maio 28, 2022

A INOCENCIA DOS TEMPLÁRIOS COMPROVADA PELO VATICANO



No ano de 2007 através de Sua Santidade o Papa Bento XVI autorizou a publicação de um livro no qual relata a Inocência dos Pobres Cavaleiros de Cristo (popularmente conhecidos como Templários) diante de todas as acusações que foram impostas sobre a ordem durante a Idade Média no período das inquisições.

Tornou-se público então a descoberta do "Pergaminho de Chinon" no "Archivum Secretum Vaticanum - Archivum Arcis, Arm. D217 (arquivo secreto do Vaticano) feita pela pesquisadora Bárbara Frale, neste pergaminho que contém o selo original da época o Papa Clemente V em 1.314 inocenta todos os Templários das acusações que foram feitas pelo rei da França Filipe IV (Felipe o Belo) durante o período medieval. 

Também o Papa João Paulo ll reconheceu os erros da Igreja relacionado à Idade Média e pediu desculpas públicas em nome da Igreja pelos crimes que foram cometidos pela Igreja no passado. 

O Pergaminho de Chinon é um documento histórico, originalmente publicado por Étienne Baluze no século XVII, na obra "Vitae Paparum Avenionensis" ("A Vida dos Papas de Avignon"). 

Este documento obteve destaque em nossos dias, graças à descoberta pela Dr.ª Barbara Frale de que o Papa Clemente V absolvera secretamente o último Grão-mestre, Jacques de Molay, e os demais líderes dos Templários, em 1308, das acusações feitas pela Santa Inquisição.

O pergaminho está datado "Chinon, dezessete a vinte de agosto de 1308". O Vaticano possui uma cópia autenticada sob a referência "Archivum Arcis Armarium D 218". O pergaminho original encontra-se sob a referência "D 217".

A LETRA "G" NA MAÇONARIA

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A letra “G” é um símbolo bem conhecido na Franco maçonaria, apesar de não ser muito antigo. A época em que foi adotado é desconhecida, mas, provavelmente, não foi muito antes do meio do século XVIII.

Não derivou das Constituições Góticas nem das Old Charges ou de qualquer outro manuscrito do tempo dos Maçons Operativos. Não foi mencionada em nenhum ritual antigo, anterior ao de Samuel Prichard – A Maçonaria Dissecada – de 1730. Assim mesmo, nesse último, o seu significado não estava totalmente desenvolvido. Esse foi o primeiro Ritual exposto que dividia os trabalhos da Maçonaria em três Graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre.

É surpreendente que somente depois de 1850, aproximadamente, que a letra “G” começou aparecer no meio do Compasso e do Esquadro entrelaçados, como se vê hoje em dia em distintivos de lapela ou emblemas. E é suposto que tenha sido originado por projeto de algum criativo joalheiro e não por ação de alguma autoridade Maçônica.

Anteriormente a essa data, sempre eram vistos a letra “G” num lugar e o Compasso e Esquadro em outro. Se refletirmos um pouco sobre esse “ajuntamento”, algo nos alertará que isso é uma incongruência, pois o lugar da letra “G” é suspensa, acima do 2º Vigilante (REAA) no Ocidente e o Compasso e o Esquadro estão sempre no Oriente. Além de que, os últimos mencionados são “Grandes Luzes” e a letra “G” não é.

Percebe-se que o significado do símbolo não é esotérico, pois o mesmo é exposto em lugares público nos Templos, fazendo parte da decoração dos mesmos.

Alguns pesquisadores acham que a letra “G”, nos locais onde a língua é de origem inglesa ou mesmo grega, simboliza Deus (God). Creio que o mesmo não se aplica em locais onde a língua é de origem latina.

Mackey em sua “Enciclopédia” nos esclarece o que segue:

“Não há dúvidas que a letra G é um símbolo moderno, não pertencendo a nenhum antigo sistema de origem inglesa. É, de fato, uma corruptela de um antigo símbolo Cabalístico Hebreu, a letra “yod”, pela qual o sagrado nome de Deus – na verdade o mais sagrado nome, o Tetragramaton – é expresso. Esta letra “yod” é a letra inicial da palavra “Jehovah” , e é constantemente encontrada entre os escritos Hebreus, como a abreviação ou símbolo do mais santo nome, o qual, sem a menor dúvida, não pode nunca ser escrito por inteiro.

Primeiramente adotada pelo Cerimonial Inglês e, sem mudanças, foi transferida para a Maçonaria do Continente e pode ser achada como símbolo nos Sistemas Maçônicos da Alemanha, França, Espanha, Itália, Portugal, e em todos os outros paises onde a Maçonaria foi introduzida.”

Muitas vezes nos vem em mente a pergunta: por que a letra “G” só aparece no Segundo Grau?

A resposta é relativamente simples. É aceitação geral que o significado da letra “G” é “Geometria”. O Segundo Grau, de Companheiro, relaciona-se com os mistérios da Natureza e da Ciência, sendo aí o lugar correto para a Geometria.

E a título de informação, sabe-se que o Segundo Grau foi consideravelmente modificado entre 1730 e 1813 para trazer mais harmonia entre o Primeiro e o Terceiro Grau.

Fonte: Pílulas Maçônicas - Muitas das informações abaixo relatadas foram tiradas da Coil's Masonic Encyclopedia.

maio 27, 2022

VIRTUDES E SABEDORIA - Ir. Charles Evaldo Boller


Quando as atividades humanas são pautadas pela rígida disciplina e racionalidade, afloram virtudes que estabelecem maneiras de portar-se ao longo da vida calcado em regras pessoais intransferíveis no discernimento do que é bom e mau. A sabedoria está conectada rigidamente com a capacidade de analisar racionalmente, com a força do próprio pensamento, sem a interferência de emoção, resultando em ações que conduzem a vida da maneira mais amena possível.

Não deve ser confundido com a absorção de conhecimentos, técnicas ou ciências, muito menos do que diz respeito ao divino e elevado. A sabedoria, apesar de sua importância, está rebaixada aos assuntos meramente humanos, de como este lida em seu dia-a-dia na tomada de decisões que visam exclusivamente o bom viver. A sabedoria que o homem tem a capacidade de colocar em ação em sua vida, diz respeito ao conjunto de virtudes tornados hábitos práticos e racionais que se referem ao que ele realiza de bom.

Considerando a capacidade do homem de mudar a cada instante em resultado de sua cognição e principalmente por estar imerso numa sociedade, esta sabedoria muda também. Tudo depende de como se age. Apesar de na definição de sabedoria filosófica se determinar que as virtudes sejam imutáveis, a sua aplicação prática muda de um indivíduo para outro e de instante a instante.

O homem que não pratica virtudes não é sábio e deste os vícios se apoderam e escravizam de formas diversificadas.

É da sabedoria que nascem todas as virtudes, e esta constatação leva a decretar que a mesma é mais importante que a filosofia, pois enquanto esta última debate o conhecimento numa base especulativa, a sabedoria é resultado da ação e posicionamento pessoal para o bem, influindo diretamente no estabelecimento de muitos momentos de felicidade do homem na vida diária. Depois da filosofia vagar pelos meandros de pensamentos impossíveis de provar, abstrações de intuito absoluto e eterno, a sabedoria faz o homem voltar para a sua realidade, ao seu mundo real, ao qual sempre presta contas pelo que ele é, o que faz e aonde vai.

Alguns estudiosos consideram a sabedoria como aplicação denodada da prudência, ou a capacidade de frear-se, de pensar antes de agir. A sabedoria é a maneira correta buscar conselho da razão antes de qualquer atitude. É o condicionamento mental de perscrutar todas as virtudes e maneiras corretas de aplicá-las.

Ao se marcar um alvo e a vontade concordar com a ação, então, na aplicação de considerações virtuosas, o resultado sempre será satisfatório. É a maneira de conduzir a vida de forma saudável, feliz e agradável.

Em todas as atividades humanas há espaço para aplicação da sabedoria, sem o que, os vícios tomam conta. Assim, a sabedoria pode ser observada como uma aplicação do saber prático e inteligente. É a capacidade de identificar a maneira mais prática, eficiente e precisa de se obter resultados que conduzem ao bem.

As virtudes são tendências de fazer sempre o melhor em qualquer atividade. É lógico pensar que existem sempre duas maneiras de efetuar um trabalho: bem ou mal feito - tanto para fazer mal feito, como para fazer bem feito, leva-se quase o mesmo tempo e se gastam quase os mesmos recursos - então que se faça bem feito!

O uso nobre de virtudes está ligado à capacidade de desenvolver capacidades morais e éticas. Onde a aplicação continuada e intensa acaba por conduzir a sabedoria, pois esta última é a aplicação de virtudes o tempo todo, com persistência.

Um ato moral não é virtude, mas as virtudes desenvolvem atos que preconizam pela moralidade, que levam a conduzir a vida dentro de preceitos morais. A sabedoria surge então como uma virtude das quais todas as outras descendem, daí a afirmação de ser esta a mãe de todas as virtudes. 

A sabedoria como virtude leva o homem a discernir de quais vícios deve fugir e quais perseguir para tornar sua vida neste Universo a mais prazerosa possível, sem se escravizar a nenhuma ideologia, hábito ou droga. 

É a capacidade de avaliar a medida certa de se submeter às paixões, para que não advenha nenhum prejuízo. É a disposição inteligente do homem de produzir felicidade.

O homem que aplica virtudes com sabedoria, age, vive e conserva em si excelentes decisões com orientação da razão prática e útil, equilibrada com emoção e espiritualidade. De nada adiantam ao homem ser apenas racional sem que sua ação contenha valores emocionais, os quais o alimentam e movem à ação, pois o que não é feito por afeição, por amor, não é nem bem nem mal. Algo só pode ser caracterizado como bem quando existe uma emoção ou afeição que a coloque em movimento. 

O homem por ser um ser social por excelência tem a sua ação no Universo impulsionada pela emoção. Ao alimentar sua emoção o homem se torna bom para si mesmo, desenvolve autoestima, ama a si mesmo, e só então tem capacidade de amar ao próximo, de fazer o bem ao próximo - a suprema sabedoria que conduz ao amor fraterno, a única solução de todos os problemas da humanidade; a reta final a que deve chegar o maçom por utilizar-se da filosofia desta escola do conhecimento denominada Maçonaria.

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DA VAIDADE - Newton Agrella



Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Considerado um dos maiores intelectuais da maçonaria no país


Tanto se escreve e se fala a respeito da Vaidade, porém este é um dispositivo humano que parece não querer se desvencilhar da alma.

Apesar de sua natureza fugaz e transitória, ela se revela a cada pouco como um perigoso combustível  que assim como uma droga, ela vicia e produz um efeito devastador.

Pior que tudo isso, a vaidade tem a nociva propriedade de valorizar a nossa própria existência, seja no terreno da aparência, dos atributos físicos e das qualidades intelectuais

A sensação mais vã que ela promove é a de que esses atributos e qualidades venham a ser reconhecidos e admirados pelos outros.

Apesar de que um dos lemas promulgados pela Maçonaria seja o de "levantar templos às virtudes e cavar masmorras aos vícios" a Vaidade tem se mostrado cada vez mais evidente e circunstante entre os maçons à medida que o tempo passa.

O apego despudorado ao poder,   aos elogios fáceis, aos títulos, homenagens e medalhas, tornaram-se lugares-comuns, ao invés do esforço e dedicação ao crescimento interior, espiritual e intelectual, conforme os princípios Maçônicos basilares.

A despeito das tradições litúrgicas e eloquentes que são componentes do acervo histórico e cultista da Sublime Ordem - e que sem dúvida devem ser preservadas - a importância que tem sido dada aos aspectos aparentais denotam a superficialidade a que a Vaidade conduz.

A expressão de orgulho do próprio sucesso ou da ostentação das próprias qualidades nada mais significam que um traço inequívoco de insegurança e de necessidade de auto-afirmação.

Cavar masmorras à Vaidade é um exercício que exige despojamento da alma, desapossar-se e desapegar-se de tudo aquilo que tem um caráter vazio e fugaz.  

Aliás, a etimologia da palavra Vaidade é originária dos termos latinos "vanitas", "vanitatis" : cujo significado é nada mais do que "Vacuidade" (aquilo que se refere ou é próprio do vácuo) ou seja: VAZIO ABSOLUTO.

Isso portanto, traduz por si só o caráter singular desse substantivo.

Ao Maçom, impõe-se desenvolver e trabalhar continuamente o "auto reconhecimento",  conhecer-se a si mesmo.

Parafraseando o renomado pensador e escritor francês Honoré de Balzac: 

"...é melhor deixar a Vaidade aos que não tem outra coisa para exibir..."

Se de um lado ela é uma via expressa rumo à satisfação, concomitantemente é o terreno mais fértil para a desvirtude se desenvolver.


maio 26, 2022

MAÇONARIA É CAMINHADA! - Ir∴ Jamil Kauss




Ir∴ Jamil Kauss - Grão Mestre (1947) da GL do Estado do Rio de Janeiro.

Pode-se descrever a Maçonaria como instituição de formação cívica, moral, escola de deveres, ciência de busca da verdade divina, instituição orgânica de moralidade com objetivo de eliminar ignorância, realizar filantropia, combater vícios e inspirar amor na humanidade. 

Mas Maçonaria não é definível. Isto porque abrange todo o conhecimento humano conhecido e desconhecido. 

A marcha do simbolismo representa esta diversidade do pensamento como o sair da reta e retornar para ela. Cabe ao maçom duvidar de verdades, modifica-las e retornar fortalecido para a reta, em direção à sabedoria. 

O vaivém da dúvida define a Maçonaria Especulativa, a especulação do pensamento lato, a busca na racionalidade em respostas a questões que orientam e constroem o homem.

Inicialmente o maçom lida com o "conhece a ti mesmo", de Sócrates. Caminha na reta, busca conhecer-se. Aperfeiçoa o intelecto na materialidade onde se identifica como indivíduo. Desbasta a pedra bruta em sua manifestação material.

Especula em torno de um espírito de condição melhorada onde desenvolve a admiração ao conceito de Grande Arquiteto do Universo. 

É caminhada para a espiritualidade. Vê a luz da sabedoria que solicitou ver e inicia uma amizade com esta sabedoria. Num segundo estágio trabalha o "penso, logo existo", de Descartes. Pensar é ser. 

O pensamento vai mais longe. Diagnostica o ser, transcende a si mesmo. Busca metas e conhecimentos fora da reta. 

Começa a especular e, com isso, adivinha outras belezas que o conhecimento ainda não determinou. Descobre que o pensamento busca a luz que solicitou e consubstancia riquezas que o tirano não pode usurpar. 

Busca o conteúdo interno da pedra que tende a transformar-se em pedra polida na relação direta com que especula sua realidade e razão de ser. Torna-se ainda mais amigo da sabedoria.

A Maçonaria Especulativa tem por objetivo espalhar os pensamentos da ordem maçônica para todos os cantos da Terra e é essencialmente conspiratória. 

Conspirações que, pelo pensamento especulativo iluminista mudou profundamente o desenho político nos séculos dezessete e dezoito onde promoveu a independência de países e fomentou a Democracia. 

Maçons especularam em templos maçônicos e realizaram magníficas obras em prol da sociedade. Não guardaram segredo da ação maçonicamente orientada. Divulgaram e agiram conforme o que debateram nos templos.

Maçom! Não permita que o fogo da Maçonaria Especulativa se apague dentro de ti. Não te restrinja ao cumprimento automático de rituais e estudos obrigatórios ou esqueça-se da essência do pensamento especulativo de onde nasce a capacidade de mudar a si mesmo e à sociedade. 

Teu dever é opor-se a obscurantismo, despotismo e tirania. Coloque em prática o que desenvolve em loja. Continue cada vez mais amigo da sabedoria, do grego "philos" "sophia". Ser maçom é filosofar! Para divulgar a filosofia da Maçonaria use de todos os meios disponíveis de comunicação.

Os pensamentos que iniciam dentro de loja devem continuar em todos os recantos e até no espaço cibernético. 

Não divulgar o que se especula e conspira em loja torna sem propósito o reunir-se em templos maçônicos. 

O maçom especulativo livre não permite que lhe calem ou subjuguem o direito de pensar e expor seus pensamentos especulativos onde quer que seja!

Romper com esta obrigação tomada por juramento é falhar consigo mesmo e a sociedade.

A caminhada pelo simbolismo da Maçonaria é o ensino fundamental no Rito Escocês Antigo e Aceito. 

Outras portas são abertas, numa preparação que pode levar até quinze anos para se chegar ao doutorado e então iniciar outra caminhada, com outros alvos de servir a Maçonaria Especulativa, a si mesmo, aos irmãos e a sociedade. 

A caminhada para manter vivas as três colunas do simbolismo que suportam o Rito Escocês Antigo e Aceito honram e glorificam a criação do Grande Arquiteto do Universo.

Isto não se faz sem tornar-se amigo íntimo da sabedoria e divulgar a filosofia da Maçonaria a todos os cantos da Terra.


DAS ACEPÇÕES DE DEUS - Heitor Rodrigues Freite




Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis e advogado, Past GM da GLEMS e atual presidente da Santa Casa de Campo Grande, MS.


Como enunciado na Bíblia, no livro do Gênesis, 1:26-28, Deus em sua onipotência criou o homem e a mulher.

Então disse Deus: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais grandes de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão. Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher, os criou.

Deus os abençoou, e lhes disse: ‘Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra’".

Quando a Bíblia diz que o homem é a imagem e semelhança de Deus, ela não quer dizer exatamente que somos fisicamente parecidos com Deus. “Deus é Espírito e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade” (João 4:24).

Segundo o professor de teologia Daniel Conegero, “devemos entender que o homem, em todo o seu ser, é a imagem e semelhança de Deus, de modo que sua plena constituição, material e imaterial (corpo e alma/espírito), representa Deus. O homem é uma criatura racional, pessoal, criativa e moral, com quem o próprio Deus compartilha seus atributos comunicáveis. Ele possui vida proveniente de Deus e potencial para se relacionar com Ele”.

No meu entendimento, Deus nos criou para trabalharmos com Ele no processo evolutivo da humanidade. Como está acima, com seus atributos comunicáveis.

Pois bem. Assim, Ele foi, ao longo do tempo, suscitando em alguns homens a oportunidade de participar de modo direto desse trabalho.

Mas Ele não faz acepção de pessoas. Quando alguém devidamente destinado a uma função ou tarefa deixa de corresponder a essa destinação, Deus não discute, apenas troca a pessoa por outra. Temos alguns exemplos na Bíblia. Pincei os que considero mais representativos.

O primeiro: Quando Rebeca, mulher de Isaac, teve filhos gêmeos, o primeiro a nascer foi Esaú. Depois Jacó. Assim, Esaú era o primogênito. Por isso, era o destinado a uma função divina. No entanto, Esaú, certo dia, chegando em casa cansado e com fome, sentiu o cheiro do guisado de lentilhas que seu irmão Jacó preparava, e pediu-lhe um pouco. Jacó, porém, disse que lhe serviria se o irmão vendesse sua primogenitura. E Esaú, não resistindo, vendeu-lhe a primogenitura por um prato de lentilhas.

Esse fato está assim registrado no livro do Gênesis 25:30-34:

“Então, disse Jacó: Vende-me, hoje, a tua primogenitura. E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer, e para que me servirá logo a primogenitura? Então, disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó. E Jacó deu pão a Esaú e o guisado das lentilhas; e ele comeu, e bebeu, e levantou-se, e foi-se. Assim, desprezou Esaú a sua primogenitura”.

Mas a consumação do fato necessitava da benção patriarcal de Isaac, pai de ambos. No Gênesis 27:1-40 está narrado esse fato. O ponto que quero destacar é que Esaú, suscitado por Deus, renunciou à sua primogenitura deixando de corresponder à sua destinação divina. Por ato de sua própria vontade.

O segundo exemplo é: Moisés, como todos sabemos, foi escolhido por Deus para libertar e conduzir o povo judeu de volta à terra prometida. E assim, aos oitenta anos, Moisés aceitou a missão, enfrentou o faraó e guiou o povo pelo deserto por quarenta sofridos anos. E se manteve fiel durante todo esse tempo. No entanto, no episódio ocorrido na fonte de Meribá – quando seu povo padecia com a falta de água e comida – Moisés vacilou, pois duvidou do que Deus tinha lhe dito, que bastava tocar a rocha com uma  vara  e a água jorraria. Apesar desse momento de dúvida, o milagre aconteceu, conforme Deus havia anunciado.

 Assim é narrada essa passagem:

“Mas o SENHOR disse a Moisés e a Aarão: “Visto que não creram em mim e não me santificaram aos olhos do povo de Israel, não serão vocês a introduzi-los na terra que lhes prometi!” Nm 20:7-12.

Ou seja, com Deus não se brinca. Tem que ir até o fim. E, por isso, Moisés foi substituído por Josué.

O terceiro exemplo: Jesus, no auge do seu sofrimento no Jardim do Getsêmani, declarou:

“O espírito está pronto, mas a carne é fraca. Pai, faça-se a Sua vontade e não a minha”. E assim se preparou para o sacrifício supremo cumprindo sua missão até o fim, deixando um legado que se perpetuou no tempo e no espaço. Esse é o ponto. Com todo os sofrimentos e dores, temos que persistir na missão.

Contemporaneamente podemos citar com muita justiça, Chico Xavier que enfrentando uma série de dificuldades, inclusive de saúde, não se furtou ao cumprimento de sua missão, indo até o fim com toda consciência do seu trabalho.

Isso, mutatis mutandis, acontece na vida de todos nós. Não viemos a este mundo por acaso, não viemos aqui a passeio. Cada um tem uma missão e um compromisso a cumprir. Quando formos até o fim, seremos abençoados por Deus.

Heitor Rodrigues Freire – Corretor de imóveis e advogado.

maio 25, 2022

NINGUÉM PODE SERVIR A DOIS SENHORES - Sérgio Quirino


Sérgio Quirino - é o atual Grão-Mestre-GLMMG 2021/2024, notável intelectual maçônico

A sentença “Ninguém pode servir a dois Senhores” é parte de um preceito religioso ou regra de costumes, às vezes usado pelos críticos da Maçonaria, quando a tratam como uma religião.

Tratam-se de críticas desinformadas ou mal informadas.

A desinformação ocorre quando se sustenta dogmas que impedem o pretenso crítico de ser um livre pensador.

Por outro lado, há a má informação.

Muitos equívocos divulgados, até por Maçons, podem sustentar falsas criticas:

Não existe “Casamento Maçônico”. O que há é uma cerimônia de Reconhecimento Conjugal.

Não temos, na Maçonaria, nem sessão preta nem “Sessão Branca.” Existem Sessões Públicas.

E o Grande Arquiteto do Universo não é nosso Deus. É um Princípio (início, razão, regra, fundamento) Criador. Portanto, não é o Senhor dos Maçons.

A Maçonaria não é uma religião, não presta culto a nenhuma divindade, não difunde entre seus membros regras que garantirão o paraíso e muito menos obriga a todos seguirem uma mesma liturgia religiosa.

Mas a crença em um Ser Superior, tenha o nome que tiver, é obrigatória.

Pois, até mesmo o homem mais primitivo reconhece sua pequenez diante da complexidade da natureza e sente, em tudo que lhe rodeia, uma força que não consegue explicar e que lhe causa profundo respeito.

Para nós, o título de “SENHOR” não nos representa o respeito pela dignidade de alguém.

Mas sim ao nosso comportamento diante de situações e escolhas que fazemos na vida.

A simbologia está claramente expressa no Pavimento Mosaico: Podemos caminhar sobre várias alternativas, mas, ao pararmos, estaremos onde escolhemos estar.

Caminhamos por estradas tortuosas com entradas para as virtudes e vícios, verdades e mentiras, honra e lubricidade.

A cada trevo há o desvio, sempre voluntário e individual. 

O resultado pode ser o ponto final, onde nos relacionamos com o ambiente.

Esta sim será a relação de senhorio.

Assim como nos feudos medievais, as leis eram criadas por um Senhor.

Se ele for um bom Senhor, haverá virtudes, verdades e honra em sua vida.

Mas, se houver vícios, mentiras e libidinagem, estará sob o jugo da escravidão.

SOMOS NÓS QUE DIRECIONAMOS NOSSA VIDA.

EM ESSÊNCIA, NOS TORNAMOS NOSSOS PRÓPRIOS SENHORES, PELA CARTA DE ALFORRIA QUE NOS FOI DADA PELO SENHOR DEUS, QUALQUER QUE SEJA A SUA DENOMINAÇÃO.

*ESTA CARTA DE ALFORRIA CHAMA-SE LIVRE ARBÍTRIO.*

NASCEMOS LIVRES E DE BONS COSTUMES.

MAS, DURANTE NOSSO CRESCIMENTO SERÃO NOSSAS ESCOLHAS QUE NOS MANTERÃO OU NÃO NESTA CONDIÇÃO.

Em uma livre adaptação maçônica da Lei, poderemos dizer:

Ninguém pode servir a dois senhores, porque não há de honrar um e enganar o outro, ou mentir para um e dizer a verdade ao outro.

Não se pode com a boca falar o que fazer e com as ações contradizer sua própria fala.

O Verdadeiro Maçom não se acovarda perante o desafio da sinceridade e da Transparência de seus atos para subjugar suas ações ao agrado de grupos oportunistas.

O Verdadeiro maçom é LEAL com sua consciência, o seu próprio *SENHOR*.

Não podeis servir à Virtude e ao Vício...

A História se escreve pela Virtude da Humildade e não pelo Vício das VAIDADES...


ERAMOS FELIZES E NÃO SABÍAMOS



Naquela época, tirava notas azuis e morria de medo de notas vermelhas no meu boletim: tinha que ser acima de 7.

Naquela época, não tínhamos Bolsa Família: tínhamos  uniformes; o material escolar era comprado pelos nossos pais, com muito suor! Calçado era Vulcabrás, Conga , Ki Chute , Bamba... alpargatas 

Não tínhamos  celular... As pesquisas de escola eram feitas em bibliotecas públicas e  nas enciclopédias… 

O trabalho era escrito à mão e em folha de papel almaço; a capa era feita com papel almaço sem pauta. Tinha dever de casa pra fazer.

A Educação Física era de verdade… jogava bola na rua...

Tínhamos  carteirinha pra dizer presente, ausente e atrasado.

Ainda  cantávamos o Hino Nacional no pátio, antes de ir para a sala de aula. 

Teve uma época em que tínhamos aulas de Religião, Educação para o lar, Educação Moral e Cívica !

Os dentistas iam na escola para aplicar flúor e ensinar os cuidados com a higiene bucal. As professoras olhavam nossas cabeças e mandavam recados para as mães de quem tinha piolhos  

Na escola tinha o Gordo, a Magrela, a Branca Azeda, o Quatro Olhos, a Baixinha, Olívia Palito, o Palitão, o Cabelo Bombril, o Negão, o Periquito, Narigudo, a Girafa e por aí vai... 

Todo mundo era zoado; às vezes, até brigávamos, mas logo estava tudo resolvido e seguia a amizade... 

Era brincadeira e ninguém se queixava de bullying.  

Existia o valentão, mas também existia quem nos defendesse. 

Trauma? Nunca ouvimos essa palavra. 

O lanche era levado na lancheira ou dentro de um saco de pão.

Época em que ser gordinho(a) era sinal de saúde e, se fôssemos magros, tínhamos que tomar o Biotônico Fontoura . 

A frase "peraí mãe“, era para ficar mais tempo na rua e não no computador ou no celular...

Colecionávamos figurinhas, bolinha de gude, papéis de carta, selos! 

As brincadeiras eram saudáveis; brincávamos de bater em figurinhas, e não nos colegas e professores.  

Adorava quando a professora usava mimeógrafo e aquele cheiro do álcool tomava conta da sala…

Na rua era jogar bola, queimada, pular corda, subir em árvores, pular elástico, pique-esconde, polícia e ladrão, andar de bicicleta ou carrinho de rolimã; soltar “papagaio" (ou arraia) ( ou pipa) e ficar na rua até tarde.

Muitas vezes, com a mãe tomando conta, sentada no portão, ou com  as vizinhas (grandes amigas), conversando alegres …

Comia na casa dos colegas e ao  chegar em casa, tomava bronca  por isso (“Não tem comida em casa?”)

Não importava se meu  amigo era negro, branco, pardo, rico, pobre, menino, menina: todo mundo brincava junto. E como era bom! Bom não... era maravilhoso! Assistia ao Pica-Pau, Tom e Jerry, Pantera Cor de Rosa, Papa Léguas, Sítio do Pica-Pau Amarelo, Corrida Maluca, He-man, o Gordo e o Magro e vários outros... 

Que saudades desse tempo em que a chuva tinha cheiro de terra molhada! Época em que nossa única dor era quando passava Merthiolate nos machucados…

Felizes, em comparação com esse mundo de hoje, onde tudo se torna bullying. 

Nossos pais eram presentes, mesmo trabalhando fora o dia todo; educação era em casa, até porque, ai da gente se a mãe tivesse que ir à escola por aprontarmos. 

Nada de chegar em casa com algo que não era nosso, desrespeitar alguém mais velho ou se meter em alguma conversa. 

Xiiii... Era um tapa logo,  ou só aquele olhar de "quando chegar em casa conversamos" …

Tínhamos que levantar para os mais velhos sentarem, pedíamos a bênção 

Fico me perguntando: quando foi que tudo mudou e os valores se perderam e se inverteram dessa forma?

Se você também é dessa época, copie e cole no seu mural, mude o que for necessário.

Copiei e colei, não tive muito o que mudar pois foi exatamente assim que vivi minha infância. 

Claro que tive um sorriso no rosto, enquanto lia esse texto e relembrei de vários bons momentos...

Quanta saudade, quantos valores, que para esta geração não valem nada! 

Grato por tudo que vivi e aprendi.

Fui muito FELIZ e sobrevivi!!! 

Um tributo a todos que vivenciaram nos anos 40/50/60/70/80 tudo isso.

maio 24, 2022

EU DEVO SER CHAMADO DE MAÇOM? - Walter Celso Lima


O Ir. Walter Celso Lima da Loja Alvorada da Sabedoria de Florianópolis-SC é professor universitário, escritor, uma dos mais reputados maçons do Brasil.

Hoje de manhã ao preparar-me para sair de casa, lembrei-me que deveria vestir camisa branca e calça preta. Também não poderia esquecer-me da pasta onde guardo os rituais, o avental e o balandrau.

Afinal, hoje é segunda-feira, dia de sessão da nossa loja. Enquanto tomava as providências de saída, fiquei refletindo sobre as razões de cumprir tal agenda, especialmente num evento que invariavelmente participo bastante cansado, depois de um dia intenso de trabalho.

Mas, respondi para mim mesmo: devo ir, pois sou maçom e tenho que cumprir com as minhas obrigações assumidas perante os irmãos e minha consciência.

Também, devo dizer: adoto a disciplina de procurar sempre cumprir com os compromissos assumidos. Afinal, sou ou não um maçom? Perguntei para mim mesmo.

Ao pensar sobre o questionamento lembrei-me do texto contido no nosso ritual de aprendiz que diz: "um maçom para ser completo, deve ser educado, ativo, estudioso, verdadeiro e firme e possuir espírito público".

Refleti sobre aqueles valores e comportamentos e conclui de relance que eu estou longe de ser um maçom. Afinal de contas, para que seja um maçom preciso ser um cidadão completo em termos de valores filosóficos e materiais.

Mas vamos por parte na análise de tal conceito: para ser maçom devo ser educado. Bem, constantemente, isto não é fácil de ser. O conceito de educado tomado no sentido do bom comportamento e de cortesia nem sempre pratico.

Não raras vezes sou explosivo com os outros, muito especialmente, quando sou contrariado. Para preencher este requisito penso que teria que ser mais tolerante, bom ouvinte e humilde.

Conclusão: não sou educado. Pelo menos como deveria ser.

Ativo: bom, ativo para algumas coisas eu sou. Mas, na idade que estou, sou mais seletivo nas escolhas. Não raramente sou ativo com aquilo que dá mais prazer.

Conclusão: não devo ser chamado de inativo completo. Porém, não sou bom exemplo neste quesito. 

Com a palavra a tela da televisão, que me tem por horas a contemplá-la.

Apesar de não assistir qualquer coisa, é bom que se diga. Para melhorar neste item, deveria assistir menos esta tela invasora de nossos lares.

Estudioso: bom, agora mesmo que a autocrítica fica mais pesada.

Quanto livro tem lido ultimamente? Nenhum começo e nenhum termino. A idade me fez diminuir a paciência com textos longos. Mas, também tenho qualidades neste tópico. Leio jornais e revistas. Isto também é uma forma de estudo. Mas é pouco, devo reconhecer.

Verdadeiro e firme: eta valores difíceis de serem praticados. Verdadeiro significa ser sincero, agir com ética, compromissado com a verdade. Do mesmo modo, firme não é fácil de ser, ao menos constantemente.

Não raras vezes prefiro vergar a coluna a afrontar opiniões ou comportamentos contrários, mesmo sabendo serem eles errados, com a explicação de "pagar para não se incomodar".

Possuir espírito público: neste quarto quesito a minha consciência diz que sempre mereci mais consideração do que tive do ponto de vista do reconhecimento de terceiros. Aqui o espelho da consciência me diz que, se não andei sempre nos trilhos, o trem da corrupção e das facilidades não me atropelou.

Feitas estas considerações, vem o questionamento das razões de eu estar aqui. Me autoqualificar de maçom.

Mudar a assinatura para incorporar os três pontinhos. Chamar os iguais de irmãos. Praticar rituais com os quais não estava acostumado. Usar trajes que no início me pareceram estranhos. Usar terminologias e gestos estranhos ao meu vocabulário habitual e outras ritualísticas.

O espelho mirado nesta manhã, simbolizado pela minha consciência, me disse algumas coisas interessantes, que gostaria de enumerá-las.

1 - Estou longe de ser um maçom. Sou apenas um aprendiz e talvez algum dia um candidato a ser.

2 - Se algum dia alcançar a condição de maçom tem de ser muito melhor do que sou hoje e se quiser alcançar o objetivo, não será possível sem esforço pessoal e isto ninguém fará por mim.

3  Preciso ser mais educado no trato com os irmãos (de todas as lojas e orientes), mais ativo, mais estudioso, mais verdadeiro e firme, pensar mais no interesse público e ser menos egoísta.

Refletindo sobre tudo isso e observando o comportamento alheio, diga-se de passagem, fazer isso parece que dá mais prazer. Mesmo porque fica mais fácil para justificar as nossas carências e falhas.

Com um fio de prazer concluo que não sou tão desigual. Na minha ótica, não estou sozinho neste mar de imperfeições. Volto a pensar melhor e concluo que isso não justifica, afinal, carências alheias não suprem as minhas.

Assim, não tem jeito. Tenho que cuidar mais de mim. Assumir compromissos de melhora e fazer a própria reforma íntima. Caso contrário, é bem provável que até a condição de aprendiz um dia venha perder, pois a caravana anda e tenho de estar sempre nela, polindo a pedra.

E você, meu irmão, já olhou no espelho hoje para ver e ouvir a voz da sua consciência.?

O SILÊNCIO DE HARPÓCRATES E A INICIAÇÃO -


Desce o primeiro dia que o que se passa em LOJA tem sido uma sequência de mistérios. 

Pouco e pouco alguns se vão revelando, pelo menos parcialmente. 

De todos os que tomei conhecimento, ou de que me apercebi, houve o que me marcou mais: O Silêncio.

I - O Silêncio

Desde as primeiras civilizações que o silêncio é um importante elemento cultural, imposto, muitas vezes com firmeza, para salvaguardar segredos. 

No antigo Egito chegou a existir um Deus do Silêncio, Harpócrates e na classe sacerdotal os iniciados assumiam um estado de silêncio total, a fim de se manterem os segredos e como incitamento á meditação, regra que seria adotada posteriormente pelas sociedades iniciáticas.

Ao longo dos tempos o Silêncio foi mantendo a sua importância, tendo até a G:.L:.U:. da Inglaterra, após a sua unificação adotado a legenda "Ouve, Vê e Cala". 

Os primeiros catecismos maçônicos também referiam que os pontos que distinguiam um Maçom eram a Fraternidade, a Fidelidade e ser Calado.

Comigo, o primeiro contato que tive com este Silêncio foi na Câmara de Reflexão. 

Há muito tempo que não tinha a oportunidade de estar, comigo mesmo, em atitude contemplativa e meditativa durante um espaço de tempo tão longo.

E tão fácil, mas tão estranho ao princípio.

Foi também o primeiro contato que tive com esta irmandade, prenunciador da importância que esta "ferramenta" viria a assumir.

Depois foi a importância que teve no juramento que realizamos na iniciação, as frases que anunciam o "silêncio nas colunas" e no final de cada Sessão o juramento de silêncio sobre tudo o que se passou.

Não podia deixar de referir também o silêncio em que, durante as Sessões, me tenho tido que manter até agora. 

Qual a sua justificação? 

Será um apelo a "Ouvir, Ver e Meditar" ou outra qualquer. 

A mim, basta-me a primeira.

Confirma-se pois que o silêncio é fundamental na origem de todas as iniciações.

Mas afinal o que significa Silêncio?

Não é só a ausência de ruído ou barulho, nem se pode confundir com mutismo.

Normalmente, tendemos a fugir da solidão, do silêncio, da responsabilidade e damos preferência aos reflexos ilusórios e á busca de satisfações, facilidades e alegrias.

O mutismo é a regressão, o mutismo esconde, é negativo e cala. 

O mutismo é calar negativamente perante uma realidade que chama por nós.

O Silêncio, pelo contrário, é propiciador ao exercício do pensamento e da reflexão. 

O Silêncio é proativo e positivo.

É pensando e refletindo, obviamente em Silêncio que chegamos a conclusões, logo se evolui, há progresso e abertura.

Somente um homem capaz de guardar silêncio será disciplinado em todos os outros aspectos do seu ser, podendo-se assim entregar á meditação.

O silêncio é também uma virtude maçônica, uma vez que desenvolve a discrição e permite usar a prudência e a tolerância em relação aos defeitos e faltas dos outros.

O silêncio é pois de ouro e, afinal, o seu som um dos mais belos.

Bom dia meus Silenciosos irmãos.

(autor desconhecido)




maio 23, 2022

TEMPOS MODERNOS NA ORDEM - Adilson Zotovici



Adilson Zotovici é poeta e intelectual maçónico, membro da ARLS Chequer Nassif-169 de S. Bernardo do Campo


Neste tempo hodierno

Muito se fez costumeiro

Buscando algo superno

Para encantar novo obreiro


Fez-se o e-book, moderno,

Mas, do papel falta o cheiro !

O virtual encontro externo

Sem mais pessoal...no canteiro


Trocam telefonema terno

Por um "Zap" frio, ligeiro, 

Até o abraço fraterno

Por um " alô  companheiro "


Carta em folha dum caderno

Por um e-mail corriqueiro

O bom estudo sempiterno

Por rega-bofe, festeiro


O balandrau fez-se terno,

O tênis virou rotineiro

Sem o vigor abeterno

Dos que ensinaram o roteiro


Transiente, qual verão, inverno...

Mas, falta o elã sobranceiro

Mormente ao teimoso e  eterno,

Como eu...velho livre pedreiro !


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PEDREIROS LIVRES? TRANSPARÊNCIA É FUNDAMENTAL - Roberto Bertelli M.'.M.'


Quando realizamos os primeiros contatos com a Maçonaria, deparamo-nos com o termo "livre e de bons costumes".

Uma sentença genérica, cuja interpretação torna-se profunda e extensa, pois:

1) somos todos livres, já que não há mais sistemas escravocratas;

2) precisamos saber o que são costumes, quais os costumes de determinado grupo social e identificar quais seriam os costumes tidos como "bons" por aquele mesmo grupo.

Como a segunda tarefa requer um esforço a ser realizado pelos próprios maçons pertencentes aos diversos grupos, cada um com seus costumes particulares, cada um com o seu ideal de "bom costume",  resta-nos "filosofar" acerca do sentido de "ser livre", sem qualquer pretensão de esgotá-lo.

Entendemos que ser um homem livre, é não se encontrar atado aos *grilhões da ignorância*.

Ora, um homem que não pensa por si só, que não investiga a verdade, que não busca o conhecimento, mantém-se enclausurado em sua ignorância, desenvolvendo, dentro de si, a intolerância e o preconceito.

Consequentemente não dispõe esse homem das ferramentas necessárias para combater os erros e, assim, jamais eliminará de si a ignorância.

Restará escravizado, agrilhoado.

Nesse aspecto o homem deixa de ser livre.

Por outro lado, em nossa primeira jornada maçônica, aprendemos que os homens são livres e iguais em direitos.

Aprendemos, ainda, que a Maçonaria defende a plena liberdade de expressão do pensamento.

Não obstante tais decretos de “liberdade”, aprendemos mais adiante sobre os deveres dos Maçons.

Na dicotomia “direitos/deveres”, apesar de serem conceitos contrários, complementam-se, assim como na dialética platônica, não havendo falar-se em antinomia.

Os nossos direitos são complementados pelos nossos deveres, como no velho ditado de que "nossos direitos terminam onde iniciam nossos deveres".

Assim o é com a liberdade, que tem seu término quando transgride uma norma, ou invade a liberdade de outrem.

Nesse aspecto visualizamos sim a antinomia de conceitos iguais. 

Contudo, basta atentarmo-nos aos ensinamentos dos Mestres provectos para notarmos que a liberdade tratada é a de pensamento, pois tal liberdade é ilimitada.

O maior ensinamento que recebemos é a de que a liberdade maçônica reside no pensamento.

São pelas atividades cognitivas que os Maçons se tornam absolutamente livres.

Desse modo, estar agrilhoado pela ignorância é ter a atividade cognitiva escravizada.

Nesse aspecto, podemos visualizar a ignorância como grades que prendem o pensamento.

*O Maçom deve ter a liberdade de pensar e de se expressar*, mas sempre se baseando pelos seus direitos e deveres, pois é somente pelo pensamento e pela expressão de ideias que a Maçonaria libertará o homem para sua função de edificador social.

 



maio 22, 2022

CONVERSANDO COMIGO - Newton Agrella



Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Considerado um dos maiores intelectuais da maçonaria no país

Meu sogro era um homem simples, mas uma pessoa extremamente sábia e astuta.  

Do alto de sua experiência de vida  costumava dizer o seguinte:

"...O que você está tentando me ensinar, eu já esquecí..."

Com essa breve e singela parábola hoje eu percebo que as reais dimensões das nossas vidas, não se medem pela sua extensão, pela sua longevidade nem tampouco pelo que conseguimos acumular materialmente.

Percebo, que a vida encerra todo seu significado pelo que conseguimos abstrair de sua profundidade...

Nosso valor existencial reside na ética, na moral e na versão espiritual de nossos atos.

Sentar sobre o óbvio não produz resultados.

Nossa caminhada só  ganha efeito quando somos capazes de compartilhar idéias, de questionar o desconhecido e de nos propormos a ouvir quando é o caso e a se expressar como forma de não se acovardar diante das questões humanas.

Repetir uma oração pode até ser um paliativo para reduzir as dores da Alma durante algumas horas.

Porém a manifestação sentida, que toma forma e conteúdo advinda lá do recôndito de nossa consciência é o que nos torna reféns e questionadores de nossas dúvidas.

Existo porque sou o produto de um Princípio Criador e Incriado.

E cabe a mim burilar minhas imperfeições, conjugar todos os verbos que compõem o meu acervo e não ter receio de ser quem eu sou.

É vida que segue, é vida que se compartilha.

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