maio 08, 2022

A ARMA BRANCA - Sérgio Quirino



Sérgio Quirino - é o atual Grão-Mestre-GLMMG 2021/2024, notável intelectual maçônico

Reafirmamos continuadamente que nada se faz na Maçonaria que não tenha um propósito; e que a verdade se revela nas entrelinhas.

Há um momento em nossa experiência de neófito em que o caminho parece menos tortuoso, mas o som metálico nos causa aflição. Não podendo identificar visualmente, aguçamos a audição e nos alertamos para um cenário de combate. O som é do tinir das lâminas. Por ele imaginamos ser produzido pelas chamadas armas brancas.

O sentido de “arma branca” tem origem no elemento de um grupo de metais denominado frâncico, que é reluzente, brilhante, polido. Daí, ao vermos um objeto com lâmina, que, eventualmente, possa ser usado para atacar ou defender, o caracterizamos como “arma branca”.

A maioria das armas consideradas brancas ao serem criadas, não tem por finalidade se tornarem instrumentos de ataque ou defesa. Por exemplo: chave de fenda, giletes, pedaço de vidro, pedaço de pau, foice, picareta e até mesmo martelos.

Aqui retomamos a reflexão sobre aquele momento de nossa viagem, em que o barulho era proveniente do combate com arma branca, cujo inimigo não está distante de nós, diferentemente de quando se usa arma de fogo, que permite maior distância entre os inimigos. Nesses casos, a arma branca é ineficiente

A entrelinha e a sutileza da nossa interpretação estão em identificar pelo barulho, o perigo do mau uso dos nossos instrumentos - cinzel e martelo de pedreiro.

Cinzel e martelo? Sim! Ambos são “armas brancas”, o cinzel é perfuro cortante e o martelo, uma arma contundente.

O CONJUNTO HARMÔNICO DOS TINIDOS METÁLICOS, NAQUELE MOMENTO MÁGICO DE NOSSAS VIDAS, PRODUZ EM NÓS A CLARIFICAÇÃO, ENQUANTO ESCULPIMOS O COMBATE ÀS PAIXÕES E BUSCAMOS O APERFEIÇOAMENTO DE NOSSOS COSTUMES.

A MAIOR BATALHA DE NOSSA VIDA É TRAVADA CONTRA NÓS MESMOS!

A vida é um grande oceano que navegamos sob os influxos das vagas ilusões. Na constância, perseverança e nas lutas diárias contra os vícios do mundo profano é que atingiremos a paz e a harmonia social.

Seguimos neste 16o ano de compartilhamento de instruções maçônicas, porque acreditamos fielmente que um mundo melhor se constrói pela qualificação do artífice. Precisamos nos reanimar permanentemente para o bom uso do malho e do cinzel.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

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MAÇONARIA - A INICIAÇÃO - Paulo Neves









Nada mais é que a recepção que é praticada por aquele que é candidato a se associar a uma Loja Maçônica.

Uso o termo associar de acordo com as leis civis existentes em nosso país.

Uma maçonaria sem base iniciática nada mais é que uma sociedade Filantrópica.

É necessária que haja uma morte metafórica e simbólica.

Assim, tal a fênix que renasce das cinzas, o novo associado se desnuda de suas paixões, vaidade e intransigência, o que nos leva ao pensamento do Filósofo e filólogo Nietzsche, em seu livro Zaratustra:

... "É preciso haver morte para que surja o super-homem; ele indica a necessidade da superação de si mesmo e com isso aponta para uma nova maneira de sentir, pensar, avaliar"... 

E é esta a diferença entre o iniciado e o não iniciado.

É uma maiêutica (parto), termo usado pelo filósofo Sócrates, para uma nova vida que se descortinará na vida do iniciado.

A iniciação é o primeiro passo e é necessário para se ingressar na escalada maçônica, muitos passam pelo processo de iniciação e não prosseguem na busca de novos conhecimentos e aperfeiçoamento, isto é abandonam por qualquer motivo a ordem maçônica.

Matemáticos e filósofos constataram que nós somos números e símbolos.

O simbolismo representa a base, o fundamento de toda a maçonaria do mundo, ou seja, universal.

O iniciado tem que aprender gradativamente os símbolos e alegorias.

Quem seja incapaz de compreender os símbolos se achará sempre na posição de não iniciado e que entrando em um templo maçônico, mesmo lendo um livro, revista, a mídia eletrônica ou outra fonte de pesquisa referente à maçonaria, observa toda uma série de objetos, que lhe parece familiar, mas não entende o seu significado.

*Símbolo* = Figura, marca, qualquer objeto físico que apresenta um significado convencional.

*Alegoria* = Forma figurada de um pensamento, ficção ou metáfora que na expressão tem um significado e no sentido, outro.

AS VIAGENS

Já foi dito que o homem, para se tornar maçom, tem que ser submetido às provas que constam nos Rituais e é necessário que se cumpra as partes ritualística, que por sua vez são conhecidas por viagens.

O candidato está cego, por esta razão não enxerga o que se passa a sua volta, ele faz um trajeto sempre conduzido por um Ir.’. experiente.

Simbolicamente, os caminhos são cheios de obstáculos, que ele candidato terá que superá-los, estes caminhos, representam os perigos em sua vida, bem ele venceu esta primeira fase

Em outra viagem, tão importante quanto a primeira, ele encontrará novos desafios, trovões, tempestades, ruídos de espadas e termina com um lavar de mãos, significando que ele está em parte purificado, por esse elemento da natureza que é a água.

Depois de tantos obstáculos que foram superados a sequência

 é fazer um trajeto mais tranquilo e silencioso, ele enfrenta agora outra purificação, o elemento da natureza é o fogo, que serve para ativar bem o coração no candidato o amor aos seus iguais, a fraternidade e a caridade.

Estas provas representam no candidato o seu renascimento e morte para os seus preconceitos, erros e ilusões.





maio 07, 2022

OBRIGAÇÕES DOS MAÇONS


Texto publicado pela Casa Real dos Pedreiros da Lusitânia.

_"Quando Deus pretende humilhar uma pessoa (por assim o merecer), Ele lhe nega o conhecimento." (Ali Ibn Abu Talib)_ 

1. Subir a Escada de Jacó pelas Iniciações da Vida, sem ferir os Irmãos neste percurso;

2. realizar o sonho de desbastar pelo pensamento e pelas ações as arestas dos vícios e da insensatez; 

3. socorrer o Irmão nas dificuldades, chorar com ele as suas angústias e saber comemorar aO seu lado as suas vitórias; 

4. reconhecer nas viúvas e nos órfãos a continuidade do Irmão que partiu para o Oriente Eterno;  

5. ver na filha do Irmão a sua filha e na esposa do Irmão, uma Irmã, Mãe ou Filha;  

6. combater o fanatismo e a superstição sem o açoite da guerra mas com a insistência da palavra sã;  

7. ser modelo da eterna e universal justiça para que todos possam concorrer para a felicidade comum; 

8. saber conservar o bom senso e a calma quando outros o acusam e o caluniam; 

9. ser capaz de apostar na sua coragem para servir aqueles que o ladeiam, mesmo que lhe falte o próprio sustento; 

10. saber falar ao povo com dignidade, ou de estar com reis e presidentes em palácios sumptuosos e conservar-se o mesmo; 

11. ser religioso e político respeitando o direito da religião do outro e da política oposta à sua;

12. permitir e facilitar o desenvolvimento pleno das concorrências, para que todos tenham as mesmas oportunidades; 

13. saber mostrar ao mundo que nossa Ordem não é uma Sociedade de Auxílios Mútuos; 

14. estar dominado pelo princípio maior da Tolerância, suportando as rivalidades, sem participar de guerras; 

15. abrir para si e permitir que outros vejam e o sigam, o Caminho do Conhecimento e da Iniciação; 

16. conformar-se com suas posses, sem depositar inveja nos mais abastados; 

17. absorver o sacerdócio do Iniciado pela fé no Criador, pela esperança no melhoramento do homem e pela caridade que abrir-se-á em cada coração; 

18. sentir a realidade da vida nos Sagrados Símbolos da Instituição; 

19. exaltar tudo o que une e repudiar tudo o que divide; 

20. ser obreiro de paz e união, trabalhando com afinco para manter o equilíbrio exato entre a razão e o coração; 

21. promover o bem e exercitar a beneficência, sem proclamar-se doador; 

22. lutar pela FRATERNIDADE, praticar a TOLERÂNCIA e cultivar-se integrado numa só família, cujos membros estejam envoltos pelo AMOR; 

23. procurar inteirar-se da verdade antes de arremeter-se com ferocidade contra aqueles que julga opositores 

24. esquivar-se das falsidades inverossímeis, das mentiras grosseiras e das bajulações humanas; 

25. ajudar, amar, proteger, defender e ensinar a todos os Irmãos que necessitem, sem procurar inteirar-se do seu Rito, da sua Obediência, da sua Religião ou do seu Partido Político; 

26. ser bom, leal, generoso e feliz, amar a Deus sem temor ao castigo ou por interesse por recompensas; 

27. manter-se humilde no instante da doação e grandioso quando necessitar receber; 

28. aprimorar-se moralmente e aperfeiçoar o seu espírito para poder unir-se aos seus semelhantes com laços fraternais; 

29. saber ser aluno de uma Escola de Virtudes, de Amor, de Lealdade, de Justiça, de Liberdade e de Tolerância; 

30. buscar a Verdade onde ela se encontre e por mais dura que possa parecer; 

31. permanecer livre, respeitando os limites que separam a liberdade do outro; 

32. saber usar a Lei na mão esquerda, a Espada na mão direita e o Perdão à frente de ambas, e 

33. procurar amar o próximo, mesmo que ele esteja distante, como se fosse a si mesmo.

TRATADO DE BEM VIVER - Heitor Rodrigues Freire



Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis, Grão Mestre “Ad Vitam” da GLEMS e atual presidente da Santa Casa de Campo Grande.

Lendo aqui e ali, acabamos por encontrar sempre textos interessantes, verdadeiras joias que podem enriquecer e ajudar no crescimento de cada um. 

O texto que transcrevo abaixo traz uma série de orientações para o aperfeiçoamento e a evolução do ser humano. A procedência é desconhecida, por se tratar de um apanhado de normas e procedimentos. Acho que vale a pena divulgar porque o tema é importante. Mas sua importância só se confirma com a prática.

Assim, tomo a liberdade de apresentar este texto como uma contribuição para o aprimoramento de cada um.  Façam bom proveito: 

1. Permaneça consciente. É preciso estar atento para a vida e suas oportunidades. Mas tudo começa dentro de você. Por isso, permaneça consciente de si, de seus desejos, pensamentos, sentimentos e, principalmente, de suas ações. Só assim você pode ser melhor.

2. Responsabilize-se pelo que sente, pensa e faz. Pare de acreditar que o outro é culpado pelo que você está sentindo. Ciúme, raiva, carência, tristeza ou qualquer outra coisa que você sentir, pertencem a você. É você quem precisa aprender a lidar com esses sentimentos, em vez de se colocar no papel de vítima e se transformar num reclamão chato e insuportável.

3. Seja mais gentil.  A gentileza é poderosa.  Transforma relações, derruba barreiras e faz muito bem à saúde física e emocional. Tente. Trate bem quem te trata mal e veja o que acontece. Aja como se gostasse de todos, e perceba como as pessoas reagem. É impressionante e delicioso esse exercício.

4. Ouça mais, bem mais. Tente se colocar no lugar do outro e compreender por que ele critica algo que você fez. É uma chance imperdível de se conhecer melhor e crescer, amadurecer. Escute mais. Ouvir é a mais eficiente maneira de construir um novo mundo. Exercite a escutatória, como ensinava o professor Rubem Alves.

5. Confie e relaxe mais. Pare de brigar com os acontecimentos e com a vida. Confie que tudo é como deve ser. Deixe o tempo passar. Perceba como sua visão sobre o futuro é limitada e tente acreditar que existe um Deus, um Universo que tudo sabe. Faça a sua parte e relaxe.

6. Lembre-se: estresse não é chique. Estresse causa muita doença e mal-estar. Não se engane: quem está estressado precisa aprender a colocar limites e a dizer não quando for preciso. Solte os ombros, relaxe o corpo e aproveite a vida.

7. Transforme conhecimento em sabedoria. De nada adianta ler tudo sobre amor e felicidade, mas não colocar nada em prática, não mudar seus pensamentos e suas escolhas. É preciso fazer diferente para que uma informação se transforme no resultado que você deseja.

8. Busque ajuda. Se estiver difícil mudar sozinho, procure ajuda. Você não precisa conseguir sozinho. Existem muitos caminhos e especialistas disponíveis. Pare de acreditar que somente seu corpo precisa de tratamento. Sua mente e seu coração também precisam de cuidados. Livros, terapias, cursos. Invista em você – seu veículo para a felicidade.

9. Aposte no equilíbrio. Nem de mais, nem de menos. Quando estiver em dúvida sobre o que fazer, busque dentro de você a intuição e o caminho do meio. No fundo, você sabe. Assim, não se arrependerá por ter se precipitado ou por não ter se manifestado. 

10. Respire lentamente. A respiração é milagrosa. Mas precisa ser praticada corretamente. Inspire profundamente, sinta o ar chegando até o abdome. Depois, expire devagar e sinta seu corpo relaxar. Faça isso sempre que quiser mais consciência e mais equilíbrio. 

11. Acredite no amor. Mesmo que tenha sofrido no ano anterior, vale a pena continuar acreditando. Mire-se nas pessoas felizes e tome como prova de que é possível. Observe como você pode ser mais coerente e não desista. A vida é linda e vale a pena apostar nessa ideia. 

12. Faça por merecer. Quem não quer tudo de bom para si e para seus amores? Todos queremos. A felicidade está dentro de nós. Mas é preciso estar presente, aqui e agora, para ser capaz de senti-la. Use o passado como lição e o futuro como esperança. Mas o que há de melhor está diante de você, neste momento. Usufrua e fará por merecer.

Bom proveito.


maio 06, 2022

POBRES FUNDAMENTALISTAS - Adilson Zotovici



Adilson Zotovici é poeta e intelectual maçónico, membro da ARLS Chequer Nassif-169 de S. Bernardo do Campo


Pobres fundamentalistas

Antimaçons em verdade 

Dos seus guetos elitistas 

Tisnem a fraternidade


Dos céus creem que articulistas,  

Pseudorreligiosidade,

Do ódio são propagandistas 

Em nome do amor, crueldade 


Dizem-se pastores, artistas, 

No seio da sociedade 

Em nome de Deus, anarquistas


Contrários a pluralidade 

De obreiros de Fé, altruístas,

Da filosófica irmandade ! 

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O NASCIMENTO DA MAÇONARIA OPERATIVA



O NASCIMENTO DA MAÇONARIA OPERATIVA: DOS PEDREIROS CONSTRUTORES DE EDIFICAÇÕES*

Fonte: livro A Franco-Maçonaria Simbólica e Iniciática, de Jean Palou

Numa época em que dominava a sacralização do mundo, cada ofício, além de suas técnicas, possuía ritos próprios ao seu desempenho, o que fazia de cada artífice um artista e iniciado. O ofício fazia parte de um plano sagrado e dava pleno sentido à determinação bíblica “Ganharás o seu pão com o suor de seu rosto”.

Cada ofício tinha a sua iniciação própria, algo que permitia a cada pessoa receber uma influência espiritual, que fizesse do ofício não só um prolongamento obrigatório da mão, mas também uma projeção do ser, no sentido de uma realização espiritual. O ofício necessário à sobrevivência material era também necessário à transcendência do ser.

Mesmo nos tempos primitivos, se o ofício sacralizado já pertencia ao domínio do esoterismo, a Iniciação, embora transmitisse uma influência espiritual, não concedia a todos uma realização espiritual total. Todos eram iniciados; a maior parte permanecia como tal, muito poucos eram eleitos.

A iniciação se fazia por meio de ritos. Exprimia-se por meio de símbolos. A Iniciação, em suas formas, meios e objetivos, nas diferentes aplicações das técnicas peculiares a cada ofício, pela SABEDORIA que preside à elaboração lógica da Obra, pela FORÇA que possibilita sua realização, e pela BELEZA que proporciona o Amor, o Conhecimento, ajudava o artífice a se despojar do homem velho, para se tornar num novo homem, criador de objetivos e forjador de um novo mundo, finalmente harmonioso.

Assim, se construíram pelo mundo afora igrejas, catedrais, monumentos, mansões opulentas ou casas humildes.

A pedra escolhida, bem viva nas mãos do artífice qualificado para desbastá-la, integrada na construção pelos companheiros iniciados, sob a direção de um mestre de obra, no plano divino constituía uma e mesma coisa com a construção de cada edifício.

Vagando pelos caminhos, pelas aldeias e vilas, os Companheiros, homens livres, sábios conhecedores do material, exercitados no seu uso, formavam pequenos grupos itinerantes.

A FRANCO-MAÇONARIA TINHA NASCIDO. Por meio dela, por seus membros iniciados, os franco-maçons, a Europa Ocidental católica iria cobrir-se com catedrais, templos de um Deus único. Assim, os franco-maçons criaram os fechos de abóbadas das igrejas, “oculum” do qual descia a luz divina.

Quando os franco-maçons deixaram de construir as catedrais, continuaram a levantar monumentos civis ou religiosos. Quando suspenderam sua ação construtiva, nasceu a FRANCO-MAÇONARIA ESPECULATIVA.

maio 05, 2022

POR QUE AS JÓIAS DEVEM SER MÓVEIS? - Ir.'. Murilo Juchem

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A Fraternidade constitui a relação existente entre irmãos, sendo que, da mesma forma, a Maçonaria constitui a grande relação entre todos os maçons.

Uma vez que relações fraternais pressupõem a inexistência de barreiras discriminatórias, é necessário que exista Igualdade para que os maçons possam ser denominados Irmãos. Portanto, sendo a Fraternidade um predicado fundamental da Maçonaria, também o é a Igualdade.

Igualdade significa não diferenciação, sendo que, sob o aspecto maçônico, significa a não-diferenciação entre os Irmãos. Considera-se, pois, que os maçons podem ser considerados iguais quando entre eles inexiste qualquer diferenciação em termos de condições de tratamento e oportunidades.

Na Maçonaria, as oportunidades apresentam-se das mais variadas formas, sendo que uma delas é a de exercer papéis ritualísticos dentro da oficina, maçonicamente denominados “Cargos em Loja”. Eis aí a importância da rotatividade dos cargos em uma Loja Maçônica, de forma a oferecer oportunidades para o exercício de todas as funções ritualísticas da oficina. Isto contribui tanto para a formação do maçom, ao oportunizar a participação efetiva nas atividades da Loja, renovando-a e favorecendo o senso de igualdade e, consequentemente, a formação de uma egrégora harmônica.

Uma Loja que, na medida do possível e progressivamente, dá a todos os Irmãos do quadro a oportunidade de exercer todos os cargos é efetivamente uma Loja de iguais. Logo, uma Loja de iguais é também uma Loja de homens livres, já que liberdade e igualdade são termos intrinsecamente dependentes. É impossível ser livre sem ser igual, pois a desigualdade cria barreiras intransponíveis entre os seres humanos, gerando cadeias de dependência entre eles e, consequentemente, cerceando-lhes a liberdade.

Assim, sabiamente, criou-se o termo “Joias Móveis”, que faz referência ao aspecto rotativo dos cargos que governam uma Loja Maçônica. Se as Joias são móveis, quer dizer que ninguém pode perpetuar-se no poder, o que consoa com o fato de ser a Maçonaria uma sociedade de iguais.

Isto indica que ninguém na Maçonaria pode ser governo, mas sim estar no governo, sendo que, imediatamente após o exercício de seu mandato, deve retornar à condição comum, oferecendo aos demais Irmãos a mesma oportunidade que lhe fora oferecida. Sob este aspecto, a Maçonaria não admite reeleições, embora os regulamentos das instituições nem sempre sigam este sábio desígnio da tradição iniciática, que nos ensina que aquele que despontou no Oriente como o Sol da Sabedoria, deve retornar ao Ocidente para humildemente guardar a porta do templo.

A Potência Maçônica – seja ela uma Grande Loja ou um Grande Oriente – é, no sentido exato do termo, uma grande Loja Maçônica que congrega um conjunto maior de Irmãos. Ela existe porque é inviável na prática reunir todos os Irmãos de vários Orientes e Lojas em uma só oficina. Desta forma, eles reúnem-se em várias oficinas e estas, por sua vez, congregam-se em uma Grande Loja ou Grande Oriente.

A Grande Loja ou Grande Oriente, por sua vez, também possuem suas Joias Móveis, representadas pelos cargos de Grão-Mestre, Primeiro e Segundo Grandes Vigilantes.

Evidentemente não é possível que tais cargos sejam exercidos por todos os Irmãos da Grande Loja, tanto pelo número de Irmãos existentes, quanto pelas qualificações exigidas pelo cargo. No entanto, dado ser improvável inexistir uma quantidade razoável de Irmãos qualificados ao exercício do Grão-Mestrado e das Grandes Vigilâncias, é ainda menos admissível que haja reeleição para estes cargos.

A renovação é um fator não só importante como também fundamental para o exercício da Maçonaria. Reeleições para o exercício de cargos, independentemente de serem legalmente viáveis, não são apenas indesejáveis como também ferem os princípios de igualdade e humildade inclusos nos ensinamentos de nossa Ordem. Do contrário, corremos o risco de fazer brotar em nosso seio os despotismos contra os quais sempre lutamos.

É mister fazer da Maçonaria-instituição um reflexo mais perfeito possível da Maçonaria enquanto ordem iniciática tradicional.

NÃO BASTA DIZER QUE OS IRMÃOS ME RECONHECEM - Ir. Carlos Lima






É de conhecimento universal na Maçonaria ser praticamente impossível se tornar um maçom sem ser um leal, um sincero, um pregador e disseminador da verdade.

Evidentemente aliado aos bons costumes (…)

O maçom que não procura melhorar a si mesmo, reconhecendo que é imperfeito não entenderá e vai permanentemente ignorar o significado da ‘lapidação’.

Jamais compreenderá o porquê da transformação dos vícios em virtudes e da ignorância em sabedoria (…)

O maçom deve ser aberto na busca e na manifestação da verdade, impedindo que as trevas dominem o seu ser. 

Mesmo porque não se encontra dificuldades em defender opiniões que lhes sejam favoráveis, o que complica o comportamento Maçônico é quando a defesa deve ser contrária a si, indo de encontro ao seu Eu.

O maçom defende e luta a verdade do “Universo e da humanidade” (…)

Em certas ocasiões muitos irmãos maçons reprimem a liberdade de expressão pelo receio de gerar antipatias.

Dessa forma assumem uma autodefesa não se manifestando, na tentativa de preservar simpatias para projetos pessoais presentes ou futuros.

É o mundo profano se impondo no interior do ‘ser.’

A prática e a absorção Maçônica da liberdade de expressão não se referem apenas as opiniões convergentes, na verdade não se pode exigir que o maçom torne-se prisioneiro do que significa o politicamente correto. 

Os irmãos podem e devem pensar e se expressarem de forma contrária, livres de temores.

Afirmar que todo maçom é igual É uma temeridade e se deve considerar tal informação como inverídica.

“Nem todos que dizem Senhor, Senhor, entrarão no reino de Deus”.

Nem todo aquele que responde: “meus irmãos como tal …”  são.

 – Todo homem que faz parte de uma “Maçonaria” que não esteja inserida na egrégora da maçonaria, na espiritualidade não é considerado maçom.

Simplesmente porque não faz parte da egrégora espiritual da Maçonaria, conforme entendimento da Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI).

Como se vê, a imperfeição do homem e suas vaidades estão sempre professando a divisão.

A Maçonaria nas suas três fases: primitiva, operativa e atualmente especulativa, sempre conviveu com dissidências e perseguições.

Não é diferente nos momentos atuais.

Ela não consegue extrair, criar e apresentar explicações plausíveis para uma realidade que, quanto mais avança no tempo, mais se divide em “Obediências”, algumas com uma identificável tentativa de forçar o distanciamento uma das outras.

Ser maçom não é simplesmente se chamarem de irmãos. 

Ele não é membro de uma Associação de profanos. 

Ou seja, não é a Maçonaria que vai se adaptando ao homem; o homem é que vai se moldando com a Maçonaria.

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maio 04, 2022

LOJAS CAPITULARES - Ir. Pedro Juk



O Respeitável Irmão Elder Madruga, Deputado Federal da Loja Cavaleiros de Aço do Pantanal, 4.288, Rito de York, GOB, Oriente de Cuiabá, Estado do Mato Grosso, formula a seguinte questão: Fui iniciado no REAA em 98, mas há 10 anos estudando e praticando o Trabalho inglês. No momento, representando a Loja como Deputado Federal. Li seu belo artigo sobre Lojas Capitulares. Fiquei com algumas dúvidas e pergunto se o Irmão poderia sana-las:

1. Quando e como chegou ao Brasil o REAA? O rito majoritário na época seria o Moderno ou a Adonhiramita?

2. No seu texto você escreve "escocesismo alcançando também a Maçonaria brasileira, fato que duraria até os meados do século XIX época em que se extinguiria o sistema das Lojas Capitulares". Não seria "meados do século XX"? Pergunto em função de que li que as Lojas Capitulares no Brasil só deixariam de existir após a cisão de 27, quatro anos depois o GOB desistiu de ter seu Grão Mestre comandando o Supremo Conselho.

3. Na França, a maçonaria do século XVIII tinha a influência dos Modernos, que devido a Prichard havia feito alterações de sinais, toques, palavras... em que o ritual de 1804 levou a herança dos "Antigos"? Pergunto porque vejo no ritual do REAA GOB a Pedra Bruta no altar do 1º Vigilante e a Cúbica no do 2º. 

4. Você escreveu "É bem verdade que ainda existem Obediências no Brasil que, na contramão da história, mantém equivocadamente para o Rito em questão aventais e templos azulados herdado por influência do Craft americano". Li um artigo intitulado "A Variação dos Aventais de Mestre Maçom no REAA no Brasil" (de Joaquim da Silva Pires) que o avental com borda azul surgiu no GOB por Decreto do GM no ano de 1889. Me intriga porque nessa época a Constituição do GOB dizia que o avental era orlado de escarlate. O que teria motivado o GM a baixar esse Decreto, aparentemente inconstitucional, e que pegou?

Considerações:

1. Oficialmente o Supremo Conselho do Brasil fora criado em outubro de 1.832, dez anos após a fundação do Grande Oriente Brasílico (do Brasil), por Francisco Gê Acayaba de Montezuma, o Visconde de Jequitinhonha que possuía carta patente para tal oriunda dos Países Baixos.

2. Sim, ainda na França, no Século XIX seriam extintas as chamadas Lojas Capitulares, já que o Supremo Conselho da França (o segundo do mundo) reivindicava para si a tutela dos Graus acima do terceiro, enquanto ficavam apenas os três primeiros Graus (simbolismo), corretamente, sob a égide da Potência Simbólica – em resumo, as coisas voltavam aos seus devidos lugares, já que houve tempo antes que o Grande Oriente da França havia criado as tais Lojas Capitulares para tutelar os graus escoceses até o 18º enquanto que os demais ficavam sob a direção do Supremo Conselho da França.

Ocorre, entretanto que essa extinção não viria se dar logo de imediato na Maçonaria brasileira já que Montezuma, por decreto de junho de 1835, criaria “irregularmente” corpos maçônicos ilegítimos que muitos dissabores trariam à Maçonaria brasileira – seria o caso das Lojas Capitulares criando uma situação anômala de Loja mista simbólico-filosófica, cuja aberração somente desapareceria aqui em 1.951. Cabe mencionar que essa situação foi um dos pretextos para a grande cisão ocorrida em 1.927.

3. A herança antiga está principalmente na disposição topográfica que seria adaptada ao deísmo francês com a porta de entrada do Templo ao centro por ocasião da criação do simbolismo escocês na França no início do Século XIX por maçons oriundos das Lojas Azuis integrantes do Craft norte-americano.

Devido à doutrina investigatória da Natureza desenvolvida ao longo da evolução dos Rituais simbólicos escoceses, a mesa do Segundo Vigilante que ficava originariamente à moda francesa também no Ocidente, simétrica à mesa do Primeiro, porém na banda Sul, voltaria para a porção mediana do Ocidente, ao meio-dia seguindo a disposição dos “Antigos” em cumprimento à dialética de observar a passagem do Sol no meridiano.

Nesse interim, ao contrário dos Antigos da vertente inglesa e, por conseguinte também das Lojas Azuis norte-americanas onde a Pedra Bruta fica originalmente junto ao Segundo Vigilante, no REAA (vertente francesa) ela se posicionaria próxima à mesa do Primeiro Vigilante – posição essa que é mantida no Rito ainda hoje.

Daí na Maçonaria inglesa e norte-americana a Pedra Bruta ainda permanecer de modo tradicional próxima ao Segundo Vigilante, já no escocesismo, ao contrário, próxima ao Primeiro Vigilante.

Atenção: isso não inverte a posição dos Aprendizes e Companheiros na Loja. Independente de onde estiverem localizas as duas Joias Fixas (Bruta e Cúbica) os portadores do Primeiro Grau sempre tomam assento no Norte e os do Segundo no Sul, sejam eles da vertente inglesa ou da vertente francesa.

Aliás, esse é um fato que boa parcela de Irmãos ainda não compreendeu e até mesmo não aceita, simplesmente porque não perceberam a existência de duas vertentes principais da Maçonaria – a inglesa e a francesa, porquanto existir entre elas diferenças doutrinárias fundamentais – algumas sutis e outras bem visíveis e palpáveis. Assim, a questão da disposição das Pedras também está de acordo com o arcabouço doutrinário dessas duas principais vertentes maçônicas.

4. Ratifico o que escrevi, até porque embora exista discordância de certos articulistas, eu vejo alguns acontecimentos pontuais e que não tem nenhum peso histórico no geral dos acontecimentos. 

Realmente o que afirmaria e justificaria o “azular” de aventais escoceses no GOB foi à influência sofrida pelos fatos hauridos pela cisão e a criação das Grandes Lojas Estaduais brasileiras em 1.927 quando buscaram o reconhecimento das Grandes Lojas nos Estados Unidos da América do Norte. 

Assim esses aventais de orla azul apareceriam definitivamente no REAA em solo brasileiro afrontando à sua tradição, de tal modo que a própria Obediência dissidente influenciaria paulatinamente o Grande Oriente do Brasil nesse equívoco que apregoa, na contramão da história, um escocesismo azulado ainda hoje no Brasil. 

Às vezes alguns autores no afã de se mostrarem “grandes conhecedores” sugerem a existência de decretos extemporâneos como uma documentação comprobatória e definitiva de um fato. Penso que esses esquecem que o que aqui se discute é a razão dos eventos que levaram os aventais escoceses se tornarem oficialmente orlados de azul aqui no Brasil e não um episódio isolado como é o caso de um decreto que inclusive à época se contrapunha a Lei maior, ou a Constituição do GOB, até porque a história do azul nos aventais escoceses também merece a consideração de que a Maçonaria brasileira, antes do ingresso do escocesismo por aqui, era composta pelo Rito Moderno e Adonhiramita, cujos aventais desses Ritos também são indiscutivelmente orlados de azul. 

Sem dúvida, pontuais influências desses Ritos reforçariam também o costume de se azular os aventais escoceses ao longo da nossa história, todavia isso não traduz os mesmos como fatos primordiais e decisivos que dariam origem ao equivocado matiz azulado nos aventais de Mestre no escocesismo brasileiro. 

Ilustrando a existência “escarlate” no REAA é que transcrevo trecho editado no livro de minha autoria - Exegese Simbólica para o Aprendiz Maçom – onde mantive a grafia da época contida no “Guia dos Maçons Escossezes ou Reguladores dos Três Gráos Symbólicos do Rito Antigo e Aceito – Grande Oriente Brazileiro” impresso em 1.834 na tipografia Seignot-Plancher, Rua do Ouvidor, 96, Rio de Janeiro, página 46 – Decoração da Loja ou Templo:

“As paredes do templo, mezas, docel, etc., são forradas de encarnado4 no rito escossez e de azul no rito moderno e adonhiramita; nestes dous últimos os galões e franjas dos paramentos devem ser de prata ou de fazenda de côr branca e no primeiro de ouro”.

Ainda no mesmo Guia, página 49 - Das insígnias e joias do Rito Escocês Antigo e Aceito:

“Gráo 3.º - Fita azul orlada de escarlate5 a tiracollo da esquerda para a direita, suspensa em baixo a joia, que é um esquadro e um compasso de ouro entrelaçados; a joia pode ser cravejada de pedras. Avental branco de pelle forrado e orlado de escarlate com uma algibeira abaixo da abêta, sobre a qual estão bordadas as letras M.´.B.´.”.

Por fim, sugiro também ao Irmão a obra de José Castellani – O Supremo Conselho No Brasil – Rito Escocês Antigo e Aceito – Editora Maçônica A Trolha – Londrina, 2000. Por ela se poderá chegar a uma bibliografia primária pertinente aos fatos que envolveram a fundação do Supremo Conselho sob o ponto de vista acadêmico da história nesse particular.

4 Encarnado – cor de carne; vermelho. A cor vermelha.

5 Escarlate – de cor vermelha muito viva.

A ARVORE DA VIDA - Ir. Rogério

 

A Árvore da Vida (também reconhecida como Kabbalah ou Cabala) é derivada da Flor da Vida. 

É considerada um mapa do universo e da psique, a ordem da criação do cosmos e um caminho para a iluminação espiritual.

A Árvore da Vida é um arranjo de dez esferas interconectadas (chamadas “Sephiroth”, que significa “Esferas”), que representam o sistema organizacional central da tradição cabalística judaica ou Cosmologia da Cabala.

As dez esferas representam os dez números arquetípicos do sistema pitagórico. É ensinado que há 32 caminhos na Árvore da Vida. Os primeiros 10 são as Sephiroth (não incluindo Daath). Os 22 restantes correspondem às linhas ou canais de energia que unem as Sephiroth. Cada uma delas, por sua vez, corresponde a uma das 22 letras do alfabeto hebraico.

A Árvore da Vida não fala apenas das origens do universo físico a partir do inimaginável, mas também do lugar do homem no universo. Uma vez que o homem é investido de Mente, a consciência na Cabala é pensada como o fruto do mundo físico, através do qual a energia infinita original pode experimentar e se expressar como uma entidade finita. Depois que a energia da criação se condensou em matéria, acredita-se que ela reverte seu curso de volta à Árvore até que esteja novamente unida à sua verdadeira natureza.

Assim, o Cabalista procura conhecer a si mesmo e ao universo como uma expressão de Deus, e fazer a jornada de Retorno por etapas traçadas pelas Sephiroth, até chegar à realização que procurava. 


maio 03, 2022

OS INSTRUMENTOS DE TRABALHO DO APRENDIZ - Marcio Grazziotin Dutra



Enquanto aprendizes, recebemos a revelação do que representa o trabalho na Maçonaria; e aprendemos que, para sermos dignos e capazes de desempenharmos nossas funções como verdadeiros e legítimos Maçons, precisamos libertar e purificar nossos corações, apagar maus costumes, preconceitos, ódios, equívocos históricos e filosóficos.

Precisamos dominar nossas paixões, emoções e vaidades, aperfeiçoar nosso espírito, aprender a cultivar a fraternidade e praticar a moral. Devemos preparar-nos para a obra, desbastando a pedra bruta, que somos nós, cheios de defeitos, erros e imperfeições.

Esta é a tarefa que devemos dedicarmo-nos, para que sejamos obreiros que dominam perfeitamente a arte. Neste trabalho somos ao mesmo tempo o obreiro, o instrumento e a matéria prima.

E para isso devemos usar ferramentas especiais, que são a Régua, o Maço e o Cinzel.

A régua é um instrumento ativo, símbolo da medida de tempo e da retidão. Com ela podemos traçar as retas e os ângulos e, portanto, delinear nossos trabalhos. Simboliza a faculdade de ajuizar, o que nos permite comprovar a retidão da obra. É por meio dela que podemos verificar se nossos esforços e atitudes caminham na direção do ideal.

O maço simboliza a força em todas suas modalidades, o entusiasmo, a disposição e a vontade, que é a força primária da qual deriva-se todas as demais forças. Simboliza também a energia, a decisão, o aspecto ativo da consciência, necessário para vencer e superar os obstáculos.

Considerado como um instrumento ativo, é o símbolo do trabalho e da determinação, que direciona a energia necessária para dar forma ao trabalho. Representa a perseverança. Em seu primeiro trabalho, o aprendiz começa a desbastar a pedra bruta e, a partir daí, tem início seu eterno aprimoramento.

O cinzel é um instrumento considerado passivo, destinado a receber a aplicação da força do maço, dando-lhe a direção. É indispensável no polimento da pedra bruta; simboliza, desta forma, a educação, a inteligência, o aperfeiçoamento.

Para alguns, é o símbolo do trabalho do homem sobre si mesmo; o aspecto passivo da consciência, indispensável para descobrir as falhas da personalidade. É o propósito inteligente que deve dirigir a ação da vontade.

Para que a ação combinada desses instrumentos seja realmente maçônica, isto é, útil e benéfica, tem que ser constantemente comprovada e dirigida pela régua, que é a norma de retidão.

Essa função simboliza a sabedoria, símbolo mais apropriado do Venerável Mestre, assim como o maço, emblema da força pode atribuir-se ao 1o Vigilante e o cinzel, produto da beleza ao 2o Vigilante.

Assim como a atividade combinada dos três instrumentos é indispensável para a obra maçônica, igualmente a integral cooperação das luzes da Loja é imprescindível para que esta possa desenvolver um trabalho fecundo.

Simbolicamente, a régua é a consciência; o maço é a força de vontade e energia; o cinzel é a beleza, a moral, a razão; a pedra bruta somos nós e as arestas são os nossos defeitos.

O conhecimento está ligado a régua, pois é necessário medir nossas emoções, paixões e vaidades, dominando-as para iniciarmos a escalada.

A ação é a aplicação da força; que é feito por intermédio do maço sobre o cinzel e aí deverá ser observado o controle emocional na aplicação desses golpes, para que não haja um desastre, imperfeição ou acidente na confecção da obra. 

Como verdadeiros maçons, nunca devemos exercer o maço diretamente sobre a obra. A execução da obra cabe ao cinzel. O maço dá-lhe apenas a força suficiente. Se aplicarmos o maço diretamente na obra é certo que a danificaremos sem realizá-la. Se usarmos só o cinzel sem o maço, a obra não se realizará por falta de ação.

Isto significa que não devemos nos atirar à obra somente com nosso entusiasmo e vontade, mas também aplicar as qualidades do amor, discernimento, bondade e harmonia.

É necessário, ainda, que cada um de nós, sendo uma pedra bruta, conheça sua natureza, descubra de que material é feito, que resistência possui, se é pedra ferro, pedra mármore, granito ou outra composição.

Neste aprendizado de desbastar a pedra bruta, tornando-a polida, temos que usar além de nossa inteligência, ângulos certos e força precisa. Assim podemos dizer que “conhecemos” com a régua, “sentimos” com o cinzel e “agimos” com o maço.

E é através do sentimento, do conhecimento e da ação que devemos nos aprimorar para estarmos em harmonia com nossos semelhantes, para progredirmos na senda do bem e, sobretudo, para evoluirmos. Pois somos degraus na cadeia da divindade; e cada degrau sustenta um e é sustentado por outro.

O ser evolucionado, além de limpar e polir seu degrau, tem também o dever de contribuir para a limpeza dos outros, para que nada de feio se veja na cadeia, assim estaremos evoluindo e colaborando para a evolução do todo. Sempre tendo em mente que "O Todo é muito maior que a simples soma das partes ".

LIVRO "FALANDO E CONVENCENDO" - Um manual de oratória e persuasão




Esse livro de minha autoria sobre oratória e persuasão foi adotado como material didático em uma faculdade do DF.

Resume um excelente curso que fiz na USP e minhas mais de três décadas de experiência como um reconhecido palestrante.

Pode ser adquirido em Ebook pelo valor simbólico de 15,00 e a renda líquida é destinada a filantropia.

Para quem precisa fazer da fala e da voz ferramentas de trabalho, especialmente nestes tempos de tantas "lives", é um auxílio fundamental. Faça o pedido no link abaixo.
Ebooks do Ir:. Michael Winetzki:


maio 02, 2022

COMO OS MAPAS MUDARAM O MUNDO. - Fabio Monteiro







Como os mapas dos gregos, romanos e babilônios mudaram o mundo?

Pioneiros, como Marco Polo e John Mandeville, e viajantes mais recentes, como Cristóvão Colombo, já traçavam seus passos para registrá-los
Século após século a humanidade tenta compreender o mundo: quantos continentes existem? A Terra é plana ou curvilínea? Existe algo além do horizonte? Conforme suas descobertas, as sociedades ao redor do mundo passaram a registrá-las, o que resultou em milhares de mapas diferentes.
Os exploradores foram algumas das figuras mais importantes para a cartografia. Pioneiros, como Marco Polo e John Mandeville, e viajantes mais recentes, como Cristóvão Colombo e Walter Raleigh, já traçavam seus passos para registrá-los. Mas a ideia também era especular sobre como seria o resto do globo. Entenda como alguns povos da antiguidade viam o mundo:
No Ocidente é possível encontrar registros de Anaximandro (século 6 A.C.), que, segundo Aristóteles, foi o primeiro filósofo grego. O mapa não chegou até os dias de hoje, mas graças a Heródoto e seus escritos é possível saber que o grego desenhou um mapa circular e plano, como se fosse um tambor. O mapa de Anaximandro continha apenas a Europa, a Ásia e a parte conhecida do Norte da África.
Mapa do tipo "T e O" (Foto acima)
Já no século 2 a.C. surgiu Erastóstenes de Cirene, considerado o Pai da Geografia, o primeiro a calcular a circunferência da Terra. O mapa do estudioso apresenta uma grande porção de massa terrestre semelhante a uma garra de lagosta.
Ainda na época de Anaximandro, os babilônios criaram um mapa de argila plano e circular, um objeto que pode ter influenciado os europeus na Era dos Descobrimentos. Esse mapa manteve o padrão “T e O”, que representa inscrição orbis terrarium. Nele o “T” é o Mediterrâneo e o “O” é o oceano, Jerusalém está no centro e a Europa, Ásia e África estão ao seu redor. Esse formato marcou fortemente as primeiras concepções medievais do mundo.
Os escritos do filósofo grego Ptlomeu (século 2 d.C.) só ficaram conhecidos no Ocidente 100 anos após sua tradução para o latim, em 1407. Enquanto isso, o pensador já influenciara tanto o Oriente que seus impactos já começavam a diminuir. (Um exemplo é o mapa abaixo de Ibne Haucal, estudioso muçulmano do século 10 d.C.)
Depois disso, os mapas foram se tornando cada vez mais semelhantes aos atuais, como podemos observar em alguns documentos dos séculos 11 e 12 da Grã-Bretanha, Turquia e Sicília e do século 16, da Coréia.
Na maior parte da história, os mapas criados foram total ou parcialmente especulados ou imaginados: “Todas as culturas sempre acreditaram que o mapa que tem como certo é real, verdadeiro, objetivo e transparente”, contou o professor Jerry Brotton da Universidade Queen Mary de Londres para o site The Atlantic.

Fonte: Facebook - História Ilustrada