maio 17, 2022

O PAVIMENTO DE MOSAICO - José Castellani



O pavimento quadriculado é originário da Suméria, na Mesopotâmia ("terra entre rios"), região da Ásia, situada entre os rios Tigre e Eufrates, a qual abrigou, ao lado do vale do Nilo, as mais antigas civilizações organizadas e estratificadas da Terra. 

Estabelecidos na região de Sumer, ao sul da Mesopotâmia, a partir do V milênio a.C., os sumerianos influíram, decisivamente, na formação mística, metafísica e cultural dos demais povos asiáticos e mediterrâneos. Hoje, não restam mais dúvidas de que eles inventaram a escrita (cuneiforme); o sumeriano era a língua hierática (sagrada), usada nos textos religiosos de praticamente todos os povos antigos, enquanto o acadiano (de Acad, região ao norte de Sumer) era a língua diplomática, usada, inclusive, pelos egípcios.

Além da justiça, é certo que os sumerianos criaram quase tudo: administração e justiça fundadas em Códigos, que serviam de padrão; formas políticas de governo, que vão desde as cidades-estado até ao império; instrumentos de troca e de produção; formas de pensamento religioso, que dominaram o mundo antigo; a astronomia e a astrologia, técnicas de construção, que foram copiadas por outros povos (os especialistas Woolley e Parror reconstituíram,  além dos templos religiosos, as casas sumerianas de dois andares, protótipos das futuras casas gregas e romanas); e assim por diante.

A religião, contudo, foi o centro e o motor de toda a vida mesopotâmica, tornando-se a base de toda a religiosidade cósmica do mundo antigo e da mitologia greco-romana. Entre os símbolos religiosos sumerianos, encontrava-se o pavimento quadriculado, composto de quadrados brancos e negros intercalados, simbolizando os opostos, principalmente o dia e a noite, já que o culto era solar. 

O pavimento quadriculado era terreno sagrado, antecâmara dos santuários, só percorrido pelo sacerdote hierarquicamente mais graduado, nos dias mais importantes do calendário religioso.

Nem todos os demais povos, todavia, adotaram esse símbolo (os hebreus, por exemplo, não o usaram e ele não existia no templo de Jerusalém), enquanto muitos o adotaram apenas como elemento decorativo (caso dos antigos gregos e cretenses), sem qualquer conotação religiosa e sem caráter sagrado.

Em Maçonaria, nos ritos que o adotam, o pavimento não tem sentido sagrado, não sendo proibido pisá-lo (como absurdamente, ainda fazem algumas Lojas), pois ele recobre todo o solo do templo; nesse caso, a orla dentada é colocada junto ao rodapé, como guarnição do pavimento. 

Ele não tem, também, a importância que certos autores místicos lhe querem dar, pois antigos rituais NEM SEQUER O CITAM, demonstrando a sua finalidade de elemento decorativo, não essencial à simbologia maçônica. Quando, todavia, existir na decoração maçônica, deverá ocupar todo o solo do templo, incluído o átrio, pois este faz parte do templo.

Ele é, geralmente, chamado de mosaico, graças à lenda, segundo a qual Moisés teria assentado, no chão do Tabernáculo (em hebraico: suká = tenda, ou mishkán = santuário), pequenas pedras coloridas. 

O termo nada tem a ver com o pavimento, ou mural, feito de pedras, que formam desenhos, e nem com a palavra "musaeum" (museu), como querem alguns autores. 

Na realidade, o vocábulo mosaico, quando usado como adjetivo (como é o caso, em pavimento mosaico), É ALUSIVO A MOISÉS e, por extensão, ao hebraísmo; quando usado como substantivo, significa "pavimento feito de pequenas peças, que, pela disposição de suas cores, dão a aparência de desenhos.

Na Maçonaria inglesa e toda aquela sob sua influência, diz-se pavimento quadriculado (“checkered flooring"), sem qualquer alusão a mosaico, ou a Moisés. Isso, inclusive, seria o mais correto, evitando especulações cansativas e irrelevantes.

AZUL, AZUIS A FASE AZUL - Oduwaldo Alvaro



Estou entrando na minha última fase AZUL, 75 anos Jubileu de Diamantes, 50 anos de FEA USP (azul e branco), 50 anos de Esperia ( azul e branco), 30 anos de Maçonaria (azul e branco), sou só gratidão. Fiz 75 em 17 de maio e entrei no último quarto da minha fase azul

Poema 5 – “Azul, Azuis a Fase Azul” – Canto a Arte (Senhora de todos os conhecimentos e planos mental, intelectual e material.) outubro de 83. A poesia é um dos trabalhos mais dignificantes do homem e, além disso, permite a harmonização com o eterno.


Sinta o branco em seu peito,

A paz, o amor, um faixo de luz.

Em contraste ame o preto, 

O além, que à espiritualidade conduz.


Veja agora o amarelo,

O ouro, a gema, tudo é glória,

Próximo está do vermelho,

O fogo, o poder, e a força na história.


De outros matizes, alias,

Poderia o poeta lembrar,

O rosa, o marrom, até o lilás, 

E o verde imenso do mar.


Mas, seu sonho hoje é o azul,

Em todas as variações,

Que neste hemisfério sul,

A natureza traz nas estações.


Sonha com o mar azul e seu brilho,

Voa a delira com o azul do céu.

Vê o azul dos olhos de seu filho,

E até o azul diáfano do véu.



Vislumbra aquele azul clarinho,

Das casinhas simples do interior ( Aparecida)

E, falar do azul com carinho,

É como falar do amor.


Quem neste imenso Brasil,

Com o azulão não se encantou ?

Voando em um céu de anil,

E, juntinho com ele, sonhou.


E o azul, como fase de vida,

Que até o grande Picasso,

Trilhou, como ave ferida,

Paloma, com a firmeza do traço.


Ah ! esse azul surpreendente,

Azul, muito mais que uma cor.

Aqui chega a ser cor de gente,

Com coração transbordando de amor.


E os simples buscam o azul,

Vestem azul, de azul são vestidos.

Voam alto, sonham em azul,

De pureza são revestidos.


Até na bandeira ele está,

Ocupando o espaço central.

E, um dia talvez estará,

Dominando o espaço vital.


E azuis serão nossos dias,

Com o homem ao encontro da Paz,

E, tudo aquilo que querias,

Liberdade, Igualdade Fraternidade então terás.


ODUWALDO ALVARO

Aprendiz e servidor,

Arteiro e rimador,

Outubro de 1983.

maio 16, 2022

MAÇONS E MAÇONARIA - Ir.'. Armando Riguetto (1994)





A Maçonaria, sempre decidida, enérgica e poderosa, age sigilosamente e com precauções, evitando manifestações e ações violentas. 

Daí, aqueles Maçons recém-iniciados, e mesmo os antigos menos conhecedores da Filosofia, dos feitos e da missão da Maçonaria, exaltarern-se e julgarem impropriamente estar a Maçonaria, através dos representantes maiores, alheia aos problemas e dificuldades do homem. 

Este juízo quase sempre ocorreu, mas já não tem razão de ser, pela interiorização da Maçonaria e pela facilidade com que um Irmão, de qualquer grau, pode falar com as autoridades e esclarecer-se. 

Numa de nossas visitas às Lojas, numa destas, de repente, numa das Colunas, em hora apropriada, um Irmão, bom Irmão, preocupado com a imagem da Maçonaria, lançou-nos a indagação: Eminente Irmão, por que oito entre dez maçons estão insatisfeitos (decepcionados) com a Maçonaria? 

Para muitos foi uma pergunta irreverente. 

Sem dúvida o foi, mas bem intencionada, refletindo suas reais dúvidas, que são de inúmeros outros que se calam, desejando, no íntimo, respostas que esclareçam, alertem e despertem. 

A nossa resposta foi dada calmamente, através de outra pergunta: Meu caro, será que a Maçonaria está satisfeita com dois entre dez maçons? 

Ela estará satisfeita com ele, com aquele outro, com você, comigo? 

A Maçonaria, em todos os tempos, tem se dedicado a iluminar a humanidade, disseminando, por toda a parte, os postulados da Luz e da Verdade. 

Mas os homens de hoje têm seus ouvidos e olhos fechados ao espiritual. Os maçons, em grande número, não têm saído do estado de Aprendiz. Neles ainda prevalece a matéria sobre o espírito.

Nós vivemos no presente, caminhando e construindo para o futuro, mas nada irá empanar as verdades eternas que nos vieram do passado. 

Aqueles que se contentam com o hoje, os imediatistas, aqueles para os quais basta urna Maçonaria contemplativa, "de rótulo" ou "de fachada", sem nenhum testemunho prático, sem nenhum estudo, realização ou participação, levariam, se fossem sós, a Maçonaria de nossos tempos a simples sinais, batidas de malhetes, "festinhas e exibição de adereços (anéis, chaveiros, distintivos,
etc) e crachás. 

Ficaria o futuro desligado do passado por intenso hiato. Os vindouros iriam classificar-nos de displicentes e até mesmo de incompetentes. 

A Maçonaria de hoje deve ser a mesma Maçonaria de ontem, usando habilmente as conquistas do progresso e da tecnologia, conservando imutáveis, como o são, os Landmarks, atingindo suas metas. 

Infelizmente, ela vê sua missão dificultada pelo alto grau de "metalização" de seus componentes. 

Os homens mudaram! Os maçons também. São homens diferentes. A sua escolha se faz num "universo" bem adulterado. São poucos os que trazem riso no rosto e preces nos lábios. O fio de barba já foi documento. Dez avais, hoje, ainda geram insegurança. 

É preciso escolher bem o futuro Maçom. 

A exigência da prática do sigilo, o cumprimento da Lei Iniciática do Silêncio, o ser estudioso, o cultivo do Esoterismo, o exercício da disciplina, o respeito à Lei e à Hierarquia, são as medidas capazes de fazer a Maçonaria contentar-se com oito entre 10 maçons. 

Mesmo que, como querem alguns, a Maçonaria deixe de ter ação política, pelo menos terá que preparar os homens públicos para nela se conduzirem com acerto, no bem coletivo, reparando as arestas do Edifício Social, tornando-o Justo. 

Avante Maçons! Construamos um mundo novo, real e de belezas. Construamos uma Sociedade Justa e Equitativa. 

As boas ações dispensam propaganda. Comecemos pela nossa reforma. Preparemos homens para a Maçonaria e não Maçonaria para os homens.

A ALEGORIA DA CAVERNA - Reinaldo de Freitas Lopes



Compartilharei agora com os meus  queridos e amados irmãos , uma metáfora escrita e descrita por Platão em seu Sétimo livro de : A República .

Nesta alegoria Platão  pretende exemplificar como o ser humano pode se libertar da condição de escuridão, que o aprisiona , por meio da luz da verdade , em que o filósofo discute sobre teoria do conhecimento, linguagem , educação e sobre um estado hipotético.

A alegoria é apresentada após a analogia do sol (508b a 509c ) , 

Seguindo uma linha historiográfica , o filósofo inicia : Pessoas acorrentadas, sem se poderem mover, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna , sem poder ver uns aos outros ou a si próprios. 

Atrás dos prisioneiros há uma fogueira, separada deles por uma parede baixa, por detrás da qual passam pessoas carregando objetos que representam *homens e outras coisas viventes*. 

As pessoas caminham por detrás da parede de modo que os seus corpos não projetam sombras , mas sim os objetos que carregam. Os prisioneiros não podem ver o que se passa atrás deles e vêem apenas as sombras que são projetadas na parede em frente a eles. Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora, de modo que os prisioneiros , associando-os, com certa razão , às sombras, pensam ser eles as falas das mesmas. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade .

Imagine que um dos prisioneiros seja libertado e forçado a olhar o fogo e os objetos que faziam as sombras (uma nova realidade , um conhecimento novo). A luz iria ferir os seus olhos e ele não poderia ver bem. 

Se lhe disserem que o presente era real e que as imagens que anteriormente via não o eram, ele não acreditaria. Na sua confusão, o prisioneiro tentaria voltar para a caverna, para aquilo a que estava acostumado e podia ver.

Caso ele decida voltar à caverna para revelar aos seus antigos companheiros a situação extremamente enganosa em que se encontram , os seus olhos , agora acostumados à luz, ficariam cegos devido à escuridão, assim como tinham ficado cegos com a luz. Os outros prisioneiros, ao ver isto, concluiriam que sair da caverna tinha causado graves danos ao companheiro e, por isso, não deveriam sair dali nunca. Se o pudessem fazer , matariam quem tentasse tirá-los da caverna.

Platão não buscava as verdadeiras essências na simples Phýsis , como buscavam Demócrito e seus seguidores. Sob a influência de Sócrates, ele buscava a essência das coisas para além do mundo sensível. E o personagem da caverna, que por acaso se liberte, corre como Sócrates, o risco de ser morto por expressar seu pensamento e querer mostrar um mundo totalmente diferente. Transpondo para a nossa realidade , é como se você acreditasse , desde que nasceu , que o mundo é de determinado modo e , então. vem alguém e diz que quase tudo aquilo é falso, é parcial, e tenta lhe mostrar novos conceitos, totalmente diferentes. 

Foi justamente por razões como essa que Sócrates foi morto pelos cidadãos de Atenas , inspirando Platão à escrita da Alegoria da Caverna pela qual Platão nos convida a imaginar que as coisas se passassem, na existência humana, comparavelmente à situação da caverna : 

Ilusoriamente, com os homens acorrentados a falsas crenças, preconceitos , ideias enganosas e , por isso tudo, inertes em suas poucas possibilidades.

Em *A República* no livro 7 , folhas 517c , Platão escreve :"Quando vista , esta alegoria deve nos levar à conclusão de que esta é de fato a causa de todas as coisas, de tudo que tem de correto (orthós) e belo (kálos), dando à luz no mundo visível para a luz, e mestra da luz , a si mesma no mundo inteligível. A caverna é uma metáfora da condição humana perante o mundo, no que diz respeito à importância do conhecimento filosófico e à educação como forma de superação da ignorância , isto é , a passagem gradativa do senso comum enquanto visão de mundo e explicação da realidade para o conhecimento filosófico , que é racional , sistemático e organizado , que busca as respostas não no acaso, mas na causalidade.

Segundo a metáfora de Platão, o processo para a obtenção da consciência , isto é , o conhecimento abrange dois domínios: 

O domínio das coisas sensíveis (eikasia e pístis) e... 

O domínio das ideias (diánoia e nóesis). 

Para o filósofo , a realidade está no mundo das idéias , um mundo real e verdadeiro  e a maioria da humanidade vive na condição da ignorância , no mundo das coisas sensíveis , este mundo , no grau da apreensão de imagens (eikasia) , as quais são mutáveis , não são perfeitas como as coisas no mundo das ideias e , por isso, não são objetos suficientemente bons para gerar conhecimento perfeitos. 

Inclusive , em 2016 , Neurocientistas chegaram a mesma conclusão de Platão relativo a percepção humana.

Quem aprende convosco é : REINALDO DE FREITAS LOPES M.M 


maio 15, 2022

A ESTRELA FLAMEJANTE OU RUTILANTE - José Castellani



A Estrela Flamejante poderá ser de cinco pontas, pentagonal, ou de seis pontas, hexagonal.

A estrela-símbolo tem sua origem entre os sumerianos --- na antiga Mesopotâmia --- onde três estrelas, disposta em triângulo, representavam a trindade divina : Shamash, Sin e Ichtar (Sol, Lua e Vênus). Entre os antigos hebreus, toda estrela pressupõe um anjo guardião ; e, segundo a concepção chinesa, cada ser humano possui uma estrela no céu.

A estrela Polar, em torno da qual gira o firmamento, sempre foi considerada como o primeiro motor, símbolo da proeminência; na China era o pilar solar, o entro do mundo.

A Estrela de Cinco Pontas, o tríplice triângulo cruzado é, originariamente, um símbolo da magia, o qual sempre aparece, em seus diversos ritos. Comum a todas as civilizações tradicionais, o desenho de uma estrela de cinco pontas --- estrela dos magos --- ou pentagrama, é a matriz do homem cósmico, o esquema simbólico do homem nas medidas do universo, braços e pernas esticados, do microcosmo humano. É a estrela flamejante dos herméticos, cujas cinco pontas correspondem a cabeça e aos quatro membros do Homem. E, como os membros executam o que a cabeça comanda, a estrela pentagonal é também o símbolo da vontade soberana à qual nada poderia resistir, de poder inquebrantável, desinteressado e judicioso.

Este é um conceito que procura refletir, em termos de estado de consciência, um equilíbrio ativo e a capacidade de compreensão, que deve possuir cada ser humano, para transformar a si mesmo num centro irradiante de vida, como uma estrela no firmamento. Esse cânone foi aplicado nas mais importantes obras de artes plásticas e de arquitetura, durante a Antiguidade clássica, principalmente na Grécia pitagórica --- o pentagrama corresponde ao Número de Ouro dos pitagóricos --- e no Renascimento, com Leonardo da Vinci, para o qual o pentagrama correspondia à divina proporção e o qual definia o cânone ideal do Homem, "cujo umbigo divide o corpo na mesma proporção, comanda a espiral logarítmica do crescimento, segundo a qual se desenvolvem os seres vivos, sem modificação de sua formas".

De acordo com a colocação de suas pontas, na magia, ela significa uma operação de magia branca, ou teurgia --- com uma ponta isolada, voltada para cima e duas para baixo --- ou de magia negra, goécia, nigromancia, ou feitiçaria --- com inversão, em relação à posição anterior. No primeiro caso, ela atrai as influências celestiais, que, por seu poder mágico, virão em apoio ao mago. No segundo caso, atrai as influências astrais maléficas.

Nesse caso, obrigatoriamente, a estrela deve ser composta por todos os metais e, em sua consagração, deve-se soprar cinco vezes, uma em cada ponta, aspergindo água lustral outras cinco vezes. Seca-se na fumaça dos cinco perfumes ---incenso, mirra, aloés, enxofre e flor de cânfora --- soprando mais cinco vezes, pronunciando, a cada vez, um dos nomes dos cinco gênios : Gabriel, Rafael, Anael, Samael e Orifiel (2). A seguir, a estrela é colocada no chão, virando-se as pontas, sucessivamente, para o norte, o sul, o leste e o oeste, pronunciando, ao mesmo tempo, em voz alta, as letras iôd, hé, va e hé --- do nome hebraico de Deus --- e, em voz baixa, as letras aleph e tav (ou tau), primeira e última do alfabeto hebraico (similares a alfa e ômega). Depois disso, a estrela deve ser colocada sobre o altar das invocações, sendo rezadas as preces dos silfos, das ondinas, salamandras e gnomos (3).

No caso da magia, a missão principal do uso do pentagrama é testemunhar a obra que se está fazendo : sendo uma obra de luz, a ponta única da estrela estará voltada para cima ; se for uma ação das trevas, a posição estará invertida.

Para os ocultistas, todos os mistérios da magia e da alquimia oculta, todos os símbolos da gnose e todas as chaves cabalísticas da profecia resumem-se no pentagrama, que Paracelso --- cujo verdadeiro nome era Aurelius Teophrastus Bombastus von Hohenhein --- alquimista do século XVI, proclamava como o maior e o mais poderoso de todos os signos.

O nome de Estrela Flamejante, foi dado, à Estrela de Cinco Pontas, pelo teólogo, médico e alquimista alemão, Enrique Cornélio Agrippa de Neteshein, nascido em Colônia, no final do século XV e que também se dedicava à magia, à alquimia e à cabala.

Em maçonaria, a Estrela Flamejante só foi introduzida na metade do século XVIII, na França --- consta que a iniciativa foi do barão de Tshoudy --- sendo um símbolo totalmente desconhecido das organizações medievais de ofício e dos primeiros maçons aceitos. Esclareça-se que, no Craft inglês, a Estrela Flamejante (Blazing Star) é a de seis pontas.

No âmbito maçônico ela tem sido mais associada às escolas pitagóricas (4). Mas convém lembrar que Pitágoras também era dedicado à magia, não sendo estranha, portanto, a adoção da estrela pentagonal como símbolo distintivo de sua comunidade. Com a sua ponta única voltada para cima, nela se inscreve a figura de um homem --- daí ser chamada de estrela hominal --- como símbolo das qualidades espirituais humanas; em posição invertida, com a ponta isolada voltada para baixo, nela se inscreve a figura de um homem, com a cabeça para baixo, ou a de uma cabeça de bode, representando, em ambos os casos, os atributos da materialidade e da animalidade. Encontrada entre o esquadro, que serve para medir a terra, e o compasso, que serve para medir o céu, a estrela simboliza o homem regenerado, o Companheiro, em sua integridade.

Em Loja, a Estrela Flamejante fica colocada ao Sul, pendente do teto, ou nele pintada --- também pode ser colocada na parede Sul --- ocupando posição intermediária entre o Sol, no Oriente, e a Lua, no Ocidente, como representação do planeta Vênus. Há, também, uma explicação mística, para essa posição: o 2º Vigilante da Loja, que fica na Coluna do Sul --- a da Beleza ---- ou do Meio-Dia (5), é, na correspondência das Dignidades e Oficiais da Loja com os deuses do panteão greco-romano, assimilado a Afrodite (Vênus romana), deusa da beleza, do amor e do casamento. Para o Rito Moderno, a Estrela é a estrela Polar, guia dos navegantes, simbolizada como guia dos Companheiros Maçons.

A associação --- escola, ou escolas pitagóricas --- sobreviveu a ele, mas, na metade do século V a.C., novas perseguições obrigaram os pitagóricos a se dispersar por várias regiões da Grécia. Porém, tudo, em relação a Pitágoras, é incerto, até mesmo as suas crenças, pois ele não escreveu nenhum livro e os seus seguidores guardavam, zelosamente, os seus segredos. Diversas lendas, em torno de Pitágoras e do pitagorismo, cresceram, rapidamente, ao passo que os pitagóricos posteriores a ele, assim como os membros de outras sociedades, atribuíam-lhe as suas próprias teorias, para dar-lhes um cunho de autoridade. Em sua época, Pitágoras não era muito acatado, chegando, o seu contemporâneo, Xenófanes, poeta e filósofo, nascido na Jônia, a zombar dele, devido à sua crença na transmigração das almas.

A Estrela de Seis Pontas, ou Hexagonal, ou Hexagrama, é a Estrela Flamejante (Blazing Star) do rito inglês, estando presente no Painel Alegórico do grau de Companheiro Maçom, embora algumas instruções do rito façam diferença entre a estrela flamejante (pentagonal) e o hexagrama .

Composto por dois triângulos equiláteros superpostos, um de ápice superior e um de ápice inferior, o hexagrama é um símbolo universal. Para os hindus, ele representava a energia primordial, fonte de toda a criação, exprimindo a penetração do yoni pelo lingam, ou união dos princípios feminino e masculino. Yoni é uma palavra sânscrita, que designa o símbolo do órgão sexual feminino, no hinduísmo ; é representado, geralmente, por um triângulo invertido, com uma pequena depressão na superfície, a qual permite a inserção do lingam. Yoni simboliza, também, o princípio feminino, ou o aspecto passivo da natureza. Lingam também é um termo sânscrito e não é apenas o sinônimo do falo, mas, sim, a representação da integração entre os dois sexos, simbolizando o poder generativo do universo.

Os sessenta e quatro hexagramas chineses, ou Koua, derivados dos oito trigramas, são figuras geométricas compostas pela combinação dos traços de Yang e Ying, que compõem o I-Ching, ou Livro das Mutações, cujo ponto de partida é o segundo mês do solstício de inverno, onde o Yang sucede ao Ying:o hexagrama Fou.

Todavia, desde a mais remota Antiguidade, a estrela hexagonal era o símbolo do matrimônio perfeito, porque as duas naturezas --- os dois triângulos --- a masculina e a feminina, interpenetram-se e se harmonizam, para formar uma figura inteiramente nova (a estrela). Todavia, apesar da perfeita interação, ambos os princípios originais conservam a sua individualidade. Como no matrimônio, ou conúbio : um macho e uma fêmea, que se juntam, para criar uma nova figura (uma nova vida), sem que cada um deles perca a sua individualidade. 

Algumas instruções do rito inglês, altamente místicas, afirmam : Cinco nasceu de quatro; Seis é formado pelo ambiente sintético, emanado de Cinco. A atmosfera psíquica, que envolve nossa personalidade, compõe-se, sob o ponto de vista hermético, da água vaporizada pelo fogo, ou de água ígnea, ou seja, do fluido vital , carregado de energias ativas. Essa união do Fogo e da Água é representada, graficamente, pela figura muito conhecida do Signo de Salomão. Dos dois triângulos entrelaçados, um é masculino-ativo e o outro é feminino-passivo. O primeiro simboliza a energia individual, o ardor que emana da própria personalidade ; o segundo, representado por um triângulo invertido, em forma de taça, destina-se a receber o orvalho depositado pela umidade, através do espaço. A Estrela Flamejante corresponde ao microcosmo humano, ou seja, ao homem, considerado como um mundo em miniatura, enquanto os dois triângulos entrelaçados designam a estrela do macrocosmo, ou seja, do mundo, em toda a sua infinita extensão.

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2. Esses são todos nomes de anjos da mais alta hierarquia.

3. Silfo, do latim : sylfi, orum, é o ser macho sobrenatural, o qual, segundo crenças celtas e germânicas, ocupava, no mundo invisível, posto intermediário entre o gnomo e a fada. Gnomo (neologismo criado pelo alquimista Paracelso) é a designação dada aos seres sobrenaturais, os quais, segundo os cabalistas, habitavam o interior da terra, guardando os seus tesouros e riquezas naturais. Ondina (do francês : ondine), na mitologia germânica e nórdica, é o gênio do amor, o qual vive nas águas. Salamandra (do grego: salamándra, pelo latim: salamandra), símbolo mitológico do fogo, é um animal fantástico, constituído de energia ígnea, com a aparência aproximada de um lagarto, o qual vive em meio às chamas; na alquimia, é um signo gráfico, representativo do elemento fogo. Na natureza, salamandra é o nome genérico de anfíbios urodelos da família dos da família dos Salamandrídeos.

4. Pitágoras (Pythagoras, ou Puthagoras), nasceu em Samos e por volta de 513 a.C. , fixou-se em Crotona, no sul da Itália, certamente para escapara da tirania de Polícrates, governante de Samos. Em Crotona, ele fundou uma sociedade religiosa, a qual conseguiu grande influência política ; todavia, uma rebelião ocorrida na região o forçou a se mudar para Metaponto, onde faleceu.

5. Meio-dia, substantivo masculino, designa a hora, ou o momento em que o Sol está no zênite --- a pino --- e que divide o dia em duas partes iguais. Designa, também, o Sul, os países meridionais e a região sul de um país. Assim, tanto é correta a referência, à Coluna, como do Sul quanto a referência como Coluna do Meio-dia.

A MAÇONARIA E O CONTEXTO NACIONAL - Marco A. Mello Raposo



"Num passado bastante remoto, nossa instituição apresentava-se como contraponto às tiranias, aos entraves à roda evolutiva econômica e social e aos desmandos da Igreja Católica em sua busca por um poder cada vez maior sobre os povos e sobre os Estados; enfim tratava-se de uma instituição que incomodava aos déspotas poderosos de então. Por isso ela era sempre mantida na linha de fogo da polêmica e da controvérsia.

Nunca a maçonaria foi tão atacada e vilipendiada pela Igreja e perseguida pelos Estados como naquela época.

Mas, apesar disso, ela fazia a roda da vida da humanidade girar. As renomadas personalidades que compunham a instituição naqueles tempos lhe trazia prestígio e respeito, não só por serem nomes que detinham poder, mas principalmente por se tratar de homens de coragem, com a firme determinação de combater tudo aquilo que representasse ameaça à paz, à soberania e a justiça social.

Lamentavelmente, tudo isso transformou-se em relíquias de um passado remoto.

Entretanto, meus Irmãos, parece que o processo cíclico que faz girar a roda da vida está nos impelindo em direção do renascimento daquela gloriosa fase de nosso passado. Nada ocorre ao acaso. Tudo na vida tem seu momento próprio de nascer, morrer, renascer, num contínuo ciclo evolutivo.

É chegada a hora de mais um renascimento! Portanto, meus Irmãos, não desprezemos a disposição de mais de 100.000 Irmãos espalhados pelo País em querer a inserção de nossas instituições numa luta clara e frontal pela busca de um futuro mais digno para nossa Nação, tendo nossos atuais dirigentes à frente desse processo, comandando-nos e orientando-nos conforme as luzes de suas sabedorias.

Preparamos, para o atingimento desse objetivo, uma estratégia inicial que esperamos venha a ser gradativamente enriquecida pelos Irmãos que forem aderindo ao propósito estabelecido, e vislumbrem novas ações que possam aprimorá-la.

Temos o dever moral de honrar as nossas mais nobres tradições e dar início a um processo que contribua, de forma incisiva, para a correção dos rumos atuais em defesa de nossa Pátria, de nossos lares, de nossas famílias e, pela busca do Bem Comum.

No Ritual do Aprendiz Maçom, durante a abertura dos trabalhos, quando o Venerável Mestre pergunta: ‘para que nos reunimos aqui Irmão 1º Vigilante?’, ele então responde: ‘para combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros, e glorificar o Direito, a Justiça e a Verdade; para promover o bem estar da Pátria e da Humanidade, levantando Templos à Virtude e cavando masmorras ao vício.’

Meus estimados Irmãos, vamos então dar cumprimento ao determinado em nosso Ritual! Vamos romper com essa inércia! Vamos dar um basta nessa sujeira que emporcalha a Nação!

Vamos mostrar a nossos filhos e netos que um dia esse País poderá vir a ter governantes dignos, honestos, capazes e comprometidos com ideais mais elevados! Mostremos a esse País que além de Maçons somos brasileiros, e que em nossas veias corre sangue!

Prostrar-se, indignado sem nada fazer, é estar conivente com a disseminação dos vermes que contaminam as entranhas dos poderes constituídos!

Lá está nossa Bandeira! Nosso símbolo maior! Símbolo de luta e de esperança. Não a desapontemos! Não adianta só criticar tudo o que vem ocorrendo de errado com nosso País. É chegada a hora de perguntarmos para nós mesmos: o que podemos e devemos fazer por ele?

Para atingirmos tal propósito necessitamos disciplina, perseverança e tenacidade. Não podemos continuar inertes, deixando que escorra por nossas mãos a grande oportunidade de resgatarmos os mais nobres legados da maçonaria universal. Já deixamos passar preciosas oportunidades de levar adiante um trabalho sério que só engrandeceria a Instituição a qual pertencemos; que só nos dignificaria e nos enobreceria; que só nos abençoaria com o orgulho de sermos simplesmente Maçons.

Transformemos esta noite de 6 de outubro de 2009, num marco que simbolize o início de nossa caminhada rumo ao resgate de nossos consagrados valores e de nossa verdadeira identidade. Que o GADU nos abençoe nos combates do porvir.

Que sejamos um só corpo, um só espírito, um só coração na luta por uma Maçonaria mais presente, mais ativa e mais afeta aos destinos de nossa Nação. Que a história da Maçonaria brasileira venha, no futuro, orgulhar-se de todos nós.

O que procurei trazer na noite de hoje foi uma opinião livre de vícios e preconceitos e suficientemente honesta e sincera, para me expor a atrair sobre mim toda a sorte de interpretações e sentimentos. Entretanto, meus Irmãos, estejam certos de que desejo apenas o bem estar de nossa Pátria.

Herdamos denso legado de Irmãos que nos antecederam numa jornada rica em Instituição. Por elas sonharei, enquanto me for permitido sonhar; por elas lutarei, enquanto me for permitido lutar e por elas tombarei, se preciso for tombar.

Nunca nos esqueçamos, meus Irmãos, de que ninguém é tão pobre que nada tenha a dar, nem tão aquinhoado pela vida que nada tenha a receber, nem tão bruto que nada possa ensinar ou tão sábio que nada reste aprender. 

Dobremo-nos, humildes e esperançosamente, ante o golpe do Maço do Criador e sujeitemo-nos à orientação de Seu Cinzel, para que mereçamos compor a Grande Obra da Criação. E, se um dia encontrarmos as trevas da decepção em nossa jornada maçônica, não nos quedemos como tantos insensatamente o fazem, amaldiçoando a escuridão.

Acendamos as luzes dos nossos espíritos, e iluminemos o caminho daqueles que se deixaram ficar. Que sejamos um elo que se funde à cadeia infinita que une todos os Maçons do universo na Divina Tarefa.

Colocamo-nos, em nossa Loja, à disposição de todos os Irmãos que acreditem ser possível reescrever a nossa história.

Venerável Mestre, agradecemos a oportunidade que nos foi confiada, e coloco-me à disposição de todos os Irmãos aqui reunidos para um profícuo debate sobre o que acabamos de apresentar.

Texto extraído de uma palestra do Irmão Marco Antonio Mello Raposo, Mestre Maçom da Loja Vale do Piabanha (GLERJ), proferida no ano de 2009, na Loja Jesus Cristo, no Rio de Janeiro:

maio 14, 2022

TECENDO O SABER MAÇÔNICO - Ir.’. Carlos Augusto G. Pereira da Silva


“Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, esse tal será bem-aventurado em seus feitos”

Tiago, 1:25

O Maçom que está imbuído, que realmente comunga com os saberes maçônicos, antes de tudo compreende as obrigações que lhe são afetas e rende sincero culto à LEI DA LIBERDADE, ciente de que ele mesmo colherá nas leiras do mundo o que houver semeado.

Lembremos da aranha tecendo sua teia, ou do tecelão traçando os fios do tear, ou as mães fazendo a comida para a família, que nos ensinam a PACIÊNCIA, A TOLERÂNCIA dos afazeres necessários, bem como a DEDICAÇÃO na realização desta tarefa.

Sua culminância será a admiração e sensação do dever cumprido, e o coração alegre e feliz, por ter contribuído para que algo útil fosse criado e colocado à disposição dos outros.

Assim, nós também como MAÇONS, na caminhada da ESCADA DE JACÓ, uma caminhada mais simbólica e espiritual do que propriamente física. Devemos saber de que somente com DISCIPLINA, poderemos degrau a degrau assimilar e absorver todo o conhecimento que nos é passado e que nos cabe aprender.

A MAÇONARIA É SÁBIA EM SEUS ENSINAMENTOS, MAS O MAÇOM PRECISA SER INTELIGENTE.

Sim, inteligente para saber interpretar todos os ensinamentos, para que na vida fora do TEMPLO exerça sua verdadeira função de CONSTRUTOR SOCIAL.

Tecer o saber maçônico, precisa mais do que nunca, ser compreendido, com saberes relevantes que possam ser utilizados no mundo profano, que já não é tão profano assim, mas algo que sirva para a realidade atual.

O que nós transmitimos em templo precisa se tornar realidade fora dele. São as VIRTUDES em ação.

Há necessidade de inovarmos na forma de transmissão de nossos SABERES RELEVANTES.

Quem sabe com mais sessões fora dos templos, para uma ampliação do necessário debate e esclarecimento sobre os nossos temas? Quem sabe grupos de irmãos estudando certos temas, ou instruções e após apresentação para o quadro da loja? 

Devemos na Maçonaria seguir os grupos de estudos, fora das universidades, tipo STUDIO CLIO, CLUBES DE CULTURA e CASA DO SABER, entre outros, onde interessados reunidos tratam de assuntos e temas que na formalidade institucional ficam sempre limitados. E assim, ampliam os conhecimentos.

Devemos, cada vez mais, propiciar aos APRENDIZES e COMPANHEIROS e porque não aos MESTRES também, condições interpretativas e de compreensão destes saberes, para que possam em suas vidas utilizá-los, em vez de simplesmente sabermos e transmitirmos fatos e datas fechadas sem o devido alcance social e político deles.

O Interpretativo da REVOLUÇÃO FRANCESA, do ILUMINISMO e seus efeitos e não somente, sabermos que existiu em tal data, e quem foi às personagens, mas o que dali resultou e mudou a humanidade. Para isso, se faz necessário mais leitura e mais diálogo.

E se as sessões em loja fossem mais a campo, sem formalidades teríamos um grande avanço cultural. Aliás, no início era assim. Em tabernas.

Só nós MAÇONS empenhados, comprometidos e líderes poderemos realizar a transformação que se fazem necessários. Os frutos serão colhidos, talvez não de imediato ou em curto prazo, mas em médio e longo prazo. E aí teremos a SEMEADURA do nosso trabalho.

O APRENDIZ PRONTO, TRANSFORMANDO-SE EM VERDADEIRO MESTRE.

Nossa esperança, é que assim todos atinjam o objetivo de tornarem-se CONSTRUTORES SOCIAIS. Com PACIÊNCIA, DEDICAÇÃO, COMPROMETIMENTO, ESTUDO e AÇÃO no compartilhar conhecimentos, possam irmanados INFORMAR, INSTRUIR e FORMAR, VERDADEIROS MAÇONS.

Demanda TEMPO, e tempo é o nosso maior valor na SOCIEDADE DO CONHECIMENTO, em caminho para a SOCIEDADE ESPIRITUAL. Precisamos estar preparados para isso, bem como cada vez mais a RESPONSABILIDADE SOCIAL deverá estar presente em nossos atos sejam eles individuais ou corporativos. Precisamos então, dedicar tempo para a MAÇONARIA.

Não somos nós que pagamos captação? Dar valor a ela faz-se necessário para ampliar nosso conhecimento.

Meus Gentis Irmãos;

Seremos contemplados com a transformação do outro, pelo compartilhar dos nossos conhecimentos, compartilhar da fraternidade, do compartilhar da ação maçônica e da ética social. Contemplado pelo APRENDIZ e COMPANHEIRO que cresceram e floresceram, e que também estão a SEMEAR o mundo com os propósitos maçônicos.

Assim, teceremos o saber maçônico, em prol da humanidade.

Façamos nossa parte de docente nesta caminhada, compartilhando conhecimento, ensinando como aprender a aprender, eliminando saberes ultrapassados, criando e inovando com aquilo que temos – e isso, meus irmãos de modo algum interfere nos aspectos litúrgicos e ritualísticos da ORDEM, mas complementa-os.

Assim, julgo eu, ampliando os horizontes e elevando a maçonaria a eles, poderemos com uma nova didática, com uma nova visão e atualização dos saberes, fazer o nosso TEAR MAÇÔNICO prosperar.

Com um estudo em loja melhor elaborado, com sintonia para o diálogo, e não para imposição e sem hierarquia autoritária, com interpretações corretas de LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE, poderemos nós na MAÇONARIA ver frutificado o nosso trabalho de nos melhorarmos e melhorar os outros.

TECER O SABER MAÇÔNICO passa por mais ESTUDO, passa por dedicar mais TEMPO à ORDEM, passa por mais COMPARTILHAR de CONHECIMENTOS, passa por mais FRATERNIDADE e passa por mais EXEMPLO que devemos dar. Que é fazer o que falamos.

TECER O SABER MAÇÔNICO É TAREFA PARA LÍDERES.

Vamos tecer os fios do conhecimento, dos valores, da ética, dedicando tempo, paciência, estudo e comprometimento com aquilo que juramos sem reserva mental. Faça parte dos grupos de estudos existentes na maçonaria, será possível ver algo mais – INOVE.

SEJA UM DELES, MEU IRMÃO. COMECE POR SUA LOJA. 

Pare de observar, comece a fazer. É SEMPRE MELHOR FAZER PARA ENSINAR DEPOIS, DO QUE ENSINAR SEMPRE SEM NUNCA FAZER.

O ÂNGULO DO COMPASSO NA MAÇONARIA - Kennyo Ismail



O Ir, Kennyo Ismail é professor universitário, editor, escritor, uma dos mais importantes intelectuais da maçonaria no país.

Um leitor enviou um interessante questionamento: “Qual o ângulo em que deve ser aberto o Compasso e por quê?”

Antes de tratar do tema especificamente, devemos nos lembrar que os símbolos não são fórmulas fixas, variando de formas e significados conforme o tempo e as culturas e, no caso maçônico, também conforme os “achismos” dos ritualistas e autores. Por esse motivo, pode-se encontrar significados e explicações diferentes para um determinado símbolo maçônico conforme variações de país, obediência, rito, época, etc.

No caso do ângulo de abertura do Compasso, você encontrará por aí várias opções, cada uma com sua respectiva teoria e seus defensores:

- O compasso aberto em 45° nos três graus simbólicos;

- O compasso aberto em 60° nos três graus simbólicos;

- O compasso aberto em 72° nos três graus simbólicos.

- O compasso aberto em 30° no Ap, em 45° no Comp, e em 60° no Mestre;

- O compasso aberto em 30° no Ap, em 60° no Comp, e em 90° no Mestre;

Veja que os ângulos variam entre 30° e 90°. Será que há algum motivo oculto para isso? Nenhum, além do fato que em menos de 30° ou mais de 90° o desenho do Compasso com o Esquadro fica um tanto quanto desarmônico!

Você poderá encontrar vários diferentes significados para o(s) ângulo(s) do Compasso. Segue os mais comuns:

- Teoria dos “30°, 45°, 60°”: representa o alcance do conhecimento humano. O Maçom aumenta seu intelecto conforme o grau, mas nunca ultrapassa 1/6 (60° em 360°), que seria o “limite humano”. – Em resumo, chamam o Aprendiz de retardado mental;

- Teoria dos “30°, 60°, 90°”: representa a relação do espírito com a matéria, em que o Aprendiz começa com o Compasso mais fechado, mostrando que a matéria está prevalecendo, e o Compasso vai se abrindo a cada grau, mas chegando ao máximo no ângulo da matéria (esquadro), de 90°. – Será que se abrir mais do que 90°, o maçom morre?!?;

- Teoria dos “72°”: representa o ângulo interno das pontas do Pentagrama, símbolo presente na Estrela Flamígera e desvendado por Pitágoras. - Mas o Esquadro e o Compasso não têm juntos 06 pontas?.

Das teorias do Compasso com ângulo fixo nos três graus, a teoria de 60° é a mais forte, presente na maioria dos rituais e gravuras atuais. Essa teoria se reforça nas seguintes questões:

- É comum relacionar o símbolo do Esquadro e Compasso com o do Hexagrama (estrela de seis pontas), ou melhor, a Estrela de Davi, que é um símbolo muitas vezes relacionado ao GADU e ao Templo de Salomão. As 06 pontas do hexagrama possuem o ângulo interno de 60°.

- O triângulo perfeito, que seria o símbolo maior da Maçonaria, com 3 lados iguais, é composto por 3 ângulos internos de 60°.

- Considerando o Esquadro como símbolo da retidão e o Compasso como símbolo da perfeição, o Esquadro forma o triângulo-retângulo, 90° (retidão), e o Compasso em 60° forma o triângulo-perfeito (perfeição).

Porém, apesar de mais coerente e comum, a teoria do ângulo de 60° não é a correta. Aliás, nenhuma pode ser considerada como a verdadeira, a original.

Infelizmente, vê-se na Maçonaria uma tendência em adicionar à nossa simbologia significados extras, ocultos, inexistentes. O Compasso é apenas mais um típico exemplo disso. Uma breve análise de gravuras maçônicas de Esquadro e Compasso do século XVIII e XIX, quando do nascimento das primeiras Obediências e Ritos, é o bastante para comprovar que não havia uma conformidade no ângulo de abertura do Compasso. O símbolo era sempre composto de um Compasso aberto e um Esquadro, mas pouco importando o ângulo do compasso que, conforme as gravuras, era sempre inexato: 32°, 44°, 56°, 64°, etc.

Enfim, essa preocupação “numerológica” é coisa bem mais recente, apenas outro “enxerto” em nossos rituais.

maio 13, 2022

SEXTA FEIRA 13 - (LENDAS E CRENDICES) - Newton Agrella


Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Considerado um dos maiores intelectuais da maçonaria no país

Algumas datas ou épocas do ano trazem consigo algum tipo de infortúnio, má sorte ou mau presságio.

Especialmente nas culturas ocidentais e sobretudo aquelas que herdaram consideráveis influências do Cristianismo encontram-se muitos exemplos disso.

O próprio cinema norte-americano incumbiu-se de imortalizar essa data ( Sexta Feira 13) com a produção de vários filmes de terror em que diversos acontecimentos macabros transcorrem na referida data.

Hipóteses aventadas para a ORIGEM da *Sexta-feira 13”* difundidas em diferentes culturas espalhadas ao redor do mundo:

01.)* Uma das mais conhecidas justificativas dessa maldição conta que Jesus Cristo foi perseguido por esta data. Antes de ser crucificado em uma sexta-feira, o salvador das religiões cristãs celebrou uma ceia na Quinta Feira - que, ao todo, contava com treze (13) participantes. Entre eles estava Judas, o Traidor. E Jesus morreu no dia seguinte, uma Sexta Feira.

02.)* A tradição cristã relaciona o fato de seu líder ter morrido em uma sexta-feira ao fato de o livro do Apocalipse apontar o número 13 como a marca da besta, do anticristo.

03.)* Analogia numerológica dá conta que a Imperfeição do número 13 também está ligada às várias referências ao número 12 na Bíblia (12 tribos de Israel e 12 discípulos), sendo assim, o número 13 destoaria do projeto de Deus.

04.)* Outra explicação sobre essa data remonta à consolidação do poder monárquico na França, especificamente quando o *Rei Felipe IV*  sentia-se ameaçado pelo poder e influência exercidos pela Igreja dentro de seu país. Para contornar a situação, ele tentou se filiar à prestigiada ordem religiosa dos Cavaleiros Templários, que, por sua vez, recusou a entrada do monarca na corporação. Enfurecido, segundo relatos, teria ordenado a perseguição e morte aos templários na sexta-feira, 13 de outubro de 1307.  

05.)* Na Mitologia Escandinava a maldição da *Sexta-Feira 13* tem a ver com o processo de cristianização dos povos bárbaros que invadiram a Europa no início do período medieval. Reza a lenda que antes de se converterem ao Cristianismo, os escandinavos eram politeístas e tinham grande estima por Friga, deusa do amor e da beleza.  Com o processo de conversão ao Cristianismo, passaram a amaldiçoá-la como uma bruxa que toda Sexta Feira, se reunia com onze feiticeiras e o demônio para rogar pragas contra a humanidade.

06.)*  Nos Estados Unidos, a *Sexta-Feira 13* é um dia de tradição e mitos sobre casas assombradas por fantasmas e todo tipo de imaginação.

Doze séculos depois dos Maus Agouros pela morte de Carlos Magno, os norte-americanos ainda continuam chamando o andar que vem depois do 12° de 14°. Menos de 10 por cento dos condomínios de Manhattan com 13 andares ou mais têm um andar com o número 13.

Um porta-voz da Otis Int'l, a fabricante de elevadores, estimou uma vez que 85 por cento dos prédios dos EUA com mais de 13 andares evitaram o número azarado. 

Diante dessas lendas e teorias, quando ocorre uma *Sexta-Feira 13* supersticiosos evitam cruzar com gato preto, passar debaixo de escadas, quebrar espelhos e outras crendices que podem trazer mau agouro.

Como se percebe a Superstição independentemente do nível socioeconômico e intelectual dos povos é um dispositivo da alma humana arraigada à crença ou noção sem base na razão ou no conhecimento, que leva a criar falsas obrigações, a temer coisas inócuas, e a depositar confiança em coisas aparentemente absurdas.

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ERRO CRASSO - Adilson Zotovici



Adilson Zotovici é poeta e intelectual maçónico, membro da ARLS Chequer Nassif-169 de S. Bernardo do Campo

Dizemos com propriedade

O meu tempo é escasso !...

E cremos ser a  verdade

E o que temos...erro crasso


Deu-nos DEUS a liberdade

Dia a dia, passo a passo,

De viver com intensidade

A tanger cinzel e maço


Lição da Fraternidade

Frente a pensamento baço

Quanto à menção de vontade:


Infinito como o espaço

O tempo é eternidade

Adstrito a bom compasso !



maio 12, 2022

O SILENCIO RECARREGA NOSSAS ENERGIAS



Ficar em silêncio 2 horas por dia pode trazer uma série de benefícios. 

Um estudo publicado no jornal El País abordou a importância de 2 horas de silêncio por dia. Nele, há a informação de que a poluição sonora está relacionada a diversos problemas, incluindo surdez e perda de sono, e isso também vale para nossa própria voz, visto que quando falamos muito, nossa consciência fica em um "volume alto". 

Então, o silêncio total ajuda a desenvolver o hipocampo do nosso cérebro, onde as memórias são formadas, ajudando a prevenir a doença de Alzheimer, por exemplo. Sem contar que ajuda no controle da pressão arterial, o que previne doenças cardíacas e acidentes cerebrais. 

O silêncio, portanto, ajuda a recarregar nossas energias e nos reconecta com nossa consciência.

PALESTRA NA ARLS CARIDADE N. 712 EM S. PAULO

 







            Realizei na noite de ontem, 11 de maio, a palestra "O caminho da felicidade"  na ARLS Caridade n. 712 da Glesp na Rua D. João V no bairro da Lapa em S. Paulo a convite do Ir. Paulo Cota, consultor empresarial. (na foto comigo).
        Fui muito recebido pelos irmãos e pelo VM Ir:. Márcio Szalma que ao final aplaudiram em pé. A Loja fazendo jus ao seu nome anunciou a doação de 100 cobertores, 100 pares de meias e cestas básicas a pessoas em situação de carência. Este tipo de resultado justifica o trabalho que procuro realizar.
        Um irmão que é padeiro nos brindou ao final com algumas delícias de sua lavra depois de ter explicado minuciosamente como as produz a partir da criação de seu próprio fermento. Um pão por ele produzido leva dois dias desde o início da execução até poder ser saboreado.
        

O QUE É FALAR OU ESTAR ENTRE COLUNAS? - Cristian Rizzardi


O propósito do presente trabalho é delinear os direitos e obrigações do “Entre Colunas”, prática muito usada especialmente nas reuniões capitulares de uma das ordens Básicas da Maçonaria, que foi a Ordem dos Cavaleiros Templários. Infelizmente, não mais tem sido ensinada e nem posta em práticas nas Lojas.

O interior de uma loja Maçônica (Templo) é dividido em quatro partes, onde a mesma simboliza o Universo. Assim temos o Oriente, o Norte e o Sul. Em algum tempo na história, logo após a construção do primeiro templo Maçônico do mundo, o Free-masons Hall, em Londres, no ano de 1776, baseado inteiramente no parlamento Inglês, construído em 1296, estabeleceu-se que as áreas pertencentes ao Norte e ao Sul chamar-se-iam Coluna do Norte e Coluna do Sul. Assim, quando um Irmão, em Loja está Entre a Coluna do Norte e a do Sul, e não entre as Colunas B e J, mesmo próximo à grade que separa o Oriente do resto da Loja, o Irmão estará Entre Colunas. 

Desta forma é extremamente incorreto dizer que o passo ritualístico dos maçons tem que começar entre as Colunas B e J. Tanto isso é verdade, que os Templos modernos, especialmente de Lojas de Jurisdição do grande Oriente do Brasil e MG, têm suas Colunas B e J no Átrio, e não no interior do Templo.

Em síntese, podemos apresentar algumas situações do que é Estar Entre Colunas:

• É conjunto de Obreiros que formam as Colunas Norte Sul;

• Em sentido figurado, são os recursos físicos, financeiros morais e humanos, que mantêm uma instituição maçônica em pleno funcionamento;

• É quando a palavra está nas Colunas em discussão;

• É quando o Irmão coloca-se, ou posta-se, entre as Colunas do Norte e do Sul, no centro do piso de mosaico, onde isto evidencia que o Obreiro que assim o faz é o alvo de atenção de toda Oficina;

• Na circulação do Tronco de Beneficência, o 1º Decágono aguarda Entre Colunas;

• Quando a Porta-Bandeira, com a Bandeira apoiada no ombro, entra no templo este por sua vez se põe Entre Colunas.

• Na apresentação de Trabalhos, o Irmão se apresentar Entre Colunas durante o Tempo de Estudos;

• No atraso do Irmão, o mesmo ao adentrar ao Templo ficará à ordem e Entre Colunas, aguardando a ordem do V.’. M.’. para que tome posse do assento.

• Em atividades ou em conversas sigilosas;

• Em assuntos ditos ou feitos, o qual jura segredo;

II – DESENVOLVIMENTO

Em toda a Assembleia Maçônica, os irmãos poderão se haver do uso da palavra em momento oportuno; caso queira obter a palavra estando “Entre Colunas”, poderá solicitá-la com antecedência ao Venerável Mestre, e obrigatoriamente levar ao seu reconhecimento o assunto a ser tratado.

Sendo o Obreiro impedido de falar, ou sofra algum desrespeito a seus direitos, poderá solicitar ao Venerável Mestre que o conduza ”Entre Colunas” e, se autorizado pela parte Venerável, o mesmo poderá falar sem ser interrompido desde que haja um decoro de um Maçom. Se, para estar Entre Colunas é necessária a autorização do V.’. M.’., em contrapartida, nenhum Irmão pode se negar de ocupar aquela posição, quando legalmente solicitado pela Loja, sob pena de punição.

No entanto, as possibilidades do uso da Palavra Entre Colunas são muitas e constituem um dos melhores instrumentos dos Obreiros do Quadro, sendo uma das maiores fontes de direito, de liberdade e de garantia, tanto para os irmãos, quanto para a loja. Não há regulamentação; tal vez por isso, cada dia esse direito vem sendo eliminado dos trabalhos maçônicos.

Atualmente um Irmão somente é solicitado a estar Entre Colunas, em situação de humilhação e situações tanto quanto degradantes e constrangedoras. Associou-se a ideia de responder Entre Colunas à ideia de punição, quando em realidade isso deveria ser diferente e muito melhor explorado, em beneficio do Quadro de Obreiros de todas as lojas.

Estando Entre Colunas, um Irmão pode acusar, defender a si ou a outrem, pedir e julgar, assim como comunicar algo que necessite sigilo absoluto, devendo estar consciente da posição que está revestido, isto é, grande responsabilidade por tudo que disser ou vier a fazer.

A tradição maçônica é tão rigorosa no tange á liberdade de expressão, que quando um Irmão estiver em Pé e a Ordem e Entre Colunas, para externar sua opinião ou defender-se, não pode ser interrompido, exceto se tiver sua palavra cassada pelo venerável Mestre, ato este conferido ao mesmo.

Estando Entre Colunas, o Irmão NÃO poderá se negar a responder a qualquer pergunta, por mais íntima que seja e também não poderá mentir ou omitir sobre a verdade dos fatos, pois desta forma o Irmão perde sumariamente os seus direitos maçônicos, pelo que deve ser julgado não importando os motivos que o levaram a tal atitudes.

Por motivos pessoais, um maçom pode se negar a responder a quem que seja aquilo que não lhe convier, mas se a indagação for feita Entre Colunas, nenhuma razão justificará qualquer resposta infiel.

Igual crime comete aquele que obrigar alguém a confessar coisas Entre Colunas, injustificadamente, aproveitando-se da posição em que se encontra o Irmão sem que haja razão lícita e necessária, por perseguição ou com intuito de ofender, agravar ou humilhar desnecessariamente.

Quando um irmão está Entre Colunas e indaga os demais Irmãos sobre qualquer questão, de forma alguma lhe pode ser negada uma resposta. Nenhuma razão justificará que seja mantido silêncio por aquele que tenha algo a responder.

Uma aplicação prática do Entre Colunas pode ser referência a assuntos do mundo profano. É lícito e muito útil pedir informações Entre Colunas, sejam sociais, morais, comerciais, etc., sobre qualquer pessoa, Irmão ou Profano, desde que haja razões válidas para tal fim. Qualquer dos presentes que tiver conhecimento de algo está obrigado a declarar, sob pena de infração às leis Maçônicas.

O Irmão que solicitou as informações poderá fazer uso das mesmas, porém deve guardar o mais profundo silêncio sobre tudo que lhe for revelado e jamais poderá, com as informações recebidas, praticar qualquer ato que possa comprometer a vida dos informantes ou a própria Loja. Se não agir dessa forma será infrator das Leis Maçônicas.

Suponhamos que um Irmão tenha algum negócio a realizar em outro Oriente e necessita informações, mesmo comerciais, sobre alguma pessoa ou firma. A ele é lícito indagar essas informações Entre Colunas e todos os demais Irmãos, se souberem de algo a respeito, são obrigados a darem respostas ao solicitante.

Outro meio Lícito e útil de se obter informações é através de uma prancha, endereçada a uma determinada Loja, para se lidar Entre Colunas. Neste caso, a Loja é obrigada a responder, guardar o mais profundo silêncio sobre o assunto, cabendo todos os direitos, obrigações e responsabilidades ao solicitador, que deverá guardar segredo sobre tudo o que lhe foi respondido e a fonte de informações.

III – CONCLUSÃO

Muitas são acepções que norteiam sobre os ensinamentos do significado de Estar entre Colunas, porém, deve o Maçom sempre edificar suas Colunas interiores, movido pelos Princípios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, primando pelo bem-estar da família e pelo aperfeiçoamento da sociedade através do trabalho e do estudo, para com isso perfazer-se um homem livre e de bons Costumes.

Como dissemos no início, não há mais regulamentação ou Leis Normativas para o uso do Entre Colunas; e se não há normas que sejam encontradas nos livros maçônicos, é porque pura e simplesmente os princípios da condição Estar Entre Colunas, somente a verdade pode ser dita. Obedecido este princípio, tudo mais é decorrência.

Este, alegoricamente, talvez seja o real significado no bojo dos ministérios que reagem as Colunas da Maçonaria, pois Estar entre Coluna é estar entre Irmãos.

BIBLIOGRAFIA

- ASLAN, Nicola. Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia. Londrina: “ A TROLHA.

- CARVALHO, Assis. Companheiro Maçom. Londrina ”A TROLHA”.

. Símbolos Maçônicos e suas origens. Londrina: “A TROLHA”.

CASTELLANI, José. Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom.

- EGITO, José Laércio do. In Coletânea 2. Londrina: “ A TROLHA”.

PUSCH, Jaime. A B C do aprendiz.

- Santos, Amando Espósito dos Santos; CONTE, Carlos Basílio, FERREIRA, Cláudio Roque Buono, COSTA, Wagner Veveziani. Manual Completo para lojas Maçônicas. São Paulo: Madras, 2004.