março 16, 2022

A ARCA DA ALIANÇA – O ÚLTIMO MISTÉRIO - Tiago Cordeiro



Segundo o livro do Êxodo, a montagem da Arca foi orientada por Moisés, que por instruções divinas indicou seu tamanho e forma. Nela foram guardadas as duas tábuas da Lei; a vara de Aarão; e um vaso do maná. Estes três objetos representavam a aliança de Deus com o povo de Israel. Para judeus e prosélitos a Arca não era só uma representação, mas a própria presença de Deus.

Construída para guardar os Dez Mandamentos, a Arca da Aliança estaria desaparecida há pelo menos 2 500 anos. Enquanto arqueólogos tentam encontrá-la, há quem diga estar com a relíquia em seu poder.

“Assim falou Javé a Moisés: ‘Farás uma arca com madeira de acácia: seu comprimento será de dois côvados e meio; sua largura, de um côvado e meio; sua altura, também de um côvado e meio. Tu a revestirás com ouro puro, recobrindo-a por dentro e por fora; e farás ao seu redor um friso de ouro. Fundirás para ela quatro argolas de ouro, que porás nos seus quatro cantos; duas argolas num lado e duas argolas no outro lado. Farás também varais de madeira de acácia, revestindo-os de ouro. E os introduzirás nas argolas que estão nos lados da arca a fim de que esta, por meio deles, possa ser transportada. Dentro da arca guardarás o Testemunho que eu vou te dar’.”

Segundo a Torá, o livro sagrado dos judeus (e que, grosso modo, corresponde aos cinco primeiros livros da Bíblia cristã), foi assim, com instruções precisas, que Javé – Deus, em pessoa – instruiu Moisés na construção de um dos objetos mais misteriosos da história. Dentro dessa caixa de 1,11 metro de comprimento por 66,6 centímetros de largura e altura, o líder dos hebreus deveria guardar duas placas de pedra, gravadas a fogo por Javé. As inscrições traziam as normas de conduta que os fiéis deveriam seguir para justificar sua condição de povo eleito por Deus, e que qualquer criança conhece como os Dez Mandamentos. Por conter a prova desse acordo, um contrato entre o mundo divino e o mundo terreno, o baú ganhou o nome de Arca da Aliança. A Torá conta que Moisés levou o objeto sagrado pelo meio do deserto até as margens do rio Jordão, onde morreu. Seus sucessores guardaram a Arca, que se tornou um dos símbolos mais sagrados dos hebreus e, por herança, dos cristãos.

No entanto, fora dos textos religiosos, a história da Arca permanece um mistério. “Ela é um desses objetos míticos, como o Graal ou o túmulo de Jesus, que nenhum arqueólogo sério gosta de dizer que está procurando”, afirma a arqueóloga canadense Anne Michaels, professora da Universidade de York, em Toronto. “E que, vira e mexe, alguém diz que encontrou, faz um documentário, escreve um livro e consegue 50 minutos de atenção. Mas são objetos mais míticos que reais”, diz Anne.

Mas, diferentemente do Graal ou do túmulo de Jesus, que ninguém sabe como seriam, a Arca tem forma definida. “Não temos motivos para duvidar que a Arca tenha existido, mas é pouco provável que esteja inteira até hoje”, diz o historiador e teólogo Hans Borger, do Centro de Cultura Judaica de São Paulo. Outros especialistas são mais cautelosos. “Não existem evidências concretas a respeito dela. A Arca mal chega a ser objeto da arqueologia. É assunto para historiadores bíblicos”, afirma o arqueólogo israelense Israel Finkelstein, autor de A Bíblia Desenterrada. “Ela fascina as pessoas por causa de seu intenso poder como mito, concreto ainda hoje.”

As principais referências sobre a Arca estão na Torá e na Bíblia, obras que trazem ricas informações sobre a Antiguidade, mas sem rigor histórico. Alguns pesquisadores vêm tentando comprovar trechos dos textos sagrados (veja quadro na pág. ao lado). O problema é que a influência das escrituras pode desvirtuar os estudos. “Muitos arqueólogos procuram evidências que justifiquem sua própria fé. Qualquer vestígio é analisado com o desejo de encaixá-lo nos relatos bíblicos”, diz o historiador André Chevitarese, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Essa ansiedade por novas descobertas é ainda mais verdadeira no caso da Arca. Se, para os arqueólogos, encontrá-la seria um achado incrível, para os fiéis seria a prova da existência de Deus.

PEGADAS NO DESERTO

Os eventos narrados pelo livro do Êxodo, quando a Arca é citada pela primeira vez, teriam ocorrido aproximadamente em 1300 a.C. O cálculo é baseado em registros históricos do antigo Egito, onde os hebreus teriam sido mantidos como escravos. Segundo as escrituras, eles teriam fugido e, liderados por Moisés, partido em busca de Canaã, a Terra Prometida. A Arca teria sido feita dois anos depois da saída do Egito, quando os hebreus estavam perto do monte Sinai. “Há pouquíssima, para não dizer nenhuma evidência arqueológica sobre esse período”, afirma Finkelstein. Um dos pontos mais polêmicos é a localização exata do monte. Há quem diga que ele fica na península do Sinai, no leste do Egito. O físico britânico Colin Humphreys, da Universidade de Cambridge, que pesquisa a história bíblica há 30 anos, defende que o monte Bedr, na atual Arábia Saudita, é o verdadeiro Sinai.

Que as referências ao período do Êxodo são mais míticas que documentais, praticamente todo mundo concorda. Esse livro, como toda a Torá, foi elaborado provavelmente entre os séculos 7 e 5 a.C., muito tempo depois dos eventos narrados. “Ele foi escrito numa época em que os hebreus estavam exilados na Babilônia”, diz Chevitarese. “Os autores queriam garantir a coe¬são do grupo e reforçar preceitos religiosos e de comportamento para que a identidade da nação não se perdesse.”

O texto sagrado dá conta de que, durante os 40 anos de peregrinação pelo deserto até a Terra Prometida, a Arca manifestou poderes mágicos. Os responsáveis por ela eram sacerdotes conhecidos como levitas. Diante deles, no alto da Arca, entre os dois querubins de ouro, Javé apareceria pessoalmente para se comunicar com os hebreus e orientá-los em sua jornada. “A descrição da Arca e de seus poderes faz sentido com o misticismo dos povos nômades daquela região e época, quando era comum a adoração a objetos e ídolos”, diz Anne Michaels. “E mesmo o surgimento do deus único dos hebreus, que substitui os ídolos, manteve paradoxalmente uma representação de seu poder, a Arca, que não deixava de ser um objeto a ser adorado.”

BELELÉU

No momento em que os hebreus encontraram a Terra Prometida, de acordo com o fim da Torá, Moisés morreu – aos 120 anos, ele deixava seu povo no destino indicado por Javé. Mas, se a terra tinha sido prometida aos hebreus, esqueceram-se de avisar os outros povos que moravam no que hoje é Israel e a Palestina. Por volta do século 13 a.C., a região era uma colcha de retalhos, onde o poder era exercido por cidades-estados que guerreavam entre si. Os hebreus eram apenas mais um punhado de tribos que lutavam para se manter por lá. A Bíblia menciona que, nessa época, a Arca acompanhava os hebreus nos confrontos contra cidades como Jericó, Massada e Hebron. Era usada como estandarte de batalha – para os hebreus, ela era o motivo de suas sucessivas vitórias militares.

Segundo a Bíblia, nas décadas de luta por Canaã, pelo menos uma vez o objeto sagrado foi tomado por outro povo. De acordo com o livro de Samuel, que narra fatos que teriam acontecido perto de 1200 a.C., os filisteus capturaram a Arca e a levaram para três cidades diferentes: Asdobe, Ecrom e Bete-Semes. Em todas, ela teria provocado acontecimentos estranhos: estátuas amanheciam com as cabeças decepadas, ratos atacavam as casas com violência e, como se não bastasse, pessoas tinham surtos de hemorróidas. Quem encostasse na Arca morria na hora. Assustados, os filisteus devolveram o objeto a seus donos.

Os hebreus esconderam a Arca na cidade de Quiriate-Jearim. Ela teria sido levada para Jerusalém quando o lendário Davi se tornou rei, por volta de 1000 a.C. De acordo com a tradição, ele projetou um templo grandioso para abrigá-la. A obra coube a seu filho, Salomão, que teria reinado do rio Eufrates (no atual Iraque) ao Egito, entre 970 a.C. e 931 a.C. O primeiro Templo de Jerusalém é descrito com 26,6 metros de comprimento, 8,88 metros de largura e 13,3 metros de altura. Era feito de pedra e, do lado de dentro, revestido com cedro coberto de ouro. No centro do edifício, concluído em 965 a.C., uma área isolada, chamada Sagrado dos Sagrados, foi construída só para abrigar a Arca. Era um quarto em forma de cubo, com 8,88 metros de lado, revestido de ouro puro. A Arca ficaria depositada sobre um altar de madeira recoberto por ouro. Apenas iniciados, como levitas e profetas, podiam entrar lá.

Se não há registro de que Moisés tenha existido de fato, Davi e Salomão parecem mesmo ter reinado entre os hebreus. O que se discute é se pai e filho foram tão grandiosos como diz a tradição. “Ambos unificaram o povo hebreu, que desde os tempos de servidão no Egito vivia disperso em 12 grupos diferentes, chamados tribos de Judá”, diz o historiador Hans Borger. “Mas tudo indica que Salomão foi um rei bem mais modesto, e que o templo que ele construiu não era tão extraordinário quanto diz a tradição. Não existem registros arqueológicos dessas obras grandiosas descritas pela Bíblia.”

Depois da morte de Salomão, as 12 tribos de Judá (cujos membros ficaram conhecidos como judeus) se dividiram em dois grupos, com dez delas ao norte e duas ao sul. A nova estrutura política dos hebreus se sustentaria até o ano 721 a.C., quando os assírios dominaram o norte do reino. O sul, incluindo Jerusalém, cairia cerca de um século e meio depois, em 586 a.C., diante da invasão dos babilônicos liderados por Nabucodonosor II, que arrasaram o Templo. Esse evento marca o desaparecimento da Arca dos relatos bíblicos. A última referência a ela está no capítulo 2 do segundo livro dos Macabeus. Prevendo a invasão dos babilônicos, o profeta Jeremias teria retirado a Arca do Sagrado dos Sagrados e escondido-a no monte Nebo – o mesmo local, às margens do mar Morto, onde se acredita que Moisés foi enterrado.

O monte Nebo fica na atual Jordânia, a 10 quilômetros de uma cidade chamada Madaba. A Bíblia afirma que a Arca foi escondida numa gruta, cuja entrada foi obstruída por Jeremias. Arqueólogos já reviraram o local de cima a baixo e não acharam nada parecido com um baú dourado. Se a Arca ficou mesmo lá, não é difícil acreditar que nos últimos 2500 anos alguém a tenha encontrado antes dos pesquisadores. Mas, como costuma acontecer, a Bíblia talvez não possa ser interpretada ao pé da letra quando se refere ao destino da Arca.

Segundo o arqueólogo israelense Dan Barat, dizer que algo foi para o monte Nebo significa, na cultura judaica, que a coisa foi esquecida – mais ou menos como quando dizemos, no Brasil, que algo “foi para o beleléu”. “Quando o texto bíblico diz que a arca foi deixada no monte Nebo, na verdade está afirmando que ela jamais será vista novamente”, afirma (veja entrevista na pág. 33). A tese de Barat, que já foi consultor do Vaticano para a história de Jerusalém, faz sentido se comparada às referências a um texto apócrifo (não reconhecido pela Igreja) atribuído a Jeremias e já desaparecido. Segundo ele, a Arca teria sumido na destruição do Templo.

Se Jeremias não tirou a Arca do Templo, ela pode ter sido capturada pelos babilônicos. Essa possibilidade é defendida por alguns estudiosos, mas esbarra em algumas evidências. A lista de objetos levadas de Jerusalém para a Babilônia é conhecida, e nela não consta a Arca. A menos que os saqueadores tenham deliberadamente mantido o roubo em segredo, o objeto não chegou a ir para a Babilônia.

Mas a Arca pode ter sido escondida em Jerusalém mesmo, bem antes da chegada dos babilônicos. Essa versão também está na Bíblia, embora entre em contradição com o relato sobre Jeremias no livro dos Macabeus (que, é bom lembrar, não faz parte das Bíblias protestantes). Por volta de 626 a.C., o rei Josias teria colocado a Arca em um buraco sob o Templo de Salomão. O Talmude, tradicional compilação de leis e textos judaicos, sustenta essa versão e afirma que, no local onde havia o Templo, existe uma passagem secreta que leva a esse esconderijo. Mas, se Josias ocultou a arca em Jerusalém, fez isso tão bem que nem seu povo conseguiu encontrá-la.

Com a invasão babilônica, os judeus foram obrigados a ficar longe de Jerusalém até 539 a.C., quando a Pérsia conquistou a cidade e permitiu que eles voltassem. Em 515 a.C., no mesmo lugar do primeiro, foi erguido o segundo Templo de Jerusalém. Dentro dele, foi reconstruído o Sagrado dos Sagrados. Mas, dessa vez, o cômodo já não guardava mais a Arca. Pelo menos foi o que disse o general romano Pompeu, que invadiu a cidade quatro séculos depois, em 63 a.C., e exigiu entrar lá. Ao sair, afirmou não entender por que os judeus davam tanta importância a um quarto vazio. Os romanos levavam a sério os saques, uma das principais atividades econômicas do grande Império. Acostumados a listar as riquezas tomadas dos outros, os romanos também não fizeram menção à Arca.

O Império Romano expulsou os ju¬deus da região de Jerusalém. Mas os cristãos acabaram sendo expulsos também, por muçulmanos. Até a época das Cruzadas (o esforço de reconquista da Terra Santa pelos cristãos), a Arca pemaneceu esquecida. Por volta do ano 1118, surgiram boatos de que a Ordem dos Cavaleiros Templários, um grupo de cristãos que pretendia defender os peregrinos nas Cruzadas, teria resgatado a Arca na Palestina. O objeto teria ficado nas mãos do monge francês Bernard de Clairvaux para, depois, sumir novamente. “Como tudo o que envolve os Templários, esses boatos são difíceis, senão impossíveis de averiguar”, diz o historiador Hans Borger.

Em meio a tanta incerteza, existe um grupo que afirma saber onde está a Arca. Os monges cristãos da Igreja Santa Maria de Sião, instalada no vilarejo Axum, na Etiópia, se dizem guardiães do objeto. A Arca teria sido levada para lá por volta de 950 a.C., pelas mãos de Menelik, filho do hebreu Salomão com Makeda, conhecida como a rainha de Sabá. Sabe-se que esse reino ocupou o que hoje são a Etiópia e parte da Eritréia e do Iêmen até ser dominado durante a expansão do Islã, no século 7. Há indícios de que a rainha de Sabá existiu, mas nenhum dado concreto sustenta que Makeda tenha tido um filho com Salomão. Apesar disso, a dinastia que governou a Etiópia até 1947 se dizia descendente direta de Menelik.

De acordo com os monges etíopes, a Arca está num templo perto do lago Zway, acessível apenas por um sacerdote guardião. Todos os anos, arqueólogos pedem acesso ao local para comprovar a história. Nenhum jamais foi autorizado a entrar. O argumento para tanto segredo é simples: apenas o guardião, nomeado pelos monges, pode olhar para o objeto sem morrer. O jornalista escocês Graham Hancock, ex-correspondente da revista britânica The Economist na África, escreveu um livro – Em Busca da Arca da Aliança – dizendo que os monges falam a verdade. Mas nem ele pôde entrar na caverna para conferir.

Atualmente, apesar do que dizem os monges da Etiópia, as buscas se concentram em Jerusalém, onde todas as escavações esbarram em intrincadas disputas políticas, religiosas e militares. Em 1982, por exemplo, o rabino israelense Yehuda Getz organizava pesquisas em uma caverna sob o local em que teria existido o primeiro Templo. A poucos metros de chegar ao fim dos trabalhos, teve de interrompê-los por causa dos protestos da comunidade árabe.

Mesmo que nunca seja achada, a Arca ainda é referência para os cristãos e, principalmente, para os judeus. Toda sinagoga tem, até hoje, uma área chamada Sagrado dos Sagrados, dedicada à aliança de Deus com os homens. “Graças à Arca, nossa história faz todo sentido”, diz o rabino americano Barry Kornblau, do Centro da Torá de Hillcrest, em Nova York. “Acredito que ela continuará desaparecida por bastante tempo. Quando reaparecer, representará uma renovação para a humanidade.

março 15, 2022

QUE TEMOS FEITO ..... ALÉM DO USO DOS AVENTAIS NA INSTITUIÇÃO MAÇONARIA UNIVERSAL? - Bruno Oliveira




O que te faz maçom além do avental que usas?

Discussões dantescas a respeito de quando nos tornamos especulativos e deixamos de ser operativos são travadas por celebrados escritores. Nas origens e etimologia da palavra “pedreiro”, em grego “tekton” [1], é aquele profissional que se empenhava na transformação de materiais em construções diversas com variados materiais, veja bem, não se limitando a pedra.

Chamo a atenção pelo motivo de que às vezes nos achamos pensadores especulativos e na verdade deveríamos estar trabalhando em algo. Em quê?

A filosofia já cuida da mente. 

A ordem criada por Baden-Powell, das medalhas que usa sobre vosso peito que me lembram mais escoteiros que qualquer outra coisa. Os  Clubes de serviço, da caridade. A política dos cursos das nações.  O que resta a você como maçom?

O quê foi construído desde que iniciaste, além da evolução oriunda de qualquer ser humano que tem consciência cívica de melhorar a cada dia?

Os ritos e rituais em seu cerne almejavam ser o método do obreiro. E hoje se resume a ser discutido em termos e posições geográficas ou disposição de artefatos, perdendo-se a essência e finalidade de sua existência. Ou você acredita que foram criados para serem manuais de procedimentos simplistas? O ritual é uma parte do laço místico. Como ou por que o homem deve fazer rituais e aprendê-los, amá-los, preservá-los, é tão misterioso quanto qualquer coisa na vida – mas sempre foi assim. Há algo profundo dentro de nós que exige uma forma definida de expressão: podemos dizer o pensamento de mil maneiras, mas nós o dizemos em uníssono e de uma maneira especial. E isto é verdade seja a Maçonaria, a Igreja ou a vida cotidiana que é preenchida com um ritual. [2] 

A pedra somos nós mesmos. Mas tendemos a cinzelar a pedra alheia.  Isso é demagogia se você não trabalha em sua própria pedra. Mudar de grau não é evoluir, não passando de procedimento administrativo se não foi trabalhada a lição que o traz, por mais pomposo e ornado que sejas o avental quer agora usas.

Recentemente, em um grupo de comunicação Maçônica e DeMolay , soltei um texto que tirava da zona de conforto e indagava a todos sobre seus deveres, resultado? Silêncio por horas.  Quando o assunto é o dever, o trabalho, todos tendem a fingir que não é consigo mesmo, quando pensamos assim, de fato é conosco mesmo o problema.

O filósofo Marcuse em seu Livro “Eros e civilização “retrata essa gana da atual sociedade em satisfazer seus desejos às vezes maquiados em boas intenções”. “O que você faz quando ninguém te vê fazendo ou o que faria se ninguém pudesse te ver” diz uma música. Maquiavel é ridiculamente estudado e utilizado como manual por jovens que creem aprender politica com práticas traiçoeiras e vis.

O que a mão esquerda faz a direita não fique sabendo é ignorado por publicidade desmedida.  O que te faz Maçom além do avental, são os “nãos” que você tem firmeza pra dizer aos seus próprios impulsos e não o avental ou jóia que usa.

Uma vez me foi dito, rasgue a “procuração” de quem faz mal. Indaguei sobre a indisposição criada. E me foi dito, se não tem vergonha de fazer o mal será você a ter por dizer ?

Infelizmente constatamos que, atualmente, adaptada aos novos tempos, a Ordem é uma sociedade iniciática, mas social/recreativa/religiosa congregando seres humanos comuns que se ajudam mutuamente. Concluindo, esta reflexão, inquirimos se, modernamente, em nossas Lojas: Realmente erguemos templos as virtudes?! [3]

Uma máxima em engenharia diz que não controlamos o quê não medimos. Além de suposições, qual o método que usas para te nortear na mudança de si mesmo? Ter consciência dos defeitos e falhas não passa mera reflexão feita por qualquer profano. Renascer para uma nova realidade por si só já é conceito do batismo de varias religiões em variadas culturas.

Um método interessante de trabalharmos em nossa própria pedra, a cada semana escrevemos uma virtude em nossas anotações, que queremos melhorar e intensificar, e ao findar o dia relatamos como nos saímos, e oque dificultou de praticarmos a tal virtude. Isso é um exercício fantástico, e nos estimula a ficarmos vigilantes como prega nossos rituais. Alguns vão dizer, já faço isso de cabeça. Será ?

E você meu irmão qual método utiliza?

A corrupção não esta em Brasília no planalto, mas nos nossos espíritos corrompidos que se calam…, o cantor Renato Russo disse, “ vivemos entre monstros de nossa própria criação” mas não temos medo da escuridão, o maçom hoje, teme a própria luz, por conta da aceitação social. Discutir maçonaria é falar sobre as dificuldades da prática de alguma virtude e por ae se aprofundar, e não erros de gráficas, datas de fundação ou algum fator que qualquer historiador não iniciado poderia fazer e já fazem. Não que não seja importante, mas isso é demasiadamente simplório se comparado ao que realmente é a Arte Real.

Aos outros, a tolerância de serem como quiserem. A nós, a obrigação de sermos cada dia melhores.


Ir. Bruno Oliveira – ARLS Loja Amizade, Trabalho e Justiça Nº36 GOP-PARANÁ.

[1] http://journal.eahn.org/articles/10.5334/ah.239/

[2] http://www.lodge76.co.uk/lectures/index.html

[3] https://maxorokegra.blogspot.com.br 

http://peregrino.blog.br/2018/03/11/alem-do-avental/ 

https://drive.google.com/file/d/1NDrFMUKYSFEMBD67MwGPc76Yea_-vLH3/view?usp=sharing

https://drive.google.com/file/d/0B-l_A5M8pnKBR2RmS29BNk5GYWc/view?usp=sharing

http://peregrino.blog.br/2018/03/11/alem-do-avental/

SOLIDÃO - Sidnei Godinho



Quando a razão se esvai, o que sobra é a amargura...

Quantas vezes somos surpreendidos pelo isolamento social que, propositadamente e, por vezes até mesmo Inconsciente, infringimos a nós mesmos, simplesmente por não compreender que o irmão ao lado vale tanto quanto nós e suas verdades são tão válidas quanto as nossas... 

Esse diapasão irracional não diz respeito ao que provavelmente é o Certo ou o Errado, mais sim de "Quem" está Certo ou Errado e a consequência desastrosa é o isolamento, a desunião e a desagregação da família, do grupo de trabalho, da galera do futebol, da fraternidade e de qualquer outra célula social onde um irmão sempre julgar o outro, tomando por base sua própria e frágil verdade...

O transtorno dismórfico se dá quando uma pessoa enxerga no espelho o que não existe.

Ele cria uma imagem sua que é ilusória e a toma por verdadeira.

Uma analogia simples nos remete às escrituras sagradas, que registra em Mateus 7:

...Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. 

E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? 

Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? 

Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão...

O aprendizado que se abstrai é que para um convívio harmonioso é imperativo vencer suas próprias paixões e encontrar seu caminho para construir templos às virtudes.

Somente através do autoconhecimento, ao enfrentar seu "Eu" interior, é possível tratar esta imagem distorcida do espelho e conseguir, então, enxergar a trave que ofusca a visão do irmão ao seu lado.

Quem sabe assim, ao se redimir do radicalismo das opiniões alheias, os demais a sua volta, antes objeto de suas agressões infundadas, abram os braços para o perdão e retomem a harmonia da relação fraterna.

Afinal, não foi culpa sua, você apenas estava doente. 

Não importa se era uma doença viral contagiosa ou a vaidade exacerbada e agressiva, ambas são tratadas pelo isolamento do convívio, para preservar a saúde física e a mental dos inocentes expostos. 

E tratada a doença, perdoado estão seus pecados e voltemos a ser uma só família. 

Adoecer é inevitável, mas a escolha de se entregar ou de se curar  depende somente de você!!! 

Bom domingo e boas reflexões meus saudáveis irmãos. 




março 14, 2022

AS QUATRO BORLAS – UM ANTIGO SÍMBOLO OPERATIVO - Ir. Eduardo Bandeira Lecey, MM



Para a Igreja Católica Apostólica Romana existem quatro virtudes cardinais ou virtudes cardeais que polarizam todas as outras virtudes humanas. Este conceito teológico destas quatro virtudes teve a sua origem inicialmente do esquema de Platão e adaptado por Santo Ambrósio de Milão, Santo Agostinho de Hipona e São Tomás de Aquino.

O conceito teológico destas quatro virtudes, segundo a Doutrina da Igreja Católica, elas são perfeições habituais e estáveis da inteligência e da vontade humana, que regulam os nossos atos, ordenam as nossas paixões e guiam a nossa conduta segundo a razão e a fé. As virtudes cardeais são quatro:

A prudência (originalmente “Sapientia” que em latim significa conhecimento ou sabedoria), dispõe a razão para discernir em todas as circunstâncias o verdadeiro bem e a escolher os justos meios para atingi-lo. Ela conduz a outras virtudes, indicando-lhes a regra e a medida, sendo por isso considerada a virtude-mãe humana.

A justiça, que é uma constante e firme vontade de dar aos outros os que lhes é devido;

A fortaleza (ou Força) que assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem;

E a temperança (ou Moderação) que modera a atração dos prazeres, assegura o domínio da vontade sobre os instintos e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados, sendo por isso descrita como sendo a prudência aplicada aos prazeres. “Pendente nos cantos da Loja estão quatro borlas, destinadas a nos lembrar das quatro virtudes cardeais, a saber: Prudência, Justiça, Fortaleza e a Temperança, a totalidade das quais, nos informa a tradição, era constantemente praticada pela maioria de nossos antigos irmãos”.

Esta provavelmente seja a referência mais conhecida sobre as quatro borlas, mencionada nos principais rituais Ingleses, Escoceses e Irlandeses, de onde derivam a maioria dos rituais do mundo. As virtudes cardinais como esculpidas na tumba do Papa Clemente II na Catedral de Bamberg.

As Quatro Borlas pendentes dos quatro cantos da Loja que são mencionados nas instruções sobre o painel do Primeiro Grau, estão diretamente relacionadas com os métodos utilizados pelos mestres pedreiros operativos ao definir os quatro cantos do prédio e ao implantar os cantos em um canteiro de obra. Mesmo hoje em dia, um mestre de obra, ao construir os cantos das linhas de um prédio irá suspender prumos a partir de suportes de madeira, adjacente aos cantos, para garantir que os cantos fossem perpendiculares, bem como corretamente localizados com relação aos demais pontos de canto estabelecidos.

Estas linhas eram também esticadas entre as linhas de prumo relevantes nos cantos, para garantir que as paredes seguiriam as linhas corretas e assegurar que os cantos estavam no esquadro e perpendiculares. As Quatro Borlas também aludem às linhas de prumo, que foram colocadas nos cantos do prédio durante a construção.

Em tempos operativos as Quatro Borlas que eram suspensas nos quatro cantos do alojamento representavam guias, que foram destinados a ajudar um maçom para manter uma vida justa e correta, de onde derivou a referência para as quatro virtudes cardeais que, tradicionalmente, são prudência, justiça, fortaleza e a temperança.

Em lojas modernas especulativas essas Quatro Borlas, representando respectivamente a prudência, justiça, fortaleza e a temperança, nesta sequência, deve começar no canto sudeste, que está ao lado esquerdo do Venerável Mestre, em seguida, avançar no sentido horário em torno do recinto da loja. Hoje em dia borlas não é uma característica comum em templos maçônicos, mas geralmente são representados apenas pelo nome de uma das quatro virtudes cardinais em cada canto. Em linguagem atual temperança sugere moderação ou mesmo abstinência; fortaleza implica coragem no sofrimento; prudência transmite uma impressão de cautela e justiça implica em reconhecer o que é certo.

A prática da temperança ou moderação deve estar estreitamente aliada à fortaleza ou força, o que implica coragem moral, bem como ser forte e destemido. Mesmo assim, a busca do curso de ação correto deve ser sempre temperada ou moderada com prudência, que envolve o uso do bom senso e da boa aplicação da razão e da lógica. No senso comum a justiça implica na interpretação estrita da lei, mas no seu sentido mais amplo, deve refletir o maior bem para a comunidade como um todo. É por isso que, em muitas versões da instrução sobre o painel do primeiro grau, a referência às quatro virtudes cardeais é seguida imediatamente por uma declaração semelhante à seguinte passagem citada do Ritual de Emulação Inglês:

“As características distintivas de um bom maçom são virtude, honra, e misericórdia, e que elas possam sempre ser encontradas no peito de um maçom.” Neste contexto, misericórdia implica que a justiça por si só é insuficiente, mas que ela deve ser temperada pela misericórdia se for para alcançar um resultado equitativo. A virtude e a honra são corolários importantes da misericórdia. Virtude significa bondade, moralidade e probidade, e também significa muitos atributos de honra, que por sua vez significa honestidade, integridade, retidão e justiça.

Na época operativa, todas as estruturas religiosas significativas e outros edifícios imponentes foram criados a partir do centro, quando a localização do centro de uma estrutura tinha sido decidida, o primeiro dever do mestre pedreiro era estabelecer o ponto central da estrutura no terreno. Chamava-se a isso de bater o centro. Ele, então, iria determinar a necessária orientação do edifício por um método apropriado e configurá-la no chão. Nós maçons especulativos deveríamos estar cientes de que, simbolicamente, eles têm por objetivo encontrar as respostas para suas perguntas no centro, que é o ponto dentro de um círculo a partir do qual todas as partes da circunferência são igualmente distantes.

O Círculo entre Paralelas Tangenciais e Verticais é também importante símbolo maçônico e, como essas paralelas representam os trópicos de Câncer e de Capricórnio, ou seja, os dois São João, o Batista e o Evangelista, a figura mostra que o Sol não transpõe os trópicos e recorda, ao maçom, que as concepções metafísicas e a consciência religiosa de cada obreiro são de foro íntimo e, portanto, invioláveis.

O ponto dentro de um círculo é um hieróglifo antigo e sagrado que se refere à divindade. O mundo maçônico é um mundo geométrico por excelência, portanto podemos definir o quadrado como a matéria, o círculo como o espírito e o ponto é a origem de tudo, o criador. É um símbolo de importância suficiente para merecer uma contemplação profunda, mas bastará agora dizer que as respostas encontradas no centro são aquelas estabelecidas de acordo com os decretos da divindade.

Edifícios sagrados geralmente eram obrigados a facear ou o leste ou o nascer do sol no solstício de verão. Caso se necessitasse que a orientação fosse de leste a oeste, o primeiro passo seria determinar a verdadeira linha Norte-Sul com precisão, por meio de uma linha passando pelo ponto central, a partir da qual a verdadeira linha Leste-Oeste poderia ser estabelecida.

Quando as quatro marcas de canto tinha sido estabelecidas, estacas perpendiculares distintamente marcadas eram criadas perto delas, com cordões ou fitas coloridas suspensas distinguiam as estacas marcadas, da mesma forma como hoje são usadas estacas pintadas ou estacas com bandeiras coloridas, chamando a atenção para a sua localização e protegendo-as contra danos acidentais.

Como as lojas operativas eram orientadas na mesma direção do templo de Salomão em Jerusalém, que é o inverso de lojas especulativas modernas, a entrada para o alojamento era no leste e o mestre sentava no oeste. Para evitar possíveis confusões, na discussão a seguir será feita referência à posição dos oficiais na loja, e não aos pontos cardeais. Lojas Operativas tinham um Mestre, um Primeiro Vigilante e um Segundo Vigilante que tinham uma localização relativa entre eles.

Em lojas operativas havia também um quarto oficial, o Superintendente de Trabalho, cuja localização era do lado oposto ao do Segundo Vigilante. Nesta explicação sobre a localização e o simbolismo das Quatro Borlas pendentes dos cantos do alojamento, assume-se que todos esses quatro oficiais ficam sentados de frente para o centro do alojamento.

A borla no canto do lado direito do Mestre deve representar justiça e a do seu lado esquerdo deve representar temperança. A razão para isso é que, quando governa seu alojamento e administra sua força de trabalho, o Mestre deve fazê-lo com justiça que, no entanto, deve ser temperada com misericórdia, de modo a garantir que não só o cliente obterá o serviço que está pagando, mas também que os seus trabalhadores vão receber os devidos pagamentos.

A borla no canto do lado direito do Superintendente do Trabalho deve representar prudência e a do seu lado esquerdo deve representar justiça. Tal como o seu Mestre, a quem ele representa, o Superintendente do Trabalho deve ser prudente na utilização de sua força de trabalho e dos materiais, para que o Mestre esteja devidamente servido; mas ele também deve garantir que os homens sejam tratados com justiça, para que eles recebam os proventos a que têm direito.

Os dois Vigilantes são os oficiais que exercem controle direto sobre os trabalhadores, sob a supervisão imediata do Superintendente do Trabalho. A borla no canto do lado direito do Administrador Sênior, o Primeiro Vigilante, deve representar fortaleza e a do seu lado esquerdo deve representar prudência.

A razão para isso é que, como o oficial que exerce o controle direto sobre os trabalhadores enquanto estão no trabalho, ele é responsável por superar as muitas dificuldades que inevitavelmente afligem o trabalho, o que exigirá a máxima firmeza de sua parte. Ao mesmo tempo, deve exercer o seu controle sobre o emprego dos homens e do uso de materiais com a máxima prudência, para proteger o bem-estar dos homens e, ao mesmo tempo garantir que a execução da obra não seja penalizada.

O Segundo Vigilante, cujo dever é ajudar o Administrador Sênior, é o oficial principal responsável pelo bem-estar dos homens, especialmente quando eles estão em repouso e descanso. A borla no canto do lado direito do Segundo Vigilante deve representar temperança, em alusão à forma pela qual o descanso deve ser sempre conduzido. A borla do lado esquerdo do Segundo Vigilante deve representar fortaleza, porque ele deve personificar Hiram Abif cuja fortaleza deve ser sempre imitada por todos os maçons.

Para o nosso pleno desenvolvimento como Maçom e como ser humano, devemos não só praticar as quatro virtudes cardiais, prudência, justiça, fortaleza e a temperança, bem como as três virtudes teologais, a fé, a esperança e a caridade, as quais nós deveremos usar com muita sabedoria e inteligência.

RITUAIS E CRENÇAS DIFERENTES NA HORA DO ADEUS




A despedida a entes queridos é sempre dolorosa. Qualquer que seja a origem do morto e da família, todos esperam se despedir da melhor forma possível de quem foi tão importante em suas vidas. A cerimônia do adeus, porém, não tem o mesmo significado para todos os povos e religiões, que têm rituais e crenças diferentes. 

Segundo o professor colaborador do Departamento de Antropologia e Museologia da Universidade Federal de Pernambuco (DAM/UFPE) Bartholomeu Figueirôa, o brasileiro criou uma cultura em relação à morte: "Roberto da Matta diz que a pessoa evita falar sobre a morte, mas cuida muito dos mortos. Eles são como agregados à família dos vivos". Conheça abaixo exemplos de despedida.

CANDOMBLÉ - Uma das religiões de matrizes africanas, o candomblé não vê a morte como o fim. De acordo com o babalorixá Marcos de Ossain, "é apenas a continuidade de um ciclo". "A pessoa deixa de ser a matéria, perde a matéria, para se tornar um espírito", explica. A crença da religião é de que, quando nasce, a pessoa é acolhida no Aiê (terra) por um orixá: "É ele quem vai guiar a pessoa, cuidar dela durante a vida, dar o caminho".

Quando a pessoa morre, é realizado um ritual pós-morte, chamado Axexê: "Ele ocorre em etapas; primeiro o corpo é preparado, em uma forma de liberar o espírito da matéria". Segundo Marcos de Ossain, a preparação é feita em uma casa de pai de santo, é sagrada e só conhecida pelos que praticam a religião. Após o desligamento, acontece o velório, no qual cânticos convidam os ancestrais para que eles recebam o novo Egum (espírito), e todos os espíritos são louvados. 

Depois do velório, o Ará (corpo) é sepultado. Após um ano da morte, é realizada a renovação da cerimônia, que ainda é repetida com três anos e depois sete. Em caso de morte de pai ou mãe de santo, a cerimônia de louvação dura sete dias após o sepultamento. Neste período, as pessoas se privam de prazeres; não consomem bebida alcóolica nem praticam relações sexuais. 

CATOLICISMO - Para a igreja católica, o Dia de Finados tem o significado de lembrar a memória das pessoas que faleceram. Neste dia, os fiéis visitam os cemitérios e realizam celebrações. De acordo com o padre Jacques Trudel, a igreja "reza para que Deus possa acolhê-los na misericórdia". o enterro é normalmente realizado nas 24h que sucedem a morte.

No velório e enterro, que costumam ser no mesmo momento, é celebrada uma missa de corpo presente, com a presença de velas, incenso, água benta e flores. "A incensação é um sinal de veneração, a água serve para lembrar do batismo, a vela representa a vida que vai se queimando, a luz é um sinal de Deus, e o crucifixo é para recordar que Cristo morreu por todos nós e é a luz da ressurreição", explica.

Outro símbolo da fé na igreja é o luto. Segundo o padre, antigamente as pessoas costumavam vestir roupas de cores simbólicas (normalmente preto) para demonstrar que tinham perdido um amigo ou familiar. "É importante para as pessoas que ficam viver o luto e permitir-se o luto, é um momento de partida e de entender que precisamos deixar o outro morrer para viver", explica.

INDÍGENAS - O ritual de despedida dos mortos entre os indígenas varia de acordo com a etnia ou tribo. Na aldeia Pancararu, em Tacaratu, município do Sertão de Pernambuco, distante 450 quilômetros do Recife, o ritual de sepultamento tem a participação de entidades espirituais chamadas de encantados (os praiás). Cobertos da cabeça aos pés, eles saem das matas tocando gaitas e balançando chocalhos. Fazem uma reverência na porta da casa onde o morto está sendo velado, antes de entrar. Dentro da casa, cantam e dançam em volta dos caixões. O praiás acompanham todo o cortejo fúnebre.

JUDAÍSMO - Para os judeus, a morte é uma passagem que representa uma herança que a pessoa deixou para a comunidade e sua família. "A vida, para os judeus, tem um sentido muito forte", diz a diretora científica e curadora do Arquivo Histórico Judaico de Pernambuco, Tânia Kaufman. Segundo ela, não existe céu nem inferno para a cultura do judaísmo.

Para o enterro de um ente judeu, o corpo é preparado e lavado por pessoas especializadas da comunidade, para que ele volte a ser como era quando nasceu, purificado. "A pessoa é vestida com uma túnica branca, independente se é rica ou pobre, e é realizado um velório. Fecha-se a tampa do caixão e ela é sepultada no cemitério judaico", explica Tânia. Antes do funeral, os membros da família do morto rasgam um pedaço de suas próprias roupas, como símbolo do luto. 

A simplicidade do enterro judeu deve-se ao conhecimento pela religião de que "a morte é democrática". No Recife, existem dois cemitérios judaicos: o Cemitério Israelita do Barro e um espaço no cemitério Parque das Flores, ambos localizados na Zona Oeste da capital pernambucana.

MAÇONARIA - Apesar de não ser uma religião, a maçonaria - sociedade secreta de homens - tem rituais próprios que são compartilhados entre as pessoas da ordem. "O sepultamento do irmão é feito de acordo com o desejo da família. Quando os irmãos participam, eles vão ao cemitério vestidos com o avental de maçônico - que varia conforme a ordem e o grau - e cada um deposita um ramo de acácia, que representa a imortalidade", informou a assessoria de imprensa do gabinete do Grão Mestre Daury Ximenes, do Grande Oriente de Pernambuco. O grupo também costuma rodear o caixão do irmão enquanto pede para que ele seja bem recebido na outra vida.

As pessoas que ingressam na maçonaria podem possuir crenças diferentes desde que acreditem em um "supremo arquiteto do universo", que pode ser Deus, Alá, entre outros. Com o mínimo de sete dias após a morte, é realizada a cerimônia das "pompas fúnebres", que é uma reunião feita na loja maçônica, especialmente para homenageá-lo. Essa cerimônia é aberta ao público e com a presença de familiares do morto. 

PROTESTANTISMO - Cerimônias fúnebres de protestantes se assemelham às católicas, em que o enterro é acompanhado por uma celebração religiosa (culto). Para eles, o céu e inferno existem, e o julgamento final acontece pela fé que o morto teve na palavra de Deus e pelo amor ao Senhor. Não se utilizam velas, apenas flores, nem há uso de crucifixo.

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Autoria desconhecida

APEGO AO PRIMEIRO MALHETE - Newton Agrella



Newton Agrella é escritor, tradutor, um dos mais notáveis intelectuais da maçonaria no Brasi


Não raro, em inúmeras Lojas espalhadas pelo Brasil afora deparamo-nos com a singular e indesejável figura do "venerável oculto".

Este personagem, trata-se de um ex-Venerável ou Past Master como preferirem, e que dotado de um espírito egocêntrico e absoluto dono da verdade, acha-se no pleno direito de opinar, sugerir e interferir no andamento dos trabalhos, inclusive e mormente durante a própria sessão maçônica.

Seja por intermédio de sinais, olhares, ou quando não satisfeito, tomando a palavra e ferindo frontalmente os ditames ritualísticos, sem se importar com as consequências que tais atitudes possam acarretar.

Posta-se obrigatoriamente ao Oriente de maneira olímpica e se possível ombreando o Venerável Mestre de Ofício.

Costuma falar pelos cotovelos, muitas vezes interrompe os trabalhos para fazer alguma observação que segundo a sua perspectiva é inadiável e precisa ser feita naquele instante de qualquer maneira.

Ele ri, cochicha, aponta, corrige e quer que seus pares, próximos a ele, também compartilhem de seu comportamento.

Em suma...um verdadeiro "mala" cujas alças mal conseguem sustentar o seu peso.

Há algum tempo atrás, em visita a uma Loja no litoral paulista, pude testemunhar um desses casos.

O Venerável Mestre que tentava conduzir uma Sessão Magna de Elevação, mal conseguia disfarçar o mal-estar diante de um "venerável oculto" que a cada pouco se ocupava de dar palpites, interrompendo a cerimônia em várias oportunidades a ponto inclusive de comprometer a própria dinâmica da Sessão - fazendo correções, sobre o ritmo dos trabalhos e até mesmo reclamando da falta de uma garrafa de água mineral no Trono de Salomão - onde o mesmo dividia espaço com o 1º Malhete.

Obviamente que esse elenco de atitudes contribuiu para que os Irmãos ao término da Sessão fizessem comentários pejorativos e irônicos, inclusive culpando o Venerável Mestre de ofício pela falta de pulso para coibir esse tipo de coisa.

Cumpre destacar, que normalmente esses "veneráveis ocultos" - que se acham intocáveis donos da Loja - são pessoas que na maioria das vezes dispõem de uma boa formação cultural, estão financeiramente estabilizados contudo, julgam-se no Direito de interferir nos destinos de uma Loja, como que sem a presença destes, a mesma simplesmente não subsistiria.

O que vale dizer que a prepotência e audácia desses Irmãos prejudicam sobejamente o andamento de uma Oficina, e o que se mais lamenta, é que muitos Veneráveis ex-oficio, durante exercício de seu veneralato se omitem de chamar-lhes a atenção, ou de algum modo, tentar inibir esse tipo de comportamento que desagrada e desagrega o quadro de Obreiros.

A figura do "venerável oculto", em alguns casos chega até mesmo a provocar rupturas em Lojas, suscitando a cisma e o advento de uma nova Oficina.

Parece difícil demais conter essa vaidade que a Sublime Ordem tanto combate, mas que o ser humano tão apegado ao valores mais atávicos do Poder - seja ele qual for - mal consegue se desapegar.

Diante desse cenário obtuso, o convite é feito para que o "venerável oculto" - se oculte na sua presunção de onipotência e assuma uma postura mais.

*Ir∴  Newton Agrella* - Cim 199172

M∴I∴ - Gr∴ 33 - Membro ativo da Loja Luiz Gama n° 0464 e Loja Estrela do Brasil n° 3214- REAA - GOSP - GOB

março 13, 2022

POEMA REGIUS, UMA VERDADEIRA OLD CHARGE!


As Old Charges, Antigas Obrigações, Antigos Deveres, Antigas Constituições ou Constituições Góticas são os manuscritos que contêm a história lendária e as constituições mais antigas dos Maçons operativos, escritos durante a Idade Média. Nesses manuscritos encontra-se um grande número de interessantes informações sobre o cotidiano do trabalho na Idade Média e muitas frases e expressões que têm paralelo nos rituais modernos.

O Poema Regius foi escrito em inglês arcaico entre 1356 e 1450 e está dividido em nove seções (três vezes três). 

A primeira seção apresenta um resumo da história lendária da Maçonaria desde Euclides (matemático grego do século III a. C. considerado o “Pai da Geometria”). Um trecho interessante dessa primeira seção, diz que “A Maçonaria é a arte derivada da Geometria, e é a mais nobre das artes. Foi ensinada por sábios Mestres (...) e os que a estudavam chamavam-se entre si pelo nome de Companheiro, ou ainda Caro Irmão, reservando a designação de Mestre a seu professor”. Em seguida, após ser fixada a origem da Maçonaria “no país egípcio”, a história se transporta para a Inglaterra: “A Maçonaria foi introduzida na Inglaterra no tempo do bom Rei Athelstan. Esse príncipe foi um grande construtor de casas e de templos, por conseguinte um devotado protetor dos pedreiros e propagador zeloso de sua arte. Após longos esforços, constituiu um conselho composto de personagens de elevada posição e sabedoria, que redigiram em quinze Artigos e em quinze Pontos os estatutos maçônicos”. 

A segunda seção compreende os mencionados quinze artigos. O primeiro recomenda: “O Mestre Maçom deve ser firme, constante, leal e verdadeiro. Jamais deverá ter motivos para arrepender-se do que faça. Deve pagar aos Companheiros os salários que atendam sua subsistência. Deve estar isento de que lhe reprovem por favorecer a um partido determinado. Em sua qualidade de juiz, deve ser justo e equitativo, para que todos reconheçam que tem razão. Procedendo assim, em qualquer lugar que vá, seu valor e mérito não poderá deixar de ser reconhecido”. 

A terceira seção diz respeito aos mencionados quinze pontos, sendo particularmente interessante o terceiro, que impõe o segredo profissional, provável embrião do segredo maçônico: “Os conselhos de seu Mestre devem ser guardados e não revelados, assim como os conselhos de seus Companheiros. Não revelar a ninguém o que se passa na Loja. O que ouvir ou que veja fazer deve ser guardado em seu coração. Não dizer a ninguém, onde quer que vá, os conselhos da sala e os conselhos da câmara. Guardar os segredos com a maior honra, temeroso de que os revelando se torne culpável e, com sua falta, seja motivo de opróbrio para o ofício”. 

A quarta seção dispõe sobre a Assembleia Geral, que se reúne anualmente e decide sobre as eventuais alterações nas Ordenações. 

A quinta seção, para estimular a fidelidade, relata a lenda dos Quatro Mártires Coroados, pedreiros que se recusaram a erigir templos aos ídolos e foram, por isso, martirizados pelo imperador romano Deocleciano (245-313). Esse relato é historicamente muito importante, por se encontrar também em documentos alemães, podendo ser considerado como uma evidência da identidade entre os talhadores de pedras ingleses e alemães e de sua origem comum. 

A sexta seção reporta-se à lenda da Maçonaria desde os tempos bíblicos, mencionando a Torre de Babel e o Templo de Salomão. 

A sétima seção relaciona e explica em que consistem as Sete Ciências – Gramática, Lógica, Retórica, Música, Astronomia, Aritmética e Geometria – prometendo boa recompensa àqueles que delas se servem adequadamente. 

A oitava seção é uma vaga dissertação que nada tem a ver com a arte da construção, provavelmente um extrato de um poema do século XIV, intitulado “Instruções para uso de Párocos”. 

A nona e última seção é um sumário de regras de cortesia, polidez, civilidade, educação e bons costumes para que todos se comportem bem em sociedade. 

Não podemos deixar de destacar que em um dos versos do Poema Regius, pouco mencionado na literatura maçônica, indica que também eram admitidas mulheres, provavelmente de ofícios específicos, tais como escultoras, pintoras, etc: "But be together as sister and brother" (mas estar juntos como irmã e irmão). Antes que algum Irm.’. diga que “sister” quer dizer cunhada, esclarecemos que “sister” significa tão-somete irmã e cunhada em inglês é “sister-in-law”.

(autor desconhecido)

A SEMPRE PRESENTE CULTURA JUDAICA NA UCRANIA - Mendy Tal



Mendy Tal é cientista político e ativista comunitário

 

De acordo com um relatório recente, o governo israelense está se preparando para a possibilidade de que milhares de judeus ucranianos queiram emigrar para Israel no caso de uma invasão russa do país.

De acordo com o Haaretz, representantes de vários escritórios e grupos do governo se reuniram no final de Janeiro para discutir tal eventualidade, entre eles o Gabinete do Primeiro Ministro, Ministro das Relações Exteriores, Ministério da Defesa, Ministério dos Assuntos da Diáspora e a Agência Judaica.

A comunidade judaica é uma das mais antigas que vive na Ucrânia. A grande maioria dos judeus ucranianos é descendente de uma das maiores sub-etnias do povo judeu, os Ashkenazim. 

Os assentamentos judaicos na Ucrânia remontam ao século VIII. Durante o período do reino Cazar, os judeus viviam nas margens do rio Dnieper e no leste e sul da Ucrânia e da Crimeia. 

O Reino foi considerado o mais influente do período medieval por causa de sua posição econômica e diplomática. Os cazares, um antigo povo túrquico nômade eram altamente estimados pelo papa e outros líderes nacionais e desempenharam um papel importante na resolução dos conflitos da região.  O Império Cazar, em seu auge entre os séculos 8 e 10, se estendia das margens norte do Mar Negro e do Mar Cáspio até o oeste de Kiev. 

Refugiados judeus das regiões de Bizâncio, Pérsia e Mesopotâmia - fugindo da perseguição dos cristãos em toda a Europa, se estabeleceram no Reino porque os cazares permitiram que praticassem sua própria religião.

Com o tempo, os judeus se integraram à sociedade e se casaram com os habitantes cazares. 

No início, os cazares de famílias reais se converteram ao judaísmo. Mas outros cidadãos de todo o Reino logo seguiram o exemplo, adotando práticas religiosas judaicas, incluindo a leitura da Torá, a observância do Shabat, a Kashrut e a mudança para o hebraico como o sistema escrito oficial. 

Em um momento de intolerância religiosa, os judeus da Cazaria contribuíram para a construção de uma nação poderosa enquanto viviam em paz. Os judeus da Cazaria parecem estar entre os fundadores da comunidade judaica da Polônia e de outras comunidades da Europa Oriental.

Embora a capital cazar tenha sido saqueada por volta de 965, os judeus no império continuaram a ter uma grande influência. Isso ficou evidente em Kiev, onde havia um grande bairro judeu.

A margem direita da Ucrânia, uma área a oeste do rio Dnieper e uma antiga fortaleza de Khazan, foi então submetida à Lituânia e viu a chegada de judeus da Europa Ocidental.

A presença judaica aumentou com a absorção da Lituânia pela coroa polonesa na Comunidade Polaco-Lituânia em 1569, pois a influência econômica da Polônia oferecia aos colonos judeus uma variedade de oportunidades econômicas. 

Os judeus eram influentes em uma variedade de empreendimentos, incluindo agrícola, bancário, imobiliário sob o sistema de arrendamento, a cobrança de taxas e impostos alfandegários e comércio.

No entanto, apesar de seus sucessos, a comunidade judaica ucraniana se viu diante de dificuldades. Os judeus eram constantemente alvo da igreja, que queria que a influência judaica fosse limitada, e a proeminência dos judeus em notáveis papéis governamentais como coletores de impostos e banqueiros em nome dos nobres poloneses os tornava detestados pelos camponeses ucranianos.

O crescente antissemitismo entre os cossacos ucranianos explodiu em 1648 com a Revolta contra os proprietários de terras e judeus poloneses. Os cossacos procuraram se “libertar” dos judeus e começaram a massacrar milhares de judeus no Massacre de Chmielnicki de 1648 a 1649. 

Mais de 20.000 judeus – cerca de metade da população da região – foram brutalmente assassinados e muitos fugiram do país. Aqueles que sobreviveram foram sujeitos a inúmeros massacres “repetidos” e, sob o domínio russo, o antissemitismo na Ucrânia só piorou.

No entanto, a vida judaica na Ucrânia continuou, e os judeus continuaram a emigrar para a região e desempenhar um grande papel em questões econômicas. 

Foi durante este período que o intelectualismo religioso judaico atingiu a Ucrânia, notadamente nos ensinamentos de Israel Ben Eliezer, conhecido como Baal Shem Tov, o fundador do movimento chassídico, e a Haskalah, o iluminismo judaico.

À medida que os judeus prosperavam, o antissemitismo florescia. As classes mais baixas do país, incluindo os cossacos ucranianos, viam os judeus trabalhando para os ricos proprietários de terras do país e acusavam-nos de roubar a riqueza dos pobres para melhor enriquecê-los. A vida para os judeus então deu uma guinada para o pior.

Houve uma continuação de sentimentos antijudaicos na Ucrânia, e pogroms acompanharam a luta ucraniana pela independência contra os bolcheviques, com o número de judeus mortos durante o período estimado em 35.000 a 50.000.

Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, a Ucrânia ocidental foi tomada sob controle nazista. Os judeus que viviam nessas regiões foram colocados em guetos e deportados para campos de extermínio. Assassinatos em massa na Ucrânia começaram quase imediatamente após a invasão nazista. O mais notório massacre de judeus na Ucrânia durante o Holocausto ocorreu na ravina de Babi Yar, nos arredores de Kiev, onde 33.771 judeus foram mortos em uma única operação de 29 a 30 de setembro de 1941.

Na década de 1960, intelectuais ucranianos tentaram entender a situação judaica. Alguns ucranianos buscaram aumentar a conscientização sobre as atrocidades que os judeus sofreram durante o Holocausto. 

A Ucrânia declarou sua independência em agosto de 1991. A maioria dos judeus votou pela independência. Várias vezes, os líderes do movimento nacional ucraniano expressaram uma atitude positiva em relação aos judeus da Ucrânia e o desejo de trabalhar com eles.

Com o decorrer do tempo, político ucraniano Vlodymir Groysman se tornou o primeiro judeu a ser nomeado primeiro-ministro ucraniano, em abril de 2016. Além de ser o primeiro judeu a ocupar o cargo, aos 38 anos, Groysman também se tornou o mais jovem primeiro-ministro ucraniano de todos os tempos. 

O presidente ucraniano Petro Poroshenko fez sua terceira visita a Israel para se encontrar com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e, em 21 de janeiro de 2019, os dois países assinaram um acordo bilateral de livre comércio.

Mais ainda, em Rosh Hashaná, dezenas de milhares de judeus de Israel e de outros lugares descem à pequena cidade ucraniana de Uman para celebrar o ano novo judaico, local do sepultamento de Nachman de Breslov, o fundador do movimento  chassídico de Breslov.

Há poucos dias, a Ucrânia criminalizou o antissemitismo, con
denando o discurso de ódio contra os judeus.


março 12, 2022

AFINAL, POR QUE AUGUSTOS MISTÉRIOS DA MAÇONARIA ? - Newton Agrella




Newton Agrella é escritor, tradutor, um dos mais notáveis intelectuais da maçonaria no Brasil


Especialmente aos Irmãos que gradativamente estão se familiarizando com o universo vernacular  maçônico, cabe lembrar que o adjetivo "Augusto" de origem Latina significa : sublime, elevado, superior, magnífico e venerando.

Vide a expressão como exemplo:

"...o augusto Imperador romano..."

Registre-se que todo manancial e arcabouço  de símbolos, alegorias, linguagem, expressões, sinais, palavras, marchas e uma infinidade de outros elementos que guardam esse hermetismo e confidencialidade circunstantes à Maçonaria possuem augustos significados, que conferem à Ordem todo seu aspecto solene e litúrgico.

As próprias Lojas, via de regra são precedidas da expressão : A.'.R.'.L.'.S.'.  ou seja:  

Augusta e Respeitável Loja Simbólica.

Outrossim, no que diz respeito à palavra  "Mistério" do Latim  "misterium" -  trata-se de um substantivo masculino, cujo significado é o de Tudo que tem causa oculta, desconhecida ou é incompreensível, inexplicável, ou seja; um  Enigma.

No tocante à Maçonaria os  "mistérios" referem-se e compõem-se de  um conjunto de doutrinas ou práticas que apenas os Iniciados podem conhecer.

Portanto na Maçonaria, os "Augustos Mistérios" designam  um Conhecimento Aprofundado
da Filosofia, da Arte ou da Doutrina maçônica que é inacessível aos Profanos.

Em síntese,  "Augustos Mistérios" ensejam o significado de  “sublime ciência maçônica revelada apenas aos iniciados”.

É tempo de estudar e se esmerar no gradual  processo de descobrimento  desses mistérios, com serenidade, paciência e determinação.

P.S.

"Atrás de cada Símbolo reside um Mistério"



A ASSIDUIDADE MAÇÔNICA - Ir. Hélio de Oliveira



Ir. Hélio de Oliveira, Loja Maçônica Acácia Sertaneja, 2690, Feira de Santana – BA

Logo após a entrada no Templo da Iniciação, os recepiendários são questionados a respeito do cumprimento das obrigações que a Ordem impõe a todos que conseguem ingressar em suas fileiras, pois quem resolve seguir uma carreira, deve medir as possibilidades de concretizar o seu intento.

A Maçonaria tem obrigações que devem ser cumpridas com rigor. Entre algumas, destaca-se a assiduidade aos trabalhos da Loja.

O iniciando, ao declarar que aceita o conjunto de obrigações que lhe são citadas, concorda em comparecer ao maior número de reuniões em sua Loja.

A assiduidade sempre foi considerada por todos os corpos maçônicos como um meio de cooperação que o Irmão desenvolve no grupo social a que pertence, pois vem, realmente, reforçar o ambiente de solidariedade existente no ambientes das Lojas.

De todos os ensinamentos aos componentes de uma Loja, o da assiduidade é o menos penoso. Sim, é o menos pesado, pois é o que mais se ajusta aos próprios interesses dos elementos, que desejam progressos pessoais nos conhecimentos que a Ordem possa proporcionar.

O perfeito maçom comparece assiduamente aos trabalhos de sua loja, sempre com a disposição de colaborar moral ou intelectualmente, nas resoluções do quadro, quer seja pelo voto, pela palavra ou pela atuação.

A assiduidade do Obreiro trará à Loja, muitas vantagens, pois os assuntos tratados não apresentarão, para ele, nenhuma solução de continuidade; conserva-se sempre em dia com os assuntos e expedientes da Secretaria.

De fato, a assiduidade é uma obrigação que deve ser cumprida com regularidade, pois ela é um hábito, pelo qual se estreita a mais refinada amizade que deve reinar entre todos os maçons.

Nela, fundamenta-se o fortalecimento da Instituição, porque faz parte do verdadeiro espírito maçom.

As Constituições e Regulamentos de todas as Potencias, são unânimes em chamar a atenção dos Obreiros, de todos os Graus, para a observância da assiduidade, chegando a classificar este exercício como dever infalível de todos os legítimos maçons.

março 11, 2022

NINGUÉM É MAÇOM, SOMOS RECONHECIDOS COMO TAL



Saúde, paz, harmonia e prosperidade ao irmão, à Oficina e familiares.

Um dos grandes dilemas maçônicos é saber se podemos nos intitular maçons (Sou maçom!) ou se essa afirmativa não nos pertence e só pode ser feita por outro maçom.

De fato, temos uma visão míope de nós mesmos. 

Tendemos a uma hipervalorização do nosso eu e, não raras vezes, em detrimento do outro… 

Explico melhor, fomos educados em um sistema de comparações em que um ponto geralmente é explicado ou visto em relação a outro. 

Tendemos ao comparativo e assim nos sentimos mais ricos quando vemos mais pobres, sentimo-nos mais bonitos quando vemos mais feios e assim por diante.

Ocorre que por vezes nossa miopia egocêntrica é tão grande que nos assustamos com nós mesmos ao vermos nossa imagem refletida em um espelho. 

Tendemos a não acreditar no que vemos… não é possível que seja eu…

Mas por vezes forçamos a barra e influímos na imagem do espelho, ou pelo menos no que ela está nos revelando. 

O feio se torna belo e assim por diante. 

Assim, ao nos considerarmos maçons, em detrimento de sermos reconhecidos como tal, chamamos para nós um conjunto de características do “ser maçom” que muitas vezes não apresentamos, não temos.

Claro, sempre se pode invocar o formalismo. 

Sou maçom porque fui iniciado. Sou maçom porque pertenço à Potencia tal… e etc. … 

Mas isso realmente nos confere a autoridade para nos denominarmos maçons?

O que é ser maçom? 

É somente ter sido iniciado? 

Não implica mais nada??

Desde meus tempos de aprendiz escuto um trocadilho muito usual em nosso meio, principalmente quando não gostamos de um determinado Irmão: “fulano é um profano de avental” ou então, quando encontramos qualidades em um não iniciado: “é um maçom sem avental”… Por certo ser maçom implica muito mais que ter passado por uma iniciação.

Também reverbera em meu pensamento uma frase muito pronunciada em iniciações: “bem-vindo meu Irmão; esperamos agora que assim como você entrou para a Maçonaria que deixe que essa entre em você, em seu coração e atitudes…”

Minha angústia, que motiva essa reflexão sobre SER MAÇOM, é a inépcia de nossos métodos “maçônicos” em muitos de nós. 

Não raro vemos Irmãos colados no grau de mestre, mestres instalados e, até no grau 33º, com exposições diametralmente opostas à nossa filosofia, com atitudes antagônicas ao que se desprende de nossas alegorias e símbolos.

Bem sei que deveria estar preocupado acima de tudo com a minha pedra bruta, evitando de reparar nas imperfeições de outras pedras, mas isso está se tornando impossível para mim, pelo que peço humildes desculpas aos meus Irmãos, mas não dá para “tapar o sol com a peneira”, empresto aqui voz há muitos que têm se chocado com palavras e atitudes de outros Irmãos.

Abate-me extremamente estar ao lado de Irmãos que acham que o cume de seus progressos na Maçonaria são os graus colados… ser grau 33º em seu rito, ser mestre “instalado”, estar autoridade maçônica e assim por diante e, deixam a humildade, a fraternidade, o carinho e virtudes trancados no armário, o armário da arrogância e da empáfia.

Abate-me saber que Irmãos são indiciados civil ou criminalmente pelos mais variados delitos ou crimes.

Abate-me ter conhecimento de Irmãos que batem em suas esposas, filhos e familiares.

Abatem-me as disputas para saber quem é mais maçom, quem tem o maior grau… quem foi melhor Venerável Mestre.

Abate-me ver maçons se digladiando por achar que a Potencia a qual pertence e melhor que a do outro, que a dele é reconhecida, a do outro não, e diga-se de passagem, “reconhecida por quem?” 

Uma é reconhecida por outra e outra é reconhecida por outras tantas, pronto fim de papo, todas são reconhecidas, se não por uma é por outra, ponto final nessa balela.

Não consigo entender também como alguns insistem em trazer o pior de suas práticas profissionais para o seio das Lojas. Estive em Lojas onde me senti como em um tribunal de justiça, onde se fazia de tudo menos aquela egrégora gostosa de estar entre Irmãos.

Todas as palavras eram medidas com cuidado, os pronunciamentos eram cheios de erudição jurídica, menos maçônica. 

A sessão travava com os famigerados “pela ordem Venerável”…

E o que falar dos Irmãos entendidos em política. 

Raro é os ver apresentando um trabalho sobre alegoria ou simbolismo maçônico… a tônica é uma só: política.

Voltamos então ao fulcro desta reflexão: sou maçom ou sou reconhecido como tal ? O que significa ser reconhecido como maçom?

O que ou quem é o maçom ? 

Há algo que o diferencia de outro ente?

Se nos orientarmos pelos rituais e pela literatura maçônica teremos uma visão super idealizada do SER MAÇOM. Ele mais se parece com um super-homem, dotado de poderes extraordinários.

Mas no convívio, no dia a dia, se desfaz essa visão do super-homem. Eu pelo menos nunca o encontrei entre nós, pelo menos não na forma idealizada. Muito menos em mim mesmo…

Está mais do que na hora de nos despirmos do modus profano. De tirarmos as nossas máscaras e darmos um passo em direção ao autêntico “ser maçom”. Está na hora de sermos maçons.

Reconheça que você não é o centro do universo!

Reconheça que outros podem vivenciar mais a maçonaria do que você!

Reconheça que graus de nada servem se seu coração e atitudes não passaram daquelas do grau 1 (pedra bruta)!

"Reconheça que ser Mestre Instalado não lhe dá direitos acima de seus Irmãos!" 

Reconheça que tem pesquisado, estudado e refletido muito pouco em nossos símbolos, alegorias e ritualística!

Reconheça que tem faltado às sessões porque se acha melhor que aqueles que estão sempre lá, gostando ou não, ajudando nos trabalhos em Loja.

Reconheça que se é verdade que Maçonaria não se faz somente em Loja, também o é verdade que sem estar em Loja não se faz Maçonaria! 

É na Loja que exercitamos o submeter minhas vontades e fazer novos progressos na maçonaria.

Não se iluda! 

*Mas para isto é preciso ir às sessões!!!*

Reconheça que a Maçonaria não é clube social, partido político, confraria da cerveja ou o quintal de sua casa, terraço de seu apartamento, sala de seu trabalho, mas sim uma Ordem INICIÁTICA.

Reconheça, por fim, que você não é dono da Loja.

Deixe que as alegorias e símbolos tomem forma em seu interior e se manifestem em suas atitudes, não em meras palavras.

Deixe que o movimento da egrégora maçônica lhe tome a mente, o coração.

Deixe que a humildade aflore em suas palavras e ações. 

Não tema, pode baixar a guarda, você está entre Irmãos.

Por fim, receba seu prêmio, não é um avental mais bonito que o dos outros Irmãos ou um título de MI ou 33º mas, tão somente uma ação:

*VOCÊ É RECONHECIDO COMO TAL*, sem sombras de dúvidas!

Bom dia meus reconhecidos irmãos. 

...

FONTE: Revista Universo Maçônico Junho/10

OS 35 ASTROS DA ABÓBADA CELESTE NO REAA - Ir.'. Antonio Rodiguero, MM


Cada astro e estrela, uniformemente dispostos na abobada celeste, representam funções e possuem valores místicos próprios, sendo que, no templo destinado á pratica do R.:E.:A.:A.: existem 35 (trinta e cinco) astros, cuidadosamente escolhidos, colocados em posição geométrica apropriada, os quais regem os cargos em Loja.

1. SOL - A luz do céu da Loja, representando o Ven:. M:. Colocado no oriente e no eixo da Loja. 

2 - LUA - Selene rege o Primeiro Vigilante. 

3 -STELLA PITAGORIS - A estrela Virtual ou Estrela Flamejante, colocada sobre o altar do Segundo Vigilante. (O Homem, Deus, Cristo, Buda ou mesmo Hércules, o iluminado que transcende a condição humana. 

4 – SATURNO com seus satélites - É o sexto planeta e o segundo em tamanho, possui três anéis na altura do Equador e mais quinze satélites, dos quais só nove eram conhecidos na época em que os rituais foram escritos. Na Loja, Saturno é representado com seus três anéis e seus nove satélites, exatamente sobre o centro geométrico do ocidente. Saturno rege a cadeia de união. Os seus três anéis representam os Aprendizes, os Companheiros e os Mestres Maçons. Os nove satélites representam os nove cargos: Venerável Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, Secretario, Orador, Tesoureiro, Chanceler, Mestre de Cerimonias e Guarda do Templo. 

5 – MERCÚRIO -Símbolo da astúcia, protetor dos viajantes e dos comerciantes. Identificado como Hermes dos gregos, era filho de Maia e de Zeus (Júpiter) de quem recebeu o encargo de mensageiro dos deuses. Carregava um bastão com duas serpentes enroladas (Caduceu) símbolo da paz, (Harmonia e Forças Opostas). É o menor e mais rápido dos planetas, e também o primeiro e o mais próximo do Sol e por isso representa o Primeiro Diácono. 

6 – JÚPITER - Era Zeus para os gregos. O maior planeta do sistema solar era o guardião do Direito, o defensor do Estado, protetor das fronteiras e do matrimônio. Júpiter é o astro regente do ex-veneravel e por isso fica no Oriente.

7 – VÊNUS - É o segundo planeta e o mais próximo da Terra. Surge sempre próximo à Lua (Primeiro Vigilante) e é o astro regente do Segundo Diácono. Conhecido ainda hoje como "Estrela Vésper", a primeira a aparecer no céu, Vênus era o "Mensageiro do Dia", anunciava a hora de começar e de encerrar o período de trabalho.

8 – ARCTURUS - Estrela Alfa da constelação de Bootes. Por sua posição junto à Ursa Maior é conhecida como a "guardiã do Urso" e correspondente ao cargo de Orador, guardião do Oriente. Sua posição é em cima da grade do Oriente.

9 – ALDEBARAN - Estrela Alfa da constelação de Touro, as quais pertencem as Plêiades e as Hyades. Na abóbada maçônica rege o cargo do Tesoureiro.

10 – FOMALHAUT - Alfa Piscis Austrinis - em latim significa peixe do sul, é aqui uma correlação com a coluna zodiacal dos peixes. Fomalhaut é uma palavra árabe que significa "a boca do peixe do sul", o que se aplica ao cargo de Chanceler.

11 – REGULUS - Alfa Leonis é a estrela mais brilhante na constelação de Leão. Na Astrologia, Regulus sempre manteve posição de comando. Ela dirige todos os trabalhos do paraíso. Foi Nicolau Copérnico quem a batizou com o nome Regulus, que significa "Regente". Correspondente ao cargo de Mestre de Cerimônia.

12 – SPICA - Alfa Virginis, em latim, "a Espiga", é a estrela gerente do cargo de Secretário. Por outro lado, os primitivos instrumentos de escrita usados pelos gregos e romanos não eram penas, mas canetas feitas de caules ocos de vegetais chamadas de "Spícula". 

13 – ANTARES - Alfa Scorpii, a estrela vermelha gigante. Durante muitos séculos, a maior estrela conhecida. Às vezes confundida com Marte, razão do grego chama-la de "O Rival de Marte". Tanto Antares como Marte, são vermelhas e, ocasionalmente, aparecem próximas. Por essa razão, Antares é conhecida como o astro regente do Guarda do Templo. Existem, ainda, representadas na Abobada Celeste do Templo Maçônico, quatro grupos de estrelas pertencentes a quatro constelações, sendo:

1. ORION - Constelação equatorial é formada por quatro estrelas brilhantes com uma linha de três estrelas que formam o "Cinto de Orion" e são popularmente conhecidas como "as Três Marias" ou "os Três Reis Magos". No Teto do Templo só são representadas as três estrelas, porque representam a idade do Aprendiz, que ainda não tem o domínio do espírito sobre a matéria. Na tradição árabe mais antiga, Orion era chamada de "A Ovelha de Cinto Branco" e o avental de Aprendiz era feito, na sua origem de pele de carneiro. As três estrelas de Orion são regentes dos Aprendizes.

2. HYADES ou HÍADAS - É o notável grupo de cinco estrelas formando a ponta de uma flecha na constelação de Touro. As Híadas são as regentes dos Companheiros. 

3. PLÊIADES - É um outro grupo de estrelas da mesma constelação de Touro. São também conhecidas como "As Sete Irmãs". Elas regem os Maçons, a paz, plêiade de homens justos.

4. URSA MAIOR - É considerada a constelação mais antiga. No teto da Loja são Representadas as sete estrelas mais importantes que formam a "Charrua".

A última estrela da cauda da Ursa Maior é ALKAID, também conhecida como BENETNASCH; ambos os nomes fazem parte da frase árabe "QUAID AL BANAT AD NASCH", que significa "A Chefe dos Filhos do Ataúde Mario". Este nome provém da concepção árabe mais antiga, que representava a Ursa Maior como um caixão e três carpideiras. Esta interpretação interessa à Maçonaria, pois a representação egípcia coincidia com a arábica, de um sarcófago (de Osíris) e sua viúva (Isis) e o filho da viúva (Orus) em procissão fúnebre. Ao todo contamos 35 (trinta e cinco) astros existentes na ABOBADA CELESTE DO TEMPLO MAÇONICO, ressaltando a ausência do planeta Marte, o qual para os gregos era o deus da guerra e, como tal, não poderia figurar entre aqueles que buscam a paz e a harmonia universal, por isso foi para o átrio, o reino profano dos tumultos e das lutas. Por essa interpretação, Marte tem a incumbência de "cobrir o Templo", sendo o astro do Cobridor Externo, enquanto, do lado de dentro do Templo foi colocado Antares, do Cobridor Interno, para garantir a fronteira entre o mundo iniciático e o profano.

IV – CONCLUSAO

Poderíamos concluir afirmando que, esse céu representado em nossos Templos é o do Hemisfério Norte.

Sim, é verdade, no Hemisfério Sul o nosso maravilho céu é diferente, entretanto, a origem de nosso Rito nos leva ás belezas vislumbradas e estudadas pelos nossos valorosos irmãos que nos antecederam e a eles devemos nosso respeito e gratidão.

Assim, a Abobada Celeste existente nos Templos Maçônicos preparado para a prática do R.:E.:A.:A.:, estejam eles no Norte ou no Sul, se caracteriza numa gigantesca e inesgotável fonte de pesquisas e estudos, razão de nos levar as mais brilhantes viagens mentais, ou mesmo, de forma simples, vibrarmos unidos em contemplação do belo firmamento a nos elevar espiritualmente.

março 10, 2022

CULTURA E A SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO DOS MAÇONS - Ir.’. Ubyrajara de Souza Filho



O conceito de cultura é bastante amplo e complexo.

Na visão acadêmica, ele pode ser desenvolvido sob diversos aspectos: antropológico, sociológico, filosófico etc. Entretanto, para efeito deste artigo, podemos simplificar o seu entendimento adotando uma definição mais ecumênica: cultura é o termo genérico usado, basicamente, para significar duas acepções diferentes.

De um lado, o conjunto integrado de usos e costumes, de comportamentos, valores, regras morais, e de instituições que permeiam e identificam uma sociedade ou uma época; e, de outro lado, artes, erudição e demais manifestações mais sofisticadas do intelecto e da sensibilidade humana, consideradas coletivamente. 

A cultura explica e dá sentido à cosmologia social, portanto, é impossível de se desenvolver individualmente. Resumindo, podemos dizer que cultura é a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período. 

A maçonaria, como todo grupamento humano, possui identidade própria. E reduzindo o conceito de ‘cultura’ a um universo específico, podemos chamar de cultura maçônica a esse sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que conferem sentido à prática da maçonaria, formando um conjunto de respostas de o que é aprendido e partilhado pelos maçons e que lhes confere essa identidade própria. 

Há os que tratam a cultura maçônica como um sistema de conhecimento da realidade, como o código mental dos maçons, não como um fenômeno material, mas cognitivo; e há os que entendem a cultura maçônica como um sistema simbólico que só poderá ser apreendido por meio de interpretação e não por mera descrição. 

Na verdade o conceito de cultura maçônica deve congregar a interpretação de seus símbolos, a prática de tradições maçônicas e suas lendas míticas; não somente aquelas que foram incorporadas dentro dos rituais e são exemplificadas em suas cerimônias, mas também aquelas que, embora não figurem nas instruções das lojas, foram transmitidas oralmente como partes de sua história e enunciam em seu cânone de instrução verdades fundamentais e pensamentos sobre a natureza humana, através do frequente uso de arquétipos, sem se referir à veracidade dos relatos. 

A filosofia da maçonaria incentiva o homem a buscar o autoconhecimento, despertar no maçom o seu pensar em sua própria existência, independentemente dos agrupamentos sociais a que pertençam individualmente. 

Não cerceia o seu adepto ao estudo de qualquer ciência (esotérica ou exotérica) como cultura auxiliar, mas pretende que a base dos ensinamentos maçônicos esteja sempre presente, para que não venhamos a perder o equilíbrio sobre os alicerces em que se levanta a Ordem.

*Assim sendo, o futuro da maçonaria está diretamente ligado ao desenvolvimento cultural do maçom.*

E, de um modo geral, o maçom deve estar consciente de que se cultura é informação, isto é, um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que se aprende e transmite aos contemporâneos e aos vindouros, a cultura maçônica deverá ser o resultado da forma como os maçons receberam e transmitem seus ensinamentos; se cultura é criação, 

O importante estar atento que ele não só recebe a cultura dos seus antepassados como também cria elementos que a renovam; e se cultura é um fator de humanização, deve compreender que esta transformação só ocorrerá porque ele é parte de um grupo em constante aperfeiçoamento cultural.