julho 19, 2022

PASSOS PERDIDOS - Ir. Walter Pereira


Se perguntarmos a um profano o significado de tal expressão, poderemos receber a seguinte resposta: 

“É uma expressão estranha, a primeira vista sem significado, mas refletindo melhor, parece ser um local onde se caminha sem chegar a lugar algum”.

Isto nos faz crer que os fundadores do parlamento inglês, em 1296, foram felizes em escolher o nome da sala de espera, onde as pessoas aguardavam uma entrevista com os parlamentares, pois ali as mesmas circulavam sem rumo definido, sem destino exato, daí a denominação “Passos Perdidos”, ou seja, que leva a lugar nenhum.

Em 1776, a grande Loja de Londres inaugurou o primeiro templo maçônico e buscou no parlamento inglês a forma e até o nome da sala que antecede o átrio, como curiosidade também a mesa dos oficiais, a grande cadeira do V.’. M.’. e o lugar dos IIr.’. nas colunas tem a mesma origem, lembrando que o parlamento inglês é cerca de 500 anos mais antigo que o primeiro templo maçônico. 

Já no campo simbólico podemos concluir que, fora da disciplina maçônica, todos os passos são perdidos.

Mackey diz: o sentido desta denominação se origina no fato de que todo passo realizado antes do ingresso na maçonaria, ou que não respeite suas leis, deve ser considerado simbolicamente como perdido.

Nas lojas Maçônicas do Brasil como as de Paris, da Hungria e da Áustria, é assim denominada a ante-sala do Templo. 

Na Alemanha a expressão é completamente desconhecida, para concluir, no rito Schroder, em particular e na Alemanha, usa-se a expressão, “Ante-sala do Templo”.

Enfim a “Sala dos Passos Perdidos”, é o local onde a irmandade se reúne sem maiores preocupações, destinado a receber os visitantes, onde as pessoas possam andar livremente, como se fosse uma sala de espera, onde nos cumprimentamos, brincamos, tratamos de negócios, assinamos o livro de presenças, o tesoureiro faz as cobranças, enfim um local de socialização. 

É onde o M.’. de Cer.’. distribui os colares e começa a preparação para o ingresso no templo. 

É onde se forma o ambiente adequado e que conduza a um bem-estar, um refugio, aonde os amigos irão se abraçar e uma vez devidamente paramentados são convidados pelo M.’. de Cer.’. a ingressarem no Átrio.

O Átrio

Designa genericamente os três grandes recintos do templo de Salomão. 

O primeiro era o átrio dos gentios, onde era permitida a entrada de qualquer um que fosse orar;

O segundo era o átrio de Israel, onde somente os hebreus podiam penetrar, (depois de haverem sido purificados);

E o terceiro era o átrio dos sacerdotes, onde se erguia o local dos holocaustos e os sacerdotes exerciam seus mistérios.



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julho 18, 2022

TALES DE MILETO




Um sofista se aproximou de Tales de Mileto e tentou confundi-lo com perguntas difíceis. 
Mas o sábio estava a altura da prova, porque respondeu a todas as perguntas sem a menor vacilação e com a maior exatidão.

 1 - O que é mais antigo? - Deus, porque sempre existiu.

 2 - O que é mais belo? - O Universo, porque é obra de Deus.

 3 - Qual é a maior de todas as coisas - O Espaço, porque contém tudo do Criador.

 4 - O que é mais constante? - A Esperança, porque permanece no homem mesmo depois de ter perdido tudo.

 5 - Qual é a melhor de todas as coisas? - A Virtude, porque sem ela não existiria nada de bom.

 6 - Qual é a coisa mais rápida de todas? - O Pensamento, porque em segundos , nos permite voar até o final do Universo.

 7 - Qual é a mais forte de todas as coisas? - A Necessidade, porque é com ela que o homem enfrenta todos os perigos da vida.

 8 - O que é mais fácil dentre todas as coisas? - Dar conselhos.

Mas quando chega a nona pergunta, nosso sábio fala através de um paradoxo. Dá uma resposta, quiçá não entendida por seu interlocutor. A pergunta foi esta:

 9 - O que é mais difícil? O Sábio de Mileto replicou: - Conhecer-se a si mesmo!

julho 17, 2022

Esclarecimentos quanto ao nome e síntese da historia do Rito no Brasil - Ir. Hércule Spoladore


Se vasculharmos detidamente os rituais ingleses notaremos que não existem alguns termos os quais foram traduzidos para o português aqui no Brasil de forma inadequada, e que acabaram sendo usados incorretamente e até se tornarem erradamente tradicionais. Em realidade não existe o Rito de York Inglês. Existe sim, o Rito de York Americano que nada tem a ver com sistema ritualístico inglês. O sistema Inglês de Ritualística tem o nome de Arte Maçônica (Craft Masonry) Não encontramos os termos Rito de York (York Rite), e nem o Rito de Emulação(Emulation Rite).

Existem os nomes de Ritual de Emulação(Emulation Ritual) e Trabalho de Emulação( Emulation working).

A partir de l871 foi criado um ritual denominado “ The perfect Cerimonies of Craft Masonry” ( Cerimônias Exatas da Arte Maçônica), impresso pela “A Lewis, Publishers” de Londres.

Existe o termo Emulation( Emulação), ligado a uma Loja a “Emulation Lodge of Improvement” (Loja Emulação de Melhoramento)fundada em l823,verdadeira escola de maçonaria onde são dadas instruções por preceptores que ensinam o ritual aos Irmãos, que existe e funciona até a presente data.

Se formos usar o nome do sistema maçônico inglês corretamente deveríamos nos referir a este Rito como Trabalho de Emulação, e Ritual de Emulação aos procedimentos ritualísticos, porque em realidade na Inglaterra, o que nós chamamos de Rito de York, conforme já frisamos lá não existe tal expressão. Lá os maçons se dizem pertencer à Craft Masonry e não a um Rito, como aqui no Brasil. Craft significa oficio ou arte. Costumam dizer que pertencem ao Oficio Maçônico e não a um Rito.

O sistema inglês de Maçonaria entrou no Brasil através da “ Orphan Lodge” no Rio de Janeiro em 28.06.l837. Em 2l.09.l839 também no Rio de Janeiro, foi fundada a “St.Jonh’s Lodge” e a terceira Loja foi a “Southern Cross Lodge” em Recife que recebeu a Carta Constitutiva ou Carta Patente em 25.04.l856. Todas estas Lojas receberam autorização diretamente, isto é, a Carta Patente da Grande Loja Unida da Inglaterra. Não tinham quaisquer vínculos com a Maçonaria Brasileira. Estas lojas tiveram existência efêmera. mas marcaram oficialmente o contato do Brasil com o sistema ritualístico inglês. A última delas a abater colunas foi a“Southern Cross Lodge” em l872 ou l873.

O Grande Oriente do Brasil ao Vale dos Beneditinos,depois Grande Oriente Unido (dissidente do GOB) fundado em 09.l1.l863 por Saldanha Marinho fundou três lojas, pelo sistema americano, onde o Rito usado tem realmente o nome de Rito de York, sem relação com o sistema inglês. Foram elas: a Loja “Vesper” no Rio de Janeiro em 30.ll.1872 a “Washington Lodge” em Santa Barbara do Oeste -Sp. onde imigraram americanos após a Guerra Civil Americana e a “Lessing” em Santa Cruz do Sul no Rio Grande do Sul em 22.03.l880.

Entretanto a primeira loja de origem inglesa fundada sob os auspícios de uma Potência no Brasil foi a Loja “Eureka” em 21.10.l891 pelo GOB.

Em 21.l2.l9l2 o Grande Oriente do Brasil assinou um tratado com a Grande Loja Unida da Inglaterra, onde houveram dois textos, um em português, onde foi traduzido como “Grande Capítulo do Rito de York” e no inglês como “Grand Conseil of Craft Masonry in Brazil”, cuja tradução correta seria “ Grande Conselho do Ofício Maçônico no Brasil”, evidentemente se referindo à Maçonaria Simbólica. No brasão emblemático, estão inseridas as letras G.C.C.M. na parte superior e Brasil com “z” na parte inferior.

As lojas componentes deste Grande Conselho, ou Grande Capítulo como querem os brasileiros foram:

“Eureka Lodge ” nº.440 - Rio de Janeiro Fundada em 22.10.189l

“Duke of Clearence”nº.443- Salvador Bahia Fundada em10.10.1892

“Morro Velho Lodge”nº. 648- Nova Lima-Mg. Fundada em 20.03.1899

“Lodge of Unity” nº.792– São Paulo –Sp Fundada em 22.09.1902

“St. George’s Lodge” n.8l7 – Recife – Pe Fundada em30.06.1904

“Lodge of Wanders” nº 856 – Santos – Sp. Fundada em 05.09.1907

“Eduardo VII Lodge”nº903 – Belém – Pa. Fundada em 10.11.1911

A última Loja, a sétima, foi fundada para que se pudesse criar o Grande Capítulo, ou Grande Conselho. Outras Lojas vieram a fazer parte deste Corpo, como a “Campos Salles Lodge”;nº966 em São Paulo -Sp.; “Lodge of Friendship”nº.975 em Niterói- RJ; “ Centenary Lodge” nº.986 em São Paulo -Sp.; “Royal Edward Lodge” nº l.096 no Rio de Janeiro.

Em 06.05.l935 estas Lojas passaram a fazer parte de uma Grande Loja Distrital, já que as Lojas juridiscionadas à Grande Loja Unida da Inglaterra fora do Reino Unido são agregadas em Distritos. A Grande Loja Distrital no Brasil ( hoje, Grande Loja Distrital para a América do Sul –Divisão-Norte) teve a anuência do Grande Oriente do Brasil para esta situação, já que a maioria dos membros destas Lojas era de origem inglesa. E alem do mais em troca, interessava e muito ao GOB o reconhecimento formal da Grande Loja Unida da Inglaterra. Cessava assim as atividades do Grande Capítulo ou Grande Conselho, como seria o nome correto. Esta Entidade não conferia graus, não se tratava de um Corpo de graus superiores, já que estes não existem neste sistema ritualístico. Foi criada mais para se tratar de assuntos administrativos.

Em l920, o Irmão Joseph Thomas Wilson Sadler do quadro da Loja “Lodge of Unity” de São Paulo, baseado na Edição de l9l8 do Ritual “ The Perfect Cerimonies of Craft Masonry” fez uma tradução do Ritual inglês para o português com a aprovação da Grande Loja Unida da Inglaterra. Ele usou corretamente a expressão “ Cerimônias Exatas da Arte Maçônica” e não mencionou a expressão Rito de York.

Em l976 foi reimpresso o Ritual de l920, e aí apareceu a expressão “Rito de York”, que aliás já vinha sendo usado há muito tempo, consagrando assim definitivamente no Brasil, um nome que não existe no sistema inglês, quando se sabe que lá na Inglaterra este Trabalho (Rito) não tem esta denominação. Como todos os Rituais usados atualmente pelos brasileiros estão baseados nesta tradução, e como foi inserido em l976 o termo Rito de York, ainda que de forma incorreta, tornar-se-á- muito difícil após muitos anos se desfazer deste erro que já se tornou corriqueiro e de uso geral.

A versão feita pelo Irmão Sadler tem incorreções com relação à tradução, se bem que poucas, porem um dos maiores erros deste Ritual foi colocarem o V:.M:.e demais Oficiais com os três pontinhos, quando sabemos que eles não existem no sistema ritualístico inglês. O correto seria V.M., conforme abreviamos as palavras na língua portuguesa.

Atualmente esta tradução foi copiada pelas demais Potências o seu diálogo usado em todo Brasil, é praticamente o mesmo mas existem dificuldades com relação a liturgia, a qual os ingleses fazem questão, quem sabe, com muita razão de esconde-la. Não ligam muito se outros povos praticam ou não seu sistema, a não ser os do Commonwealth. E os brasileiros, são useiros e vezeiros em “escocesar ”qualquer sistema quer inventando quer enxertando procedimentos. Há dificuldade aqui no Brasil em se freqüentar as Lojas Distritais inglesas, já que poucos Irmãos entendem a língua inglesa. Aprendemos alguma coisa com Irmãos brasileiros que freqüentam tais lojas, bem como com Irmãos que pertencem à Potências reconhecidas pela Grande Loja Unida da Inglaterra e que freqüentem lojas na Inglaterra quando de passagem por aquele país.

COMO É PRATICADA A MAÇONARIA NA INGLATERRA

A Maçonaria Simbólica inglesa é totalmente controlada pela Grande Loja Unida da Inglaterra, sendo que lá como já referimos, não se fala em Ritos e sim de em um conjunto de procedimentos ritualísticos maçônicos; chamados Trabalhos. No caso o Trabalho de Emulação que é o Trabalho predominante,( cerca de 85%) tem um Ritual chamado Ritual de Emulação (Emulation Ritual)

A Grande Loja Unida da Inglaterra no entanto, reconhece outros tipos de Trabalhos a saber:

Taylor Working, Bristol Working, Lewis Working, West End Working, Stability Working, Universal Working, alem de outros tipos de Trabalhos menos divulgados. Todos estes tipos de Trabalhos são muito parecidos com o Emulation Working. Talvez o mais diferenciado seja o Bristol Working, no qual o Venerável usa um tipo de chapéu chamado “cocked hats” muito usado na marinha inglesa. Neste Trabalho as cerimônias também são um pouco diferentes.

O Trabalho de Emulação tem uma extensão do terceiro grau, que não chega a ser um novo grau chamado Santo Arco Real. Não se trata em absoluto de um grau superior, porem tem uma ritualística própria. Ele é freqüentado pelos Past-Masters. Não confundir o Santo Arco Real do sistema inglês com o Corpo de Graus Superiores do sistema americano( Rito de York Americano). conhecido como Real Arco que tem vários graus. Esta história de que o Santo Arco Real inglês não é um grau, se bem pensada, não é bem assim . Não é um grau porque eles não querem que seja, pois se comporta como se fosse um grau, pois tem até um ritual especial. Esta é a verdade.

A Grande Loja Unida da Inglaterra que se julga a Loja-Mãe do mundo e se dá o direito de reconhecer ou não outras Obediências Simbólicas ou seja, Grande-Orientes e Grandes Lojas, onde é inflexível em seus critérios de reconhecimentos, no entanto, não cogita, não proíbe, não tem tratados, não interfere com relação aos chamados Graus Superiores. Simplesmente, ignora-os. Seu poder total se refere tão somente aos graus simbólicos.

Qualquer membro de um dos Trabalhos quer seja o de Emulação, Bristol West End e etc., poderá buscar caso queira, graus superiores, em outros Ritos outras Ordens, ou GRAUS PARALELOS como lá são chamados, por exemplo no Rito Escocês Antigo e Aceito ou mesmo no Real Arco do Rito de York Americano ou em qualquer outro sistema de Graus Superiores, desde que não interfira na parte Simbólica.

Na Inglaterra e País de Gales existe um Supremo Conselho 33 do Rito Antigo e Aceito( Ancient and Accepetd Rite- Supreme Council 33 ) fundado em 1845. Não leva o nome de Escocês mas não é outro senão o nosso já por demais conhecido Rito Escocês Antigo e Aceito.

Os Irmãos poderão também ingressar na Ordem do Monitor Secreto- Grande Conselho( Order of the Monitor.

Ainda existem outros tipos de Maçonaria de Graus Superiores como por exemplo, a Ordem dos Sacerdotes Cavaleiros Templários do Sagrado Arco Real – Grande Colégio- (Order of Holy Royal Arch Knight Templar Priests) e ainda na Ordem da Cruz Vermelha de Constantino e Ordens Correlatas (Order of Red Cross of Constantine and appendant Orders).

Existem outros GRAUS PARALELOS que merecem ser citados:

- Grande Loja de Mestre da Marca – Mestres de Marca - ( Grand Lodge of Mark Masters- Mark Degree).

- Graus de Nauta da Arca Real ( Royal Arch Mariner Degree).

- Ordem dos Reais e Seletos Mestres- Grande Conselho-( Order of- Royal and Select Masters).

Ordem dos Graus Maçônicos Aliados- Grande Conselho- ( Order of Allied Masonic Degrees)

Honorável Sociedade de Maçons Livres, etc. ( Worshipful Society of Free Masons etc.)


julho 16, 2022

PECULIARIDADES DO TRABALHO DE EMULAÇÃO NO RITUAL DE EMULAÇÃO - Ir. Hercule Spoladore



AVISO AO LEITOR - Este artigo não revela nenhum segredo da maçonaria uma vez que tudo o que está sendo publicado se encontra em muitos livros, revistas e publicações abertas ao público em geral, como se vê na bibliografia, além de filmes no YouTube e no Google onde os rituais estão disponíveis para download. Como este blog é dedicado ao leitor maçom, trata-se de ensinamentos uteis.

Nomearemos as principais peculiaridades de forma aleatória

Uma Loja deste Trabalho (Rito) tem personalidade jurídica. Por esta razão ela tem que ter um Estatuto registrado em cartório como se fora uma sociedade civil e um Regimento Interno para fins eminentemente maçônicos. Os assuntos administrativos jamais poderão ser discutidos em Loja aberta, porque eles fazem parte de uma sociedade civil. Numa reunião administrativa até Aprendizes votam. Porem em Loja aberta só os Mestres poderão votar.

Há uma certa tolerância nos procedimentos ritualísticos, sem que isto ocasione invenções , enxertos, ou adendos, pois existe a tradição nas Lojas que não é alterada.

As jóias do Trabalho de Emulação são prateadas e não douradas.

O sinal de Ordem é um pouco diferente dos demais Ritos, e no passo o calcanhar do pé direito se encaixa na concha do pé esquerdo.

A decoração de uma Loja neste Rito é muito simples. A Loja está situada num plano só. Não existe balaustrada. As colunas “J” e “B” estão situadas fora do Templo. O nome da mesa do Venerável Mestre ( Mestre da Loja) e dos Vigilantes é Pedestal e é de forma quadrangular, muito simples e pequena sem aquela série de símbolos e papeis que existem em outros Ritos. Existe três castiçais, também chamados também de tocheiros de mais ou menos l,20 m de altura, colocados á direita do pedestal do Venerável e dos Vigilantes onde no seu topo é acesa uma vela própria.

A porta do templo é lateral localizada no canto noroeste da Loja.

Toda sessão regular é precedida de uma procissão própria do Rito para dar entrada ao Venerável e os Vigilantes. Ídem, para Autoridades.

As Três Grandes Luzes são: O Livro das Sagradas Escrituras, o Esquadro e o Compasso. As Luzes Secundárias são: O Sol ( 2º Vigilante) governa o Dia, a Lua( 1º Vigilante) governa a Noite e o Venerável Mestre (Mestre da Loja) que dirige a Loja.

Existem símbolos tais como a Corda, a Régua de 24 Polegadas, o Esquadro o Maço e o Escopro(cinzel).

Os símbolos contidos no Tracing Board of First Degree ( Tábua de Delinear do 1º grau) que em outros Ritos chama-se painel Nesta representação em forma de um quadro pintado, encontramos as Colunas Dórica Jônica e Corintia, o Sol, a Lua cheia (não em quarto crescente), o Círculo com um ponto central; a Escada de Jacó com as três virtudes, Fé Esperança e Caridade. E ainda esta Tábua de Delinear nos explica o interior de uma Loja que é composto de Ornamentos que são o Pavimento Mosaico que é em xadrez (e não em diagonal), a Estrela Brilhante de sete pontas (Blazing Star) e a Moldura Denteada ou Marchetada, oMobiliário da Loja composto do Volume do Livro Sagrado, o Esquadro e o Compasso e as Jóias . As Jóias Móveis são o Esquadro o Nível e o Prumo e as Jóias Imóveis são a Tábua de Delinear, Pedra Bruta e Pedra Esquadrada. Ainda temos o Lewis( pronuncia-se lu-is ou li-uis) que seria um tipo de luva de ferro em secções com cunhas ajustáveis e expansíveis utilizadas pelos pedreiros para engatar a auxiliar os grandes levantamentos. Seria uma ferramenta que levanta grandes pesos com pouca força.

As colunetas jônica dórica, e coríntia, representação em miniatura das colunas do Tracing Board(Planta de Delinear) estão em cima dos Pedestais Em Loja aberta coluneta dórica em cima do pedestal do 1º Vigilante permanece em pé e a coríntia deitada no pedestal do 2º Vigilante Loja fechada é contrário.

O ritual deverá ser decorado ou memorizado. Não poderá ser lido em Loja. O Paster Master Imediato poderá permanecer com o Ritual aberto para “dar o ponto” e dar uma ajuda para algum esquecimento.

A dinâmica de uma sessão é a seguinte: Abertura da Loja e apresentação da Carta – Patente ao Secretário.

Leitura pelo Secretário e confirmação da Ata da sessão anterior.

Ordem do Dia.

Quaisquer assuntos de interesse da Loja.

Levantamentos. Existem três, mas o Mestre da Loja poderá engloba-los num só.

Encerramento ritualístico da Loja

Com relação aos três levantamentos, estes são os três momentos em que o Venerável põe à disposição dos Irmãos o uso da palavra a saber

1º Levantamento para assuntos da Ordem Maçônica Universal e Instrução do Grau.

No primeiro levantamento se houver alguma proposta, mensagem ou Decreto do Grão-Mestre para ser lido, o Diretor de Cerimonial pedirá que todos fiquem de pé e á Ordem.

2º Levantamento para assuntos da Obediência, da Loja e Expediente de Secretaria.

3º Levantamento para assuntos pessoais e da bem-querença entre os Irmãos.

Quando o Venerável Mestre(Mestre da Loja) estiver ausente ele será substituído pelo PMI e não pelo Primeiro Vigilante.

A marcha é sempre iniciada rompendo-se com o pé esquerdo. Nas cerimônias em Loja aberta para qualquer Irmão transitar em Loja, será obrigatório o Esquadramento. Nenhum Irmão poderá caminhar sozinho, ele deverá ser acompanhado pelo Diretor de Cerimonial ou 2º Diácono. Este caminhar chama-se perambulação.

Esquadramento: Entende-se que quando um canto da Loja seja alcançado pela perambulação, será dado um quarto de volta à direita havendo uma pausa momentânea, prosseguindo-se a seguir,a caminhada em nova direção sempre rompendo com o pé esquerdo do Diretor de Cerimonial e o Irmão que estiver perambulando, ambos de braços dados através do membro superior direito do Irmão com o membro superior esquerdo do Diretor de Cerimonial Quando uma Loja está esquadrada, os cantos não são cortados nem contornados.

Os avental de Aprendiz é todo branco e deve manter-se de abeta abaixada. O de Companheiro é branco com duas rosetas azuis nos ângulos de baixo. O de Mestre é branco, orlado e na parte inferior com fita azul celeste de no máximo cinco centímetros

Os cargos eletivos são: o Venerável Mestre, o Tesoureiro e Guarda Externo. O demais cargos serão nomeados pelo Venerável Mestre(Mestre da Loja)

Nos Rituais ingleses existe o termo W.M. que significa Worshipul Master que é mais um tratamento especial ou seja, Honorável ou Venerável Mestre, porem a sua função em Loja é Mestre da Loja, mas, com o tratamento ritualístico de Venerável Mestre pelo menos é a tradição na Inglaterra.

Não existe disputa para os cargos eletivos. Há uma ordem natural para os cargos exercidos para que um Irmão se torne Venerável Mestre(Mestre da Loja), a saber: Guarda Interno, Segundo Diácono, Primeiro Diácono, Segundo Vigilante e Primeiro Vigilante. Um Irmão poderá saber cinco anos, que será o Mestre da Loja.

Haverá sempre uma cadeira vazia ao lado direito do Venerável Mestre(Mestre da Loja) a qual é do Grão-Mestre. Ninguém mais poderá sentar-se nesta cadeira.

Somente o Grão- Mestre e o Venerável Mestre(Mestre da Loja) poderão falar sentados. Os demais Irmãos deverão falar de pé dando o passo e à Ordem.

Existe somente um Livro de presenças para os Membros da Loja e para os Visitantes, sendo que os Membros da Loja assinarão primeiro e os Visitantes a seguir.

Existe apenas um Livro de Atas. Se uma Loja realizar uma Sessão de Mestre, ela terá que automaticamente ser aberta no grau de Aprendiz, passar para o grau de Companheiro e a seguir para grau de Mestre. Uma vez, havendo o procedimento no grau de Mestre, a sessão voltará para uma sessão de Companheiro e finalmente para Aprendiz. Como a Ata é para Sessão ritualística, não há registro de assuntos secretos.

O Volume das Sagradas Escrituras na Inglaterra é a Bíblia. Não existem outros livros sagrados no Rito o qual é teísta feito tão somente para a Maçonaria de irmãos cristãos. Entretanto, como a Grã-Bretanha é constituída pelo Commonwealth (Comunidade Britânica) que atualmente congrega cinquenta e oito países, é lógico que por Volume da Lei Sagrada, os ingleses povo muito politizado toleram o livro sagrado da religião de cada país.

A Loja deverá realizar três sessões mensais a saber: a) Loja Aberta – Ritualística

b) Administrativa somente para assuntos da Sociedade Civil c) de Instrução.

As sessões ritualísticas em Loja Aberta são: Iniciação, Passagem, Elevação, Instalação do Mestre da Loja e Consagração ou Dedicação do Templo. Não existem Sessões magnas ou especiais. Todas são regulares.

O QUE NÃO EXISTE NO TRABALHO DE EMULAÇÃO

Não existe nada relacionado à Alquimia, Esoterismo, Rosacrucismo, Martinismo Cabala ou qualquer ramo do ocultismo.

Não existe Altar dos Juramentos. Os compromissos são tomados no próprio Pedestal do Venerável. Existe um tamborete ou genuflexório para o candidato ajoelhar-se.

O uso do chapéu é desconhecido no Ritual de Emulação.

Não existem decorações no teto a não ser a letra “G” suspensa no centro do Templo.

Não existe dossel em cima do pedestal ou cadeira do Venerável.

Não existem os Altares das Luzes que neste Rito chamam-se como já dissemos Pedestais.

Não existe Bateria com as mãos. Existe o bater dos malhetes, cujas batidas serão específicas para cada grau. Chama-se batida de malhetes e não bateria.

Não existe Bolsa de Propostas e Informações.

Não existe o Balandrau. Em todas as sessões, o traje é preto ou escuro com gravata preta.

Não existe a Cadeia de União.

Não existe Câmara das Reflexões.

Não existe consagração do candidato pela Espada e Malhete.

Não existe a Corda de 8l nós.

Não existem Colunas Zodiacais.

Não existe certificado de presença. Se o visitante o exigir, o Secretário da Loja enviará uma carta para a Loja a qual pertence o Irmão informando que ele esteve presente à reunião.

Não existe Culto ao Pavilhão Nacional.

Não existem Espadas, a não ser a Espada do Guarda Externo. Não existe a Espada Flamígera ou Flamejante.

Não existem Graus Superiores. Existe o Santo Arco Real, que é uma espécie de extensão do Terceiro Grau, que não é considerado como um grau, apesar de possuir um ritual especial, cuja ritualística trabalha com os verdadeiros segredos do Terceiro Grau, sendo que no Terceiro Grau comum, estes segredos são substituídos.

Não existe o giro da palavra pelas colunas. A palavra é solicitada diretamente ao Venerável Mestre.(Mestre da Loja).

Não existem os Livros preto e amarelo.

Não existe a prova dos quatro elementos. Terra, Ar, Água e Fogo.

Não existe a Sala dos Passos Perdidos. O local que precede a Loja, chama-se ante-sala.

Não existe a Palavra Semestral. Para atender as normas da Potência o Venerável Mestre (Mestre da Loja) a transmitirá discretamente sem ritualística após a sessão, a quem quiser conhece-la.

Não existe a transmissão da Palavra Sagrada na ritualística de abertura ou fechamento da Loja.

Desde l986 A Grande Loja Unida da Inglaterra aboliu dos Rituais as penalidades mencionadas nos juramentos das Iniciações. Agora são apenas lembradas que antigamente existiam tais penas caso o candidato fosse perjuro.

Não existe a separação física entre o Ocidente e o Oriente. Não existe o gradíl ou grade, nem existem desníveis ou degraus, entre estas duas partes da Loja. A Loja é muito simples situada num plano só.

Não existe a Taça Sagrada ou Cálice da Amargura.

Não existe o Tríplice Abraço.

Não existem os três pontinhos nas assinaturas, nas abreviações Os três pontinhos são desconhecidos neste Rito. As abreviações são como na escrita comum, por exemplo: Venerável Mestre V.M.

Não existem os termos Prancha de arquitetura, peça de arquitetura, balaustre, Existem no Trabalho de Emulação as palavras Expediente, Palestra ou Conferência, Ata e o termo usado para a redação da Ata é registro

OFICIAIS DA LOJA

Venerável Mestre(Mestre da Loja)

1º Vigilante

2º Vigilante

Tesoureiro, 

Secretário

1º Diácono

2º Diácono

Guarda Interno

Guarda Externo

Capelão

Diretor de Cerimonial

Esmoler (*)

Organista (*)

Mordomo (*)

Administrador de Caridade(*)

Assistente de Secretário(*)

Assistente de Diretor de Cerimonial.(*)

(*) São considerados cargos facultativos

Não existem os cargos de Orador, Chanceler, Expertos, Porta- Bandeira, Porta Estandarte e Porta-Espadas

Para que não se confunda o sistema maçônico americano com o inglês que acabamos de demonstrar em suas principais características enumeraremos os graus do Rito de York americano sendo que, este sim é o Rito de York, o autêntico que, tanta confusão se faz a respeito, quando grande parte dos maçons brasileiros chamam o Trabalho de Emulação de Rito de York, quando na realidade o Rito de York é como dissemos, americano e por sinal é muito deferente do inglês.

Segundo o “Educational Bureau General Grand Chapter” R.A.M. de Lexington- Kentucky –EE.UU. o Rito de York americano está dividido em quatro partes:

Primeira Parte – Lojas Azuis

1 –Aprendiz ( Entered Apprentice)

2 -Companheiro (Fellowcrfat)

3 – Mestre ( Master Mason)

Segunda Parte – Capítulos do Real Arco

4 –Mestre da Marca (Mark Master)

5 –Mestre Passado (Paster Master)

6 –Mui Excelente Mestre (Most Excellent Master)

7 –Maçom do Real Arco ( Royal Arch Mason)

Terceira Parte – Conselho de Mestres Reais e Escolhidos ( Maçonaria Críptica ou secreta)

8 –Mestre Real ( Royal Master)

9 –Mestre Escolhido (Select Master)

l0-Super Excelente Mestre (Super Excellent Master)

Quarta Parte – Conselho dos Cavaleiros Templários

11–Ordem da Cruz Vermelha ( Order of Red Cross

12-Ordem de Malta ( Order of Malta_)

13-Ordem do Templo ( Order of the Temple)


BIBLIOGRAFIA - LIVROS

O Rito de York ( Emulation Rite) - Anatoli Oliynik - Curitiba l997.

Rito & Rituais (Volume 1) Francisco de Assis Carvalho – Editora “ A Trolha” Ltda – Londrina -1993

ARTIGOS EM REVISTAS

Joaquim da Silva Pires - “Comentários sobre o suposto “Rito de York” “A Trolha”

Publicados em diversos artigos em 1.997-1998

José Castellani “Rito de York” “A Trolha” nº55 Maio 1991

José Castellani “Primórdios do Rito de York no Brasil” “O Prumo” nº 101 de Abril e Maio l995

João Guilherme C.Ribeiro comentando o livro “A Reference Book for Freemason” de Frederick Smith na Revista “Engenho & Arte”

ARTIGOS PUBLICADOS NA “BIGORNA”

Kurt Prober “ A Bigorna” nº 21 – Junho – l984

Kurt Prober “ A Bigorna” n°35 - Maio l985

Kurt Prober “ A Bigorna” nº 99 - Junho 1989

RITUAIS

The Perfect Cerimonies of Craft Masonry – as approved,sanctioned and confirmed by THE UNITED GRAND LODGE on 5thJune,1816 – And as taught in the Unions Emulation Lodge of Improvement For M.Ms. – Freemason Hall, London – A Rew and Revised Edition Privateley printed for a Lewis- London MDCCCXVIII (1918)

(Foi deste Ritual que o Irmão Joseph Sadler fez a tradução em l920 para o português)

Emulation Ritual

As demonstrated in the Emulation Lodge of Improvement – Compiled by and published with the approval of the Committee of the Emulation Lodge os Improvement A Lewis

(Masonic Publishers Ltd. – All rights Reserved, 1976 – London -

Rituais 1º,2º e 3º graus “Cerimônias Exatas da Arte Maçônica” – Tradução da edição inglesa de l918, realizada em l920 pelo Irmão Joseph Thomaz Wilson Sadler da Loja “Lodge of Unity”, de São Paulo, impressa em Londres, aprovada pela Grande Loja Unida da Inglaterra e adotado pelo Grande Oriente do Brasil.

Rituais do 1º, 2º e 3º graus do Rito de York organizados pelo Irmão ANATOLI OLIYNIK, Grande Secretário Geral de Orientação Ritualística do Grande Oriente do Brasil para Rito de York Ano 2.000

julho 15, 2022

BREVE HISTÓRICO DA FUNDAÇÃO DA GRANDE LOJA UNIDA DA INGLATERRA - Ir.'. Hercule Spoladore


    Uma vez fundada a Grande Loja de Londres em 24.06 l7l7, como já se sabe da história da Ordem, que ocorreu na Cervejaria do Ganso e da Grelha( The Goose and Gridiron), onde se reuniram alem de uma Loja com o mesmo nome, mais três a saber: A Coroa (The Crown); A Macieira( The Apple) e a O Copázio (copo grande, copaço) e as Uvas( The Rummer and Grappes) Elegeram como primeiro Grão-Mestre o Irmão Sir. Antony Sayer.

     As três primeiras Lojas foram constituídas de maçons operativos e a quarta a do Copázio e das Uvas foi constituída por homens eminentes, nobres e entre eles o Reverendo James Anderson,que escreveria em l723 o famoso Livro das Constituições (Livre des Constituitones), mais conhecido como Constituições de Anderson. 

    Era nessa época uma Maçonaria de apenas dois graus. Não havia o grau de mestre, havia o cargo de Mestre da Loja O grau de Mestre foi introduzido na Maçonaria em l725 e definitivamente incorporado em l738. Em 11.05.l725 teriam sido elevados ao grau de Mestre os dois primeiros maçons na história da Ordem: Papillon Bul e Charles Cotton. Interessante que, os primeiros Grão-Mestres da Maçonaria no mundo eram Companheiros e não Mestres.

    Entretanto, apesar desta iniciativa da Maçonaria Inglesa, fundando a que seria a primeira potência maçônica, a Grande Loja de Londres, a sua influência na Inglaterra durante muito tempo, foi relativa pois uma grande parte das lojas inglesas em respeito aos antigos costumes onde os “Maçons livres em Lojas livres” predominavam, não queriam saber de novidades, principalmente em função do já conhecido conservadorismo inglês. O principal foco de resistência foi a velha Loja do condado de York. Os Maçons de muitas lojas teimavam em não seguir não só a uma organização obedencial, bem como eram refratários às inúmeras alterações que foram introduzidas sendo por esta razão chamados de Antigos e evidentemente os Maçons da Grande Loja de Londres eram chamados de Modernos.

    Em l725 na cidade de York foi fundada a Grande Loja se autoproclamando Grande Loja da Inglaterra. Cessou suas atividades mais ou menos l740.

    Em l75l foi fundada uma Grande Loja dos Antigos, formada de maçons irlandeses que haviam sido impedidos de pertencer às lojas inglesas. O maçom que mais se bateu contra os Modernos foi o irlandês Lawrence Dermott, publicando em l756 as Constituições da Grande Loja dos Antigos sob o título Ahiman Rezzon( Ahim quer dizer Irmãos: manah, escolher e ratzon, lei) Ele afirmava que os Antigos deveriam ser chamados de Maçons de York porque a primeira Grande Loja da Inglaterra havia sido reunida em York em 926 pelo príncipe Edwin. Entretanto, sabemos que se trata de uma lenda e não da realidade maçônica inglesa dos séculos XVII e início do XVIII.

    Somente em l76l, foi reativada a Grande Loja de York, ligada à cidade do mesmo nome, com a seguinte sigla: Grande Loja de toda a Inglaterra( The Grand Lodge off all England). Os maçons desta Grande Loja criticavam a Grande Loja de Londres por ter esta realizado muitas alterações a saber: mudaram as formas de reconhecimento nos graus na Maçonaria, retiraram as orações dos procedimentos; descristianizaram o ritual, omitiram os Dias Santos, mudaram a forma de preparação do candidato; enxugaram o ritual, deixando de dar as instruções como até então eram ministradas; cortaram a leitura dos Antigos Deveres nas Iniciações; retiraram a Espada durante as Iniciações, mudaram o antigo método de arrumar a loja e também alterações e mudança na função dos diáconos, colocaram o Altar dos Juramentos no centro da loja, alem de outras alterações.

    Uma outra Grande Loja, a quarta, apareceu na Inglaterra em l777 por ocasião da cisão havida na Loja Antiquity, quando parte da Loja acompanhou o grande maçom Willian Preston, separando-se da Grande Loja de Londres, porem voltando daí há onze anos em l788 à Potência de origem. Willian Preston, grande palestrante e compilador dos então catecismos maçônicos., ele teria sido o primeiro maçom a dar o significado simbólico às ferramentas de trabalho dos operários da construção.

    De fato, a Grande Loja de Londres, imprimiu um tipo de catecismo(não se chamava ritual naquela época), introduzindo uns procedimentos e retirando outros, mais no sentido de atualização e renovação. Criaram um Ritual muito parecido com o atual Rito de York Americano.

    Quanto aos maçons do condado de York e os outros que se opunham às modificações implantadas pela Grande Loja de Londres praticavam um ritual parecido ao que Samuel Prichard de maneira perjura, publicou num jornal de Londres em 10 de Janeiro de l730 de dois graus. Eram conservadores e não admitiam modificações em hipótese alguma.    

    Entretanto, a Maçonaria Inglesa chegou à conclusão que tanta divergência não levaria a Ordem a lugar algum, já em l794 os dois Grão-Mestres rivais solicitaram ao Duque de Kent que intermediasse um acordo entre as duas Potências, no sentido de uma unificação. Em l809, a Grande Loja de Londres constituiu uma Loja de Promulgação ou Reconciliação, com a finalidade de estudar a fundo o problema. Esta Loja chegou a conclusão após estudos que se poderia atender a todos os interessados, principalmente no tocante ao Ritual, isto é cederiam em favor dos Antigos em parte, suas maiores reivindicações.

    Em l8l3, por coincidência, dois nobres irmãos de sangue eram os Grão-Mestres das duas Potências adversárias, o Duque de Sussex da Grande Loja de Londres e o Duque de Kent, Grão-Mestre da Grande Loja de toda a Inglaterra. Assim, em 27.de Novembro daquele ano, foi assinado um tratado com 3l artigos sacramentando a união de ambas as Obediências. Não foi lavrada ata, para se salvaguardar o segredo maçônico e o Duque de Kent propôs que seu irmão o Duque de Sussex fosse o primeiro Grão Mestre da nova Potência que passou a se chamar Grande Loja Unida da Inglaterra, nome este que permanece até a presente data.

     A partir daí a Maçonaria Inglesa entrou numa fase de paz e tranqüilidade. Acresça-se que apesar de terem chegado a um acordo acabou prevalecendo em quase 80% das práticas adotadas pelos Antigos.

     Há na Inglaterra uma certa tolerância, pois existem algumas pequenas diferenças nas práticas ritualísticas perfeitamente aceitas sem que isto venha a ser enxertos, invenções, adendos consistindo apenas em tradições sem constituir problemas entre os maçons ingleses, cuja mentalidade é bastante diferente da nossa, já que temos uma capacidade de inventar muito grande.


julho 14, 2022

VERSOS EM BOM COMPASSO - Adilson Zotovici

 


    Na noite de ontem, dia 13, tive o grato prazer de participar da sessão virtual para o lançamento do novo livro de poesias do notável poeta maçom Ir.: Adilson Zotovici, da ARLS Chequer Nassif de S. Bernardo do Campo. O autor, além de um notável domínio do vernáculo insere em sua poesia a filosofia maçônica e suas lições de ética e moral  emolduradas em suas rimas e seu ritmo. 
    Honrado pela dedicatória do autor e por um belo poema dedicado a mim e ao polímata Newton Agrella.
    Abaixo, um exemplo de sua original e bela obra:
    
    VELHO NÃO, ANTIGO 

Com discrição, empatia
Eu compartilho contigo
Lição de maçonaria
Meu caro irmão e amigo

Ligeiro qual ventania
Passa o tempo que bendigo
Que o Grande Arquiteto e Guia
Nos dá e feliz eu sigo

Num paradoxo a magia
O tempo não é inimigo...
É feitor da sabedoria

"Não se envelhece" predigo
Torna-se com eutimia
Sábio livre pedreiro "antigo"!

julho 13, 2022

A NATUREZA DA FILOSOFIA MAÇÔNICA - Newton Agrella


De acordo com o pensador grego Aristóteles, a "filosofia" é a totalidade do conhecimento.

A palavra em si é uma composição de dois vocábulos gregos, "philia" que significa amizade, amor , respeito e "sophia" que quer dizer sabedoria. 

A filosofia tem como propósito o estudo incessante pela ampliação da compreensão da realidade através do exercício do pensamento.

O arcabouço que compõe a Filosofia pode ainda ser interpretado como o estudo da própria vida. 

Esse preâmbulo serve como uma sinal para que se possa entender que a Maçonaria é uma Ordem Iniciática que estimula o homem a exercitar o pensamento e que se vale das grandes e sedimentadas "escolas filosóficas" como sua fonte de inspiração.

A tríade simbólica que se sustenta sob a égide da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade norteia o sentido para a caminhada mais segura do maçom.

A liberdade de pensamento, sem estar atrelada a qualquer dogma, ou conceito imposto e pré-estabelecido, já revela seu caráter filosófico, em que o uso do raciocínio, da especulação, da pesquisa, aliadas à história, às Lendas e às peculiaridades do comportamento humano imprimem seu caráter hominal e antropocêntrico.

É inquestionável, que a filosofia maçônica, não se furta de reconhecer que o ser humano é investido de matéria e espírito e que a partir desses elementos ele está apto a explorar os princípios morais e éticos que envolvem os dispositivos naturais que dizem respeito ao bom relacionamento humano.

A filosofia maçônica se notabiliza pela utilização de Símbolos e Alegorias, que atuam como elementos circunstantes para o seu estudo e compreensão, uma vez que se constituem no seu expediente característico na busca pelo Conhecimento.

Trata-se pois, de uma filosofia que propõe a contínua evolução do homem pelo aperfeiçoamento de sua Consciência, lavrando e erigindo tal qual um arquiteto e um construtor, o seu templo interior.

Sem exaltar qualquer tipo de unilateralidade de pensamento filosófico, a Maçonaria visa primordialmente promover a felicidade entre as pessoas, a paz e o compromisso maior com a idéia fundamental de um "Princípio Criador e Incriado do Universo", que inclusive referenda e explica a nossa própria existência.

A filosofia maçônica, é tão atual e perene no seu caráter substantivo, que congrega em suas fileiras, de maneira absolutamente democrática, homens de todas as raças, etnias, cores, religiões e nacionalidades, que sejam livres e de bons costumes.

Cabe registrar que dentre seus postulados a filosofia maçônica  estimula despertar o senso de justiça, equidade e perfeição. 

O estímulo para compreender razão de sua própria existência, impõe que o homem decifre seus enigmas, burilando sua pedra bruta, e buscando lapidá-la conferindo-lhe forma, conteúdo e polimento. 

Tudo isso, valendo-se sempre da Simbologia, que traduz os Augustos Mistérios da Maçonaria.

Sim, a filosofia maçônica ainda traz contida em seus princípios dialéticos, uma essência "esotérica" que se constitui num dispositivo, que dá conta sobre conhecimentos, conjunto de tradições, e interpretações filosóficas que não podem ou nem devem ser vulgarizados, mas transmitidos a um determinado contingente. 

Algo atinente às chamadas instituições iniciáticas.

Esta sintética abordagem, visa demonstrar o porquê a Maçonaria é fundamentalmente uma instituição filosófica, que ainda  guarda em seu interior tantos mistérios a serem desvendados.



julho 12, 2022

GLÂNDULA PINEAL




A glândula pineal é um dos maiores segredos que foram escondidos de nós. O segredo não é que a glândula exista, o segredo é sua função. Dizem aos estudantes de medicina que é um órgão em desuso, mas não é. A glândula pineal é o nosso terceiro olho, é o órgão através do qual sonhamos e imaginamos e, uma vez ativada, é também o órgão que nos conecta a outras dimensões da realidade, ou seja: permite-nos ver seres de outras dimensões além de nos permitir fazer viagens astrais (deixar nosso corpo físico viajar com nosso corpo etéreo), desenvolver habilidades psíquicas como clarividência ou telepatia e até a possibilidade de viajar no tempo.

Não é difícil saber por que é um segredo, a resposta está na Igreja. Como a igreja subsistiu? Sendo o monopólio da religião: ir à massa é a única maneira de mostrarmos que estamos conectados ao plano Divino, mas, na realidade, o Templo para alcançar a conexão Divina está dentro de cada um de nós.

O abacaxi ou a glândula pineal tem vários significados. Para a religião católica, significa o poder de Deus; para a Maçonaria, a visão do Ciclope; dentro da tradição egípcia, é conhecido como o olho de Hórus, também na geometria sagrada, podemos ver que o olho de Hórus corresponde exatamente a todas as estruturas do cérebro e no mundo asiático como o terceiro olho ou centro da clarividência. e intuição Na terminologia iniciática, é conhecida como "A porta do paraíso" e até o filósofo francês Descartes propôs que a glândula pineal era o que ligava o corpo à alma, ou que a continha. Ele a definia como "A sede da alma" . Sua proposta surge porque a glândula pineal não é duplicada bilateralmente no corpo e também acreditava (erroneamente) que era exclusiva para os seres humanos.

O hormônio Melatonina produzido pela Pineal, cuja deficiência é causada por insônia e depressão, está presente em alguns alimentos como aveia, milho, tomate, batata, nozes, arroz e cerejas. Nos antigos templos dos sumérios e babilônios, havia adoração da pineal e mesmo no Vaticano podemos ver um monumento em forma de abacaxi ou pineal, as batatas também o carregam, e nas paredes das pirâmides estão Hieróglifos

A pineal secreta uma substância chamada DMT (dimetiltriptamina), também conhecida como molécula espiritual, que curiosamente é liberada na fase do movimento rápido dos olhos, ou seja, quando estamos sonhando, é responsável pela visualização de imagens nos sonhos. Quando não há luz, a glândula pineal produz melatonina a partir da serotonina.

Está relacionado à regulação dos ciclos de vigília e sono e serve para neutralizar os efeitos da síndrome da diferença de fuso horário (jet lag). O DMT é tão poderoso que pode trazer a consciência do homem através das viagens e dimensões do tempo. No estado imediato antes da morte, uma grande quantidade de DMT é produzida, razão pela qual lhe é atribuída a capacidade de entrar na consciência em dimensões mais elevadas. Atinge estados místicos ou interdimensionais, é o alucinogênio ou enteogênio mais potente encontrado na natureza, em todas as plantas e animais (em maior ou menor concentração), tem efeitos profundos na consciência.

Na minha maneira de entender isso e a partir de nossa própria experiência, a alucinação nos leva a uma jornada pelo subconsciente e acessamos nossos registros akáshicos para que cada experiência seja única e pessoal.

Diz-se também que, além de regular aspectos associados ao dia-noite, como temperatura corporal e estações do ano, como ciclos hormonais relacionados à reprodução, a melatonina é um poderoso antioxidante, que protege as células contra os danos causados pelos radicais livres, inibe a síntese de DNA em certas células tumorais e a morte celular (apoptose) no timo, a glândula responsável pelas defesas. Seus níveis de produção diminuiriam com a idade. Portanto, teria propriedades anti-envelhecimento e anti-câncer.

julho 11, 2022

EM TORNO DE PITÁGORAS - Solange Sudarskis



Por volta do século 6 aC, no antigo Egito, os números ainda codificavam apenas impostos, comércio, salários.

A avaliação, pelos harpedonaptes (funcionários da realeza, agrimensores), da superfície dos campos cultiváveis ​​dos quais a enchente do Nilo apagou os marcos de fronteira, não geometriza, mas apenas procura encerrar as disputas entre vizinhos pela força. do Estado. Com o direito de propriedade, aqui está o direito civil e o direito privado. Mas também, ao delimitar os limites, o cadastro régio fixa a base tributária, ou seja, o direito público e fiscal. Os números, portanto, falam apenas das relações humanas.

E então um dia... Da gigantesca massa de pedras, do mausoléu do faraó Kéops, a geometria nascerá na areia ensolarada composta por sua sombra. Ao relacionar a sombra do túmulo à de um poste de referência, ou à medida de seu corpo, segundo a lenda, Tales afirma a invariância de uma forma apesar da variação de seu tamanho. De fato, seu teorema mostra a progressão ou regressão infinita da dimensão, na conservação da mesma relação, desde o colossal, a pirâmide, até a mais medíocre vara fincada no chão. Que apagamento de toda hierarquia no semelhante, já que cada estágio, do maior ao menor, mantém a mesma relação.

Tales faz-nos assim descobrir um mundo fora das sociedades onde as coisas se relacionam consigo mesmas. A proporção fala, sem boca humana, mostra uma ordem que não conhece nenhuma lei social, que escapa à onipotência. Liberdade sem igual, igualdade! O faraó morre pela segunda vez quando Tales, enquanto mede a pirâmide, a reduz a um simples poliedro na homotetia de sua sombra geométrica.

A proporção analógica, aqui é a grande conceituação grega, não a da simples razão a/b, mas aquela que interessa como mediação H, o que vai de uma relação para outra, como a/b = c/d e por substituição pode passar desta para uma terceira relação e assim por diante. Não se trata de desmembrar algo, portanto de dividir ou deduzir, o que todos, generosos ou leoninos, puderam fazer desde o início, mas de construir, passo a passo, uma cadeia, portanto, de encontrar o que, subjacente, estável e escorregadio, transita ao longo de sua seqüência e os gregos chamarão essa relação de analogia de “logos”. Como Platão e Aristóteles, os estóicos pensarão que o logos puro é a fala, a inteligência, um acesso direto e verdadeiro às coisas, que os números e suas razões podem finalmente fazer.

Nessa época, por volta do século VI a.C., viviam também Zaratustra, Lao-Tseu, Buda,  Confúcio, em outros lugares da Pérsia, China, Índia.

Aqui na Grécia por volta de 530 aC. JC, em Crotona, recém-regressado do Egipto, mas também da Pérsia, Índia, Caldéia, Trácia, um homem nascido 40 anos antes em Samos, traz consigo um saber ancestral, uma sabedoria do mundo que, suas viagens, seus prováveis ​​encontros com esses personagens mencionados, suas iniciações recebidas, sem dúvida, forjaram. É provável que tenha sido iniciado nos mistérios, os de Tebas, os dos magos caldeus, nas práticas órficas, teria recebido o batismo no Eufrates, teria sido ensinado pelo famoso Tales e purificado pelos próprios Zoroaste e Buda . ,

A partir dessa apreensão particular e mista do mundo da Ásia e da Ásia Menor, Pitágoras, porque se trata dele em questão, o “primeiro mestre universal”, como Hegel o chamou, fará disso uma filosofia. Como relata Cícero, foi Pitágoras quem teria cunhado a palavra filósofo para se definir diante do tirano Leão de Flionte que lhe perguntou quem ele era, e como ele explicou, o filósofo é aquele que busca descobrir os segredos da natureza desinteressadamente.

Ele teria então participado da mudança da Grécia de um modo de pensar religioso para um modo de pensar racional.

Como entendemos, nos condicionais usados ​​para evocar a viagem de Pitágoras, é difícil desembaraçar, na personalidade do filósofo, o que vem da lenda maravilhosa do que foi sua vida, pois não temos obra dele. , mas apenas alguns fragmentos de um de seus discípulos chamado Philolaos. Mesmo os famosos versos de ouro atribuídos a ele são duvidosos quanto à sua origem. É mesmo impossível para nós distinguir o ensino do mestre das teorias dos discípulos. Só podemos falar de pitagorismo, sem pretender saber o que pensava Pitágoras. Além disso, a maioria das informações que nos foram preservadas, espalhadas em um grande número de obras, merecem pouca confiança. A palavra Pitágoras nem designaria um homem, mas uma ciência.

Lemos no dicionário (galês, de Owen Pughes):

Pitágoras: Explicação do Universo, Cosmogonia.

Pitágoras: para explicar o sistema do Universo (palavra composta de pyt, período de tempo; agori, descobrir).

Python: Sistema do Universo.

Pythone: um cosmogonista, um Pythoness.

Pythoni: tratado sobre cosmogonia.

Pythonydd: aquele que sistematiza o mundo.

(Para Céline Renooz, a famosa misandre belga). E mais ainda, alguns pensam que as fábulas inventadas sobre a suposta vida de um homem chamado Pitágoras não teriam realidade, corroborada nisso pelo historiador das religiões Ernest Havet   que disse: "nada mais conhecido do que este nome, nada menos conhecido do que o próprio homem” e para acrescentar mais tarde: “Só considero Tales, Pitágoras, como nomes representativos de um sistema científico.

Isso não impedirá os autores clássicos modernos de fazer de Pitágoras um personagem histórico e inventarão uma biografia para ele . Existe algo mais verdadeiro do que a verdade pergunta a Nikos Kazantzakis e para responder: a lenda. É ela que dá imortalidade à verdade efêmera.

Pitágoras, portanto, cedo se tornou um personagem lendário. Deixarei, portanto, a sua história aos textos dos seus discípulos, a toda a literatura muito abundante que este extraordinário personagem não deixou de inspirar, às doxografias, estas compilações de textos gregos do início da era cristã, e podemos citar as   vidas de Pitágoras escritas, uma por Diógenes Laerce, outra por Porfírio e a mais conhecida por Jâmblico, por volta do século III .

O que me parece interessante relatar aqui é como o seu saber, o seu saber, os seus ensinamentos, que lhe são atribuídos, podem ter influenciado a Maçonaria.

Há duas coisas a distinguir no pitagorismo: uma filosofia, isto é, uma explicação do universo, e uma escola de virtudes. Reterei esses dois aspectos com números e geometria de um lado, a ordem pitagórica do outro.

1 - É em torno da soberania dos números que podemos pensar na contribuição de Pitágoras para o conhecimento universal e considerá-la como uma das fontes importantes da Maçonaria.

E, antes de mais nada, essa comparação me parece legítima porque, de fato, no antigo manuscrito maçônico que Cooke conserva na Biblioteca Britânica, pode-se ler nos parágrafos 281-326 que toda a sabedoria antediluviana foi escrita em duas grandes colunas. Após o dilúvio de Noé, um deles foi descoberto por Pitágoras e o outro por Hermes, o Filósofo, que se dedicou a ensinar os textos ali gravados.

No frontispício das Constituições de Anderson encontramos o "teorema de Pitágoras" sobre triângulos retângulos, sem dúvida reconhecendo-o como o pai da geometria.

Os construtores medievais, por sua vez, transmitirão uma geometria sagrada que remontaria a Pitágoras, que permaneceu viva até o século XVI. século e cuja influência na Tradição Maçônica é conhecida.

E essa elaboração filosófica de objetos matemáticos e geométricos que permitem a contemplação de formas inteligíveis, essas realidades invisíveis que modelam o Universo?

Para os pitagóricos, as coisas são números, os números estão nas coisas, os números são a causa e os princípios das coisas ou as coisas são constituídos pelos números, como expressa Aristóteles. (Exemplo das flores das conchas, leis da física etc…)

Os pitagóricos foram sem dúvida os primeiros a pensar que o número é a estrutura de recepção. receber, analisar e buscar compreender o incompreensível e que o número, através da inteligência, fala, em símbolo, para descobrir a realidade ontológica. É, portanto, a dimensão simbólica, analógica e eu diria metafórica dos números que nos desafia.

Pitágoras estaria, assim, na origem de: O simbolismo do par e do ímpar

- o ímpar, limitado, Uno, certo, masculino, em repouso, retilíneo, leve, bem, quadrado, domina, equilibrando, com uma parte mediana , unidade, duas partes simétricas. No mundo, o ímpar será, portanto, o princípio da totalidade, pois tem começo, meio e fim.

- O par aparece, em oposição ao princípio da dualidade do existente, ilimitado, múltiplo, esquerdo, feminino, móvel, curvo, escuro, mau, oblongo.

Podemos dizer que nosso primeiro grau também se baseia nesse simbolismo da dualidade pitagórica.

° O famoso tetraktys.

Claro que sua forma triangular mostra claramente o 3, a reconciliação da dualidade em seu princípio que é a unidade, a harmonia universal. A tríade é o número, como reconhecido

Aristóteles, "é o número 3 que define tudo e todas as coisas, pois são os constituintes do começo, meio e fim". É por isso que 3 foi escolhido como o número base. É Zoroastro quem inspirou Pitágoras cuja doutrina foi exposta em seus Oráculos e cito: "o ternário brilha em todo o Universo e a Mônada é o seu princípio" e segundo Sérvio os pitagóricos atribuíram ao Deus supremo o três que é perfeito, pois tem um começo, um meio e um fim. Os pitagóricos naturalmente escolheram o triângulo para representar o número 3.

Sem ir mais longe, aqui está um dos primeiros símbolos maçônicos.

Mas acho que essa forma, destacada no templo, por sua posição geográfica, como ponto focal, a leste dos primórdios da luz, um delta luminoso, um daleth hebraico e, portanto, uma porta para um outro lugar, é um desenho de todas as tétrades pitagóricas, um pleroma, uma forma imaginal da progressão dinâmica do ilimitado e do limitante e cito Filolao, que no tempo de Sócrates transcreveu a memória do mestre, "o ilimitado e o limitante, harmonizando, constituem, dentro do mundo, a natureza, assim como o mundo inteiro e o que ele contém”. Em suma, a triangulação é o envelope que mostra os mistérios da natureza.

Os pitagóricos distinguiram, de fato, 11 tétrades e vou me dar ao trabalho de mencioná-las a vocês porque se trata do pensamento analógico e gnóstico que Pitágoras sincretizou, sem dúvida, do que aprendeu ou concebeu e que ensinou.

Veremos que cada tétrade não é uma coleção, um inventário, mas uma progressão que leva do ponto ao volume, do homem à cidade, do nascimento ao declínio. Cada elemento gera e limita o seguinte, pois o ponto é a origem e o limite da linha, a linha a da superfície, a superfície a do sólido. A tétrade é para mim uma metalinguagem, uma forma de dizer como o mundo da realidade vem da unidade primordial, através dos princípios expressos pelos números.

1 - A primeira tétrade é o triângulo que envolve o número perfeito 10, representado por 10 pontos distribuídos em um triângulo de 4 linhas. Esta é a tétrade original que é a soma dos 4 primeiros números e conduz gradualmente ao princípio do número 10, ao mesmo tempo que gera as 4 consonâncias da escala (primeira, quarta, quinta, oitava). Segundo a tradição,

Pitágoras, por observação e experiência, descobriu que as relações entre o comprimento das 4 cordas do tetracorde em relação à primeira eram expressas pelas relações numéricas 4/3, 3/2,

2/1. Os tetractys deram a chave para os mistérios da acústica e os pitagóricos estenderam as conclusões dessa descoberta a todas as áreas da física. A fórmula do juramento de Pitágoras, transmitida por diversos autores e encontrada nos versos áureos, santifica a tetractys: Juro por aquele que transmitiu à nossa alma a tetractys na qual são a fonte e a raiz do Eterno Tipo .

Um número não é um valor abstrato, é uma “virtude intrínseca e ativa do supremo UM, de

Deus, fonte de harmonia universal” nos lembra Edouard Schuré, em “Les grands iniciados”).

2 - 3 passo rapidamente na segunda e terceira tétrade abraçando, em uma dupla progressão geométrica de razão 2 e 3, a natureza de todos os tamanhos: o ponto, a linha reta, a linha circular, a superfície plana, a superfície curva, o sólido com superfícies curvas, o sólido com superfícies planas.

4 - A quarta tétrade é física com 1 = fogo, 2 = ar, 3 = água, 4 = terra que são nossas purificações durante as jornadas de iniciação.

5 - A quinta, as de figuras geométricas com os 4 primeiros poliedros.

6 - O sexto, o das coisas geradas, ao qual Aristóteles concede a geração dos vivos a partir da semente e seu aumento nas três direções, largura, comprimento, altura.

7 - A sétima diz respeito ao desenvolvimento da sociedade. Homem, família, cidade, sociedade.

8 - A oitava apresenta as faculdades cognitivas que asseguram o conhecimento das tétrades anteriores; pensamento, ciência, opinião, sensação.

9 - A nona distingue as quatro dimensões do ser animado.

10 - A décima do tempo com suas 4 estações

11 - A última das idades da vida; infância, adolescência, maturidade, velhice.

Assim, as tétrades revelam a Unidade genética de todas as coisas no processo de realização de sua conclusão, como as sefirot na árvore da vida que assumirá a ideia dela.

Poderíamos levantar a hipótese de que Pitágoras trouxe de volta de sua estada de quase 20 anos no Egito, o entendimento do mistério das pirâmides: A pirâmide de Keops, que parece nunca ter escondido nenhuma múmia de faraó, não seria uma forma santificada do divino? Suas dimensões representando a compreensão do desdobramento divino, e esta encarnação da inteligência divina teria sido reformulada pela tetractys? O que é Deus, perguntou São Bernardo: ele é comprimento, largura, altura, profundidade.A pirâmide seria o símbolo de toda a criação, uma representação matemática do funcionamento do Universo. Dentro de suas dimensões estariam codificadas as verdades fundamentais de nosso mundo.

Nesse conservatório de números se expressa a atualização da possibilidade, ou seja, o Ser, a certeza de que tudo é vivo, de que o Presente é eterno, a simultaneidade do Tempo, a noção de Tri-unidade do Uno e Único.

Essa visão é muito importante porque é a possibilidade de sair da visão do Deus pessoal, leva a um conceito abstrato. O mundo vem da tradução “o que não tem limite” do que a Cabala chama de “ein soph”.

A este respeito podemos deduzir que Pitágoras inscreveu em sua figura triangular:

Monismo: Tudo o que é, é Um. Isso se opõe ao monoteísmo; não há separação natural entre o divino e o homem ou a natureza.

Holismo: Tudo forma um todo, nós, natureza, Deus incluído. É um imenso organismo que vive, uma entidade orgânica que vive sua vida de forma totalmente interligada.

Naturalismo: não há nada fora. Natureza e Deus incluindo dois olhares fixos no grande Todo, como no taoísmo

panteísmo: o livro da existência, como os livros sagrados, é a natureza. Tudo é divino, o que implica uma profunda ética de respeito.

Emanacionismo: Nenhuma criação, mas emanação, portanto, nenhuma separação. Tudo está em movimento, tudo está se tornando. Não se trata mais de uma metafísica do ser, mas de uma metafísica do devir e então a questão se coloca em direção ao quê. Deus não sendo completo, o mundo sendo sua realização, a perfeição do ser torna-se a realização do Todo.

O delta luminoso seria, portanto, também uma tétrade, um pleroma, uma representação sistemática que responde à pergunta de onde vem o mundo e como ele se desenvolve.

A importância da Tetraktys pitagórica em qualquer tipo de conhecimento metafísico e cosmogônico é óbvia. Por outro lado, a relação das harmonias musicais com os números é também um tema pitagórico que a Maçonaria e o Corpus Hermeticum assumem na forma de graus e chaves de reconhecimento ligados às esferas planetárias e aos

Regentes que as governam. Seria necessário acrescentar-lhe os vários teoremas de Pitágoras, sabendo da importância que a arte e a ciência da construção têm para a Maçonaria.

Entre eles, bastaria destacar o do triângulo retângulo, que se formou com os números da tríade "3, 4, 5" e se diz egípcio com sua hipotenusa (tradução, cordão esticado entre os opostos) assemelhando-se tanto a corda dos harpedonaptos marcada por nós em 3, 4, 5.

° A proporção áurea. Essa proporção de harmonia, também chamada de áurea, é derivada da proporção da analogia a/b=c/d quando os quatro termos são reduzidos a dois mantendo a mesma proporção. Devemos dizer os números de ouro, que Pitágoras e sua amada esposa Theano recusaram de todas as maneiras possíveis, em todas as suas formas possíveis de retângulo, pentáculo, estrela ou pentágono, rastreando-os e destacando assim os teoremas de Tales. Nessa irracionalidade matemática, de Pi e Phi, que não pode ser medida, mas se mostra nas leis da diagonal e do círculo e na infinidade de seus decimais, eles sem dúvida viram essa parte inacabada do mundo em processo de atualização em tempo e forma, e isso me parece ser a beleza divina dos próprios números.

° A fisionomia dos números: que serão chamados de perfeitos (soma dos divisores do número dá novamente o número, 6, 28), amigável (a soma dos divisores de um dá o outro, 220 e 284), par ou ímpar , triangular (3, 6, 10, 15), quadrados (1, 4, 9,16), cúbico (1, 8, 27), racional, irracional, imensurável. Que vertigem, que fonte para a gematria dos cabalistas e, portanto, para nós maçons.

° O alfabeto secreto, segundo Oswald Wirth,   inspirado nos pitgóricos, como formulado por Teão de Esmirna ( século II a.C.), seria a fonte de nossa tabuada também chamada de tábua tripartida com 2 paralelas verticais e 2 paralelas horizontais delimitando 9 caixas cujos limites simbolizam as letras que lhes são atribuídas. Para Arturo Reghini (“ Números Sagrados na Tradição Maçônica Pitagórica  ”), parece fora de dúvida que a origem da tabuada remonta à mesa de Theon. Indica aos maçons que suas construções devem ser baseadas nas propriedades dos números ou da geometria e, simbolicamente, que os trabalhos maçônicos devem ser realizados levando em consideração as propriedades dos números sagrados.

° Não mencionarei aqui como a observação e a escuta do céu por Pitágoras, através dos harmônicos das razões matemáticas, nos permite ouvir os planetas farfalharem as notas da escala enquanto giram sobre si mesmos ao redor do sol.

A arte geométrica da Maçonaria deriva da geometria e aritmética pitagóricas porque, de acordo com os atestados de Proclo "além de algumas propriedades geométricas atribuídas, sem dúvida erroneamente, a Tales, os pitagóricos foram os primeiros a estudar geometria e números . Compreender os números pitagóricos torna mais fácil entender os números sagrados maçônicos.

Concluindo esta primeira parte: ainda que Pitágoras não tenha "inventado" nada, ele reconheceu o número 10 como o mais perfeito dos números, porque contém a Unidade que se atualiza pelo existir, e o zero, símbolo da matéria e do Caos, de onde tudo veio.   Este número, portanto, inclui em sua figura o “ordo ab chao”.

2 - Mas é nessa outra parte de seu ensinamento, o aperfeiçoamento do ser, que Pitágoras também inspirará as fontes maçônicas.

Segundo Céline Renooz, em seu livro "  Era da verdade, história do pensamento humano e evolução moral da humanidade através dos tempos e entre todos os povos"  : em meio às lutas religiosas, a 6ª século viu uma reação contra o novo helenismo, isto é, contra a desordem moral dos novos cultos; houve um retorno momentâneo às grandes idéias do passado. Foi fundada uma escola na qual se ensinavam as leis da Natureza tal como haviam sido formuladas na época brilhante da primitiva religião pelásica (os ancestrais etruscos). Era a chamada escola pitagórica, na qual o ensino da ciência era dado às sacerdotisas gregas, as Pítias.

Mas, segundo a lenda, foi em Crotona, no sul da Itália (que na época fazia parte da Grécia), que Pitágoras, encontrando refúgio, recebeu o apoio do homem mais rico da cidade, Milo, cuja filha Theano casou ( a quem Renooz atribui a realidade do estabelecimento da escola como sacerdotisa da Pítia). Ainda assim, nesse desejo de masculinização, a História lembrará que foi Pitágoras, porém, com sua esposa, quem fundou a escola mista pitagórica, também conhecida como Irmandade Pitagórica. As mulheres foram capazes de compartilhar o ensino, elas eram cerca de 15% dos iniciados.

Tomemos isso como um dos sinais da grande tolerância exigida no comportamento dos iniciados da escola pitagórica.

Muitas disciplinas eram ensinadas lá, como matemática e filosofia. Pode-se dizer que era uma espécie de instituto, uma espécie de mosteiro que me lembra a

Castália do "jogo de contas de vidro" de Hermann Hess, uma associação científica, filosófica, política e religiosa com regras de vida e ética.

A Escola Pitagórica era uma verdadeira escola iniciática e o conhecimento matemático estava sujeito ao sigilo. O recrutamento dos membros da ordem foi feito com escrupuloso cuidado. Pitágoras, diz-se, estudou rigorosamente a vocação dos jovens que se apresentaram a ele, antes de admiti-los nas primeiras iniciações desta nova vida; ele tentou ler em seu rosto, adivinhar em seu andar, em suas atitudes, em todos os hábitos de sua pessoa, as inclinações de sua alma, a verdadeira base de seu caráter, as aptidões próprias de sua mente. »

Este é o princípio de nossas investigações, não é?

Os membros da Escola foram separados em dois grupos. Uma cortina foi fechada no meio da sala onde Pitágoras estava ensinando. Os alunos devem OUVIR. Eles não tinham permissão para falar na aula. O silêncio do aprendiz é como o do aluno. Os exotéricos estavam do outro lado da cortina e só podiam ouvi-lo. Os esotéricos estavam do mesmo lado de

Pitágoras. Isso teve uma extrema importância na vida da Escola. Pitágoras queria saber se os membros eram capazes de silenciar e manter em segredo o que tinham ouvido. Depois de cinco anos, um exotérico foi permitido através da cortina. Isso marcou uma etapa importante na vida da Escola. Chamaríamos isso de aumento de salário?

Os textos dos pitagóricos também estavam sujeitos a sigilo. Escritos em uma linguagem de mão dupla, operavam em dois níveis de interpretação; uma compreendida por todos, a outra reservada apenas aos iniciados. Os pitagóricos falavam de sumbola e ainigmata. Para eles também, tudo era um símbolo. .

Cumprido este trabalho preparatório, houve uma seleção severa para um ensino gradual dos mistérios revelados aos poucos. Assim, os Mystes do 1º grau (Acusmática) aprenderam psicologia, fisiologia, exercícios litúrgicos, meditação, os segredos do simbolismo. Na 2ª série do Mathematikoï, estudamos física, astronomia, geometria, matemática e a ciência dos números. Então, no dia 3 grau do Sebastikoï (ou venerável), os alunos foram instruídos nos vários Mistérios da Ordem como a Origem da Alma, sua encarnação, seu destino póstumo. Foi só depois de ter sido formado em ciência secular e ciência secreta, e instruído nos mistérios do mundo e no que escapa aos nossos sentidos vulgares, que o Politikoï (4º ano ) recebeu um ensinamento sobre os segredos da harmonia social e a prática da justiça.

Tudo isso lembra a organização de nossas fileiras, não é?

Todos os membros da Escola tiveram que exercitar a memória, sendo a maior parte do conhecimento transmitido de boca em boca. Todas as manhãs tinham de relembrar à velha o que tinham feito, o que tinham visto, o que tinham ouvido, o que tinham dito.

Ao apresentar-se na Escola, cada pretendente devia entregar todos os seus bens à comunidade. A decapagem de metais não seria uma retomada simbólica dessa regra?

Aquele que foi demitido, porém, recebeu em sua partida o dobro dos bens que havia depositado. Ele recebeu em dinheiro o que ele não conseguiu aprender. A expressão "receber o próprio salário" corresponde também na Maçonaria a um conhecimento-valor.

Mas, assim que sua exclusão foi pronunciada, uma tumba foi cavada para ele. Foi uma morte simbólica.

O que é indiscutível é que Pitágoras tinha um objetivo moral e religioso em mente. Ele queria, diz o historiador Zeller, fundar uma escola de piedade, bons costumes, temperança, coragem, ordem, obediência à lei, fidelidade na amizade. Há muitas semelhanças com o espírito dos primeiros textos maçônicos para que seja uma coincidência, a influência parece inegável.

Phytagora contou sua teoria e deixou que seus alunos o contradissessem. Isso o informava se seus alunos eram capazes de pensar por si mesmos e os convidava a deixar a escola se não fossem satisfatórios, recusando o conhecimento de um papagaio. A Maçonaria não é uma ciência mas uma arte, a de despertar consciências, este esforço é inicialmente individual.

Mas isso era, acima de tudo, para oferecer uma grande liberdade individual de pensamento e até de consciência. Você tem que ter uma religião, manter sua fé jurada . Há aqui, neste verso dourado, uma relação entre o universal e o particular, uma exigência de tolerância. Todas as nossas constituições evocam, como imperativo essencial, a liberdade de consciência de cada um.

Os versos de ouro são uma das primeiras tentativas de um corpus moral teórico e prático, filosófico, espiritual e ecumênico. Querer dar conta de Pitágoras equivale, na verdade, a tentar retomar as escavações dos vestígios textuais deixados por seus anjos ou pelos historiadores da época e narrar cada um dos momentos de sua vida exemplar porque sua palavra era fraterna e sua experiência se conformava com sua educação. As biografias de Pitágoras escritas por Porfírio e Jâmblico fixavam definitivamente os traços característicos do sábio ideal, modelo de virtude, piedade e sabedoria, que qualquer seguidor de um platonismo nascido do pitagorismo devia imitar para reivindicar pertencimento a essa família espiritual e que inspirou, provavelmente, os primeiros textos maçônicos.

 A Maçonaria é também a mediadora entre a teoria e a prática através da instrução, não do conhecimento desencarnado, mas do exemplo.

O maçom pratica a ética que é o que acontece livremente, sem constrangimento externo por um sentimento de obrigação moral interna.

A ligação entre a Maçonaria e a Ordem Pitagórica, não uma derivação histórica ininterrupta, mas apenas uma filiação espiritual, parece óbvia, não é?

Para plagiar São Tomás que disse que a palavra é como um espelho no qual vemos a coisa, não poderíamos dizer, enquanto o maçom é como um espelho no qual vemos Pitágoras?


Referencia:

H Meditações. Paul-Henri Michel ,  Revisão da história das ciências e suas aplicações  Ano 1949