março 05, 2022

SINDICÂNCIA: INSTRUÇÃO E APTIDÃO - Ir.´. José Maurício Guimarães


Nos meu momentos de folga, estive pesquisando sobre os requisitos obrigatórios para alguém pretender ser iniciado na Maçonaria. No Regulamento Geral da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, entre outros dispositivos da Constituição, deve ter o candidato "instrução suficiente para a compreensão e a prática dos ensinamentos maçônicos". 

Nas demais Potências e Obediências regulares são igualmente requisitos: "estar o candidato apto a apreender conhecimentos litúrgicos e filosóficos" ou "ter inteligência e capacidade de discernimento suficientes para o entendimento e aplicação dos princípios maçônicos". 

Comecei a pensar se não é nesse ponto que se demonstram ineficientes grande parte das sindicâncias. 

Um candidato pode ter meios de subsistência para cumprir os encargos financeiros da Ordem; pode ter profissão e meio de vida lícitos e reputação ilibada e, apesar disso, não estar apto para a compreensão dos ensinamentos maçônicos, nem ter capacidade de discernimento para a prática deles. 

Mesmo nos requisitos de foro íntimo, um candidato pode declarar que "crê num Ser Superior e na imortalidade da alma", enquanto essas declarações escritas não encontram ressonância em seu interior.

É impossível para o sindicante certificar-se disso. Seguramente não são os fatos de um maçom perder os meios de subsistência ou deixar de crer na imortalidade da alma que trazem as piores consequências para a Maçonaria. 

A vida tem seus percalços e ninguém está livre de viver uma crise financeira. Do mesmo modo, questionar e duvidar é próprio da natureza do homem, variando a crença, a fé e a ciência na medida em que a busca e a transformação de si mesmo prossegue (princípio da complementaridade no papel do observador na mecânica quântica).

O que traz as piores consequências para as Lojas, e consequentemente para a Maçonaria, é descobrir-se, após a iniciação, que aquele homem não tem a inteligência nem a capacidade suficientes para a compreensão a prática e dos ensinamentos maçônicos. Quando digo inteligência, refiro-me ao conjunto de funções psíquicas (e psico-fisiológicas) que contribuem para o conhecimento e apreensão da natureza das coisas e captação do significado dos fatos. 

Não estou falando de cultura. Se pudéssemos abrir a cabeça de uma pessoa, olharmos lá dentro e mensurar o quantum de aptidão e entendimento existe, seria tudo mais fácil. Até o coeficiente de moralidade seria detectado numa radioscopia computadorizada. Não precisaríamos de sindicantes. 

Todavia, mesmo as sindicâncias são incapazes de prever qual entendimento aquele homem terá sobre Maçonaria, o que ele realmente espera de uma Loja e quais serão seus atos no futuro. Estamos sempre jogando no escuro, esta é a verdade. 

No passado houve homens inteligentes com ideias "a seu modo", que quase precipitaram Lojas e Potências no abismo. Só não o fizeram porque o povo maçônico pensa com acerto quando pensa em conjunto. 

É comum encontrarmos maçons de longa data praticando uma "maçonaria à moda da casa" deles - do jeitão deles, com interpretações bizarras do simbolismo e da ritualística. São, na maioria dos casos, boas pessoas e cidadãos exemplares. Mas torcem a Maçonaria para que ela atenda ao seu próprio "modo de ver a vida", sendo que o maçom é que tem de contorcer-se para se adaptar aos critério da vida iniciática. 

As crises internas da Maçonaria, as cisões, a divisão nas Lojas e a constante demanda aos órgãos judicantes nascem exclusivamente da falta de instrução e da incompreensão dos ensinamentos maçônicos, assim como das reiteradas falhas na prática dos mesmos. 

Em primeiro lugar, o Venerável Mestre de uma Loja é o primeiríssimo responsável por sindicâncias bem feitas, pois escolhendo os sindicantes mais perspicazes, a Loja será capaz de melhor diagnosticar o candidato que se lhe apresentam. 

Em segundo lugar, o Venerável Mestre de uma Loja é o primeiríssimo responsável por instruções bem ministradas e pela supervisão dos trabalhos apresentados para aumento de salário. 

Chega, já apontei os problemas. Passo agora às possíveis soluções: 

1) Um candidato poderia receber um livro ou artigo sobre Maçonaria (de caráter público, evidentemente) e, a posteriori, ser interrogado, numa das sindicâncias, a respeito de suas impressões sobre o texto. São falaciosas as sindicâncias que representam meras visitas, com cafezinho (um bebida talvez...) - doces e guloseimas, como olhares furtivos para a qualidade dos móveis da sala-de-estar ou uma espichada de pescoço ("pescoçada") até à garagem para ver o modelo e o ano do automóvel do candidato. 

2) Depois de iniciado, os temas para trabalhos de aumento de salário deveriam priorizar o questionamento da repercussão da instrução na vida do Aprendiz ou do Companheiro. Por exemplo: "o compasso - como seu simbolismo tem afetado ou modificado sua vida pessoal e/ou profissional?" Desta forma estaríamos aquilatando o nível de instrução e compreensão dos ensinamentos maçônicos. 

A maioria dos trabalhos que tenho ouvido em Loja são meras cópias dos rituais e das instruções; o neófito apenas assina a cópia no final da página sem compreender a função transformadora do simbolismo. Isto é, no mínimo, um abuso contra os direitos autorais dos detentores do Rito! 

Trabalhos para aumento de salário têm por objetivo averiguar a aptidão de apreender Maçonaria e não a esperteza de copiar [copy] e colar [past]. 

O que temos presenciado é a bateria de alegria após esses plágios. Se quem pede aumento de salário não escreve de moto próprio, que permaneça recebendo o mesmo salário até estar apto a a apreender conhecimentos litúrgicos e filosóficos e passar para outra coluna. 

Afinal de contas, quem pretende ser elevado ou exaltado é também candidato. Em Maçonaria não pode existir mais-ou-menos. Do contrário estaremos condenados a ser mais-ou-menos justos e mais-ou-menos perfeitos. Como se diz por aí, "era o que continha"... ou melhor: é o é o que contém.

março 04, 2022

O PROTAGONISMO DO EMBURRECIMENTO - Newton Agrella

 


Newton Agrella é escritor, tradutor, um dos mais notáveis intelectuais da maçonaria no Brasil


Algo que assusta e que causa uma apreensão desmedida é o contínuo processo de emburrecimento que as pessoas estão sofrendo em todo o mundo.

A despeito do emprego da chamada alta tecnologia, assistências online, dispositivos e aplicativos, bem como a instauração de uma linguagem virtual e propositadamente impessoal, somado ao prolífero uso de expressões da língua inglesa - como se isso simbolizasse algum status -  o que se percebe sistematicamente é o  descompromisso incessante com o exercício intelectual. 

As imposições de ideias e o dogmatismo contido nas pressupostas linhas de raciocínio "express" , na realidade têm se constituído em agentes depauperados da capacidade de pensamento humano.

Deparamo-nos a cada pouco com imagens, vídeos e áudios em que a pseudo tentativa de nos levar a uma elevação cultural, ou prestar-nos algum tipo de contribuição filosófica, quanto a maneira de interpretar a nossa existência e os valores que nos cercam, simplesmente caem num vazio e numa inconsistência estéril sem igual.

O processo de emburrecimento, por exemplo, se torna algo evidente quando o próprio sistema educacional desestimula a leitura e principalmente o abandono da forma maior e consagrada da escrita; ou seja, a "escrita cursiva", na qual a experiência de escrever de próprio punho, sentir o lápis e a caneta, estabelecer uma real conexão com o cérebro, estimular a elaboração de uma frase e a sensação única da criação, ficam relegadas a um segundo plano.

Não se propõe aqui, retroceder no tempo. Em absoluto.

O que se evidencia sim, é o indisfarçável proselitismo da digitação em teclados de notebooks e smartphones. 

O que de algum modo, tem auxiliado no elevado índice de analfabetos funcionais, que mal conseguem ler e escrever, mas que pior que tudo isso, acham-se destituídos de toda e qualquer capacidade de "interpretar um texto", bem como alijados de qualquer poder de argumentação, quando se vêem diante de um livro ou de qualquer peça literária.

Seja em qualquer âmbito cultural, e inclua-se aí a própria Maçonaria, o que se observa é a escassez de textos e de propostas que legitimem a Arte de Pensar, Refletir, Ponderar e Elaborar o Espírito Crítico, com bases consistentes e intransferíveis, em favor da evolução humana.

É óbvio que a tecnologia é uma aliada do progresso da humanidade, porém a cultura e a intensidade do pensamento intelectual é o alimento que nutre a Alma e o Espírito em consonância com o aprimoramento da própria Consciência.

Evoluir demanda entrega, esforço e determinação, enquanto emburrecer é meramente uma questão de acomodação.



MARTINISMO - Nicola Aslan




Sociedade iniciática de tendências cristãs, ligada ao Iluminismo e fundada em 1775 por Louis-Claude de Saint-Martin, discípulo de Martinez de Pasqually e chamado “o Filósofo Desconhecido”. 

Os componentes desta escola pretendiam professar um cristianismo depurado, procurando elevar a alma da contemplação do homem e da natureza ao seu princípio comum, Deus.

Depois de longos anos de adormecimento, foi iniciado por Heri Delage, em 1880, um organismo sob a denominação de Ordem Martinista, que foi renovada pelo Dr. Encausse, mais conhecido sob o seu nome esotérico de Papus, que, em 1891, foi o promotor do Supremo Conselho, o qual reuniu nomes de ocultistas e Maçons que tiveram grande celebridade na época, principalmente através de suas obras. 

À Ordem Martinista agregaram-se várias organizações maçônicas consideradas irregulares, entre elas o Rito Mênfis-Misrain.

(Nicola Aslan, in Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia).

MESTRE INSTALADO É GRAU - autor desconhecido




A Maçonaria mundialmente reconhecida é composta apenas pelo franco maçônico básico, isto é: Aprendiz, Companheiro e Mestre. Graus acima dos citados são particularidades dos ritos. Existem também as conhecidas Ordens de Aperfeiçoamento da maçonaria inglesa, também conhecidas por “side degree”.

Nenhum grau acima do terceiro ou o avançamento nas Ordens de Aperfeiçoamento fazem qualquer rito, ou maçom, melhor do que o outro, já que a plenitude maçônica na Moderna Maçonaria se encerra com a Lenda do Terceiro Grau.

O Mestre Instalado não é Grau, porém um título distintivo daquele que legalmente eleito, ou conduzido por linha sucessória, ocupa a presidência de uma Loja, conhecido como Venerável Mestre, ou o Mestre da Loja conforme o costume cultural ou vertente maçônica (inglesa, ou francesa).

Instalação, do verbo transitivo direto e indireto “instalar”, significa dar posse de um cargo ou dignidade; investir. Assim, o ato de instalação significa “posse” e sugere que qualquer pessoa que toma posse de um cargo, estará nele instalada.

Nos meios maçônicos deveria também prevalecer essa definição, sobretudo no tocante ao Obreiro eleito para o Veneralato de uma Loja que, quando é empossado no Cargo torna-se o Venerável Mestre Instalado, ou o Mestre Instalado, cujo formato original não era acompanhado de nenhuma cerimônia litúrgica particular, bastando para tal a simples transferência do Cargo pelo ocupante que cumprira o seu mandato.

A Moderna Maçonaria inglesa, entretanto, introduziu um cerimonial para a posse do Mestre da Loja (Venerável), cuja ritualística se desenvolve por um complexo enredo lendário. Nesse sentido, essa Cerimônia é própria dos Trabalhos Ingleses (na Inglaterra não se conhecem “ritos”) e em particular ao Trabalho de Emulação.

Já na Maçonaria de vertente francesa (latina), originalmente não existe essa prática, lembrando oportunamente que o Rito Escocês Antigo e Aceito é filho espiritual da França.

Infelizmente nos meios maçônicos latinos essa prática acabou ganhando guarida, talvez pelo Cerimonial investido de pompa e misticismo. Daí, Ritos dessa origem como o Escocês, o Francês ou Moderno e o Adonhiramita adotaram a prática adaptando algumas passagens para suprir às suas características ritualísticas.

É bem verdade que muitos Ritos de origem não britânica, porém com base no Trabalho de Emulação, preferiram não aderir a essa prática, mantendo a pureza de suas origens.

No tocante às Obediências brasileiras e particularmente o Rito Escocês Antigo e Aceito, severamente o mais praticado no Brasil, esse costume acompanhado do Ritual de Instalação viria ser introduzido através das Grandes Lojas brasileiras nascidas da cisão de 1.927 quando as suas lideranças buscaram base nos trabalhos perpetrados pelas Grandes Lojas norte-americanas onde se pratica o Rito de York (americano) que, de certa forma seguem o modelo Inglês dos Antigos que, por sua vez aderem o Cerimonial de Instalação. Dessa forma esse Cerimonial viria aportar na Maçonaria brasileira, consolidando-se como prática imediatamente após a cisão de 1.927.

A partir de 1968, o Grande Oriente do Brasil também adotaria esse costume introduzindo-o através de um Ritual específico, para todos os Ritos nele praticados, salvo o inerente aos Trabalhos de Emulação (conhecido equivocadamente como York) que já praticava na sua essência por ser nele um costume original.

Salvo melhor juízo, no Brasil, atualmente, esse costume está arraigado na Maçonaria Simbólica em geral, sendo uma prática de todos os ritos estabelecidos na constelação das Obediências nacionais.

Dadas essas considerações adquiriu-se o costume de se apor ao nome do Obreiro na qualidade de Venerável, ou ex-Venerável, das letras M.´.I.´. como rótulo do Mestre Instalado.

Essa maneira não tardou a ser qualificada de modo equivocado por alguns como se a qualidade distintiva de um Mestre Instalado fosse um Grau.

Obviamente que não é, pois como comentando, o simbolismo possui apenas e tão somente três Graus.

Nesse sentido, o Venerável é Instalado no Sólio como dirigente maior do Canteiro (Loja). Ao término do seu mandato ele é um ex-Venerável.

Assim todos aqueles que foram instalados, são conhecidos como Mestres Instalados que têm também o privilégio de ocupar um lugar distintivo no Oriente, PORÉM SEM O COSTUME ENGANADO DE TOMAR ASSENTO AO LADO DO VENERÁVEL DA LOJA. OS EXVENERÁVEIS SENTAM-SE NO ORIENTE, TODAVIA, NA FORMA CORRETA, ABAIXO DO SÓLIO.

Outro mistifório que se apresenta por alguma vez, é que existe um Conselho de Mestres Instalados que é formado para a Instalação de um novo Venerável. Esse Conselho, vez por outra é confundido com um conselho permanente, o que não é correto, pois o dito só é legalmente formado para a finalidade da Instalação e posteriormente desfeito.

Salvo se for lei na Obediência, Conselhos prementes que muitas vezes mais se intrometem na condução legal da Loja do que ajudam são geometricamente errados ao mesmo tempo em que reforçam a tese equivocada de que Mestre Instalado é um Grau.

Ainda no sentido de elucidar, porém não contestar, o termo “Past Master” é concordante com a Maçonaria inglesa, já que para os ritos de origem francesa ficaria mais de acordo o termo ex Venerável.

Finalizando quero aqui deixar os meus cumprimentos pela forma como vossa pessoa se apresentou “Mestre Maçom e Ex-Venerável”. No meu modesto entender o Obreiro que preside uma Loja é o Venerável, entretanto para sê-lo ele precisa ser Mestre Maçom. De posse do primeiro malhete ele continuará sendo um Mestre Maçom que possui o título distintivo de Venerável Mestre.

Deixando o veneralato, ele é um Ex-Venerável. Todavia ele permanecerá sendo um Mestre Maçom.

março 03, 2022

IRMÂOS, A COISA TÁ "RÚSSIA!" - Roberto Ribeiro Reis



𝖱𝗈𝖻𝖾𝗋𝗍𝗈 𝖱𝗂𝖻𝖾𝗂𝗋𝗈 𝖱𝖾𝗂𝗌 da 𝖠𝖱𝖫𝖲 𝖤𝗌𝗉𝖾𝗋𝖺𝗇𝖼̧𝖺 𝖾 𝖴𝗇𝗂𝖺̃𝗈 2358 𝖽𝖾 𝖱𝗂𝗈 𝖢𝖺𝗌𝖼𝖺-𝖬𝖦 é intelectual e poeta maçônico.

𝖠𝗇𝗍𝖾 𝗈 𝗉𝗅𝖺𝗇𝖾𝗍𝖺, 𝗊𝗎𝖾 𝗌𝗈𝖼̧𝗈𝖻𝗋𝖺,

𝖫𝖺𝗇𝖼̧𝖺-𝗌𝖾 𝖺 𝖾𝗌𝖼𝗎𝗋𝗂𝖽𝖺̃𝗈, 𝗂𝗇𝖾𝗑𝗈𝗋𝖺́𝗏𝖾𝗅;

𝖴𝗆 𝗌𝖾𝗋 𝗋𝖺𝗌𝗍𝖾𝗂𝗋𝗈, 𝗊𝗎𝖺𝗅 𝖺 𝖼𝗈𝖻𝗋𝖺, 

𝖤𝗇𝗏𝖾𝗇𝖾𝗇𝖺 𝗈 𝗁𝗈𝗆𝖾𝗆, 𝗊𝗎𝖾 𝖽𝖾𝗉𝗅𝗈𝗋𝖺́𝗏𝖾𝗅! 


𝖴𝗆 𝗍𝗋𝗂𝗌𝗍𝖾 𝗅𝗂𝗏𝗋𝗈, 𝖽𝖾 𝖿𝖾𝗂𝖺 𝖼𝖺𝗉𝖺,

𝖲𝖾𝗎 𝖼𝗈𝗇𝗍𝖾𝗎́𝖽𝗈 𝖺𝗅𝗎𝖽𝖾 𝖺𝗈 𝗆𝖾𝖽𝗈;

𝖮 𝗍𝖾𝗋𝗋𝗈𝗋 𝖽𝗈 𝗌𝖺𝗇𝗀𝗎𝖾 𝖺𝗈 𝖻𝖾𝗆 𝗌𝗈𝗅𝖺𝗉𝖺:

𝖠 𝖺𝗅𝗆𝖺 𝗏𝗂𝗏𝖾 𝗈 𝗌𝖾𝗎 𝖽𝖾𝗀𝗋𝖾𝖽𝗈.


𝖠𝗈 𝖦𝖠𝖣𝖴 𝗋𝗈𝗀𝗈, 𝖬𝖾𝗌𝗍𝗋𝖾 𝖤𝗍𝖾́𝗋𝖾𝗈,

𝖫𝗂𝗏𝗋𝖺𝗂-𝗇𝗈𝗌 𝖽𝖾𝗌𝗌𝖺 𝗂́𝗆𝗉𝗂𝖺 𝗆𝖺𝗌𝗆𝗈𝗋𝗋𝖺,

𝖮 𝗆𝖺𝗋, 𝖺 𝗍𝖾𝗋𝗋𝖺, 𝗈 𝖾𝗌𝗉𝖺𝖼̧𝗈 𝖺𝖾́𝗋𝖾𝗈,

𝖠𝗇𝗍𝖾𝗌 𝗊𝗎𝖾 𝗍𝗈𝖽𝗈 𝗁𝗎𝗆𝖺𝗇𝗈 𝗆𝗈𝗋𝗋𝖺.


𝖠 𝖾𝗀𝗋𝖾́𝗀𝗈𝗋𝖺 𝗌𝗎𝗍𝗂𝗅, 𝗅𝖾𝗀𝗂́𝗍𝗂𝗆𝖺 𝖼𝖺𝖽𝖾𝗂𝖺,

𝖯𝗈𝖽𝖾𝗋𝖺́ 𝖺𝗉𝗋𝗂𝗌𝗂𝗈𝗇𝖺𝗋 𝗈𝗌 𝖽𝗂𝗍𝖺𝖽𝗈𝗋𝖾𝗌;

𝖤𝗇𝖾𝗋𝗀𝗂𝖺 𝗊𝗎𝖾 𝗈 𝖳𝖾𝗆𝗉𝗅𝗈 𝗂𝗇𝖼𝖾𝗇𝖽𝖾𝗂𝖺,

𝖫𝖾𝗏𝖺𝗇𝖽𝗈 𝖺𝗈𝗌 𝗂𝗋𝗆𝖺̃𝗈𝗌 𝖿𝗈𝗋𝗍𝖾𝗌 𝗅𝗈𝗎𝗏𝗈𝗋𝖾𝗌.


𝖠 𝗉𝖺𝗓 𝗊𝗎𝖾 𝖺 𝗏𝗂𝖽𝖺 𝖾𝗌𝗉𝖾𝗋𝖺

𝖯𝗋𝖾𝗍𝖾𝗇𝖽𝖾 𝗋𝖾𝗂𝗇𝖺𝗋 𝗇𝗈 𝗈𝗋𝖻𝖾 𝖾𝗋𝗋𝖺𝗇𝗍𝖾;

𝖠 𝗌𝖺𝗅𝗏𝖺𝖼̧𝖺̃𝗈 𝖾́ 𝖺 𝖫𝗎𝗓 𝖽𝖾 𝗊𝗎𝖾𝗆 𝖵𝖾𝗇𝖾𝗋𝖺, 

𝖠𝗎𝗑𝗂𝗅𝗂𝖺𝖽𝗈 𝗉𝗈𝗋 𝖽𝗎𝗉𝗅𝖺 𝗏𝗂𝗀𝗂𝗅𝖺𝗇𝗍𝖾.


𝖮 𝗅𝗂𝗏𝗋𝗈 𝖽𝖺 𝖫𝖾𝗂 𝖺𝗇𝗂𝗊𝗎𝗂𝗅𝖺 𝖺 𝗆𝖺𝗅𝖽𝖺𝖽𝖾,

𝖵𝗂𝖺 𝖮𝗋𝖺𝖽𝗈𝗋 𝖾 𝖾𝗅𝗈𝗊𝗎𝖾𝗇𝗍𝖾 𝗋𝖾𝗍𝗈́𝗋𝗂𝖼𝖺;

𝖤́ 𝖺 𝗉𝖺𝗅𝖺𝗏𝗋𝖺 𝗊𝗎𝖾 𝖼𝗋𝗂𝖺, 𝗌𝗈𝗆 𝖽𝖾 𝖻𝗈𝗇𝖽𝖺𝖽𝖾,

𝖵𝗂𝖻𝗋𝖺𝖼̧𝖺̃𝗈 𝖽𝖾 𝖺𝗆𝗈𝗋, 𝖾𝗇𝖾𝗋𝗀𝗂𝖺 𝖾𝗌𝗍𝖾𝗇𝗍𝗈́𝗋𝗂𝖼𝖺.


𝖮𝖿𝗂𝖼𝗂𝖺𝗂𝗌 𝖽𝗈 𝖡𝖾𝗆 𝖾 𝖽𝗈 𝖠𝗅𝗍𝗋𝗎𝗂́𝗌𝗆𝗈,

𝖣𝗂𝗀𝗇𝗂𝖽𝖺𝖽𝖾𝗌 𝖺̀ 𝖽𝗂𝗌𝗉𝗈𝗌𝗂𝖼̧𝖺̃𝗈 𝖽𝗈 𝖠𝗋𝗊𝗎𝗂𝗍𝖾𝗍𝗈;

𝖱𝖾𝗉𝗎𝖽𝗂𝖺𝗆 𝗈 𝗈𝗋𝗀𝗎𝗅𝗁𝗈 𝖾 𝗈 𝖾𝗀𝗈𝗂́𝗌𝗆𝗈,

𝖤 𝗍𝗈𝖽𝗈 𝗌𝖾𝗇𝗍𝗂𝗆𝖾𝗇𝗍𝗈 𝗏𝗂𝗅 𝖾 𝖺𝖻𝗃𝖾𝗍𝗈.


𝖲𝗂𝗇𝖾𝗋𝗀𝗂𝖺 𝗉𝖾𝖼𝗎𝗅𝗂𝖺𝗋 𝖽𝖾 𝗊𝗎𝖾𝗆 𝖼𝗋𝖾̂

𝖭𝗎𝗆 𝖼𝗂𝖼𝗅𝗈 𝗉𝗎𝗋𝗈 𝖽𝖾 𝗋𝖾𝗇𝗈𝗏𝖺𝖼̧𝖺̃𝗈;

𝖠𝖻𝖺𝗂𝗑𝗈 𝖽𝗈 𝖮𝗅𝗁𝗈 𝖰𝗎𝖾 𝖳𝗎𝖽𝗈 𝖵𝖾̂, 

𝖰𝗎𝖾 𝗂𝗇𝗌𝗉𝗂𝗋𝖺 𝗈 𝖮𝖻𝗋𝖾𝗂𝗋𝗈 𝖾𝗆 𝖼𝗈𝗇𝗌𝗍𝗋𝗎𝖼̧𝖺̃𝗈.


𝖱𝗈𝖻𝖾𝗋𝗍𝗈 𝖱𝗂𝖻𝖾𝗂𝗋𝗈 𝖱𝖾𝗂𝗌 ⛬

𝖠𝖱𝖫𝖲 𝖤𝗌𝗉𝖾𝗋𝖺𝗇𝖼̧𝖺 𝖾 𝖴𝗇𝗂𝖺̃𝗈 2358, 𝖮𝗋𝗂𝖾𝗇𝗍𝖾 𝖽𝖾 𝖱𝗂𝗈 𝖢𝖺𝗌𝖼𝖺-𝖬𝖦

OS TRÊS OBJETIVOS PRINCIPAIS DA MAÇONARIA - Ir.'. Wellington Oliveira, MM



A Maçonaria tem três objetivos essenciais: a instrução moral, física e intelectual; a moral abrange a espiritualidade; a física o conhecimento e a intelectual a mística. Os ensinamentos maçônicos buscam sempre nos lembrar os três deveres fundamentais do ser humano, ou sejam, os deveres para conosco, com a humanidade e para com Deus. Para com Deus reconhecendo sua presença em tudo e sua fabulosa obra, o universo.

Para com a humanidade, consistindo em nossas famílias, a pátria e o universo, tendo como tarefa levar o conhecimento, a solidariedade, enfim, os nossos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade. Para conosco consistindo em nosso aperfeiçoamento, o desbastar da pedra bruta, a busca do equilíbrio entre a mente e o corpo. Sendo esta a tarefa mais difícil de todas, a de olhar para dentro de nós mesmos, reconhecendo nossos defeitos, nossas limitações e ainda em certos momentos encontrar em nós sentimentos e atitudes as quais combatemos por princípio. Termos em certos momentos a consciência de nossa ignorância.

Todas as vezes que nos vemos irritados, insatisfeitos, atribuindo nosso insucesso a causas externas, como: pessoas, trabalho, dificuldade financeira, devemos neste momento olhar para dentro de nós mesmos, pois o bem estar, a felicidade, o equilíbrio como queira se chamar está dentro de nós, pois o mundo não muda, mas a nossa visão do mundo sim, esta pode ser modificada e só depende de nós. Busque através de Deus, do conhecimento, do autocontrole, de qualquer forma, mas busque sempre.

Todos nós passamos por momentos muito bons e também revezes e em vários destes estavam vocês, meus queridos irmãos, nos bons e nos difíceis.

É comum após alguns anos de maçonaria, alguns se interrogarem, o que estou fazendo aqui? Será que estou sendo útil ou será que a Maçonaria me é útil? Frequentemente encontro irmãos adormecidos, por este ou aquele por aquele motivo, muitos dizem “a maçonaria não é mais a mesma”, “ maçonaria virou copo d’água”. Muitos acham que a maçonaria deve mudar o mundo, a política, a sociedade toda, mas sequer consegue mudar a si mesmo, nem sequer reconhecer seus defeitos.

Hoje vivemos em imensos conglomerados urbanos, com família desfeitas, drogas, falta de Deus, com pessoas com problemas psíquicos graves, não mais em pequenas cidades, onde a influência dos justos e de boa formação era a regra, por isto temos tanta dificuldade em influenciar em massa, mas podemos e devemos continuar o trabalho pequeno em extensão, mas de enorme valor.

Não fossem as leis, mesmo com graves distorções viveríamos em condições piores do que animais, pois o ser humano é destrutivo em sua essência, e isto fica evidente quando suas necessidades não são satisfeitas. 

Meus queridos irmãos, a maçonaria não é um reduto de homens perfeitos, mas sim um seleto grupo que busca a superação humana, a sabedoria e o conhecimento que não vem do dia para a noite e sim de forma gradual, se nós o permitirmos e trabalharmos. Cada reunião em Loja é rica do inicio ao fim, basta enxergar, algumas melhores que outras, mas sempre muito produtivas.

A presença de cada irmão traz Luz a Loja, esta Luz é conhecimento, é riqueza é espiritualidade, cada um com seu espírito formando uma egrégora positiva e construtiva.

Por tudo isto e resumidamente venho a esta Loja para combater o despotismo, a ignorância, os preconceitos e os erros. Para glorificar a verdade e a justiça, certo que de tudo isto ainda que dentro de mim.

março 02, 2022

UCRÂNIA - UM POUCO DE HISTÓRIA - Nelson Bruni


A Ucrânia possui um dos solos mais férteis do mundo, o chamado solo Tchernozion é encontrado na Ucrânia. 

Trata-se de um solo escuro com grande concentração de matéria orgânica. Esse solo fértil é utilizado, principalmente, para o cultivo de trigo.

A Ucrânia possui o tamanho aproximado do Estado de Minas Gerais, é o 6° produtor mundial de trigo, com a invasão da Rússia o preço do trigo irá disparar.

A Ucrânia sempre foi um país que sofreu com os interesses da Rússia através da história.

Até 1991, a Ucrânia era uma das 15 repúblicas que formavam a União Soviética (URSS). Com o colapso da URSS, em agosto daquele ano, a Ucrânia tornou-se uma nação independente e estabeleceu laços mais próximos com as potências ocidentais, o que incomodou a Rússia.

A herança compartilhada dos dois países remonta a mais de mil anos, a uma época em que Kiev, hoje capital da Ucrânia, estava no centro do primeiro Estado eslavo, a Rússia de Kiev, berço tanto da Ucrânia quanto da Rússia.

Em 988, Vladimir I, o monarca pagão de Novgorod e grão-príncipe de Kiev, aceitou a fé cristã ortodoxa e foi batizado na cidade de Quersoneso, na Crimeia. 

Aludindo a esse momento histórico, o líder russo Vladimir Putin declarou recentemente: "Russos e ucranianos são um só povo, um único todo".

No entanto, nos últimos dez séculos, a Ucrânia foi repetidamente invadida por potências rivais. Guerreiros mongóis do leste conquistaram a Rússia de Kiev no século 13.

No século 16, exércitos poloneses e lituanos invadiram o oeste. No século 17, a guerra entre a República das Duas Nações (Polônia e Lituânia) e o Czarado da Rússia deixou as terras para o leste do rio Dnieper sob controle imperial russo.

O leste ficou conhecido como a 'Margem Esquerda' da Ucrânia, enquanto as terras a oeste do Dniepre, ou 'Margem Direita', ficaram a mando da Polônia.

Mais de um século depois, em 1793, a Margem Direita (ocidental) da Ucrânia foi anexada pelo Império Russo. Ao longo dos anos que se seguiram, uma política conhecida como russificação proibiu o uso e o estudo da língua ucraniana, e os habitantes foram pressionadas a se converter à fé ortodoxa russa.

A Ucrânia sofreu alguns de seus maiores traumas durante o século 20. Após a revolução comunista de 1917, o país, como muitos outros, travou uma brutal guerra civil antes de ser totalmente absorvido pela União Soviética em 1922.

No início da década de 1930, a campanha de coletivização das fazendas promovida pelo líder soviético Joseph Stalin produziu uma grande fome que provocou a morte de milhões de ucranianos.

Conhecido como Holodomor, foi ato de genocídio do povo ucraniano, cometido pela liderança do Partido Comunista da União Soviética sob direção de Stálin no governo da URSS em entre os anos de 1932-1933, organizando uma fome artificial em massa.

Holodomor em ucraniano significa "matar pela fome" foi um período de fome na Ucrânia Soviética de 1932 a 1933 que causou a morte de milhões de ucranianos. 

Estimativas segundo alguns estudiosos dão conta que cerca de 12 milhões de ucranianos morreram.

A história se repete, sabemos como esta guerra começou mas, não sabemos como irá terminar.


A ELEGÂNCIA DO COMPORTAMENTO - Ênio Carvalho

Ênio Carvalho, de BH,  é engenheiro, palestrante, instrutor de PNL e também notável intelectual maçônico.

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.

É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.

É uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das maldades ampliadas no boca a boca.

É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz.

Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

É elegante não ficar espaçoso demais. É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais. É elegante retribuir carinho e solidariedade.

Sobrenome, joias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

Educação enferruja por falta de uso.

Seja a diferença, sendo quem você verdadeiramente é.

∴ Tenha um ótimo dia!!!

PNL, programação neurolinguística  uma extraordinária opção, confira : 

YouTube.com/eniocarvalhoinstrutor

março 01, 2022

MAÇONS NEGROS: UMA AGENDA PERDIDA










(transcrito do Jornal O Globo de 15.06.2003, 1º caderno, pág.7) 

Um dos capítulos mais memoráveis da história brasileira é a relação da maçonaria com a comunidade negra. A instituição dos pedreiros-livres teve (e tem) grandes quadros negros. Ela organizou a luta pela libertação do país em diversos momentos históricos – desde fins do século XVII, quando chegou ao Brasil – e se fortaleceu institucionalmente ao lutar por mais de 50 anos pela libertação dos escravos. 

Este ano, a lei que libertou os escravos completa 115 anos de existência, após ser assinada pela Princesa Isabel sob a influência dos ministros maçônicos do Império já enfraquecido pelo ideário republicano. Para se ter uma ideia, o famoso trio abolicionista do século XIX – os mulatos André Rebouças, José do Patrocínio e Luiz Gama – era composto de Maçons em lojas cariocas e paulistas. Foram eles que fundamentaram a cultura da libertação dos negros através de artigos, manifestos, atos públicos, conquista de adeptos para a causa e com discursos inflamados país afora. 

Com apoio maçônico, o trio afrodescendente ligou seus nomes definitivamente à causa da libertação negra. Essa luta contou com a participação, na época, de quase todas as Lojas Maçônicas espalhadas pelo país. 

Considerando um dos pioneiros da engenharia brasileira, Rebouças foi um dos maiores panfletários da causa negra na Escola de Engenharia do Largo de São Francisco, e criador de vários jornais abolicionistas. 

No mesmo ritmo de Rebouças, o jornalista José do Patrocínio percorria o país conclamando os Irmãos Maçons a aderirem, à causa da libertação. Já o advogado Luiz Gama, escrevia poesias e discursos de forte impacto para fortalecer a causa da libertação dos escravos. 

Tido como mulato, Rui Barbosa foi acusado de ter ordenado a queima de documentos referentes às origens dos escravos no Brasil, dificultando, com isso a recuperação da identidade afro-brasileira. 

No entanto, Rui Barbosa, como Maçom da Loja América, de São Paulo, talvez tenha produzido um dos documentos mais percucientes do movimento abolicionista. Em 7 de julho de 1868 na Loja América, Rui Barbosa leu o seu Projeto de Abolição, cuja cópia foi reproduzida em suas obras completas. Esse projeto, entre outras medidas, previa que: 

1. A Maçonaria, dali por diante, deveria lutar pela emancipação do escravo e criar meios para educa-lo para novas tarefas em nova sociedade, de fundo capitalista, onde o trabalhão era assalariado e não escravo; 

2. Todas as Lojas Maçônicas atuais e futuras não receberiam tal título se não adotassem a luta pela emancipação dos escravos; 

3. Todas as Lojas Maçônicas deveriam criar um fundo especial para comprar alforrias de crianças escravas e mesmo de adultos; 

4. Todas as Lojas Maçônicas deveriam criar escolas diurnas e noturnas para a educação dos ex escravos, como forma de reparação pelo crime de escravismo; 

5. A partir daquele momento ninguém seria iniciado na Ordem se tivesse escravos ou ligação com os traficantes.

Divulgado em outras Lojas, o Projeto de Rui Barbosa acabou influenciando as demais unidades maçônicas espalhadas pelo Brasil. No Amazonas, a Maçonaria comprou um jornal, assumiu a sua direção e passou a veicular a luta abolicionista através de artigos e estudos. No Ceará, o então governador Maçom Sátiro Dias, assinou decreto extinguindo a escravidão naquele Estado, em 1884. Foi o primeiro Estado brasileiro a libertar os negros, quatro anos antes da Lei Áurea. 

Passados 115 anos da libertação, a situação da comunidade negra permanece inalterada. A agenda dos Maçons negros, subscrita por Rui Barbosa, Rebouças, Gama, José do Patrocínio, Nabuco de Araújo, Pimenta Bueno Euzébio de Queiroz e outros nomes de destaque, foi perdida. Essa agenda pedia que fossem implementadas para o ex escravo a reforma agrária, educação integral, criação de centros de saúde, políticas especiais para crianças, qualificação de mão-de-obra, desenvolvimento comunitário – reivindicações tão comuns nos dias de hoje.

CONSCIÊNCIA MAÇÔNICA - Newton Agrella



Newton Agrella é escritor, tradutor, um dos mais notáveis intelectuais da maçonaria no Brasil



Ao nos referirmos à chamada Maçonaria Especulativa, cabe registrar que a mesma enquanto filosofia e instituição progressista e evolucionista  exulta prioritariamente a consciência e o trabalho interior e pessoal.

Ainda como filosofia, ela demanda discernimento e cultura.

O trabalho interior impõe um movimento subjetivo. 

O "reconhecido maçônico" não é status a ser apreciado pelo que os outros dizem ou comentam.  

A rigor esse reconhecimento é  refletir  aquilo que somos em nossa própria consciência.

Nossa lavra intelectual, espiritual e filantrópica perante o Grande Arquiteto do Universo, bem como nossa própria liberdade de pensamento é que sedimentam  essa relação que podemos denominar "Consciência Maçônica".

Os Dicionários Etimológicos apontam que a origem da palavra Consciência  advém do termo latino "conscientia" de "consciens" - presente do verbo "conscire" = estar ciente (cum = com, partícula de intensidade e scire = sei).

Encontra-se ainda uma possível raiz formada de junção de duas palavras do Latim: conscius+sciens: conscius (que sabe bem o que deve fazer) e sciens (conhecimento que se obtém através de leituras; de estudos; instrução e erudição)

Resumidamente Consciência significa: a capacidade e a disposição humana de vivenciar, experimentar ou compreender fragmentos ou a totalidade de seu mundo interior.

É o sentido ou percepção que o ser humano possui do que é moralmente certo ou errado em atos e motivos individuais.

É sob essa égide que a "Consciência Maçônica" se estabelece, como uma legítima ferramenta de ligação e de caráter evolutivo entre o Homem e o Universo.



AS COLUNAS DO TEMPLO E A REPRESENTAÇÃO SIMBÓLICA NA LOJA



 “O templo representa o Universo que é o Templo de Deus, cuja contrapartida é o corpo do homem. 

No interior do Sagrado Templo há uma câmara destinada à reunião geral para estudar as obras de Deus. 

E  a câmara interna é o sol do Templo, o lugar santo onde mora a Presença de Deus: a Loja. (...)

Tudo isso quer dizer que, como o Universo não tem limites e é um atributo de Deus que abarca tudo, assim também a Loja, o “Logos”, o Cristo dentro do homem, por definição não tem limites, está dentro e fora e tudo o que é feito por Ele foi feito.”... 

(Adoum, Jorge; GRAU DE APRENDIZ E SEUS MISTÉRIOS, ed. Pensamento - 1993.)

Já  esmiuçamos em trabalhos anteriores a forma da Loja, citando o Templo de Jerusalém como imagem e representação do Universo e todas as  maravilhas da criação.

A Loja representa a superfície da terra com os quatro pontos cardeais:  Oriente Ocidente (“caminho da luz”), Norte e Sul, sua largura; com terra, fogo e água sob nossos pés, e ar sobre as nossas cabeças, acima das quais representa o teto da Loja um céu estrelado, símbolo de um mundo imaterial. 

Sustentada por três CCol.’., a Loja de Aprendiz é governada pelo VM.’., fonte e fundamento da SABEDORIA em sua Loja, e pelos IIr.’. Primeiro e Segundo Vigilantes, que representam as CCol.’. da FORÇA e da BELEZA, respectivamente.

No significado histórico e filosófico das três CCol.’., a sabedoria jônica venceu a força espartana (dórica) e, quando ato e potência se equilibraram, surgiu a beleza, que se completou mais tarde, já na época helenística, ensejando a perfeição da coluna coríntia e completando o ternário, o qual, por sua vez, viria a repercutir em toda a história da humanidade.

É regra colocar as CCol.’. sobre o Altar das três luzes (VM.’. e VVig.’.), cada qual com sua coluna correspondente,  figuradas nos Altares por Pilares.

O Pilar da SABEDORIA no Oriente; no Setentrião, o Pilar da FORÇA e no Sul, o da BELEZA.

Representam o complemento de tudo, uma vez que SABEDORIA, FORÇA e BELEZA retratam os três aspectos da Criação:

_O Idealizador, o G.’. A.’., Aquele que imagina a perfeição e assim torna perfeita essa imagem;

_a Potência, que constrói a perfeição de Si, ou a que nos sustém em nossas dificuldades;

_e a Qualidade de quem Se reconhece na própria obra e ali contempla a própria perfeição.

Que possamos então bem compreender que a Sabedoria cria, mas quem sustém é a Força e que ambas valor não teriam se não houvesse a Beleza para adornar e ser atraente.

O conjunto da obra é mais importante que as partes por si só.

Assim como nós em nossas Lojas...

Bom dia meus irmãos e um bom feriado de Carnaval para todos.

(autor desconhecido)

O SUMO SACERDOTE NA TRADIÇÃO JUDAICA - Leibel Gniwisch

 


O Cohen Gadol, Sumo Sacerdote, mantinha a posição mais sagrada no Judaísmo. Seu cargo estendeu-se no decorrer da história, desde Aharon nos tempos antigos até a destruição do Segundo Templo. Seu trabalho era fiscalizar o serviço no Templo e agir como líder espiritual para o povo judeu. Sua responsabilidade mais proeminente era entrar no Santo dos Santos em Yom Kipur – quando o tempo, pessoa e local mais sagrados convergiam.

Os Antigos Sumo Sacerdotes

Quando o Tabernáculo foi construído no deserto, tornou-se necessário nomear um Sumo Sacerdote para fiscalizar seu serviço. Originalmente Moshê seria designado a assumir o cargo, mas segundo algumas tradições,1 ele perdeu aquele direito quando inicialmente se recusou a ser o mensageiro de D'us para libertar os judeus do Egito.

Embora suas intenções fossem puras – ele queria evitar ofender seu irmão mais velho aceitando o cargo mais prestigioso – sua hesitação demonstrou que a honra de Aharon era mais importante para ele que a ordem de D'us. Isso o tornou impróprio para o Sumo Sacerdócio, um cargo que necessitava de total subserviência ao Todo Poderoso,2 e Aharon se tornou o primeiro Sumo Sacerdote em seu lugar.

O Sumo Sacerdócio era para ser transmitido de pai para filho a menos que o filho fosse incapaz de servir.3 Com o falecimento de Aharon, o cargo foi assumido por seu filho Eleazar.4 Então, Pinchas, filho de Eleazar, tomou o manto e atuou durante a conquista de Israel da Terra Prometida.5

A família de Pinchas estava destinada a manter o Sumo Sacerdócio como uma recompensa pelo seu justo zelo.6 Aquele privilégio foi revogado, porém, e dado aos descendentes de Ithamar, o filho mais novo de Aharon, como resultado de dois erros graves que Pjnchas cometeu durante o reinado de Jephtha (988-982 AEC).7 O primeiro Cohen Gadol conhecido da família de Ithamar foi Eli, que atuou no Tabernáculo ao final de seu tempo em Shilo.8

Após sua destruição em Shilo, o Tabernáculo foi reconstruído em Nob {durante 13 anos9) e Guibeon {durante 44 anos10), e por fim substituído pelo templo do Rei Shlomo em 832 AEC.11 O primeiro Cohen Gadol a servir no Templo foi Zadok,12, um descendente de Pinchas.13 O Sumo Sacerdócio permaneceu em sua família até a construção do Segundo Templo.

Sumos Sacerdotes durante o Segundo Templo: Uma Rosa Entre os Espinhos

Embora o Primeiro Templo tenha contado com apenas 18 Sumo Sacerdotes durante seus 400 anos,14 mais de 300 atuaram durante os 420 anos do Segundo Templo!15 Vários foram justos, e seus serviços combinados por 141 anos. Proeminentes entre eles:

Yehoshua o filho de Jehozadak, o primeiro Cohen Gadol do Segundo Templo.

Shimon, o Justo, marcado como o último dos Homens da Grande Assembleia.16 Quando Shimon encontrou Alexandre, o Grande, em seu caminho para atacar o Templo, Alexandre se prostrou e prometeu tratar os judeus benignamente, explicando que antes de toda batalha ele tinha uma visão de Shimon liderando suas tropas para a vitória.17

Yishmael Ben Pabi, cuja morte foi dita ter terminado com o esplendor do Sumo Sacerdócio.18

Yohanan que liderou o povo judeu fielmente durante 80 anos e subsequentemente se tornou um Saduceu. A história de Yohanan inspirou o adágio:19 “Não tenha certeza de si mesmo até o dia em que você morrer.”20

A ascensão de Antiochus IV Epiphanes ao trono Selêucida em 175 AEC marcou o início do fim do verdadeiro Sumo Sacerdócio. Onias III, descendente de Zadok, atuava como Cohen Gadol na época. Uma vítima de falsas acusações, Onias foi deposto e substituído pelo seu irmão helenizado, Jason, que prometeu a Antiochus pagamentos de impostos mais altos dos judeus e uma secularização do serviço judaico mais sagrado. Poucos anos depois, Menaulus, um não-Cohen da tribo de Benjamin, prometeu a Antiochus uma grande soma de dinheiro pela posição de Cohen Gadol. Seu desejo foi concedido com a ajuda do exército Selêucida.21

Assim começou a prática de comprar o Sumo Sacerdócio do governo que continuou {com algumas exceções) durante a época Hasmoneana e a soberania romana. Isso explica o número extremamente alto de Cohen Gadols durante esse periodo(cerca de 285 em 279 anos), pois a maioria morreu quando entrava no Santo dos Santos em Yom Kipur.22 Muitos daqueles Sumo Sacerdotes ignoravam as exigências de seus cargos, e alguns eram saduceus que zombavam da prática religiosa aceita.

A Mishná 23 exigia que os sábios perguntassem ao Cohen Gadol se ele já havia aprendido como realizar o serviço de Yom Kipur; outra Mishná tem o voto do Cohen Gadol de que ele realizaria adequadamente a cerimônia do incenso. Os saduceus eram da opinião de que o ritual tinha sido mal interpretado pelos rabinos e havia certo risco de que o Cohen Gadol fosse seguir o método dos saduceus.24

O último Cohen Gadol do Segundo Templo foi Pinchas Ben Shmuel de Havta {68-70 EC) que foi colocado no cargo pelos zelotes durante o cerco romano a Jerusalém. Em vez de olhar para as prestigiosas famílias sacerdotais por um sucessor valioso. Os zelotes escolheram Pinchas por sorteio de dados. Este desrespeito pelo sagrado oficio foi deliberado; os zelotes pretendiam enfraquecer a autoridade do Cohen Gadol para que eles pudessem manter o poder.25 Alguns dizem que Pinchas era um pobre cortador de pedras que precisava de ajuda financeira de seus colegas sacerdotes, enquanto outros declaram que ele era independente e rico.26

A destruição do Segundo Templo trouxe um final abrupto para o cargo de Sumo Sacerdote

O Papel do Sumo Sacerdote: A Ocupação Mais Sagrada

No Tanach, o Cohen Gadol é chamado “o sacerdote chefe”27 e “supervisor da Casa de D'us.”28 Ele estava no topo de uma vasta cadeia de comando, encarregado de dirigir as operações no Templo. Por exemplo, quando artefatos sagrados precisavam ser selados para protegê-los de profanação, o selo do Cohen Gadol era a marca final da aprovação.29 Seu dia começava com a oferenda diária de farinha: uma isaron30 de farinha, fervida e assada em 12 pães. Seis eram queimados sobre o altar na manhã e os outros seis eram queimados à tarde.31

O Talmud Yerushalmi registra que muitos Sumos Sacerdotes participavam ativamente na totalidade do serviço diário do Templo, enquanto outros eram escolhidos para aceitar uma carga de trabalho menor.32

Os Urim e Thumim

Quando uma decisão de importância nacional era necessária, o Sumo Sacerdote era consultado. Dentro da dobra do peitoral do Sumo Sacerdote estavam os Urim e Thumim (luzes e perfeições), que serviam como um oráculo, uma resposta divina se o povo judeu deveria ou não assumir um certo rumo de ação.

Em Prece

O Cohen Gadol também atuava como líder espiritual do povo judeu e era seu principal advogado em suas preces. Durante a era do Templo, pessoas que cometiam assassinato sem intenção eram exiladas nas cidades de refúgio até que o Sumo Sacerdote morresse, e então poderiam retornar a seus lares.

O Talmud relata que a mãe do Cohen Gadol fornecia alimento e roupas àqueles ali abrigados, para que eles não rezavam pela morte de seu filho e dessa forma apressar seu retorno para casa.34 Seus temores não eram infundados. As preces do Sumo Sacerdote em prol do povo judeu deveriam ter impedido os assassinatos involuntários, mas o fato de terem ocorrido é considerado sua falha.35 Por causa da sua posição de liderança e possível arrogância, os sábios obrigavam o Sumo Sacerdote a curvar-se no início e no final de cada bênção na Amida.36

O Serviço de Yom Kipur

O serviço de Yom Kipur espelhava o serviço típico das festas com os dois sacrifícios diários, incenso duas vezes ao dia, oferendas especiais das festividades, e o acendimento da menorá. Além disso, oferendas de expiação eram levadas para o Sumo Sacerdote, sua família, os sacerdotes, e a nação como um todo. Em Yom Kipur, no entanto, o Sumo Sacerdote era requisitado a cumprir sozinho todos os serviços.37 Uma oferenda adicional de incenso também era trazida; esse era o único serviço realizado no Kodesh HaKodashim, Santo dos Santos.

A princípio, quando o Sumo Sacerdote confessava na frente das pessoas, ele pronunciava o nome de D'us em sua forma original. Por fim, nas gerações posteriores eles foram forçados a ocultar seu pronunciamento nos cantos harmoniosos para que as pessoas não fizessem mal uso do Nome divino.38 Existia um grupo privilegiado de sábios que sabiam o nome; eles informavam somente os sacerdotes a quem consideravam merecedores.39

Quando Shimon, o Justo, morreu, os sacerdotes não usaram mais o nome pleno de D'us para abençoar o povo.40

Somente um Cohen Gadol casado tinha permissão de trabalhar no Templo em Yom Kipur. O Zohar41 explica que um homem solteiro é considerado manchado num nível de alma [pois ele contém somente metade da alma, a outra metade reside em sua alma gêmea) e assim, não pode servir neste dia sagrado.

As Vestes do Sumo Sacerdote: Vestido para a Glória

O Sumo Sacerdote usava oito vestes: quatro vestidas pelos outros sacerdotes, e quatro únicas a ele.42 A tradição judaica ensina que cada veste servia para expiar um pecado diferente43 e eram para honrar e glorificar aqueles que as vestiam.44

Todos os sacerdotes usavam:

Turbante (mitznefet ou migba’at). Um pano branco, com 16 cúbitos, de linho ao redor da cabeça.

Cinto (avnet). Com trinta e dois cúbitos de comprimento, feito de uma combinação de linho branco e azul, vermelho, e lã roxa.

Túnica (ketonet). Feita de linho branco, era medida pela altura do indivíduo e comprimento do braço de cada sacerdote, para garantir que suas mangas chegassem até o pulso e a barra escondesse o tornozelo.

Calças (michnatsayim). Feita de linho branco; medida acima do umbigo até o joelho de cada sacerdote.

Somente o Sumo Sacerdote vestia:

Avental (efod). Feito de lã azul, vermelha e lilás, linho branco, e filamentos de ouro, o avental ao redor das costas do corpo do Sumo Sacerdote, era amarrado na frente, e chegava aos tornozelos. Duas tiras saíam de trás, passavam sobre os ombros do Sumo Sacerdote, onde uma correia de ouro as conectava com o cinturão. Ao final das tiras havia duas pedras (avnei shoham) sobre as quais os nomes das doze tribos eram inscritos.

Peitoral (choshen). Um quadrado de meio cúbito, feito de lã azul, vermelha e roxa, tiras de ouro, e linho branco. Tiras de ouro eram costuradas no material que segurava quatro pedaços de pedras preciosas; eram doze no total, e sobre cada uma estava inscrita o nome de uma tribo.45 Os Urim e Tumim eram colocados dentro da sua dobra. Como era necessário que todas as letras do alfabeto hebraico fossem disponíveis para responder a uma pergunta feita aos Urim e Tumim, as palavras “AAvraham, Yitschac e Yaacov” e “shivtei y-h (tribos de D'us) também estavam gravadas sobre as pedras.46

Robe (me’il). Sem mangas, feito de lã azul, e vestido sobre a túnica e o cinto. Pequenos sinos e romãs pendiam do cinto.

Placa na testa (tzitz). Feitas de puro ouro, a placa tinha dois dedos de largura e ia de orelha a orelha. Era perfurada a cada lado,47 permitindo que uma tira de lã azul passasse por ali e fosse amarrada atrás da cabeça, colocando-a no lugar. Estava inscrita com as palavras “Sagrado para D'us.”48

Em Yom KIpur, o Sumo Sacerdote alternava entre usar as oito vestimentas inteiras e as quatro básicas. Além do cinto, que era feito de linho branco, as quatro vestes imitavam os sacerdotes comuns.49 As roupas brancas eram usadas durante os serviços que eram únicos ao Dia do Perdão (significando o passado limpo que Yom KIpur traz 50 .) As oito vestes (chamadas as “roupas douradas” na literatura judaica) eram colocadas quando realizavam os serviços comuns a todas as festas.51

A Nomeação do Sumo Sacerdote: Roupas, Óleo, e Pão Cozido

A Torá faz uma narrativa longa e detalhada da inauguração do primeiro Sumo Sacerdote. Os israelitas se reuniam no Tabernáculo, e Moshê – agindo como o Cohen Gadol Interino – levava uma série de sacrifícios, vestia Aharon e seus filhos com as vestes sacerdotais, ungia-os com óleo, e passava em suas orelhas, dedos das mãos e dedos dos pés.52 Aharon e seus filhos também levavam uma farinha inaugural que era para ser fervida, assada e frita antes de ser queimada sobre o altar.53

As únicas partes da cerimônia que estavam incluídas nas inaugurações subsequentes do Sumo Sacerdote eram a unção com óleo especial (shemen hamishchá), sendo vestidos com as oito vestes únicas ao Sumo Sacerdote, e a oferenda de farinha inaugural (minchat chinuch). Quando um Cohen Gadol se aposentava, se tornava ofendido ou morria, o Sanhedrin (a alta corte judaica) determinava se ele tinha um filho que fosse igual a ele em sabedoria e temor ao Céu. Se o temor ao Céu do filho era equivalente ao seu, ele seria apontado mesmo se fosse pequeno em sabedoria.54

Se o seu filho não era igual ou tinha outras ambições, o Sanhedrin procurava um candidato entre o restante dos sacerdotes. O termo Cohen Gadol se traduz literalmente como “o grande sacerdote”. O Talmud diz que ele deveria ser o maior sacerdote em piedade, força, beleza, sabedoria e riqueza. Se a corte encontrasse alguém que se encaixasse mas não tivesse dinheiro, os outros sacerdotes o tornariam afluente por eles mesmos.55

Durante sete dias, aquele nomeado para Sumo Sacerdote iria vestir as oito vestes, ser ungido com óleo, e servir no Templo Sagrado.56 Segundo outra tradição, ele não iria trabalhar no Templo até o sétimo dia.57 No sétimo dia, o nomeado queimava a oferenda de farinha inaugural – que era paralela à oferenda diária do Sumo Sacerdote (minchat chavitin) – e se tornava um pleno Cohen Gadol.

Durante o período do Primeiro Templo, após ler a profecia “O Eterno levará você e seu rei a quem você estabeleceu acima, a uma nação desconhecida a você,”58 o Rei Josiah via isso como um sinal ofensivo e queimou o óleo de unção, com medo que seria perdido.59 A partir de então, todos os Sumos Sacerdotes eram nomeados usando somente as oito vestes e a oferenda de farinha.60

A Conduta Pessoal do Sumo Sacerdote: Santidade e Pureza

Ser o indivíduo mais sagrado no Judaísmo vinha com algumas restrições. Como era necessário para as pessoas manterem a maior reverência por ele, o Cohen Gadol não podia ser visto tomando banho ou cortando o cabelo.61 Ele também era proibido de se tornar impuro fazendo contato com os mortos, mesmo quando fossem parentes que sacerdotes regulares podiam tocar.62

O Cohen Gadol era permitido de enterrar um meit mitsvá, um corpo morto que ele encontrasse na estrada enquanto caminhava sozinho. Se alguém mais estivesse com o sumo Sacerdote na hora, o outro indivíduo deveria fazer o enterro.63

Como o estado sagrado do Sumo Sacerdote superava aquele do sacerdote comum, suas restrições conjugais se estendiam além das deles também. Enquanto um sacerdote comum pode desposar uma viúva, o Sumo Sacerdote não podia desposar uma mulher que já tivesse sido casada ou tivesse tido relações conjugais.64

Além do rei, o Cohen Gadol era honrado além de qualquer pessoa no Judaísmo.65 Por exemplo, se alguém tivesse a possibilidade de salvar somente uma pessoa do cativeiro, o Cohen Gadol devia ser resgatado antes de qualquer outra. Interessante, isso se aplica somente se o Sumo Sacerdote for um erudito de Torá. A Mishná explica: “Um erudito de Torá de nascimento ilegítimo precede um Sumo Sacerdote ignorante.”66


E, igualada a honra concedida a um rei, a pessoa estava obrigada a ficar de pé quando via o Sumo Sacerdote até que ele deixasse seu campo de visão.67


Aharon na Cabala: O Atendente da Noiva


No casamento cósmico entre D'us (o Noivo) e o povo judeu (a noiva), Moshe e Aharon têm papéis opostos. Moshê, que representava a verdade suprema, devia ajudar o povo a ver a realidade Divina.


D'us não é afetado pelo tempo e espaço. Embora Ele tenha criado o mundo, sua produção não O mudou de maneira alguma. “Tu fostes [o mesmo] antes de o mundo ser criado; Tu és [o mesmo] desde que o mundo foi criado.68 Sob essa perspectiva transcendente, o mundo não é o que parece. Quando olhamos para fora da janela, não estamos vendo árvores e pássaros; estamos vendo D'us na forma de árvores e pássaros. Essa visão do mundo é toda abrangente. Se tudo é meramente uma extensão da unicidade de D'us, não há lugar para auto-centrismo ou até auto-percepção. Nossos conflitos e historias individuais se tornam de segundo plano numa realidade mais elevada que unifica todas as experiências numa única existência homogênea. Essa perspectiva é chamada “unidade mais alta”, e seu primeiro proponente foi Moshê, shushvina d’Malka, “o atendente do Noivo (D'us).”

Aharon, o primeiro Sumo Sacerdote, tinha uma abordagem diferente. O Zohar 69 refere-se a ele como shushvina dematrunita, “o atendente da noiva (o povo judeu).”

As circunstâncias particulares de cada pessoa eram importantes para ele. Ele queria que os judeus buscassem a D'us de dentro das suas experiências. Ele promoveu a “unidade mais baixa”, na qual a ocultação de D'us nos faz ver a criação como é. Apesar disso, nos esforçamos para elevar a nós mesmos lentamente, através de anos de trabalho, para dedicar nossas vidas mundanas ao serviço Divino.70

NOTAS

1. Zevachim 102a; Rashi, Shemot 4:14.

2. Tzeidá Laderech, Rashi, Shemot 4:14.

3. Rashi, Vayicrá 16:32; Mishnê Torá, Klei Hamicdash 4:20.

4. Bamidbar 20:28.

5. I Crônicas 9:20, Talmud Yerushalmi, Yoma 5:1. Veja também Shofetim 20:28.

6. Bamidbar 25:8; Zevachim 101b e Rashi lá. Rav Ashi diz que foi uma recompensa por manter a paz entre os israelitas que se estabeleceram na Terra e as tribos de Reuven e Gad, que ficaram do outro lado do Jordão. Veja Yehoshua 22:30.

7. Sua recusa em anular o voto de Jefté a respeito de sua filha (Shofetim 11:35) e sua incapacidade de evitar a guerra civil com os efraimitas (Shofetims 12).

8. Tanna Devei Eliyahu Rabá 11. O Tabernáculo estava em Shiló entre 1258–889 AEC. Se o reinado de Jefté terminou em 982, e Finéias era o Sumo Sacerdote na época, Eli teria ocupado essa posição no século final de Shiló.

9. Talmud Yerushalmi, Meguilá 1:12.

10. Zevachim 118b.

11. Melachim 6-7; data is do Seder Olam Rabá 15.

12. 29:22; Rashi e Radak, ibid. 5:36.

13.  5:30-34. O sumo sacerdócio foi devolvido à sua família por causa dos erros dos filhos de Eli em I Samuel 2: 22-24. Veja ibid. 35 e Tanna Devei Eliyahu Raba 11.

14. Yoma 9a. Veja Tosafot lá e Rashi, Radak para Crônicas I, 5:36 para números alternativos. Veja o apêndice do Talmud Yoma de Schottenstein vol. 1 para uma discussão abrangente sobre as opiniões divergentes.

15. Yoma loc. cit.

16. Avot 1:2.

17. Yoma 69a.

18. Sotá 49a.

19. Avot 2:4.

20. Berachot 29a.

21. II Macabeus 4-5.

22. Yoma 9a.

23. Yoma 1:3.

24. Ibid. 1:5. Os rabinos (fariseus) eram da opinião que o incenso deveria ser colocado nas brasas dentro do Santo dos Santos. Os saduceus argumentavam que ele deveria ser queimado na antecâmara (Heichal) e carregado para o Santo dos Santos enquanto ainda emitia fumaça. Talmud, Yoma 19b.

25. Josephus (Guerra dos Judeus, Livro IV §151-158).

26. Tosefta Yoma 1:6.

27. II Melachim 25:18.

28. I Chronicles 9:11; II Chronicles 31:13.

29. Talmud Yerushalmi, Shekalim 5:2. Uma passagem sobre isso: O Talmud relata que após a história de Chanucá, os macabeus não conseguiram encontrar uma jarra de óleo com o selo do Sumo Sacerdote intacto. Shabat 21b.

30. Medida igual a 10,5 xícaras ou 3 libras de farinha.

31. Mishnê Torá, Maassê HaCorbanot 13:2.

32. Yoma 1:2.

33. Bamidbar 27:21; veja tambémI Shmuel 5:23, 10:22 e 14:4.

34. Bamidbar 35:25; Mishnê Torá, Rotzeiach 7:8. Algumas razões são fornecidas para esta referência. O Talmud Yerushalmi (Yoma 7: 3) diz que a morte de um justo é expiada. Maimônides escreve em seu Guia para os Perplexos (3:40) que, após a morte do Sumo Sacerdote, o parente do morto não carregará mais má vontade para com o assassino, pois “É um fenômeno natural que encontramos consolo em nosso infortúnio quando o mesmo infortúnio ou um maior ocorre a outra pessoa. Entre nós, nenhuma morte causa mais dor do que a do Sumo Sacerdote.” Rashi (Bamidbar 35:25) diz que o Sumo Sacerdote deveria ter rezado para que tais mortes não ocorressem.

35. Makot 11a.

36. Berachot 34a.

37. Bamidbar 16; Mishnê Torá, Yom Hakipurim 1:1–2.

38. Talmud Yerushalmi, Yoma 3:7; Mishnê Torá, Yom Hakipurim 2:6. O Talmud não fornece um exemplo desse uso indevido. Há um antigo documento judaico chamado Toledot Yeshu que atribui os milagres de JC à sua apropriação do nome divino. Muitos estudiosos judeus proeminentes (Tosefot é um exemplo), no entanto, consideram esta fonte não histórica.

39. Kidushin 71a.

40. Yoma 39b.

41. Parte 3, 7b. Veja Likutei Sichot 17, pág. 176. Este é um contraste interessante com o mandato cristão de que os padres sejam celibatários. No judaísmo, o casamento é considerado sagrado e desejável.

42. Shemot 28:6–43; Mishná Yoma 7:5.

43. Zevachim 88b.

44. Shemot 28:2,40.

45. Rambam em Mishnê Torá, Klei Hamicdash 9:7 e Rashi em Shemot 28:21 opinam que a ordem das tribos nas pedras do peitoral é paralela à sua ordem de nascimento: Reuven, Shimon, Levi, Yehuda, Dan, Naftali, Gad, Asher, Izachar, Zevulum, Yossef e Beniamim. Outra tradição, trazida em Bamidbar Rabá 2:7, tem os filhos de Léa listados primeiro, seguidos pelo restante das tribos em ordem de nascimento: Reuven, Shimon,Levi, Yehuda, Izachar, , Zevulum, Dan, Naftali, Gad, Asher, Yossef e Beniamin.

46. Mishnê Torá loc cit. escreve que “shivtei y-h” foi escrito, mas o Talmud em Yoma 73b tem “shivtei yeshurun (Tribos de Yaacov).”Ver Kesef Mishnê ibid. para uma possível reconciliação. Mishnê Torá postula que os antepassados foram escritos na pedra de Reuven e "shivtei y-h" na de Beniamin. Outros (Chizkuni em Shemot 28:21 e Bachya em 28:15) dizem que as letras foram divididas entre todas as doze pedras.

Consulte Living Torá em Shemot 28:21do Rabino Aryeh Kaplan para uma discussão sobre quais pedras preciosas foram usadas.

47. De acordo com Rashi em Shemot 28:37, havia três perfurações: uma de cada lado e uma terceira na parte superior central. Este buraco também tinha uma tira azul inserida; era para se inclinar sobre o turbante do Sumo Sacerdote e se juntar ao outro atrás de sua cabeça.

48. O acima é baseado em Mishnê Torá, Klei Hamicdash 8–9.

49. De acordo com o Rabino Eleazar em Yoma 12b, o cinto do sacerdote comum também era de linho. Entretanto, a Lei Judaica apóia Rebi, que afirma que o cinto do sacerdote comum era feito de lã e linho coloridos. Mishnê Torá, Klei Hamicdash 8:1–2.

50. Yeshayahu 1:18, “Sejam seus pecados como o carmesim, eles podem tornar-se brancos como a neve; se forem vermelhos como lã tingida, podem se tornar como lã”.

51. Mishnê Torá, Yom Hakipurim 2:1.

52. Vayicrá 8.

52b - Horayot 12a.

53. Ibid. 6:13-14.

54. Mishnê Torá, Klei Hamicdash 4:20.

55. Yoma 19a; Mishnê Torá, Klei Hamicdash 5:1.

56. Raavad em Mishnê Torá, Klei Hamicdá 4:13.

57.- Mishnê Torá, Klei Hamicdá 4:13.

58.- Devarim 28:36.

59.- Governante do reino de Yehuda entre 649–609.

60.- Klei Hamicdash 5:3.

61.- Mishnê Torá, 

62.- Leviticus 21:11; Mishnê Torá, Avel 3:6. Um Cohen poderia tornar-se impuro por seus sete parentes mais próximos: pai, mãe, filho, filha, irmão, irmã solteira ou esposa. Vayicrá 21:2–3; MishnêTorá, Avel 2:7.

63.- Nazir 47b; Mishnê Torá, Avel 3:8.

64.- Vayicrá 21:13–15; Mishnê Torá, Issurei Biá 17:11 e Ishut 1:8.

65.- Vayicrá 21:10; Tosefta Sanhedrin 4:1.

66.- Horayot 13a.

67.- Jtalmud Yerushalmi, Bicurim 3:3.

68.- Rezas matinais.

69.- Parte 3, 20a.

70.- Baseado noTanya, capítulo 20; Likutei Sichot Vol. 7, pág. 298.

El rabino Leibel Gniwisch reside actualmente, junto con su esposa, en Brooklyn, Nueva York, donde recibió su ordenación rabínica. Ha enseñado derecho judío en varias escuelas de los Estados Unidos. Le apasionan los estudios y la escritura judía y espera publicar un libro algún día.

FONTE: Chabad.org

fevereiro 28, 2022

MAÇONS ALERTA, TENDE FIRMEZA...." - Roberto Ribeiro Reis




Roberto Ribeiro Reis  da ARLS Esperança e União 2358 de Rio Casca-MG é intelectual e poeta maçônico.


Em tempos de guerra, 

A nossa amada Terra 

Padece em aflição;

O ser corrompe a história, 

Nessa sedenta luta inglória, 

Permeada de ambição. 


Imbuído dum pseudo poder, 

O homem parece não temer 

O Malhete da luz Infinita;

Subjuga toda Soberania, 

Vis-à-vis a beligerante ousadia 

Que ao Anjo Caído imita. 


Passos tortos, sem esquadria, 

Afastam-no de sua harmonia, 

E o que se vê é a decadência;

O homem sem o compasso

Só vê a matéria, um reles devasso, 

Perdido em sua indecência.


Sinto um sentimento nefasto, 

O da pedra que já não desbasto, 

A prova cabal da incerteza;

Mister invocar a Sabedoria, 

A força e a União que, um dia, 

Substituirão o caos pela Beleza. 


Pra ser valorizar essa vida

Nossa postura aguerrida

Valer-se-á de mil sacrifícios;

Saber que todo atual sofrimento

Ensejará nosso Renascimento, 

Sem a nódoa de todos os vícios!


Vven⛬ Obreiros da Arte Real, 

Artífices do Bem (e nunca do mal) 

Unamo-nos em nome de um Amor Completo! 

Se hoje infeliz nos é a história, 

Saibamos vencer a triste memória, 

À Glória do Grande e Universal Arquiteto!