As três primeiras obrigações do maçom consistem no Silêncio, na Solidariedade e na Submissão.
A primeira é o Silêncio acerca de tudo quanto vier a ouvir, ver, descobrir e conhecer sobre a Ordem.
Declarando-se disposto a sujeitar-se a esta prática, o neófito é submetido ao teste da Taç.’. Sagr.’. quando jura “guardar o mais profundo silêncio” sobre todas as provas a que fosse exposta sua coragem.
Este dever é confirmado mais uma vez, desta feita de joelhos e solenemente em presença de Deus – O Supremo Arquiteto do Universo – quando então jura “nunca revelar os mistérios da Maçonaria” que lhe forem confiados.
Esse silêncio consiste no tradicional Sigilo Maçônico, uma vez que os assuntos de maçonaria e os ensinamentos maçônicos são dados, exclusivamente, a maçons regulares e em lojas regularmente constituídas.
A prática do Sigilo Maçônica se sustenta na sabedoria da Ordem cujos aspectos esotéricos não serão todos transmitidos no grau de Aprendiz.
A maçonaria instrui que o ensino esotérico não se faz proveitoso a não ser quando dedicado a quem esteja devidamente preparado para recebê-lo, isto é, capacitado para entender o seu real sentido.
Esta obrigação está em perfeita sintonia com as palavras de Jesus: “Não deis as coisas sagradas aos profanos e não lanceis vossas pérolas aos porcos”.
O Budismo também recomenda semelhante cuidado quando instrui: “Não turbe o sábio a mente do homem de inteligência tardia”. Hermes Trimegistos também apresenta a mesma doutrina (Hermetismo) com a expressão: “Os lábios da sabedoria estão mudos para os ouvidos da incompreensão”.
A segunda obrigação é a Solidariedade cuja doutrina ensina que devemos vencer as paixões ignóbeis e, em seu lugar, cultivar os sentimentos nobres que impulsionam a beneficência.
Devemos socorrer nossos irmãos, prevenir suas necessidades, mi-norar seus infortúnios, assisti-los com nossos conselhos e nossas luzes.
Também a Amizade é cultivada em nossos Templos como um dos fundamentos da doutrina maçônica.
Nunca devemos perder a oportunidade de sermos úteis ou de atendermos a um pedido de socorro.
A amizade antecede a fraternidade maçônica.
Só poderemos conhecer as virtudes e as limitações do nosso amigo se com ele convivermos nas várias circunstâncias que a vida nos oferece.
Por meio dessa convivência é que poderemos descobrir a vocação maçônica que nos levará a reconhecer no amigo um potencial irmão.
A Amizade é uma virtude que se manifesta sob a forma de dedicação, interesse, benevolência, tolerância, afetividade e sentimento de união permanente com o amigo.
Essa permanência é que leva à fidelidade, à solidariedade e à confiança mútuas, que se fortalecem naturalmente com o tempo e com a convivência fraterna.
A amizade cultuada na doutrina maçônica não é pois, um dever moral ou uma obrigação regimental.
É, antes de tudo, um dos resultados da verdadeira iniciação.
Em sendo fruto de uma metamorfose iniciática, a amizade fraterna é desinteressada, altruística e visa sempre ao bem e ao progresso do outro.
Quanto à terceira obrigação, a Submissão, que se caracteriza pela fidelidade à Ordem como uma das obrigações do Iniciado.
Ele se submete às suas leis e se alia aos seus fins.
A Lei é a maior autoridade do homem livre.
A solidariedade implica a observância de regras comuns na luta por um ideal coletivo livremente assumido.
A submissão é um dos elementos da virtude moral pela qual o homem livre acata e cumpre leis, ordens e determinações emanadas legitimamente.
Essa virtude de Obediência é uma atitude racional, forte, que se fundamenta no princípio da autoridade, na plena consciência dos requisitos do bem comum.
A submissão do homem livre não responde a estímulos da coerção, da exortação, da ameaça ou da recompensa material, mas, responde fielmente à sua consciência moral de fidelidade ao dever e ao compromisso livremente assumidos.
Extraído do livro “Instrucional Maçônico – Gr.’.de Apr.’., de Tito Alves de Campos, pg. 80, GOB, Brasília, DF – 2007).