Introdução
A Maçonaria Simbólica, em qualquer Rito que se tome parte, está composta em três graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre.
O primeiro grau ensina a se cultivar a fraternidade e a praticar a moral, fazendo com que o Aprendiz habitue-se a interpretar os símbolos e alegorias maçônicos.
Durante o período de aprendizagem, faz-se o maçom conhecer as leis, usos e costumes da Maçonaria, e o instrui para que seja filantropo, estudioso, constante e prudente.
O Aprendiz deverá ter o cuidado especial de afastar de si todas as imperfeições que, por ventura, conserve do mundo profano, procurando despojar-se do pernicioso influxo das paixões e a se inspirar no exemplo dos Mestres, aos quais pedirá ajuda e conselhos sobre as suas dificuldades e, também, quando da realização de seus trabalhos maçônicos.
Desde a iniciação, começam os ensinamentos do neófito. Os signos e emblemas são úteis para despertar sua mente e ideia a fim de questionar sobre seus significados, e, pouco tempo necessita o homem ilustrado, para compreender os princípios fundamentais da Instituição e os meios empregados para expandir sua doutrina no meio profano.
A Maçonaria separa o homem do abismo da sociedade profana e rompe as cadeias da escravidão moral, formadas pelo fanatismo, pela ignorância, pela superstição, pela intolerância, pela inveja e pelam ambição.
Nas Lojas, o Aprendiz observa como os Irmãos praticam os deveres da fraternidade entre os homens, no se encontrar rodeado daqueles que professam ideias políticas e religiosas inteiramente diferentes, que pertencem a países dos mais diversos costumes (no governo, na raça, no idioma), sem que isso seja empecilho para que entre eles exista o amor que deve reinar entre os seres da mesma espécie, fazendo nascer mútua tolerância e o respeito, o sentimento mais nobre e humano que possa existir, ao qual denominamos “Espírito Maçônico”.
Para que o homem possa sentir a possibilidade de atingir a perfeição, necessita conhecer a si mesmo, a fim de que corrija seus defeitos, tanto as de ordem física como as de ordem moral. Esta luta é difícil se faltar amor próprio, tão mal entendido pela maioria dos homens, que quase sempre o confunde com o orgulho e a vontade, fazendo-os cair em desgraça.
Esta é a luta que a Maçonaria exige de seus filiados: formar homens perfeitos.
Como síntese das observações acima, temos a dizer que o Aprendiz Maçom estuda, pratica e observa, para preparar-se no conhecimento da Instituição.
Analisando e comparando estes ensinamentos, os Companheiros ficam responsáveis pela aplicação. Já a determinação das doutrinas, assim como a direção dos trabalhos simbólicos, são de competência dos Mestres.
Noções Gerais do Simbolismo
Os Maçons trabalham na construção de um Templo Moral, consagrado à Virtude e à Ciência, sob os auspícios do GADU∴
O trabalho do Aprendiz consiste em desbastar a pedra bruta, que simbolicamente, significa dominar suas paixões e aperfeiçoar seu espírito, com o auxílio do Maço e do Cinzel, que representam a Razão e a Tolerância, tirando todas as asperezas que originam as preocupações e os costumes viciosos da sociedade profana.
Os Golpes que o Aprendiz dá à porta do Templo quando solicita ingresso, devem lhe recordar que a Maçonaria lhe diz: - Chama e se abrirá; - busca, e encontrarás; - peça, e lhe será dado.
A Loja representa o Universo, cabendo nela todos os homens. Fator pelo qual, também, observa-se em sua abóboda a imagem de um céu estrelado e coberto por várias nuvens, aparecendo no Oriente o Sol e a Lua.
As colunas do Templo são ocas, para se poder guardar as ferramentas quando, terminado o trabalho, simbolizando que estas ferramentas não podem ser usadas a não ser pelo maçom, devendo ficar ocultas até que se iniciem novamente, os trabalhos.
As Romãs colocadas entreabertas nos capitéis das colunas representam a união que deve existir entre todos os maçons do universo, formando uma aproximação tão justa de seus ideais e procedimentos, como a união das sementes da romã, simbolizada pela corda de nós que rodeia a frisa do Templo.
A Letra Gravada na Coluna que corresponde aos Aprendizes, deve recordar-lhes a sua Palavra Sagrada, através da qual se designavam uma das colunas do Templo de Salomão.
O Pavimento de Mosaico representa a miscigenação das raças, considerando todos os homens como irmãos, proclamando a unidade da espécie humana suscetível de aperfeiçoamento moral, seja de qualquer raça ou credo, bem como, a conciliação dos opostos.
As Luzes da Oficina são o Venerável Mestre e os Vigilantes. Do Oriente parte a sabedoria, iluminando a Loja, representada pelo Venerável Mestre, que preside os trabalhos, e é simbolizado por Minerva. No governo da Loja, o Venerável Mestre é ajudado pelo Primeiro Vigilante, que representa a Força, simbolizada por Hércules, e o Segundo Vigilante, representando a Beleza, simbolizada por Vênus Citeren.
Eis aqui as três fortes Colunas Simbólicas da Moral, que sustentam a Loja: Sabedoria, Força e Beleza.
O Esquadro nos oferece como símbolo a retidão maçônica. O Aprendiz o usa em cada passo de sua marcha, para recordar o dever que tem o maçom de ajustar os seus atos à retidão. Constitui a Joia do Venerável Mestre, o qual está obrigado a ser o mais reto e imparcial em suas ponderações e moral, e, em seus costumes, para dar exemplo aos obreiros de sua Loja.
Compasso, emblema da Geometria, tem sem nenhuma dúvida, na Maçonaria, um significado filosófico, baseado na perfeita solidariedade. Com efeito, sendo o círculo a primeira figura curvilínea plana, fechada e perfeita, sendo o triângulo equilátero a primeira figura retilínea, igualmente perfeita, e, estando o circulo determinado pela rotação de uma das pontas do compasso ao redor da outra como centro, considerando que este centro é o maçom, equidistará de todos os pontos da circunferência, que são todos os homens, e como todos estes pontos têm as mesmas propriedades, todos os seres que compõe a humanidade têm direito às considerações, instrução, à caridade, e, a todos deve levar o maçom, colocado no centro da humanidade, a luz da verdade, os benefícios da ciência e o exemplo das virtudes.
O Nível simboliza a igualdade maçônica, é a igualdade perante a Lei, base das democracias e fundamentos da Liberdade. É a Jóia que adorna o Primeiro Vigilante.
O Perpendículo (Prumo), instrumento que serve para determinar a linha vertical na arte da construção. Simboliza o aprumo que deve ter o maçom em todas as suas ações, e moderação nas palavras, para que possa fazer jus a ser digno de obter sabedoria. É a Jóia do Segundo Vigilante.
O Delta Sagrado, em cujo centro está inscrito o nome GADU∴ é representado por um triângulo equilátero, porque sendo esta figura, a primeira que pode se formar com linhas, representa a perfeição, e seus lados os três reinos na Natureza.
O Malhete é o símbolo da autoridade de quem o usa; é também o maço simbólico, que junto com o cinzel, serve para desbastar a pedra bruta, pois esta, segundo sabemos, representa a imagem do profano antes de ser instruído nos mistérios maçônicos.
A Paleta (Trolha de Pedreiro), é um instrumento simbólico, emblema da tolerância e da inteligência, qualidades que devem adornar o maçom. Recorda-lhe a obrigação de perdoar os defeitos de seus Irmãos e amenizar as palavras. O mesmo que o pedreiro, usando a trolha, faz desaparecer as irregularidades da superfície, estendendo com igualdade a massa empregada nas construções.
Os Altares Triangulares do Primeiro e Segundo Vigilantes, foram tirados dos Druidas, os quais também usavam a Espada Flamígera. A forma desses Altares nos recorda a interpretação simbólica do Triângulo e da Espada Flamígera, também chamada de Belino (o Sol) entre os Druidas. Representa, para o Maçom, que na luta constante entre o bem e o mal, existirá sempre o segundo castigo, simbolizado pelo fogo destruidor da consciência.
O Sinal do Grau chama-se gutural e representa o juramento de preferir ter a garganta cortada do que revelar os mistérios da Ordem.
O Toque tem o mesmo significado simbólico das batidas que se dão à porta do Templo.
O Sinal de Saudação recorda o simbolismo do Esquadro, assim como, os passos da marcha. Os sinais pedestres indicam que o Aprendiz deve trilhar o caminho da perfeição, avançando com lentidão desde o Ocidente até o Oriente.
O Sinal Vocal do Aprendiz é a Palavra Sagrada, que não se deve pronunciar nem escrever jamais, porque, o Aprendiz assemelha-se ao homem em sua infância, que não sabe ler nem escrever, só sabendo soletrar, e, portanto, não pode dar a palavra, se não, da forma que lhe foi comunicada.
O Aprendiz cobra seu salário na Coluna do Norte, seu local de trabalho, por onde chegam obliquamente os raios solares, produzindo uma luz muito fraca, onde reina a penumbra. Necessita desabrochar seus estudos maçônicos e acostumar a vista gradativamente à luz para não se deslumbrar ou aturdir em presença de uma luz muito viva, cuja intensidade poderia cegar sua inteligência por não estar pronto para recebê-la.
O número simbólico do Grau de Aprendiz é o três e representa que o maçom está em perfeita relação com o toque, bateria, marcha, idade, colunas do Templo Simbólico que o sustentam, lados do triângulo, abraços de reconhecimento, amizade e consagração, lema e saudações empregados nas pranchas dirigidas às Oficinas e aos Maçons e a chamada à porta do Templo.
As interpretações simbólicas correspondentes à permanência dos profanos na Câmara das Reflexões, da venda que cobre seus olhos durante a iniciação, das viagens que efetua, o despojo dos metais, assim como as deduções filosóficas das constatações referentes aos deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com seus semelhantes, e que terá oportunidade de as explicar ao Venerável Mestre nas tantas iniciações que haverá de presenciar em sua vida maçônica, completando sua instrução.
Relativamente ao Avental não pode deixar de usá-lo no interior da Oficina, pois o mesmo, como símbolo do trabalho é o emblema da pureza, por sua cor. Representa também o homem em seu estado primitivo, o qual, usou como primeira vestimenta as peles de gamo e de cordeiro. Por este motivo, o avental do Aprendiz Maçom é de pele.
Deixamos de aludir os direitos e deveres das Dignidades e Oficiais da Oficina, pela razão dos mesmos encontrarem-se descritos na Legislação pertinente, porém, terão os Aprendizes neste trabalho, material mais que suficiente para responder acertadamente às perguntas que lhes fizerem em seus(s) trolhamento(s).