Em 18 de março de 2021, se completam 707 anos da morte na fogueira, na porta da Catedral de Notre Dame, França, do “último” Grão Mestre Jacques De Molay e de vários outros Cavaleiros da Ordem Templária, todos inocentes das inconsistentes acusações.
Muitos Templários continuam aguardando o reconhecimento do erro cometido. Não basta o “descobrimento” e revelação do documento de Chinon (*) que veio trazer à luz a injustiça cometida contra a Ordem do Templo, é preciso mais, é necessário o pedido público de perdão.
Em 1307 DC, Filipe “o belo”, um rei maquiavélico, cruel, sanguinário, ganancioso e covarde buscava acertar as finanças da falida França, para isso, tramou roubar e se apossar das riquezas da Ordem. Desta forma, tramou a prisão de Jacques De Molay que no dia 12 de outubro foi um dos que carregou o caixão no funeral da cunhada do rei Filipe, Caratarina de Courtenay.
No dia seguinte (uma sexta feira 13 – daí vem a maldição deste dia), Jacques De Molay foi preso por Guilherme de Nogaret e Reinaldo Roy no complexo do Templo, além dos limites de Paris. Também 15 mil Cavaleiros, sargentos, capelães, serviçais e trabalhadores foram arrebanhados pelo rei em um só dia, poucos foram os que escaparam.
Tudo estava tramado para confiscar os bens dos Templários, assim como fizeram com os judeus e os lombardos alguns meses antes na França. Vale ressaltar que os Templários não eram estrangeiros como os lombardos e nem infiéis como os judeus. Eram membros de uma corporação orgulhosa e poderosa que se encontrava sob jurisdição eclesiástica, sujeita não ao rei, mas ao Papa. Filipe alegara que os mandatos de prisão tinham implicado consulta prévia “ao nosso mais santo padre em Cristo, o Papa.
Na verdade o Papa Clemente V não havia sido consultado e enviou ao rei uma indignada repreensão na qual entre outras coisas dizia “violastes, em nossa ausência, todas as regras e deitastes a mão a pessoas e propriedades dos Templários. Vós também os aprisionastes e, o que nos entristece ainda mais, não os tratastes com a devida clemência...” no entanto em tudo o que disse o Papa em momento nenhum declarou se acreditava ou não nas acusações feitas contra os Templários, sua objeção foi principalmente à usurpação de sua prerrogativa e à traição de confiança.
Para conseguir a confissão dos templários, das barbáries engendradas, os mesmos foram torturados abruptamente com métodos cruéis como o cavalete, que distendia os membros de um homem a ponto de deslocar sua articulações; a estrapada onde uma corda era amarrada nos braços virados para trás e ele levantado; esfregar gordura nas solas dos pés e aproximá-los do fogo, onde muitas vezes, seus ossos ficavam expostos, como aconteceu com Bernardo de Vado, sacerdote do Templo. Além disso eram postos a ferros, passando a pão e água, e proibidos de dormir. Tudo isso o Papa poderia impedir impondo sua autoridade, se fosse capaz de frustrar o ataque do rei, visto que em 1308, o documento de Chinon comprovara sob minuciosa investigação que os Templários eram INOCENTES.
Ao ser levado à presença dos Cardeais enviados pelo Papa para interrogá-lo o Grão Mestre Jacques De Molay rasgou sua camisa de cima a baixo para mostrar as marcas das torturas em seu corpo e os “Cardeais choraram amargamente e foram incapazes de falar”.
Quando Filipe soube que os Cardeais não condenaram os Templários, escreveu para o Papa ameaçando acusá-lo dos mesmos pecados, mas, o Papa respondeu, que “preferia morrer a condenar homens inocente” e em fevereiro de 1308 ordenou a Inquisição que suspendesse o processo contra os Templários, mas o rei os manteve presos.
Historiadores acham que “é possível que o Papa decidiu que os Templários deveriam ser sacrificados pelo bem da Igreja”, acovardando-se.
Fora da França a notícia era de que o Papa Clemente V “era um fantoche nas mãos do rei Filipe o belo”.
Jacques De Molay disse a Comissão que “acreditava em um só Deus e numa Trindade de Pessoas e em outras coisas pertencentes à fé católica (...) e quando a alma estivesse separada do corpo, então ela seria visível para quem fosse bom e para quem fosse mau, e cada um de nós saberia a verdade dessas coisas que nós estivéssemos fazendo no momento".
Segundo Pedro de Bolonha a tortura removia qualquer “liberdade de espírito, que é o que todo homem deve ter”.
O arcediago de Orleans e um dos carcereiros dos Templários, Filipe de Voet contou a comissão papal que muitos Templários haviam jurado antes de morrer “que as acusações contra a Ordem eram falsas”.
O rei Filipe teve a cobertura do Papa Clemente V para conseguir seu intento, pois, na época, o Papa se acovardou, omitindo-se por ocasião da injusta prisão de Jacques de Molay e inúmeros outros Cavaleiros Templários, diante das graves acusações mentirosas.
Enquanto ardia na fogueira em 18 de março de 1314, vítima da covardia e da ganância, Jacques De Molay convocou ao rei e ao Papa a se apresentarem no Tribunal Divino dentro do prazo de um ano, para prestarem contas de seus feitos. Assim foi feito, o Papa Clemente V, morreu em 20 de abril de 1314 e o rei Filipe, morreu em 29 de novembro do mesmo ano, cumpriu-se as palavras do Grão Mestre da Ordem.
Os gananciosos conseguiram ficar com os bens imóveis da Ordem, quanto aos bens móveis, estes nunca foram encontrados, muito menos os seus segredos que foram passados de geração em geração, aos verdadeiros Templários. Segredos que em sua maioria encontram-se cifrados no Evangelho Espiritual de João, velados aos profanos e aos indignos de “conhecerem os mistérios de Deus”.
Não é a Ordem do Templo que necessita de perdão e sim o Vaticano e o Governo da França pela crueldade cometida. Ou será que queimar pessoas vivas e caluniá-las fazem parte de suas doutrinas religiosas e/ou políticas?
Uma coisa é certa, o verdadeiro tesouro só pode ser conquistado pela lapidação do Espírito, onde somente os puros de coração tem acesso a ele.
(*) Dentre documentos e relíquias produzidas com datas retroativas, que visassem consertar ou atenuar feitos passados, e que vêm - em momentos oportunos - "surgir em depósitos secretos", o documento de Chinon, veio à luz, quando começou a se tornar pública a execução dos últimos líderes da ordem, considerada por alguns como a maior injustiça da Inquisição Medieval, a prisão e tortura - por sete anos - de Jacques de Molay, que poderia ter-se expiado simplesmente confirmando as acusações - agora aparece como confessando, sendo assim absolvido, mas continuaria preso e terminaria queimado - o documento parece mesmo ter sido produzido após 1314, com a finalidade de atenuar a provável exposição da crueldade papal e também da obstinação deste homem em se manter fiel à verdade, mesmo que isto lhe custasse a vida.
O pergaminho de Chinon foi preparado por Robert de Condet, clérigo da diocese de Soissons. Os notários foram Umberto Vercellani, Nicolo Nicolai de Benvenuto, Robert de Condet e o mestre Master Amise d’Orléans le Ratif. As testemunhas foram o Irmão Raymond, abade do monastério beneditino de St. Theofred, Mestre Berard de Boiano, arquediácono de Troia, Raoul de Boset, confessor e cânone de Paris, e Pierre de Soire, superintendente de Saint-Gaugery em Cambresis.
Mesmo antes do Vaticano anunciar a sua existência, muitos livros de referência sobre os Templários já citavam o Pergaminho de Chinon. Em 2002, a Dra. Barbara Frale localizou uma cópia do pergaminho nos arquivos do Vaticano...
Viva a LIBERDADE!
Viva a VERDADE!
Viva Jacques De Molay!
☩Non Nobis Domine, Non Nobis, Sed Nomini Tuo Da Gloriam☩