agosto 17, 2022

OS LANDMARKS -Ir. Rui Bandeira



Em inglês, "Land" significa "terra" e "mark" traduz-se por "marca", "alvo". "Landmark" é, assim, a marca, o sinal, na terra, e, mais especificamente, os sinais colocados nos terrenos para assinalar a sua delimitação em relação aos terrenos vizinhos. Em suma, "landmark" é, em português, o marco, no sentido de marco delimitador de terreno.

Fazendo a transposição para a Ordem Maçônica, Landmarks são, correspondentemente, os princípios delimitadores da Maçonaria, isto é, os princípios que têm em absoluto de ser intransigentemente seguidos para que se possa considerar estar-se perante Maçonaria Regular.

Ou seja, os Landmarks são o conjunto de princípios definidores do que é Maçonaria. Só se pode verdadeiramente considerar maçom quem, tendo sido regularmente iniciado, seja reconhecido como tal pelos outros maçons e observe os princípios definidores da Maçonaria constantes dos Landmarks.

Porque definidores do que é Maçonaria Regular, os Landmarks são imutáveis

agosto 16, 2022

MAÇONARIA: COLUNA DE HARMONIA - António Rocha Fadista

Esta é a única Coluna de uma Loja Maçônica constituída por um só Irmão, o Mestre de Harmonia. No passado, a Coluna da Harmonia era composta pelo conjunto dos Irmãos músicos que contribuíam para o brilhantismo dos rituais e dos festejos maçônicos. Com o avanço tecnológico, os músicos foram substituídos pelos aparelhos eletrônicos, operados pelo Mestre de Harmonia.

Em seu sentido mais amplo, a Harmonia é a ciência da combinação dos sons, formando os acordes musicais. A palavra grega MOUSIKE significa não apenas música, mas também todas as formas de expressão que tenham por finalidade a criação da Beleza.

Pitágoras usava a música para fortalecer a união entre os seus discípulos, por entender que a música instruía e purificava a sua mente. Em sua Escola, a música era entendida como disciplina moral por atuar como freio aos ímpetos agressivos dos seres humanos.

O aprendizado empírico, revelado através dos sentidos, pode ser conseguido não só pela contemplação das belas formas e da beleza das figuras que nos rodeiam, mas também pela audição de ritmos e de melodias que acalmam os ímpetos e as paixões. Deste modo, angústia, anseios frustrados, agressões verbais, stress mental, podem ser eliminados pela audição de músicas suaves e agradáveis.

Em uma reunião maçônica deve-se tocar a música que melhor traduza os sentimentos dos Irmãos em cada momento do ritual.

Muitos compositores, nossos Irmãos, produziram belas músicas que merecem - e devem - ser ouvidas em nossos Templos. Entre essa plêiade, podemos citar: Mozart, Beethoven, Haendel, Sibelius, Franz Lizt, John Philipp Souza (de ascendência portuguesa), Luigi Cherubini, Antonio Salieri, Carlos Gomes (brasileiro), etc.

As primeiras composições maçônicas datam de 1723 e foram publicadas junto com a primeira Constituição de Grande Loja de Londres; São elas:

A Canção dos Aprendizes - Matthew Birkhead

A Canção dos Companheiros - Charles Delafaye

A Canção do Vigilante - James Anderson

A Canção do Mestre - James Anderson (Esta última, publicada em 1738 juntamente com a segunda edição das Constituições de Anderson)

No Brasil, foram compostas as seguintes obras:

Hymno do REAA - M.A . Silveira Neto e Jeronimo Pires Missel

Hino Maçons Avante - Jorge Buarque Lira e Mário Vicente Lima

Hino Maçônico - D. Pedro I (D. Pedro IV de Portugal)

Canto Ritualístico Maçônico - Francisco Sabetta e José Bento Abatayguara

Hino Maçônico para Abertura e Fechamento dos Trabalhos - Otaviano Bastos

A Acácia Amarela - Luiz Gonzaga (o rei do baião)

Além destas, existem também composições maçônicas para os Rituais de Iniciação, de Elevação e de Exaltação, de Reconhecimento Conjugal e de Pompas Fúnebres. 

Tendo em vista o caráter universalista da nossa Ordem, o Mestre de Harmonia não deve programar a execução de música religiosa de nenhum tipo. Deste modo será evitado o constrangimento que um Irmão não católico poderá sentir ao ouvir, por exemplo, a Ave Maria de Gounod. Solos de música cantada também devem ser evitados. A música coral, como por exemplo, o Hino Maçônico de D. Pedro I ou a Ode à Alegria, de Beethoven, poderá ser programado sem problemas, mas, na maioria das vezes, a música mais indicada é sempre a instrumental.

O Mestre de Harmonia previamente preparará o programa a ser executado, de acordo com o tipo de reunião e de acordo com o Ritual. Em uma Iniciação, no Rito Escocês Antigo e Aceito, podem ser destacados os seguintes momentos especiais, para os quais será programada uma música específica, que listamos a título de exemplo:

Entrada dos Candidatos - “A Criação” de Haydn - trechos que descrevem a passagem do Mundo do Caos para a Ordem e das Trevas para a Luz (Ordo ab Chao)

Oração ao GADU - “Cravo Bem Temperado” - Bach - Melodia que convida à concentração e à meditação

Taça Sagrada - “A Criação” - Trechos da abertura do Oratório que simbolizam a purificação e a ilusão profana

A Primeira Viagem - “Tempestade e Chuva” - Efeitos sonoros com ruídos de chuva, ventania e trovões. Coleção Action! Câmera! Music! Gravação do Reader’s Digest – Distribuição da Borges & Damasceno

A Segunda Viagem - “A Vitória de Wellington” - Beethoven - Adequada para acompanhar o toque “descompassado das espadas”.

Purificação Pela Água - “Música Aquática” - Haendel - música cujos efeitos sonoros acentuam o significado do evento

Terceira Viagem - “Romance Para Violino nº 2” - Beethoven - Melodia que transmite a suavidade emocional do evento. 

Purificação pelo Fogo - “As Walquírias - Wagner - Cena do Fogo Mágico que reforça o sentido dramático do ritual.

Tronco de Beneficência - “Pannis Angelicus” - Cesar Frank - marca o profundo significado da solidariedade.

Juramento - “Prelúdio nº 1 em dó maior do Cravo Bem Temperado” - Bach - adequada para a meditação e que marca a solenidade do momento ritual.

LUZ - “Assim Falou Zaratustra” - Strauss - Parte inicial do poema sinfônico que descreve o nascer do sol e o sentimento do poder de Deus sobre o homem. Aumenta o deslumbramento do momento culminante da Iniciação

Abraço do Venerável - “Marcha Festiva” - Grieg - ( Suite Sigurd Jorsalfar - Opus 56 ).

Entrada dos Neófitos - “Glória aos Iniciados” (Coro final da Ópera a Flauta Mágica, de Mozart) - Coro de Graças a Ísis e Osíris, e de congratulações aos Iniciados, que pela sua coragem conquistaram o direito à Beleza e à Sabedoria

Proclamações - “Ode à Alegria” - Beethoven - Excerto Orquestral da Nona Sinfonia - deve ser tocada após cada uma das Proclamações. É um hino que traduz a alegria dos Irmãos ao receber os recém Iniciados.

Uma Sessão Econômica, por exemplo, não pode prescindir de dois ou três bons programas para a Harmonia, previamente programados. Isto permitirá variar as músicas executadas, evitando a monotonia da repetição.

A escolha de uma música para uma reunião maçônica exige do Mestre de Harmonia um mínimo de cultura musical, além da necessária sensibilidade para interpretar o significado de cada passagem do Ritual. Repetimos, a música deve estar em perfeita sintonia com cada momento da ritualística, induzindo nos Irmãos presentes a purificação de suas mentes, deixando-os tranqüilos e predispostos à emissão de sentimentos de amor e de fraternidade.

A música promove a exaltação das faculdades intelectuais e espirituais do ser humano. Ela atinge e aperfeiçoa a sensibilidade dos Irmãos, permitindo que eles vibrem em sintonia com os acordes da Harmonia Universal cujas leis tudo governam, e pelas quais a Maçonaria busca o aprimoramento moral e espiritual da Humanidade.



O BLOG DE VERDADES - Roberto Ribeiro Reis (homenagem a este blog)


O poeta e intelectual 𝙍𝙤𝙗𝙚𝙧𝙩𝙤 𝙍𝙞𝙗𝙚𝙞𝙧𝙤 𝙍𝙚𝙞𝙨 é da 𝘼𝙍𝙇𝙎 𝙀𝙨𝙥𝙚𝙧𝙖𝙣𝙘̧𝙖 𝙚 𝙐𝙣𝙞𝙖̃𝙤 2358 no 𝙊𝙧⛬ 𝙍𝙞𝙤 𝘾𝙖𝙨𝙘𝙖 (𝙈𝙂)


𝘾𝙤𝙢𝙥𝙖𝙧𝙩𝙞𝙡𝙝𝙖𝙣𝙙𝙤 𝙢𝙪𝙞𝙩𝙖 𝙡𝙚𝙞𝙩𝙪𝙧𝙖, 

𝙋𝙧𝙤𝙥𝙤𝙧𝙘𝙞𝙤𝙣𝙖𝙣𝙙𝙤 𝙫𝙖́𝙧𝙞𝙖𝙨 𝙚𝙢𝙤𝙘̧𝙤̃𝙚𝙨,

𝙀𝙭𝙞𝙨𝙩𝙚 𝙪𝙢𝙖 𝙞𝙢𝙚𝙣𝙨𝙞𝙙𝙖̃𝙤 𝙙𝙚 𝙡𝙞𝙘̧𝙤̃𝙚𝙨,

𝙀𝙡𝙚𝙣𝙘𝙖𝙙𝙖𝙨 𝙘𝙤𝙢 𝙢𝙪𝙞𝙩𝙖 𝙩𝙚𝙧𝙣𝙪𝙧𝙖.


𝙄𝙧⛬ 𝙙𝙚 𝙚𝙣𝙤𝙧𝙢𝙚 𝙚𝙨𝙩𝙖𝙩𝙪𝙧𝙖 𝙚𝙨𝙥𝙞𝙧𝙞𝙩𝙪𝙖𝙡,

𝘾𝙤𝙣𝙝𝙚𝙘𝙞𝙙𝙤 𝙢𝙪𝙣𝙙𝙤 𝙖𝙛𝙤𝙧𝙖 𝙨𝙚𝙪 𝙩𝙖𝙡𝙚𝙣𝙩𝙤;

𝙀𝙡𝙚 𝙣𝙤𝙨 𝙨𝙖𝙡𝙫𝙖 𝙙𝙪𝙢 𝙢𝙪𝙣𝙙𝙤 𝙩𝙪𝙧𝙗𝙪𝙡𝙚𝙣𝙩𝙤,

𝘾𝙖𝙩𝙖𝙡𝙤𝙜𝙖𝙣𝙙𝙤 𝙪𝙢𝙖 𝙖𝙧𝙦𝙪𝙞𝙩𝙚𝙩𝙪𝙧𝙖 𝙙𝙞𝙫𝙞𝙣𝙖𝙡.


𝘼𝙡𝙜𝙤 𝙧𝙚𝙡𝙪𝙯𝙚𝙣𝙩𝙚 𝙥𝙚𝙡𝙤 𝙖𝙨𝙥𝙚𝙘𝙩𝙤 𝙘𝙪𝙡𝙩𝙪𝙧𝙖𝙡,

𝙌𝙪𝙚 𝙚𝙣𝙨𝙞𝙣𝙖, 𝙞𝙣𝙨𝙩𝙧𝙪𝙞 𝙚 𝙩𝙖𝙢𝙗𝙚́𝙢 𝙚𝙙𝙪𝙘𝙖;

𝙊𝙗𝙧𝙚𝙞𝙧𝙤 𝙄𝙨𝙧𝙖𝙚𝙡𝙚𝙣𝙨𝙚, 𝙙𝙚 𝙖𝙡𝙢𝙖 𝙗𝙧𝙖𝙯𝙪𝙘𝙖,

𝙎𝙪𝙖 𝙥𝙖́𝙜𝙞𝙣𝙖 𝙚́ 𝙥𝙡𝙚𝙣𝙖 𝙚 𝙢𝙪𝙞 𝙛𝙧𝙖𝙩𝙚𝙧𝙣𝙖𝙡.


𝙐𝙢𝙖 𝙫𝙚𝙧𝙫𝙚 𝙚 𝙚𝙡𝙚𝙜𝙖̂𝙣𝙘𝙞𝙖 𝙨𝙚𝙢 𝙞𝙜𝙪𝙖𝙡,

𝙌𝙪𝙚 𝙖 𝙥𝙖𝙯 𝙚 𝙤 𝙖𝙢𝙤𝙧 𝙣𝙤𝙨 𝙞𝙣𝙛𝙪𝙣𝙙𝙚;

𝙐𝙢 𝙞𝙙𝙚𝙖́𝙧𝙞𝙤 𝙖𝙨𝙨𝙞𝙢 𝙨𝙤́ 𝙩𝙧𝙖𝙣𝙨𝙛𝙪𝙣𝙙𝙚

𝘼 𝙗𝙚𝙡𝙖 𝙈𝙖𝙘̧𝙤𝙣𝙖𝙧𝙞𝙖, 𝙦𝙪𝙖𝙡 𝘼𝙧𝙩𝙚 𝙍𝙚𝙖𝙡.


𝘼𝙢𝙞𝙜𝙤, 𝙄𝙧𝙢𝙖̃𝙤, 𝙪𝙢 𝙊𝙗𝙧𝙚𝙞𝙧𝙤 𝙩𝙖̃𝙤 𝙡𝙚𝙜𝙖𝙡,

𝙃𝙪𝙢𝙞𝙡𝙙𝙖𝙙𝙚 𝙞́𝙢𝙥𝙖𝙧, 𝙣𝙤𝙗𝙧𝙚 𝙚𝙭𝙘𝙚𝙡𝙚̂𝙣𝙘𝙞𝙖;

𝘼𝙜𝙧𝙖𝙙𝙚𝙘𝙞𝙙𝙤𝙨 𝙥𝙤𝙧 𝙨𝙪𝙖 𝙚𝙭𝙞𝙨𝙩𝙚̂𝙣𝙘𝙞𝙖,

𝙀 𝙥𝙤𝙧 𝙨𝙚𝙪 𝙗𝙡𝙤𝙜 𝙪́𝙣𝙞𝙘𝙤 𝙚 𝙛𝙪𝙣𝙙𝙖𝙢𝙚𝙣𝙩𝙖𝙡!



agosto 15, 2022

DE MÃOS DADAS COM OS VERBOS DE LIGAÇÃO - Newton Agrella



Na estrutura gramatical da Língua Portuguesa encontramos aquilo que se classifica como verbos de ligação.

Esta categoria de verbos não indica ação ou movimento.

Sua propriedade é a de designar uma qualidade, um estado ou uma classificação.

A função destes verbos é a de fazer a ligação entre dois termos: o sujeito e suas "características". 

Seguem os principais verbos de ligação : 

ser, estar, permanecer, ficar, tornar-se, continuar, andar, viver e parecer.

Porém, ironicamente, dentre estes verbos, aquele que tem assumido um protagonismo sem igual é justamente o verbo "parecer".

Pois é, este verbo tem se cercado de especiais cuidados e atributos que o acompanham.

Em tempos de eleições, exemplos muito nítidos do emprego do referido verbo se revelam em frases tais como:

"...Não basta ser honesto, precisa antes de tudo *parecer* honesto..."

"...O candidato *parece* sincero..."

"...O mediador do debate *pareceu* inseguro..."

O que se nota neste fugaz cenário semântico, é que o protagonismo do verbo "parecer" se instaura e se destaca antes mesmo de verbos como "ser" ou "estar".

Este fenômeno linguístico tem sido um instrumento para não se comprometer com afirmações inequívocas ou radicais.

Trata-se de um verbo que ocupa um espaço, transitoriamente, sem o receio de deixar rastros.

Pode "parecer" estranho ou conflitante, mas ao utilizar-se deste verbo de ligação as características   que revelam o sujeito, gozam de uma espécie de imunidade ou proteção a contraofensivas que possam vir adiante.

Afinal de contas, tudo o que parece, necessariamente "nao é" ou "não está", pois sua existência se sustenta sob uma experiência hipotética.

Parece brincadeira, mas não é, pois a vida vocabular deste verbo possui as propriedades transformadoras de um camaleão, que pode forjar diferentes identidades ao sabor das meras circunstâncias e protocolares conveniências.

Deixemos assim, o convite para que estejamos minimamente cônscios de seu emprego ao conjugá-lo em nossas ações discursivas ou ao emitirmos determinado juízo de valores.

Portanto, leia bem o que está à sua vista e não se deixe levar pela sofismática ideia do "parece mas não é".


agosto 14, 2022

SOL & LUA NA MAÇONARIA - Kennyo Ismail



O Sol e a Lua, geralmente presentes em cada lado da parede do Oriente e tendo entre eles o trono do Venerável Mestre, destacados também no Painel de Aprendiz Maçom, sempre foram alvos das “especulações” dos estudiosos maçons. 

Aliás, com tanta especulação sobre a simbologia maçônica, fica fácil compreender o verdadeiro significado do termo “Maçonaria Especulativa”! Encontra-se de tudo por aí: Conforme alguns estudiosos de plantão, aquele Sol simboliza Mitras, Invictus, Horus, Rá ou Osíris, Hélio ou Apolo, a masculinidade, a Luz da Iniciação ou o símbolo do Oriente. 

Já a Lua quarto-crescente seria o feminino, o segredo a ser revelado, a busca pela verdade, a palavra perdida e prestes a ser encontrada, ou até mesmo a ressurreição. Isso sem contar nas interpretações absurdas, que não merecem citação.

O fato que parece passar despercebido para muitos é que esse Sol e Lua são, na verdade, um único símbolo. A mais clara evidência disso é que, seja na parede do Oriente ou no Painel de Aprendiz, eles aparecem sempre juntos, em tamanhos iguais, na mesma altura e de lados opostos. Nunca se vê apenas um ou o outro, porque se trata de um símbolo só. Dessa forma, qualquer interpretação desses elementos realizada de forma separada já é um grande erro.

Temos no símbolo do Sol e Lua um dos símbolos mais antigos da Maçonaria. Quando relacionados, o Sol é o emblema do meio-dia enquanto que a Lua é o emblema da meia-noite, ou seja, o início e o término dos trabalhos de todo maçom. 

O Venerável Mestre, estando entre o Sol e a Lua, demonstra que comanda os trabalhos naquele período. Esse simbolismo é creditado a Zoroastro, conforme muitos Rituais denunciam. Zoroastro foi um importante profeta persa, considerado como um dos principais mestres dos Antigos Mistérios, chamado por muitos de “pai do dualismo” e tido como precursor de muitos pensamentos comuns entre as três vertentes religiosas de Abraão: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. A tradição diz que os trabalhos nos templos de Zoroastro ocorriam do meio-dia à meia-noite, e que sua filosofia tinha por base a cosmologia. O antagonismo do dia e da noite, da claridade e da escuridão, era visto na natureza e no bem e o mal, presentes em cada ser humano.

Por que a Lua quarto-crescente?

Porque a astronomia ensina que a Lua quarto-crescente nasce ao meio-dia e se põe exatamente à meia-noite. Assim, quando o Sol está em seu zênite, ao meio-dia em ponto, é quando a Lua quarto-crescente nasce, a qual se põe à meia-noite em ponto. A lua quarto-crescente, tão importante para os Persas seguidores de Zoroastro, atravessou os milênios, tornando-se emblema da cultura árabe.

Esse fato não deixa dúvidas de que o símbolo do Sol e Lua na Maçonaria é realmente símbolo “do meio-dia à meia-noite” e de nada mais, apesar das especulações.

agosto 13, 2022

RITOS MAÇÔNICOS - Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz





Do livro *O que um Mestre Maçom deve saber" do Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz

Um Rito maçônico pode ser definido como um conjunto de cerimônias usadas nos atos litúrgicos e identificam-se cada um deles pela forma como se realizam os rituais, pelo comportamento comunitário padronizado, pelas ações que se executam periódica e repetitivamente, enfim, pelas regras e preceitos com os quais se comunicam os sinais, toques, palavras, graus e todas as demais instruções veladas decorrentes. 

Cada Potência Maçônica elabora e distribui seus Rituais impressos de cada Rito, para os Graus simbólicos.

Qualquer que seja o Rito praticado por um Maçom, ele é reconhecido como Irmão por todos os demais Maçons do mundo, pois a Maçonaria é universal e os Ritos são meramente formas diferenciadas de praticá-la.

As Lojas maçônicas possuem autonomia para decidir o Rito a ser adotado em suas sessões litúrgicas, bem como a de trocar de Rito se assim for o desejo daqueles que integram o seu quadro. 

No Brasil praticam-se os seguintes Ritos pelas Potências Maçônicas consideradas regulares:

*- Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA)* Criado na França, é o mais difundido no Brasil

*- Rito ou Regime Escocês Retificado (RER)* Criado na França é o mais recentemente introduzido no Brasil.

*- Rito Adonhiramita* Criado na França, foi introduzido no Brasil colonial pelo Grande Oriente Lusitano. Adormeceu no mundo todo, sendo preservado somente no Brasil e recentemente reexportado para Portugal.

*- Rito Moderno ou Francês* Criado na França, foi introduzido no Brasil colonial pelo Grande Oriente de França. É o Rito oficial do GOB desde a sua fundação em 1822.

*- Rito Brasileiro* Criado no Brasil.

*- Rito Schröder* Criado na Alemanha e introduzido no Brasil pela colônia alemã.

*- Rito ou Ritual de Emulação* Criado na Inglaterra e introduzido no Brasil por britânicos. É denominado incorretamente no GOB como sendo Rito de York (Emulação).

*- Rito de York ou Rito de York Americano* Criado na Inglaterra e exportado para os Estados Unidos, de onde veio para o Brasil. 

*- Rito de São João* Criado na Hungria e introduzido no Brasil pela colônia húngara. É praticado por não mais que 3 Lojas jurisdicionadas à Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo.

Essa diversidade de Ritos, que se interpenetram e se completam, dá aos Maçons brasileiros uma oportunidade ímpar de ampliar seus conhecimentos sobre a Maçonaria, abrangendo, inclusive, a essência do Iluminismo, movimento que derrubou a tirania, os preconceitos, as superstições e a ignorância. 

Além desses 9 Ritos praticados pelas Potências Maçônicas nacionais consideradas regulares, temos ainda:

*- Rito de Mêmfis-Misraim* Criado na França, é trabalhado sobretudo por Potências Mistas e Femininas.

*- Rito ou Ritual Lauderdale* Criado na Inglaterra, vinha sendo praticado unicamente pela Ordem Maçônica Mista Internacional Le Droit Humain – Federação Brasileira, a partir da aprovação do Supremo Conselho Le Droit Humain para o Império Britânico. Parece que foi substituído pelo Ritual de Emulação.

Interessados no livro contatar o autor, Irm.’. Almir, no WhatsApp (21) 99568-1350 - Exclusivo para Mestres Maçons

agosto 12, 2022

ESQUADRO E COMPASSO - Rui Bandeira


Talvez o mais conhecido dos símbolos da Maçonaria seja o que é constituído por um esquadro, com as pontas viradas para cima, e um compasso, com as pontas viradas para baixo.

Como normalmente sucede, várias são as interpretações possíveis para estes símbolos.

É corrente afirmar-se que o esquadro simboliza a retidão de caráter que deve ser apanágio do maçom. Retidão porque com os corpos do esquadro se podem traçar facilmente segmentos de reta e porque reto se denomina o ângulo de 90 º que facilmente se tira com tal ferramenta. Da retidão geométrica assim facilmente obtida se extrapola para a retidão moral, de caráter, a caraterística daqueles que não se "cosem por linhas tortas" e que, pelo contrário, pautam a sua vida e as suas ações pelas linhas direitas da Moral e da Ética. Esta caraterística deve ser apanágio do maçom, não especialmente por o ser, mas porque só deve ser admitido maçom quem seja homem livre e de bons costumes.

É também corrente referir-se que o compasso simboliza a vida correta, pautada pelos limites da Ética e da Moral. Ou ainda o equilíbrio. Ou a também a Justiça. Porque o compasso serve para traçar circunferência, delimitando um espaço interior de tudo o que fica do exterior dela, assim se transpõe para a noção de que a vida correta é a que se processa dentro do limite fixado pela Ética e pela Moral. Porque é imprescindível que o compasso seja manuseado com equilíbrio, a ponta de um braço bem fixada no ponto central da circunferência a traçar, mas permitindo o movimento giratório do outro braço do instrumento, o qual deve ser, porém, firmemente seguro para que não aumente ou diminua o seu ângulo em relação ao braço fixo, sob pena de transformar a pretendida circunferência numa curva de variada dimensão, torta ou oblonga, assim se transpõe para a noção de equilíbrio, equilíbrio entre apoio e movimento, entre fixação e flexibilidade, equilíbrio na adequada força a utilizar com o instrumento. Porque o círculo contido pela circunferência traçada pelo instrumento se separa de tudo o que é exterior a ela, assim se transpõe para a Justiça, que separa o certo do errado, o aceitável do censurável, enfim, o justo do injusto.

Também é muito comum a referência de que o esquadro simboliza a Matéria e o compasso o Espírito, aquele porque, traçando linhas direitas e mostrando ângulos retos, nos coloca perante o facilmente percetível e entendível, o plano, o que, sendo direito, traçando a linha reta, dita o percurso mais curto entre dois pontos, é mais claro, mais evidente, mais apreensível pelos nossos sentidos - portanto o que existe materialmente. Por outro lado, o compasso traça as curvas, desde a simples circunferência ao inacabado (será?) arco de círculo, mas também compondo formas curvas complexas, como a oval ou a elipse. É, portanto, o instrumento da subtileza, da complexidade construída, do mistério em desvendamento. Daí a sua associação ao Espírito, algo que permanece para muitos ainda misterioso, inefável, obscuro, complexo, mas simultaneamente essencial, belo, etéreo. A matéria vê-se e associa-se assim à linha direita e ao ângulo reto do esquadro. O espírito sente-se, intui-se, descobre-se e associa-se portanto ao instrumento mais complexo, ao que gera e marca as curvas, tantas vezes obscuras e escondendo o que está para além delas - o compasso.

Cada um pode - deve! - especular livremente sobre o significado que ele próprio vê nestes símbolos. O esquadro, que traça linhas direitas, paralelas ou secantes, ângulos retos e perpendiculares, pode por este ser associado à franqueza de tudo o que é direito e previsível e por aquele à determinação, ao caminho de linhas direitas, claro, visível, sem desvios. O compasso, instrumento das curvas, pode por este ser associado à subtileza, ao tato, à diplomacia, que tantas vezes ligam, compõem e harmonizam pontos de vista à primeira vista inconciliáveis, nas suas linhas direitas que se afastam ou correm paralelas, oportunamente ligadas por inesperadas curvas, oportunos círculos de ligação, improváveis ovais de conciliação; enquanto aquele, é mais sensível à separação entre o círculo interior da circunferência traçada e tudo o que lhe está exterior, prefere atentar na noção de discernimento (entre um e outro dos espaços).

E não há, por definição, entendimentos corretos! Cada um adota o entendimento que ele considera, naquele momento, o mais ajustado e, por definição, é esse o correto, naquele momento, para aquela pessoa. Tanto basta!

O conjunto do esquadro e do compasso simboliza a Maçonaria, ou seja, o equilíbrio e a harmonia entre a Matéria e o Espírito, entre o estudo da ciência e a atenção às vias espirituais, entre o evidente, o científico, o que está à vista, o que é reto e claro e o que está ainda oculto ou obscuro. O esquadro é sempre figurado com os braços apontando para cima e o compasso com as pontas para baixo. Ambas as figuras se opõem, se confrontam: mas ambas as figuras oferecem à outra a maior abertura dos seus componentes e o interior do seu espaço. A oposição e o confronto não são assim um campo de batalha, mas um espaço de cooperação, de harmonização, cada um disponibilizando o seu interior à influência do outro instrumento. Assim também cada maçom se abre à influência de seus Irmãos, enquanto que ele próprio, em simultâneo, potencia, com as suas capacidades, os seus saberes, as suas descobertas, os seus ceticismos, as suas respostas, mas também as suas perguntas (quiçá mais importantes estas do que aquelas...) a modificação, a melhoria, de todos os demais.

Tantos e tantos significados simbólicos podemos descobrir e entrever nos símbolos mais conhecidos da Maçonaria... Aqui deixei, em apressado enunciado, alguns. Cada um é livre, se quiser, de colocar na caixa de comentários, o seu entendimento do significado destes símbolos, em conjunto ou separadamente, ou apenas de um só deles. Todos os significados simbólicos são bem-vindos! Cada um é também livre de, se quiser, nada partilhar, guardando para si, as conclusões que nesse momento tire. Tão respeitável é uma como outra das posições. Este espaço é livre e de culto da Liberdade. Afinal de contas, tanto o esquadro como o compasso estão abertos... abertos às livres opções, entendimentos e escolhas de cada um!

agosto 11, 2022

MAÇOM - CIDADÃO IDEAL - Ir∴ Valdemar Sansão



Quando pediram a Aristóteles um código moral por onde pautar a vida, ele disse:

"Não posso dar-lhe um código; observe os homens melhores e mais sábios que você encontrar e imite-os"!

Entende-se por lei maçônica, em sentimento amplo, a Constituição e o Regulamento Geral, além dos denominados landmarks (em número de 25, que são as mais antigas leis que regem a Maçonaria Universal) e por Atos normativos maçônicos aqueles representados por Regimentos Internos de Lojas e dos Tribunais Maçônicos, bem como por Decreto Maçônico.

As leis maçônicas são de ordem moral e estão restritas à Instituição.

Assim sendo, devem cingir-se, estritamente, à ritualística e a liturgia, sem gerar conflitos – vale dizer – sem colidir com a boa hermenêutica das leis civis.

A Constituição da República Federativa do Brasil, instituiu um Estado Democrático e a Maçonaria acolhe seu preâmbulo em seus PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS, definidos na abertura do Ritual do Aprendiz.

Trata-se de um preâmbulo maravilhoso pela riqueza conceitual de seu conteúdo que merece todo elogio, especialmente na vivência do cidadão Maçom, no desempenho de seus deveres que devem manifestar profunda reverência para com a Ordem e alta consideração para com a Loja.

Aparecem bem claros os valores supremos proclamados no papel e que precisamos professar com a nossa vida de homens livres e de bons costumes, conscientes de que somos a própria alma da Maçonaria. Ela tem a missão de educar, desenvolver e prosperar a humanidade, e é dita progressista. Combate, ainda, o vício, a tirania, a injustiça social e pretende libertar o homem.

Na abertura das nossas reuniões, o nosso Ritual faz alusão a uma das muitas definições do que seja, ou signifique a Maçonaria, explicando o seu objetivo, o qual explicita: "Tornar feliz a humanidade pelo exemplo, pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito à autoridade e a crença de cada um".

Buscando e rebuscando o que temos diante de nós, dentro de nós, só é necessário que façamos cumprir na plenitude o que já temos. Em vez de observarmos e buscarmos fora, temos de observar e buscar dentro.

A Maçonaria tem, como um dos objetivos primeiros, a missão de levar à humanidade a felicidade real, pelo exemplo daqueles que fazem a Maçonaria, pelos seus integrantes. Ainda estamos engatinhando na construção desses objetivos. Precisamos de dirigentes que estejam imbuídos do espírito democrático e o transmitam especialmente com ações eficazes. Se não derem de saída, o bom exemplo, invalidarão o exercício do que se prega e na prática vai gorar certamente. Virtudes se ensinam mais pelos exemplos, que pelas palavras.

"Lutar pelo princípio da Eqüidade, dando a cada um o que for justo, de acordo com sua capacidade, obras e méritos".

Sem essa prática não existe, não existirá razão de nos filiarmos à Instituição, destinada a assegurar o exercício dos direitos, da liberdade, da igualdade e justiça como valores supremos.

Embora esses direitos sejam descurados, às vezes ignorados, maltratados, e longe de ser praticados por grande parte de nós e principalmente a partir das classes chamadas intelectualizadas, dirigentes, etc, aparecem com destaque, porque são a razão fundamental das demais prerrogativas anunciadas no Preâmbulo.

Na verdade, há muito o que fazer. É preciso, apenas, idéias e boa vontade de elevar a Ordem e assistir e valorizar o Maçom. Um Maçom bem formado e motivado só precisa de uma alavanca e um ponto para fazer este mundo melhor.

A Maçonaria preocupa-se com o analfabetismo, a violência, a superstição, a insegurança, a má distribuição de rendas, aonde o grande lucro vai para quem somente movimenta o dinheiro, dentre tantos outros. E busca soluções na raiz dos problemas, naquilo que provocam estes efeitos, estas causas.

LIBERDADE - Em seus enunciados a Maçonaria realça o direito do homem à Liberdade, sem a qual o ser humano deixa de o ser e perde até a razão de existir. Infelizmente muito se fala em liberdade e quanto mais se fala, menos ela existe.

Para ser alcançada a liberdade, está entre os clamores de nosso povo a Segurança, sem a qual é impossível funcionar a liberdade. Hoje, não se pode sair de casa tranqüilamente, até podemos, mas (quem garante!!!) retornarmos vivos e sadios?

Se inexiste a segurança como pode haver liberdade? Existe sim, profundo mal-estar, agravado ainda pela inércia, ou seja, a falta de ação, de atitudes corretas, de atividade das autoridades. Se os requisitos básicos da liberdade estão em déficit, ou, sua existência é precária como pode haver dignidade da pessoa humana?

IGUALDADE – Um valor sumamente exaltado, desde a revolução Francesa, uma revolução de burguesia e não do povo, como muitos pensam. Quanta tinta derramada no papel, páginas, versos e versos, e as maravilhosas pregações de todos os iluminados que caminharam entre nós, pregando o amor e a reconciliação entre os povos, em todas as religiões; Quanto sangue derramado em nome da liberdade e da igualdade. A Maçonaria reconhece que todos os homens nasceram iguais e as únicas distinções que admite são o mérito, o talento, a sabedoria, a virtude e o trabalho.

A igualdade segundo temos constatado não existe nem em potência, nem em valor, nem em dimensão, nem em duração. O que existe e persiste, é que queremos ser diferentes e divulgamos sermos iguais, quando somos sujeitos a comparações diferentes.

Para ficarmos num único exemplo de "desigualdade" e garantia do direito de cada um ao critério de igualdade, retidão, equanimidade e principalmente justiça, seria aceitável que o Tribunal Eleitoral através dos órgãos oficiais de comunicação, (Boletins e Revistas oficiais) publicassem antes do pleito eleitoral em lugar de destaque as fotos, os currícula vitae, endereços, telefones e o PROGRAMA ADMINISTRATIVO ou de trabalho (Plataforma) de todos os candidatos aos cargos eletivos para que fosse garantida aos eleitores o direito de fazer seu julgamento e prestigiar o mais apto. Assim, os eleitos seriam, realmente, aqueles que mais conhecimento possuam, que mais espiritualidade tenham demonstrado e que sintam e se comprometam com deveres e responsabilidades. E teriam a chance de escolher melhor. Isso, por acaso tem sido feito? Nem mesmo o acesso ao endereço do eleitor é facultado a todos os candidatos.

A "Saúde, Força e União" depende somente da abnegação e desprendimento. Mas ninguém dá o primeiro passo. Há medo de perder o "espaço conquistado"!

Sei que não conseguiríamos esse ideal porque tudo depende da aprovação e da boa vontade das cúpulas às quais estamos subordinados.

Talvez, um dia, nossos dirigentes resolvam dar uma demonstração de eqüidade, reconhecendo igualmente o direito de cada um, vencendo suas paixões e submetendo suas vontades.

E fortalecer a Democracia e a Maçonaria, dando um passo a frente no quesito Igualdade, e assim fariam jus serem chamados de "construtores da humanidade", "limpos e puros" e até de "sagrados".

agosto 10, 2022

DA BENEVOLÊNCIA - Heitor Rodrigues Freire


Heitor Rodrigues Freire é Corretor de imóveis e advogado, past GM da GLMS e atual Presidente da Santa Casa de Campo Grande.

O fraco nunca pode perdoar.  Perdão é um atributo dos fortes (Gandhi).

Ao longo dos milênios, as mais diferentes filosofias e religiões foram moldando o comportamento dos homens; cada uma procurou inculcar em seus adeptos um ensinamento que lhes permitisse encontrar um caminho que os orientasse na vida.

Das mais antigas, podemos citar o Baghavad Gitâ, o Código de Hamurabi, Os Dez Mandamentos, os ensinamentos de Buda, Lao Tsé, Pitágoras, Sócrates, Platão e Aristóteles, culminando com Jesus Cristo.

Deixando de lado os mais radicais ensinamentos como a lei do talião (olho por olho, dente por dente), observamos que a partir do século V antes de Cristo houve uma mudança substancial, quando passaram a predominar a prática do amor, da benevolência e do autoconhecimento.

A benevolência significa bondade, generosidade, magnanimidade, genialidade.

Pois foi exatamente a benevolência que o grande líder sul-africano Nelson Mandela, durante o longo período de 27 anos em que viveu preso, adotou como procedimento essencial que iria se constituir na sua filosofia de vida, pois entendeu que, embora livre da prisão carcerária, sem a benevolência continuaria na prisão mental.

Mandela dizia: "O mais difícil não é mudar a sociedade, mas mudar a si mesmo".

Foi a partir da experiência de Mandela, da prática da benevolência e do perdão que adotou para transcender sua condição durante o período em que esteve preso, que o escritor Aziz Djendli elaborou um método aplicável à vida cotidiana, cujos benefícios vão muito além da realização pessoal. O comportamento baseado na observação de si mesmo e na sinceridade, num compromisso legítimo de não colaboração com a negatividade e de não violência, permite que a transformação verdadeira possa, de fato, acontecer.

Aziz Djendli é psicoterapeuta e trabalha em centros de saúde na França. É autor de livros sobre estresse e tensão emocional. Com mais de trinta anos de experiência, tem feito diversas conferências ao redor do mundo. Seu trabalho é bastante pragmático, oferecendo instrumentos simples e eficazes que podem melhorar a qualidade da vida cotidiana.

O que distingue o ser humano dos demais é justamente sua capacidade de raciocinar, de entender, de tomar consciência do seu ser, o que lhe possibilitará, naturalmente, atingir o significado da sua liberdade de ser.

O homem é o artífice de seu destino, a mais elevada criação de Deus, que lhe concedeu o livre arbítrio. Por isso, não há um destino traçado, tudo depende de nós mesmos, de nossas escolhas e atitudes.

A melhor forma do homem expressar sua superioridade em relação aos outros seres criados é fazer pleno uso de sua consciência – a guardiã do seu ser –, o que leva, naturalmente a um compromisso ético. 

O homem, com sua capacidade consciente, não deve se contentar com as coisas medíocres, mas aspirar às mais altas. A capacidade de realização, que somente ao homem é permitida, orientada pela consciência, deve acontecer sempre com vista a alcançar os mais altos valores espirituais. Assim, a capacidade de raciocinar, que leva o homem a ter consciência de sua liberdade consubstanciada no amor ao próximo, tem de estar voltada para o bem.

O homem, como ser privilegiado que é, está livre para criar seu caminho, sendo o autor do seu próprio destino.

 A consciência dessa condição especial foi o que proporcionou a Nelson Mandela sua libertação, sempre baseada na benevolência.  Com isso, ele acabou por inscrever seu nome num dos mais altos pedestais da humanidade.


agosto 09, 2022

O DESAFIO DE CONSTRUIR A PRÓXIMA GERAÇÃO DE MAÇONS - Todd E. Creason



    Escrevi muito sobre Maçons famosos ao longo dos anos. Passaram pela nossa Fraternidade um número tremendo de indivíduos verdadeiramente notáveis ao longo da sua longa história. Estudei muitos dos homens mais notáveis da nossa Fraternidade. A Maçonaria não pode receber todo o crédito pelos atributos de muitos desses homens notáveis. Muitos deles eram notáveis muito antes de baterem à porta de uma Loja Maçônica, mas a Loja Maçónica certamente focalizou muitos destes homens e deu-lhes as competências que faltavam para alcançar os objetivos que estabeleceram para si próprios. Muitos homens famosos e não tão famosos adquiriram valiosas competências em liderança, desenvolvimento de caráter, moral e ética. A Maçonaria serviu de trampolim para muitos encontrarem o seu propósito e o seu verdadeiro chamado na vida. Isto foi certamente verdade para mim.

    A Maçonaria tem sido uma fonte de aprendizagem para mim. Ao longo da minha vida adulta, a Bíblia foi sempre o meu “livro de cabeceira”, mas a Maçonaria funcionou e funciona como o meu “laboratório de aprendizagem”. Aprendi a organizar uma reunião. Aprendi como aplicar recursos mínimos para obter o máximo impacto. Aprendi a relacionar-me e a fazer networking. Ganhei competências de liderança e de discurso. O mais importante é que consegui polir alguns aspectos do meu caráter e personalidade, através dos ensinamentos da Maçonaria e da minha associação com homens que possuíam as competências que me faltavam. Eu não sou a mesma pessoa que era, e também não acho que já aprendi tudo. A Maçonaria levou-me por um caminho que eu nunca pensei que faria, e mudou-me de uma forma que nunca pensei ser possível. No último ano ou dois, esse caminho levou-me a outra bifurcação na estrada – outra das aventuras da vida que estou prestes a embarcar e que nunca teria encontrado se não fosse pelos benefícios que obtive com a minha Fraternidade. A Maçonaria ensinou-me o que é possível. O que é possível como indivíduos. O que é possível como um pequeno grupo. O que é possível como comunidade.

    E eu sinto que estou apenas a começar. Como os maçons aprendem, somos um projeto que nunca termina – uma pedra que nunca está verdadeiramente aperfeiçoada na Terra, mas que, no entanto, continuamos a trabalhar até ao dia final. Entendi! Aprendi bem, aproveitei bem as lições oferecidas e apliquei-as à minha vida. É disto que se trata.

    Sei que muitos dos meus irmãos tiveram esta mesma experiência porque conversamos bastante sobre isto. E todos nós parecemos ter a mesma preocupação com o futuro. Que os homens que estamos a criar hoje na nossa Loja não estão a receber a mesma qualidade de orientação que nós tivemos quando entrámos. Afastamo-nos de ensinar Maçonaria e de aplicar a Maçonaria. Não estamos a conseguir transformar os nossos novos membros nos líderes de amanhã. E na última década, aqueles homens que criámos e que falhámos ao ensinar, subiram na hierarquia sem o benefício de realmente entenderem o que é realmente a Fraternidade. Eu estava a conversar com um Maçom há alguns meses e ele fez uma observação interessante. Ele disse que a Maçonaria é construída sobre um conjunto de princípios morais e éticos, assim como uma igreja é construída sobre a Bíblia. Então perguntou o que aconteceria se se tirasse a Bíblia da igreja. E tivemos uma longa e esclarecedora conversa sobre quais seriam os resultados disso. Bem, reunir-nos-íamos todas as semanas para uma sessão.

     Provavelmente executaríamos o ritual da mesma forma de sempre, embora tivéssemos esquecido por que o fazíamos assim. Se estivermos com pressa, podemos até saltar partes do ritual. Poderíamos cantar um pouco ou ouvir as últimas. Talvez conversar sobre pessoas doentes ou necessitadas e organizar uma coleta. Almoçaríamos depois. Os membros começariam a diminuir porque perceberiam que não tiravam muito proveito do culto a não ser ouvir anúncios e colocar a esmola no prato todas as semanas. Alguns dos membros mais velhos encontrariam outros lugares para ir, porque se lembravam do que era a igreja. O próximo passo sabe seria o dinheiro passar a ser um problema e os bancos da igreja ficarem cada semana mais vazios. A direção da igreja ficaria certamente muito preocupada. Alguns poderiam até sugerir que voltássemos a ensinar a Bíblia, pois foi assim que a igreja foi construída originalmente, mas a maioria diria que os novos membros que aderiram desde que deixaram de ensinar a Bíblia não têm interesse em aprender aquelas escrituras antigas – eles aderiram pela camaradagem e pela angariação de fundos. 

    Então, o que fariam para atrair novos membros? Talvez planeassem um passeio de golfe ou uma noite de cinema. E dinheiro? Temos aquele bom salão e a cozinha. Talvez devêssemos criar um café da manhã com panquecas. . . ou um peixe frito.  Soa familiar? Isto é apenas um exemplo – a Maçonaria não é uma igreja, mas seria a mesma história com qualquer organização construída com um objetivo central. E se a Liga Contra o Cancro deixasse de financiar a pesquisa do cancro. Ou a Protetora dos Animais se desinteressasse da gestão de abrigos de animais. A Maçonaria é uma organização construída com um propósito. . . uma missão. Mas em muitos locais, afastamo-nos desse objetivo, que é construir homens fortes. Homens de caráter. Homens com fortes valores morais e éticos. Quando se tira o objetivo principal de uma organização, tudo o que resta é uma sala de reuniões vazia, cheia de cadeiras vazias.  Devemos voltar ao que realmente somos.

Tradução de Antonio Jorge 🌿🌿🌿

agosto 08, 2022

USO DO CHAPÉU - Ir. Pedro Juk



Pergunta: Por que usamos chapéu nas Sessões de Câmara do Meio? 

Resposta: Esse costume possui base existencial característica em alguns Ritos maçônicos, como é o caso da prática no Rito Escocês Antigo e Aceito. 

Embora a Maçonaria não possua origem hebraica como querem alguns autores menos avisados, desde o século XVIII, após a criação e adoção pela Moderna Maçonaria da Lenda de Hiran Abif como o lendário construtor do Templo de Jerusalém, muitas práticas místicas relacionadas aos hebreus e judeus passariam a se fazer presentes em muitos trabalhos maçônicos conforme o rito praticado, tanto na liturgia e ritualística assim como na decoração dos Templos. 

Uma das razões facilmente explicáveis é que a Maçonaria, embora sem ser ela considerada uma religião e com a sua autêntica idade de aproximadamente oitocentos anos de história, nascera à sombra da Igreja Católica (cristã), cujo Cristianismo indiscutivelmente possui suas raízes influenciadas pela cultura hebraica. 

Nesse sentido, a ortodoxia judaica sustentada pelo Sepher Há Zoar (Livro do Esplendor) que trata em linhas gerais, segundo a sua cultura, das relações humanas com “Deus” traduz por esse costume de que o Homem deverá manter sempre a sua cabeça coberta, desde o oitavo dia de vida - marcado pela circuncisão (brit-milá) que simboliza a aliança abraâmica com “Deus”. Na prática, entretanto, essa cobertura da cabeça é realizada pelo uso obrigatório do kipá, que é na verdade o solidéu – do latim soli Deo = só a “Deus” – quando da realização das cerimônias litúrgicas judaicas, embora muitos ortodoxos mantenham constantemente a cabeça coberta também por um chapéu preto. 

Em Maçonaria e particularmente no REAA.´., onde geralmente a cobertura da cabeça é feita com um chapéu negro e desabado, tradicionalmente deveria ser obrigatória para todos os Mestres nas Sessões do Terceiro Grau e apenas para o Venerável nas sessões do Primeiro e Segundo Graus. 

Lamentavelmente em muitos rituais esse tradicional costume não está mais previsto. Também existem Ritos em que esse procedimento de cobertura é obrigatório para todos os Irmãos em todos os Graus simbólicos e em qualquer Sessão.

Ainda na questão da influência hebraica e o uso do chapéu nas práticas litúrgicas de muitos ritos maçônicos, explica-se o fato, sob o ponto de vista teísta, que essa cobertura, tal como no judaísmo, recomenda também que acima da cabeça do Homem, de modo transcendental, onisciente, onividente e onipresente está a presença de “Deus”, ou o Grande Arquiteto do Universo para a Maçonaria. 

Em tese adverte a insignificância humana perante o “Criador”, evidenciando a incapacidade de compreender a divindade, já que sendo a cabeça a morada da mente e do conhecimento, a sua cobertura denota nessa interpretação. Em última análise é o símbolo da submissão do Homem a “Deus”.

Sob o ponto de vista histórico e figurado na Moderna Maçonaria, a cobertura da cabeça remonta das cortes europeias, sobretudo na França do século XVIII, quando o rei na presença dos seus súditos (inferiores hierárquicos) cobria a cabeça em alusão a sua superioridade (figuradamente é o Venerável nas sessões de Primeiro e Segundo Graus). 

Já o rei reunido com seus pares todos, em menção a igualdade, mantinham a cabeça coberta (é o que ocorre em uma Sessão do Terceiro Grau – todos são Mestres).

Concluindo, ficam então aqui consignadas essas considerações que ponderam justificativas para os procedimentos alusivos ao tema (uso do chapéu), entretanto fica o alerta de que o mencionado apenas se propõe a trazer luzes para relevar costumes hauridos da tradição maçônica sem, contudo se arvorar em desrespeito dirigido a qualquer ritual legalmente aprovado e em vigência. 

Como fora aqui anteriormente mencionado, muitos desses costumes relacionados ao uso do chapéu, lamentavelmente não mais estão previstos nos rituais, ou quando não em outros, usa-se o termo “a critério do Venerável”. Como a imensa maioria nem sequer entende a razão da prática, o que se diria então se a mesma ficasse “a critério do”.

agosto 07, 2022

DOS MAÇONS E SEUS DEVERES



O Maçom, desde a sua iniciação, está obrigado a imprimir à sua existência um ritmo inflexível que o leve a cultuar a virtude. Na sua ascensão contínua em busca da Verdade e do aperfeiçoamento de suas qualidades morais, tem ele quatro espécies de deveres a cumprir: Os da Moral Individual, os da Moral Doméstica; os de caráter Cívico e os de Ordem Social.

DEVERES DE MORAL INDIVIDUAL

Os maçons devem ter sempre presentes em seu espírito o Ritual de Iniciação e seus preciosos ensinamentos. Entre estes, lutar infatigavelmente para conhecer a si próprio. É fácil inteirarmo-nos de nossas virtudes e até mesmo atribuirmo-nos, de boa fé, qualidades que não possuímos. Em compensação é muito difícil admitirmos nossas deficiências e nossos defeitos. A consciência de cada Irmão deve ser um Tribunal em que, através da meditação e do exame sereno e imparcial de nossos gestos e atitudes, formulemos um julgamento que nos oriente com segurança em nossa vida futura. A nossa divisa deverá ser: “OURO SOBRE AÇO”. Os bons livros, de bons autores, poderão constituir uma excelente ajuda nesta tarefa. Enfim, o Maçom, em face dos juramentos proferidos, está obrigado, para consigo mesmo a: Ser leal e verdadeiro. Combater as injustiças. Ter uma vida sã. Ser livre não ter apego a posições. Viver com simplicidade. Dar sempre o bom e sadio exemplo.

DEVERES DE MORAL DOMÉSTICA

A família é a base da sociedade e o Maçom, mais que qualquer outro, está obrigado a defendê-la e a prestigiá-la. É no lar que se forjam as virtudes morais de um povo. O Maçom tem três deveres fundamentais para com o seu lar: a) Subordinar seus interesses pessoais aos de sua família; b) conceder à família ampla liberdade religiosa; e, c) Guardar fidelidade conjugal.

DEVERES DE ORDEM SOCIAL

O Maçom tem de ser, necessariamente, um padrão de dignidade no meio em que vive. Deve ser um exemplo de boa moral e nunca perder a oportunidade de despertar, nos que o cercam, aspirações para uma vida superior. Cumprir com zelo os deveres de sua religião, respeitando, porém, as demais crenças, que todas elas pregam o Bem e exaltam a Virtude. Deve dar seu decidido amparo a todas as obras úteis à coletividade, pois é essa uma das melhores maneiras de amar ao próximo. Formular juízos próprios, mas respeitar as opiniões alheias. Praticar a caridade; fazer o bem, protegendo, especialmente, os seus Irmãos.

Este nosso trabalho é uma síntese de uma palestra feita em Loja e muito estimaríamos se visse ele de tema nas próximas reuniões da Oficinas da obediência.

Se todos os prezados Irmãos se esforçarem no cumprimento de seus deveres a Ordem será, em breve, a maior força espiritual e moral a serviço da Pátria e da Humanidade.

DEVERES DE CARÁTER CÍVICO

A Maçonaria, como escola de aperfeiçoamento moral, como Religião da Virtude, impõe aos seus adeptos deveres especiais para com a Pátria onde vive. O Maçom deve obediência à Lei, sem a qual não pode haver ordem nem progresso. Estar obrigado a cumprir o melhor possível, os seus deveres profissionais e cívicos. Deve subordinar os interesses de sua família aos da sua Pátria. Não se submeter, sem protesto, aos atos arbitrários ou ordens injustas das autoridades, por mais influentes que elas sejam. Ouvir sempre, sem irritação, as ponderações de seus subordinados, e, sem diminuição, ter a coragem de revogar uma ordem, ante a evidência de que ela é falha, prejudicial, injusta ou ilegal. Nunca criticar nem reclamar à surdina contra uma ordem de que não teve a coragem de discordar quando a recebeu.

Fonte: Brasil Maçom

agosto 06, 2022

A FIGURA DO BODE NO IMAGINÁRIO MAÇÔNICO - Newton Agrella



Longe de qualquer Simbologia, ou princípio filosófico, o apelido de Bode dado aos maçons está intimamente relacionado a uma mera questão de "crendice popular".

Buscando teorizar e oferecer ares de intelectualidade ou até de caráter esotérico a esta questão, alguns autores maçons tentaram instituir um âmbito lendário ao culto a esse animal, sem no entanto comprovarem qualquer indício que pudesse embasar e justificar referida crendice.

A Lenda dá conta sobre um costume dos judeus que habitavam a região da Palestina nos primeiros séculos da cristandade. 

Os pastores nas encostas, como forma de aliviar o que traziam na consciência, valiam-se dos bodes, animais encontrados em profusão, para aos seus ouvidos confessarem seus pecados.

Obviamente, que o bode, não poderia retransmitir ou repassar os pecados, o que deixava os homens seguros de que os mesmos jamais seriam revelados.

Há uma literatura relativamente ampla sobre esse episódio.

Somado a isto, e sem qualquer atestado ou registro comprobatório na História, diz-se também que o apóstolo Paulo, em contato com esse antigo costume, teria deste modo, implementado o instituto da confissão na Igreja. 

Transitando ainda mais pela História, já na Idade Média, e particularmente, durante o período da Inquisição, inúmeros maçons foram presos e torturados para que revelassem os segredos da Maçonaria, porém, os mesmos não o faziam, mantendo-se fiéis aos seus juramentos.

Em razão disto, a Igreja, utilizava-se de uma metáfora dizendo que "os maçons eram como os bodes, que nunca contam os segredos".

Apesar da beleza e das figuras de imagem e construção dessa história, que reafirma a lealdade maçônica aos juramentos prestados, a mesma não é dotada de qualquer embasamento.

Para dar um ar ainda mais místico sobre a reafirmação do apelido de Bode aos maçons, a Igreja Católica, que tanto perseguia a Maçonaria, fez ressurgir a figura do Baphomet dos arquivos do Vaticano, a qual serviria de ilustração da campanha difamatória contra a Maçonaria. 

Com isso, a imagem de um homem com cara de bode está diretamente ligada à Maçonaria na mente dos ignorantes.

A despeito disto, a Maçonaria, acabou por absorver estas crendices de maneira mais leve e com o espírito humorístico, passando a adotar o bode quase como um mascote.

Diante deste pequeno fragmento, a expectativa é a de que  figura do bode seja claramente desmistificada, até porque a Sublime Ordem, se apoia numa filosofia plena de conteúdo, consistência e significados, cujo propósito é o de estimular as virtudes, o bem,  a cultura e o conhecimento e a felicidade para toda a humanidade.