O homem deve submeter-se a uma moral que lhe diga o que deve e o que pode fazer, e o que não deve e não pode fazer.
Ética é o estudo filosófico de natureza e dos fundamentos do pensamento e das ações morais.
As teorias éticas, no sentido puro do termo, são marcadamente diferentes dos sistemas ou doutrinas morais, que têm por objetivo a elaboração de conjuntos específicos de regras de conduta que orientem a vida (por exemplo, a moral cristã facilita a possibilidade de retribuir à sociedade em bens os males que praticou).
Também se distingue pela prática aplicada, que analisa os argumentos empregados para embasar determinadas premissas ou conclusões morais (por exemplo, a condenação ou aceitação do aborto).
A Maçonaria é uma sociedade onde os homens devem viver como Irmãos, respeitando, cada um, os direitos dos outros e se compenetrando que toda a humanidade é filha de Deus, que cada ser humano é tão caro ao Pai como todos os outros, procura levar estes conceitos para a sociedade em geral.
Isso leva à conclusão de que, na organização designada, genericamente, como Maçonaria, ou Franco-Maçonaria, deve prevalecer a harmonia e reinar a união ou convivência como de Irmãos.
A Maçonaria, como Fraternidade, deve ser uma Instituição fundamentalmente ética. Sendo até, pela sua definição, uma organização ética, de rígidos códigos de moral e alto o sistema de valores que orientam a conduta dos Maçons, e a quantos queiram ter um comportamento ético-maçônico:
- Reconhecer como Irmão todo Maçom e prestar-lhe, em quaisquer circunstâncias, a proteção e a ajuda de que necessitar; principalmente contra as injustiças de que for alvo;
- Haver-se sempre com probidade, praticando o Bem, a Tolerância e a solidariedade humana;
- Não são permitidas polêmicas de caráter pessoal nem ataques prejudiciais à reputação de Irmãos, nem se admite o anonimato.
- Sobretudo, a mais importante regra ética do Maçom é a prática do Bem.
É a prática efetiva da Virtude.
A Virtude é o hábito de praticar o Bem.
O comportamento ético-maçônico deve constituir o nosso modo de ser e de agir em todas as circunstâncias éticas da vida.
Ao Maçom compete manter uma conduta ética no cotidiano, e que estabeleça com o seu semelhante e a sociedade ainda que em detrimento de seu interesse pessoal.
Para isso deve consultar sempre sua consciência, onde está escrita a lei de Deus.
Aristóteles (384-322 a.C.) não separava a ética da virtude.
Todos os atos virtuosos são éticos e bons.
Pelos atos que pratica pode-se conhecer se uma pessoa é virtuosa ou não. Pelo modo de se portar, logo ficamos sabendo se um irmão é ou não, um bom Maçom.
Kant, faz do conceito de dever o ponto central da moralidade (chamada “deontologia”, ou seja, o estudo dos princípios, fundamentos e sistemas de moral).
Kant dizia que a única coisa que se pode afirmar que seja boa em si mesma (e não apenas boa como meio ou instrumento) é a “boa vontade” ou boa intenção, aquela que se põe livremente de acordo com o dever.
Existe, para todos os homens, uma força inspiradora absoluta, universal que se chama DEVER – a obrigação moral que cada um de nós tem, de fazer ou deixar de fazer alguma coisa.
Para o Maçom, como homem honesto, é simples e fácil; requer honestidade, sinceridade, simplicidade, lealdade, estudo e a disposição de ensinar, o que é capaz de fazer, bastando a compreensão de nós mesmos como limitados e ignorantes.
Quando temos a força e a sabedoria de Deus, cumprimos nosso dever recebendo d’Ele aquilo que é necessário e está acima de nossas forças.
O conhecimento de dever, segundo Kant, é consequência da percepção, pelo sujeito, de que ele é um ser racional e que portanto está obrigado a obedecer ao que Kant chamou “imperativo categórico”: a necessidade de se respeitar todos os seres racionais na qualidade de “fins em si mesmos”.
As ideias de Kant acerca da moralidade estão estreitamente ligadas à sua visão do livre arbítrio.
O homem possui o livre arbítrio, podendo escolher o seu destino – O Bem ou o mal.
Os atos morais são livres, podem ser escolhidos.
Assim sendo, quem os pratica, é responsável por seus efeitos.
A responsabilidade é moral, quando o individuo responde por seus atos perante a sua própria consciência, e social, quando responde por eles perante a sociedade que o julgará pelas leis que regem o grupo, levando-o a formular e praticar uma nova filosofia de vida, uma nova conduta ética.
O terceiro sistema dentro da ética é o utilitarismo – sistema ou modo de agir do individuo utilitário que conhece seus deveres, desfruta do gosto de fazer o Bem, conhece o atrativo da Pura Virtude, segundo o qual o objetivo da moral é o de proporcionar “o máximo de felicidade ao maior número de pessoas”.
Pensado verdade, uma mentira não acha sitio em sua mente; pensado amor, o ódio não poderá turbá-lo; pensado sabedoria, a ignorância não poderá paralisá-lo.
O homem que aprende esta lição prática, encontrará pronto seu valor e descobrirá que, pelo reto pensar, a vida pode fazer-se mais nobre, bela e ditosa.
ÉTICA MAÇÔNICA
O conceito maçônico de Ética se confunde com o de Moral.
Sendo a moral em resumo a regra de bem proceder, isto é, de distinguir o Bem do mal, fundamenta-se na observância da lei Divina.
O homem procede bem quando tudo faz pelo bem de todos.
Depende da vontade de cada um praticar a Virtude, isto é, qualidade própria do homem, o que implica força, coragem.
As virtudes seriam, portanto, as “forças que ornam o caráter”.
Para a Maçonaria, a Virtude é a disposição habitual para o bem e para o que é justo e, por isso, nela vê a prova da perfeição e o próprio ideal do Maçom.
Ela nos ensina, em seus Rituais, que devemos erigir templos à Virtude e cavar masmorras ao vício.
Entenda-se o Bem (Virtude) tudo o que e conforme a lei de Deus; o mal (vício), tudo o que lhe é contrário.
Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus.
Fazer o mal é infringi-la.
Daí vê-se a importância que a Maçonaria dá a essa questão.
A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal em favor do próximo, sem pensamento oculto.
Na fase histórica que vivemos, a sociedade graças ao rompimento de sua estrutura familiar e o avanço avassalador da imoralidade, enfrenta uma das maiores crises éticas, quando a vida humana sofre enorme violência, quando crescem a miséria e a exclusão social e quando aumenta a desilusão diante das promessas de bem-estar econômico, quando a solidariedade é moeda em baixa; o respeito às demais pessoas é praticamente inexistente; o acatamento da lei e da ordem vai escorrendo pelo ralo; a deslealdade no sentido de auferir vantagens, vai de vento em popa, quem está por cima pisa na cara de quem está por baixo e quem está por baixo tenta puxar quem está por cima.
A Maçonaria conclama os Maçons a enfrentar com coragem os desafios cotidianos, a não esmorecer no empenho da justiça social, reconhecendo em cada pessoa a dignidade de filho de Deus.
Devemos combater o erro, ser tolerantes, mas nunca coniventes, fingindo não ver ou encobrindo o mal praticado por outrem.
Os Maçons devem dar exemplos de moral, de ética e de virtudes.
Afinal nossa Sublime Instituição afirma ser: – educativa, filantrópica e filosófica que tem por objetivo os aperfeiçoamentos morais, sociais e intelectuais do Homem por meio do culto inflexível do Dever, da prática desinteressada da Beneficência e da investigação constante da Verdade.
Afinal, reconhece-se o verdadeiro Maçom pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.