agosto 08, 2022

USO DO CHAPÉU - Ir. Pedro Juk



Pergunta: Por que usamos chapéu nas Sessões de Câmara do Meio? 

Resposta: Esse costume possui base existencial característica em alguns Ritos maçônicos, como é o caso da prática no Rito Escocês Antigo e Aceito. 

Embora a Maçonaria não possua origem hebraica como querem alguns autores menos avisados, desde o século XVIII, após a criação e adoção pela Moderna Maçonaria da Lenda de Hiran Abif como o lendário construtor do Templo de Jerusalém, muitas práticas místicas relacionadas aos hebreus e judeus passariam a se fazer presentes em muitos trabalhos maçônicos conforme o rito praticado, tanto na liturgia e ritualística assim como na decoração dos Templos. 

Uma das razões facilmente explicáveis é que a Maçonaria, embora sem ser ela considerada uma religião e com a sua autêntica idade de aproximadamente oitocentos anos de história, nascera à sombra da Igreja Católica (cristã), cujo Cristianismo indiscutivelmente possui suas raízes influenciadas pela cultura hebraica. 

Nesse sentido, a ortodoxia judaica sustentada pelo Sepher Há Zoar (Livro do Esplendor) que trata em linhas gerais, segundo a sua cultura, das relações humanas com “Deus” traduz por esse costume de que o Homem deverá manter sempre a sua cabeça coberta, desde o oitavo dia de vida - marcado pela circuncisão (brit-milá) que simboliza a aliança abraâmica com “Deus”. Na prática, entretanto, essa cobertura da cabeça é realizada pelo uso obrigatório do kipá, que é na verdade o solidéu – do latim soli Deo = só a “Deus” – quando da realização das cerimônias litúrgicas judaicas, embora muitos ortodoxos mantenham constantemente a cabeça coberta também por um chapéu preto. 

Em Maçonaria e particularmente no REAA.´., onde geralmente a cobertura da cabeça é feita com um chapéu negro e desabado, tradicionalmente deveria ser obrigatória para todos os Mestres nas Sessões do Terceiro Grau e apenas para o Venerável nas sessões do Primeiro e Segundo Graus. 

Lamentavelmente em muitos rituais esse tradicional costume não está mais previsto. Também existem Ritos em que esse procedimento de cobertura é obrigatório para todos os Irmãos em todos os Graus simbólicos e em qualquer Sessão.

Ainda na questão da influência hebraica e o uso do chapéu nas práticas litúrgicas de muitos ritos maçônicos, explica-se o fato, sob o ponto de vista teísta, que essa cobertura, tal como no judaísmo, recomenda também que acima da cabeça do Homem, de modo transcendental, onisciente, onividente e onipresente está a presença de “Deus”, ou o Grande Arquiteto do Universo para a Maçonaria. 

Em tese adverte a insignificância humana perante o “Criador”, evidenciando a incapacidade de compreender a divindade, já que sendo a cabeça a morada da mente e do conhecimento, a sua cobertura denota nessa interpretação. Em última análise é o símbolo da submissão do Homem a “Deus”.

Sob o ponto de vista histórico e figurado na Moderna Maçonaria, a cobertura da cabeça remonta das cortes europeias, sobretudo na França do século XVIII, quando o rei na presença dos seus súditos (inferiores hierárquicos) cobria a cabeça em alusão a sua superioridade (figuradamente é o Venerável nas sessões de Primeiro e Segundo Graus). 

Já o rei reunido com seus pares todos, em menção a igualdade, mantinham a cabeça coberta (é o que ocorre em uma Sessão do Terceiro Grau – todos são Mestres).

Concluindo, ficam então aqui consignadas essas considerações que ponderam justificativas para os procedimentos alusivos ao tema (uso do chapéu), entretanto fica o alerta de que o mencionado apenas se propõe a trazer luzes para relevar costumes hauridos da tradição maçônica sem, contudo se arvorar em desrespeito dirigido a qualquer ritual legalmente aprovado e em vigência. 

Como fora aqui anteriormente mencionado, muitos desses costumes relacionados ao uso do chapéu, lamentavelmente não mais estão previstos nos rituais, ou quando não em outros, usa-se o termo “a critério do Venerável”. Como a imensa maioria nem sequer entende a razão da prática, o que se diria então se a mesma ficasse “a critério do”.

agosto 07, 2022

DOS MAÇONS E SEUS DEVERES



O Maçom, desde a sua iniciação, está obrigado a imprimir à sua existência um ritmo inflexível que o leve a cultuar a virtude. Na sua ascensão contínua em busca da Verdade e do aperfeiçoamento de suas qualidades morais, tem ele quatro espécies de deveres a cumprir: Os da Moral Individual, os da Moral Doméstica; os de caráter Cívico e os de Ordem Social.

DEVERES DE MORAL INDIVIDUAL

Os maçons devem ter sempre presentes em seu espírito o Ritual de Iniciação e seus preciosos ensinamentos. Entre estes, lutar infatigavelmente para conhecer a si próprio. É fácil inteirarmo-nos de nossas virtudes e até mesmo atribuirmo-nos, de boa fé, qualidades que não possuímos. Em compensação é muito difícil admitirmos nossas deficiências e nossos defeitos. A consciência de cada Irmão deve ser um Tribunal em que, através da meditação e do exame sereno e imparcial de nossos gestos e atitudes, formulemos um julgamento que nos oriente com segurança em nossa vida futura. A nossa divisa deverá ser: “OURO SOBRE AÇO”. Os bons livros, de bons autores, poderão constituir uma excelente ajuda nesta tarefa. Enfim, o Maçom, em face dos juramentos proferidos, está obrigado, para consigo mesmo a: Ser leal e verdadeiro. Combater as injustiças. Ter uma vida sã. Ser livre não ter apego a posições. Viver com simplicidade. Dar sempre o bom e sadio exemplo.

DEVERES DE MORAL DOMÉSTICA

A família é a base da sociedade e o Maçom, mais que qualquer outro, está obrigado a defendê-la e a prestigiá-la. É no lar que se forjam as virtudes morais de um povo. O Maçom tem três deveres fundamentais para com o seu lar: a) Subordinar seus interesses pessoais aos de sua família; b) conceder à família ampla liberdade religiosa; e, c) Guardar fidelidade conjugal.

DEVERES DE ORDEM SOCIAL

O Maçom tem de ser, necessariamente, um padrão de dignidade no meio em que vive. Deve ser um exemplo de boa moral e nunca perder a oportunidade de despertar, nos que o cercam, aspirações para uma vida superior. Cumprir com zelo os deveres de sua religião, respeitando, porém, as demais crenças, que todas elas pregam o Bem e exaltam a Virtude. Deve dar seu decidido amparo a todas as obras úteis à coletividade, pois é essa uma das melhores maneiras de amar ao próximo. Formular juízos próprios, mas respeitar as opiniões alheias. Praticar a caridade; fazer o bem, protegendo, especialmente, os seus Irmãos.

Este nosso trabalho é uma síntese de uma palestra feita em Loja e muito estimaríamos se visse ele de tema nas próximas reuniões da Oficinas da obediência.

Se todos os prezados Irmãos se esforçarem no cumprimento de seus deveres a Ordem será, em breve, a maior força espiritual e moral a serviço da Pátria e da Humanidade.

DEVERES DE CARÁTER CÍVICO

A Maçonaria, como escola de aperfeiçoamento moral, como Religião da Virtude, impõe aos seus adeptos deveres especiais para com a Pátria onde vive. O Maçom deve obediência à Lei, sem a qual não pode haver ordem nem progresso. Estar obrigado a cumprir o melhor possível, os seus deveres profissionais e cívicos. Deve subordinar os interesses de sua família aos da sua Pátria. Não se submeter, sem protesto, aos atos arbitrários ou ordens injustas das autoridades, por mais influentes que elas sejam. Ouvir sempre, sem irritação, as ponderações de seus subordinados, e, sem diminuição, ter a coragem de revogar uma ordem, ante a evidência de que ela é falha, prejudicial, injusta ou ilegal. Nunca criticar nem reclamar à surdina contra uma ordem de que não teve a coragem de discordar quando a recebeu.

Fonte: Brasil Maçom

agosto 06, 2022

A FIGURA DO BODE NO IMAGINÁRIO MAÇÔNICO - Newton Agrella



Longe de qualquer Simbologia, ou princípio filosófico, o apelido de Bode dado aos maçons está intimamente relacionado a uma mera questão de "crendice popular".

Buscando teorizar e oferecer ares de intelectualidade ou até de caráter esotérico a esta questão, alguns autores maçons tentaram instituir um âmbito lendário ao culto a esse animal, sem no entanto comprovarem qualquer indício que pudesse embasar e justificar referida crendice.

A Lenda dá conta sobre um costume dos judeus que habitavam a região da Palestina nos primeiros séculos da cristandade. 

Os pastores nas encostas, como forma de aliviar o que traziam na consciência, valiam-se dos bodes, animais encontrados em profusão, para aos seus ouvidos confessarem seus pecados.

Obviamente, que o bode, não poderia retransmitir ou repassar os pecados, o que deixava os homens seguros de que os mesmos jamais seriam revelados.

Há uma literatura relativamente ampla sobre esse episódio.

Somado a isto, e sem qualquer atestado ou registro comprobatório na História, diz-se também que o apóstolo Paulo, em contato com esse antigo costume, teria deste modo, implementado o instituto da confissão na Igreja. 

Transitando ainda mais pela História, já na Idade Média, e particularmente, durante o período da Inquisição, inúmeros maçons foram presos e torturados para que revelassem os segredos da Maçonaria, porém, os mesmos não o faziam, mantendo-se fiéis aos seus juramentos.

Em razão disto, a Igreja, utilizava-se de uma metáfora dizendo que "os maçons eram como os bodes, que nunca contam os segredos".

Apesar da beleza e das figuras de imagem e construção dessa história, que reafirma a lealdade maçônica aos juramentos prestados, a mesma não é dotada de qualquer embasamento.

Para dar um ar ainda mais místico sobre a reafirmação do apelido de Bode aos maçons, a Igreja Católica, que tanto perseguia a Maçonaria, fez ressurgir a figura do Baphomet dos arquivos do Vaticano, a qual serviria de ilustração da campanha difamatória contra a Maçonaria. 

Com isso, a imagem de um homem com cara de bode está diretamente ligada à Maçonaria na mente dos ignorantes.

A despeito disto, a Maçonaria, acabou por absorver estas crendices de maneira mais leve e com o espírito humorístico, passando a adotar o bode quase como um mascote.

Diante deste pequeno fragmento, a expectativa é a de que  figura do bode seja claramente desmistificada, até porque a Sublime Ordem, se apoia numa filosofia plena de conteúdo, consistência e significados, cujo propósito é o de estimular as virtudes, o bem,  a cultura e o conhecimento e a felicidade para toda a humanidade.


agosto 05, 2022

A NATUREZA DAS COISAS, A MAE NATUREZA E O NATURAL EM MAÇONARIA - Aldo Vecchini


 Ir.: Aldo Vecchini - ARLS Renovadora de Barretos, 6

“... o desejo que temos de sempre querer saber mais, vem justamente do flerte com o mistério, da compulsão que temos de ir além das fronteiras do conhecido. O não saber é a musa do saber”. Marcelo Gleiser

Ousamos iniciar nossa reflexão/estudo/desafio destacando o Homem como uma porção da natureza. Aquela parte pensante, racional, e que tudo faz para modificá-la. Tudo mesmo! Corta o morro; nivela a depressão; perfura o solo; muda o curso das águas; constrói pontes e viadutos; aproximando distâncias... Todos eles, projetos fantásticos, concebidos nas pranchetas dos ensaístas, sob a égide da modernidade...

A porção que também faz acordos políticos locais – e até internacionais – estabelecendo regras para o clima e o meio ambiente. Desses arranjados saem contratos mercantis entre blocos econômicos – entre nações – permitindo explorar ainda mais os recursos naturais. Medidas financeiras que custeará outras ações, que exigirão outros acordos, em defesa da Terra Nossa!

O Homem é assim. Inspirado no texto bíblico (Gênesis 1,28) “Frutificai e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a”, extrapolou, e continua atuando/retirando da natureza tudo o que necessita: desregradamente? A Água; os mantimentos; minerais e os minérios metálicos e não metálicos; preciosos e muito valiosos; combustíveis fósseis; devolvendo a ela nos aterros sanitários (apenas) os dejetos inservíveis (biodegradáveis?) – se separados os recicláveis e reutilizáveis...

Mas que também estuda e se dedica para ampliar conhecimentos; sobre a natureza das coisas e sobre si mesmo; aprimorar teorias; vencer limitações. Aquele que investiga a realidade lançando outras experiências com o fito de colaborar ‘consigo e com todos’ e compreender que mais Luz, ilumina melhor, se com menos consumo, melhor ainda. Haja fogo o suficiente para a exploração dos poderes ocultos da natureza (Prometeu já ajudou bastante...).

Faça-se a luz! E a Luz foi feita. Fiat Lux!!! A luz (solar) seja irradiada no firmamento; diante dos olhos humanos; por toda a parte; para iluminar e permitir a fotossíntese. Nesse comenos, a natureza sai na frente. Os vegetais a utilizam para produzir seu próprio alimento. Enquanto que os animais (consumidores) dependem dos produtores para ‘sobreviver’...

Enquanto isso os Maçons aguardam a ordem para retirarem a venda material que bloqueia a percepção da importância/incidência da luz – e que ao recebe-la – imediatamente torna-se facho luminoso, um pequeno sol, a irradiar/trocar luz/calor e magnetismo. Já não é o mesmo. Já viajou pelo espaço e pelo tempo, rumo a um novo nascimento, não mais físico, mas sideral/espiritual.

Eita! Planeta Azul e fantástico que muito inspira a maternidade e termina oferecendo elementos e alegorias para a Maçonaria e os Maçons... É Verdade! Na Iniciação são expostos os quatro elementos: terra, água, fogo e ar. Os elementos químicos: sal, enxofre e mercúrio aparecem esmaltados na caverna ou laboratório alquímico. De onde o viajante sai, inebriado, com a possibilidade de fenecer.

Mas a Ordem é progressista. Todos o sabem. O iluminismo e humanismo contribuíram também. Inspiraram ideias e ideais assegurando, com o catecismo, o avanço e a marcha, por meio da cadência e da bateria. E para prosseguir, para aprender com os Mestres o ofício de desbaste, nos minerais não metálicos, na rocha ou pedra, e de seu cabedal, colocam-lhe o avental.

Revestidos com suas insígnias, tendo o maço e o cinzel como companheiros; regulam as tarefas, distribuindo seu tempo, com a régua de vinte e quatro polegadas. Instrumento utilizado para as suas ações, especificamente. Aqui já não é somente Homem, explorador e agente modificador. É também um Iniciado. Um Maçom!

E o natural em Maçonaria é primeiro, a percepção do/no neófito, que uma alquimia aconteceu consigo, no seu ser, o mais íntimo. Uma transformação nos elementos/compartimentos essenciais que envolvem sua alma; semelhante a que acontecia nos laboratórios de antigamente, por meio da sapiência do mago com o seu Caduceu e do fogo abrasador no atanor... E também das combinações dos elementos: solventes e coagulantes.

Existe, evidentemente, uma receita ou sequência dialética e ritualística que facilita o aprimoramento e até a (re)construção do seu Moral, por meio de regras, as mais necessárias, para a compreensão “de um lugar entre vós!” Solveram-se os vícios? Coagularam-se as virtudes? Alisaram-se a pedra? Sucumbiram-se a ambição? Se afirmativo, fundou-se nova ordem. E na ordem do dia, uma transmutação sacudiu ou homogeneizou sua essência. Oxalá!!!

Para conferir densidade e fundamentação ao conteúdo desse artigo de autoria, sem descontextualizar, tampouco doutrinar, e nas ideias aglutinadas na composição de cada palavra e parágrafo, com a necessária sutileza, recortamos da obra “A Ilha do Conhecimento”, Marcelo Gleiser, Editora Record, 2014, que traz no seu bojo, uma citação de Einstein: Aquilo que vejo na Natureza é uma estrutura magnífica que só podemos compreender de uma forma muito imperfeita e que deve provocar num ser pensante um sentimento de humildade.

Remontemos o nosso propósito: estudo/reflexão/desafio. Com olhos e olhares bem atentos. Pois como sugere o autor (Gleiser): “Aquilo que vemos do mundo é apenas um fragmento ínfimo do que existe «lá fora»”. Cultivemos a humildade até que ela seja o suficiente para compreendermos que se nosso conhecimento é como uma ilha; o que não conhecemos, isto é, a vastidão oceânica, é bem maior.

A cada volta completa da Terra em torno do seu eixo, ou seja, diariamente, possa os iluminados esquadrinhar... Dispondo pés e mãos em esquadria, aprumando seu tronco, numa comunicação perfeita entre o zênite e o nadir, de modo a energizar e potencializar suas ações. Ações Maçônicas! Maçonaria viva!

E nessa posição, sob essas condições, encontra/reflete o que aprendera com os Mestres – o desenvolvimento intelectual para o uso da razão (Luz) contra as trevas (Ignorância)... Fundamentado e instruído no ideal de liberdade, de igualdade e de fraternidade, ou seja, Iluminismo/Humanismo que coloca Homem no centro das realizações do universo humano.

O templo é uma simplificação do universo. O Universo está em plena expansão. Espera-se que os Maçons expandam seus conhecimentos, sua ilha, seu ser. Nossa oficina pode, simbolicamente, abrigar um espaço ou ‘laboratório’ e cada Maçom exercer sua alquimia, inspirados na Tábua de Esmeralda, documento atribuído ao legendário Hermes Trismegistus, e que coroa toda a obra alquímica.

Combine os elementos químicos selecionando as respectivas proporções; libere a energia contagiante; visite perenemente seu interior objetivando reencontrar/descobrir, o que lá, ainda estiver oculto.

Para concluirmos nosso trabalho, convencionemos que se a Via Láctea é, dentre outras, uma galáxia em que se encontra o Sistema Solar e, consequentemente, o planeta Terra... Se Ela é composta por estrelas, astros menores, gás, poeira e matéria escura... O Homem permanece aqui como parte/pedaço natural. Malfeitor/benfeitor, por sinal. Já o Maçom permanecerá vigilante como defensor perpetuo dos seus princípios. Assim seja!!! 

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agosto 04, 2022

O SIGNIFICADO DA PEDRA BRUTA




A filosofia da designação litúrgica “Pedra Bruta” simboliza o início do aperfeiçoamento moral, que deve buscar todo ser humano–maçom. Sintetiza, para o Maçom, um objetivo a ser buscado, qual seja, de que através do seu burilar moral, transformará também, simbolicamente aquela pedra bruta numa “Pedra Polida”.

Esta conquista representa a passagem do Grau de Aprendiz para o Grau de Companheiro. Representa, ainda, uma contribuição que a Maçonaria confere para um efetivo burilar universal a partir do próprio iniciado.

O trabalho atribuído ao Aprendiz para vencer esse primeiro degrau na sua evolução de existência templária é executado na Col.'.J.'.., sob a orientação do Irmão 2° Vig....

Sua tarefa básica consiste, portanto, “em desbastar e esquadrejar a pedra bruta”, a qual transcorre sob “mui fraca luz”. Essa é uma característica do Setentrião, espaço de abrigo dos Aprendizes, exatamente porque apenas iniciam seus aprendizados maçônicos.

Seus instrumentos de trabalho são o maço e o cinzel, que, também, têm caráter simbólico.

O maço é uma espécie de martelo de madeira, que simboliza o combate às imperfeições do espírito. Representa, pois, a força da consciência dominando a totalidade dos pensamentos vãos pela determinação da vontade virtuosa agindo com vigor para incitar o combate às asperezas da ignorância.

O cinzel de aço, cortante numa das extremidades, agindo sob a ação do maço, sintetiza o esforço para se gravar no ego os exemplos revestidos de virtude que enobrecem e purificam o espírito. Consubstancia, assim, a chama divina buscada e conquistada pelos que dão ouvidos aos ecos da verdade.

Num sentido mais amplo, a filosofia da pedra bruta é embasada no paralelismo verificado do homem da era paleolítica com o neófito recém-chegado à Maçonaria. 

Ou seja, o homem que habitava as cavernas tinha uma capacidade intelectual quase nula, na medida em que eram criaturas sem instrução, por conseguinte rudes e impolidas, assemelhando-se ao sentimento de despreparo do neófito ao tomar conhecimento do complexo da instrução ministrada pela Maçonaria, daí porque o proclama com mero aprendiz.

Assim, conforme explicado, o neófito-aprendiz deverá ser induzido a trabalhar simbolicamente no desbastar da pedra bruta, pedra essa de formas toscas e imperfeitas, objetivando a sua lapidação.

Portanto, o transformar de uma pedra bruta informe e irregular numa pedra lapidada significa simbolicamente uma etapa da evolução do home-maçom na sua carreira templária, caracterizando a lapidação de seu ego, conforme já indicado.

O atingir daquele objetivo representa que o aprendiz terá vencido a si mesmo, desfraldando a bandeira da sua evolução interior.

Terá descoberto seus defeitos, suas fraquezas, seus deslizes e suas vaidades, que o fará pensar tão somente em construir o poder do seu próprio caráter virtuoso, que outra coisa não é senão a base fundamental do templo moral de sua vida, consubstanciado pelo seu ajustamento à índole dos símbolos maçônicos e, sobretudo, aos mandamentos divinos.

Ressalte-se que o trabalhar na pedra bruta é um caminhar ininterrupto na busca do ideal de uma moralização plena do individuo. Deve-se entender como um processo de aprendizado contínuo porque, embora a simbologia maçônica estabeleça o trabalho na pedra bruta apenas no grau inicial de aprendiz para efeito de evolução do maçom na vida templária, o ser humano, em sua essência, não é desprovido de sentimentos como a inveja, o egoísmo, a luxúria, a cobiça, a intolerância, etc., que corroboram para dificultar a consecução de um estágio moral supremo. 

Aqueles poucos que atingem em vida esse estágio, prestam elevados serviços à Humanidade.

A “Pedra Bruta” simboliza, portanto, que o Aprendiz-Maçom deve ser induzido a trabalhar no seu desbaste, porque possui formas imperfeitas, objetivando a sua lapidação. 

O transformar, então, de uma pedra informe numa pedra esculpida representa que o Homem Maçom adquiriu força de caráter voltado para um ideal elevado, ferramenta fundamental para desempenhar uma liberdade bem dirigida aos interesses da Humanidade e de sua Pátria, pois eliminou os traços de egoísmo e ambição, que se verdadeiramente postos em prática contribuirá para uma contínua transformação do Mundo para melhor.

Que a paz, a harmonia e a concórdia, tríade maior da maçonaria, estejam fincadas em nossos corações!

Fonte: SALA DA SABEDORIA - Universidade Maçônica.

agosto 03, 2022

TENHA ORGULHO DE SER MAÇOM!



O candidato quando é Iniciado, Elevado e Exaltado, fica enlevado com as “histórias” mostradas nos Rituais, baseadas na Bíblia. Fica encantado com os fatos enevoados ligando a Maçonaria com os acontecimentos Bíblicos. Fica convencido e soberbo de saber que, como Maçom, é um descendente direto dos construtores do Templo do Rei Salomão!

De Aprendiz passa para Companheiro e depois para Mestre e, raramente, pergunta quem planejou o Templo ou quem acompanhou todos os trabalhos feitos em ouro, prata e pedras preciosas. Quem esculpiu, quem decorou as obras de arte. Fica plenamente satisfeito em saber que tudo foi feito por Hiram , que era o filho de uma viúva da tribo de Naftali.

Com o passar do tempo, ele lê alguns livros maçônicos idôneos, e fica assombrado e chocado ao aprender que, sem dúvida alguma, os atuais Maçons são descendentes dos construtores das catedrais, na Idade Média, da Inglaterra, Alemanha, França, etc, etc.

Seu panorama mental sobre a Maçonaria fica nublado, seu orgulho fica abalado e sua admiração, contentamento no seu curto sonho maçônico fica minimizado.

Isto é um retrato real e frequentemente ocorre!

O que deve ficar claro para todos nós é que os Maçons não são descendentes de simples trabalhadores. Nossos ancestrais não eram simples talhadores de pedras, pedreiros, escultores, etc. Eles eram os maiores artistas, especialistas em trabalhar e construir em pedras na Idade Média.

Poucos homens podem construir um galpão usando serrote, martelo e pregos. Mas, a maioria deles não consegue construir a sua própria moradia. Eles não sabem como ler uma planta. Eles nada sabem sobre resistência dos materiais. Eles nada sabem sobre códigos de construções. Para obter sua casa eles precisam empregar um arquiteto e um construtor, os quais tenham o conhecimento especializado requerido.

Hoje em dia nós temos a eletrônica e os computadores, mas na Idade Média, todo esculpido era obra da experiência e da habilidade manual. Não havia livros e desenhos especializados.

Mesmo hoje, as modernas construções dificilmente se igualam na beleza das proporções, no vigor, na suntuosidade e na magnificência das Catedrais, dos Castelos, dos Mosteiros, das Abadias feitas pelos Mestres Construtores dos quais a Maçonaria é descendente. 

Pessoas simples não fariam esse tipo de construção, cuja estrutura, grandeza, resistência e beleza, desafiam os séculos, nas intempéries e nas guerras.

Nossa Ordem escolhe hoje em dia, os futuros Aprendizes, com bastante critério. Os construtores de Catedrais da Idade Média também procuravam e escolhiam aqueles que tinham conhecimento, caráter e habilidade para aprender. Quando se tornavam Companheiros, tinham orgulho de seu trabalho. Sabiam que não podia falhar e davam o melhor de si, por toda sua vida.

Não é este, para todos nós, o maior motivo de orgulho, em sermos descendentes desses homens especiais?

Fonte: Pílulas maçônicas

agosto 02, 2022

UM PAPA NA MAÇONARIA -


Dentre os Papas, destacou-se pelo ódio anticristão contra a Maçonaria, Pio IX. Mostrou-se rancoroso contra a Instituição depois de Papa. Pio IX chamava-se Giovanni Ferreti Mastai. Ele foi Maçom, tendo pertencido ao quadro de obreiros da Loja Eterna Cadena, de Palermo (Itália). Sob o número 13.715 foi arquivada, em 1839 na Loja Fidelidade Germânica, do Oriente de Nurenberg uma credencial de que foi portador o Irmão Giovanni Ferreti Mastai, devidamente autenticado, com selo da Loja Perpétua, de Nápolis. Como Irmão, como Maçom, Giovanni Ferreti Mastai foi recebido na Loja Fidelidade Germânica.

O Irmão Ferretti nasceu em 1792. Passou dois anos no Chile, servindo como secretário do vigário apostólico Mazzi; foi Arcebispo de Spoleto em 1827, bispo de Imola em 1832 e foi elevado a Cardeal, em 1840, e eleito Papa em 1846. Confrontando- se as datas, verifica-se que, em 1839, quando o Irmão Ferretti foi fraternalmente recebido na Loja Maçônica na Alemanha, já era Bispo. Ascendendo a Papa, Giovanni Ferretti Mastai traiu seu Juramento, feito em Loja Maçônica, com a mão sobre o Livro da Lei e honrou a Maçonaria com o seu ódio, culminando com a publicação, em 08 de dezembro de 1864, do Syllabus, e em que amontoou todas as bulas papais e encíclicas contra a Maçonaria, de que fizera parte.

A Loja Eterna Cadena, filiada à Grande Loja de Palermo, em 26 de março de 1846 considerando o procedimento condenável do Irmão Giovanni, resolveu expulsá-lo como traidor, depois de convocá-lo para defender-se. Sua expulsão foi determinada por Victor Manuel, Rei da Itália e de toda a Península e Grão-Mestre da Maçonaria da Itália, que decretou mais tarde, em 1865 sua expulsão da Ordem por ter excomungado todos os membros da Maçonaria. Sua expulsão pelo Rei italiano e Grão-Mestre foi classificada como Perjuro. A Igreja Católica sempre tem procurado ocultar este episódio.

Pio IX que tão ferozmente investiu contra os Maçons, sobretudo os da Itália, foi feito prisioneiro em 20 de setembro de 1870, pelos patriotas que lutavam e conquistaram a Unificação Italiana, tendo à frente vários Maçons inclusive, entre eles: Garibaldi, Mazzini, Cavour, Manzoni e outros.

Apesar de feroz inimigo da Maçonaria, que traiu, Pio IX foi tratado com consideração pelos Maçons, seus aprisionadores. Viram nele o antigo Irmão transviado e, embora fosse ele um Perjuro, prevaleceu o Princípio Sagrado de Fraternidade.

Foi belíssima a lição de amor ao próximo, dada pelos Maçons ao Papa Pio IX.

Em consequência da bula Syllabus de Pio IX, contra a Maçonaria, é que surgiu no Brasil, a rumorosa Questão dos Bispos, também denominada Questão Epíscopo-maçônica, quando Dom Vital, Bispo de Olinda, e Dom Antonio Macedo, Bispo do Pará, pretenderam que o Syllabus se sobrepusesse às Leis Civis Brasileiras, exigindo que as Irmandades religiosas eliminassem do seu seio os numerosos Maçons católicos que a compunham. As Irmandades reagiram e recorreram à Justiça, tendo tido ganho de causa. Os Bispos não acataram a decisão da Justiça. Foram julgados e condenados a quatro anos de prisão, com trabalho forçado. Um ano e pouco depois o Duque de Caxias, Maçom, então Presidente do Ministério do Segundo Império, anistiou-os.

Fonte: Revista Universo Maçônico

agosto 01, 2022

A PALAVRA DO M.'.I.'. - Newton Agrella


Na Maçonaria a cerimônia de Instalação e Posse ao cargo de Venerável Mestre no R.'.E.'.A.'.A.'.  obedece a um critério histórico, lendário e bíblico, que adotou na sua complexa simbologia  *G.'.* como a Palavra de um Mestre Instalado.

Cabe registrar que *G.'.* é o nome de uma cidade da Antiga Palestina, localizada a 13 km ao norte de Jerusalém, onde foi guardada a Arca da Aliança, durante o processo de construção do Templo de Salomão.

O nome *G.'.* significa em hebraico "lugar elevado", "colina".

Sob a égide especulativa, a palavra do Mestre Instalado, no R.'.E.'.A.'.A.'. faz alusão à missão de velar pela conservação da Ordem e da Disciplina Maçônica com a mesma fidelidade com que os gabaonitas velaram pela Arca da Aliança, até a construção do Templo de Salomão.

Importante destacar que próximo a *G.'.* localiza-se o Monte Moriah.

Moriah significa "ordenado/considerado por Deus". Conforme descrito no Livro de Gênesis  - local onde Salomão erigiu o Templo a Deus".  

Analogamente, o nome Moriah indica a localidade da qual saiu o Ensino, a Instrução e o Esclarecimento. 

Sob o plano transcendental, o local em que Noé deixou a Arca após o Dilúvio.

Eis uma breve consideração sobre o porquê da adoção da palavra *G.'.* para a identificação de um M.'. I.'.



julho 31, 2022

O SIMBOLISMO COMO MEIO DE ACESSO AO CONHECIMENTO - Mário Vicente


 

Ao sermos iniciados, defrontamo-nos com inúmeros símbolos que fazem parte do universo maçônico. Somos confrontados com elementos físicos, palavras, sons e toques que irão, ao longo do nosso percurso, adquirir diversos significados em conformidade com a nossa interpretação subjetiva, à qual se associa gradualmente determinados conceitos advindos do estudo efetuado sobre os rituais e documentos que nos são facultados ou pesquisados e analisados, numa tentativa de uma melhor apreensão dos mesmos. 

Há que realçar que, também, se trata de um elemento essencial ao nosso processo de comunicação no nosso dia a dia profano, pelo que somos diariamente estimulados por diversos sinais e símbolos que fazem parte do nosso quotidiano, cujos significados se encontram socialmente convencionados ou relacionados com os objetos ou ideias representadas, dentro um determinado grupo ou contexto (religioso, cultural, etc.). 

O que nos remete inicialmente e forçosamente, para uma tentativa de compreensão e definição deste conceito. 

Se o sinal ou alguns símbolos se podem definir como sendo indicadores ou marcadores de algo muito específico, concreto, cujo significado é absoluto mas convencionado no determinado contexto, espaço e tempo, como por exemplo no que diz respeito à simbologia técnica das ciências, como as unidades físicas (m, kg, s, etc.), onde se observa um sentido primário, literal ou manifesto, o conceito do símbolo, que deriva do grego súmbolon, -ou, transmite algo aberto à interpretação, onde o visível se transforma no invisível subjetivo, numa realidade abstrata. Trata-se de um movimento de junção, de comparação, de ligação a algo. Ou seja, o símbolo desperta-nos para a necessidade de uma associação interna de ideias, para um retorno à nossa intuição, à nossa sensibilidade emocional primária. 

É assim, através do simbolismo que a maçonaria nos convida a refletir sobre a essência primária do nosso ser, de modo a promover uma desconstrução à qual se seguirá uma reconstrução mais equilibrada, mais verdadeira e sensível. Trata-se de retorno à liberdade de consciência, de um retorno a consciencialização da nossa subjetividade. 

Mas, não se trata de um abandono da apreensão do racional ou lógico, mas sim de uma união desta à nossa intuição, à nossa criatividade, à nossa essência. 

Poder-se-á dizer, pois, que o simbolismo maçônico serve de instrumento para nos guiar na nossa busca constante de equilíbrio da nossa dualidade, sol e lua, sombra e luz, céu e terra, criatividade e racionalidade, de modo a atingirmos a justiça, a virtude e a tolerância e, por inerência, para nos tornar homens livres e de bons costumes. 

Porém, se é certo que o simbolismo do Templo nos alerta para tudo isto, também é certo que nos desperta, através da cadeia de união e a corda com nós que circunda o Templo, por exemplo, para a necessidade do outro e para universalidade do ser humano, para o passado, presente e futuro. Ou seja, para a tomada de consciência da necessidade do outro na nossa construção e para a compreensão que fazemos parte de um todo que se constrói a partir da diversidade do universo e de todos os seres, independentemente das suas diferenças. 

Daí, meus queridos irmãos a importância da ajuda e protecção fraternal e da união entre todos, em Loja e também no mundo profano. 


Mário Vicente - V∴ M∴ - Oriente de Lisboa, a 22 de Junho de 6022 da VL  🌿🌿🌿

julho 30, 2022

BATA DE NOVO CORAÇÃO! - Denizart Silveira de Oliveira Filho




O coração é considerado nosso órgão mais importante, o "centro vital" do nosso organismo. Em 2012, nos EUA, três jovens lançaram a música “Tell Your Heart to Beat Again” (“Diga ao seu coração para bater novamente”), inspirado na história real de um cirurgião cardiovascular. Após remover o coração de uma paciente para uma cirurgia, o cirurgião o devolveu ao peito e começou a massageá-lo suavemente de volta à vida. Mas ele não batia. Tomaram medidas mais intensas, mas o coração ainda não batia. Finalmente, o cirurgião ajoelhou-se ao lado da paciente inconsciente dizendo: “Sou seu cirurgião. Tudo correu perfeitamente. Seu coração foi reparado, diga-lhe para bater de novo”. E ELE COMEÇOU A BATER!

Dizer ao coração físico para fazer algo pode parecer estranho, mas isso tem paralelos espirituais. Diz o salmista: “Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei” (Salmos 42:5). “Volta, minha alma, para o teu repouso, pois o Senhor te fez bem” (Salmos 116:7). Deus, nosso supremo Cirurgião, retificou nosso coração: “Ele é o que perdoa todas as nossas iniquidades, que sara todas as nossas enfermidades” (Salmos 103:3). Então, quando o medo, a depressão ou a condenação vierem, devemos falar com a nossa alma e lhe dizer: Marche com coragem! Seja forte! Coração fraco, bata novamente!

Outro importante significado espiritual do Coração é o amor; "amar com o coração" é uma expressão poética; nas Sagradas Escrituras, recomenda-se que o homem ame com todas as forças de seu Coração.

 Na Maçonaria, o Coração é símbolo das emoções e no Grau de Companheiro, a postura feita colocando a mão direita sobre o coração, como se houvesse necessidade de "arranca-lo", provém da Lenda de Hiram Abif. O Rei Salomão ordenou nas exéquias de seu grande Artífice Hiram, que fosse seu coração conservado em uma urna. 

Em certos Graus da Maçonaria Filosófica há várias alusões sobre o coração. No julgamento de Ísis, o coração do morto é pesado para ver se as boas ações preponderam sobre a má conduta. A "Cordialidade", o "ser cordial", provém do vocábulo Coração, que tem origem latina. A Cordialidade é um atributo do Maçom. A Igreja venera o Coração de Jesus e de Maria e o representam "flamejantes", ou seja, em forma anatômica, envolto em pequenas chamas. Em determinado Grau Filosófico, é feita referência ao símbolo do "Coração chamejante". Nas Catacumbas de Roma, onde jazem ainda os Cristãos Primitivos, sepultados, notam-se em muitas lápides o símbolo de um Coração, simbolizando o amor.

Então, devemos orar: “Deus, nosso “médico dos médicos”, obrigado por estares conosco em todas as nossas provações e batalhas. Por prometeres a Tua presença, instruiremos nossa alma agir com coragem”. REFLITAMOS nisso meus Irmãos!

julho 29, 2022

MM∴IIR∴C∴T∴M∴R∴ - Roberto Ribeiro Reis




ʀᴏʙᴇʀᴛᴏ ʀɪʙᴇɪʀᴏ ʀᴇɪs - ᴀʀʟs ᴇsᴘᴇʀᴀɴᴄ̧ᴀ ᴇ ᴜɴɪᴀ̃ᴏ 2358 - ᴏʀ. ʀɪᴏ ᴄᴀsᴄᴀ (ᴍɢ)


sᴇʀ ʀᴇᴄᴏɴʜᴇᴄɪᴅᴏ ᴄᴏᴍᴏ ᴛᴀʟ

ᴇ́ ᴀʟɢᴏ ɪɴᴇxᴘʟɪᴄᴀ́ᴠᴇʟ ᴇ sɪɴɢᴜʟᴀʀ,

ᴄʜᴇɢᴀʀ ᴇ sᴀɪʀ ᴅᴇ ϙᴜᴀʟϙᴜᴇʀ ʟᴜɢᴀʀ,

ᴄᴏᴍ ᴀ sᴀʙᴇᴅᴏʀɪᴀ ғᴜɴᴅᴀᴍᴇɴᴛᴀʟ.


ᴛᴇʀ ᴀ ᴄᴏɴsᴄɪᴇ̂ɴᴄɪᴀ ᴅᴇ ɪɢᴜᴀʟᴅᴀᴅᴇ,

ᴅᴇ ɴᴀ̃ᴏ sᴇʀ ᴍᴇʟʜᴏʀ ᴅᴏ ϙᴜᴇ ɴɪɴɢᴜᴇ́ᴍ;

ᴅᴏ ɴᴏssᴏ ᴇɢᴏ ᴊᴀᴍᴀɪs sᴇʀ ʀᴇғᴇ́ᴍ,

ᴛᴀᴍᴘᴏᴜᴄᴏ ᴇsᴄʀᴀᴠᴏ ᴅᴀ ᴠᴀɪᴅᴀᴅᴇ.


ᴅᴏ ɪʀ⛬ ᴠᴀɪᴅᴏsᴏ –ᴛᴀʟᴠᴇᴢ- sᴇɴᴛɪʀ ᴅᴏ́,

ᴀ ᴅᴇsᴘᴇɪᴛᴏ ᴅᴇ ᴛᴏᴅᴀ sᴜᴀ ɪɴsᴛʀᴜᴄ̧ᴀ̃ᴏ,

ᴘᴏɪs ᴇʟᴇ ɪɢɴᴏʀᴀ ɴᴀ ᴍᴇɴᴛᴇ ᴇ ᴄᴏʀᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ,

ϙᴜᴇ ʀᴇɢʀᴇssᴀʀᴀ́ ᴀ̀ ᴛᴇʀʀᴀ ᴄᴏᴍᴏ ᴘᴏ́.


ᴅᴏ ᴏʙʀᴇɪʀᴏ sᴀ́ʙɪᴏ ᴛɪʀᴀʀ ᴘʀᴏᴠᴇɪᴛᴏ,

ᴏ ɢᴇ̂ᴏᴍᴇᴛʀᴀ ʟʜᴇ ᴇɴsɪɴᴏᴜ ʙᴇᴍ ᴏ ᴏғɪ́ᴄɪᴏ;

ᴇʟᴇ ʙᴇʙᴇᴜ ᴅᴏ ᴀᴍᴀʀɢᴏ, ᴠɪᴠᴇᴜ ᴏ ᴅɪғɪ́ᴄɪʟ,

ᴇ́ ᴅɪɢɴᴏ ᴅᴇ sᴇʀ ᴛʀᴀᴛᴀᴅᴏ ᴄᴏᴍ ʀᴇsᴘᴇɪᴛᴏ.


ᴀ ᴍᴀᴄ̧ᴏɴᴀʀɪᴀ, ᴍᴇᴜs ɪɪʀ⛬, ᴇ́ ᴅᴇssᴇ ᴊᴇɪᴛᴏ:

ᴍɪsᴛᴏ ᴅᴇ ᴄᴏɴᴛʀᴀsᴛᴇ ᴇ ᴄᴏᴍᴘᴏʀᴛᴀᴍᴇɴᴛᴏ;

ᴏғɪᴄɪɴᴀ ᴅᴇ ᴄᴜʟᴛᴜʀᴀ ᴇ ᴀᴍᴀᴅᴜʀᴇᴄɪᴍᴇɴᴛᴏ,

sᴇʀ ᴀssɪᴍ ʀᴇᴄᴏɴʜᴇᴄɪᴅᴏ ᴇ́ ᴜᴍ ᴘʀᴇᴄᴇɪᴛᴏ!


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CAPITÉIS DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA: A DIFERENÇA ENTRE AS CINCO ORDENS - Matheus Pereira




Seja para iniciar a análise de um detalhe ou para impressionar alguém em uma roda de conversa ou em uma viagem, o entendimento de uma edificação clássica inicia-se ao ter consciência das diferentes ordens clássicas arquitetonicas. 

Dentro do referencial bibliográfico pela história, o primeiro relato acerca das ordens foi escrito por Vitrúvio. “[...] As ordens vieram propiciar uma gama de expressões arquitetônicas, variando da rudeza e da firmeza até a esbelteza e a delicadeza. No verdadeiro projeto clássico, a seleção da ordem é uma questão vital – é a escolha do tom” [1], que para o autor, sintetiza a “gramática da arquitetura” [2].

Segundo John Summerson, autor do livro A Linguagem Clássica da Arquitetura, “[...] um edifício clássico é aquele cujos elementos decorativos derivam direta ou indiretamente do vocabulário arquitetônico do mundo antigo – o mundo ‘clássico’ [...]. Esses elementos são facilmente reconhecíveis, como, por exemplo, os cinco tipos padronizados de colunas que são empregados de modo padronizado, os tratamentos padronizados de aberturas e frontões, ou, ainda, as séries padronizadas de ornamentos que são empregadas nos edifícios clássicos”. [3]

Em linhas gerais, há cinco ordens clássicas arquitetônicas: dórica, jônica e coríntia, de caráter grego e ainda, as ordens toscana e compósita, de caráter romano. As diferenciações a cada uma das nomenclaturas são evidenciadas na composição e/ou ornamentação dos capitéis – extremidade superior da coluna, responsável por transferir os esforços do entablamento ao fuste e descarregá-los sobre a base e/ou estilobata. Junto ao capitel, há outros elementos constituintes das ordens clássicas – cornija, friso, frontão, epistilo, fuste, pódio e estilobata.

Realizamos um breve referencial sobre as diferenças nos capitéis das cinco ordens clássicas arquitetônicas:

DÓRICA

Como a mais antiga e simples das Ordens Clássicas gregas, surgiu durante o século VII a.c.. Com linhas rudimentares e estética ligada à proporção do corpo masculino e seu arquétipo robusto, foi empregada em edifícios gregos em homenagem a divindades masculinas. 

Nas palavras de Vitrúvio, o dórico exemplifica “proporção, força e graça do corpo masculino” [4], denotando equilíbrio, e para ele, deve ser usada em “igrejas dedicadas aos santos mais extrovertidos (S. Paulo, S. Pedro ou S. Jorge)” [5]. 

Na arquitetura grega, o desenho dos capitéis também é disposto em função da distribuição de cargas à coluna, e a partir desse pressuposto, por desenho simplificado, a ordem dórica contempla edifícios mais baixos, com aproximadamente 8 módulos de altura. Nesse modelo, o capitel é composto por duas partes, o équino e ábaco. O primeiro diz respeito à espécie de uma almofada e o segundo a um elemento quadrado que recebe diretamente as cargas do frontão.

JÔNICA

Com linhas orgânicas, leves e fluídas, alude às linhas do corpo feminino, caracterizando a “esbelteza feminina” [6], como pontua Vitrúvio. 

Na composição do capitel, influências orientais são vistas, como entalhes de folhas de palmeira, papiros e folhas vegetais, possivelmente inspirados pela arquitetura egípcia.

 As colunas têm cerca de nove módulos de altura – um módulo maior que a Ordem dórica. Para Vitrúvio, deve ser empregada em templos dedicados a “santos tranquilos – nem muito fortes nem muito suaves – e também para homens de saber” [7]. 

Na composição, apresenta uma base mais larga, possibilitando receber maior carga; fuste esguio e abrindo-se levemente à medida que chega à base; e capitel com volutas. 

Vale destacar que em algumas obras, capitéis dessa ordem são substituídos por cariátides – figuras femininas esculpidas na pedra, sustentando todo o entablamento.

CORÍNTIA

Caracterizando o estilo mais rebuscado dos três modelos baseados no desenho grego, esta ordem apresenta uma série de detalhes e desenhos altamente pensados e elaborados de modo a imitar a “figura delgada de uma menina”, como pontua Vitrúvio [8]. 

Brotos e folhas de acanto caracterizam o grafismo tridmensionalizado pelo esculpir na pedra. Possui dez módulos em altura, sendo a coluna mais esguia das três.

TOSCANA

Concebida pelos romanos, denota uma reinterpretação da ordem dórica. Com sete módulos em altura – um módulo a menos que a coluna dórica apresenta simplificação formal e consequentemente estrutural. 

Para Vitrúvio, é “adequada para fortificações e prisões” [9]. Diferente dos três modelos de origem grega, onde o fuste apresenta caneluras, nesta, o mesmo é liso, buscando a simplificação.

COMPÓSITA

Desenvolvida a partir da união das ordens clássicas jônica e coríntia, detém a mais rebuscada das cinco ordens arquitetônicas. 

Com volutas jônica e brotos e folhas de acanto coríntios, desdobra uma sobreposição de ornamentos. Apresenta dez módulo em altura.

Notas:

[1] SUMMERSON, p.12, 2006.

[2] SUMMERSON, p.12, 2006.

[3] SUMMERSON, p.04, 2006.

[4] VITRÚVIO in SUMMERSON, p.11, 2006.

[5] VITRÚVIO in SUMMERSON, p.11, 2006.

[6] VITRÚVIO in SUMMERSON, p.11, 2006.

[7] VITRÚVIO in SUMMERSON, p.11, 2006.

[8] VITRÚVIO in SUMMERSON, p.11, 2006. 

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Referências Bibliográficas:

SUMMERSON, John. A Linguagem Clássica da Arquitetura. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2006.

julho 28, 2022

O SIGNIFICADO DO PENTAGRAMA


Filosofia  do Oculto

Uma estrela de cinco pontas, ou mandala, é produzida pela relação entre as orbitas da Terra e Vênus em torno do Sol, durante um período de 8 anos.

Os antigos judeus, como todos os povos daquela época, tinham alguma fascinação pelo culto ao Sol e conhecimento dos movimentos nos céus, associado à crença dos efeito das estrelas nos assuntos da humanidade. A tradição judaica atribuía ao pentagrama a representação do ser humano antes da queda (“Adam Kadmon”) e quando o signo se apresentava invertido, representava o homem caído (“Adam Belial”), que era a inteligência humana dominada pela matéria.

Segundo a wikipedia, "Baseados na antiga astronomia ptolomaica, que tentava manter a órbita dos outros planetas ao redor da Terra, astrônomos do passado especulavam órbitas excêntricas para os planetas e isso fez com que, aparentemente, a órbita de Vênus desenhasse um pentagrama no espaço". A wikipedia complementa com a seguinte descrição do pentagrama: “Vênus foi associado a diversas divindades e cultuado por diversas culturas. O símbolo é encontrado na natureza, como a forma que o planeta Vênus faz durante a aparente retroação de sua órbita. Trata-se de um dos símbolos pagãos mais utilizados na magia cerimonial, pois representa os quatro elementos (água, terra, fogo e ar) coordenados pelo espírito, sendo considerado um talismã muito eficiente”.

Na cultura chinesa, o pentagrama representa o ciclo, o caminho da destruição e também o equilíbrio. Cada uma de suas pontas representa um elemento: água, terra, fogo, madeira e metal.

Pitágoras considerava o numero cinco como um número “nupcial”, pois era o resultado da soma (2+3) do primeiro número par (representando o feminino – a terra) com o primeiro número impar (representando o masculino – o céu), e as várias tradições associaram este número com o Homem Primordial ou Andrógino. Dessa forma, o Pentagrama representou o emblema por excelência do microcosmo, nele se inscrevendo a figura humana representando o Homem Primordial. A tradição acrescenta aos quatro elementos (terra, água, ar e fogo) um quinto, chamado éter, simbolizando o espaço celeste e o espírito, unindo dentro de si todos os seres. No ser humano, o éter une a alma individual com a realidade universal, ou seja, o humano com o divino.

É importante observar que até pouco tempo atrás, não eram atribuídas conotações maléficas a esse símbolo. O imperador Constantino chegou a usar o pentagrama com o cristograma, ou seja uma forma simbólica de cruz, como talismã. Naquela época, o pentagrama era um símbolo popular de proteção e representava a Verdade e o trabalho do Criador sendo manifestado.

No séc. XIX, Eliphas Lévi associou o pentagrama à figura do corpo humano com alta espiritualidade, mas, colocado no sentido oposto, ou melhor, com a ponta posicionada para baixo, associou-o aos maus instintos e à figura do Baphomet. O símbolo de Baphomet havia sido usado pela inquisição católica para acusar os Templários de adorarem Satã. Lévi afirmava que se a pessoa invertesse as letras de Baphomet, obteria a frase latina "TEM O H P AB" que seria a abreviação de "Templi Omnivm Hominum Pacis Abbas", ou "O Pai do Templo da Paz de Todos os Homens". Isto era uma referência ao Templo do Rei Salomão, capaz de levar a paz a todos. Até hoje se discute o real significado do Baphomet dos Templários, sem que haja concordância entre os historiadores. C Knight e R.Lomas, descobriram que aplicando-se o Código Atbash (código secreto da Comunidade de Qumran) ao nome de Baphomet, revela-se a palavra Sophia (sabedoria, em grego). Entretanto Lévi fazia menção em seus escritos a um “Baphomet dos Templários, o ídolo adorado dos alquimistas, o deus obsceno de Mendes, a cabra do Sabbath”, e o bode do Sabbath negro era o símbolo que supostamente cultos demoniacos adoravam em seus rituais.

Há que se reconhecer que Lévi efetivamente nunca fez uma associação do Baphomet à Maçonaria. Isto foi obra de Leon Taxil, que havia sido iniciado na Maçonaria, mas fora expulso ainda como aprendiz e, talvez por vingança, lançou em 1887 o livro "Os Mistérios da Franco Maçonaria", patrocinado pelo Papa, e inventou uma ordem maçônica supostamente secreta chamada Palladium, onde descrevia um grupo de maçons endiabrados dançando ao redor do Baphomet, puxados por Eliphas Lévi, que era então falecido. Alguns anos depois, Taxil revelou em um salão lotado que nunca havia existido a tal "Ordem Palladium" e que ele havia inventado tudo com o apoio do Papa. Foi um escândalo monumental naquele dia de 19 de abril de 1897, mas mesmo assim a mentira continuou sendo aproveitada pelas novas gerações de religiosos intolerantes.

A leviana interpretação de Lévi, associada às fragrantes mentiras de Taxil, foram de fundamental importância para que os mal intencionados pudessem associar a magia negra ao nome da Maçonaria, pois para as entidades antimaçônicas, o fato do pentagrama ocupar lugar de destaque na Maçonaria, mesmo descartando a figura de Baphomet, constituía uma excelente oportunidade para associar a imagem do bode ao pentagrama invertido e chegar à desonesta conclusão de que todos os maçons tinham de ser adoradores do diabo. A má-fé foi tanta, que pouco importou os protestos e esclarecimentos, sempre solenemente ignorados. O curioso é que os críticos mais ativos estavam ligados à Igreja Católica, esquecendo que o pentagrama também já tinha sido usado como um símbolo cristão, representando, em suas partes, as cinco chagas de Cristo.

Até hoje para algumas correntes esotéricas, o pentagrama invertido nada tem a ver com a figura do bode maléfico e tenebroso, mas sim com uma figuração do ser humano transcendendo o nível material da existência e renascendo para uma vida nova, em um estado de consciência superior. Figurativamente, os pés não mais repousam na terra e sim nas estrelas, traçando um paralelo com a Árvore da Vida da Cabala hebraica, que tem uma representação invertida, com as raízes voltadas para o céu e a copa para baixo, simbolizando o caminho do processo iniciático de progresso espiritual. Neste sentido, a luz de Vênus tem sido representada como uma descida do espírito na matéria e seu possível retorno.

Texto extraído parcialmente do link: http://www.altosgraus.com/…/o-significado-da-estrela-na-ma%…)

O Sol Negro.

OISA - CasadeOGY - Cotia - SP