março 11, 2022

NINGUÉM É MAÇOM, SOMOS RECONHECIDOS COMO TAL



Saúde, paz, harmonia e prosperidade ao irmão, à Oficina e familiares.

Um dos grandes dilemas maçônicos é saber se podemos nos intitular maçons (Sou maçom!) ou se essa afirmativa não nos pertence e só pode ser feita por outro maçom.

De fato, temos uma visão míope de nós mesmos. 

Tendemos a uma hipervalorização do nosso eu e, não raras vezes, em detrimento do outro… 

Explico melhor, fomos educados em um sistema de comparações em que um ponto geralmente é explicado ou visto em relação a outro. 

Tendemos ao comparativo e assim nos sentimos mais ricos quando vemos mais pobres, sentimo-nos mais bonitos quando vemos mais feios e assim por diante.

Ocorre que por vezes nossa miopia egocêntrica é tão grande que nos assustamos com nós mesmos ao vermos nossa imagem refletida em um espelho. 

Tendemos a não acreditar no que vemos… não é possível que seja eu…

Mas por vezes forçamos a barra e influímos na imagem do espelho, ou pelo menos no que ela está nos revelando. 

O feio se torna belo e assim por diante. 

Assim, ao nos considerarmos maçons, em detrimento de sermos reconhecidos como tal, chamamos para nós um conjunto de características do “ser maçom” que muitas vezes não apresentamos, não temos.

Claro, sempre se pode invocar o formalismo. 

Sou maçom porque fui iniciado. Sou maçom porque pertenço à Potencia tal… e etc. … 

Mas isso realmente nos confere a autoridade para nos denominarmos maçons?

O que é ser maçom? 

É somente ter sido iniciado? 

Não implica mais nada??

Desde meus tempos de aprendiz escuto um trocadilho muito usual em nosso meio, principalmente quando não gostamos de um determinado Irmão: “fulano é um profano de avental” ou então, quando encontramos qualidades em um não iniciado: “é um maçom sem avental”… Por certo ser maçom implica muito mais que ter passado por uma iniciação.

Também reverbera em meu pensamento uma frase muito pronunciada em iniciações: “bem-vindo meu Irmão; esperamos agora que assim como você entrou para a Maçonaria que deixe que essa entre em você, em seu coração e atitudes…”

Minha angústia, que motiva essa reflexão sobre SER MAÇOM, é a inépcia de nossos métodos “maçônicos” em muitos de nós. 

Não raro vemos Irmãos colados no grau de mestre, mestres instalados e, até no grau 33º, com exposições diametralmente opostas à nossa filosofia, com atitudes antagônicas ao que se desprende de nossas alegorias e símbolos.

Bem sei que deveria estar preocupado acima de tudo com a minha pedra bruta, evitando de reparar nas imperfeições de outras pedras, mas isso está se tornando impossível para mim, pelo que peço humildes desculpas aos meus Irmãos, mas não dá para “tapar o sol com a peneira”, empresto aqui voz há muitos que têm se chocado com palavras e atitudes de outros Irmãos.

Abate-me extremamente estar ao lado de Irmãos que acham que o cume de seus progressos na Maçonaria são os graus colados… ser grau 33º em seu rito, ser mestre “instalado”, estar autoridade maçônica e assim por diante e, deixam a humildade, a fraternidade, o carinho e virtudes trancados no armário, o armário da arrogância e da empáfia.

Abate-me saber que Irmãos são indiciados civil ou criminalmente pelos mais variados delitos ou crimes.

Abate-me ter conhecimento de Irmãos que batem em suas esposas, filhos e familiares.

Abatem-me as disputas para saber quem é mais maçom, quem tem o maior grau… quem foi melhor Venerável Mestre.

Abate-me ver maçons se digladiando por achar que a Potencia a qual pertence e melhor que a do outro, que a dele é reconhecida, a do outro não, e diga-se de passagem, “reconhecida por quem?” 

Uma é reconhecida por outra e outra é reconhecida por outras tantas, pronto fim de papo, todas são reconhecidas, se não por uma é por outra, ponto final nessa balela.

Não consigo entender também como alguns insistem em trazer o pior de suas práticas profissionais para o seio das Lojas. Estive em Lojas onde me senti como em um tribunal de justiça, onde se fazia de tudo menos aquela egrégora gostosa de estar entre Irmãos.

Todas as palavras eram medidas com cuidado, os pronunciamentos eram cheios de erudição jurídica, menos maçônica. 

A sessão travava com os famigerados “pela ordem Venerável”…

E o que falar dos Irmãos entendidos em política. 

Raro é os ver apresentando um trabalho sobre alegoria ou simbolismo maçônico… a tônica é uma só: política.

Voltamos então ao fulcro desta reflexão: sou maçom ou sou reconhecido como tal ? O que significa ser reconhecido como maçom?

O que ou quem é o maçom ? 

Há algo que o diferencia de outro ente?

Se nos orientarmos pelos rituais e pela literatura maçônica teremos uma visão super idealizada do SER MAÇOM. Ele mais se parece com um super-homem, dotado de poderes extraordinários.

Mas no convívio, no dia a dia, se desfaz essa visão do super-homem. Eu pelo menos nunca o encontrei entre nós, pelo menos não na forma idealizada. Muito menos em mim mesmo…

Está mais do que na hora de nos despirmos do modus profano. De tirarmos as nossas máscaras e darmos um passo em direção ao autêntico “ser maçom”. Está na hora de sermos maçons.

Reconheça que você não é o centro do universo!

Reconheça que outros podem vivenciar mais a maçonaria do que você!

Reconheça que graus de nada servem se seu coração e atitudes não passaram daquelas do grau 1 (pedra bruta)!

"Reconheça que ser Mestre Instalado não lhe dá direitos acima de seus Irmãos!" 

Reconheça que tem pesquisado, estudado e refletido muito pouco em nossos símbolos, alegorias e ritualística!

Reconheça que tem faltado às sessões porque se acha melhor que aqueles que estão sempre lá, gostando ou não, ajudando nos trabalhos em Loja.

Reconheça que se é verdade que Maçonaria não se faz somente em Loja, também o é verdade que sem estar em Loja não se faz Maçonaria! 

É na Loja que exercitamos o submeter minhas vontades e fazer novos progressos na maçonaria.

Não se iluda! 

*Mas para isto é preciso ir às sessões!!!*

Reconheça que a Maçonaria não é clube social, partido político, confraria da cerveja ou o quintal de sua casa, terraço de seu apartamento, sala de seu trabalho, mas sim uma Ordem INICIÁTICA.

Reconheça, por fim, que você não é dono da Loja.

Deixe que as alegorias e símbolos tomem forma em seu interior e se manifestem em suas atitudes, não em meras palavras.

Deixe que o movimento da egrégora maçônica lhe tome a mente, o coração.

Deixe que a humildade aflore em suas palavras e ações. 

Não tema, pode baixar a guarda, você está entre Irmãos.

Por fim, receba seu prêmio, não é um avental mais bonito que o dos outros Irmãos ou um título de MI ou 33º mas, tão somente uma ação:

*VOCÊ É RECONHECIDO COMO TAL*, sem sombras de dúvidas!

Bom dia meus reconhecidos irmãos. 

...

FONTE: Revista Universo Maçônico Junho/10

OS 35 ASTROS DA ABÓBADA CELESTE NO REAA - Ir.'. Antonio Rodiguero, MM


Cada astro e estrela, uniformemente dispostos na abobada celeste, representam funções e possuem valores místicos próprios, sendo que, no templo destinado á pratica do R.:E.:A.:A.: existem 35 (trinta e cinco) astros, cuidadosamente escolhidos, colocados em posição geométrica apropriada, os quais regem os cargos em Loja.

1. SOL - A luz do céu da Loja, representando o Ven:. M:. Colocado no oriente e no eixo da Loja. 

2 - LUA - Selene rege o Primeiro Vigilante. 

3 -STELLA PITAGORIS - A estrela Virtual ou Estrela Flamejante, colocada sobre o altar do Segundo Vigilante. (O Homem, Deus, Cristo, Buda ou mesmo Hércules, o iluminado que transcende a condição humana. 

4 – SATURNO com seus satélites - É o sexto planeta e o segundo em tamanho, possui três anéis na altura do Equador e mais quinze satélites, dos quais só nove eram conhecidos na época em que os rituais foram escritos. Na Loja, Saturno é representado com seus três anéis e seus nove satélites, exatamente sobre o centro geométrico do ocidente. Saturno rege a cadeia de união. Os seus três anéis representam os Aprendizes, os Companheiros e os Mestres Maçons. Os nove satélites representam os nove cargos: Venerável Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, Secretario, Orador, Tesoureiro, Chanceler, Mestre de Cerimonias e Guarda do Templo. 

5 – MERCÚRIO -Símbolo da astúcia, protetor dos viajantes e dos comerciantes. Identificado como Hermes dos gregos, era filho de Maia e de Zeus (Júpiter) de quem recebeu o encargo de mensageiro dos deuses. Carregava um bastão com duas serpentes enroladas (Caduceu) símbolo da paz, (Harmonia e Forças Opostas). É o menor e mais rápido dos planetas, e também o primeiro e o mais próximo do Sol e por isso representa o Primeiro Diácono. 

6 – JÚPITER - Era Zeus para os gregos. O maior planeta do sistema solar era o guardião do Direito, o defensor do Estado, protetor das fronteiras e do matrimônio. Júpiter é o astro regente do ex-veneravel e por isso fica no Oriente.

7 – VÊNUS - É o segundo planeta e o mais próximo da Terra. Surge sempre próximo à Lua (Primeiro Vigilante) e é o astro regente do Segundo Diácono. Conhecido ainda hoje como "Estrela Vésper", a primeira a aparecer no céu, Vênus era o "Mensageiro do Dia", anunciava a hora de começar e de encerrar o período de trabalho.

8 – ARCTURUS - Estrela Alfa da constelação de Bootes. Por sua posição junto à Ursa Maior é conhecida como a "guardiã do Urso" e correspondente ao cargo de Orador, guardião do Oriente. Sua posição é em cima da grade do Oriente.

9 – ALDEBARAN - Estrela Alfa da constelação de Touro, as quais pertencem as Plêiades e as Hyades. Na abóbada maçônica rege o cargo do Tesoureiro.

10 – FOMALHAUT - Alfa Piscis Austrinis - em latim significa peixe do sul, é aqui uma correlação com a coluna zodiacal dos peixes. Fomalhaut é uma palavra árabe que significa "a boca do peixe do sul", o que se aplica ao cargo de Chanceler.

11 – REGULUS - Alfa Leonis é a estrela mais brilhante na constelação de Leão. Na Astrologia, Regulus sempre manteve posição de comando. Ela dirige todos os trabalhos do paraíso. Foi Nicolau Copérnico quem a batizou com o nome Regulus, que significa "Regente". Correspondente ao cargo de Mestre de Cerimônia.

12 – SPICA - Alfa Virginis, em latim, "a Espiga", é a estrela gerente do cargo de Secretário. Por outro lado, os primitivos instrumentos de escrita usados pelos gregos e romanos não eram penas, mas canetas feitas de caules ocos de vegetais chamadas de "Spícula". 

13 – ANTARES - Alfa Scorpii, a estrela vermelha gigante. Durante muitos séculos, a maior estrela conhecida. Às vezes confundida com Marte, razão do grego chama-la de "O Rival de Marte". Tanto Antares como Marte, são vermelhas e, ocasionalmente, aparecem próximas. Por essa razão, Antares é conhecida como o astro regente do Guarda do Templo. Existem, ainda, representadas na Abobada Celeste do Templo Maçônico, quatro grupos de estrelas pertencentes a quatro constelações, sendo:

1. ORION - Constelação equatorial é formada por quatro estrelas brilhantes com uma linha de três estrelas que formam o "Cinto de Orion" e são popularmente conhecidas como "as Três Marias" ou "os Três Reis Magos". No Teto do Templo só são representadas as três estrelas, porque representam a idade do Aprendiz, que ainda não tem o domínio do espírito sobre a matéria. Na tradição árabe mais antiga, Orion era chamada de "A Ovelha de Cinto Branco" e o avental de Aprendiz era feito, na sua origem de pele de carneiro. As três estrelas de Orion são regentes dos Aprendizes.

2. HYADES ou HÍADAS - É o notável grupo de cinco estrelas formando a ponta de uma flecha na constelação de Touro. As Híadas são as regentes dos Companheiros. 

3. PLÊIADES - É um outro grupo de estrelas da mesma constelação de Touro. São também conhecidas como "As Sete Irmãs". Elas regem os Maçons, a paz, plêiade de homens justos.

4. URSA MAIOR - É considerada a constelação mais antiga. No teto da Loja são Representadas as sete estrelas mais importantes que formam a "Charrua".

A última estrela da cauda da Ursa Maior é ALKAID, também conhecida como BENETNASCH; ambos os nomes fazem parte da frase árabe "QUAID AL BANAT AD NASCH", que significa "A Chefe dos Filhos do Ataúde Mario". Este nome provém da concepção árabe mais antiga, que representava a Ursa Maior como um caixão e três carpideiras. Esta interpretação interessa à Maçonaria, pois a representação egípcia coincidia com a arábica, de um sarcófago (de Osíris) e sua viúva (Isis) e o filho da viúva (Orus) em procissão fúnebre. Ao todo contamos 35 (trinta e cinco) astros existentes na ABOBADA CELESTE DO TEMPLO MAÇONICO, ressaltando a ausência do planeta Marte, o qual para os gregos era o deus da guerra e, como tal, não poderia figurar entre aqueles que buscam a paz e a harmonia universal, por isso foi para o átrio, o reino profano dos tumultos e das lutas. Por essa interpretação, Marte tem a incumbência de "cobrir o Templo", sendo o astro do Cobridor Externo, enquanto, do lado de dentro do Templo foi colocado Antares, do Cobridor Interno, para garantir a fronteira entre o mundo iniciático e o profano.

IV – CONCLUSAO

Poderíamos concluir afirmando que, esse céu representado em nossos Templos é o do Hemisfério Norte.

Sim, é verdade, no Hemisfério Sul o nosso maravilho céu é diferente, entretanto, a origem de nosso Rito nos leva ás belezas vislumbradas e estudadas pelos nossos valorosos irmãos que nos antecederam e a eles devemos nosso respeito e gratidão.

Assim, a Abobada Celeste existente nos Templos Maçônicos preparado para a prática do R.:E.:A.:A.:, estejam eles no Norte ou no Sul, se caracteriza numa gigantesca e inesgotável fonte de pesquisas e estudos, razão de nos levar as mais brilhantes viagens mentais, ou mesmo, de forma simples, vibrarmos unidos em contemplação do belo firmamento a nos elevar espiritualmente.

março 10, 2022

CULTURA E A SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO DOS MAÇONS - Ir.’. Ubyrajara de Souza Filho



O conceito de cultura é bastante amplo e complexo.

Na visão acadêmica, ele pode ser desenvolvido sob diversos aspectos: antropológico, sociológico, filosófico etc. Entretanto, para efeito deste artigo, podemos simplificar o seu entendimento adotando uma definição mais ecumênica: cultura é o termo genérico usado, basicamente, para significar duas acepções diferentes.

De um lado, o conjunto integrado de usos e costumes, de comportamentos, valores, regras morais, e de instituições que permeiam e identificam uma sociedade ou uma época; e, de outro lado, artes, erudição e demais manifestações mais sofisticadas do intelecto e da sensibilidade humana, consideradas coletivamente. 

A cultura explica e dá sentido à cosmologia social, portanto, é impossível de se desenvolver individualmente. Resumindo, podemos dizer que cultura é a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período. 

A maçonaria, como todo grupamento humano, possui identidade própria. E reduzindo o conceito de ‘cultura’ a um universo específico, podemos chamar de cultura maçônica a esse sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que conferem sentido à prática da maçonaria, formando um conjunto de respostas de o que é aprendido e partilhado pelos maçons e que lhes confere essa identidade própria. 

Há os que tratam a cultura maçônica como um sistema de conhecimento da realidade, como o código mental dos maçons, não como um fenômeno material, mas cognitivo; e há os que entendem a cultura maçônica como um sistema simbólico que só poderá ser apreendido por meio de interpretação e não por mera descrição. 

Na verdade o conceito de cultura maçônica deve congregar a interpretação de seus símbolos, a prática de tradições maçônicas e suas lendas míticas; não somente aquelas que foram incorporadas dentro dos rituais e são exemplificadas em suas cerimônias, mas também aquelas que, embora não figurem nas instruções das lojas, foram transmitidas oralmente como partes de sua história e enunciam em seu cânone de instrução verdades fundamentais e pensamentos sobre a natureza humana, através do frequente uso de arquétipos, sem se referir à veracidade dos relatos. 

A filosofia da maçonaria incentiva o homem a buscar o autoconhecimento, despertar no maçom o seu pensar em sua própria existência, independentemente dos agrupamentos sociais a que pertençam individualmente. 

Não cerceia o seu adepto ao estudo de qualquer ciência (esotérica ou exotérica) como cultura auxiliar, mas pretende que a base dos ensinamentos maçônicos esteja sempre presente, para que não venhamos a perder o equilíbrio sobre os alicerces em que se levanta a Ordem.

*Assim sendo, o futuro da maçonaria está diretamente ligado ao desenvolvimento cultural do maçom.*

E, de um modo geral, o maçom deve estar consciente de que se cultura é informação, isto é, um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que se aprende e transmite aos contemporâneos e aos vindouros, a cultura maçônica deverá ser o resultado da forma como os maçons receberam e transmitem seus ensinamentos; se cultura é criação, 

O importante estar atento que ele não só recebe a cultura dos seus antepassados como também cria elementos que a renovam; e se cultura é um fator de humanização, deve compreender que esta transformação só ocorrerá porque ele é parte de um grupo em constante aperfeiçoamento cultural.

O QUE É MAÇONARIA?




A Maçonaria é uma sociedade discreta, na qual homens livres e de bons costumes, denominando-se mutuamente de irmãos, cultuam a Liberdade, a Fraternidade e a Igualdade entre os homens. Seus princípios são a Tolerância, a Filantropia e a Justiça. Seu caráter secreto deveu-se a perseguições, à intolerância e à falta de liberdade demonstrada pelos regimes reinantes da época. Hoje, com os ventos democráticos, os Maçons preferem manter-se dentro de uma discreta situação, espalhando-se por todos os países do mundo.

Sendo uma sociedade iniciática, seus membros são aceitos por convite expresso e integrados à irmandade universal por uma cerimônia denominada "iniciação".

Essa forma de ingresso repete-se, através dos séculos, inalterada e possui um belíssimo conteúdo, que obriga o iniciando a meditar profundamente sobre os princípios filosóficos que sempre inquietaram a humanidade.

O neófito ingressa na Ordem no grau de Aprendiz. Ao receber instruções e ensinamentos, galga ao grau de Companheiro e após período de estudos, chega ao grau máximo do Simbolismo, ou seja, o Grau de Mestre Maçom.

Os Maçons reúnem-se em um local ao qual denominam de Loja, e dentro dela praticam seus rituais. Estes são dirigidos por um Mestre Maçom experimentado, conhecido por Venerável Mestre. Suas cerimônias são sempre realizadas em honra e homenagem a Deus, ao qual denominam de Grande Arquiteto do Universo, (G∴A∴D∴U∴). Seus ensinamentos são transmitidos através de símbolos dando assim um conhecimento hermenêutico profundo e adequado ao nível intelectual de cada indivíduo.

Os símbolos são retirados das primeiras organizações Maçônicas, dos antigos mestres construtores de catedrais. "Maçom" em francês significa pedreiro. Devido a esse fato encontramos réguas, compassos, esquadros, prumos, cinzéis e outros artefatos de uso da Arte Real, ou seja, instrumentos usados pelos mestres construtores de catedrais e castelos, que são utilizados para transmitir ensinamentos.

Por possuir um conhecimento eclético, a Maçonaria busca nas mais diversas vertentes suas verdades e experiências, dando um caráter universal a sua doutrina

A Maçonaria não é uma religião, pois o objetivo fundamental de toda sociedade religiosa é o culto à divindade.

Cada Loja possui independência em relação às outras Lojas da jurisdição, mas estão ligadas a uma Grande Loja ou Grande Oriente, sendo estes soberanos. Cada Grande Loja ou Grande Oriente denomina-se de "potência". Essa é uma divisão puramente administrativa, pois as regras, normas e leis máximas, denominadas "Landmarks", são comuns a todos os Maçons. Um dos Landmarks básicos da Ordem é que o homem, para ser aceito, deve acreditar em um princípio criador, independente de sua religião.

Seus integrantes professam as mais diversas religiões. Como no Brasil a grande maioria dos brasileiros são cristãos, adota-se a Bíblia como livro da lei. Em outra nação, o livro que ocupa o lugar de destaque no Templo poderá ser o Alcorão, o Torá, o livro de Maomé, os Vedas, etc., de acordo com a religião de seus membros. No preâmbulo da primeira Constituição editada pela Grande Loja, ficam registrados de forma clara os princípios em que se baseia a Ordem:

"a Maçonaria proclama, como sempre proclamou desde sua origem, a existência de um Princípio Criador, sob a denominação de Grande Arquiteto do Universo; a Maçonaria não impõe nenhum limite à livre investigação da Verdade, e é para garantir a todos essa liberdade que ela de todos exige tolerância; a Maçonaria é, portanto, acessível aos homens de todas as raças e de todas as crenças religiosas e políticas; a Maçonaria proíbe em suas Oficinas toda discussão sobre matéria partidária, política ou religiosa, recebe os homens quaisquer que sejam as suas opiniões políticas ou religiosas, humildes, embora, mas livres e de bons costumes; a Maçonaria tem por fim combater a ignorância em todas as suas manifestações; é uma escola mútua que impõe este programa: obedecer às leis do País, viver segundo os ditames da honra, praticar a justiça, amar o próximo, trabalhar incessantemente pela felicidade do gênero humano e para conseguir a sua emancipação progressiva e pacífica."


Fonte: GOB, em 20/09/2005.

RESTAURAÇÃO MAÇÔNICA - Kennyo Ismail


O Ir, Kennyo Ismail é professor universitário, editor, escritor, uma dos mais importantes intelectuais da maçonaria no país.

Já dizia o ditado: “a grama do vizinho é sempre mais verde”. Na Maçonaria não é diferente. O que alguns maçons brasileiros gostariam de mudar na Maçonaria daqui é exatamente o que alguns maçons norte-americanos gostariam de adotar lá.

Existe uma parcela significativa de maçons brasileiros que questiona o modelo “tupiniquim” da Arte Real, indicando que é um modelo antiquado, que segue a direção contrária do caminho trilhado pela sociedade contemporânea. Esse grupo, discreto e não-organizado, porém constante e crescente, costuma apontar como pontos negativos na Maçonaria Brasileira, entre outros:

•  A formalidade e restrições do traje maçônico: quase todas as Lojas tem funcionamento na noite dos dias úteis, o que obriga o maçom a, muitas vezes, ir direto do seu trabalho para a Loja. A obrigatoriedade do terno preto com camisa branca e gravata preta ou outra cor conforme rito acaba por atrapalhar a rotina de muitos membros, principalmente aqueles que não adotam traje social em seus locais de trabalho ou utilizam uniformes em suas profissões. Muitas vezes, um maçom deixa de realizar visitas espontâneas a outras Lojas por conta da vestimenta não adequada.

• As reuniões semanais e exigência de presença: para eles, reuniões semanais são um excesso na sociedade em que vivemos, em que um maçom geralmente tem várias outras atividades e compromissos sociais, profissionais, educacionais, intelectuais, religiosos, políticos, filantrópicos e familiares a atender. Por isso, defendem uma periodicidade quinzenal ou mensal. Além disso, a obrigatoriedade de presença mínima com punição prevista por descumprimento acaba por afastar muitos maçons voluntaria ou involuntariamente. Às vezes se perde valorosos membros que, por serem muitos atuantes na sociedade, não conseguem se fazer presentes em Loja o quanto se exige.

• Os poucos membros iniciados: enquanto que muitos membros abandonam a Maçonaria por conta dos mais diversos fatores, as Lojas têm feito cada vez menos iniciações e de menos candidatos, o que tem esvaziado os templos e desmotivado ainda mais os maçons remanescentes. Vê-se então um verdadeiro “déficit maçônico”. Isso enfraquece a Maçonaria e a torna mais velha e, muitas vezes, retrógrada.

• A cultura de Lojas pequenas: quando uma Loja no Brasil consegue romper a barreira da inércia e crescer, muitos Irmãos começam a defender a criação de uma Loja nova com parte de seus membros, até com a desculpa de evitar disputas eleitorais e de fazer a Maçonaria crescer (pelo menos em número de Lojas). Já os críticos acreditam que quanto maior uma Loja for, melhor. Uma Loja com muitos membros tem mais condições financeiras para filantropia, pode exercer maior “barganha social” junto às autoridades locais e enfrenta menos dificuldades de funcionamento.

Com tais argumentos, esses maçons defendem uma mudança na Maçonaria Brasileira de forma a torná-la mais flexível com os critérios de vestimenta, periodicidade, presença e seleção de membros. Uma Maçonaria maior e menos rigorosa, mais “adequada” aos dias atuais.

Em contrapartida, um grupo de maçons norte-americanos pensa exatamente o contrário. Vivendo uma Maçonaria nos moldes da desejada pelos seus antagônicos brasileiros, sem rigidez na vestimenta e com reuniões quinzenais ou mensais em Lojas que possuem centenas de membros, mas que contam com presença de apenas uma dúzia por sessão, eles desejam mudanças.

Em 2001 eles criaram nos EUA a “Fundação da Restauração Maçônica”, com o objetivo de promover o que eles chamam de “Observância Tradicional”, que é exatamente a implementação em Lojas Regulares de características encontradas na Maçonaria Latino-Americana, como: vestimenta social uniforme; Câmara das Reflexões; mais reuniões; exigência de presença; iniciação de um candidato por vez; Lojas pequenas e com foco na instrução de seus membros. As Lojas continuam filiadas à Grande Loja Estadual e trabalhando no Rito de York (Monitor de Webb), apenas adotando algumas dessas mudanças em seu “modus operandi”.

Apesar de 10 anos de existência, o movimento americano tem apresentado pouco desenvolvimento: até agora, apenas umas 30 Lojas em todo os EUA adotaram o modelo sugerido.  Para se ter uma ideia, o Real Arco, um ilustre representante do modelo maçônico norte-americano em terras brasileiras, cresceu no Brasil quase 3 vezes mais nesse mesmo período, e nossa Maçonaria corresponde a apenas 1/7 do tamanho da Maçonaria dos EUA.

De qualquer forma, é importante destacar que os pontos em questão são em geral de cunho administrativo, e independente se rígidos ou flexíveis, nada impactam no Rito praticado, na qualidade ritualística, no respeito aos Landmarks, ou mesmo na filiação à Obediência. Como prova disso, pode-se observar que nos EUA, onde há uma maior flexibilidade administrativa e menor quantidade de reuniões, os Oficiais das Lojas exercem suas funções ritualísticas de memória e as regras de conduta são muito mais rígidas. Enfim, não há modelo melhor ou pior. A questão é na verdade sociocultural, e sendo sociocultural, é sim mutável.

Nesse contexto, cada Loja deveria ter a liberdade e soberania para funcionar como acreditar ser melhor, e mudar quando achar conveniente. Porque, na verdade, não importa se é uma Loja de 10 ou de 100 membros, se tem reuniões toda semana ou uma vez por mês, se inicia 1 ou 100 candidatos por ano, se os membros usam jeans ou smoking. O que importa é se é uma Loja Justa e Perfeita, onde se ensina o homem livre e de bons costumes a ser um maçom, um construtor de uma sociedade melhor e mais feliz. 

O conhecimento, a excelência ritualística e a preservação das tradições maçônicas não dependem da roupa que se veste, da quantidade de irmãos e de reuniões ou do tamanho da Loja. Depende, apenas, do trabalho sobre a pedra bruta que somos.

De tudo isso, tira-se uma importante lição para a Maçonaria Brasileira: as Obediências deveriam se preocupar menos com a regulamentação do funcionamento das Lojas e mais com a produção de material de estudo de qualidade para as mesmas, enquanto que os maçons deveriam se preocupar menos com a cor da camisa do outro e mais com o conteúdo das reuniões.

Antes de procurar mudar “como” a Maçonaria funciona, deve-se procurar compreender “o que é” a Maçonaria e “porque” ela existe. Então talvez optemos pela “restauração”, mas não da forma, e sim dos valores.

março 09, 2022

VAIDOSO ARROGANTE


Nenhum ditador provocou ou vêm provocando tanto dano à Maçonaria quanto o Maçom vaidoso, este Cavalo de Tróia que a destrói por dentro, sem o emprego de armas, grilhões, ferros, calabouços e leis de exceção. Ele é indiscutivelmente o maior inimigo da Maçonaria, o mais nefasto dos impostores, o principal destruidor de lojas. Ele é pior do que todos os falsos Maçons reunidos porque se iguala a eles em tudo o que não presta e raramente em alguma virtude.

Uma característica marcante que se nota neste tipo de Maçom, logo ao primeiro contato, é a sua pose e a insistência com que apregoa virtudes e qualidades morais que não possui. Isso salta logo à vista de qualquer um que comece a comparar seus atos com as palavras que saem da sua boca.

O que se vê amiúde é ele demonstrar na prática a negação completa daquilo que fala, sobretudo daquilo que difunde como qualidades exemplares do Maçom aos Aprendizes e Companheiros, os quais não demora muito a decepcionar.

Vaidoso ao extremo, para ele a Maçonaria não passa de uma vitrine que usa para se exibir, de um carro de luxo. E, quando tem de fato este afã em mente, não se furta em utilizar os meios mais insidiosos para tentar alcançá-lo, a exemplo do que fazem nossos políticos corruptos. 

Pobre do irmão mais jovem (na Ordem), mas, mais capacitado que cruzar o seu caminho, que ousar apontar-lhe uma falta, que se atrever a lançar-lhe no rosto uma imperfeição sua ou criticar o seu habitual pedantismo! O seu rancor se acenderá automaticamente e o que estiver ao seu alcance para reprimi-lo, intimidá-lo e o atacar, ele o fará. Desse modo ele acaba externando outra vil qualidade, que caracteriza a personalidade de todo homem arrogante: a covardia. 

Incapaz de polir a Pedra Bruta que carrega chumbada no pescoço desde o dia em que nasceu, de aprimorar-se moralmente, de lutar para subtrair-se das trevas da ignorância e dos vícios que corrompem o caráter; de assimilar conhecimentos Maçônicos úteis, sadios e enobrecedores, para na qualidade de Mestre poder transmiti-los aos Aprendizes e Companheiros, o que faz o nosso personagem? Simplesmente coloca barreiras em seus caminhos, para tentar os "anular" e retardar-lhes o progresso!

Ao invés de defender e ressaltar a importância da liberdade de expressão e da diversidade de opiniões para a evolução da humanidade, da Maçonaria, como ele age? Censura arbitrariamente aqueles cujas ideias não estejam em "harmonia", ou seja, contrárias às suas! Ao invés de fomentar debates sobre temas de importância singular para o bem da loja em particular e da Maçonaria em geral, como age ele? Tenta impedir a sua realização por carecer de atributos intelectuais que o capacitem a participar deles! E, nos que raramente promove, como se comporta? Considera somente as opiniões daqueles que dizem "sim" e "sim senhor" aos seus raramente edificantes "projetos".

Dos atos indecentes mais comumente praticados por este falsário, o que mais repugna é vê-lo pregando "humildade" aos irmãos em loja, em particular aos Aprendizes e Companheiros, coberto da cabeça aos pés de fitões, joias e penduricalhos inúteis, qual uma árvore de natal.

Outro é vê-lo arrotando, pregando em alto e bom som, a "harmonia" em Loja (de mão única), mas, na verdade, exibindo aí toda sua hipocrisia e mediocridade.

Cego, ignorante e vaidoso, nosso personagem não percebe o asco que provoca nas pessoas decentes que o rodeiam. 

A Maçonaria serve apenas de vitrine para ele. Como não é possível permanecer sozinho dentro dela sem a incômoda presença de outros impostores – os quais não têm poder suficiente para enxotar–, ele luta ferozmente para afastar todo e qualquer "novo intruso", imitando alguns animais inferiores aos humanos na escala zoológica, que fixam os limites de seus territórios com os odores de suas secreções e não toleram a presença de estranhos. Qualquer irmão que comece a se desenvolver ao lado desta criatura rasteira é considerado por ela, inimigo.

A luz e o progresso do seu semelhante o incomoda, fere o seu ego vaidoso. Por este motivo tenta obstaculizar o trabalho dos que querem atuar para o bem da loja; sua mente estragada o interpreta como potencial "concorrente", que nutre interesses recônditos semelhantes aos seus. 

O Maçom arrogante mal conhece o significado de nossas belas e simples alegorias. Sua mente acha-se preocupada unicamente com o sucesso de suas empreitadas, em encontrar maneiras de estar permanentemente ao lado das pessoas cujos postos ambiciona e que coadunam com seus "planos".

Ele é diametralmente oposto ao que deve ser o maçom exemplar, em todos os pormenores. É a antítese de tudo o que a Maçonaria apregoa e deseja de seus membros : uma criatura vil e rasteira que semeia a discórdia, afugenta bons irmãos, e termina por destruir ou fragmentar a loja (ou lojas), resultado às vezes de anos de trabalho árduo, caso ela teime em não se colocar sob a sua batuta ou se mostre contrária às suas aspirações egoístas. 

O Maçom arrogante sabe muito bem que é um desqualificado moral, que carece das virtudes necessárias para dirigir homens de caráter, mas mesmo assim quer assumir o cargo de Venerável. Julga-se com aptidão para empunhar o Malhete, não reconhecendo, até por incompetência própria, a capacidade dos demais irmãos.

Sempre que pode procura "manobrar", pessoas, as eleições para que os cargos em loja sejam preenchidos por integrantes de sua medíocre camarilha, que, uma vez empossada, vai aprovar seus atos malsãos e alimentar a sua vaidade. Dessa maneira ele trava as rodas da loja, impedindo-a de progredir, de desfraldar as suas velas. 

É claro que ele não age só, ele conta com o respaldo de pequenos grupelhos de gente sórdida e submissa, que aprova suas ações e deixa-se corromper.

Caso sofra uma contrariedade qualquer, ou veja descartada uma irracional conjectura sua, ele passa a fomentar intrigas e provocar cismas na loja. Aquele que for investigar as causas que levaram uma determinada oficina a abater colunas notará em seus escombros a marca indelével de sua mão, que muitas vezes deixa impressa com orgulho.

Elemento altamente desestabilizador e perigoso, o Maçom vaidoso é o principal responsável pelo enfraquecimento das colunas de uma loja, pela fuga em massa de bons irmãos, e pela decadência da Maçonaria de uma forma geral.

Quanto maior for o seu número agindo no corpo da Maçonaria, mais fraca, enferma e suscetível à contração de outros males ela se torna, mais exposta a escândalos e prejuízos ela fica. Sua "neutralização" é, portanto, condição sine qua nom para a conservação da saúde de nossa Sublime Instituição.

MAIS LUZ - Samuel H. Jones

(Decifrado em Loja,  em 11 de abril de 1991 pelo autor, o saudoso Ir. Samuel Herbert Jones, MI)

O primeiro propósito de um maçom é estudar e compreender o que lhe foi ensinado. Um maçom não pode ser um ignorante pois Maçonaria e ignorância não são e nunca foram compatíveis em nenhuma época da história. A apatia maçônica que hoje sentimos, está diretamente ligada a ignorância dos assuntos maçônicos.

A nossa meta é sempre "mais Luz", o que aliás é uma obrigação de todo maçom, se é que ele realmente se esforça para recebê-la. Mas de que adianta suplicar por "mais Luz" se não conseguimos enxergar com a pequena e belíssima "aurora" que nos envolve. Se isso nos fosse facilitado, de acordo com nossos desejos, não suportaríamos tamanha claridade por faltar a "base" apropriada para "enxergar melhor", do mesmo modo que necessitamos de óculos escuros "como base" para "enxergar melhor" quando a claridade está muito intensa.

Muitos dos que clamaram por "mais Luz", desistiram, e por quê? Porque procuraram avançar demais. Se habituaram a procura de assuntos mais avançados, desprezando os de menor importância, porém muito mais significativos quanto ao simbolismo que representam.

Símbolos usualmente tem mais força para aqueles que podem interpretar o seu significado para si mesmo e compreendê-los do que, para aqueles que devem depender dos significados dos outros. Portanto, ao estudar um símbolo, concentre-se nele com intensidade, verificando a sua utilidade no mundo profano como um instrumento. Indague tudo sobre sua forma e porquê e, depois de bem compreendê-lo, procure se transformar espiritualmente no próprio símbolo para sentir a mensagem que ele transmite para o nosso aperfeiçoamento ou elevação.

Assim sendo, durante anos, bem poucos conseguem "enxergar mais". A grande maioria, permanece quase que estática na penumbra da "aurora" que nos rodeia, na esperança que, de repente, algo aconteça e sinta o brilho dessa Luz tão desejada.

Mas, para que possamos receber a "Luz", necessitamos procurar, bater e pedir. Principalmente procurar e como muitos não se esforçam para este fim, depois de algum tempo, sentem-se enfastiados argumentando que tudo é bobagem, perdem o interesse pela Luz. Dizem que estamos perdendo tempo, que poderíamos aproveitá-lo para outros fins sociais, etc.

E o que acontece ? As Lojas ficam desfalcadas da presença dos Irmãos, pois gradativamente vão se afastando e procuram outra diversão ou ocupação, justamente na noite que prometeram não faltar. Está certo! Não precisa falar ou desculpar, somos livres e de bons costumes. Não somos escravos da Maçonaria mas, somos escravos de nós mesmos no mundo profano, o que é muito pior. Pelo menos aqui existe algo que nos aproxima uns dos outros, embora bem poucos, procurando cada um cumprir com seu dever. É aquela presença Fraterna e acalentadora que nos une como Irmãos. Pois bem, o que está faltando? Na minha opinião falta muita instrução, esclarecimento, boa vontade, disciplina, ordem e postura. E por que tudo isto?

Saibam meus Irmãos que a Maçonaria não foi feita para as massas e, sim, para o indivíduo, para sua elevação ou iluminação.

A filosofia da Maçonaria e sua doutrina esotérica é, na sua totalidade, uma pesquisa não apenas confinada a uma alegoria ou procura de uma Palavra Perdida ou algo semelhante. Mas é, no sentido mais amplo, a procura de Conhecimento Universal.

março 08, 2022

MULHERES PODEROSAS DA HISTÓRIA - Heitor Rodrigues Freire


Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis e advogado, Past GM da GLEMS e atual presidente da Santa Casa de Campo Grande.


A propósito do Dia Internacional da Mulher, é sempre oportuno fazer um retrospecto histórico para nos lembrar do valor de todas as mulheres em nossas vidas.

Desde que o mundo é mundo, as mulheres prevalecem e mandam. Elas têm em sua essência um componente genético de fascínio, e isso é parte da natureza delas. São tão inteligentes que nos fazem pensar que somos mais inteligentes do que elas. E nós acreditamos.

Fazendo uma viagem na história, vemos que tem sido assim desde o princípio. Começou com Eva. Adão, ao se ver flagrado por Deus, foi logo se desculpando: “A criatura que me deste por companheira me deu a fruta e eu comi”. Nessa fala de Adão está implícita uma cobrança a Deus, como se o erro pudesse também ser imputado a Ele, não querendo Adão admitir que foi seduzido. A partir de Eva, todas as mulheres recebem em sua concepção um dom, que só elas identificam, e que sabem utilizar com toda maestria.

No Antigo Testamento temos vários episódios que registram o poder e o magnetismo feminino. Por exemplo, Rebeca, mulher de Isaac, consegue burlar a tradição ao obter a bênção de Isaac para o caçula Jacó, quando quem deveria receber a bênção era o primogênito, Esaú (embora fossem gêmeos, Esaú nasceu primeiro). Esse fato desencadeou todo um drama familiar dos mais conhecidos na Bíblia, na literatura e nas artes em geral. Já Dalila usou de todos os seus encantos para seduzir o poderoso e  forte  Sansão, que acabou contando que o segredo de sua força residia em seus cabelos (cortaram-lhe as madeixas, cegaram-lhe os olhos e uma tragédia se deu). Ruth, uma viúva moabita, instruída por sua sogra Noemi, conseguiu conquistar Booz. Abigail, quando o exército de Davi (futuro rei de Israel) vagava precisando de mantimentos que foram negados por Nabal (marido de Abigail), espertamente mandou um servo levar comida para os soldados famintos e conseguiu evitar que Davi atacasse sua propriedade. Pouco tempo depois, ao saber do acontecido, Nabal teve uma síncope e morreu. Davi então se casou com a bela e sábia Abigail, sua primeira mulher, e que muito o ajudou com sua sabedoria.

A bela Betsabá soube mostrar-se tomando banho para Davi, já rei de Israel, deixando-o apaixonado e levando-o a fazer de tudo para conquistá-la, a ponto de enviar o marido de Betsabá, o comandante Urias, para a frente de batalha para que logo morresse e Davi pudesse ficar com a viúva. Betsabá foi a mãe de Salomão, o rei que segundo conta a Bíblia teve mais de 700 mulheres e 300 concubinas, mas não resistiu aos encantos da rainha de Sabá, uma bela etíope negra chamada Belkiss.

E houve Judite, uma bela viúva judia que com sua beleza seduziu Holofernes, o comandante do exército de Nabucodonosor, rei da Babilônia. Ela cortou a cabeça de Holofernes para libertar o povo de um cerco que estava minando toda sua resistência. Nascida de uma família judaica, Ester, esposa do rei persa Assuero, adentrou a sala do trono real sem permissão e, com coragem indômita, provou ao rei o equívoco de um decreto real, conseguindo a sua revogação (algo quase impossível de conseguir, pois a palavra de um rei não volta atrás) e livrou o povo judeu do extermínio que já estava decretado e com dia marcado.

Todas essas mulheres fazem parte da história bíblica. Fora da Bíblia, temos também a clássica história de Cleópatra, rainha do Egito, que antevendo a derrota do seu exército para o de César, se apresentou a ele envolta num tapete que, ao ser desenrolado, mostrava toda sua exuberância, e César, impressionado com sua coragem e maravilhado com a beleza de Cleópatra, se rendeu aos encantos dela. Quando César retornou a Roma, ela fez o mesmo com Marco Antônio.

Por essas e outras incontáveis histórias, que não param de acontecer a todo instante, somos sempre testemunhas da capacidade milenar da mulher de encantar a todos, com seu poder magnético que nos alegra e nos conquista.


PLENITUDE FEMININA - Newton Agrella



Newton Agrella é escritor, tradutor, um dos mais notáveis intelectuais da maçonaria no Brasil


Ela é a dona do mundo.

Carrega, concebe, alimenta e educa.

Seja do campo, de casa, ou da empresa.

Ela é plena e eclética em toda a sua compleição.

Sabe e intui com a razão e o coração.

Traz na alma o discernimento do caminho a ser percorrido.

É muito mais sensível do que se possa imaginar.

Sua inteligência é incomparável

Seu olhar é profundo, tal qual as águas do oceano.

E sua percepção supera qualquer ensaio da filosofia.

Leva consigo o respeito e a dignidade como disposições humanas inalienáveis.

Erra como contingências que a vida impõe.

Mas corrige e acerta com uma propriedade única e natural de sua própria essência..

Todos os dias são dela.

Todos os filhos são dela, naturais, adotados, ou acolhidos pelo coração.

As decisões mais impactantes saem de seu cérebro e são o resultado de sua consciência.

Seu valor intraduzível não se pauta pela sua cor, sua etnia, ou  por qualquer de suas características físicas.

Ela é simplesmente Mulher !

Inteiramente compatível com  cada palavra do mesmo gênero  que com que ela se identifica:

Concepção, Luz e Vida.



MULHER... SEM IGUAL ! - Adilson Zotovici

 

Adilson Zotovici da ARLS Chequer Nassif-169 de S. Bernardo do Campo é notável poeta e intelectual maçônico

Nada concreto, eficaz,

Comparado ao Ser especial 

Do Grande Arquiteto, que apraz,

A” Mulher “, obra sem igual 


Mostrou ao mundo quão capaz 

Num enfrentamento frontal 

Por labor fecundo, vivaz   

Face o tratamento desigual 


Desde a aurora, arguta, audaz

Contra fome, guerra mundial

Como outrora a luta...“ Pão e Paz “   


Notável obra Divinal 

Tão nobre e quão perspicaz

Inefável qual  Arte Real !



março 07, 2022

RESUMO DAS ESCOLAS DE PENSAMENTO MAÇÔNICO


Escola Autêntica ou Histórica 

 Por este pensamento, as antigas tradições da Ordem foram minuciosamente examinadas à luz de registros autênticos ao alcance do historiador, principalmente sobre atas de Lojas e documentos legais e todos os registros acessíveis.

Como os registros escritos sobre Maçonaria especulativa, antecedem pouco ao seu renascimento em 1717, ao passo que as atas mais primitivas subsistentes de qualquer Loja operativa, pertencem ao ano de 1598, os defensores desta Escola, apontam como origem da Maçonaria as Lojas e Corporações da Idade Média, e supor que os elementos especulativos (símbolos, alegorias, etc.) foram enxertados posteriormente ao tronco operativo.

A escola admite que se aceitarmos o fato de que o simbolismo e cerimonial da Maçonaria é anterior a 1717, não há, praticamente , nenhum limite quanto a idade a que se lhe atribuir.

Por isso esta Escola não busca a origem dos Mistérios além dos construtores medievais;

Escola Antropológica ou Primitiva 

Esta Escola de pensamento está aplicando as descobertas antropológicas num estudo da história da Maçonaria e com notáveis resultados.

Os antropologistas reuniram uma vasta soma de informações sobre costumes religiosos e iniciáticos de muitos povos, antigos e modernos, e os estudiosos maçônicos tem encontrado neste campo uma série de sinais e símbolos, tanto dos graus especulativos como dos operativos, em pinturas murais, esculturas, gravuras e edifícios das principais raças do mundo.

Inclusive semelhanças de culturas e cultos em civilizações que não haveriam de ter tido contato físico.

Neste sentido, esta escola de pensamento, confere à Maçonaria muito maior antiguidade do que a atribuída aos históricos, bem como fazem analogias com os antigos Mistérios de muitas nações com cerimônias análogas às empregadas nas atuais Lojas Maçônicas.

Das investigações antropológicas resulta bem claro que, quaisquer que sejam os elos na cadeia de descendentes, nós, maçons somos os herdeiros de uma antiquíssima tradição que, por incontáveis tradições, tem estado associada com os mais sagrados mistérios do culto religioso.

Escola Mística ou Teológica 

Esta terceira Escola do pensamento maçônico, perquire os mistérios da Ordem de um ponto de vista do plano para o despertar espiritual e o desenvolvimento interior do homem.

Os pensadores desta filosofia, analisando suas próprias experiências espirituais, declaram que os graus da Ordem são símbolos de certos estados de consciência, que tem que ser despertados ao iniciado de forma individual se ele espera atingir e conquistar os tesouros do espírito.

Eles dão testemunho de outra natureza muito mais elevada acerca da validade de nossos ritos maçônicos, testemunho que pertence antes à religião do que à ciência.

O objetivo do misticismo é a união consciente com Deus e a Oficina visa retratar a senda para esse objetivo, oferecendo o roteiro que oriente a marcha do buscado do Supremo.

Tais seguidores estão mais interessados na interpretação do que na pesquisa histórica.

O objetivo é viver a vida indicada pelos Símbolos da Ordem para poderem atingir a realidade espiritual de que esses símbolos são sombras.

O método místico busca a união estática com o Supremo, através da oração e da prece.

Escola Oculta ou Esotérica

 O principal e distintivo postulado é a eficácia sacramental do cerimonial maçônico, quando devida e regularmente executado.

Assim talvez possamos chamá-la de escola sacramental ou oculta.

Pode ser definido como o estudo e conhecimento do lado oculto da natureza, por meio dos poderes existentes em todos os homens, mas ainda adormecidos na maioria da humanidade.

Esses poderes podem ser acordados e treinados no estudante oculto por longa e cuidadosa disciplina e meditação.

O escopo do ocultista é alcançar a união com Deus por meio do conhecimento e da vontade, treinar toda a natureza, física, emocional e mental, até que se torne uma perfeita expressão do divino espírito interno, e possa ser empregado como um instrumento eficiente no grande Plano que Deus criou para a evolução da espécie humana, que está representado pela Maçonaria pela construção do Santo Templo.

Para o ocultista é de grande importância a exata observância de uma forma, e pela utilização da magia cerimonial ele cria um veículo através do qual possa a luz divina baixar e difundir-se em auxílio do mundo, invocando, para isso, a ajuda dos Anjos, espíritos da natureza e outros habitantes dos mundos invisíveis.

Uma mesma Maçonaria pode ter a representação necessária à cada irmão que a compõe de modo a permitir seu bem estar e sua integração. 

Bom dia meus irmãos.

(Blog da Loja “Resplandecer da Fênix” no 255 - ano 2009)

O SEGREDO MAÇÔNICO E AS GUILDAS



Os maçons operativos guardavam segredos em torno de suas reuniões em Loja porque era nelas que, ao se oficializar a elevação de um aprendiz a companheiro, eram comunicados a “palavra do maçom”, os sinais secretos de reconhecimento e os segredos profissionais; sobre isso era exigido juramento de absoluto sigilo, pois dele dependia o sucesso profissional do grupo.

Com o correr do tempo, certamente como forma de melhor proteger aqueles segredos necessários, tornou-se secreto tudo o que ocorria no interior das Lojas operativas, inclusive seus mistérios, seus rituais e seu simbolismo.

Essa discrição sempre fez parte das tradições maçônicas das guildas medievais dos construtores das grandes catedrais góticas ou românicas, das suas pomposas sedes nas cidades de maior porte e dos muitos castelos, fortificações e residências.

Esses conhecimentos, que se guardavam a sete chaves e se transmitiam sob segredo, também conferiam importância social aos que os detinham e, obvio, ajudavam a concentrar o monopólio da arte de construir nas mãos dos mestres das guildas dos maçons.

Diz também a tradição que, entre outros itens, era mantido absoluto segredo sobre certas proporções dos projetos das catedrais, sobre o sistema de fechamento dos arcos e sobre a proporção do afinamento das pilastras e das colunas em direção ao topo. Havia assim uma espécie de segredo industrial como o que se pratica habitualmente nos dias atuais. Esses segredos visavam principalmente proteger a categoria profissional de possíveis construtores concorrentes e manter uma condição monopolista sobre os preços das construções.

As primeiras noções dessa ciência eram transmitidas aos aprendizes aos poucos, durante um longo aprendizado de sete anos, mas a parte mais importante só lhes era comunicada ao alcançarem o estagio dos companheiros.

Essa forma de segredo dos maçons medievais dificilmente poderia ocultar algo desaprovado pela Igreja porque as guildas medievais, como toda e qualquer associação de então, mantinham um vinculo muito estreito com o clero local que, como autoridade religiosa, sempre tinha livre todos os atos sociais que aconteciam em suas respectivas jurisdições. Funcionou também em todo aquele período medieval das guildas das artes e ofícios e o poderoso olho da Inquisição, ao qual nada podia fugir.

Na transição da Maçonaria medieval para a Maçonaria Moderna foi incorporada essa tradição de sigilo com todo o seu rigor medieval, e isso transparece claramente no Livro das Constituições, da Grande Loja de Londres, ao dedicar um capitulo especial a instrução dos irmãos quanto ao seu procedimento na presença de estranhos, no ambiente familiar, na companhia dos vizinhos, etc, recomendando especiais cuidados para não revelar nada que acontecesse em suas reuniões e atividades como maçons.

Vemos que o “segredo maçônico” em época alguma teve a intenção de encobrir tramas cavilosas ou atividades ilegais. O segredo e mantido na Maçonaria Moderna como elemento de união entre os irmãos, pois se sabe quando pessoas compartilham um segredo, qualquer que seja a sua natureza, cria-se entre elas um forte vinculo.

Atualmente o “segredo maçônico” se limita aos rituais internos das Lojas, a interpretação de seus símbolos e, principalmente, aos sinais de reconhecimento, pois sinal de reconhecimento não secreto não seria sinal de reconhecimento.

A opção pelo sigilo, desde que não se preste a ocultação de ilegalidades, e um direito de cada instituição.

(Texto extraído do site da Gr.’.Loj.’. Maç.’. do Estado de Mato Grosso)

março 06, 2022

O SOTAQUE NOSSO DE CADA DIA - Newton Agrella




Newton Agrella é escritor, tradutor, um dos mais notáveis intelectuais da maçonaria no Brasil


Se há um substantivo na Língua Portuguesa intrigante quanto a sua etimologia, e que está intimamente vinculado a questões linguísticas é justamente "sotaque".

Pois é, este mero vocábulo, na grande maioria das referências bibliográficas e nas análises vernaculares, via de regra, traz como "origem obscura ou desconhecida".

Porém, apesar disso, há uma clara e pedagógica explanação quanto ao seu significado.

O sotaque, sob o conceito de quando se refere a um mesmo idioma, representa a forma peculiar que as pessoas tem de pronunciar ou de articular e emitir determinados sons, também conhecidos gramaticalmente como "fonemas".

Esta peculiaridade se estende também para a maneira como se pronunciam determinados grupos de palavras.

Esse fenômeno linguístico é notadamente observado como característica própria de uma região, classe ou grupo social, etnia, sexo e até mesmo de fator etário.

Um dos aspectos mais interessantes quanto ao sotaque "dentro de um mesmo idioma", diz também respeito em especial, ao ritmo, à cadência, à entonação, à ênfase ou até mesmo quanto à distinção fonêmica.

A clareza e a maneira circunstancial com que determinados grupos linguísticos expressam e articulam as palavras, são amostras evidentes destas distinções fonêmicas.

É importante contudo registrar que o sotaque não significa falar corretamente ou não.  

Pelo contrário, trata-se de um fenômeno linguístico, cuja forma de pronunciar as palavras, frases e empreender seu próprio ritmo e entonação são fatores herdados da geografia, de condições climáticas, de influências trazidas de outros povos, de processos de colonização e até  mesmo de povos primitivos que já habitavam determinadas regiões.

No caso da língua portuguesa falada no Brasil, os sotaques são muitos, variando de região para região, até em razão das dimensões continentais do país e de seus diversos processos de influências externas. 

Sejam estes processos gerados por colonização, por invasões estrangeiras, por ondas de imigração dentre tantos outros.

Que dirá então, quando a comparação de sotaques se faz entre falantes de um mesmo idioma (no caso o Português) de diferentes países lusófonos, como Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau, Goa, Timor Leste e Macao.  

Aí então tudo fica mais complicado, pois além do sotaque, as diferenças linguísticas tornam-se ainda mais gritantes, chegando à beira de se tornarem quase que dialetos, se comparados entre si.

Ainda assim, e com uma dose de boa vontade, essas dissonâncias conseguem ser interinteligíveis.

Reitere-se que esta abordagem está sendo feita dentro do contexto de uma mesma ĺíngua, no parâmetro de um mesmo Idioma. 

E ainda assim, é algo passivo de profunda análise e considerações.

Vai por fim, uma consideração particular, isto é; não existe o melhor, o mais bonito, ou o mais erudito sotaque de um idioma. Isso é pura invencionice e subjetivismo sem qualquer base intelectual.

O que existe sim, é uma espécie de "tentativa de padronização de um sotaque", basicamente em função de aspectos midiáticos, que via de regra, obedecem a interesses econômicos, políticos, sociais e culturais.

O seu sotaque, o meu e o deles ou delas é simplesmente uma questão contingencial, que revela quão ampla e diversa é a condição humana de se fazer entender e de ser compreendida.

Um brinde à nossa Língua Portuguesa !!!