maio 07, 2022

TRATADO DE BEM VIVER - Heitor Rodrigues Freire



Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis, Grão Mestre “Ad Vitam” da GLEMS e atual presidente da Santa Casa de Campo Grande.

Lendo aqui e ali, acabamos por encontrar sempre textos interessantes, verdadeiras joias que podem enriquecer e ajudar no crescimento de cada um. 

O texto que transcrevo abaixo traz uma série de orientações para o aperfeiçoamento e a evolução do ser humano. A procedência é desconhecida, por se tratar de um apanhado de normas e procedimentos. Acho que vale a pena divulgar porque o tema é importante. Mas sua importância só se confirma com a prática.

Assim, tomo a liberdade de apresentar este texto como uma contribuição para o aprimoramento de cada um.  Façam bom proveito: 

1. Permaneça consciente. É preciso estar atento para a vida e suas oportunidades. Mas tudo começa dentro de você. Por isso, permaneça consciente de si, de seus desejos, pensamentos, sentimentos e, principalmente, de suas ações. Só assim você pode ser melhor.

2. Responsabilize-se pelo que sente, pensa e faz. Pare de acreditar que o outro é culpado pelo que você está sentindo. Ciúme, raiva, carência, tristeza ou qualquer outra coisa que você sentir, pertencem a você. É você quem precisa aprender a lidar com esses sentimentos, em vez de se colocar no papel de vítima e se transformar num reclamão chato e insuportável.

3. Seja mais gentil.  A gentileza é poderosa.  Transforma relações, derruba barreiras e faz muito bem à saúde física e emocional. Tente. Trate bem quem te trata mal e veja o que acontece. Aja como se gostasse de todos, e perceba como as pessoas reagem. É impressionante e delicioso esse exercício.

4. Ouça mais, bem mais. Tente se colocar no lugar do outro e compreender por que ele critica algo que você fez. É uma chance imperdível de se conhecer melhor e crescer, amadurecer. Escute mais. Ouvir é a mais eficiente maneira de construir um novo mundo. Exercite a escutatória, como ensinava o professor Rubem Alves.

5. Confie e relaxe mais. Pare de brigar com os acontecimentos e com a vida. Confie que tudo é como deve ser. Deixe o tempo passar. Perceba como sua visão sobre o futuro é limitada e tente acreditar que existe um Deus, um Universo que tudo sabe. Faça a sua parte e relaxe.

6. Lembre-se: estresse não é chique. Estresse causa muita doença e mal-estar. Não se engane: quem está estressado precisa aprender a colocar limites e a dizer não quando for preciso. Solte os ombros, relaxe o corpo e aproveite a vida.

7. Transforme conhecimento em sabedoria. De nada adianta ler tudo sobre amor e felicidade, mas não colocar nada em prática, não mudar seus pensamentos e suas escolhas. É preciso fazer diferente para que uma informação se transforme no resultado que você deseja.

8. Busque ajuda. Se estiver difícil mudar sozinho, procure ajuda. Você não precisa conseguir sozinho. Existem muitos caminhos e especialistas disponíveis. Pare de acreditar que somente seu corpo precisa de tratamento. Sua mente e seu coração também precisam de cuidados. Livros, terapias, cursos. Invista em você – seu veículo para a felicidade.

9. Aposte no equilíbrio. Nem de mais, nem de menos. Quando estiver em dúvida sobre o que fazer, busque dentro de você a intuição e o caminho do meio. No fundo, você sabe. Assim, não se arrependerá por ter se precipitado ou por não ter se manifestado. 

10. Respire lentamente. A respiração é milagrosa. Mas precisa ser praticada corretamente. Inspire profundamente, sinta o ar chegando até o abdome. Depois, expire devagar e sinta seu corpo relaxar. Faça isso sempre que quiser mais consciência e mais equilíbrio. 

11. Acredite no amor. Mesmo que tenha sofrido no ano anterior, vale a pena continuar acreditando. Mire-se nas pessoas felizes e tome como prova de que é possível. Observe como você pode ser mais coerente e não desista. A vida é linda e vale a pena apostar nessa ideia. 

12. Faça por merecer. Quem não quer tudo de bom para si e para seus amores? Todos queremos. A felicidade está dentro de nós. Mas é preciso estar presente, aqui e agora, para ser capaz de senti-la. Use o passado como lição e o futuro como esperança. Mas o que há de melhor está diante de você, neste momento. Usufrua e fará por merecer.

Bom proveito.


maio 06, 2022

POBRES FUNDAMENTALISTAS - Adilson Zotovici



Adilson Zotovici é poeta e intelectual maçónico, membro da ARLS Chequer Nassif-169 de S. Bernardo do Campo


Pobres fundamentalistas

Antimaçons em verdade 

Dos seus guetos elitistas 

Tisnem a fraternidade


Dos céus creem que articulistas,  

Pseudorreligiosidade,

Do ódio são propagandistas 

Em nome do amor, crueldade 


Dizem-se pastores, artistas, 

No seio da sociedade 

Em nome de Deus, anarquistas


Contrários a pluralidade 

De obreiros de Fé, altruístas,

Da filosófica irmandade ! 

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O NASCIMENTO DA MAÇONARIA OPERATIVA



O NASCIMENTO DA MAÇONARIA OPERATIVA: DOS PEDREIROS CONSTRUTORES DE EDIFICAÇÕES*

Fonte: livro A Franco-Maçonaria Simbólica e Iniciática, de Jean Palou

Numa época em que dominava a sacralização do mundo, cada ofício, além de suas técnicas, possuía ritos próprios ao seu desempenho, o que fazia de cada artífice um artista e iniciado. O ofício fazia parte de um plano sagrado e dava pleno sentido à determinação bíblica “Ganharás o seu pão com o suor de seu rosto”.

Cada ofício tinha a sua iniciação própria, algo que permitia a cada pessoa receber uma influência espiritual, que fizesse do ofício não só um prolongamento obrigatório da mão, mas também uma projeção do ser, no sentido de uma realização espiritual. O ofício necessário à sobrevivência material era também necessário à transcendência do ser.

Mesmo nos tempos primitivos, se o ofício sacralizado já pertencia ao domínio do esoterismo, a Iniciação, embora transmitisse uma influência espiritual, não concedia a todos uma realização espiritual total. Todos eram iniciados; a maior parte permanecia como tal, muito poucos eram eleitos.

A iniciação se fazia por meio de ritos. Exprimia-se por meio de símbolos. A Iniciação, em suas formas, meios e objetivos, nas diferentes aplicações das técnicas peculiares a cada ofício, pela SABEDORIA que preside à elaboração lógica da Obra, pela FORÇA que possibilita sua realização, e pela BELEZA que proporciona o Amor, o Conhecimento, ajudava o artífice a se despojar do homem velho, para se tornar num novo homem, criador de objetivos e forjador de um novo mundo, finalmente harmonioso.

Assim, se construíram pelo mundo afora igrejas, catedrais, monumentos, mansões opulentas ou casas humildes.

A pedra escolhida, bem viva nas mãos do artífice qualificado para desbastá-la, integrada na construção pelos companheiros iniciados, sob a direção de um mestre de obra, no plano divino constituía uma e mesma coisa com a construção de cada edifício.

Vagando pelos caminhos, pelas aldeias e vilas, os Companheiros, homens livres, sábios conhecedores do material, exercitados no seu uso, formavam pequenos grupos itinerantes.

A FRANCO-MAÇONARIA TINHA NASCIDO. Por meio dela, por seus membros iniciados, os franco-maçons, a Europa Ocidental católica iria cobrir-se com catedrais, templos de um Deus único. Assim, os franco-maçons criaram os fechos de abóbadas das igrejas, “oculum” do qual descia a luz divina.

Quando os franco-maçons deixaram de construir as catedrais, continuaram a levantar monumentos civis ou religiosos. Quando suspenderam sua ação construtiva, nasceu a FRANCO-MAÇONARIA ESPECULATIVA.

maio 05, 2022

POR QUE AS JÓIAS DEVEM SER MÓVEIS? - Ir.'. Murilo Juchem

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A Fraternidade constitui a relação existente entre irmãos, sendo que, da mesma forma, a Maçonaria constitui a grande relação entre todos os maçons.

Uma vez que relações fraternais pressupõem a inexistência de barreiras discriminatórias, é necessário que exista Igualdade para que os maçons possam ser denominados Irmãos. Portanto, sendo a Fraternidade um predicado fundamental da Maçonaria, também o é a Igualdade.

Igualdade significa não diferenciação, sendo que, sob o aspecto maçônico, significa a não-diferenciação entre os Irmãos. Considera-se, pois, que os maçons podem ser considerados iguais quando entre eles inexiste qualquer diferenciação em termos de condições de tratamento e oportunidades.

Na Maçonaria, as oportunidades apresentam-se das mais variadas formas, sendo que uma delas é a de exercer papéis ritualísticos dentro da oficina, maçonicamente denominados “Cargos em Loja”. Eis aí a importância da rotatividade dos cargos em uma Loja Maçônica, de forma a oferecer oportunidades para o exercício de todas as funções ritualísticas da oficina. Isto contribui tanto para a formação do maçom, ao oportunizar a participação efetiva nas atividades da Loja, renovando-a e favorecendo o senso de igualdade e, consequentemente, a formação de uma egrégora harmônica.

Uma Loja que, na medida do possível e progressivamente, dá a todos os Irmãos do quadro a oportunidade de exercer todos os cargos é efetivamente uma Loja de iguais. Logo, uma Loja de iguais é também uma Loja de homens livres, já que liberdade e igualdade são termos intrinsecamente dependentes. É impossível ser livre sem ser igual, pois a desigualdade cria barreiras intransponíveis entre os seres humanos, gerando cadeias de dependência entre eles e, consequentemente, cerceando-lhes a liberdade.

Assim, sabiamente, criou-se o termo “Joias Móveis”, que faz referência ao aspecto rotativo dos cargos que governam uma Loja Maçônica. Se as Joias são móveis, quer dizer que ninguém pode perpetuar-se no poder, o que consoa com o fato de ser a Maçonaria uma sociedade de iguais.

Isto indica que ninguém na Maçonaria pode ser governo, mas sim estar no governo, sendo que, imediatamente após o exercício de seu mandato, deve retornar à condição comum, oferecendo aos demais Irmãos a mesma oportunidade que lhe fora oferecida. Sob este aspecto, a Maçonaria não admite reeleições, embora os regulamentos das instituições nem sempre sigam este sábio desígnio da tradição iniciática, que nos ensina que aquele que despontou no Oriente como o Sol da Sabedoria, deve retornar ao Ocidente para humildemente guardar a porta do templo.

A Potência Maçônica – seja ela uma Grande Loja ou um Grande Oriente – é, no sentido exato do termo, uma grande Loja Maçônica que congrega um conjunto maior de Irmãos. Ela existe porque é inviável na prática reunir todos os Irmãos de vários Orientes e Lojas em uma só oficina. Desta forma, eles reúnem-se em várias oficinas e estas, por sua vez, congregam-se em uma Grande Loja ou Grande Oriente.

A Grande Loja ou Grande Oriente, por sua vez, também possuem suas Joias Móveis, representadas pelos cargos de Grão-Mestre, Primeiro e Segundo Grandes Vigilantes.

Evidentemente não é possível que tais cargos sejam exercidos por todos os Irmãos da Grande Loja, tanto pelo número de Irmãos existentes, quanto pelas qualificações exigidas pelo cargo. No entanto, dado ser improvável inexistir uma quantidade razoável de Irmãos qualificados ao exercício do Grão-Mestrado e das Grandes Vigilâncias, é ainda menos admissível que haja reeleição para estes cargos.

A renovação é um fator não só importante como também fundamental para o exercício da Maçonaria. Reeleições para o exercício de cargos, independentemente de serem legalmente viáveis, não são apenas indesejáveis como também ferem os princípios de igualdade e humildade inclusos nos ensinamentos de nossa Ordem. Do contrário, corremos o risco de fazer brotar em nosso seio os despotismos contra os quais sempre lutamos.

É mister fazer da Maçonaria-instituição um reflexo mais perfeito possível da Maçonaria enquanto ordem iniciática tradicional.

NÃO BASTA DIZER QUE OS IRMÃOS ME RECONHECEM - Ir. Carlos Lima






É de conhecimento universal na Maçonaria ser praticamente impossível se tornar um maçom sem ser um leal, um sincero, um pregador e disseminador da verdade.

Evidentemente aliado aos bons costumes (…)

O maçom que não procura melhorar a si mesmo, reconhecendo que é imperfeito não entenderá e vai permanentemente ignorar o significado da ‘lapidação’.

Jamais compreenderá o porquê da transformação dos vícios em virtudes e da ignorância em sabedoria (…)

O maçom deve ser aberto na busca e na manifestação da verdade, impedindo que as trevas dominem o seu ser. 

Mesmo porque não se encontra dificuldades em defender opiniões que lhes sejam favoráveis, o que complica o comportamento Maçônico é quando a defesa deve ser contrária a si, indo de encontro ao seu Eu.

O maçom defende e luta a verdade do “Universo e da humanidade” (…)

Em certas ocasiões muitos irmãos maçons reprimem a liberdade de expressão pelo receio de gerar antipatias.

Dessa forma assumem uma autodefesa não se manifestando, na tentativa de preservar simpatias para projetos pessoais presentes ou futuros.

É o mundo profano se impondo no interior do ‘ser.’

A prática e a absorção Maçônica da liberdade de expressão não se referem apenas as opiniões convergentes, na verdade não se pode exigir que o maçom torne-se prisioneiro do que significa o politicamente correto. 

Os irmãos podem e devem pensar e se expressarem de forma contrária, livres de temores.

Afirmar que todo maçom é igual É uma temeridade e se deve considerar tal informação como inverídica.

“Nem todos que dizem Senhor, Senhor, entrarão no reino de Deus”.

Nem todo aquele que responde: “meus irmãos como tal …”  são.

 – Todo homem que faz parte de uma “Maçonaria” que não esteja inserida na egrégora da maçonaria, na espiritualidade não é considerado maçom.

Simplesmente porque não faz parte da egrégora espiritual da Maçonaria, conforme entendimento da Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI).

Como se vê, a imperfeição do homem e suas vaidades estão sempre professando a divisão.

A Maçonaria nas suas três fases: primitiva, operativa e atualmente especulativa, sempre conviveu com dissidências e perseguições.

Não é diferente nos momentos atuais.

Ela não consegue extrair, criar e apresentar explicações plausíveis para uma realidade que, quanto mais avança no tempo, mais se divide em “Obediências”, algumas com uma identificável tentativa de forçar o distanciamento uma das outras.

Ser maçom não é simplesmente se chamarem de irmãos. 

Ele não é membro de uma Associação de profanos. 

Ou seja, não é a Maçonaria que vai se adaptando ao homem; o homem é que vai se moldando com a Maçonaria.

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maio 04, 2022

LOJAS CAPITULARES - Ir. Pedro Juk



O Respeitável Irmão Elder Madruga, Deputado Federal da Loja Cavaleiros de Aço do Pantanal, 4.288, Rito de York, GOB, Oriente de Cuiabá, Estado do Mato Grosso, formula a seguinte questão: Fui iniciado no REAA em 98, mas há 10 anos estudando e praticando o Trabalho inglês. No momento, representando a Loja como Deputado Federal. Li seu belo artigo sobre Lojas Capitulares. Fiquei com algumas dúvidas e pergunto se o Irmão poderia sana-las:

1. Quando e como chegou ao Brasil o REAA? O rito majoritário na época seria o Moderno ou a Adonhiramita?

2. No seu texto você escreve "escocesismo alcançando também a Maçonaria brasileira, fato que duraria até os meados do século XIX época em que se extinguiria o sistema das Lojas Capitulares". Não seria "meados do século XX"? Pergunto em função de que li que as Lojas Capitulares no Brasil só deixariam de existir após a cisão de 27, quatro anos depois o GOB desistiu de ter seu Grão Mestre comandando o Supremo Conselho.

3. Na França, a maçonaria do século XVIII tinha a influência dos Modernos, que devido a Prichard havia feito alterações de sinais, toques, palavras... em que o ritual de 1804 levou a herança dos "Antigos"? Pergunto porque vejo no ritual do REAA GOB a Pedra Bruta no altar do 1º Vigilante e a Cúbica no do 2º. 

4. Você escreveu "É bem verdade que ainda existem Obediências no Brasil que, na contramão da história, mantém equivocadamente para o Rito em questão aventais e templos azulados herdado por influência do Craft americano". Li um artigo intitulado "A Variação dos Aventais de Mestre Maçom no REAA no Brasil" (de Joaquim da Silva Pires) que o avental com borda azul surgiu no GOB por Decreto do GM no ano de 1889. Me intriga porque nessa época a Constituição do GOB dizia que o avental era orlado de escarlate. O que teria motivado o GM a baixar esse Decreto, aparentemente inconstitucional, e que pegou?

Considerações:

1. Oficialmente o Supremo Conselho do Brasil fora criado em outubro de 1.832, dez anos após a fundação do Grande Oriente Brasílico (do Brasil), por Francisco Gê Acayaba de Montezuma, o Visconde de Jequitinhonha que possuía carta patente para tal oriunda dos Países Baixos.

2. Sim, ainda na França, no Século XIX seriam extintas as chamadas Lojas Capitulares, já que o Supremo Conselho da França (o segundo do mundo) reivindicava para si a tutela dos Graus acima do terceiro, enquanto ficavam apenas os três primeiros Graus (simbolismo), corretamente, sob a égide da Potência Simbólica – em resumo, as coisas voltavam aos seus devidos lugares, já que houve tempo antes que o Grande Oriente da França havia criado as tais Lojas Capitulares para tutelar os graus escoceses até o 18º enquanto que os demais ficavam sob a direção do Supremo Conselho da França.

Ocorre, entretanto que essa extinção não viria se dar logo de imediato na Maçonaria brasileira já que Montezuma, por decreto de junho de 1835, criaria “irregularmente” corpos maçônicos ilegítimos que muitos dissabores trariam à Maçonaria brasileira – seria o caso das Lojas Capitulares criando uma situação anômala de Loja mista simbólico-filosófica, cuja aberração somente desapareceria aqui em 1.951. Cabe mencionar que essa situação foi um dos pretextos para a grande cisão ocorrida em 1.927.

3. A herança antiga está principalmente na disposição topográfica que seria adaptada ao deísmo francês com a porta de entrada do Templo ao centro por ocasião da criação do simbolismo escocês na França no início do Século XIX por maçons oriundos das Lojas Azuis integrantes do Craft norte-americano.

Devido à doutrina investigatória da Natureza desenvolvida ao longo da evolução dos Rituais simbólicos escoceses, a mesa do Segundo Vigilante que ficava originariamente à moda francesa também no Ocidente, simétrica à mesa do Primeiro, porém na banda Sul, voltaria para a porção mediana do Ocidente, ao meio-dia seguindo a disposição dos “Antigos” em cumprimento à dialética de observar a passagem do Sol no meridiano.

Nesse interim, ao contrário dos Antigos da vertente inglesa e, por conseguinte também das Lojas Azuis norte-americanas onde a Pedra Bruta fica originalmente junto ao Segundo Vigilante, no REAA (vertente francesa) ela se posicionaria próxima à mesa do Primeiro Vigilante – posição essa que é mantida no Rito ainda hoje.

Daí na Maçonaria inglesa e norte-americana a Pedra Bruta ainda permanecer de modo tradicional próxima ao Segundo Vigilante, já no escocesismo, ao contrário, próxima ao Primeiro Vigilante.

Atenção: isso não inverte a posição dos Aprendizes e Companheiros na Loja. Independente de onde estiverem localizas as duas Joias Fixas (Bruta e Cúbica) os portadores do Primeiro Grau sempre tomam assento no Norte e os do Segundo no Sul, sejam eles da vertente inglesa ou da vertente francesa.

Aliás, esse é um fato que boa parcela de Irmãos ainda não compreendeu e até mesmo não aceita, simplesmente porque não perceberam a existência de duas vertentes principais da Maçonaria – a inglesa e a francesa, porquanto existir entre elas diferenças doutrinárias fundamentais – algumas sutis e outras bem visíveis e palpáveis. Assim, a questão da disposição das Pedras também está de acordo com o arcabouço doutrinário dessas duas principais vertentes maçônicas.

4. Ratifico o que escrevi, até porque embora exista discordância de certos articulistas, eu vejo alguns acontecimentos pontuais e que não tem nenhum peso histórico no geral dos acontecimentos. 

Realmente o que afirmaria e justificaria o “azular” de aventais escoceses no GOB foi à influência sofrida pelos fatos hauridos pela cisão e a criação das Grandes Lojas Estaduais brasileiras em 1.927 quando buscaram o reconhecimento das Grandes Lojas nos Estados Unidos da América do Norte. 

Assim esses aventais de orla azul apareceriam definitivamente no REAA em solo brasileiro afrontando à sua tradição, de tal modo que a própria Obediência dissidente influenciaria paulatinamente o Grande Oriente do Brasil nesse equívoco que apregoa, na contramão da história, um escocesismo azulado ainda hoje no Brasil. 

Às vezes alguns autores no afã de se mostrarem “grandes conhecedores” sugerem a existência de decretos extemporâneos como uma documentação comprobatória e definitiva de um fato. Penso que esses esquecem que o que aqui se discute é a razão dos eventos que levaram os aventais escoceses se tornarem oficialmente orlados de azul aqui no Brasil e não um episódio isolado como é o caso de um decreto que inclusive à época se contrapunha a Lei maior, ou a Constituição do GOB, até porque a história do azul nos aventais escoceses também merece a consideração de que a Maçonaria brasileira, antes do ingresso do escocesismo por aqui, era composta pelo Rito Moderno e Adonhiramita, cujos aventais desses Ritos também são indiscutivelmente orlados de azul. 

Sem dúvida, pontuais influências desses Ritos reforçariam também o costume de se azular os aventais escoceses ao longo da nossa história, todavia isso não traduz os mesmos como fatos primordiais e decisivos que dariam origem ao equivocado matiz azulado nos aventais de Mestre no escocesismo brasileiro. 

Ilustrando a existência “escarlate” no REAA é que transcrevo trecho editado no livro de minha autoria - Exegese Simbólica para o Aprendiz Maçom – onde mantive a grafia da época contida no “Guia dos Maçons Escossezes ou Reguladores dos Três Gráos Symbólicos do Rito Antigo e Aceito – Grande Oriente Brazileiro” impresso em 1.834 na tipografia Seignot-Plancher, Rua do Ouvidor, 96, Rio de Janeiro, página 46 – Decoração da Loja ou Templo:

“As paredes do templo, mezas, docel, etc., são forradas de encarnado4 no rito escossez e de azul no rito moderno e adonhiramita; nestes dous últimos os galões e franjas dos paramentos devem ser de prata ou de fazenda de côr branca e no primeiro de ouro”.

Ainda no mesmo Guia, página 49 - Das insígnias e joias do Rito Escocês Antigo e Aceito:

“Gráo 3.º - Fita azul orlada de escarlate5 a tiracollo da esquerda para a direita, suspensa em baixo a joia, que é um esquadro e um compasso de ouro entrelaçados; a joia pode ser cravejada de pedras. Avental branco de pelle forrado e orlado de escarlate com uma algibeira abaixo da abêta, sobre a qual estão bordadas as letras M.´.B.´.”.

Por fim, sugiro também ao Irmão a obra de José Castellani – O Supremo Conselho No Brasil – Rito Escocês Antigo e Aceito – Editora Maçônica A Trolha – Londrina, 2000. Por ela se poderá chegar a uma bibliografia primária pertinente aos fatos que envolveram a fundação do Supremo Conselho sob o ponto de vista acadêmico da história nesse particular.

4 Encarnado – cor de carne; vermelho. A cor vermelha.

5 Escarlate – de cor vermelha muito viva.

A ARVORE DA VIDA - Ir. Rogério

 

A Árvore da Vida (também reconhecida como Kabbalah ou Cabala) é derivada da Flor da Vida. 

É considerada um mapa do universo e da psique, a ordem da criação do cosmos e um caminho para a iluminação espiritual.

A Árvore da Vida é um arranjo de dez esferas interconectadas (chamadas “Sephiroth”, que significa “Esferas”), que representam o sistema organizacional central da tradição cabalística judaica ou Cosmologia da Cabala.

As dez esferas representam os dez números arquetípicos do sistema pitagórico. É ensinado que há 32 caminhos na Árvore da Vida. Os primeiros 10 são as Sephiroth (não incluindo Daath). Os 22 restantes correspondem às linhas ou canais de energia que unem as Sephiroth. Cada uma delas, por sua vez, corresponde a uma das 22 letras do alfabeto hebraico.

A Árvore da Vida não fala apenas das origens do universo físico a partir do inimaginável, mas também do lugar do homem no universo. Uma vez que o homem é investido de Mente, a consciência na Cabala é pensada como o fruto do mundo físico, através do qual a energia infinita original pode experimentar e se expressar como uma entidade finita. Depois que a energia da criação se condensou em matéria, acredita-se que ela reverte seu curso de volta à Árvore até que esteja novamente unida à sua verdadeira natureza.

Assim, o Cabalista procura conhecer a si mesmo e ao universo como uma expressão de Deus, e fazer a jornada de Retorno por etapas traçadas pelas Sephiroth, até chegar à realização que procurava. 


maio 03, 2022

OS INSTRUMENTOS DE TRABALHO DO APRENDIZ - Marcio Grazziotin Dutra



Enquanto aprendizes, recebemos a revelação do que representa o trabalho na Maçonaria; e aprendemos que, para sermos dignos e capazes de desempenharmos nossas funções como verdadeiros e legítimos Maçons, precisamos libertar e purificar nossos corações, apagar maus costumes, preconceitos, ódios, equívocos históricos e filosóficos.

Precisamos dominar nossas paixões, emoções e vaidades, aperfeiçoar nosso espírito, aprender a cultivar a fraternidade e praticar a moral. Devemos preparar-nos para a obra, desbastando a pedra bruta, que somos nós, cheios de defeitos, erros e imperfeições.

Esta é a tarefa que devemos dedicarmo-nos, para que sejamos obreiros que dominam perfeitamente a arte. Neste trabalho somos ao mesmo tempo o obreiro, o instrumento e a matéria prima.

E para isso devemos usar ferramentas especiais, que são a Régua, o Maço e o Cinzel.

A régua é um instrumento ativo, símbolo da medida de tempo e da retidão. Com ela podemos traçar as retas e os ângulos e, portanto, delinear nossos trabalhos. Simboliza a faculdade de ajuizar, o que nos permite comprovar a retidão da obra. É por meio dela que podemos verificar se nossos esforços e atitudes caminham na direção do ideal.

O maço simboliza a força em todas suas modalidades, o entusiasmo, a disposição e a vontade, que é a força primária da qual deriva-se todas as demais forças. Simboliza também a energia, a decisão, o aspecto ativo da consciência, necessário para vencer e superar os obstáculos.

Considerado como um instrumento ativo, é o símbolo do trabalho e da determinação, que direciona a energia necessária para dar forma ao trabalho. Representa a perseverança. Em seu primeiro trabalho, o aprendiz começa a desbastar a pedra bruta e, a partir daí, tem início seu eterno aprimoramento.

O cinzel é um instrumento considerado passivo, destinado a receber a aplicação da força do maço, dando-lhe a direção. É indispensável no polimento da pedra bruta; simboliza, desta forma, a educação, a inteligência, o aperfeiçoamento.

Para alguns, é o símbolo do trabalho do homem sobre si mesmo; o aspecto passivo da consciência, indispensável para descobrir as falhas da personalidade. É o propósito inteligente que deve dirigir a ação da vontade.

Para que a ação combinada desses instrumentos seja realmente maçônica, isto é, útil e benéfica, tem que ser constantemente comprovada e dirigida pela régua, que é a norma de retidão.

Essa função simboliza a sabedoria, símbolo mais apropriado do Venerável Mestre, assim como o maço, emblema da força pode atribuir-se ao 1o Vigilante e o cinzel, produto da beleza ao 2o Vigilante.

Assim como a atividade combinada dos três instrumentos é indispensável para a obra maçônica, igualmente a integral cooperação das luzes da Loja é imprescindível para que esta possa desenvolver um trabalho fecundo.

Simbolicamente, a régua é a consciência; o maço é a força de vontade e energia; o cinzel é a beleza, a moral, a razão; a pedra bruta somos nós e as arestas são os nossos defeitos.

O conhecimento está ligado a régua, pois é necessário medir nossas emoções, paixões e vaidades, dominando-as para iniciarmos a escalada.

A ação é a aplicação da força; que é feito por intermédio do maço sobre o cinzel e aí deverá ser observado o controle emocional na aplicação desses golpes, para que não haja um desastre, imperfeição ou acidente na confecção da obra. 

Como verdadeiros maçons, nunca devemos exercer o maço diretamente sobre a obra. A execução da obra cabe ao cinzel. O maço dá-lhe apenas a força suficiente. Se aplicarmos o maço diretamente na obra é certo que a danificaremos sem realizá-la. Se usarmos só o cinzel sem o maço, a obra não se realizará por falta de ação.

Isto significa que não devemos nos atirar à obra somente com nosso entusiasmo e vontade, mas também aplicar as qualidades do amor, discernimento, bondade e harmonia.

É necessário, ainda, que cada um de nós, sendo uma pedra bruta, conheça sua natureza, descubra de que material é feito, que resistência possui, se é pedra ferro, pedra mármore, granito ou outra composição.

Neste aprendizado de desbastar a pedra bruta, tornando-a polida, temos que usar além de nossa inteligência, ângulos certos e força precisa. Assim podemos dizer que “conhecemos” com a régua, “sentimos” com o cinzel e “agimos” com o maço.

E é através do sentimento, do conhecimento e da ação que devemos nos aprimorar para estarmos em harmonia com nossos semelhantes, para progredirmos na senda do bem e, sobretudo, para evoluirmos. Pois somos degraus na cadeia da divindade; e cada degrau sustenta um e é sustentado por outro.

O ser evolucionado, além de limpar e polir seu degrau, tem também o dever de contribuir para a limpeza dos outros, para que nada de feio se veja na cadeia, assim estaremos evoluindo e colaborando para a evolução do todo. Sempre tendo em mente que "O Todo é muito maior que a simples soma das partes ".

LIVRO "FALANDO E CONVENCENDO" - Um manual de oratória e persuasão




Esse livro de minha autoria sobre oratória e persuasão foi adotado como material didático em uma faculdade do DF.

Resume um excelente curso que fiz na USP e minhas mais de três décadas de experiência como um reconhecido palestrante.

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Para quem precisa fazer da fala e da voz ferramentas de trabalho, especialmente nestes tempos de tantas "lives", é um auxílio fundamental. Faça o pedido no link abaixo.
Ebooks do Ir:. Michael Winetzki:


maio 02, 2022

COMO OS MAPAS MUDARAM O MUNDO. - Fabio Monteiro







Como os mapas dos gregos, romanos e babilônios mudaram o mundo?

Pioneiros, como Marco Polo e John Mandeville, e viajantes mais recentes, como Cristóvão Colombo, já traçavam seus passos para registrá-los
Século após século a humanidade tenta compreender o mundo: quantos continentes existem? A Terra é plana ou curvilínea? Existe algo além do horizonte? Conforme suas descobertas, as sociedades ao redor do mundo passaram a registrá-las, o que resultou em milhares de mapas diferentes.
Os exploradores foram algumas das figuras mais importantes para a cartografia. Pioneiros, como Marco Polo e John Mandeville, e viajantes mais recentes, como Cristóvão Colombo e Walter Raleigh, já traçavam seus passos para registrá-los. Mas a ideia também era especular sobre como seria o resto do globo. Entenda como alguns povos da antiguidade viam o mundo:
No Ocidente é possível encontrar registros de Anaximandro (século 6 A.C.), que, segundo Aristóteles, foi o primeiro filósofo grego. O mapa não chegou até os dias de hoje, mas graças a Heródoto e seus escritos é possível saber que o grego desenhou um mapa circular e plano, como se fosse um tambor. O mapa de Anaximandro continha apenas a Europa, a Ásia e a parte conhecida do Norte da África.
Mapa do tipo "T e O" (Foto acima)
Já no século 2 a.C. surgiu Erastóstenes de Cirene, considerado o Pai da Geografia, o primeiro a calcular a circunferência da Terra. O mapa do estudioso apresenta uma grande porção de massa terrestre semelhante a uma garra de lagosta.
Ainda na época de Anaximandro, os babilônios criaram um mapa de argila plano e circular, um objeto que pode ter influenciado os europeus na Era dos Descobrimentos. Esse mapa manteve o padrão “T e O”, que representa inscrição orbis terrarium. Nele o “T” é o Mediterrâneo e o “O” é o oceano, Jerusalém está no centro e a Europa, Ásia e África estão ao seu redor. Esse formato marcou fortemente as primeiras concepções medievais do mundo.
Os escritos do filósofo grego Ptlomeu (século 2 d.C.) só ficaram conhecidos no Ocidente 100 anos após sua tradução para o latim, em 1407. Enquanto isso, o pensador já influenciara tanto o Oriente que seus impactos já começavam a diminuir. (Um exemplo é o mapa abaixo de Ibne Haucal, estudioso muçulmano do século 10 d.C.)
Depois disso, os mapas foram se tornando cada vez mais semelhantes aos atuais, como podemos observar em alguns documentos dos séculos 11 e 12 da Grã-Bretanha, Turquia e Sicília e do século 16, da Coréia.
Na maior parte da história, os mapas criados foram total ou parcialmente especulados ou imaginados: “Todas as culturas sempre acreditaram que o mapa que tem como certo é real, verdadeiro, objetivo e transparente”, contou o professor Jerry Brotton da Universidade Queen Mary de Londres para o site The Atlantic.

Fonte: Facebook - História Ilustrada

MAIO, O QUINTO MÊS - Newton Agrella


Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Considerado um dos maiores intelectuais da maçonaria no país

Maio, o quinto mês, breve referência.

O maior dos planetas do sistema solar é Júpiter.

Os romanos ao referirem-se a este planeta, valiam-se da expressão MAIUS (um derivativo de "magnus") - que para a língua portuguesa adveio como "magno" - e que por sua vez significa "grande".

Há porém, uma corrente de filólogos e etimólogos que defendem a ideia de que o nome do referido mês possa ter se derivado do nome de uma deusa romana chamada "Maia", também conhecida como Bona Dea, deusa da fertilidade, cujas celebrações à mesma ocorriam *neste período do ano* e que por isso o chamam de Maius. 

Daí a adoção deste nome para se referir a este mês.

Apenas como "registro histórico e cultural" , tendo  em vista a importância do Cristianismo, dentre as principais doutrinas religiosas do planeta, o mês de Maio é consagrado à Maria, mãe de Jesus Cristo, segundo a Igreja Católica.

Maio constitui-se no quinto mês do ano civil no calendário gregoriano, composto de 31 dias e no hemisfério sul marca a estação de Outono.

Maio ainda encerra, dentre suas comemorações, aqui no Brasil a  celebração à assinatura da Lei Áurea, (13 de Maio de 1888) - que aboliu a escravatura) que seguramente representou o período mais triste e deplorável da História do Brasil, mas que jamais deve ser esquecido.

Por outro lado, este mesmo mês registra em sua história mais recente, uma das datas mais importantes para o comércio e a economia, o "Dia das Mães", comemorado no segundo domingo do mês. 

Essa comemoração surgiu nos Estados Unidos, em 1908, e acabou sendo adotada e oficializada no Brasil em 1932, pelo então presidente Getúlio Vargas.



maio 01, 2022

O TRABALHO NA MAÇONARIA - Kennyo Ismail



O Ir, Kennyo Ismail é professor universitário, editor, escritor, uma dos mais importantes intelectuais da maçonaria no país.

Às vezes o cotidiano, a correria do dia-a-dia, não permite que cada um de nós possa parar por alguns minutos para fazer essa reflexão, para simplesmente olhar ao redor e entender o quanto todos somos dependentes do trabalho de infinitos desconhecidos sem demonstrarmos a mínima gratidão.

Um certo autor descreve “trabalho” como “qualquer atividade útil”.

Ao refletirmos sobre isso, nos chama a atenção o termo “útil”.

Útil é tudo aquilo que atende uma ou mais pessoas, ou seja, quanto mais atender as pessoas, mais útil.

E o que mais seria o trabalho maçônico do que uma atividade útil para o nosso autodesenvolvimento e com o objetivo final de fazer feliz a humanidade através do amor ao próximo, do combate à ignorância e ao fanatismo, do aperfeiçoamento dos costumes, levantando templos à virtude e cavando masmorras aos vícios?

A Sublime Ordem Maçônica nada mais é do que um Sindicato de Trabalhadores. Antes, em sua fase operativa, era um sindicato de trabalhadores da construção civil.

Hoje, o que todos nós maçons “especulativos” ainda temos em comum com nossos antecessores é que todos ainda somos trabalhadores, porém nas mais diferentes profissões.

Assim como os ensinamentos maçônicos serviam para orientar os maçons operativos em suas relações entre si, com os contratantes, os familiares, a sociedade e o Grande Arquiteto do Universo, esses mesmos ensinamentos estão em nossos rituais e ainda servem para nos orientar, orientar nossas relações profissionais, sociais e espirituais.

E um dos principais ensinamentos maçônicos é de que, para se realizar qualquer trabalho, deve-se empregar com equilíbrio três diferentes energias:

Força, Vontade e Inteligência.

Não adianta o Obreiro ter vontade de trabalhar e ter a força necessária se ele não possuir a inteligência, o conhecimento necessário para efetuar o trabalho.

Da mesma forma, o Obreiro tendo inteligência e força para trabalhar, mas não tendo vontade, nada será feito.

Assim como é impossível um Obreiro produzir apenas com a vontade e a inteligência, mas sem ter forças para trabalhar.

Faz-se então necessário empregar essas três qualidades para que um trabalho transcorra de forma justa e perfeita.

É aí que se encontra a perfeição: não no trabalhador, mas no seu trabalho.

CONCLUSÃO

Você deve compreender que não é apenas o seu trabalho que o dignifica, mas o trabalho de todos os homens de bem do orbe terrestre colabora para que você viva com dignidade.

Entenda que o que liga você a cada homem de bem no mundo é o trabalho digno que cada um desempenha e que, de forma direta ou indireta, alcança a todos.

Além do Grande Arquiteto do Universo, o trabalho é o nosso elo, o que nos une.

Assim sendo, ao desenvolver um trabalho perfeito, o trabalhador está aprendendo, se desenvolvendo, evoluindo, se relacionando com fornecedores e clientes, fazendo parcerias, atendendo uma demanda de um individuo, de um grupo ou da sociedade, gerando empregos, proporcionando felicidade ou prazer para si e para o próximo, e colaborando através de seu trabalho para com a sociedade, o que o liga a cada homem de bem no mundo. 

Quer algo mais digno do que isso?

Bom dia meus irmãos. 




OS EFEITOS BENÉFICOS DO TRABALHO - Sidnei Godinho







A máxima popular apregoa que o Trabalho Dignifica o Homem.

De onde vem tal conceito e como foi introduzido na sociedade e na Família?

Se concebermos a ideia de que o Jardim do Éden foi o primeiro arquétipo social existente, havemos de recordar que DEUS proveu Adão e Eva de tudo o que precisavam e somente lhes exigiu o Respeito inconteste às suas ordens.

Contudo, dado a ganância existente na natureza e personificada na serpente, eles cederam aos seus primitivos instintos e “Pecaram” contra o Todo Poderoso, sendo expulsos do Paraíso e recebendo a punição de TRABALHAR para que de seu suor produzissem seu sustento.

É importante observar que quando a sagrada escritura implanta o termo Trabalho ele é tido como obrigatório para prover o alimento, isto é, sem ele o ser humano padece de fome.

Há ainda a análise biopsicossocial do labutar, a qual se dá pela sensação de prazer causada pelo sentimento de poder converter o próprio esforço em recompensa chamada salário.

Este misto de reações químicas que se dão internamente é o resultante de um complexo emaranhado neural que, em dado momento, substitui a Epinefrina por Dopamina e produz o relax muscular, trazendo o torpor do bem estar, após o esforço realizado.

Tal condição física conduz um reflexo psíquico onde a mente passa então a condicionar o Bem estar a uma condição pré-existente de Trabalhar.

É uma interligação sensorial que estimula o cérebro a não apenas determinar a produção hormonal, mas também o faz reter na memória que o link para tal satisfação é a resultante do Trabalho realizado.

Estando a parte física e a psíquica estabelecidas e bem definidas em sua ligação com o Trabalho, resta inseri-lo no contexto social, onde seu papel delimita o progresso coletivo através do empenho individual dos cidadãos.

É o Trabalho que une as pessoas em prol de um bem comum, qual seja, o esforço pessoal para o desenvolvimento grupal, remunerado conforme a capacidade individual.

Neste contexto, células são formadas mediante as classes operárias e se dividem por constantes intelectuais, força bruta, aptidões específicas e etc..

Enfim, é onde se dá a formação de uma sociedade evolutiva, com o substrato das classes produtivas, estabelecidos pela razão do trabalho que desenvolvem.

Assim se dá na sacrossanta Ordem Maçônica, onde somente homens Livres e de Bons Costumes, que possuem vínculo empregatício e sustentam suas famílias, podem ser postos como neófitos para serem iniciados nos esotéricos mistérios.

Fecha-se assim o ciclo racional do entendimento do Trabalho com seus efeitos benéficos, qual seja, a instituição divina para integrar o Homem na sociedade e fazê-lo sentir o prazer de produzir por suas próprias mãos e de seu suor sustentar sua família, interagindo com seus pares.

Torna-se então compreensível a máxima dita anteriormente de que, realmente, 

*O TRABALHO DIGNIFICA O HOMEM.*