março 08, 2022

PLENITUDE FEMININA - Newton Agrella



Newton Agrella é escritor, tradutor, um dos mais notáveis intelectuais da maçonaria no Brasil


Ela é a dona do mundo.

Carrega, concebe, alimenta e educa.

Seja do campo, de casa, ou da empresa.

Ela é plena e eclética em toda a sua compleição.

Sabe e intui com a razão e o coração.

Traz na alma o discernimento do caminho a ser percorrido.

É muito mais sensível do que se possa imaginar.

Sua inteligência é incomparável

Seu olhar é profundo, tal qual as águas do oceano.

E sua percepção supera qualquer ensaio da filosofia.

Leva consigo o respeito e a dignidade como disposições humanas inalienáveis.

Erra como contingências que a vida impõe.

Mas corrige e acerta com uma propriedade única e natural de sua própria essência..

Todos os dias são dela.

Todos os filhos são dela, naturais, adotados, ou acolhidos pelo coração.

As decisões mais impactantes saem de seu cérebro e são o resultado de sua consciência.

Seu valor intraduzível não se pauta pela sua cor, sua etnia, ou  por qualquer de suas características físicas.

Ela é simplesmente Mulher !

Inteiramente compatível com  cada palavra do mesmo gênero  que com que ela se identifica:

Concepção, Luz e Vida.



MULHER... SEM IGUAL ! - Adilson Zotovici

 

Adilson Zotovici da ARLS Chequer Nassif-169 de S. Bernardo do Campo é notável poeta e intelectual maçônico

Nada concreto, eficaz,

Comparado ao Ser especial 

Do Grande Arquiteto, que apraz,

A” Mulher “, obra sem igual 


Mostrou ao mundo quão capaz 

Num enfrentamento frontal 

Por labor fecundo, vivaz   

Face o tratamento desigual 


Desde a aurora, arguta, audaz

Contra fome, guerra mundial

Como outrora a luta...“ Pão e Paz “   


Notável obra Divinal 

Tão nobre e quão perspicaz

Inefável qual  Arte Real !



março 07, 2022

RESUMO DAS ESCOLAS DE PENSAMENTO MAÇÔNICO


Escola Autêntica ou Histórica 

 Por este pensamento, as antigas tradições da Ordem foram minuciosamente examinadas à luz de registros autênticos ao alcance do historiador, principalmente sobre atas de Lojas e documentos legais e todos os registros acessíveis.

Como os registros escritos sobre Maçonaria especulativa, antecedem pouco ao seu renascimento em 1717, ao passo que as atas mais primitivas subsistentes de qualquer Loja operativa, pertencem ao ano de 1598, os defensores desta Escola, apontam como origem da Maçonaria as Lojas e Corporações da Idade Média, e supor que os elementos especulativos (símbolos, alegorias, etc.) foram enxertados posteriormente ao tronco operativo.

A escola admite que se aceitarmos o fato de que o simbolismo e cerimonial da Maçonaria é anterior a 1717, não há, praticamente , nenhum limite quanto a idade a que se lhe atribuir.

Por isso esta Escola não busca a origem dos Mistérios além dos construtores medievais;

Escola Antropológica ou Primitiva 

Esta Escola de pensamento está aplicando as descobertas antropológicas num estudo da história da Maçonaria e com notáveis resultados.

Os antropologistas reuniram uma vasta soma de informações sobre costumes religiosos e iniciáticos de muitos povos, antigos e modernos, e os estudiosos maçônicos tem encontrado neste campo uma série de sinais e símbolos, tanto dos graus especulativos como dos operativos, em pinturas murais, esculturas, gravuras e edifícios das principais raças do mundo.

Inclusive semelhanças de culturas e cultos em civilizações que não haveriam de ter tido contato físico.

Neste sentido, esta escola de pensamento, confere à Maçonaria muito maior antiguidade do que a atribuída aos históricos, bem como fazem analogias com os antigos Mistérios de muitas nações com cerimônias análogas às empregadas nas atuais Lojas Maçônicas.

Das investigações antropológicas resulta bem claro que, quaisquer que sejam os elos na cadeia de descendentes, nós, maçons somos os herdeiros de uma antiquíssima tradição que, por incontáveis tradições, tem estado associada com os mais sagrados mistérios do culto religioso.

Escola Mística ou Teológica 

Esta terceira Escola do pensamento maçônico, perquire os mistérios da Ordem de um ponto de vista do plano para o despertar espiritual e o desenvolvimento interior do homem.

Os pensadores desta filosofia, analisando suas próprias experiências espirituais, declaram que os graus da Ordem são símbolos de certos estados de consciência, que tem que ser despertados ao iniciado de forma individual se ele espera atingir e conquistar os tesouros do espírito.

Eles dão testemunho de outra natureza muito mais elevada acerca da validade de nossos ritos maçônicos, testemunho que pertence antes à religião do que à ciência.

O objetivo do misticismo é a união consciente com Deus e a Oficina visa retratar a senda para esse objetivo, oferecendo o roteiro que oriente a marcha do buscado do Supremo.

Tais seguidores estão mais interessados na interpretação do que na pesquisa histórica.

O objetivo é viver a vida indicada pelos Símbolos da Ordem para poderem atingir a realidade espiritual de que esses símbolos são sombras.

O método místico busca a união estática com o Supremo, através da oração e da prece.

Escola Oculta ou Esotérica

 O principal e distintivo postulado é a eficácia sacramental do cerimonial maçônico, quando devida e regularmente executado.

Assim talvez possamos chamá-la de escola sacramental ou oculta.

Pode ser definido como o estudo e conhecimento do lado oculto da natureza, por meio dos poderes existentes em todos os homens, mas ainda adormecidos na maioria da humanidade.

Esses poderes podem ser acordados e treinados no estudante oculto por longa e cuidadosa disciplina e meditação.

O escopo do ocultista é alcançar a união com Deus por meio do conhecimento e da vontade, treinar toda a natureza, física, emocional e mental, até que se torne uma perfeita expressão do divino espírito interno, e possa ser empregado como um instrumento eficiente no grande Plano que Deus criou para a evolução da espécie humana, que está representado pela Maçonaria pela construção do Santo Templo.

Para o ocultista é de grande importância a exata observância de uma forma, e pela utilização da magia cerimonial ele cria um veículo através do qual possa a luz divina baixar e difundir-se em auxílio do mundo, invocando, para isso, a ajuda dos Anjos, espíritos da natureza e outros habitantes dos mundos invisíveis.

Uma mesma Maçonaria pode ter a representação necessária à cada irmão que a compõe de modo a permitir seu bem estar e sua integração. 

Bom dia meus irmãos.

(Blog da Loja “Resplandecer da Fênix” no 255 - ano 2009)

O SEGREDO MAÇÔNICO E AS GUILDAS



Os maçons operativos guardavam segredos em torno de suas reuniões em Loja porque era nelas que, ao se oficializar a elevação de um aprendiz a companheiro, eram comunicados a “palavra do maçom”, os sinais secretos de reconhecimento e os segredos profissionais; sobre isso era exigido juramento de absoluto sigilo, pois dele dependia o sucesso profissional do grupo.

Com o correr do tempo, certamente como forma de melhor proteger aqueles segredos necessários, tornou-se secreto tudo o que ocorria no interior das Lojas operativas, inclusive seus mistérios, seus rituais e seu simbolismo.

Essa discrição sempre fez parte das tradições maçônicas das guildas medievais dos construtores das grandes catedrais góticas ou românicas, das suas pomposas sedes nas cidades de maior porte e dos muitos castelos, fortificações e residências.

Esses conhecimentos, que se guardavam a sete chaves e se transmitiam sob segredo, também conferiam importância social aos que os detinham e, obvio, ajudavam a concentrar o monopólio da arte de construir nas mãos dos mestres das guildas dos maçons.

Diz também a tradição que, entre outros itens, era mantido absoluto segredo sobre certas proporções dos projetos das catedrais, sobre o sistema de fechamento dos arcos e sobre a proporção do afinamento das pilastras e das colunas em direção ao topo. Havia assim uma espécie de segredo industrial como o que se pratica habitualmente nos dias atuais. Esses segredos visavam principalmente proteger a categoria profissional de possíveis construtores concorrentes e manter uma condição monopolista sobre os preços das construções.

As primeiras noções dessa ciência eram transmitidas aos aprendizes aos poucos, durante um longo aprendizado de sete anos, mas a parte mais importante só lhes era comunicada ao alcançarem o estagio dos companheiros.

Essa forma de segredo dos maçons medievais dificilmente poderia ocultar algo desaprovado pela Igreja porque as guildas medievais, como toda e qualquer associação de então, mantinham um vinculo muito estreito com o clero local que, como autoridade religiosa, sempre tinha livre todos os atos sociais que aconteciam em suas respectivas jurisdições. Funcionou também em todo aquele período medieval das guildas das artes e ofícios e o poderoso olho da Inquisição, ao qual nada podia fugir.

Na transição da Maçonaria medieval para a Maçonaria Moderna foi incorporada essa tradição de sigilo com todo o seu rigor medieval, e isso transparece claramente no Livro das Constituições, da Grande Loja de Londres, ao dedicar um capitulo especial a instrução dos irmãos quanto ao seu procedimento na presença de estranhos, no ambiente familiar, na companhia dos vizinhos, etc, recomendando especiais cuidados para não revelar nada que acontecesse em suas reuniões e atividades como maçons.

Vemos que o “segredo maçônico” em época alguma teve a intenção de encobrir tramas cavilosas ou atividades ilegais. O segredo e mantido na Maçonaria Moderna como elemento de união entre os irmãos, pois se sabe quando pessoas compartilham um segredo, qualquer que seja a sua natureza, cria-se entre elas um forte vinculo.

Atualmente o “segredo maçônico” se limita aos rituais internos das Lojas, a interpretação de seus símbolos e, principalmente, aos sinais de reconhecimento, pois sinal de reconhecimento não secreto não seria sinal de reconhecimento.

A opção pelo sigilo, desde que não se preste a ocultação de ilegalidades, e um direito de cada instituição.

(Texto extraído do site da Gr.’.Loj.’. Maç.’. do Estado de Mato Grosso)

março 06, 2022

O SOTAQUE NOSSO DE CADA DIA - Newton Agrella




Newton Agrella é escritor, tradutor, um dos mais notáveis intelectuais da maçonaria no Brasil


Se há um substantivo na Língua Portuguesa intrigante quanto a sua etimologia, e que está intimamente vinculado a questões linguísticas é justamente "sotaque".

Pois é, este mero vocábulo, na grande maioria das referências bibliográficas e nas análises vernaculares, via de regra, traz como "origem obscura ou desconhecida".

Porém, apesar disso, há uma clara e pedagógica explanação quanto ao seu significado.

O sotaque, sob o conceito de quando se refere a um mesmo idioma, representa a forma peculiar que as pessoas tem de pronunciar ou de articular e emitir determinados sons, também conhecidos gramaticalmente como "fonemas".

Esta peculiaridade se estende também para a maneira como se pronunciam determinados grupos de palavras.

Esse fenômeno linguístico é notadamente observado como característica própria de uma região, classe ou grupo social, etnia, sexo e até mesmo de fator etário.

Um dos aspectos mais interessantes quanto ao sotaque "dentro de um mesmo idioma", diz também respeito em especial, ao ritmo, à cadência, à entonação, à ênfase ou até mesmo quanto à distinção fonêmica.

A clareza e a maneira circunstancial com que determinados grupos linguísticos expressam e articulam as palavras, são amostras evidentes destas distinções fonêmicas.

É importante contudo registrar que o sotaque não significa falar corretamente ou não.  

Pelo contrário, trata-se de um fenômeno linguístico, cuja forma de pronunciar as palavras, frases e empreender seu próprio ritmo e entonação são fatores herdados da geografia, de condições climáticas, de influências trazidas de outros povos, de processos de colonização e até  mesmo de povos primitivos que já habitavam determinadas regiões.

No caso da língua portuguesa falada no Brasil, os sotaques são muitos, variando de região para região, até em razão das dimensões continentais do país e de seus diversos processos de influências externas. 

Sejam estes processos gerados por colonização, por invasões estrangeiras, por ondas de imigração dentre tantos outros.

Que dirá então, quando a comparação de sotaques se faz entre falantes de um mesmo idioma (no caso o Português) de diferentes países lusófonos, como Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau, Goa, Timor Leste e Macao.  

Aí então tudo fica mais complicado, pois além do sotaque, as diferenças linguísticas tornam-se ainda mais gritantes, chegando à beira de se tornarem quase que dialetos, se comparados entre si.

Ainda assim, e com uma dose de boa vontade, essas dissonâncias conseguem ser interinteligíveis.

Reitere-se que esta abordagem está sendo feita dentro do contexto de uma mesma ĺíngua, no parâmetro de um mesmo Idioma. 

E ainda assim, é algo passivo de profunda análise e considerações.

Vai por fim, uma consideração particular, isto é; não existe o melhor, o mais bonito, ou o mais erudito sotaque de um idioma. Isso é pura invencionice e subjetivismo sem qualquer base intelectual.

O que existe sim, é uma espécie de "tentativa de padronização de um sotaque", basicamente em função de aspectos midiáticos, que via de regra, obedecem a interesses econômicos, políticos, sociais e culturais.

O seu sotaque, o meu e o deles ou delas é simplesmente uma questão contingencial, que revela quão ampla e diversa é a condição humana de se fazer entender e de ser compreendida.

Um brinde à nossa Língua Portuguesa !!!


março 05, 2022

HAI KAI - INVENTANDO MODA - Heitor Rodrigues Freire

 


Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis e advogado, Past GM da GLEMS e atual presidente da Santa Casa de Campo Grande.

O hai kai, que é um tipo de poema curto de origem japonesa, é bastante diferente de outros tipos de poemas porque sua forma e disposição na página diferem do modelo literário tradicional. 

Hai kai é um vocábulo composto por duas palavras da língua japonesa: hai,  brincadeira, gracejo; e kai, harmonia, realização. O poema se constitui de dois elementos: concisão e objetividade.

O modelo tradicional japonês possui uma estrutura específica composta por três versos, formados por 17 sílabas poéticas na forma 5-7-5. Embora seja essa sua estrutura original, o hai kai foi se modificando com o tempo. Alguns poetas não seguem esse padrão. No Brasil, destacaram-se como representantes do hai kai o grande escritor e cartunista Millôr Fernandes, os poetas Paulo Leminski e Guilherme de Almeida, entre outros. O que se observa é que o padrão original foi sendo abandonado e a criatividade de cada artista criou um hai kai brasileiro, se assim podemos definir.

Na busca da minha identidade interior, já encontrei em mim rastros de quatro etnias, paraguaia, judaica, árabe e japonesa. Provavelmente vem daí o fato de eu ter sentido uma afinidade imediata com o hai kai – o que me despertou a vontade de também cometer os meus próprios hai kais.

Aqui vai a minha primeira produção:

Começando a inventar moda

Aprendendo com hai kais  

Pra variar o assunto.


O sabiá já está cantando

É sinal que está namorando

Cantemos o amor.


A primavera chegou

Com ela as flores e o amor

Amemos todos.


Hoje choveu muito

Foi aguaceiro pra todo lado,

Molhou tudo.


A felicidade é um tema

Que galvaniza os pensamentos

E sentimentos do ser humano.


Todos buscam uma definição

Para a felicidade, no tempo

E no espaço.


Felicidade busca incessante,

É mutável, varia muito

Depende de cada um.


Felicidade, como tudo

Depende da evolução e entendimento

De cada um.


Felicidade na minha caminhada,

Aspiração da minha existência,

Ao longo da minha estrada.


Beleza é fundamental,

Não é somente uma cara bonita,

Que se manifesta num sorriso.


Felicidade é acima de tudo,

A alegria de viver, sorrindo sempre

Um tom de voz e um abraço.


Na vida não há 

Recompensa nem há punição,

Apenas consequências

A vida é constituída pelo tempo,

O tempo passa sem que muitas vezes percebamos.

Quando se vê, já passou.


As pessoas são como são,

Como se fizeram, ao longo de suas existências

Enriquecendo o seu ser.


O que é necessário a cada um

É não se deixar levar por ilusões nem falsas orientações,

Pois cada um já traz a melhor direção para si.

 

A grande finalidade da vida

É exatamente descobrir-se a si mesmo

Como ser infinito, que cada um é.

 

Brabeza não ganha jogo,

É falta de segurança, que busca na agressão

A firmeza que não tem.


Brabeza não ganha jogo,

Nem garante resultado, não ganha respeito

Nem conquista posições.


Brabeza não põe mesa,

Não faz amigos, não fica bem.

Por isso, vivamos em paz.

Quando se faz algo com consciência,

Amor, entendimento, alegria e aceitação,

Tudo fica bem.


Estar de bem com a vida

Ante o céu azul iluminado pelo sol brilhante,

É agradecer ao Supremo Criador.


Despertar para o novo dia,

É agradecer pelas bênçãos que recebemos,

E pelas dádivas de que desfrutamos.


Estar com a família reunida no lar

Sacrossanto da espiritualidade, desperta 

O espírito da gratidão.


Vida, manifestação maior do amor de Deus,

Momento sublime ao nascer, luz, alegria,

Momento supremo ao morrer.


Movimento, crescimento, evolução, êxtase,

Conhecimento, experiência, sabedoria, evolução espiritual,

Mudança para um novo grau.


Momento divino, a união com outro ser

Que é a manifestação do amor e da continuidade.

Sentimento de parceria com Deus.


Inteligência e vontade, momento de inspiração,

Serenidade, concentração, oração verdadeira,

União com o Pai Altíssimo.


Hoje, eu fico por aqui.


SINDICÂNCIA: INSTRUÇÃO E APTIDÃO - Ir.´. José Maurício Guimarães


Nos meu momentos de folga, estive pesquisando sobre os requisitos obrigatórios para alguém pretender ser iniciado na Maçonaria. No Regulamento Geral da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, entre outros dispositivos da Constituição, deve ter o candidato "instrução suficiente para a compreensão e a prática dos ensinamentos maçônicos". 

Nas demais Potências e Obediências regulares são igualmente requisitos: "estar o candidato apto a apreender conhecimentos litúrgicos e filosóficos" ou "ter inteligência e capacidade de discernimento suficientes para o entendimento e aplicação dos princípios maçônicos". 

Comecei a pensar se não é nesse ponto que se demonstram ineficientes grande parte das sindicâncias. 

Um candidato pode ter meios de subsistência para cumprir os encargos financeiros da Ordem; pode ter profissão e meio de vida lícitos e reputação ilibada e, apesar disso, não estar apto para a compreensão dos ensinamentos maçônicos, nem ter capacidade de discernimento para a prática deles. 

Mesmo nos requisitos de foro íntimo, um candidato pode declarar que "crê num Ser Superior e na imortalidade da alma", enquanto essas declarações escritas não encontram ressonância em seu interior.

É impossível para o sindicante certificar-se disso. Seguramente não são os fatos de um maçom perder os meios de subsistência ou deixar de crer na imortalidade da alma que trazem as piores consequências para a Maçonaria. 

A vida tem seus percalços e ninguém está livre de viver uma crise financeira. Do mesmo modo, questionar e duvidar é próprio da natureza do homem, variando a crença, a fé e a ciência na medida em que a busca e a transformação de si mesmo prossegue (princípio da complementaridade no papel do observador na mecânica quântica).

O que traz as piores consequências para as Lojas, e consequentemente para a Maçonaria, é descobrir-se, após a iniciação, que aquele homem não tem a inteligência nem a capacidade suficientes para a compreensão a prática e dos ensinamentos maçônicos. Quando digo inteligência, refiro-me ao conjunto de funções psíquicas (e psico-fisiológicas) que contribuem para o conhecimento e apreensão da natureza das coisas e captação do significado dos fatos. 

Não estou falando de cultura. Se pudéssemos abrir a cabeça de uma pessoa, olharmos lá dentro e mensurar o quantum de aptidão e entendimento existe, seria tudo mais fácil. Até o coeficiente de moralidade seria detectado numa radioscopia computadorizada. Não precisaríamos de sindicantes. 

Todavia, mesmo as sindicâncias são incapazes de prever qual entendimento aquele homem terá sobre Maçonaria, o que ele realmente espera de uma Loja e quais serão seus atos no futuro. Estamos sempre jogando no escuro, esta é a verdade. 

No passado houve homens inteligentes com ideias "a seu modo", que quase precipitaram Lojas e Potências no abismo. Só não o fizeram porque o povo maçônico pensa com acerto quando pensa em conjunto. 

É comum encontrarmos maçons de longa data praticando uma "maçonaria à moda da casa" deles - do jeitão deles, com interpretações bizarras do simbolismo e da ritualística. São, na maioria dos casos, boas pessoas e cidadãos exemplares. Mas torcem a Maçonaria para que ela atenda ao seu próprio "modo de ver a vida", sendo que o maçom é que tem de contorcer-se para se adaptar aos critério da vida iniciática. 

As crises internas da Maçonaria, as cisões, a divisão nas Lojas e a constante demanda aos órgãos judicantes nascem exclusivamente da falta de instrução e da incompreensão dos ensinamentos maçônicos, assim como das reiteradas falhas na prática dos mesmos. 

Em primeiro lugar, o Venerável Mestre de uma Loja é o primeiríssimo responsável por sindicâncias bem feitas, pois escolhendo os sindicantes mais perspicazes, a Loja será capaz de melhor diagnosticar o candidato que se lhe apresentam. 

Em segundo lugar, o Venerável Mestre de uma Loja é o primeiríssimo responsável por instruções bem ministradas e pela supervisão dos trabalhos apresentados para aumento de salário. 

Chega, já apontei os problemas. Passo agora às possíveis soluções: 

1) Um candidato poderia receber um livro ou artigo sobre Maçonaria (de caráter público, evidentemente) e, a posteriori, ser interrogado, numa das sindicâncias, a respeito de suas impressões sobre o texto. São falaciosas as sindicâncias que representam meras visitas, com cafezinho (um bebida talvez...) - doces e guloseimas, como olhares furtivos para a qualidade dos móveis da sala-de-estar ou uma espichada de pescoço ("pescoçada") até à garagem para ver o modelo e o ano do automóvel do candidato. 

2) Depois de iniciado, os temas para trabalhos de aumento de salário deveriam priorizar o questionamento da repercussão da instrução na vida do Aprendiz ou do Companheiro. Por exemplo: "o compasso - como seu simbolismo tem afetado ou modificado sua vida pessoal e/ou profissional?" Desta forma estaríamos aquilatando o nível de instrução e compreensão dos ensinamentos maçônicos. 

A maioria dos trabalhos que tenho ouvido em Loja são meras cópias dos rituais e das instruções; o neófito apenas assina a cópia no final da página sem compreender a função transformadora do simbolismo. Isto é, no mínimo, um abuso contra os direitos autorais dos detentores do Rito! 

Trabalhos para aumento de salário têm por objetivo averiguar a aptidão de apreender Maçonaria e não a esperteza de copiar [copy] e colar [past]. 

O que temos presenciado é a bateria de alegria após esses plágios. Se quem pede aumento de salário não escreve de moto próprio, que permaneça recebendo o mesmo salário até estar apto a a apreender conhecimentos litúrgicos e filosóficos e passar para outra coluna. 

Afinal de contas, quem pretende ser elevado ou exaltado é também candidato. Em Maçonaria não pode existir mais-ou-menos. Do contrário estaremos condenados a ser mais-ou-menos justos e mais-ou-menos perfeitos. Como se diz por aí, "era o que continha"... ou melhor: é o é o que contém.

março 04, 2022

O PROTAGONISMO DO EMBURRECIMENTO - Newton Agrella

 


Newton Agrella é escritor, tradutor, um dos mais notáveis intelectuais da maçonaria no Brasil


Algo que assusta e que causa uma apreensão desmedida é o contínuo processo de emburrecimento que as pessoas estão sofrendo em todo o mundo.

A despeito do emprego da chamada alta tecnologia, assistências online, dispositivos e aplicativos, bem como a instauração de uma linguagem virtual e propositadamente impessoal, somado ao prolífero uso de expressões da língua inglesa - como se isso simbolizasse algum status -  o que se percebe sistematicamente é o  descompromisso incessante com o exercício intelectual. 

As imposições de ideias e o dogmatismo contido nas pressupostas linhas de raciocínio "express" , na realidade têm se constituído em agentes depauperados da capacidade de pensamento humano.

Deparamo-nos a cada pouco com imagens, vídeos e áudios em que a pseudo tentativa de nos levar a uma elevação cultural, ou prestar-nos algum tipo de contribuição filosófica, quanto a maneira de interpretar a nossa existência e os valores que nos cercam, simplesmente caem num vazio e numa inconsistência estéril sem igual.

O processo de emburrecimento, por exemplo, se torna algo evidente quando o próprio sistema educacional desestimula a leitura e principalmente o abandono da forma maior e consagrada da escrita; ou seja, a "escrita cursiva", na qual a experiência de escrever de próprio punho, sentir o lápis e a caneta, estabelecer uma real conexão com o cérebro, estimular a elaboração de uma frase e a sensação única da criação, ficam relegadas a um segundo plano.

Não se propõe aqui, retroceder no tempo. Em absoluto.

O que se evidencia sim, é o indisfarçável proselitismo da digitação em teclados de notebooks e smartphones. 

O que de algum modo, tem auxiliado no elevado índice de analfabetos funcionais, que mal conseguem ler e escrever, mas que pior que tudo isso, acham-se destituídos de toda e qualquer capacidade de "interpretar um texto", bem como alijados de qualquer poder de argumentação, quando se vêem diante de um livro ou de qualquer peça literária.

Seja em qualquer âmbito cultural, e inclua-se aí a própria Maçonaria, o que se observa é a escassez de textos e de propostas que legitimem a Arte de Pensar, Refletir, Ponderar e Elaborar o Espírito Crítico, com bases consistentes e intransferíveis, em favor da evolução humana.

É óbvio que a tecnologia é uma aliada do progresso da humanidade, porém a cultura e a intensidade do pensamento intelectual é o alimento que nutre a Alma e o Espírito em consonância com o aprimoramento da própria Consciência.

Evoluir demanda entrega, esforço e determinação, enquanto emburrecer é meramente uma questão de acomodação.



MARTINISMO - Nicola Aslan




Sociedade iniciática de tendências cristãs, ligada ao Iluminismo e fundada em 1775 por Louis-Claude de Saint-Martin, discípulo de Martinez de Pasqually e chamado “o Filósofo Desconhecido”. 

Os componentes desta escola pretendiam professar um cristianismo depurado, procurando elevar a alma da contemplação do homem e da natureza ao seu princípio comum, Deus.

Depois de longos anos de adormecimento, foi iniciado por Heri Delage, em 1880, um organismo sob a denominação de Ordem Martinista, que foi renovada pelo Dr. Encausse, mais conhecido sob o seu nome esotérico de Papus, que, em 1891, foi o promotor do Supremo Conselho, o qual reuniu nomes de ocultistas e Maçons que tiveram grande celebridade na época, principalmente através de suas obras. 

À Ordem Martinista agregaram-se várias organizações maçônicas consideradas irregulares, entre elas o Rito Mênfis-Misrain.

(Nicola Aslan, in Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia).

MESTRE INSTALADO É GRAU - autor desconhecido




A Maçonaria mundialmente reconhecida é composta apenas pelo franco maçônico básico, isto é: Aprendiz, Companheiro e Mestre. Graus acima dos citados são particularidades dos ritos. Existem também as conhecidas Ordens de Aperfeiçoamento da maçonaria inglesa, também conhecidas por “side degree”.

Nenhum grau acima do terceiro ou o avançamento nas Ordens de Aperfeiçoamento fazem qualquer rito, ou maçom, melhor do que o outro, já que a plenitude maçônica na Moderna Maçonaria se encerra com a Lenda do Terceiro Grau.

O Mestre Instalado não é Grau, porém um título distintivo daquele que legalmente eleito, ou conduzido por linha sucessória, ocupa a presidência de uma Loja, conhecido como Venerável Mestre, ou o Mestre da Loja conforme o costume cultural ou vertente maçônica (inglesa, ou francesa).

Instalação, do verbo transitivo direto e indireto “instalar”, significa dar posse de um cargo ou dignidade; investir. Assim, o ato de instalação significa “posse” e sugere que qualquer pessoa que toma posse de um cargo, estará nele instalada.

Nos meios maçônicos deveria também prevalecer essa definição, sobretudo no tocante ao Obreiro eleito para o Veneralato de uma Loja que, quando é empossado no Cargo torna-se o Venerável Mestre Instalado, ou o Mestre Instalado, cujo formato original não era acompanhado de nenhuma cerimônia litúrgica particular, bastando para tal a simples transferência do Cargo pelo ocupante que cumprira o seu mandato.

A Moderna Maçonaria inglesa, entretanto, introduziu um cerimonial para a posse do Mestre da Loja (Venerável), cuja ritualística se desenvolve por um complexo enredo lendário. Nesse sentido, essa Cerimônia é própria dos Trabalhos Ingleses (na Inglaterra não se conhecem “ritos”) e em particular ao Trabalho de Emulação.

Já na Maçonaria de vertente francesa (latina), originalmente não existe essa prática, lembrando oportunamente que o Rito Escocês Antigo e Aceito é filho espiritual da França.

Infelizmente nos meios maçônicos latinos essa prática acabou ganhando guarida, talvez pelo Cerimonial investido de pompa e misticismo. Daí, Ritos dessa origem como o Escocês, o Francês ou Moderno e o Adonhiramita adotaram a prática adaptando algumas passagens para suprir às suas características ritualísticas.

É bem verdade que muitos Ritos de origem não britânica, porém com base no Trabalho de Emulação, preferiram não aderir a essa prática, mantendo a pureza de suas origens.

No tocante às Obediências brasileiras e particularmente o Rito Escocês Antigo e Aceito, severamente o mais praticado no Brasil, esse costume acompanhado do Ritual de Instalação viria ser introduzido através das Grandes Lojas brasileiras nascidas da cisão de 1.927 quando as suas lideranças buscaram base nos trabalhos perpetrados pelas Grandes Lojas norte-americanas onde se pratica o Rito de York (americano) que, de certa forma seguem o modelo Inglês dos Antigos que, por sua vez aderem o Cerimonial de Instalação. Dessa forma esse Cerimonial viria aportar na Maçonaria brasileira, consolidando-se como prática imediatamente após a cisão de 1.927.

A partir de 1968, o Grande Oriente do Brasil também adotaria esse costume introduzindo-o através de um Ritual específico, para todos os Ritos nele praticados, salvo o inerente aos Trabalhos de Emulação (conhecido equivocadamente como York) que já praticava na sua essência por ser nele um costume original.

Salvo melhor juízo, no Brasil, atualmente, esse costume está arraigado na Maçonaria Simbólica em geral, sendo uma prática de todos os ritos estabelecidos na constelação das Obediências nacionais.

Dadas essas considerações adquiriu-se o costume de se apor ao nome do Obreiro na qualidade de Venerável, ou ex-Venerável, das letras M.´.I.´. como rótulo do Mestre Instalado.

Essa maneira não tardou a ser qualificada de modo equivocado por alguns como se a qualidade distintiva de um Mestre Instalado fosse um Grau.

Obviamente que não é, pois como comentando, o simbolismo possui apenas e tão somente três Graus.

Nesse sentido, o Venerável é Instalado no Sólio como dirigente maior do Canteiro (Loja). Ao término do seu mandato ele é um ex-Venerável.

Assim todos aqueles que foram instalados, são conhecidos como Mestres Instalados que têm também o privilégio de ocupar um lugar distintivo no Oriente, PORÉM SEM O COSTUME ENGANADO DE TOMAR ASSENTO AO LADO DO VENERÁVEL DA LOJA. OS EXVENERÁVEIS SENTAM-SE NO ORIENTE, TODAVIA, NA FORMA CORRETA, ABAIXO DO SÓLIO.

Outro mistifório que se apresenta por alguma vez, é que existe um Conselho de Mestres Instalados que é formado para a Instalação de um novo Venerável. Esse Conselho, vez por outra é confundido com um conselho permanente, o que não é correto, pois o dito só é legalmente formado para a finalidade da Instalação e posteriormente desfeito.

Salvo se for lei na Obediência, Conselhos prementes que muitas vezes mais se intrometem na condução legal da Loja do que ajudam são geometricamente errados ao mesmo tempo em que reforçam a tese equivocada de que Mestre Instalado é um Grau.

Ainda no sentido de elucidar, porém não contestar, o termo “Past Master” é concordante com a Maçonaria inglesa, já que para os ritos de origem francesa ficaria mais de acordo o termo ex Venerável.

Finalizando quero aqui deixar os meus cumprimentos pela forma como vossa pessoa se apresentou “Mestre Maçom e Ex-Venerável”. No meu modesto entender o Obreiro que preside uma Loja é o Venerável, entretanto para sê-lo ele precisa ser Mestre Maçom. De posse do primeiro malhete ele continuará sendo um Mestre Maçom que possui o título distintivo de Venerável Mestre.

Deixando o veneralato, ele é um Ex-Venerável. Todavia ele permanecerá sendo um Mestre Maçom.

março 03, 2022

IRMÂOS, A COISA TÁ "RÚSSIA!" - Roberto Ribeiro Reis



𝖱𝗈𝖻𝖾𝗋𝗍𝗈 𝖱𝗂𝖻𝖾𝗂𝗋𝗈 𝖱𝖾𝗂𝗌 da 𝖠𝖱𝖫𝖲 𝖤𝗌𝗉𝖾𝗋𝖺𝗇𝖼̧𝖺 𝖾 𝖴𝗇𝗂𝖺̃𝗈 2358 𝖽𝖾 𝖱𝗂𝗈 𝖢𝖺𝗌𝖼𝖺-𝖬𝖦 é intelectual e poeta maçônico.

𝖠𝗇𝗍𝖾 𝗈 𝗉𝗅𝖺𝗇𝖾𝗍𝖺, 𝗊𝗎𝖾 𝗌𝗈𝖼̧𝗈𝖻𝗋𝖺,

𝖫𝖺𝗇𝖼̧𝖺-𝗌𝖾 𝖺 𝖾𝗌𝖼𝗎𝗋𝗂𝖽𝖺̃𝗈, 𝗂𝗇𝖾𝗑𝗈𝗋𝖺́𝗏𝖾𝗅;

𝖴𝗆 𝗌𝖾𝗋 𝗋𝖺𝗌𝗍𝖾𝗂𝗋𝗈, 𝗊𝗎𝖺𝗅 𝖺 𝖼𝗈𝖻𝗋𝖺, 

𝖤𝗇𝗏𝖾𝗇𝖾𝗇𝖺 𝗈 𝗁𝗈𝗆𝖾𝗆, 𝗊𝗎𝖾 𝖽𝖾𝗉𝗅𝗈𝗋𝖺́𝗏𝖾𝗅! 


𝖴𝗆 𝗍𝗋𝗂𝗌𝗍𝖾 𝗅𝗂𝗏𝗋𝗈, 𝖽𝖾 𝖿𝖾𝗂𝖺 𝖼𝖺𝗉𝖺,

𝖲𝖾𝗎 𝖼𝗈𝗇𝗍𝖾𝗎́𝖽𝗈 𝖺𝗅𝗎𝖽𝖾 𝖺𝗈 𝗆𝖾𝖽𝗈;

𝖮 𝗍𝖾𝗋𝗋𝗈𝗋 𝖽𝗈 𝗌𝖺𝗇𝗀𝗎𝖾 𝖺𝗈 𝖻𝖾𝗆 𝗌𝗈𝗅𝖺𝗉𝖺:

𝖠 𝖺𝗅𝗆𝖺 𝗏𝗂𝗏𝖾 𝗈 𝗌𝖾𝗎 𝖽𝖾𝗀𝗋𝖾𝖽𝗈.


𝖠𝗈 𝖦𝖠𝖣𝖴 𝗋𝗈𝗀𝗈, 𝖬𝖾𝗌𝗍𝗋𝖾 𝖤𝗍𝖾́𝗋𝖾𝗈,

𝖫𝗂𝗏𝗋𝖺𝗂-𝗇𝗈𝗌 𝖽𝖾𝗌𝗌𝖺 𝗂́𝗆𝗉𝗂𝖺 𝗆𝖺𝗌𝗆𝗈𝗋𝗋𝖺,

𝖮 𝗆𝖺𝗋, 𝖺 𝗍𝖾𝗋𝗋𝖺, 𝗈 𝖾𝗌𝗉𝖺𝖼̧𝗈 𝖺𝖾́𝗋𝖾𝗈,

𝖠𝗇𝗍𝖾𝗌 𝗊𝗎𝖾 𝗍𝗈𝖽𝗈 𝗁𝗎𝗆𝖺𝗇𝗈 𝗆𝗈𝗋𝗋𝖺.


𝖠 𝖾𝗀𝗋𝖾́𝗀𝗈𝗋𝖺 𝗌𝗎𝗍𝗂𝗅, 𝗅𝖾𝗀𝗂́𝗍𝗂𝗆𝖺 𝖼𝖺𝖽𝖾𝗂𝖺,

𝖯𝗈𝖽𝖾𝗋𝖺́ 𝖺𝗉𝗋𝗂𝗌𝗂𝗈𝗇𝖺𝗋 𝗈𝗌 𝖽𝗂𝗍𝖺𝖽𝗈𝗋𝖾𝗌;

𝖤𝗇𝖾𝗋𝗀𝗂𝖺 𝗊𝗎𝖾 𝗈 𝖳𝖾𝗆𝗉𝗅𝗈 𝗂𝗇𝖼𝖾𝗇𝖽𝖾𝗂𝖺,

𝖫𝖾𝗏𝖺𝗇𝖽𝗈 𝖺𝗈𝗌 𝗂𝗋𝗆𝖺̃𝗈𝗌 𝖿𝗈𝗋𝗍𝖾𝗌 𝗅𝗈𝗎𝗏𝗈𝗋𝖾𝗌.


𝖠 𝗉𝖺𝗓 𝗊𝗎𝖾 𝖺 𝗏𝗂𝖽𝖺 𝖾𝗌𝗉𝖾𝗋𝖺

𝖯𝗋𝖾𝗍𝖾𝗇𝖽𝖾 𝗋𝖾𝗂𝗇𝖺𝗋 𝗇𝗈 𝗈𝗋𝖻𝖾 𝖾𝗋𝗋𝖺𝗇𝗍𝖾;

𝖠 𝗌𝖺𝗅𝗏𝖺𝖼̧𝖺̃𝗈 𝖾́ 𝖺 𝖫𝗎𝗓 𝖽𝖾 𝗊𝗎𝖾𝗆 𝖵𝖾𝗇𝖾𝗋𝖺, 

𝖠𝗎𝗑𝗂𝗅𝗂𝖺𝖽𝗈 𝗉𝗈𝗋 𝖽𝗎𝗉𝗅𝖺 𝗏𝗂𝗀𝗂𝗅𝖺𝗇𝗍𝖾.


𝖮 𝗅𝗂𝗏𝗋𝗈 𝖽𝖺 𝖫𝖾𝗂 𝖺𝗇𝗂𝗊𝗎𝗂𝗅𝖺 𝖺 𝗆𝖺𝗅𝖽𝖺𝖽𝖾,

𝖵𝗂𝖺 𝖮𝗋𝖺𝖽𝗈𝗋 𝖾 𝖾𝗅𝗈𝗊𝗎𝖾𝗇𝗍𝖾 𝗋𝖾𝗍𝗈́𝗋𝗂𝖼𝖺;

𝖤́ 𝖺 𝗉𝖺𝗅𝖺𝗏𝗋𝖺 𝗊𝗎𝖾 𝖼𝗋𝗂𝖺, 𝗌𝗈𝗆 𝖽𝖾 𝖻𝗈𝗇𝖽𝖺𝖽𝖾,

𝖵𝗂𝖻𝗋𝖺𝖼̧𝖺̃𝗈 𝖽𝖾 𝖺𝗆𝗈𝗋, 𝖾𝗇𝖾𝗋𝗀𝗂𝖺 𝖾𝗌𝗍𝖾𝗇𝗍𝗈́𝗋𝗂𝖼𝖺.


𝖮𝖿𝗂𝖼𝗂𝖺𝗂𝗌 𝖽𝗈 𝖡𝖾𝗆 𝖾 𝖽𝗈 𝖠𝗅𝗍𝗋𝗎𝗂́𝗌𝗆𝗈,

𝖣𝗂𝗀𝗇𝗂𝖽𝖺𝖽𝖾𝗌 𝖺̀ 𝖽𝗂𝗌𝗉𝗈𝗌𝗂𝖼̧𝖺̃𝗈 𝖽𝗈 𝖠𝗋𝗊𝗎𝗂𝗍𝖾𝗍𝗈;

𝖱𝖾𝗉𝗎𝖽𝗂𝖺𝗆 𝗈 𝗈𝗋𝗀𝗎𝗅𝗁𝗈 𝖾 𝗈 𝖾𝗀𝗈𝗂́𝗌𝗆𝗈,

𝖤 𝗍𝗈𝖽𝗈 𝗌𝖾𝗇𝗍𝗂𝗆𝖾𝗇𝗍𝗈 𝗏𝗂𝗅 𝖾 𝖺𝖻𝗃𝖾𝗍𝗈.


𝖲𝗂𝗇𝖾𝗋𝗀𝗂𝖺 𝗉𝖾𝖼𝗎𝗅𝗂𝖺𝗋 𝖽𝖾 𝗊𝗎𝖾𝗆 𝖼𝗋𝖾̂

𝖭𝗎𝗆 𝖼𝗂𝖼𝗅𝗈 𝗉𝗎𝗋𝗈 𝖽𝖾 𝗋𝖾𝗇𝗈𝗏𝖺𝖼̧𝖺̃𝗈;

𝖠𝖻𝖺𝗂𝗑𝗈 𝖽𝗈 𝖮𝗅𝗁𝗈 𝖰𝗎𝖾 𝖳𝗎𝖽𝗈 𝖵𝖾̂, 

𝖰𝗎𝖾 𝗂𝗇𝗌𝗉𝗂𝗋𝖺 𝗈 𝖮𝖻𝗋𝖾𝗂𝗋𝗈 𝖾𝗆 𝖼𝗈𝗇𝗌𝗍𝗋𝗎𝖼̧𝖺̃𝗈.


𝖱𝗈𝖻𝖾𝗋𝗍𝗈 𝖱𝗂𝖻𝖾𝗂𝗋𝗈 𝖱𝖾𝗂𝗌 ⛬

𝖠𝖱𝖫𝖲 𝖤𝗌𝗉𝖾𝗋𝖺𝗇𝖼̧𝖺 𝖾 𝖴𝗇𝗂𝖺̃𝗈 2358, 𝖮𝗋𝗂𝖾𝗇𝗍𝖾 𝖽𝖾 𝖱𝗂𝗈 𝖢𝖺𝗌𝖼𝖺-𝖬𝖦

OS TRÊS OBJETIVOS PRINCIPAIS DA MAÇONARIA - Ir.'. Wellington Oliveira, MM



A Maçonaria tem três objetivos essenciais: a instrução moral, física e intelectual; a moral abrange a espiritualidade; a física o conhecimento e a intelectual a mística. Os ensinamentos maçônicos buscam sempre nos lembrar os três deveres fundamentais do ser humano, ou sejam, os deveres para conosco, com a humanidade e para com Deus. Para com Deus reconhecendo sua presença em tudo e sua fabulosa obra, o universo.

Para com a humanidade, consistindo em nossas famílias, a pátria e o universo, tendo como tarefa levar o conhecimento, a solidariedade, enfim, os nossos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade. Para conosco consistindo em nosso aperfeiçoamento, o desbastar da pedra bruta, a busca do equilíbrio entre a mente e o corpo. Sendo esta a tarefa mais difícil de todas, a de olhar para dentro de nós mesmos, reconhecendo nossos defeitos, nossas limitações e ainda em certos momentos encontrar em nós sentimentos e atitudes as quais combatemos por princípio. Termos em certos momentos a consciência de nossa ignorância.

Todas as vezes que nos vemos irritados, insatisfeitos, atribuindo nosso insucesso a causas externas, como: pessoas, trabalho, dificuldade financeira, devemos neste momento olhar para dentro de nós mesmos, pois o bem estar, a felicidade, o equilíbrio como queira se chamar está dentro de nós, pois o mundo não muda, mas a nossa visão do mundo sim, esta pode ser modificada e só depende de nós. Busque através de Deus, do conhecimento, do autocontrole, de qualquer forma, mas busque sempre.

Todos nós passamos por momentos muito bons e também revezes e em vários destes estavam vocês, meus queridos irmãos, nos bons e nos difíceis.

É comum após alguns anos de maçonaria, alguns se interrogarem, o que estou fazendo aqui? Será que estou sendo útil ou será que a Maçonaria me é útil? Frequentemente encontro irmãos adormecidos, por este ou aquele por aquele motivo, muitos dizem “a maçonaria não é mais a mesma”, “ maçonaria virou copo d’água”. Muitos acham que a maçonaria deve mudar o mundo, a política, a sociedade toda, mas sequer consegue mudar a si mesmo, nem sequer reconhecer seus defeitos.

Hoje vivemos em imensos conglomerados urbanos, com família desfeitas, drogas, falta de Deus, com pessoas com problemas psíquicos graves, não mais em pequenas cidades, onde a influência dos justos e de boa formação era a regra, por isto temos tanta dificuldade em influenciar em massa, mas podemos e devemos continuar o trabalho pequeno em extensão, mas de enorme valor.

Não fossem as leis, mesmo com graves distorções viveríamos em condições piores do que animais, pois o ser humano é destrutivo em sua essência, e isto fica evidente quando suas necessidades não são satisfeitas. 

Meus queridos irmãos, a maçonaria não é um reduto de homens perfeitos, mas sim um seleto grupo que busca a superação humana, a sabedoria e o conhecimento que não vem do dia para a noite e sim de forma gradual, se nós o permitirmos e trabalharmos. Cada reunião em Loja é rica do inicio ao fim, basta enxergar, algumas melhores que outras, mas sempre muito produtivas.

A presença de cada irmão traz Luz a Loja, esta Luz é conhecimento, é riqueza é espiritualidade, cada um com seu espírito formando uma egrégora positiva e construtiva.

Por tudo isto e resumidamente venho a esta Loja para combater o despotismo, a ignorância, os preconceitos e os erros. Para glorificar a verdade e a justiça, certo que de tudo isto ainda que dentro de mim.

março 02, 2022

UCRÂNIA - UM POUCO DE HISTÓRIA - Nelson Bruni


A Ucrânia possui um dos solos mais férteis do mundo, o chamado solo Tchernozion é encontrado na Ucrânia. 

Trata-se de um solo escuro com grande concentração de matéria orgânica. Esse solo fértil é utilizado, principalmente, para o cultivo de trigo.

A Ucrânia possui o tamanho aproximado do Estado de Minas Gerais, é o 6° produtor mundial de trigo, com a invasão da Rússia o preço do trigo irá disparar.

A Ucrânia sempre foi um país que sofreu com os interesses da Rússia através da história.

Até 1991, a Ucrânia era uma das 15 repúblicas que formavam a União Soviética (URSS). Com o colapso da URSS, em agosto daquele ano, a Ucrânia tornou-se uma nação independente e estabeleceu laços mais próximos com as potências ocidentais, o que incomodou a Rússia.

A herança compartilhada dos dois países remonta a mais de mil anos, a uma época em que Kiev, hoje capital da Ucrânia, estava no centro do primeiro Estado eslavo, a Rússia de Kiev, berço tanto da Ucrânia quanto da Rússia.

Em 988, Vladimir I, o monarca pagão de Novgorod e grão-príncipe de Kiev, aceitou a fé cristã ortodoxa e foi batizado na cidade de Quersoneso, na Crimeia. 

Aludindo a esse momento histórico, o líder russo Vladimir Putin declarou recentemente: "Russos e ucranianos são um só povo, um único todo".

No entanto, nos últimos dez séculos, a Ucrânia foi repetidamente invadida por potências rivais. Guerreiros mongóis do leste conquistaram a Rússia de Kiev no século 13.

No século 16, exércitos poloneses e lituanos invadiram o oeste. No século 17, a guerra entre a República das Duas Nações (Polônia e Lituânia) e o Czarado da Rússia deixou as terras para o leste do rio Dnieper sob controle imperial russo.

O leste ficou conhecido como a 'Margem Esquerda' da Ucrânia, enquanto as terras a oeste do Dniepre, ou 'Margem Direita', ficaram a mando da Polônia.

Mais de um século depois, em 1793, a Margem Direita (ocidental) da Ucrânia foi anexada pelo Império Russo. Ao longo dos anos que se seguiram, uma política conhecida como russificação proibiu o uso e o estudo da língua ucraniana, e os habitantes foram pressionadas a se converter à fé ortodoxa russa.

A Ucrânia sofreu alguns de seus maiores traumas durante o século 20. Após a revolução comunista de 1917, o país, como muitos outros, travou uma brutal guerra civil antes de ser totalmente absorvido pela União Soviética em 1922.

No início da década de 1930, a campanha de coletivização das fazendas promovida pelo líder soviético Joseph Stalin produziu uma grande fome que provocou a morte de milhões de ucranianos.

Conhecido como Holodomor, foi ato de genocídio do povo ucraniano, cometido pela liderança do Partido Comunista da União Soviética sob direção de Stálin no governo da URSS em entre os anos de 1932-1933, organizando uma fome artificial em massa.

Holodomor em ucraniano significa "matar pela fome" foi um período de fome na Ucrânia Soviética de 1932 a 1933 que causou a morte de milhões de ucranianos. 

Estimativas segundo alguns estudiosos dão conta que cerca de 12 milhões de ucranianos morreram.

A história se repete, sabemos como esta guerra começou mas, não sabemos como irá terminar.