junho 07, 2022

O LAÇO E O ABRAÇO - Mário Quintana



O gaúcho Mario Quintana foi tradutor, jornalista e um dos maiores poetas do Brasil.


Meu Deus! Como é engraçado! Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço...

Uma fita dando voltas. Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.

É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.

É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.

E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando... devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.

Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido. E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.

Ah! Então, é assim o amor, a amizade. Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.

Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço.

Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade. E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.

E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.

Então o amor e a amizade são isso...

Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.

Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!

junho 06, 2022

O QUE APRENDI COMO APRENDIZ MAÇOM - Ir.’. José Marcos Paula Theodoro


Quando entre colunas, ouvi muito, falei pouco, observei bastante; li muito, tudo o que pude, e sempre tirei algum ensinamento para a minha vida maçônica ou profana. Mas afinal, o que eu aprendi? 

Aprendi que um homem de bem deve manter a posição nas fileiras do bem, sustentando a própria fé, abraçando o trabalho do bem e aos outros com alegria, evitando relacionamentos inconvenientes ou inúteis, procurando sempre o lado melhor da situação e as pessoas para qualquer referência, não sonegando, entretanto, auxílio e compreensão aos semelhantes; e se cair em erro, buscar a retificação, sem qualquer desculpismo. 

Conheci instrumentos de trabalho, como o Malhete, o bastão, as espadas, a régua, o maço e o cinzel, a bolsa de PProp.’. e IInf.’., a bolsa de Beneficência, livros, documentos e o próprio Pavilhão Nacional; alguns até comuns da vida profana, mas que, através do ensinamento maçônico, cada um com seu significado, transformam-se em verdadeiras ferramentas de vida, de fé, de coragem, de esperança e de trabalho. 

Aprendi que a caridade do maçom não tem limites, mas este deve sempre agir com os ditames da prudência. Compreendi que a maior caridade é a que fazemos para nós mesmos, cuidando de nossa mente e de nossa família, renovando constantemente nossos pensamentos, simplesmente dizendo a si mesmo que quer pensar corretamente e procurando eliminar as impurezas mentais, substituindo-as pelas potencialidades mais sublimes, nossas virtudes, pois todos nós a temos em nosso coração, basta que procuremos. 

Aprendi que o Maçom deve se alicerçar na virtude da Fidelidade, pois a Maçonaria busca instilar em seus membros as virtudes da tolerância, honestidade, caridade e lealdade. O laço invisível que liga todos os maçons é parte da experiência deles nas culturas, não somente o trabalho dentro da Loja, mas também no mundo. 

A qualquer parte aonde ele vá, qualquer posição dele na vida, o maçom sabe que quando ele encontra um irmão, ele estará encontrando alguém que oferecerá a amizade, suporte moral e qualquer ajuda prática que possa necessitar. A Maçonaria é uma sociedade baseada na verdade: a verdade que é enfatizada no fechamento de todos os encontros maçônicos, quando os presentes se unem para expressar a fidelidade mútua. 

Aprendi que ser Maçom é despertar o sentido de compreensão do indivíduo e estar preparado para assisti-lo nos momentos de dificuldades. No aprendizado inicial aprendemos que além dos SS.’. TT.’. e PP.’. o Maçom deve ser reconhecido pelos atos e posturas dentro da sociedade e no meio onde vive. 

Do ponto de vista maçônico, encontramos na terceira Instrução do Ritual de Aprendiz Maçom a assertiva de que a inteligência, quando dirigida por uma sã Moral, é suficiente para discernir o Bem do Mal. A Moral ensinada pela Maçonaria baseia-se no amor ao próximo, não só dentro das Lojas, mas também na vida profana, para exercitar aquilo que foi aprendido nos nossos templos; do contrário seremos apenas acadêmicos bem formados. 

A cada ensinamento, cada lição e conversa com os irmãos, aprendi palavras novas, sinais de comunicação não compreensíveis no mundo profano, que só o verdadeiro maçom pode decifrar, jurando sempre ao final de cada sessão, o mais profundo silêncio de tudo que vi e ouvi, sem nada revelar. Mais uma vez, estaria praticando a fidelidade. 

Com meu avental aprendi que esta é a mais honrosa insígnia do maçom, emblemático do trabalho e indicativo de que sempre temos que ser ativos e laboriosos na construção de um mundo melhor, cujo simbolismo é a pedra bruta, que é o objeto do trabalho inicial de qualquer construção. 

Cada pedra é única e liberta-se da sua forma tosca através de um árduo trabalho de aperfeiçoamento, polindo as suas faces, alisando as suas arestas, para que possa ser uma das peças do edifício, que é o nosso próprio aperfeiçoamento moral que sendo construído. 

junho 05, 2022

UM COMPANHEIRO NUMA SESSÃO DE GRAUS SUPERIORES* (baseado num acontecimento real) = Ademar Valsechi



O Ir.’. Ademar Valsechi, de Sta. Catarina é médico, intelectual maçônico, expert em música e excelente escritor.

- O Companheiro (grau 2) M.S., já de certa idade (mais de 70 anos), maravilhou-se pela maçonaria e além de sua Loja, frequentava tudo que vinha ao seu conhecimento, sejam reuniões virtuais ou presenciais.

Um dia, seu conhecido, o Ir.’.  E.M. o convidou para uma sessão com palestra, num determinado sábado pela manhã, com início às 09:00 horas. O Ir.’. enviou a localização e combinaram chegar mais cedo, com o traje usual: Terno, sapatos e gravata pretos com camisa branca, não esquecendo os paramentos do grau.

O Ir.’. M.S. colocou seu avental branco na bolsa de sempre e se dirigiu ao endereço. 

Lá chegando, o Ir.’. E.M. o aguardava e foi apresentado aos outros, mas o Ir.’. M.S. já conhecia muitos deles. 

À medida que outros Irmãos chegavam, além dos cumprimentos, iam colocando os paramento. O Ir.’. M. percebeu muitos aventais e faixas diferentes. 

Perguntou ao Ir.’. E.M. por que o paramento diferente, ele falou que estava no grau 21. Chegou um conhecido, médico que foi seu professor na Faculdade de Medicina, que o cumprimentou efusivamente e além de avental e faixa também colocou um chapeuzinho na cabeça. - Ele é grau 33, soprou alguém ao seu lado.

Após os abraços, foi convidado a assinar o livro de visitantes. Colocou o nome e onde citava o grau, colocou em número romano II.

O Ir.’. que estava coletando a assinatura, que demonstrava idade avançada perguntou ao Ir.’. M.: 

- Grau 11?

O Ir.’. M. respondeu: - Dois, mas o seu sotaque manezinho soou “Dox”. O Ir.’. Chanceler, um tanto surdo falou: - Doze? e comentou: - Parabéns, está subindo a escada com galhardia.

- Não, respondeu: Grau dois, monstrando com a mão, dois dedos erguidos.

O Ir.’. E.M. nada percebeu, pois estava do outro lado conversando.

Alguns Irmãos como o grau 33, outro com paramentos parecendo do time de futebol Vasco da Gama e outros de cores parecendo arco-íris, sumiram.

Mais tarde contaram o que aconteceu: 

- Sabendo do fato, o presidente da Loja de Perfeição, que iria dirigir aquela sessão, convocou rapidamente os responsáveis pelos outros Corpos Filosóficos presentes e apresentou o problema: 

- Temos aqui um Irmão dos Graus Simbólicos, que sem perceber foi convidado para uma sessão dos Graus Superiores.

O Ir.’. Grau 33, ponderou:

- Conheço este Ir.’. M.S., meu colega médico e altamente interessado. Se Ir.’. palestrante chegou, podemos conversar com ele?

- Sim, vamos fazer isto, respondeu um deles.

Sabendo do que se tratava, o Ir.’. palestrante comentou que o assunto versaria ao nível do grau 4, dando conhecimento aos novos iniciados, o que se propõe os Graus Superiores.

O Ir.’. Grau 33, propôs:

- Poderia apenas alterar levemente o foco e fazer uma palestra promocional, para todos nós, de como poderemos motivar os novos Irmãos grau 3, a assumirem os Graus Superiores?

- Sem problemas, respondeu o experiente palestrante.

Neste momento entra o Ir.’. E.M. preocupadíssimo, explicando que o Ir.’. M.S. pela idade e conhecimentos demostrados, lhe deu a impressão de estar nos Graus Filosóficos.

- Fique tranquilo, respondeu o Presidente da Loja de Perfeição. Está tudo sob controle.

O Mestre de Cerimônias solicitou que todos se preparassem para o cortejo e pediu ao Ir.’. M. que ficasse fora, um pouco distante da porta. Com certeza para nada ouvir. Iriam fazer a abertura da sessão normal para o grau 4 e ao se colocar a Loja em recreação, ele seria convidado a assistir a palestra.

Assim foi feito. Depois de alguns minutos, o Mestre de Cerimônias o conduziu para dentro do Templo, indicando o local para sentar. Foi uma bela palestra motivacional. Logo foi conduzido novamente para fora, aguardando o fechamento da Loja e a saída de todos.

Depois foram para o ágape e a brincadeira reinante foi a “goteira”, que colocou em “saias justas” os Presidentes dos Corpos Filosóficos.

Agora o Ir.’. M.S. já é Mestre, grau 3 e, apesar de ainda não ter o tempo suficiente de Mestrado, está louco para entrar nos Graus Superiores, querendo ser iniciado no Grau 4.

junho 04, 2022

AS SETE ARTES LIBERAIS - Ir.’. Mauro Tavares




Ao começar meus estudos sobre a Arte Real, especificamente sobre o Painel de Aprendiz, fiquei maravilhado frente ao oceano de significados que um simples ponto pode representar. Fato este que deixaria, sem sombras de dúvidas, qualquer grande autor dos tratados de semiótica, como por exemplo o afamado Humberto Eco (autor do renomado livro “O Nome da Rosa”), estimulado.

E se este mesmo autor analisasse as colunas B e J? As características arquitetônicas, filosóficas e maçônicas de cada parte destas colunas? Pois é, foi com esta curiosidade que me deparei com a corda de 7 nós, também presente no painel de aprendiz. Daí a primeira pergunta: por quê sete nós? Comecei a pesquisar. Daí a minha primeira dificuldade, pois a maioria dos autores compulsados não falavam tudo, sempre deixando alguma coisa no ar como se nos induzisse a procurar mais. 

Procurei em outros, mais um pouco de respostas, mas, ainda, com dúvidas. Isso não é bonito? Pensei, como é perfeita a maçonaria, mesmo nos respondendo nos estimula a procurar mais, por que as respostas nem sempre estão juntas. Mas por que sete nós e não quatro, dois, nove ou outro número? Assim, nesta odisseia de pesquisa, enviei um e-mail ao Ir.’. José Castellani indagando sobre os sete nós. E como não poderia ser diferente, o mesmo deu-me pistas para eu mesmo procurar as respostas. 

O sete por ser um número cabalístico, nos induz a pensar em muitos significados... Foi na obra “ Curso de Maçonaria Simbólica”, do Ir.’. Theobaldo Varoli Filho, que pude encontrar uma adequada explicação, no que se refere aos sete nós. Tudo teve início nas ordens monásticas medievais, ou seja, o ensino era gratuito ( como ainda hoje é preconizado pela nossa Or.’. ) e a disseminação da cultura era muito estimulada entre os mesmos, sendo esta última enfatizada pelos Beneditinos. 

Cassiodoro (468-561), após ter sido primeiro ministro do rei Ostrogodo Teodorico, fundou um convento e agregou monges, cujas principais obrigações eram a de reproduzir manuscritos e a praticar algumas artes ditas como liberais. Liberais por ser dignas de um homem livre e totalizavam sete, ou seja, gramática, retórica, lógica, aritmética, geometria, música e astronomia. 

Todavia coube a Boécio, um filósofo, poeta e estadista contemporâneo de Cassiodoro, a distinção das sete artes liberais em TRIVIUM (gramática, lógica e retórica) e QUADRIVIUM (aritmética, geometria, música e astronomia), o que correspondia a uma divisão de estudos em dois ciclos. 

Estas sete artes representavam, em razão direta, as artes que o Aprendiz tinha que dominar para ascender na Esc.’. de Jacó, ou seja, era necessários sete anos de estudos, uma arte por ano, para que um Apr.’.M.’. passasse a Comp.’.M.’. Isto ainda ocorria nos primórdios da maçonaria especulativa. Ainda hoje, encontramos no ritual do grau 1o. do REAA, que o Apr.’. deve procurar dominar as Sete Artes Liberais. 

E por gramática entende-se que é a sistematização dos fatos da linguagem, por retórica a arte de bem dizer e de exprimir, lógica a ciência da verdade e do método ( aqui cabe um parêntesis: ainda no referido ritual do Grau 1o., cabe ao maçom, discípulo de liderança, o dever de falar e escrever com correção e verdade, e, acima de tudo, falar pouco e dizer muito ); por aritmética a ciência dos números, geometria é o estudo das medidas e extensões, e além dos ensinamentos simbólicos e filosóficos que proporciona, a geometria ensina, aos obreiros da Arte Real, a contar e medir seus próprios atos; por música, além de demonstrar a exatidão dos números de vibrações por segundo (frequência) dos sons realmente afinados, inspira a grandes emoções e a harmonia, haja vista a presença desta importante coluna representada pelo M.’. de Harm.’., que, inclusive, é o propósito de outro trabalho já concluído; e, por último, a astronomia – que além de seus ensinamentos científicos, mostra ao Maçom a sua insignificância diante da obra do GADU, e que o maçom, sendo o microcosmo, procura inteirar-se da grandeza do macrocosmo. Para aqueles IIr.’ que queiram aprofunda-se no conhecimento destas artes, cito a tese do Ir.’. Carvalho Nunes, publicada pela Ed. A Trolha, intitulada “ As artes liberais e a Maçonaria”.

Por fim, espero, que, com este simples trabalho, eu tenha contribuído ao enriquecimento dos conhecimentos maçônicos dos IIr.’. participantes desta Lista, especificamente no que se refere à corda de sete nós que adorna o painel do grau de Apr.’.M.’..

junho 03, 2022

A POSSE DE DEUS - Charles Evaldo Boller



A oposição maçônica contra a ignorância acontece naturalmente e sem demandas sangrentas, como no caso das cisões da Reforma.

Mesmo a contragosto de maçons operativos, cujo fervor religioso era intenso, as mudanças foram ocorrendo em resultado da iluminação (Aufklärung, Kant) dos homens que se reuniam às escondidas do fanatismo da religião.

Aos poucos os grilhões da ditadura religiosa foram despedaçados pelo poder do pensamento.

A Maçonaria Especulativa adota a filosofia deísta e cunha a ideia Grande Arquiteto do Universo para solucionar os problemas de consciência religiosa, sustar o temor da vida após a morte usada despoticamente pelas religiões. Isto possibilita um forro de debate onde se discutem assuntos ligados à evolução do homem em sentido lato: longe de debates sobre religião e política militante, assuntos que sempre trazem consequências desastrosas ao convívio pacífico das pessoas.

Todo maçom sabe que na ordem maçônica ele alcança livremente à realidade última de si quando entende o significado do conceito Grande Arquiteto do Universo. Este significa a liberdade absoluta pelo poder do pensamento baseado num conceito de fé prática. É assemelhado ao proposto na filosofia moral de Kant, onde se reconhece nesta fé uma atitude comprometida com a moral, uma ação com objetivos necessários, práticos.

Todo maçom iluminado (Aufgeklärt, Kant) é profundamente religioso porque disso depende sua fé num Princípio Criador.

A Ordem Maçônica inspira profunda espiritualidade usufruindo de liberdade em sentido amplo, onde a principal liberdade reside no fato de partirem-se os grilhões que o tentam subjugar pelo medo às ameaças proferidas pelos religiosos com respeito à vida após a morte.

A Maçonaria prepara o adepto para o enfrentamento da angústia existencial. Na Maçonaria cada grau implica num relacionamento cada vez mais íntimo com a morte, onde esta é aceita como passagem de uma condição imperfeita para outra melhorada. E para que tal aconteça, não há necessidade de morrer de fato, isto é realizado simbolicamente — o maçom evolui a cada passo em direção à Luz (Aufklärung, Kant) que veio buscar na porta do templo maçônico.

junho 02, 2022

A REFLEXÃO FILOSÓFICA



Reflexão significa movimento de volta sobre si mesmo ou movimento de retorno a si mesmo. A reflexão é o movimento pelo qual o pensamento volta-se para si mesmo, interrogando a si mesmo.

A reflexão filosófica é tida como radical porque é um movimento de volta do pensamento sobre si mesmo para conhecer-se a si mesmo, para indagar como é possível o próprio pensamento. Não somos, porém, somente seres pensantes. Somos também seres que agem no mundo, que se relacionam com os outros seres humanos, com os animais, as plantas, as coisas, os fatos e acontecimentos, e exprimimos essas relações tanto por meio da linguagem quanto por meio de gestos e ações.

A reflexão filosófica também se volta para essas relações que mantemos com a realidade circundante, para o que dizemos e para as ações que realizamos nessas relações. A reflexão filosófica organiza-se em torno de três grandes conjuntos de perguntas ou questões:

- Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que fazemos?

- O que queremos pensar quando pensamos, o que queremos dizer quando falamos, o que queremos fazer quando agimos? Isto é, qual é o conteúdo ou o sentido do que pensamos, dizemos ou fazemos?

- Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos? Isto é, qual a intenção ou a finalidade do que pensamos, dizemos e fazemos?

Essas três questões podem ser resumidas em: o que é pensar, falar e agir? E elas pressupõem a seguinte pergunta: nossas crenças cotidianas são ou não um saber verdadeiro, um conhecimento? A atitude filosófica inicia-se indagando: o que é?, como é?, por que é?, dirigindo-se ao mundo que nos rodeia e aos seres humanos que nele vivem e com ele se relacionam. 

São perguntas sobre a essência, a significação ou a estrutura e a origem de todas as coisas.

A reflexão filosófica, por sua vez, indaga: por quê?, o quê?, para quê?, dirigindo-se ao pensamento, aos seres humanos no ato da reflexão. São perguntas sobre a capacidade e a finalidade humanas para conhecer e agir.

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Bibliografia

PRÉ-SOCRÁTICOS, Col. “Os Pensadores”, vol. 1, seleção de textos e supervisão do prof. Dr. José Cavalcante de Souza, São Paulo, Abril Cultural, 1978.

junho 01, 2022

O SEGREDO MAÇÔNICO - Ir. Antonio Aguiar de Sales


Ir.: ANTONIO AGUIAR DE SALES  Venerável Mestre da A.:R.:B.:L.:S.: LIBERDADE n. 1 da Grande Loja Maçônica da Bahia, Brasil.

Adaptado ao ensino das verdades de ordem superior, religiosas e metafísicas, ou seja, de tudo que é repelido ou descuidado pelo espírito moderno. “É inteiramente o oposto do que convém ao racionalismo, e todos os seus adversários comportam-se, sem saber, como verdadeiros racionalistas”, acrescenta René Guénon ao pregar uma reforma da mentalidade moderna – restauração da verdadeira intelectualidade e das tradições doutrinárias. Muitos são os que continuam mergulhados nas trevas, mesmo após lhes serem retiradas as vendas, pois em suas retinas não penetrou o fulgor das Luzes da Iniciação Maçônica.

Os segredos nunca lhes serão revelados. Estes segredos só serão descobertos por si próprio, através de seus estudos, observações e compreensão dos símbolos e uma clara interpretação da Ritualística Maçônica. A porta foi aberta, os segredos gradativamente mostrados e, no entanto, não os viram, pois a pedra bruta do “eu interior” não foi desbastada e o espírito não foi burilado.

A Maçonaria não é secreta, todavia possui um segredo básico e é justamente por causa da existência desse segredo que temos certeza que existe a segurança da imutabilidade de sua doutrina. Se procurarmos olhar os símbolos através da ótica filosófica, iremos verificar que eles são segredo básico da Instituição Maçônica. Quando alguém procede à análise de um símbolo, encontra algo que repercute exclusivamente na sua consciência e essa repercussão é absolutamente intransferível. Quando afirmamos que os símbolos são o grande segredo maçônico, fazemo-lo com convicção, uma vez que sabemos que só o iniciado, depois de muito esforço e estudo, será capaz de fazer a exegese perfeita de um símbolo.

A Maçonaria adota o símbolo como uma das maneiras de se alcançar um determinado tipo de conhecimento e reside aí o grande segredo a revelar as razões por que a doutrina maçônica permanece intacta apesar de lugares e épocas completamente diferentes.

Concluímos com um pensamento do Irmão. “O simbolismo é a síntese da sabedoria humana no caminho transcendental da procura da VERDADE única e absoluta; sem ele a Maçonaria torna-se um corpo sem cérebro, robotizado e sem faculdades intuitivas.

Meditemos sobre isso.

Executava milagres;

Foi perseguido por um tirano em sua infância;

Subiu ao Céu.

• Buda:

Nasceu também de uma virgem, Maya;

É chamado de Pastor Bom;

Executava milagres;

Atingiu a Iluminação.

• Hórus:

Nasceu de uma virgem, no dia 25 de dezembro;

É considerado o Messias, a Luz e a Verdade;

É chamado de Pastor Bom e de KRST — O Filho Ungido de Deus;

Executava milagres;

Tinha 12 discípulos;

Foi enterrado e, no terceiro dia, ressuscitou um homem.

• Mitra:

Os (algumas vezes chamados de Cavaleiros de Cristo, Cavaleiros do Templo, Pobres Cavaleiros, Ordem do Templo, O Templo, etc.).

No outono de 1127, Hugues e mais cinco cavaleiros foram à Roma pedir o reconhecimento do Papa e buscar novos cavaleiros. Lá entraram em contato com Bernard de Clairveaux, que se interessou pela Ordem. Ele era líder da Ordem Cisterciense (ou monges-brancos, uma dissidência dos monges beneditinos). Em 13 de janeiro de 1128, foi realizado, então, o Conselho de Troyes, presidido pelo legado do Papa Mathieu d’Albano, os bispos de Troyes e de Auxetrre e muitos abades, entre eles o abade de Citeaux e, provavelmente, Bernard. Quando se uniu à Ordem, Bernard foi imbuído pelos ideais e convicções dos Cavaleiros de Borgonha. Ele era contra os cavaleiros que usavam cabelos longos, jóias, sedas e plumas. Bernard, então, foi chamado pelo Conselho de Troyes para criar as regras da Ordem. Ele levantou a bandeira e pediu suporte contra as Ordens que possuíam terras e dinheiro, exortando assim os homens de boa família a largarem a vida de pecados e entrarem para a Sua Ordem. Resumindo, o último Mestre da Ordem foi Jacques de Molay.

Arrogante e iletrado, fez duas coisas para chegar ao poder: republicou a antiga regra da Ordem do Templo, a qual dizia que eles não podiam possuir livros, por achar que isso os mantinha distraídos da arte da guerra; e preparou outra cruzada para reconquistar a Terra Santa. O motivo mais plausível para tais atitudes seria que, sem a Terra Santa para defender, a Ordem do Templo poderia ser extinta. Outras Ordens coirmãs também haviam se estabelecido em principados próprios. Os Hospitalários, na Ilha de Malta, e os Cavaleiros Teotônicos, em Ondersland. Os Templários, por sua vez, tinham suas vistas para a área do Languedoc. Eles receberam várias doações, privilégios especiais e adquiriram inúmeras posses, tornando-se ricos e poderosos.

Por isso, diante da necessidade da Coroa Francesa, fizeram-lhe um empréstimo considerável. Em 1306, o rei Filipe IV — também conhecido como Filipe, o Belo — estava desesperadamente quebrado. Tinha previamente quitado seus débitos com os judeus e os lombardos da França, prendendo-os e exilando-os. Tramou, então, um audacioso plano para conseguir o lendário tesouro templário. Só um crime poderia condenar os Pobres Cavaleiros: a heresia, visto que eles deviam obediência somente ao Papa. Filipe teve ajuda de um ex-cavaleiro templário, Esequieu de Floryan, que, pessoalmente, queria a desmoralização da Ordem, e de um perito em criação de heresias, chamado Guillaume de Nogaret. Filipe, então, arranjou um “papa-fantoche”. Numa sexta-feira, 13 de outubro de 1307, todos os Templários foram presos na França(daí a crença de que sextas-feiras 13 dão azar), e o Papa de Filipe enviou ordens de prisão a todos os Cavaleiros de Cristo, pedindo aos reis cristãos que fizessem o mesmo.

Os cavaleiros foram torturados, cada um de uma maneira, e forçados a confessar coisas absurdas, tais como: Cultuar um ídolo de nome Bafomé; Cuspir e pisar na cruz e até mesmo, negá-la; Não praticar sacramentos; Conspirar; Praticar sodomia e homossexualismo. Os três últimos Templários foram queimados na estaca. Eram eles, Hugo de Pairaud, Godofredo de Charney e o Grão-Mestre da Ordem, Jacques de Molay. “Non Nobis Domine. Non Nobis, sed Nomini Tuo da Gloriam”. (“Não por nós, Senhor, não por nós, mas para que teu nome tenha a glória”). Uma pesquisa recente revela-nos que os Templários acolheram vários refugiados cátaros. Bertrand Blanchefort, por exemplo, foi Grão-Mestre da Ordem e era descendente de família cátara. Há uma evidência documentada de que muitos Cavaleiros Templários ajudavam os cátaros nas lutas contra a Cruzada.

Quem afirma isso são os Abraxas, um grupo que é dirigido por Charles Bywaters e Nicole Dawe, residentes em Rennes-les-Bains-Aude, França, uma região templária. Eles descobriram sítios arqueológicos, até agora intocados, com valiosa e sólida documentação. Para os Abraxas, a perseguição da Inquisição — o genocídio bárbaro (originado pela crueldade dos que se intitulam representantes de Deus e, o que é pior, “Obreiros” fiéis de sua “Obra Divina”) ocorrido no Languedoc, no sul da França, onde mais de 30 mil homens dizimaram colheitas, destruíram cidades, exterminando CRIANÇAS, MULHERES E HOMENS — deve ter tido um motivo muito forte, um “segredo monumental” e, ao mesmo tempo, muito perigoso, que deveria ser silenciado para sempre.

Será que esse segredo era a respeito do Papa, ou da religião cristã, ou da Coroa Francesa? O que seria tão grave para que a Inquisição tomasse uma atitude tão drástica como aquela? Há muitas evidências de que não era apenas pelo simples fato de os cátaros serem pagãos. Há, inclusive, algumas lendas descrevem os catáros como possuidores de algo muito valioso, ligado ao Santo Graal, talvez um dos objetos preciosos que estavam sob seu poder. Um fato narrado na história refere-se a um dos oficiais daquele maldito exército que, ao perguntar ao Papa como conseguiria distinguir os cristãos dos hereges, recebeu a seguinte resposta: “Mate-os todos, Deus reconhecerá os seus”. A Cruzada Albigense foi, seguramente, uma guerra sangrenta e inominável.

Para que o leitor tenha uma noção do assunto, vamos tentar explicar melhor, em poucas linhas, o que foi essa tormenta: Estamos nos tempos das Cruzadas, na França, no Languedoc (o Midi Francês), no início do século XIII, quando a riqueza e a opulência floresciam nessa região. Sua política torna-se afim com os reinos de Leon, Aragon e Castela (Espanha). O Languedoc era governado por várias famílias nobres, que se submetiam aos condes de Tolouse e à sua poderosa casa de Trencavel.

Um principado que se tornara a mais fiel representação da Cultura, do Progresso e da Sofisticação, despertando, assim, a inveja dos potentados de todo o continente europeu cristão que, diga-se de passagem, enfrentava um verdadeiro colapso cultural de sua civilização greco-romana. Apesar dos rígidos padrões de controle do pensamento e da reflexão pela estrutura eclesiástica, surgiam vozes que se levantavam contra o abuso e a arrogância da Santa Madre Igreja. Embora fosse cristão, o Languedoc não era fanático. Seus habitantes valorizavam a educação, a filosofia, as artes e a ciência, assim como eram conhecedores de boa parte da tradição espiritual do Ocidente, ecos do pensamento de Heráclito, Pitágoras e Platão. Em 1165, lançou-se um grito de guerra sobre o Languedoc.

A Igreja de Roma atacou seus pontos fracos. Os que foram sido julgados como hereges já tinham sido condenados pelo conselho eclesiástico, na cidade de Albi-Languedoc (no sul na França). Daí o motivo pela a qual a população local tenha sido denominada por Roma de albigense. Muitos podem indagar: quem eram, afinal, os heréticos? A heresia albigense ou cátara não seguia teologia e doutrinas fixas, codificadas e definitivas. Levando-se em conta os poucos documentos que escaparam da destruição da Inquisição, podemos verificar que a prática dos cátaros, em relação ao Cristianismo, era mais antiga e pura. Eles rezavam ao ar livre, eram em sua grande maioria vegetarianos (embora comessem carne de peixes) e exaltavam a vida simples e a humildade. Para os cátaros-albigenses, a fé não era apenas uma doutrina a ser pregada, e sim um sistema de vida a ser seguido.

Eles se denominavam cristãos e chamavam o diabo de “Príncipe do Mundo”. Chamavam sua igreja de “Igreja do Amor” (Roma de trás para a frente). Os cátaros diziam que Jesus era seu profeta, sacerdote, rei e messias, um agente ungido. Conheciam todos os pontos tidos como esotéricos, místicos e mitológicos pregados pelo Cristo enquanto era rechaçado pela Igreja de Roma, o princípio feminino florescia em Languedoc. As mulheres podiam exercer funções e ser proprietárias de seus próprios bens em igualdade com os homens.

Para os cátaros, Maria Madalena significava esse “Princípio Feminino” e era parte integrante da lenda do Santo Graal. E aqui surge um outro motivo, talvez a principal razão, para a perseguição e para os tormentos que a Inquisição arregimentou contra os cátaros. E mais um motivo, talvez a verdade oculta dessa lenda (ou heresia) não esteja contida dentro de um cálice miraculoso, e sim no ventre de Maria Madalena, como mulher de Jesus, ou seja, um herdeiro do sangue real azul, ou sangue real da dinastia de David, um filho de Jesus e de Maria Madalena — a criança do Santo Graal, na Europa. Os Cavaleiros Templários também eram excessivamente preocupados com o “Princípio Feminino”. Os Abraxas descobriram documentos da Ordem do Templo que relatam um número expressivo de mulheres pertencentes àOrdem e a inclusão delas nos trabalhos.

Outros pontos de relevância: o Preceptório Templário estava construído em Troyes (cidade de onde Chrètrien de Troyes, o primeiro a escrever a respeito do Santo Graal, retirou o nome literário), e a mais famosa igreja de Troyes é dedicada à Maria Madalena. Nesse ponto, podemos fazer uma ligação com o início do texto, quando falamos a respeito dos Manuscritos do Mar Morto.

Hugh Schonfield, um dos acadêmicos mais respeitados em relação ao Novo Testamento, demonstrou que os Templários usavam um código conhecido como “Atsbash Cipher”, que está cifrado em diversos pergaminhos. Se fizermos a aplicação desse código no nome do ídolo venerado pelos Templários (Bafomé), ele se transformará na palavra grega Sophia, cuja tradução é sabedoria. Vejamos: Sophia também pode ser traduzida para o hebraico como Choknah, uma figura feminina que surge no livro Provérbios, do Antigo Testamento. Para os gnósticos de Nag Hammadi, Madalena é a encarnação idealizada da Atena grega e da Ísis egípcia, chamada, às vezes, de Sophia. Choknah é a chave para a compreensão da Cabala.

Segundo Lawrence Gardner, em sua obra A Linhagem do Santo Graal (lançada pela Madras Editora), a genealogia de Jesus é investigada até hoje. Gardner também compara o Novo Testamento com os arquivos romanos e judaicos. Nessa consideração, ele detalha como a Igreja corrompeu e manipulou os registros para que servissem a seus propósitos políticos. Apesar de a doutrina católica informar que Jesus era filho de uma virgem e filho de Deus, Lucas e Mateus enfatizam a linhagem e a descendência de Jesus, de David, de Israel, e dos reis de Judá.

O que nos soa mais estranho é o fato de a Cruzada Albigense ter punido tão cruelmente por heresia a comunidade cátara, visitada por São Domingos e São Francisco de Assis, que ficaram impressionados com os métodos de evangelização cátaros e passaram a empregá-los por meio de seus frades mendicantes, juntamente com os votos feitos pelo “parfaits”: pobreza e caridade. Outro que ficou impressionado foi São Bernardo, que disse: “Nenhum sermão é mais cristão que o deles, e sua moral é pura”. Quero aproveitar e abrir um parêntese para relatar, em poucas linhas, a lenda na qual o Graal não é uma taça (objeto), mas sim uma pedra preciosa com muitos poderes, que foi trazida para o planeta Terra pelos anjos. Essa pedra* representava a terceira visão de Lúcifer, o Anjo da Luz, filho primogênito de Deus . Quando Lúcifer se rebelou e desceu aos mundos inferiores, essa pedra, também chamada de lápis exillis (pedra caída do céu), se dividiu em três partes.

Uma dessas partes permanece entre as sobrancelhas do Senhor Lúcifer; outra é conhecida como a Pedra Filosofal, aquela que transforma metais em ouro, homens em reis, iniciados em adeptos. Essa pedra lembra muito a esmeralda de cor verde (sinônimo de esperança e vitalidade). E a terceira parte seria o próprio Graal. O que na Verdade nós quisemos demonstrar aqui foi que nem sempre a documentação é suficiente para reconstruir os fatos com fidelidade, deixando permanecer ainda muitos dos enigmas históricos. Mas, em O Pergaminho Secreto, o autor Andrew Sinclair revela documentos baseados em fatos, em vez de especulações. Essa revelação está fundamentada em um documento inédito - o “Pergaminho de Kirkwall”, achado em uma Loja Maçônica, em uma ilha do Norte do Oceano Atlântico.


maio 31, 2022

A CIRCUM-AMBULAÇÃO NO TEMPLO - Fonte: Unverso Maçonico



A expressão “circum” significa “em volta de”, “em redor de” e “ambulação”, de origem latina, tem o sentido de “andar, passear, caminhar”: ambulatio, onis, f. Daí os substantivos “ambulatório, ambulância, ambulante”, etc…

Juntando as duas palavras temos que é andar, caminhar, em redor de algo que, no caso, é circular no Templo, tendo um ponto de referência que é o Painel do Grau. Caminha-se em redor desse referencial mencionado.

Assim entende-se por circum-ambulação, a conduta de circular corretamente no interior do Templo de conformidade com o rito ali adotado.

Mas, como andar naquele lugar sagrado, considerando sua forma geralmente retangular? O obreiro ao ingressar no Templo fica de frente ao Oriente (Leste), na parte Ocidental (Oeste), tendo ao seu lado esquerdo a Coluna Setentrião (Norte) e à direita, a Coluna do Meio-Dia (Sul).

Qual caminho deverá seguir? Pela esquerda ou pela direita, seguindo a Coluna Setentrião (Norte) ou pela Coluna do Meio-Dia (Sul)? Isso depende do ritual eleito pela Potência ou Obediência que determina o cumprimento às lojas subordinadas.

O critério pode ser um ou outro. O necessário é a obrigatoriedade da circulação pelo lado escolhido pela Hierarquia Maçônica, esquerda ou direita. Mas uma vez determinado pela Potência, as oficinas filiadas ficam vinculadas ao cumprimento do lado indicado.

O que é proibido é a faculdade de escolha de cada loja. Vige o princípio da Unidade Administrativa da Sublime Ordem que impera como em outros casos similares.

É preciso comando ditando regras visando continuidade da Instituição sem o qual estaria fadada ao declínio e a anarquia imperaria. Faz-se necessário a ordem para que a disciplina e progresso sejam conservados interna-corporis. É a Maçonaria Branca ou Administrativa (33°) de que estamos a falar do REAA.

Sistemas de Circulação

Dois são os sistemas que disciplinam a circulação no interior da Oficina: dextrocêntrico ou solar e sinistrocêntrico, também conhecido por polar. O primeiro (dexter, latim=direita), consiste em caminhar pela direita voltada diretamente para o lado interno do ponto de referência que é o Painel do Grau, isto é, a direita fica do lado interior de um círculo imaginário, enquanto a esquerda fica do lado exterior desse círculo que se imagina, obviamente.

A caminhada, portanto, é no sentido dos ponteiros do relógio ou sentido horário. Ao ingressar no Templo, o maçom anda em direção ao Oriente (Leste), estando “entre colunas”, pela esquerda, passando pelo Setentrião (Norte), tendo a sua direita direcionada ao centro desse círculo imaginário, cujo ponto central é o Painel do Grau.

Retornando do Oriente (Leste) para o Ocidente (Oeste), fará o inverso. Terá sua direita voltada para o centro desse círculo imaginado e sua esquerda próxima ou voltada para a coluna do Meio-Dia (Sul).

Em qualquer parte que se encontre o maçom no Templo, sempre fará o percurso tomando como base a direção dos ponteiros do relógio. No Oriente (Leste), entretanto, não se exige qualquer regra de caminhada; pode-se andar da esquerda para a direita ou vice-versa, livremente. O outro sistema sinistrocêntrico (latim, sinister=esquerda), é o inverso do dextrocêntrico.

O obreiro na mesma posição “entre colunas”, de frente para o Oriente (Leste), para reforçar o entendimento, começa seu giro pela direita que corresponde sua esquerda direcionada para o ponto central desse círculo que se imagina. Sua direita volta-se para a coluna do Meio-Dia (Sul), observadas as mesmas regras do dextrocêntrico, como o sinistrocêntrico.

É que essa faculdade outorgada às Potências não é regulada por Landmarks para a escolha. Trata-se de simples discricionariedade conferida às Obediências de conformidade com o entendimento admitido e inspirado em interpretações diversas, inclusive de ocultismo e costumes locais. Vige a legislação maçônica ordinária editada pela Hierarquia Diretiva competente.

Se a escolha recair sobre o sistema sinistrocêntrico acompanhará as movimentações da Terra em relação ao SOL, isto é, em sentido contrário ao andamento dos ponteiros do relógio: rotação e translação.

É um modelo que pode justificar essa preferência de sistema da Potência e, nesse caso, todas as unidades maçônicas filiadas ficam obrigadas ao cumprimento, como já assinalamos. O que não pode é ficar ao desejo da loja subordinada eleger o sistema e adotá-lo, repita-se.

Por outro lado, eleito o Sistema Dextrocêntrico pelas Autoridades da Obediência, o caminho será pela esquerda acompanhando a andança dos ponteiros do relógio ou sentido horário, como vimos. Qual seria o motivo que autoriza a circulação pelo lado esquerdo?

Muitas explicações existem, porém a mais aceita ou, pelo menos, razoável, é inspirada nos sentimentos positivos com o G A D U. Amor, bondade, caridade, perdão, piedade e compaixão são emoções ligadas à Divindade e, como o coração é tido como o guarda de sentimentos, por uma metáfora, a esquerda nesse aspecto, é eleita para a circulação no Templo.

Não se deve esquecer que o coração está localizado mais para o lado esquerdo que do centro do abdômen. Esta é uma indicação para justificar o sistema dextrocêntrico, baseado no elo do Ser Humano com a Força Suprema Celestial.

Sentimentos puros e exigidos para a vida com Deus. Aliás, essa alegoria é usada no matrimônio, onde os cônjuges usam a aliança no dedo anular da mão esquerda como sinal que a lembrança de seu bem amado ou amada está guardada no seu coração. No Islã, por sua vez, usa-se o sistema sinistrocêntrico na peregrinação a Meca, em redor da C A A B A (cubo) sagrada no ritual religioso.

Poder-se-ia, entretanto, invocar-se a aparente incoerência do Sistema Dextrocêntrico, pois, sendo marcado pela direita, como sugere sua própria etimologia, a caminhada é pelo lado esquerdo do obreiro no Templo, no sentido dos ponteiros do relógio e aí seria incompatível com essa posição de direita.

Essa incoerência é, realmente, apenas aparente. Foi esclarecido que o centro do Templo é marcado pelo Painel do Grau e este ponto é a referência da circulação do aspecto objetivo.

O percurso pelo lado esquerdo do maçom na Câmara corresponde seu lado direito ao Painel do Grau, significando dois aspectos da problemática: subjetivo e objetivo. Considerando o modelo dextrocêntrico, no sentido dos ponteiros do relógio (Solar), temos o lado esquerdo do caminhante e surge o subjetivismo, eis que se tem em conta sua esquerda. Seu lado direito está direcionado para o Painel do Grau e, nesse caso, quando levamos em conta o ponto referencial que é este Painel do Grau, encontramos o outro critério que é o objetivo.

Assim, quando falamos que a circulação é pelo lado esquerdo, implicitamente apontamos que é o lado do maçom, surgindo essa qualidade subjetiva. Por outro lado, quando se fala do Sistema Sinistrocêntrico (Polar), ao contrário dos ponteiros do relógio, a esquerda do circulante fica do lado do Painel do Grau e sua direita para a coluna do Sul (Meio-Dia) e aí temos a compreensão objetiva.

Doutrinando sobre a matéria, Jules Boucher prefere a circulação sinistrocêntrica, “mas não nos oporíamos a que uma Loja admita a circulação inversa, com a condição de que exponha bem suas razões e que estas sejam válidas. De qualquer modo, é preciso adotar um dos sentidos e obrigar a sua adoção. É inadmissível que a circulação se faça indiferentemente num sentido ou outro. É necessário, é imprescindível que se adote um sentido ritual de circulação” (autor citado-“A Simbólica Maçônica”- pág.129-Ed. Pensamento). A propósito, o mesmo doutrinador observa que no ritual antigo operativo, “ele foi “polar”; de acordo com esse ritual, aliás, o “Trono de Salomão” “era colocado a Ocidente, e não a Oriente, a fim de permitir que seu ocupante “contemplasse o Sol a Nascer”.

Verificamos assim, a prevalência da marca objetiva do Painel do Grau, pois integra toda substância da Instituição Maçônica, considerada in abstracto, mais importante que seus membros que são efêmeros e irão mais cedo ou mais tarde para o Or∴ Etc.

A Ordem Maçônica é perpétua. Portanto, quando se fala da via pelo lado esquerdo do maçom, entendemos o elemento subjetivo. Quando se tem com referência o Painel do Grau, encontramos o critério objetivo.

São esses os princípios que regem a circulação no Templo Maçônico.

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Obras consultadas: 

- A Simbólica Maçônica – Jules Boucher – Ed. Pensamento. 

- Enciclopédia Esotérica – David Caparelli – Ed. Madras. 

- As origens do ritual na Igreja e na Maçonaria- H. P. Blavatsky – Ed. Pensamento. 

- Dicionário de Maçonaria – Joaquim Gervásio de Figueiredo – Ed. Pensamento. 

Fonte: Revista Universo Maçônico

maio 30, 2022

O BRASIL TEVE UM PRESIDENTE NEGRO MUITO ANTES DE OBAMA - Michael Winetzki

 

Nilo Peçanha nasceu em 02 de outubro de 1867 na cidade de Campo dos Goytacazes no Estado do Rio de Janeiro, filho de um casal humilde, Sebastião e Joaquina. Eram seis irmãos mulatos, quatro meninos e duas meninas que viviam pobremente em um sítio na periferia da cidade. Quando as crianças chegaram á idade escolar a família mudou-se para a cidade onde o pai se estabeleceu com padaria e Nilo fez os primeiros estudos.

Ativo nos movimentos sociais desde jovem era ridicularizado pela alta sociedade local que lhe dera o apelido de "o mestiço de Morro do Coco. Partiu então para cursar a Faculdade de Direito de São Paulo e depois a Faculdade do Recife, tendo retornado a sua cidade depois de formando.

Foi fundador do Partido Republicano Fluminense em 1888 e participou das campanhas abolicionista e republicana. Sua bem-sucedida atuação nestes movimentos logrou que fosse eleito para a Assembleia Constituinte em 1890. Em 1903 foi eleito senador e em seguida presidente do Estado do Rio de Janeiro (hoje seria governador). Em 1906 foi eleito vice-presidente de Afonso Pena com mais de 99% dos votos. Na época os votos para presidente e vice eram dados em separado. 

Afonso Pena faleceu em 1909 e Peçanha assumiu a Presidência da República .de 14 de junho de 1909 a 15 de novembro de 1910. Tinha então 42 anos.  Na sua gestão criou o Ministério da Agricultura, Comércio e Indústria, o Serviço de Proteção aos Índios (antecessor da Funai). e as Escolas de Aprendizes e Artífices, precursoras dos atuais Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefets)  Através da Lei 12.417/2011, tornou-se o patrono da educação profissional e tecnológica no Brasil.

Na eleição presidencial de 1910 apoiou o candidato Hermes da Fonseca contra Rui Barbosa e seu candidato venceu a eleição. Retornou ao Senado em 1912 e, dois anos depois, novamente elegeu-se presidente do Estado do Rio de Janeiro. Renunciou a este cargo em 1917 para assumir o Ministério das Relações Exteriores. Em 1918 novamente elegeu-se senador pelo Estado do Rio de Janeiro. 

Foi um maçom de grande expressão e Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil de junho de 1917 a setembro de 1919, quando renunciou para reencetar sua carreira política como candidato a presidência em 1921. Nesta campanha foi xingado de “mulato” algumas oportunidades e defendido por seus seguidores, os “niilistas”. Nesta eleição perdeu para Artur Bernardes e retirou-se da vida pública falecendo em 1924.

Foi casado  com a senhora Ana de Castro Belisário Soares de Sousa descendente de famílias aristocráticas e ricas de Campos dos Goytacazes, neta do Visconde de Santa Rita e bisneta do Barão de Muriaé e do primeiro Barão de Santa Rita. O casamento foi um escândalo social, pois a noiva teve que fugir de casa para se casar com um pobre e mulato, embora político promissor. 

As cidades de Nilópolis na baixada fluminense e Nilo Peçanha na Bahia homenageiam o irmão e político que se tornou o único presidente negro da história brasileira.

VOCE DEVE ESTAR LOUCO SE ESTÁ EM TERAPIA - Mauro Rinaldi

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A Terapia tem um estigma associado a ela, em países subdesenvolvidos, o antigo:

“Você Deve Estar Louco Se Está Em Terapia”.

A seguir algumas atitudes anti terapia mais comuns que ouvi ao longo dos anos :

1. "Prefiro Falar Com Meus Amigos."

Os Psicólogos são ouvintes treinados que podem ajudá-lo a encontrar a fonte de seus problemas, do seu jeito.

2. "Custa Muito Caro."

Um Investimento em Terapia hoje pode evitar problemas muito mais caros e que afetam a vida no futuro.

3. "Os Psicólogos Apenas Sentam e Julgam Você."

Mesmo os Psicólogos que ouvem mais do que falam não estão julgando você - eles estão trabalhando silenciosamente para perceber seus problemas do seu jeito, com empatia.

4. "Os Psicólogos Fazem Isso Pelo Dinheiro."

Não conheço ninguém que se tornou Psicólogo para ficar rico.

Em resumo, a Terapia é o seu maior investimento, pode ter certeza.

Elimine preconceitos a partir de agora, a partir de agora.

Mauro Rinaldi

maio 29, 2022

PELOS OLHOS DOS MEUS IRMÃOS - Ir.'. Paulo M.

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Os três rapazes olhavam alternadamente, de soslaio, uns para os outros, depois para os próprios sapatos, para os dedos das mãos, era as paredes do quarto, sem saber o que dizer mais. Todos estudantes, partilhavam um apartamento próximo da faculdade que frequentavam - os três, e mais o Sandro. Este último não estava presente - e era dele que se falava, sem se chegar a nenhuma conclusão pois, se todos sabiam o que quereriam dizer-lhe, não faziam ideia de como dizê-lo.

O Sandro, sempre despistado, parecia viver noutro mundo, sempre ruminando um cigarro de enrolar - quantas vezes apagado. Desleixado consigo mesmo, fazia a barba de quando em quando, para logo a deixar crescer - não por ato de vontade, mas por inércia ou desleixo. Mas o pior era o cheiro: quer ele quer o seu quarto empestavam todo o apartamento com um misto de suor e tabaco frios com roupa de cama usada semanas a fio, tudo agravado pela absoluta ausência de desodorizante.

Se o Sandro fosse um pulha, um inútil, um egoísta, seria fácil dizer-lhe cara a cara que deixasse de ser porco, ou que o queriam dali para fora. Mas não era assim. Excelente aluno - apesar de sempre distraído, parecia que sorvia o conhecimento do ar - era-lhe reconhecida a enorme disponibilidade - e mesmo entusiasmo - para explicar, a qualquer colega que lho pedisse, os pontos mais densos da matéria, e isto até que este de facto a apreendesse. Por tudo isto, e por muito mais, todos tinham o Sandro por um tipo às direitas a quem nenhum deles queria melindrar. Mas a "tal questão" tinha, forçosamente, que ser abordada.

As indiretas não pareciam fazer efeito: "Então, Sandro, que te aconteceu? Estás todo transpirado! Toma um duche, que te ficas a sentir melhor..." "Deixa estar, estou a apanhar aqui um ventinho à janela e já seca..." Chegaram a fazer um "regulamento" do apartamento, referindo que os quartos tinham que estar limpos; o Sandro apanhou as coisas que tinha espalhadas pelo chão, enfiou tudo dentro do guarda-fatos - sapatos, roupa suja, livros, enfim... - aspirou sumariamente, despejou os cinzeiros, e apareceu, todo sorridente, a dizer que do quarto dele não havia nada a apontar! Foi depois disto que se reuniram os três, sem saber o que fazer ou o que dizer, e acabaram por ficar de pensar como abordar o assunto.

O Chico lá ganhou coragem e, apanhando-se sozinho com o Sandro, foi direto à questão: que o odor do quarto dele incomodava todos os restantes ocupantes do apartamento, e que para resolver o problema ele precisava de passar a lavar a roupa com mais regularidade, bem como de tomar banho e usar desodorizante diariamente. O Sandro ficou branco; nunca se apercebera de nada. Pouco habituado a gerir essas questões - em casa dos pais era sempre a mãe quem tratava da roupa e o mandava tomar banho quando entendia que estava a precisar - não se apercebia, sequer, do próprio odor corporal. "Eu... eu não costumo usar desodorizante... e no banho passo-me só por água e uso um pouco de sabonete... e não tenho roupa suficiente para estar a usar roupa limpa todos os dias... nem tenho onde a lavar cá... só quando vou a casa, e muitos fins de semana tenho que ficar cá..."

Foi a vez do Chico ficar atrapalhado, mas por pouco tempo. Prometendo manter a questão entre os dois, colocou à disposição do Sandro o seu champô e uma lata de desodorizante, emprestou-lhe toalhas lavadas e uma muda de roupa, passou a levar para casa dos seus próprios pais a roupa do Sandro sempre que este não podia ir a casa dos seus. Além disso, assim como quem não quer a coisa, foi-lhe deixando de uma vez umas cuecas ("ficam-me apertadas mas na loja não aceitam trocas de roupa interior"), de outra umas camisolas interiores ("a minha avó mandou-me tantas que não me cabem na gaveta") e ia zelando por que nunca faltassem os produtos de higiene pessoal.

A vergonha inicial (de um e de outro...) fora difícil de superar mas, tendo tomado consciência do problema, o Sandro endereçou-o o melhor que sabia. O quarto - se bem que desarrumado - já não cheirava a nada de diferente dos restantes, pois até passara a fumar na varanda. Fez algumas economias, e comprou roupa em quantidade suficiente para que nunca lhe faltasse uma muda de roupa limpa, e deixou de precisar de recorrer à boa vontade do amigo. Ao fim de umas semanas parecia outra pessoa, para grande estupefação dos outros dois, que não perceberam de onde tinha vindo a mudança. O Chico, satisfeito com os resultados, nunca mais tocou no assunto, e o Sandro ficou-lhe para sempre reconhecido - por isso, e por todo o resto.

Não há homens perfeitos, e os que se esforçam por ser melhores e se aperfeiçoar só conseguem fazê-lo sozinhos até certo ponto. É certo que o caminho é o de cada um, e o paradigma de perfeição aquele que cada um tenha estipulado para si mesmo. Cada homem é senhor do seu destino, pelo que não é legítimo que um imponha a outro os seus próprios padrões de perfeição interior. Isso não significa, contudo, que não haja mérito na interação com os demais. Pelo contrário. É que, se há limitação que nos caracteriza a esse nível, é a impossibilidade de nos vermos a nós mesmos como os outros nos vêem; incapazes de apreciar, quantas vezes, os nossos próprios defeitos, não nos apercebemos da sua natureza, da sua dimensão, ou até da sua mera existência.

Poder contar com alguém que, fraternalmente, no-los faça notar - especialmente quando se trate de questões íntimas, melindrosas, ou de difícil abordagem - é, nestas circunstâncias, de enorme valia. Ter a certeza de que essa ajuda é desinteressada, construtiva e bem intencionada é essencial para que seja tida na devida conta. E é assim entre os maçons: cada um procurando tornar-se melhor sabendo que esse aperfeiçoamento é um trabalho individual cujos parâmetros cabe a cada um definir, mas ao mesmo tempo disponível para ajudar os irmãos e para aceitar a sua ajuda naquilo que não é capaz de atingir por si mesmo.

Já a sabedoria para discernir em que circunstâncias se deve oferecer a mão, e em que circunstâncias se deve guardar silêncio em respeito por uma opção diferente da nossa, é algo que só se vai aprendendo com o passar do tempo...

Ir.'. Paulo M., Fonte: A Partir a Pedra.

maio 28, 2022

A INOCENCIA DOS TEMPLÁRIOS COMPROVADA PELO VATICANO



No ano de 2007 através de Sua Santidade o Papa Bento XVI autorizou a publicação de um livro no qual relata a Inocência dos Pobres Cavaleiros de Cristo (popularmente conhecidos como Templários) diante de todas as acusações que foram impostas sobre a ordem durante a Idade Média no período das inquisições.

Tornou-se público então a descoberta do "Pergaminho de Chinon" no "Archivum Secretum Vaticanum - Archivum Arcis, Arm. D217 (arquivo secreto do Vaticano) feita pela pesquisadora Bárbara Frale, neste pergaminho que contém o selo original da época o Papa Clemente V em 1.314 inocenta todos os Templários das acusações que foram feitas pelo rei da França Filipe IV (Felipe o Belo) durante o período medieval. 

Também o Papa João Paulo ll reconheceu os erros da Igreja relacionado à Idade Média e pediu desculpas públicas em nome da Igreja pelos crimes que foram cometidos pela Igreja no passado. 

O Pergaminho de Chinon é um documento histórico, originalmente publicado por Étienne Baluze no século XVII, na obra "Vitae Paparum Avenionensis" ("A Vida dos Papas de Avignon"). 

Este documento obteve destaque em nossos dias, graças à descoberta pela Dr.ª Barbara Frale de que o Papa Clemente V absolvera secretamente o último Grão-mestre, Jacques de Molay, e os demais líderes dos Templários, em 1308, das acusações feitas pela Santa Inquisição.

O pergaminho está datado "Chinon, dezessete a vinte de agosto de 1308". O Vaticano possui uma cópia autenticada sob a referência "Archivum Arcis Armarium D 218". O pergaminho original encontra-se sob a referência "D 217".

A LETRA "G" NA MAÇONARIA

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A letra “G” é um símbolo bem conhecido na Franco maçonaria, apesar de não ser muito antigo. A época em que foi adotado é desconhecida, mas, provavelmente, não foi muito antes do meio do século XVIII.

Não derivou das Constituições Góticas nem das Old Charges ou de qualquer outro manuscrito do tempo dos Maçons Operativos. Não foi mencionada em nenhum ritual antigo, anterior ao de Samuel Prichard – A Maçonaria Dissecada – de 1730. Assim mesmo, nesse último, o seu significado não estava totalmente desenvolvido. Esse foi o primeiro Ritual exposto que dividia os trabalhos da Maçonaria em três Graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre.

É surpreendente que somente depois de 1850, aproximadamente, que a letra “G” começou aparecer no meio do Compasso e do Esquadro entrelaçados, como se vê hoje em dia em distintivos de lapela ou emblemas. E é suposto que tenha sido originado por projeto de algum criativo joalheiro e não por ação de alguma autoridade Maçônica.

Anteriormente a essa data, sempre eram vistos a letra “G” num lugar e o Compasso e Esquadro em outro. Se refletirmos um pouco sobre esse “ajuntamento”, algo nos alertará que isso é uma incongruência, pois o lugar da letra “G” é suspensa, acima do 2º Vigilante (REAA) no Ocidente e o Compasso e o Esquadro estão sempre no Oriente. Além de que, os últimos mencionados são “Grandes Luzes” e a letra “G” não é.

Percebe-se que o significado do símbolo não é esotérico, pois o mesmo é exposto em lugares público nos Templos, fazendo parte da decoração dos mesmos.

Alguns pesquisadores acham que a letra “G”, nos locais onde a língua é de origem inglesa ou mesmo grega, simboliza Deus (God). Creio que o mesmo não se aplica em locais onde a língua é de origem latina.

Mackey em sua “Enciclopédia” nos esclarece o que segue:

“Não há dúvidas que a letra G é um símbolo moderno, não pertencendo a nenhum antigo sistema de origem inglesa. É, de fato, uma corruptela de um antigo símbolo Cabalístico Hebreu, a letra “yod”, pela qual o sagrado nome de Deus – na verdade o mais sagrado nome, o Tetragramaton – é expresso. Esta letra “yod” é a letra inicial da palavra “Jehovah” , e é constantemente encontrada entre os escritos Hebreus, como a abreviação ou símbolo do mais santo nome, o qual, sem a menor dúvida, não pode nunca ser escrito por inteiro.

Primeiramente adotada pelo Cerimonial Inglês e, sem mudanças, foi transferida para a Maçonaria do Continente e pode ser achada como símbolo nos Sistemas Maçônicos da Alemanha, França, Espanha, Itália, Portugal, e em todos os outros paises onde a Maçonaria foi introduzida.”

Muitas vezes nos vem em mente a pergunta: por que a letra “G” só aparece no Segundo Grau?

A resposta é relativamente simples. É aceitação geral que o significado da letra “G” é “Geometria”. O Segundo Grau, de Companheiro, relaciona-se com os mistérios da Natureza e da Ciência, sendo aí o lugar correto para a Geometria.

E a título de informação, sabe-se que o Segundo Grau foi consideravelmente modificado entre 1730 e 1813 para trazer mais harmonia entre o Primeiro e o Terceiro Grau.

Fonte: Pílulas Maçônicas - Muitas das informações abaixo relatadas foram tiradas da Coil's Masonic Encyclopedia.