito, adotada pela sua alta densidade e durabilidade, não sofrendo ataque de insetos. Sua goma (conhecida popularmente como “goma arábica”) era utilizada nas cerimônias sagradas de mumificação. 

Parece que os judeus aprenderam essa lição, pois a acácia foi a madeira indicada para a construção de todos os importantes objetos sagrados, como no tabernáculo, nos altares, e na arca da aliança. O fato de seu uso estar mais concentrado no “Êxodo” e aos poucos ser substituído pelo cedro e cipreste, confirma essa teoria da influência egípcia.

Até aí tudo bem, mas de onde sairia a inspiração para relacionar a acácia com a lenda de Hiram Abiff ? Basta recorrermos a uma das principais lendas egípcias: a lenda de Osíris. 

Seth odiava Osíris, que era tido como sábio e poderoso, então resolveu matá-lo. Ele fez um belo caixão com as exatas medidas de Osíris e convidou as pessoas para um jogo: aquele que se encaixasse perfeitamente no caixão, ganharia o mesmo de presente. Logicamente, quando a vez de Osíris chegou, o caixão era perfeito, e Seth e seus cúmplices trancaram Osíris dentro do caixão e o jogaram no rio. Sua mulher, Ísis, o procurou por muitos dias. O caixão havia encalhado e sobre ele havia brotado uma… acácia. A acácia serviu de indicação para que Ísis encontrasse o corpo de Osíris. Por essa lenda, Osíris é considerado o deus da morte e da imortalidade da alma.

Um corpo sob uma acácia e os ensinamentos sobre a morte e a imortalidade da alma soam familiar?

Daí a atribuir à acácia também o significado de segurança, clareza, inocência e pureza, como alguns autores querem, é forçar demais. 

Deixemos para a acácia sua bela missão de simbolizar a vida após a morte, assim como herdamos dos egípcios. Isso já é o bastante para um único símbolo.

O QUE VOCE FARIA NESTE MUNDO SEM OS JUDEUS? - George Garcia Hamilton



Vocês já pensaram nisso? 

O que você faria neste mundo sem os Judeus?

O que sente um manifestante ao fracassar nesta luta contra os Judeus? Por que não usar a energia em algo mais produtivo ao invés de ódio sem base contra os Judeus?

Os Judeus sobreviveram aos Egípcios, Babilônios, Persas, Gregos, Romanos, Otomanos, Alemães, Soviéticos e o restante do mundo ... 

Por que aqueles que fazem demonstrações  frente a embaixada de Israel acreditam que em algum momento eles vencerão a partida contra os Judeus? Após 65 anos do Holocausto, os Judeus têm uma nação próspera e moderna no mesmo lugar onde seus vizinhos não tem mais que a miséria e deserto com muita areia. Além disso, todos os anos Judeus ganham ao menos um prêmio Nobel - 25% dos prêmios Nobel da história, 170 deles, são Judeus. Todos esses que fazem demonstrações frente a embaixada de Israel e odeiam os Judeus, odeiam a metade inteligente da humanidade.

Deixemos bem claro:, não sou Judeu, mas sim Católico, mas não sou estúpido. Jesus era Judeu e nunca renunciou ao seu judaísmo. São Paulo de Tarso era Judeu, a Virgem Maria era Judia, os doze apóstolos e os primeiros Papas da Igreja foram Judeus. 

Claro, meus amigos socialistas, inimigos dos Judeus,- lhes digo que Karl Marx era Judeu, mas também o foram os criadores filosóficos de capitalismo, Samuelson, Milton Friedman etc.

Se você investe na bolsa, deve usar as teorias de Markowitz, que era Judeu. Nenhum dos que se manifestam contra Israel pode ir ao psicólogo (Sigmud Freud era Judeu), não deve tomar aspirina (Spiro era judeu), não pode ser diabéticos porque você me dirá ... o criador da forma de aplicar insulina, Karl Landsteiner era Judeu. Tampouco pode ser vacinado contra a poliomielite, contra a cólera, nem contra a tuberculose, já que seus inventores ou descobridores foram famosos Judeus. 

Nenhum dos que vão a demonstração contra Israel pode ir vestido já que Isaac Singer,, o da máquina de costurar, era Judeu ... Evidente, nem pode usar jeans, porque Levi Strauss era mais um Judeu. Calvin Klein, Ralph Lauren ou Donna Karan, famosos designers de roupas, são Judeus. 

Ah! o microfone que usam para gritar mensagens explosivas contra os Judeus foi invento de um Judeu chamado Emil Berliner. E um tal Philip Reiss, também Judeu, trabalhou no aparelho de ouvir que serviu de base para o telefone ... 

A primeira máquina calculadora foi ideia de um Judeu, Abraão Stern. os palitos de fósforo são invenção de um Judeu, Sansão Valobra. Claro que nestas manifestações não se deve usar nenhuma das ideias filosóficas de Durkheim, Spinoza ou Strauss embora sejam fundamentais para a nossa sociedade ... 

Kafka era Judeu, Albert Einstein era Judeu, Ana Frank foi Judia. 

Nada de usar o Google já que os seus criadores, Larry Page e Sergey Brin são Judeus. adeus Batman e Homem-Aranha, porque Max Fleischer, o criador da Marvel Comics é Judeu.

Todos os que se manifestam contra Israel devem usar apenas brinquedos de corda porque as pilhas Energizer são coisa de Joshua Lionel. Sim senhoras e cavalheiros, ele era Judeu. 

Uma empresa de Israel foi a primeira a desenvolver e instalar uma fábrica  que trabalha só  com energia solar para produção de eletricidade em grandes quantidades no deserto de Mojave na Califórnia. Também o USB e os PenDrivers foram inventos de Judeus de Israel! 

Todos os jovens da geração videogame devem abandonar seus monitores de vídeo Sega, já que são coisa do Judeu David Rosen. Aproveite e esqueça os sorvete Haagen-Daaz ou os Donuts. 

As lindas mulheres que vão demonstrar contra os Judeus terão que deixar de maquiar-se já que Esthee Lauder é Judia tal como Helena Rubinstein, e - claro -  nada de bonecas Barbies.

 E sobre quem gosta de música? Nada de ouvir maestros como Leonard Bernstein ou Daniel Baremboim, este Israelense e ambos Judeus. Nenhum dos manifestantes deve assistir filmes da MGM ou da Warner Bros, nem o canal Fox ou o Universal Studios ou a Columbia Pictures. Não mais assistir Spielberg, Harrison Ford, Paul Newman, Kirk Douglas, Jessica Parker, Dustin Hoffman ou Barbara Streisand entre centenas de artistas. 

Progressistas do mundo, parem de sujar suas mãos com produtos de Judeus, metade do que há de bom no mundo nós devemos a eles.

Falemos a verdade: qual é o único Estado realmente democrático, moderno, Ocidental, limpo, secular, laico em todo o Oriente Próximo e Oriente Médio? Qual é o único país do mundo em que há hoje mais árvores que havia há cem anos? Qual país tem a maior média de Universitários por habitante no mundo? Em que país se produz mais documentos científicos por habitante que qualquer outro país? Qual foi a primeira nação do mundo a adotar o processo Kimberly, que é um padrão internacional que certifica os diamantes como "oriundos de zonas livres de conflito "? 

Qual país desenvolveu a primeira Câmara de Vídeo ingerível, tão pequena que se cabe no interior de um comprimido e é usada para observar o intestino fino por dentro, e ajuda no diagnóstico de câncer e outros distúrbios digestivos? Em que país foi desenvolvida a tecnologia de irrigação por gotejamento? E onde foi que Albert Einsten fundou uma Universidade? Qual é o 2° país em leitura de livros por habitante? 

Qual é o país que fornece ajuda humanitária em todo o mundo, o tempo todo?  Que país enviou ao Haiti uma equipe de resgate com 200 pessoas logo após o terremoto? Que país montou uma clínica de resgate, em seguida ao terremoto devastador no Japão? Que país faz gratuitamente cirurgias de coração para salvar a vida de mais de 2.300 crianças, incluindo os Palestinos? 

Parabéns, acertaste ... I S R A E L !!! 

Você é convidado a passar esta mensagem adiante !!

janeiro 08, 2022

A MAÇONARIA NAS AMÉRICAS: - Izautonio da Silva Machado Junior

 


Izautonio da Silva Machado Junior é notável intelectual maçônico e VM da primeira Loja Maçônica Virtual do Brasil, a Lux in Tenebris, de Porto Velho, RO.


Influência na emancipação das colônias espanholas.

Como é cediço, grande parte da América, após a descoberta oficial do continente, foi colonizada pelo Império Espanhol, a partir do Séc. XVI, cujos domínios se estendiam desde o México, na América do Norte, descendo pela América Central e englobando a maior parte da América do Sul.

Em dias atuais, a denominada América Espanhola engloba um total de 19 países, que durante muito tempo foram explorados em seus recursos naturais e minerais, já que este foi o sistema pelo qual se baseou a colonização hispânica.

A partir do Séc. XVIII, sob a influência das ideias iluministas que brotaram na Europa, deu-se início a um processo de resistência em face da Coroa Espanhola, no entanto foi somente no início do século XIX, aproveitando-se da fragilidade que se encontrava a Espanha, invadida pelas tropas de Napoleão, que ocorreram as diversas guerras de independência, que resultaram na libertação dos países colonizados.

Diferente do Brasil, a Espanha reagiu violentamente

diante das insurreições emergentes, de forma que muitas vidas foram ceifadas em nome da liberdade nas diversas guerras ocorridas naquele período.

Ainda fazendo um paralelo com o Brasil, é de se mencionar que após a independência, os países da América Espanhola adotaram desde o princípio o sistema Republicano, e não o monárquico.

As datas da Independência dos principais países da América Espanhola são as seguintes: México (1821); Peru (1821); Argentina (1816); Paraguai (1813); Uruguai (1815); Venezuela (1811); Bolívia (1825); Colômbia (1811); Equador (1811) e Chile (1818).

Os principais líderes que atuaram pela independência desses países foram os venezuelanos FRANCISCO MIRANDA e SIMON BOLÍVAR e o argentino JOSÉ DE SAN MARTÍN.

Segundo José Castelani (A Ação Secreta da Maçonaria na Política Mundial), a Independência dos países latino-americanos é uma das maiores ações políticas já realizadas pela maçonaria da história.

Embora não haja comprovação de que MIRANDA tenha sido iniciado maçom, criou com o apoio da Maçonaria Inglesa uma entidade denominada Grande Reunião Americana, entidade política que tinha por escopo promover a Independência dos países americanos subjugados pelos espanhóis.

BOLIVAR e SAN MARTIN era maçons, e ao lado de outros Irmãos ilustres da Ordem, aderiram ao projeto da Grande Reunião Americana. Desta entidade nasceu uma Loja denominada “Lautauro” na Argentina, a qual deu origem a diversas outras com mesmo nome espalhadas pelas colônias, e que tinha por finalidade implantar os ideais libertadores planejados pelos seus líderes.

Diga-se de passagem que o nome “Lautauro” se refere ao nome de um guerreiro araucano morto no sul do Chile por defender suas terras dos espanhóis.

Paralelamente, a própria Grande Reunião Americana instalou sucursais em França e Espanha, recebendo apoio da Maçonaria Regular da Espanha e também dos Carbonários espanhóis.

Para resumir, podemos dizer que foi por intermédio das Lojas e entidade acima descritas, que foram organizados os movimentos de insurreição que desencadearam nas guerras de independência, e que portanto são as responsáveis pela atual configuração política das Américas.



GEOMETRIA SAGRADA - Alexsandro Luiz de Castro


 O Ir.’. Alexsandro Luiz de Castro, pertence a  ARLS VERDADE e JUSTIÇA, 3829 GOEMG-GOB

O estudo das ligações entre as proporções e formas contidas no microcosmo e no macrocosmo com o propósito de compreender à Unidade que permeia toda a Vida.

Geometria geo +  metria =  medição da terra.

Geometria Sagrada = o estudo das ligações entre as proporções e formas contidas no microcosmo e no macrocosmo com o propósito de compreender à Unidade que permeia toda a Vida.

Desde a antiguidade, os egípcios, os gregos, os maias, os arquitetos das Catedrais góticas e artistas como Leonardo da Vinci e o pintor Georges Seurat.

Todos reconheciam na natureza formas e proporções especiais, que traduziam uma harmonia e unidade em si. Bom meus IIr.’. escolhi uma das ciências entre muitas que cabe ao Companheiro Maçom estudar; à Geometria, e a considero como a linguagem mais próxima da criação.

O estudo das relações entre essas proporções e formas nos leva à compreensão de que tudo o que existe advém de uma única Verdade. Uma única fonte, e que somos parte dela.

Podemos ver na Geometria pistas significativas para o encontro com Deus, assim posso dizer que nós somos chispas de uma expiração do G.’.A.’.D.’.U.’., que é fonte de toda vida desde os aspectos da existência imaterial e material.

Que através da sabedoria e experiência que conseguirmos adquirir nessa esfera de compreensão, poderemos retornar à fonte, com a finalidade de melhorar continuadamente o TODO.

Que apesar da aparente perda de informações sutis para níveis mais densos de energia, Deus nos imbuiu com um pacote de informações sob a forma de Arquétipos e Símbolos.

Que estes arquétipos e símbolos se constituem pistas significativas ou elos para enxergarmos nossa essência e poderemos empreender o caminho de volta à FONTE, num processo de evolução consciente.

Que uma vez despertos e conectados com a FONTE, seguiremos nossa jornada de alma numa rica experiência terrena, até estarmos aptos e consumarmos nosso retorno à casa paterna nos domínios celestiais, levando conosco todo o agregado de valores, Virtudes e Sabedoria das vivencias neste plano. 

O nosso objetivo maior como Companheiro Maçom, deve ser o aprimoramento continuado e ininterrupto do TODO.

Toda natureza, inclusive o corpo humano, da menor à maior partícula, quer nos reinos animal, vegetal, mineral e meio cósmico, está permeado de pistas para encontrarmos o fio da meada, e com isso compreendermos o que estamos fazendo aqui, qual nossa verdadeira origem e qual o nosso destino.

Nós iniciados vimos exemplos de que tudo estão subjacentes as figuras geométricas e os Sólidos Platônicos.

Pensadores e cientistas perceberam que em toda a natureza há relações geométricas.

Concordaram com Pitágoras, Platão, Sócrates: DEUS GEOMETRIZA.

Dizem que na entrada da Academia de Platão havia uma inscrição onde se lia:“Somente aqueles familiarizados com a Geometria podem ser admitidos aqui”.

Na verdade, a Geometria vem da matemática, dos números. Temos conhecimento da escola de Pitágoras, para quem tudo era número, que diz que o universo se expressa através de números.

Meus irmãos existe o numero UM, a Mônada, a partir da qual tudo passa a ter existência. O dois, a dualidade na sua forma mais pura, a simples polaridade do nosso mundo. O três é o número do G.’.A.’.D.’.U.’.  de Deus, da divindade. O quatro, o número do mundo material, da manifestação terrena, dos quatros elementos.

O nosso conhecimento é sagrado e não pode ser revelado a não iniciados, tal o poder de conhecimento que nos é concedido, que muitas vezes deixamos passar despercebido.

Assim surgiram as escolas iniciáticas na Suméria, no Egito, na Grécia e, se vocês repararem, até na Bíblia quando se fala dos frutos proibidos da árvore da vida.

Podemos pensar na Geometria como a descrição gráfica do Universo. Diferente da matemática, abstrata, a geometria tem forma, comprimento, profundidade e conteúdo, muito conteúdo.

E o que faz uma Matemática Sagrada ou uma Geometria Sagrada?

Através de muito pesquisar encontrei uma definição, entre os conceitos dos antigos filósofos, que tem caráter sagrado, e os modernos, puramente racionais, tem uma diferença fundamental.

Os antigos viam a Matemática e a Geometria como uma medição sobre o um metafísico. Um esforço em contemplar e visualizar a ordem pura e simétrica que brota da Unidade. União do que é Matéria e do que é Espiritual Divino.

O que era o início? O que tinha no início? Início de que? Início em qual Universo? Mas num Universo tridimensional, sob a responsabilidade daquelas leis das qual o Tempo é uma delas, houve um Início. No Início era uma Força, o Não Manifesto, sem dimensão, sem tempo, sem espaço.

Mas é necessário que esta Força se manifeste no Tudo, já que Tudo ela contém. Para que esta Força saia da ausência de dimensão e se revele, ela precisa de um ponto de partida. Nosso amigo ponto. Já pensaram no que é um ponto?

Vocês já perceberam quantos significados diferentes damos à palavra ponto?

O ponto ainda não tem dimensão, nem tempo nem espaço, mas é necessário para a manifestação. Contém a Unidade. Penso que dá para traçar uma analogia com Kether da Árvore da Vida: perfeito, autossustentável, eterno. O foco de um círculo cujo centro está em todo lugar e cuja circunferência está em lugar nenhum.

Da atuação desta força, surge a linha.

A linha é a primeira dimensão, o mundo unidimensional. O comprimento.

A linha pode ser infinita e conter infinitos pontos (unidade). Infinitas manifestações da unidade. Neste mundo já existe começo e fim; então, se considerarmos que a linha tem um ponto de partida, um ponto final e um intervalo entre estes dois, descobriremos que o número-chave do mundo unidimensional é o três.

Vamos continuar imaginando que a força está atuando em cada ponto da linha e vamos considerar um tempo igual para todos eles. Considerando um ponto de partida e um ponto final, a atuação desta força resultará em um quadrado.

Nasce à segunda dimensão, mundo bidimensional. O número-chave desta dimensão é o cinco, ou seja, linha de partida, linha final, lado direito, lado esquerdo e a superfície não revelada entre as linhas. Esta dimensão contém a anterior.

Se aplicarmos o mesmo procedimento, ou seja, a Força atuando sobre o quadrado, chegaremos ao Cubo. A terceira dimensão, mundo tridimensional.

O número-chave do mundo tridimensional é o Sete, seis superfícies reveladas e um conteúdo não revelado.

Nosso plano Setenário. Esta dimensão contém as duas anteriores. As dimensões maiores contêm as menores. Posso dizer que as maiores têm consciência das menores, mas o contrário não se aplica.

Dá para dizer que a forma básica da matéria é o Cubo, cujo elemento constituinte básico é o quadrado. Vocês sabem que a vida aqui na terra é baseada no carbono? A estrutura cristalina do carbono é hexagonal, seis lados. Imaginemos cortar o cubo de tal forma que o pedaço cortado contenha as três dimensões.

Retiraremos o Tetraedro, uma ponta, mas fica no cubo uma face que agora é um triângulo eqüilátero. O triângulo é a representação simbólica de Deus. Seus pontos estão em harmonia, equilíbrio, não tem tensão. A distância é a mesma entre qualquer de seus pontos.

Então, dentro do cubo está contida outra forma geométrica que obedece a leis diferentes. Dentro do Cubo, que é matéria, mundo tridimensional, está oculto o Eu Divino, a Essência Divina, o Triângulo. Se continuarmos a “lapidar” este Cubo -a Matéria- chegaremos à forma geométrica da Pirâmide. Base quadrada e lados triangulares.

Localize o centro de cada uma das faces e trace uma linha imaginária, ligando estes centros nas faces adjacentes, ou seja, lada a lado. Você chegará ao Cubo. Faça o mesmo, trace uma linha ligando os centros de cada face adjacentes. Você chegará à Pirâmide.

Dirão alguns: simples geometria. E geometria bem bonita! A diferença desta para a Geometria  Sagrada é ir além da parte intelectual: é perceber o lado místico e esotérico.

Essa é a representação do homem que foi além. Não é mais um Cubo opaco, e sim um Cubo transparente, mostrando seu interior Divino, a Pirâmide. Usa a base quadrada apenas para dar sustentação e revelação, manifestação no mundo tridimensional. A essência é Divina.

A pirâmide, em termos de símbolo, quer dizer: Seres de Deus. Falei que o cubo é a representação do homem material. Reduzindo uma dimensão, para entendermos melhor, um cubo aberto, tem duas representações possíveis.

Somos levados à Cruz. Símbolo do homem que crucificou seu Eu Divino no mundo tridimensional. O único pensamento é para a Matéria. Símbolo do homem que ainda é Cubo Opaco. Pode representar, também, o Tempo e o Espaço, os dois grandes pilares de sustentação do tridimensional. Nossa prisão por enquanto; poucos escapam, por momentos.

No Cubo Opaco o Divino não consegue se manifestar: o homem está preso às leis da matéria e morre nessa cruz. Mas a morte não é definitiva; em algum momento o Eu Divino se erguerá sobre a Matéria.

Talvez esta tenha sido uma das mensagens que um Ser Iluminado tentou nos passar há mais de dois mil anos atrás. Nós é que estamos presos na cruz. Mas ele mostrou que é possível morrer para a Cruz e se libertar dos grilhões do espaço-tempo retornando à Casa do G.’.A.’.D.’.U.’.

janeiro 07, 2022

A LETRA "G" NA MAÇONARIA - Ir. Kennyo Ismail





Kennyo Ismail é professor universitário, tradutor, escritor, um dos mais notáveis intelectuais da maçonaria no país.


Qual o significado da letra “G” comumente presente no centro do Esquadro & Compasso?

Vários autores apontam vários significados, muitos dos quais absurdos: God, GADU, Grande Geômetra, Ghimel, Gama, Geração, Gênio, Gnose, Gomel, Glória, Gibur, Gibaltrar, etc.

Há ainda aqueles autores que, sem conseguirem se aprofundar na pesquisa sobre o tema, preferem afirmar que o verdadeiro significado do “G” é um grande mistério maçônico, talvez nunca revelado. Uma desculpa um tanto quanto poética.

A letra G é um daqueles tantos símbolos que sobrevivem aos séculos mas, infelizmente, perdem seu significado original, ganhando vários outros significados ao longo do tempo. E vez ou outra, um desses significados novos prevalece, sepultando de uma vez por todas o original.

Séculos atrás, conhecimento era algo raro, reservado a pequena parcela da população, restrito aos poucos com berço ou condições financeiras para tanto. Naqueles tempos, a Geometria era tida quase como uma ciência sagrada, mãe da arquitetura e da construção, sem a qual as Catedrais não podiam ser planejadas e concluídas. 

As crianças não aprendiam Geometria nas escolas, como ocorre atualmente. Apenas aqueles que trabalhavam com construções aprendiam tais lições. Em resumo, a Geometria era a ciência do maçom operativo, uma ciência que os distinguia dos demais, que tornava possível a execução da Arte Real, que levanta templos às virtudes.

A presença do “G” no Templo é representativo da Geometria como a ciência maçônica; como foco do estudo, conhecimento e prática do trabalho maçônico; e principalmente como origem da Arte Real, base para o uso de todas as ferramentas do maçom. Esse significado pode ser comprovado em todos os antigos Catecismos Maçônicos que se tem conhecimento.

A letra “G” definitivamente não é “God” ou qualquer outro nome relacionado ao Grande Arquiteto do Universo. Apenas nas línguas anglo-saxãs, a palavra referente a Deus começa com “G”, enquanto que o uso do “G” também sempre constou nos países de línguas latinas. 

Se “G” fosse God (inglês e holandês) ou Gott (alemão), então nos países como França, Espanha, Itália e Portugal utilizariam um “D”: Dieu (francês), Dios (espanhol), Dio (italiano) e Deus (português). E isso não aconteceu e não acontece, nem nesses países e nem nos que adotam as línguas latinas. 

Já a palavra “Geometria” mantém sua letra inicial tanto nas línguas anglo-saxãs como nas latinas: Geometry (inglês), Geometrie (holandês e alemão), Géométrie (francês), Geometría (espanhol), Geometria (italiano e português).

O surgimento de novos significados para o “G” foi surgindo entre o século XVIII e XIX, quando os intelectuais-maçons da época, achando a simbologia maçônica de certa forma simplista, começam a inventar significados considerados por eles mais profundos e adequados para os símbolos maçônicos e pegar emprestado símbolos de outras fontes (astrologia, alquimia, cabala, templários, etc.), criando novos rituais e ritos.

Ao indicar num mesmo ritual que uma única letra tem 07 diferentes significados, não relacionados entre si, os “sábios da maçonaria” daquela época, assim como os de hoje, revelam uma informação importantíssima a todo maçom estudioso: na tentativa de “florear” nossa simbologia, se mostram grandes incoerentes.

Sim, “G” é apenas “Geometria”. Pode não parecer muita coisa hoje, mas na época era. 

Espero que o próximo maçom a se aventurar em escrever sobre o “G” na Maçonaria não subestime a inteligência de seus irmãos. Não basta apenas pegar o dicionário, abrir no “G”, selecionar algumas palavras legais e depois filosofar um pouquinho sobre elas. É exatamente assim que perdemos a nossa história.

A VISÃO DA MAÇONARIA NA LENTE DE UM FILÓSOFO - Frederico Menezes.



*A LUZ DAS ACÁCIAS*

Ela age no silencio das horas. Sua ação eficaz gera benefícios amplos em muitas áreas da experiência humana. Quase sempre não se sabe quem deu origem àquela benfeitoria e sua autora, em geral, não se interessa em apresentar-se como tal. Refiro-me à maçonaria, instituição fraternal que vara os séculos mexendo no imaginário popular, quase sempre de maneira profundamente equivocada.

Não sou maçom. Tenho, no entanto, muitos amigos que pertencem aos seus quadros, além de sempre ser honrado com convites para proferir palestras em seus eventos. 

Encanta-me a filosofia que move seus esforços. Quantos ideais não receberam o apoio das acácias, com seu brilho suave e operante e o quanto a história da liberdade humana não deve à inspiração elevada de seu "coração" nobre...!

São vidas que se recuperaram no anonimato da presença previdente desses operários de Deus. Clichês, estereótipos, são lançados pelo preconceito em expressões pejorativas, no entanto, quanto bem, em nome do Grande Arquiteto do Universo, do Geômetra Divino, do Matemático Perfeito ela, a Maçonaria, não vem prodigalizando no sagrado mister de dar dignidade à vida, elevando a civilização.

Olho o brilho das acácias e lembro dos meus irmãos maçons. A felicidade dança no meu peito por saber que as ideias mais elevadas contam com as mãos e as mentes desses serviçais da luz. A luz que resplandece em nossos olhos ao fitar as acácias representam os espectros anônimos que se esgueiram pelos caminhos do mundo, cantando o amor e lutando para formatar um novo mundo, uma nova humanidade. Me emociona a solidariedade humilde de seus gestos e, de alguma forma, me parece que a magia dos mistérios dos templos sagrados se configura na atitude discreta do coração maçom. Debaixo da luz das acácias parece se agrupar os nobres elevados espíritos de ontem, inspirando os operários de hoje.

Minha reverência a este símbolo do Bem Universal, da alma de Salomão aos raios da Alvorada da Paz, guardiães da liberdade espiritual.


janeiro 06, 2022

CARACTERÍSTICAS E AÇÕES DO MESTRE MAÇOM SERVIDOR - Ir.’. Charles Evaldo Boller



Confunde-se muitas vezes o mestre maçom servidor com uma pessoa que se anula e se torna subserviente ao grupo, é tanto que, por insegurança, alguns mestres maçons presidentes passam a adotar uma taciturna postura isolada, quando não arrogante e prepotente. Com firmeza exacerbada, aplicam a rigidez ritualística nas sessões e nunca se arriscam em soltarem a loja em edificantes debates em família, sem os degraus que separam oriente e ocidente, como preconiza o modelo de igualdade da sociedade maçônica.

Ao mestre maçom cabe desenvolver liderança, a habilidade de influenciar seus pares a trabalharem entusiasticamente em si mesmos de modo a saírem do templo renovados para suas lides no mundo onde dedicarão suas vidas ao bem comum. Esta liderança é uma habilidade adquirida pela participação e convivência nas atividades litúrgicas e sociais da loja. É nos templos que se aprendem e desenvolvem habilidades da técnica de influenciar pessoas voluntárias. Esta habilidade de liderança é resultado do desejo ardoroso de fazê-lo e desde que se coloquem em prática ações adequadas.

Para desempenhar a liderança o mestre pode usar do poder que leis e regulamentos lhe facultam, forçando e coagindo os obreiros a fazerem suas tarefas, mesmo que não se predisponham em fazê-lo. Pode também usar de habilidade e levar os voluntários a fazerem de boa vontade o que determina por conta da influência pessoal que possui. O mestre servidor é sábio, bem treinado executa a liderança com eficiência sem utilizar-se do poder de que dispõe por lei ou por influência pessoal e leva seus liderados a executarem tarefas enquanto são construídos relacionamentos; onde o liderado alcança os objetivos comuns por conta de sua própria voluntariedade, ação e responsabilidade.

Quando ouvem discursos empolgantes e motivadores, a maioria dos mestres maçons entendem e se entusiasmam com a ideia do constante desenvolvimento proposto pela Maçonaria, mas quando voltam para suas lides diárias esquecem rapidamente do que se tratou no dia anterior e não mudam. Como é possível progredirem se não mudam? Como poderão aguardar resultados diferentes sem forçar mudanças?

Para liderar é necessário servir, é desenvolver a capacidade de identificar e satisfazer necessidades legítimas dos liderados, removendo barreiras para que nasçam relacionamentos edificantes. O líder servidor não é o escravo que faz o que os outros querem, o maçom servidor faz tudo aquilo que os outros precisam para atingir suas metas e necessidades.

A disciplina desenvolvida pela ritualística estabelece limites bem definidos e rígidos que o maçom usa para sua autoeducação e assim torna-se pessoa responsável com atuação proativa. O que treina pela repetição da ritualística aplica depois automaticamente em sua vida fora do templo. O líder maçom está sempre muito mais preocupado com as necessidades que com as vontades dos irmãos.

Maslow definiu as necessidades humanas numa escala:

1 - comida, água, moradia;

2 - segurança e proteção;

3 - pertencimento e amor;

4 - autoestima; 

5 – auto realização. 

O estágio seguinte nunca será completo sem a total satisfação das necessidades que a antecedem. 

O mestre maçom servidor está no último estágio desta escala. Enquanto não tiver atendidas todas as necessidades anteriores, é muito difícil que desenvolva a capacidade de liderança natural de um mestre maçom servidor, será qualquer coisa, mas não um servidor em sua plenitude. Nos primeiros estágios é comum interpretar o servir com anulação e subserviência. 

A luta para atender as necessidades que antecedem a fase da autorealização o deixa incompleto, na defesa. É tanto que nesta fase evolutiva procura mais tirar vantagem para atender primeiro suas próprias necessidades não atendidas que as do próximo. É por isso que para se desenvolver ao ponto de atingir o último estágio desta escala é necessário aplicar tempo e energia para efetuar mudanças. Sem mudanças sem resultados diferentes!

O ponto fundamental do maçom que alcança na vida o último estágio de realização das necessidades é desenvolver o amor fraterno apoiado na vontade. É aquele amor identificado pelos grandes iniciados que já se foram. É aquele amor que tem a infalível capacidade de resolver a todos os problemas que afligem os relacionamentos humanos. É um amor traduzido pelo bom comportamento. Este amor incondicional e liderança são sinônimos. É tanto que este amor é doado para bons e maus; sem significar que o maçom servidor considera que as pessoas ruins não são ruins. Doar-se não significa subserviência e anulação, mas conduzir o grupo de tal maneira que o bem comum, as virtudes individuais fiquem a disposição do grupo.

O líder qualificado na plenitude de sua auto realização tem como características: 

- Usa de bondade, aprecia e incentiva cada obreiro em sua atividade; 

- Presta atenção ao que o liderado diz; 

- Elogiar faz parte da psique humana, daí elogia na hora certa e com isto constrói relacionamentos, mas nunca abusa deste porque em demasia o elogio se banaliza; 

- Amor é sinônimo de humildade; 

- É autêntico, sem pretensão, orgulho e ganância; 

- Não finge e também não é franco tosco a ponto de ofender; 

- Coloca o outro sempre numa posição de destaque, onde se sinta importante, trata com respeito, sem diminuir a si mesmo ou anular-se; 

- Satisfaz ou cria os mecanismos para o liderado satisfazer suas necessidades; 

- Em caso de ressentimentos, da maneira mais habilidosa e urgente, desiste de ressentimentos e perdoa quando o liderado o engana, haja vista que decepções são comuns nos relacionamentos, a maioria delas em resultado de ruídos na comunicação que de maldade; 

- Cria tal confiança de parte do liderado que este deposita confiança em sua honestidade; 

- Ao efetuar escolhas, atem-se firmemente a estas, só mudando de posição com razões claras, bem definidas e de forma transparente.

Como o homem é autodeterminante por ação de seu livre arbítrio só ele mesmo tem a capacidade de mudar-se. Na Maçonaria é a ação da autoeducação, o "conhece-te a ti mesmo", de Sócrates. Em todos os graus o maçom servidor lida com pensamentos. É pelo pensamento que a Maçonaria muda a sociedade. O pensamento transformado em ações desenvolve hábitos, que por sua vez sedimentam num caráter elevado que conduz o líder maçom servidor ao seu destino. 

Assim como fizeram os iluministas do século das luzes, ao mudarem os homens pela ação do pensamento, estes mudaram a sociedade, a um homem convencido dificilmente se domina; apenas se lidera. Liderar um homem livre pensador para objetivos que visam o bem comum é um desafio pessoal, mas é, adicionalmente, a maior expressão da palavra liberdade, e isto só é possível se o mestre maçom, sem diminuir-se, sem anular-se, serve aos demais.

Disciplinar-se para tornar-se mestre maçom servidor não é ação natural, é algo a ser treinado em todas as oportunidades. Cada mestre maçom tem o potencial de desenvolver a capacidade de tornar-se servidor sem se anular, porque esta é característica de projeto da criatura desenvolvida pelo Grande Arquiteto do Universo. Aquele que descobre o servir como alimentador da última das necessidades humanas se autrealiza em tudo o que faz e, certamente, usufrui de inúmeros momentos de felicidade como seu justo salário.

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Bibliografia:

1. FERREIRA, Antônio do Carmo, A Função do Maçom na Sociedade, ISBN 978-85-7252-272-4, 1ª edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 148 páginas, Londrina, 2009.

2. GAARDER, Jostein, O Mundo de Sofia, Romance da História da Filosofia, título original: Sofies Verden, tradução: Gabriele Haefs, ISBN 85-7164-475-6, 1ª edição, Editora Schwarcz Ltda., 556 páginas, São Paulo, 1995.

3. GLEISER, Marcelo, Criação Imperfeita, ISBN 978-85-01-08977-7?, 1ª edição, Editora Record, 366 páginas, São Paulo, 2010.

4. HUNTER, James C., O Monge e o Executivo, Uma História Sobre a Essência da Liderança, título original: The Servant, tradução: Maria da Conceição Fornos de Magalhães, ISBN 85-7542-102-6, 1ª edição, Editora Sextante, 140 páginas, Rio de Janeiro, 2004.

5. MARTINS, Maria Helena Pires; ARANHA, Maria Lúcia de Arruda, Temas de Filosofia, ISBN 85-16-02110-6, 1ª edição, Editora Moderna Ltda., 256 páginas, São Paulo, 1998.

6. QUADROS, Bruno Pagani, O Pensador do Primeiro Grau, Coleção Biblioteca do Maçom, ISBN 978-85-7252-247-2, 1ª edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 184 páginas, Londrina, 2007.

7. STEVENSON, David, As Origens da Maçonaria, O Século da Escócia, 1590-1710, tradução: Marcos Malvezzi Leal, ISBN 85-370-0013-2, 1ª edição, Madras Editora Ltda., 286 páginas, São Paulo, 2005.


Biografias:

- Abraham Maslow ou Abraham H. Maslow, psicólogo de nacionalidade norte-americana. Nasceu em 1 de abril de 1908. Faleceu, em 8 de junho de 1970, com 62 anos de idade. Conhecido pela proposta hierarquia de necessidades de Maslow.

- Sócrates ou Sócrates de Atenas, filósofo de nacionalidade grega. Nasceu em Atenas em 468 a. C. Faleceu, em 399 a. C. Um dos mais importantes pensadores de todos os tempos.

EU DEVO SER CHAMADO DE MAÇOM? - Walter Celso de Lima


O Ir. Walter Celso Lima da Loja Alvorada da Sabedoria de Florianópolis-SC é professor universitário com doutorado
, escritor, tradutor, um dos mais cultos e notáveis intelectuais maçônicos do Brasil.

Hoje de manhã ao preparar-me para sair de casa, lembrei-me que deveria vestir camisa branca e calça preta. Também não poderia esquecer-me da pasta onde guardo os rituais, o avental e o balandrau.

Afinal, hoje é segunda-feira, dia de sessão da nossa loja. Enquanto tomava as providências de saída, fiquei refletindo sobre as razões de cumprir tal agenda, especialmente num evento que invariavelmente participo bastante cansado, depois de um dia intenso de trabalho.

Mas, respondi para mim mesmo: devo ir, pois sou maçom e tenho que cumprir com as minhas obrigações assumidas perante os irmãos e minha consciência.

Também, devo dizer: adoto a disciplina de procurar sempre cumprir com os compromissos assumidos. Afinal, sou ou não um maçom? Perguntei para mim mesmo.

Ao pensar sobre o questionamento lembrei-me do texto contido no nosso ritual de aprendiz que diz: "um maçom para ser completo, deve ser educado, ativo, estudioso, verdadeiro e firme e possuir espírito público".

Refleti sobre aqueles valores e comportamentos e conclui de relance que eu estou longe de ser um maçom. Afinal de contas, para que seja um maçom preciso ser um cidadão completo em termos de valores filosóficos e materiais.

Mas vamos por parte na análise de tal conceito: para ser maçom devo ser educado. Bem, constantemente, isto não é fácil de ser. O conceito de educado tomado no sentido do bom comportamento e de cortesia nem sempre pratico.

Não raras vezes sou explosivo com os outros, muito especialmente, quando sou contrariado. Para preencher este requisito penso que teria que ser mais tolerante, bom ouvinte e humilde.

Conclusão: não sou educado. Pelo menos como deveria ser.

Ativo: bom, ativo para algumas coisas eu sou. Mas, na idade que estou, sou mais seletivo nas escolhas. Não raramente sou ativo com aquilo que dá mais prazer.

Conclusão: não devo ser chamado de inativo completo. Porém, não sou bom exemplo neste quesito. 

Com a palavra a tela da televisão, que me tem por horas a contemplá-la.

Apesar de não assistir qualquer coisa, é bom que se diga. Para melhorar neste item, deveria assistir menos esta tela invasora de nossos lares.

Estudioso: bom, agora mesmo que a autocrítica fica mais pesada.

Quanto livros tem lido ultimamente? Nenhum começo e nenhum termino. A idade me fez diminuir a paciência com textos longos. Mas, também tenho qualidades neste tópico. Leio jornais e revistas. Isto também é uma forma de estudo. Mas é pouco, devo reconhecer.

Verdadeiro e firme: estes valores difíceis de serem praticados. Verdadeiro significa ser sincero, agir com ética, compromissado com a verdade. Do mesmo modo, firme não é fácil de ser, ao menos constantemente.

Não raras vezes prefiro vergar a coluna a afrontar opiniões ou comportamentos contrários, mesmo sabendo serem eles errados, com a explicação de "pagar para não se incomodar".

Possuir espírito público: neste quarto quesito a minha consciência diz que sempre mereci mais consideração do que tive do ponto de vista do reconhecimento de terceiros. Aqui o espelho da consciência me diz que, se não andei sempre nos trilhos, o trem da corrupção e das facilidades não me atropelou.

Feitas estas considerações, vem o questionamento das razões de eu estar aqui. Me autoqualificar de maçom.

Mudar a assinatura para incorporar os três pontinhos. Chamar os iguais de irmãos. Praticar rituais com os quais não estava acostumado. Usar trajes que no início me pareceram estranhos. Usar terminologias e gestos estranhos ao meu vocabulário habitual e outras ritualísticas.

O espelho mirado nesta manhã, simbolizado pela minha consciência, me disse algumas coisas interessantes, que gostaria de enumerá-las.

1 - Estou longe de ser um maçom. Sou apenas um aprendiz e talvez algum dia um candidato a ser.

2 - Se algum dia alcançar a condição de maçom tem de ser muito melhor do que sou hoje e se quiser alcançar o objetivo, não será possível sem esforço pessoal e isto ninguém fará por mim.

3  Preciso ser mais educado no trato com os irmãos (de todas as lojas e orientes), mais ativo, mais estudioso, mais verdadeiro e firme, pensar mais no interesse público e ser menos egoísta.

Refletindo sobre tudo isso e observando o comportamento alheio, diga-se de passagem, fazer isso parece que dá mais prazer. Mesmo porque fica mais fácil para justificar as nossas carências e falhas.

Com um fio de prazer concluo que não sou tão desigual. Na minha ótica, não estou sozinho neste mar de imperfeições. Volto a pensar melhor e concluo que isso não justifica, afinal, carências alheias não suprem as minhas.

Assim, não tem jeito. Tenho que cuidar mais de mim. Assumir compromissos de melhora e fazer a própria reforma íntima. Caso contrário, é bem provável que até a condição de aprediz um dia venha perder, pois a caravana anda e tenho de estar sempre nela, polindo a pedra.

E você, meu irmão, já olhou no espelho hoje para ver e ouvir a voz da sua consciência.?

janeiro 05, 2022

A LOJA PERFEITA - Manoel Miguel M:.M:.


Parece-me que o sonho de qualquer Loja Maçônica é fazer valer o que diz o Salmo 133:

... “Oh quão bom e quão suave é, que os irmãos vivam em união!

É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes.

Como o orvalho de Hermom, e como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre.” ...

A elevação do grau de consciência da excelência do AMOR fraternal, descrito nas palavras acima, alcança a todos, não escapa ninguém dessa Lei Universal.

O que sair fora disso é desarmônico, prejudicial. É a força cega que fere de morte a Loja, a filha de Sião.

A Loja unida é como um corpo: quando um padece, todos padecem; quando um chora, todos choram; quando um se alegra, todos se regozijam.

Porque nessa Loja o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre!

O óleo precioso do AMOR fraternal lubrifica as engrenagens, que deslizam sem desgaste em seu trabalho com Força e Vigor.

Como unir homens dotados de egos, vaidades, formações, conceitos, dogmas e valores tão diferentes?

É aí que começa a ficar interessante a arte de ser Maçom e viver em harmonia.

É um esforço comum a todos os membros, e que requer habilidade, comprometimento mútuo e vontade de formar um só corpo.

Antes de apreciarmos os preceitos maçônicos é importante nos conhecermos uns aos outros, trabalhar nossos pontos fortes, identificando os pontos fracos.

Como sempre digo, no mundo profano, o modelo de união se dá pela formação de grupos lapidados por terceiros, enquanto que, na Maçonaria, a lapidação é individual, contanto que cada Pedra lapidada se encaixe no corpo da Loja, antes de se encaixar no edifício social.

O maior prejuízo para uma Loja Maçônica chama-se “crítica”.

Criticar significa pegar o Malhete e sair trabalhando a Pedra do outro irmão. 

A força cega se aproveita disso e conduz a Loja à ruína.

O debate é saudável para a Loja. A crítica é destrutiva.

O behaviorista B. F. Skinner, em seu livro “Science and Human Behavior”, diz que a crítica é fútil porque coloca um homem na defensiva, deixando-o em posição desconfortável, tentando justificar-se. 

Em momentos como esse, a essência do AMOR fraternal, também chamada de egrégora, se desfaz e a força cega assume o controle.

A crítica é perigosa porque fere o que o homem tem como precioso, seu orgulho, gerando ressentimentos.

É o começo do fim dos relacionamentos.

John Wanamaker, um psicólogo estudioso dos relacionamentos, também escreveu: “Eu aprendi em 30 anos que é uma loucura a crítica.

Já não são pequenos os meus esforços para vencer minhas próprias limitações sem me amofinar com o fato de que Deus não realizou igualmente a distribuição dos dons de inteligência”.

Os homens deveriam fazer autocrítica. 

Como não o fazem, criticá-los é desafiar a harmonia em Loja.

B. F. Skinnner costumava fazer experimentos com animais, buscando compreender o comportamento destes, para depois compará-lo com o das pessoas.

Ele demonstrou que um animal que é recompensado por bom comportamento aprenderá com maior rapidez e reterá o conteúdo aprendido com muito maior habilidade que um animal que é castigado por mau comportamento. 

Estudos recentes mostram que o mesmo se aplica ao homem.

O homem adora criticar.

Tem os que criticam erros de ritualística em plena sessão, atrapalhando a egrégora, criando constrangimentos, quebrando a sequência dos trabalhos, cruzando a palavra entre as CCol∴e o Or∴tudo pelo prazer de corrigir, criticar e fazer prevalecer seu potencial, seu ego e sua autoridade, quando na verdade, o que deveria prevalecer seria o AMOR.

Buscar a perfeição na ritualística é nosso dever.

Mas não é prudente fazer críticas e correções em pleno serviço.

É o começo do fim.             

Estudos têm mostrado que a crítica não constrói mudanças duradouras, mas promove o ressentimento.

Acaba deixando o rei no trono, mas sem súditos para os governar.

É o fim do reinado.

O combustível do AMOR e da união é o elogio.

Se algum irmão fez um trabalho e o mesmo precisa ser melhorado, seu consciente o está cobrando por melhora.

Ele sabe que precisa melhorar, não porque alguém o cobre melhoras, mas porque o seu interior, sua alma, pede por melhora.

Quando alguém o elogia após a leitura de um trabalho, gera uma crítica construtiva, pois elogiou quando dentro dele existe uma crítica.

Esse irmão se sentirá motivado a fazer mais e mais trabalhos, e, essa persistência o levará à perfeição sem que necessitasse críticas de terceiros.

Hans Selye, outro notável psicólogo que amava estudar o comportamento humano diz: “Com a mesma intensidade da sede que nós temos de aprovação, tememos a condenação”.

Na prática, não só tememos, como também não ficamos satisfeitos com críticas feitas por pessoas semelhantes a nós, com o mesmo grau de fragilidade.

A Loja perfeita elogia, sugere, estimula, confere recompensas com palavras: O VERBO. A PALAVRA. 

O AMOR.

Não quero com isso buscar unanimidade favorável a essa tese que defendo.

Mas tenho observado que em Lojas onde se pensa diferente, o AMOR esfriou, a harmonia desapareceu e as CCol∴da Loja estão em perigo.

Bom dia meus Amorosos irmãos.