setembro 03, 2022

SETE COISAS QUE AFETAM SUA FREQUÊNCIA VIBRATÓRIA - Paulo Valle




SETE COISAS QUE AFETAM SUA FREQUÊNCIA

VIBRATÓRIA DO PONTO DE VISTA DA FÍSICA QUÂNTICA

Vibração na física quântica significa que tudo é energia. Somos seres que vibram em certas frequências. Cada vibração é equivalente a um sentimento e, no mundo "vibracional", há apenas duas espécies de vibrações, a positiva e a negativa. Qualquer sensação faz com que você emita uma vibração que pode ser positiva ou negativa.

1º - *O Pensamento*

Todo pensamento emite uma freqüência para o Universo e essa freqüência retorna à origem, então no caso, se você tem pensamento negativo, desânimo, tristeza, raiva, medo, tudo que volta para você. É por isso que é tão importante que você cuide da qualidade dos seus pensamentos e aprenda a cultivar pensamentos mais positivos.

2º - *As companhias*

As pessoas à tua volta influenciam diretamente a tua frequência vibracional. Se rodeiam de pessoas felizes, positivas, determinadas, também entrarão nessa vibração, agora se rodeiam de reclamantes, maldições e pessimistas, tenham cuidado! Pois eles podem estar diminuindo sua frequência e, consequentemente, impedindo que você faça a Lei da atração funcionar a seu favor.

3º - *A Música*

A música é muito poderosa. Se você só ouvir música que fala de morte, traição, tristeza, abandono, tudo isso vai interferir no que você vibra. Preste atenção às letras da música que ouve, pois pode estar a diminuir a sua frequência vibratória. E lembre-se: Você atrai para a sua vida exatamente aquilo em que você vibra.

4ª - "As coisas que vês"

Quando você vê programas que abordam desgraça, morte, traição, etc., seu cérebro aceita isso como uma realidade e libera toda uma química em seu corpo, fazendo com que sua frequência vibracional seja afetada. Vê coisas que te fazem bem e te ajudam a vibrar numa frequência mais alta.

5º - *O Ambiente*

Seja em casa ou no trabalho, se você passar muito do seu tempo em um ambiente desorganizado e sujo, isso também afetará a sua frequência vibratória. Melhore o que está ao seu redor, organize e limpe seu ambiente. Mostra ao Universo que estás apto a receber muito mais. Cuida do que já tens!

6º - "A Palavra"

Se você costuma reclamar ou falar mal de coisas e pessoas, isso afeta sua frequência vibracional. Para manter sua frequência alta é essencial que você elimine o hábito de reclamar e falar mal dos outros. Então evite fazer dramas e vitimizar-se a si próprio. Assuma a responsabilidade pelas suas escolhas de vida!

7ª - *A Gratidão*

A gratidão afeta positivamente a tua frequência vibracional. Esse é um hábito que devias incorporar na tua vida neste momento. Comece a agradecer por tudo, pelas coisas boas e o que você não considera bom, obrigado por todas as experiências que você viveu. A gratidão abre as portas para que as coisas boas fluam positivamente na sua vida.


setembro 02, 2022

TRABALHANDO EM EQUIPE - Adaptação: Adler Friozi


Um conceito cada vez mais valorizado no ambiente maçônico é o trabalho em equipe. 

Ter agilidade para desenvolver trabalhos em conjunto tem sido uma das qualidades mais exigidas nos processos de administração de uma loja.

Trabalhar em equipe significa criar um esforço coletivo para resolver um problema. 

São pessoas que se dedicam a realizar uma tarefa, visando concluir determinado trabalho, cada um desempenhando uma função específica, mas todos unidos por um só objetivo: O crescimento da ordem.

A atividade em equipe deve ser entendida como resultado de um esforço conjunto e portanto as vitórias e fracassos são responsabilidades de todos os membros envolvidos. 

Muitos irmãos, que atuam em diversas organizações, estão trabalhando em grupo e não em equipe, como se estivessem em uma linha de produção, onde o trabalho é individual e cada um se preocupa em realizar apenas sua tarefa e pronto.

No trabalho em equipe, cada irmão sabe o que os outros estão fazendo e reconhecem sua importância para o sucesso da tarefa.

Os objetivos são comuns e as metas coletivas são desenvolvidas para ir além daquilo que foi pré-determinado. 

O trabalho em equipe possibilita trocar conhecimentos e agilidade no cumprimento de metas e objetivos compartilhados. 

Na sociedade em que vivemos, o trabalho em equipe é muito importante, pois cada uma precisa da ajuda do outro.

Pense numa vela acesa, ela é bonita, envolvente, ilumina tudo ao seu redor. 

Uma vela acesa simboliza esperança, harmonia, fé. 

Por si só é bonita, porque ela mesma tem a sua luz. 

Mas a vela por outro lado é muito frágil e qualquer vento ou sopro pode apagá-la.

Transferindo isso para o trabalho em equipe, podemos concluir que, por mais que tenhamos luz própria, que brilhemos e tenhamos talento, é preciso lembrar que sozinhos nós somos muito frágeis e é exatamente por isso que qualquer problema do dia a dia pode ofuscar o nosso brilho. 

Daí a importância de entendermos o poder da ajuda mútua. 

Sempre lembrando de que líderes e equipes superam crises quando se unem.

Saiba que quando pegamos os nossos sonhos e juntamos com os sonhos de outras pessoas, tudo se torna mais forte, iluminado e por mais escuro que o mundo pareça ser, quando o ser humano se junta consegue milagres extraordinários. 

O irmão trabalhando em equipe, colaborando uns com os outros, cooperando, consegue com certeza, afastar a escuridão e todos os problemas que possam afligir a loja e a ordem.

Na vida temos que enfrentar muitas adversidades, mas quando nos juntamos um ao outro a coragem aumenta, o nosso potencial se duplica e os nossos objetivos se tornam mais passíveis de realização.

Para se resolver qualquer problema na Loja é preciso trabalhar em Equipe, sob a Liderança do Venerável Mestre eleito e que "In Facto" representa a liderança democrática sobre sua loja. 


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setembro 01, 2022

DO SIGNIFICADO DA VIDA - Heitor Rodrigues Freire

Heitor Rodrigues Freire é Corretor de imóveis e advogado, past GM da GLMS e atual Presidente da Santa Casa de Campo Grande.

“A maioria das pessoas prefere morrer a pensar e é exatamente isso que elas fazem” - Bertrand Russel.

O significado da vida é um questionamento que cada um se faz, naturalmente, de quando em quando. É um ponto que deve merecer atenção especial de quem entende a necessidade de saber por que e para que estamos aqui.

Essa resposta deve vir diretamente do coração, pois tem uma característica muito íntima que não pode sofrer influência de quem quer que seja, por sermos entidades únicas e incomparáveis.

As diferentes religiões que orbitam em nosso planeta buscam responder a esse questionamento, mas o fazem de forma coletiva, e cada uma dá a interpretação que lhes permita manter seu rebanho apaziguado e circunscrito ao seu meio. Dessa forma, as religiões foram, cada uma a seu tempo, suscitadas no sentido de contribuir para a evolução da humanidade. O problema é que como a religião é uma invenção humana, ela está sujeita a toda sorte de imperfeições, assim como qualquer outra atividade empreendida pelo homem. Às vezes, ela mais ajuda do que atrapalha e vice-versa, alternadamente de acordo com seu contexto.

À medida que vivemos, cada vez mais se evidencia a singularidade que nos caracteriza como seres únicos. Nem todos se dão conta da própria originalidade, imersos que estamos na frivolidade e correria dos dias.

Para sair desse estado de torpor, a manifestação da autoconsciência é fundamental. É a consciência que nos proporciona o meio e as condições necessárias para a libertação. Não adianta seguir os ensinamentos de um guru ou de algum sábio de fora. O verdadeiro despertar acontece de dentro para fora, e nunca o contrário.

Viktor Frankl, um neuropsiquiatra austríaco e de origem judaica, sofreu na pele todo o horror imposto por Hitler aos judeus. Ele foi preso com seus pais e sua mulher, que acabaram morrendo na mão dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Apesar de ter passado por quatro campos de concentração como prisioneiro (sem ter cometido um único crime, é bom frisar), ele sobreviveu.

Anos depois, Frankl contou sua saga no livro “Em busca de sentido”. Traduzido em quase todos os idiomas, é considerado uma obra prima. Ele não fez um relato das crueldades que sofreu e testemunhou, pois seu objetivo era enviar uma mensagem ao mundo: “Eu só queria transmitir ao leitor, através de um exemplo concreto, que a vida tem um significado potencial em todas as condições, mesmo nas mais miseráveis”.

Assim como Nelson Mandela, Viktor Frankl transformou seu sofrimento em hino de amor e o difundiu como mensagem verdadeira, porque soube sublimar o próprio martírio, superando as dificuldades que viveu, sabendo tirar proveito e ensinamento das suas vicissitudes.

Frankl morreu em 1997, aos 92 anos, pouco depois de fazer seu primeiro voo como piloto amador. Deixou um legado que vai perpetuar seu nome para sempre, pois conseguiu sobreviver ao holocausto aplicando em si mesmo sua tese, e provou que o ser humano é potencialmente capaz de superar suas dificuldades.

Viktor Frankl deixou uma frase que resume sua linha de pensamento: 

“Nós podemos descobrir o significado da vida de três diferentes maneiras: fazendo alguma coisa, experimentando um valor ou o amor, e sofrendo.” É um exemplo edificante que nos mostra o entendimento que cada um deve buscar com a própria experiência, vivendo, sofrendo, aprendendo e sobretudo, amando.

Se pararmos de ver problemas e começarmos a ver oportunidades, poderemos aproveitar para realizar nosso crescimento espiritual. É o momento de dedicar um tempo para a meditação e a oração, voltando-nos para nosso interior, convivendo de forma verdadeira com nossa consciência – a guardiã do nosso ser –, que é a fonte de todo aprendizado e evolução, da força e do amor. É tempo de descobrir a beleza da vida e do momento presente, com a esperança a iluminar nosso caminho.

A mudança verdadeira e transformadora é aquela que cada um pode realizar nos seus próprios atos e deve ser feita de forma consciente. Por menor que seja. 

Assim, agora é o momento exato de pararmos tudo. Ouvir o nosso coração. Refletir. Meditar. Buscar o verdadeiro sentido do que está acontecendo, para que cada um possa avaliar o seu próprio comportamento. Cada um tem dentro de si todas as ferramentas necessárias para fazer essa avaliação e mudar. 

É hora e tempo de acordar, de agir com lucidez, firmeza e disciplina; de eleger a sinceridade como expressão dos nossos pensamentos e dos nossos atos. Com todas as consequências daí advindas.

E não devemos dar importância às opiniões dos outros a nosso respeito. Ao não responder, não discutir, passamos a praticar um dos ensinamentos do Tao Te King: agir pelo não agir.

E assim, sabendo que as opiniões dos outros são apenas opiniões, sem oferecer-lhes resistência, o silêncio interno proporciona a serenidade e ensina a arte de não falar. A praticar o nobre silêncio. Que fortalece internamente. Há uma linda frase do poeta mineiro Chico Alvim, que diz assim: “Quer ver? Escuta.” Ela resume bem esta ideia.

A vida moderna, que não pede licença para ser invasiva, acabou dificultando, sem que se perceba, a privacidade de cada um. 

E, com isso, renunciamos voluntariamente a esse privilégio maravilhoso, que é o direito à privacidade. Todos querem ser celebridade, ainda que num círculo restrito. A fama virou sinônimo de virtude. Todos querem exibir suas conquistas, sua família, seus momentos de sucesso.

Na contramão disso, a privacidade nos permite, com o trabalho silencioso e consciente, a manifestação da humildade. A humildade está presente agora e não no futuro. A humildade emerge naturalmente da consciência do ser, quando se aprende que ninguém é melhor que o outro. E ela nos conduz à busca da verdade e nos mostra a importância de nos conhecermos na essência. Esse processo de autoconhecimento nos liberta de todas as amarras que condicionavam nosso comportamento. Sem essa conquista, tudo é ilusão.

E para isso acontecer, estar presente é fundamental.



agosto 31, 2022

A ANTIGUIDADE DOS SÍMBOLOS - Ir. João Nery Guimarães


A primeira constatação que empolga aquele que se aprofunda na interpretação da liturgia maçônica é a da antiguidade dos seus Símbolos, de suas alegorias.

Remontam as origens dos Símbolos Maçônicos à aurora do homem sobre a Terra. Daí terem alguns observadores apressados concluído que a Franco-Maçonaria é tão antiga quanto o mundo. Trata-se, evidentemente, de um exagero, pois a Franco-Maçonaria, com as suas características atuais, data do século XVIII, ou melhor, do ano de 1717, ponto de partida da Franco-Maçonaria moderna. Foi nesta data que se firmou a preponderância da Franco-Maçonaria especulativa sobre a operativa.

Mas, anteriormente à memorável reunião das quatro Lojas franco-maçônicas de Londres, existiam várias Lojas por toda Inglaterra, Alemanha, França e Itália, formada por pedreiros de profissão, reunidos em confrarias, com regulamentos próprios, Sinais de reconhecimento, Símbolos litúrgicos, e se tratando por Irmãos. 

Guardavam ciosamente a sua arte de construir do conhecimento do vulgo ou profanos. A par desses conhecimentos, essas confrarias (Guilds, Brotherhoods, Bruderschaften, Confrèries), constituídas por verdadeiros artistas (foram os construtores das grandes catedrais européias e os criadores da arte gótica), reuniam e conservavam a tradição esotérica da antiguidade pagã, às vezes confundidas com as tradições mais novas do cristianismo. 

Compreende-se, assim, o respeito que os príncipes tiveram por essas corporações de artesãos, às quais dotaram de regalias e privilégios.

Desse imenso legado das tradições antigas, de que os pedreiros (maçons, masons, maurerei) foram os depositários conscientes ou inconscientes, faziam parte também as tradições ocultas, herméticas, dos mistérios antigos, perpetuados em símbolos e práticas esotéricas.

Estabeleceu-se, assim, um liame entre a Franco-Maçonaria do século XVIII e a mais remota Antiguidade, que levou os escritores a que nos referimos, a declarar a Franco-Maçonaria coeva da vinda do homem sobre a face da terra. A verdade, contudo, como já dissemos, é um pouco diferente: os legítimos Símbolos Maçônicos é que se perdem na noite dos tempos, mas a Franco-Maçonaria, como a conhecemos, data de pouco mais de dois séculos, ou por outra, a Instituição é nova e a sua essência antiga.

Tão antigos são os Símbolos adotados e conservados zelosamente pela Franco-Maçonaria, que sem receio de errar podemos afirmar que nenhum deles é de data posterior ao ano um da era cristã. Tal afirmativa se reveste de tanta importância que o poder  mantê-la compensa todas as pesquisas, todas as vigílias gastas em escavar o dourado veio das tradições antigas.

Existem Símbolos na Franco-Maçonaria, usados desde a fase operativa, cujo significado foi inteiramente estranho aos homens da época, não iniciados nos Mistérios Maçônicos, quando não foram completamente desconhecidos. 

Pois bem, quando teve o mundo notícia dos descobrimentos arqueológicos verificados no século XIX, constataram os Franco-Maçons que muitos de seus Símbolos figuravam nos objetos encontrados, pertencentes a civilizações já desaparecidas, com as quais os homens haviam perdido todo contato, anteriores ao advento do cristianismo.

É forçoso admitir que os Franco-Maçons não inventaram, por coincidência, tais Símbolos, pois muitos deles tinham o mesmo significado maçônico de hoje. Alguns, por exemplo, são tão evidentes, que não permitem margem a dúvidas. Existiu, portanto, um misterioso fio que preservou a tradição antiga, fio esses que não trepidamos em declarar, o segredo dos Iniciados. 

A Sabedoria Antiga, velada em alegorias e guardada pelo compromisso, entre determinado grupo de homens, congregados em torno de um ideal iniciático, pôde, assim, chegar até nós. Só dessa forma compreende-se o mistério que a muitos pareceu indecifrável.

Ensinam a História, a Sociologia e a Literatura que as obras Homéricas foram guardadas pela tradição oral durante séculos, antes de receberem a forma escrita. O mesmo processo sofreram quase todas as lendas dos primórdios da civilização. Se assim aconteceu em relação a obras literárias e narrativas históricas, porque não sucederia o mesmo com uma tradição iniciática, perpetuada através de Símbolos?

Sobre o poder conservador dos Símbolos, já disse o nosso Irm.: MICHA que "se a verdade sobre a natureza essencial do ser e da vida universal é tão alta e tão sublime que nenhuma ciência vulgar ou profana não pode chegar a descobrir, o simbolismo é por sua vez como uma espécie de revestimento, de meio de conservação ideal dessa verdade e uma linguagem ideográfica que a iniciação entrega à nossa meditação, e que só os Iniciados podem traduzir sem deformar-lhe o sentido."  (A. Micha — "Le Temple de la Veritè ou La Franc-Maçonnerie dans sa Véritable Doctrine", Anvers, 2ª édition, pág. 63).

A longevidade das práticas maçônicas repousa tranquilamente na imutabilidade de seus Símbolos, muito mais fáceis de se guardarem puros do que longas narrativas.       

E o que é a liturgia senão o conjunto desses Símbolos realizados sob determinada forma em determinadas circunstâncias?

Texto extraído do livro A MAÇONARIA E A LITURGIA — UMA POLIANTÉIA MAÇÔNICA, de João Nery Guimarães.

agosto 30, 2022

ESCREVER - (reminder) - Newton Agrella


A propriedade intelectual e o direito autoral são disposições jurídicas que desde priscas eras são solenemente ignoradas aqui no Brasil.

Especialmente no que diz respeito às peças literárias, o que mais se vê no dia a dia é o famoso "chupa e cola" ; expressão consagrada desde a época em que eu dava aulas em cursinhos preparatórios para vestibular.

O tal do "chupa e cola" ou a desaforada "não-citação de obras e autores" de que se valem muitos dos que se atrevem a mergulhar no terreno da escrita são extremamente prejudiciais à saúde cultural.

É plausível e até compreensível que lancemos mão de referências bibliográficas ou qualquer fonte de pesquisa quando desejamos abstrair alguma informação para complementar a elaboração de um texto, porém esse expediente merece crédito.

No próprio universo maçônico é algo rotineiro e quase natural Irmãos procederem uma cópia fiel de inúmeros textos, sem nem ao menos se preocuparem em dar um mínimo de caráter pessoal ao mesmo.

Esse expediente, além de indevido, não contribui em nada para o próprio desenvolvimento intelectual do "pseudoautor".


Pelo fato do Maçom ser por si só um Livre Pensador, espera-se dele um mínimo de esforço, reflexão e arbítrio para construir e fomentar sua obra na esfera de sua legítima capacidade intelectual.

Escrever é antes de mais nada um ato político.

Trata-se de esculpir através da palavra tudo aquilo que flui da Alma e da Razão.

O Pensamento é o agente transmissor desse exercício. E o pensamento guarda em si um caráter único e individual.

Constrói-se um texto a partir de um enunciado, de um tema, de um conteúdo e sobretudo, a partir da natureza artística e arquitetônica do texto, em que preposições, pronomes, advérbios, substantivos e adjetivos se encontrem da maneira mais fluida e clara de modo a ensejar uma argumentação semântica e propositiva do que o autor pretende expressar...

Todo texto deve possuir um mérito discursivo e um princípio argumentativo, inobstante sua natureza, histórica, lendária ou filosófica.  Mormente quando nos referimos aos textos de âmbito maçônico.

Compartilho essa ideia com os Irmãos de forma que possamos obedecer a esse postulado ético e que nos valhamos do "discernimento" toda vez que nos propusermos a dar vida às palavras através da escrita.



agosto 29, 2022

O HOSPITALEIRO - Almir Sant’Anna Cruz

Joia: Bolsa

A Bolsa representa simbolicamente o farnel do peregrino, do viajante, do pedinte, sendo esta a joia do Hospitaleiro que recolhe os óbolos dos Obreiros para as ações de caridade, solidariedade e beneficência da Loja.

Investidura e Posse: 

Com a seguinte locução do Venerável Mestre eleito: “Irmão Hospitaleiro, investindo-vos no cargo de Hospitaleiro, representado pela Bolsa de Beneficência, entrego à vossa guarda uma das mais sublimes atividades maçônicas, a Solidariedade. Humana; Deveis estar sempre atento para que as necessidades de nossos Irmãos sejam sanadas pela mão de nossa beneficência, a tempo e a hora. O resultado de vosso trabalho estará na razão direta da atividade que desenvolverdes no desempenho de vosso cargo. Quanto mais diligenciardes, maiores serão os benefícios que nossa Loja poderá prestar. Confio em vós e sei que sabereis mediar essa grande responsabilidade que lhe foi imposta.”

Alfaias: Avental de Mestre e Colar com a joia do cargo.

Instrumentos de trabalho: Sacola para o recolhimento ritualístico dos óbolos dos Obreiros presentes na sessão.

Recebe diversas nomenclaturas: Bolsa ou Tronco; de Beneficência, de Solidariedade ou da Viúva.

Muitos autores afirmam, sem o necessário espírito crítico, que a prática se originou durante a construção do Templo de Salomão e nas Corporações de Ofício de Pedreiros, tecnicamente conhecidas como Maçonaria Operativa.

Comprova-se em inúmeras Old Charges, que essas Corporações, além de outras atribuições, disciplinava o trabalho e mantinha sistemas de proteção aos obreiros e suas famílias nos casos em que o membro estivesse impossibilitado de trabalhar. Pode-se dizer que essas Corporações seriam comparáveis aos modernos sindicatos e cooperativas.

Todavia, sabemos todos que a transformação da Maçonaria Operativa em Especulativa se deu paulatinamente, até que os membros não ligados a arte da construção, os “aceitos”, se tornaram maioria. Com a fundação da Grande Loja de Londres em 24 de junho de 1717, firma-se definitivamente a Maçonaria Especulativa.

Pois bem, nos Ritos de origem anglo-saxão não existe a prática da coleta dos óbolos durante as sessões.

Essa prática foi criada na França, inspirada na Caixa de Esmolas das Igrejas Católicas e usada nos Ritos de origem francesa.

O termo Tronco vem da palavra francesa “Tronc”, que tanto pode significar o tronco de uma árvore ou do corpo humano, como para a caixa de esmolas.  

O primeiro registro histórico da introdução dessa prática na Maçonaria brasileira encontra-se na 14ª Ata do Livro de Ouro do Grande Oriente do Brasil, de 9 de setembro de 1822, Assembléia presidida pelo Irmão Joaquim Gonçalves Ledo, na falta do Grão Mestre José Bonifácio. Eis o texto do trecho da Ata, com a ortografia atualizada e com informações adicionais entre parênteses: “Fazendo-se por fim do sólio o costumado anúncio para as proposições a Bem da Ordem, concluiu o Irmão que tomara o Grande Malhete (Gonçalves Ledo), propondo a colocação de uma Caixa de Beneficência na Sala dos Passos Perdidos, onde em todas as sessões os Irmãos que a elas concorressem ficassem obrigados a lançar algumas moedas em sinal de sua caridade e que fazendo-se receita em separado do produto dessa caixa ele fosse aplicado ao socorro de viúvas necessitadas e educação de órfãos carecedores de meios de frequentar as escolas das primeiras letras. Esta proposição que bem dá a conhecer a sensibilidade e humanidade do proponente, foi geralmente aprovada com um entusiasmo cujos efeitos a Assembleia fará sem dúvida proveitosos aos objetos da mais bem empregada caridade”.

Correspondência na Abobada Celeste: Não há.

Atributos do cargo:

Dependendo da Potência Maçônica, o Hospitaleiro tem assento na Coluna do Sul próximo a mesa do Chanceler ou na Coluna do Norte próximo a do Tesoureiro e, por consequência, o Mestre de Cerimônias fica na posição inversa a do Hospitaleiro. No nosso entendimento, a localização mais lógica desses dois Oficiais seria o Mestre de Cerimônias ao Sul e o Hospitaleiro ao Norte, ficando próximo do Tesoureiro, com quem interage, até por dever do ofício, dentro e fora da Loja.

Durante as sessões faz circular ritualisticamente o Tronco de Beneficência, recolhendo os óbolos dos presentes e, ao final, dirige-se à mesa do Tesoureiro ajudando-o a conferir a coleta, cujo resultado fica entregue ao Tesoureiro, mas creditado ao Hospitaleiro, que é o gestor, juntamente com o Venerável Mestre, dos recursos gerados no Tronco, que devem ser utilizados unicamente para os seus fins, a beneficência, a solidariedade e à caridade.

As funções do Hospitaleiro são complexas e de diversas índoles, sendo responsável pelas atividades beneficentes da Loja, mas também incumbido de visitar os Irmãos enfermos e prover os que se encontram em dificuldades.

Nos aspectos beneficentes, deve priorizar os Irmãos da Loja, inclusive consultando o Tesoureiro sobre os que estão em atraso com suas contribuições pecuniárias e, antes de qualquer cobrança aos inadimplentes, deve contatá-los para verificar se estão com problemas financeiros e propor a ajuda que se fizer necessária.

A escolha do Mestre que deverá exercer a função de Hospitaleiro deve recair sobre um Irmão com forte espírito fraternal e caritativo e que disponha de tempo livre no mundo profano para estar sempre de “Pé e à Ordem” quando for necessário ajudar um Irmão ou uma obra beneficente da Loja.

Do livro *Manual dos Cargos em Loja do REAA do Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz

Interessados no livro contatar o autor, Irm.’. Almir, no WhatsApp (21) 99568-1350

agosto 28, 2022

EGO ESPIRITUAL X RELACIONAMENTOS



No filme "Eu não sou seu guru", Tony Robbins disse mais ou menos assim: 

_Você pode ter força espiritual, meditar todos os dias e ser o melhor nisso, mas se não sabe se relacionar, não evoluiu nada. 

Essa é a mais pura verdade! 

O que mais vemos por aí é uma galera grande se achando evoluído porque tem uma religião, porque faz caridade, porque faz Yoga, porque é vegetariano, porque medita... 

O que nos faz crescer e evoluir são as nossas relações.

São elas que nos mostram verdadeiramente quem somos. 

De nada adianta fazer tudo isso se ainda não sabemos nos relacionar e se não estivermos conscientes de que essa é a única forma de crescer. 

Porque meditar é fácil! Frequentar casas espirituais também!

Ser generoso dentro dos templos é mais fácil ainda! 

O difícil é trazer tudo isso pro dia a dia, nas relações.

Porque nelas experimentamos intimidade e na intimidade as nossas vulnerabilidades são expostas. 

É aí que mostramos mesmo quem somos. 

É aí que as nossas sombras aparecem.

E é aí, no dia a dia das relações, que podemos nos trabalhar para melhorar. 

Nesse momento da intimidade, as mentiras que contamos pra nós e para o mundo, não se sustentam.

Não tem meditação, Yoga, ou Espiritualidade que sustente as nossas mentiras. 

É claro que tudo isso nos conduz a um lugar melhor de nós mesmos.

É maravilhoso fazer tudo isso. 

Mas não basta! 

Todas essas coisas são parte do caminho, parte do caminhar.

Todas essas formas de nos acessarmos fazem parte da teoria, mas a prática mesmo são os relacionamentos. 

_Não basta meditar todo dia e se aborrecer constantemente com o(a) companheiro(a), ou com os filhos, ou com os pais. 

_Não basta se espiritualizar, fazer caridade e tratar mal o porteiro, o garçom, o caixa do supermercado. 

_E não basta achar que somos maravilhosos e seres elevados se não conseguimos saber, de verdade, quem somos. 

_Não adianta fazer de conta que está se aprofundando, quando na verdade o olhar só fica na superfície, colocando a responsabilidade de tudo nos outros. 

O nome que se dá a todas essas pegadinhas é "Ego Espiritual".

E o mundo tá cheio deles. 

Pessoas que até têm uma boa intenção de transformação, mas que na maioria das vezes não conseguem reconhecer seus erros, suas falhas e vão colocando as responsabilidades daquilo que não deu certo, no outro. 

Então, é preciso estarmos atentos ao nosso ego espiritual. 

É preciso estarmos atentos a quem somos e o que lá no fundo desejamos. 

É preciso reconhecer que se nos julgamos melhores e/ou mais evoluídos porque não comemos carne, porque produzimos menos lixo, porque andamos de bicicleta ou por qualquer outra coisa, tudo o que não somos é evoluídos. 

Porque seres evoluídos não se comparam e não competem. 

Eles são o que são, sabem disso e não precisam provar pra ninguém. 

E se você descobriu que seu ego espiritual está gritando aí dentro, que bom! 

Fiquei feliz por estar se tornando consciente dele. 

Porque é só através dessa consciência que podemos melhorar. 

Seja bem-vindo ao mundo dos que são de verdade!!!


(Autor desconhecido)

agosto 27, 2022

O QUE VEM DEPOIS - Sidnei Godinho



Esta semana um amigo (Zani) abordou com propriedade sobre nossas ações e sua finitude e a importância de bem compreender o limite do agir e do cessar. 

Não se impõe gostar de alguém ou se fazer de referência. 

Somos o que somos e se não aprendermos com os próprios erros a nos perdoar e seguir em frente, nada mais virá depois. 

... É preciso ter a sensibilidade para perceber quando uma etapa chega ao final...

Quando se persiste no que já é passado, perde-se a comunhão e o sentido das outras etapas que precisamos viver. 

Isso vale para uma relação, um emprego, uma administração, um comando, etc.. 

Quantos se levantam no dia seguinte como se ainda fosse aquele mesmo do dia anterior??? 

O ano acabou, as crianças cresceram, casaram-se, mudaram, você se aposentou, divorciou, saiu de casa, trocou de carro, mas ainda assim vive preso no que alega ser recordações, quando na verdade tudo que possui são lamentações. 

... O importante é dar o melhor de si enquanto a etapa durar... 

Porém, ao findar, é igualmente importante deixar no passado os momentos já vividos, sem mágoas, com o coração agradecido do dever cumprido. 

E iniciar um novo ciclo, carregando sempre um aprendizado de tudo que ja se viveu como parte do crescimento espiritual que todos levamos no dia. 

A sabedoria está em não se apegar ao que se faz e permitir que nossas ações falem por si.

Se boas foram, boas lembranças terão; do contrário o próprio tempo há de fazer esquecer e restará a solidão. 

O Respeito se impõe por diversas condições sociais e morais, mas a Admiração é conquistada pelas boas ações que se faz e pelo Bom Caráter que demonstra ter. 

Um filho sempre há de respeitar seu pai, assim como o Aprendiz ao seu Mestre. 

Mas Admirar seu Pai ou seu Mestre depende exclusivamente de como eles hão de se comportar nesta jornada. 

Faça com que não o percebam nos seus atos, que não lhe tenham temor, mas que não se esqueçam quem assim agiu e o tomem por referência a passar às gerações como aquele que deixou saudades. 

E quando então sua fase acabar, não se apegue como se nada mais houvesse. 

Aceite o tempo findo e permita que as críticas tragam aprendizado para ambos, afinal o sucesso somente se dá para quem ensina se houver quem aprender. 

Seja cônscio de que a credibilidade em sua pessoa se dá muito mais pela mudança que expressa no comportamento, fruto do aprendizado ao se ver no espelho, que por promessas vãs de benefícios na troca de uma superficial Lealdade. 

Aprenda então a ser um bom Pai e um bom Mestre a registrar nos pupilos que ninguém é perfeito e que o aprendizado é eterno, assim como os erros e o Perdão. 

Não tente ser quem não é, por que "O Que Vem Depois", Respeito imposto ou Admiração conquistada, depende apenas de você. 

Bom dia e boas reflexões meus irmãos. 


agosto 26, 2022

A CONSTITUIÇÃO DE ANDERSON





A Constituição de Anderson é considerada como o “farol” que guia toda a atividade da Maçonaria regular. Pese embora ter sido escrita há quase 300 anos, a sua influência mantém-se.

I – Respeitando a Deus e à Religião

Um Pedreiro é obrigado, pela sua condição, a obedecer à lei moral. E, se compreende corretamente a Arte, nunca será um ateu estúpido nem um libertino irreligioso. Mas, embora, nos tempos antigos, os pedreiros fossem obrigados, em cada país, a ser da religião desse país ou nação, qualquer que ela fosse, julga-se agora mais adequado obrigá-los apenas àquela religião na qual todos os homens concordam, deixando a cada um as suas convicções próprias: isto é, a serem homens bons e leais ou homens honrados e honestos, quaisquer que sejam as denominações ou crenças que os possam distinguir. Por consequência, a Maçonaria converte-se no Centro de União e no meio de conciliar uma amizade verdadeira entre pessoas que poderiam permanecer sempre distanciadas.

II – Do Magistrado Civil supremo e subordinado

Um Pedreiro é um súbdito tranquilo do poder civil, onde quer que resida ou trabalhe e nunca deve imiscuir-se em planos e conspirações contra a paz e o bem-estar da nação, nem se comportar indevidamente para com os magistrados inferiores. Porque, como a Maçonaria tem sido sempre prejudicada pela guerra, a efusão de sangue e a desordem, assim os antigos reis e príncipes dispuseram-se a encorajar os artífices por causa da sua tranquilidade e lealdade, por meio das quais respondiam, na prática, às cavilações dos adversários e concorriam para a honra da Fraternidade, sempre florescente em tempo de paz. Eis porque, se um irmão for rebelde para com o Estado, não deve ser apoiado na sua rebelião conquanto possa ser lamentado como um infeliz; e, se não for culpado de nenhum outro crime, embora a Fraternidade leal deva e tenha de rejeitar a sua rebelião e não dar sombra ou base de desconfiança política ao governo existente, não pode expulsá-lo da loja e a sua relação para com ela permanece indefectível.

III – Das Lojas

Uma Loja é o local onde se reúnem e trabalham pedreiros. Portanto, toda a assembleia ou sociedade de pedreiros, devidamente organizada, é chamada loja, devendo todo o irmão pertencer a uma e estar sujeito ao seu regulamento e aos regulamentos gerais. Uma loja é particular ou geral e será melhor entendida pela sua frequência e pelos regulamentos da loja geral ou Grande Loja, adiante apensos. Nos tempos antigos, nenhum mestre nem companheiro se podia ausentar dela, especialmente quando avisado para comparecer, sem incorrer em severa censura, a menos que parecesse ao mestre e aos vigilantes que a pura necessidade o impedira.

As pessoas admitidas como membros de uma loja devem ser homens bons e leais, nascidos livres e de idade madura e discreta, nem escravos, nem mulheres, nem homens imorais ou escandalosos, mas de boa reputação.

IV – Dos Mestres, Vigilantes, Companheiros e Aprendizes

Toda a promoção entre pedreiros é baseada apenas no valor real e no mérito pessoal, a fim de que os senhores possam ser bem servidos, os irmãos não expostos à vergonha e a arte real não seja desprezada. Portanto, nenhum mestre nem vigilante é escolhido por antiguidade, mas pelo seu mérito. Torna-se impossível descrever estas coisas por escrito, e cada irmão deve ocupar o seu lugar e aprendê-las na maneira própria desta Fraternidade. Fiquem apenas sabendo os candidatos que nenhum mestre deve tomar aprendiz a menos que tenha ocupação bastante para ele e a menos que se trate de um jovem perfeito, sem mutilação nem defeito no corpo que o torne incapaz de aprender a arte, de servir o senhor do seu mestre, e de ser feito irmão e depois companheiro em tempo devido, mesmo após ter servido o número de anos consoante requeira o costume do país; e que ele provenha de pais honestos; de maneira que, quando qualificado para tal, possa ter a honra de ser vigilante, depois mestre da loja, grande vigilante e, por fim, grão-mestre de todas as lojas, conforme ao seu mérito.

Nenhum irmão pode ser vigilante sem ter passado pelo grau de companheiro; nem mestre sem ter atuado como vigilante; nem grande-vigilante sem ter sido mestre de loja; nem grão-mestre a menos que tenha sido companheiro antes da eleição, e que seja de nascimento nobre ou gentleman da melhor classe ou intelectual eminente ou arquiteto competente ou outro artista saído de pais honestos e de grande mérito singular na opinião das lojas. E para melhor, mais fácil e mais honroso desempenho do cargo, o grão-mestre tem o poder de escolher o seu próprio grão-mestre substituto, que deve ser ou deve ter sido mestre de uma loja particular e que tem o privilégio de fazer tudo aquilo que o grão-mestre, seu principal, pode fazer, a menos que o dito principal esteja presente ou interponha a sua autoridade por carta.

Estes dirigentes e governadores, supremos e subordinados, da antiga loja, devem ser obedecidos nos seus postos respectivos por todos os irmãos, de acordo com os velhos preceitos e regulamentos, com toda a humildade, reverência, amor e diligência.

V – Da Gestão do Ofício no Trabalho

Todos os pedreiros trabalharão honestamente nos dias úteis para que possam viver honradamente nos dias santos; e observar-se-á o tempo prescrito pela lei da terra ou confirmado pelo costume.

O mais apto dos companheiros será escolhido ou nomeado mestre ou inspector do trabalho do Senhor; e será chamado mestre por aqueles que trabalham sob ele. Os obreiros devem evitar toda a linguagem grosseira e não se tratar por nomes descorteses, mas sim por irmão ou companheiro; e devem comportar-se com urbanidade dentro e fora da loja.

O mestre, conhecendo-se a si mesmo capaz de destreza, empreenderá o trabalho do Senhor tão razoavelmente quanto possível e utilizará fielmente os materiais como se seus fossem; nã dará a irmão ou aprendiz maiores salários dos que ele, realmente, possa merecer.

Tanto o mestre como os pedreiros, recebendo os seus salários com exactidão, serão fiéis ao Senhor e terminarão o trabalho honestamente, quer ele seja à tarefa quer ao dia; não converterão em tarefa o trabalho que costume ser ao dia.

Ninguém terá inveja da prosperidade de um irmão, nem o suplantará, nem o porá fora do trabalho se ele for capaz de o terminar; porque nenhum homem pode terminar o trabalho de um outro com o mesmo proveito para o Senhor a menos que esteja completamente familiarizado com os desenhos e planos daquele que o começou.

Quando um companheiro for escolhido como vigilante do trabalho sob o mestre, será leal tanto para com o mestre como para com os companheiros, vigiando zelosamente o trabalho na ausência do mestre, para proveito do Senhor; e os seus irmãos obedecer-lhe-ão.

Todos os pedreiros empregados receberão o salário em sossego, sem murmurar nem se amotinar, e nã abandonarão o mestre até o trabalho estar concluído.

Cada irmão mais jovem será instruído no trabalho, para se evitar que estrague os materiais por falta de conhecimento e para aumentar e continuar o amor fraternal.

Todas as ferramentas usadas no trabalho serão aprovadas pela Grande Loja.

Nenhum outro trabalhador será empregado no trabalho próprio da Maçonaria; nem os pedreiros-livres trabalharão com aqueles que não forem livres, salvo necessidade urgente; nem ensinarão trabalhadores e pedreiros não aceites como ensinariam um irmão ou um companheiro.

VI - Da Conduta

1. Na Loja, enquanto constituída

Não organizareis comissões privadas nem conversações separadas sem permissão do mestre, nem falareis de coisas impertinentes nem indecorosas, nem interrompereis o mestre nem os vigilantes nem qualquer irmão que fale com o mestre; nem vos comportarei jocosamente nem apalhaçadamente enquanto a loja estiver ocupada com assuntos sérios e solenes; nem usareis de linguagem indecente sob qualquer pretexto que seja; mas antes manifestareis o respeito devido aos vossos mestre, vigilantes e companheiros e venerá-los-eis.

Se surgir alguma queixa, o irmão reconhecido culpado ficará sujeito ao juízo e à decisão da loja, a qual constitui o juiz próprio e competente para todas as controvérsias desse tipo (salvo se seguir apelo para a Grande Loja) e à qual elas devem ser referidas, a menos que o trabalho do Senhor seja no entretanto prejudicado, motivo pelo qual poderá usar-se de processo particular; mas nunca deveis recorrer à lei naquilo que respeite à Maçonaria sem absoluta necessidade, reconhecida pela loja.

2. Conduta depois de a Loja ter encerrado e antes dos irmãos terem partido

Podeis divertir-vos com alegria inocente, convivendo uns com os outros segundo as vossas possibilidades. Evitai, porém todos os excessos, sem forçar um irmão a comer ou a beber para além dos seus desejos, sem o impedir de partir quando o chamarem os seus assuntos e sem dizer ou fazer qualquer coisa ofensiva ou que possa tolher uma conversação afável e livre. Porque isso destruiria a nossa harmonia e anularia os nossos louváveis propósitos. Portanto, não se tragam para dentro da porta da loja rancores nem questões e, menos ainda, disputas sobre religião, nações ou política do Estado. Somos apenas pedreiros, da religião universal atrás mencionada. Somos também de todas as nações, línguas, raças e estilos e somos resolutamente contra toda a política, como algo que até hoje e de hoje em diante jamais conduziu ao bem-estar da loja. Esta obrigação sempre tem sido prescrita e observada e, mais especialmente, desde a Reforma na Grã-Bretanha, ou a dissensão e secessão destas nações da comunhão de Roma.

3. Conduta quando irmãos se encontram sem estranhos mas não em loja formada.

Deveis cumprimentar-vos uns aos outros de maneira cortês, como vos ensinarão, chamando-vos uns aos outros irmãos, dando-vos livremente instrução mútua quando tal parecer conveniente, sem serdes vistos nem ouvidos e sem vos ofenderdes uns aos outros nem vos afastardes do respeito que é devido a qualquer irmão, mesmo que não fosse pedreiro. Porque embora todos os pedreiros sejam como irmãos, ao mesmo nível, a Maçonaria não retira ao homem a honra que ele antes tinha; pelo contrário, acrescenta-lhe honra, principalmente se ele bem mereceu da Fraternidade, a qual deve conceder honra a quem for devida e evitar as más maneiras.

4. Conduta na presença de estranhos não pedreiros.

Sereis prudentes nas vossas palavras e atitudes, a fim de que o mais penetrante dos estranhos não seja capaz de descobrir ou achar o que não convém sugerir; por vezes desviareis a conversa e conduzi-la-eis com prudência, para honra da augusta Fraternidade.

5. Conduta em casa e para com os vizinhos.

Deveis proceder como convém a um homem moral e avisado; em especial, não deixeis família, amigos e vizinhos conhecer o que respeita à loja, etc. mas consultai prudentemente a vossa própria honra e a da antiga Fraternidade por razões que não têm aqui de ser mencionadas. Deveis também ter em conta a vossa saúde, não vos conservando fora de casa, depois de terem passado as horas de loja; evitai os excessos de comida e de bebida, para que as vossas famílias não sejam negligenciadas nem prejudicadas e vós próprios incapazes de trabalhar.

6. Conduta para com um irmão estranho.

Deveis examiná-lo com cuidado, da maneira que a prudência vos dirigir de forma que não vos deixeis enganar por um ignorante e falso pretendente, a quem rejeitarei com desprezo e escárnio, evitando dar-lhe quaisquer sinais de reconhecimento.

Contudo, se descobrirdes nele um irmão verdadeiro e genuíno, então deveis respeitá-lo; e, se ele tiver qualquer necessidade, deveis ajudá-lo se puderdes ou então dirigi-lo para quem o possa ajudar. Deveis empregá-lo durante alguns dias, ou recomendá-lo para que seja empregado. Mas não sois obrigado a ir além das vossas possibilidades, somente a preferir um irmão pobre, que seja homem bom e sincero, a quaisquer outros pobres em idênticas circunstâncias.

Finalmente, todas estas obrigações são para observardes, e assim também as que vos serão comunicadas por outra via; cultivando o amor fraternal, fundamento e remate, cimento e glória desta antiga Fraternidade, evitando toda a disputa e querela, toda a calúnia e maledicência, não permitindo a outros caluniar um irmão honesto, mas defendendo o seu carácter e prestando-lhe todos os bons ofícios compatíveis com a vossa honra e segurança e não mais. E se algum deles vos fizer mal, dirigi-vos à vossa própria loja ou à dele; e daí, podeis apelar para a Grande Loja, aquando da Comunicação Trimestral, e daí para a Grande Loja anual, como tem sido a antiga e louvável conduta dos nossos antepassados em todas as nações; nunca recorrendo à justiça a não ser quando o caso não se possa decidir de outra maneira, e escutando pacientemente o conselho honesto e amigo de mestre e companheiros quando vos queiram impedir de recorrerdes à justiça com estranhos ou vos incitar a pordes rapidamente termo a todo o processo, a fim de que vos possais ocupar dos assuntos da Maçonaria com mais alacridade e sucesso; mas com respeito aos irmãos ou companheiros em juízo, o mestre e os irmãos devem com caridade oferecer a sua mediação, a qual deve ser aceite com agradecimento pelos irmãos contendores; e se essa submissão for impraticável, devem então continuar o seu processo ou pleito sem ira nem rancor (não na maneira usual), nada dizendo ou fazendo que possa prejudicar o amor fraternal, e renovando e continuando os bons ofícios; para que todos possam ver a influência benigna da Maçonaria e como todos os verdadeiros pedreiros têm feito desde os começos do mundo e assim farão até ao final dos tempos.

Amen, assim seja.

Fonte: Anderson’s Constitutions, Constitutions d’Anderson 1723, texte anglais de l’édition de 1723, introduction, traduction et notes par Daniel Ligou, Paris, Lauzeray International, 1978.



agosto 25, 2022

O SOLDADO E O VERNÁCULO - Newton Agrella



Homenagem ao Dia do Soldado.

Inúmeras e merecidas são as referências feitas à data de 25 de agosto, quando se comemora o Dia do Soldado em nosso país.

Exaltam-se Símbolos, Patronos, Eventos Bélicos, Ações Militares dos mais diversos vieses, bem como as relevantes Ações Humanitárias e Sociais empreendidas pelo soldado brasileiro de modo geral; sejam nas Forças Armadas ou nas próprias Polícias Militares Estaduais.

Fato inconteste, porém, é que jamais devemos desmerecer o trabalho digno e valoroso dos militares brasileiros, cujas vidas estão diariamente expostas em defesa da sociedade.

Contudo, a despeito deste justificável preâmbulo histórico, há um outro lado a ser explorado.  

Trata-se do "Soldado Gramatical".

Neste sentido, fica o convite para nos aventurarmos por uma breve viagem no tempo.

O substantivo "soldado" em português advém do Italiano "soldato".

Aliás, "soldato", constitui-se no particípio do verbo "soldare" que significa pagar.

Outrossim, cabe registrar que o substantivo "soldo" em italiano, significa dinheiro, moeda, e o termo ganhou maior consistência semântica ao referir-se como a forma de pagamento àqueles que serviam ao seu país.

Assim, aquele que era remunerado pelo seu trabalho era "soldato".

Deste modo, o termo "soldado" deriva do italiano:"soldato" que é o particípio passado do verbo soldare – alguém a quem se pagou o "soldo" para servir.

A propósito, nesta linha do tempo, no universo linguístico, há que se destacar que a palavra "Soldo" em italiano deriva do Latim "solidum nummum" que por sua vez, designava uma moeda de ouro utilizada na época do Império Romano.

Como se percebe, o Soldado é um amálgama de Força, Humanidade, Valor e Coragem, cuja própria vida transforma-se num frequente instrumento de troca, remetendo à própria origem e essência de seu significado.

SALVE O BRAVO SOLDADO BRASILEIRO!!!




agosto 24, 2022

O ALCOOLISMO NA MAÇONARIA - Roberto Ribeiro Reis



𝘙𝘰𝘣𝘦𝘳𝘵𝘰 𝘙𝘪𝘣𝘦𝘪𝘳𝘰 𝘙𝘦𝘪𝘴 é intelectual e poeta da 𝘈𝘙𝘓𝘚 𝘌𝘴𝘱𝘦𝘳𝘢𝘯𝘤̧𝘢 𝘦 𝘜𝘯𝘪𝘢̃𝘰 2358 de  𝘙𝘪𝘰 𝘊𝘢𝘴𝘤𝘢 (𝘔𝘎)


𝘈 𝘴𝘰𝘣𝘳𝘪𝘦𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘯𝘢 𝘷𝘪𝘥𝘢 𝘰 𝘩𝘰𝘮𝘦𝘮 𝘱𝘰𝘴𝘵𝘶𝘭𝘢,

𝘘𝘶𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘮𝘶𝘪𝘵𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘷𝘪𝘨𝘰𝘳𝘦 𝘢 𝘮𝘰𝘥𝘦𝘳𝘢𝘤̧𝘢̃𝘰;

𝘈𝘧𝘪𝘯𝘢𝘭 𝘦́ 𝘵𝘳𝘪𝘴𝘵𝘦 𝘷𝘪𝘷𝘦𝘳 𝘢 𝘥𝘦𝘤𝘦𝘱𝘤̧𝘢̃𝘰,

𝘖 𝘢𝘭𝘤𝘰𝘰𝘭𝘪𝘴𝘮𝘰 𝘯𝘢 𝘔𝘢𝘤̧onaria 𝘢𝘪𝘯𝘥𝘢 𝘱𝘶𝘭𝘶𝘭𝘢.


𝘕𝘢̃𝘰 𝘢𝘭𝘶𝘥𝘪𝘮𝘰𝘴 𝘢̀ 𝘖𝘳𝘥𝘦𝘮 𝘦 𝘴𝘪𝘮 𝘢𝘰 𝘐𝘳𝘮𝘢̃𝘰,

𝘘𝘶𝘦 𝘥𝘦𝘭𝘢 𝘱𝘳𝘦𝘵𝘦𝘳𝘪𝘶 𝘰𝘴 𝘣𝘰𝘯𝘴 𝘴𝘶𝘱𝘭𝘪́𝘤𝘪𝘰𝘴;

𝘌 𝘲𝘶𝘦 𝘴𝘦 𝘦𝘯𝘵𝘳𝘦𝘨𝘰𝘶, 𝘮𝘢𝘭𝘨𝘳𝘢𝘥𝘰 𝘰𝘴 𝘷𝘪́𝘤𝘪𝘰𝘴,

𝘐𝘯𝘥𝘢 𝘲𝘶𝘦 𝘪𝘴𝘴𝘰 𝘭𝘩𝘦 𝘤𝘶𝘴𝘵𝘦 𝘢 𝘥𝘦𝘵𝘦𝘳𝘪𝘰𝘳𝘢𝘤̧𝘢̃𝘰.


𝘗𝘳𝘦𝘧𝘦𝘳𝘪𝘳 𝘢 𝘣𝘦𝘣𝘪𝘥𝘢 𝘢̀ 𝘪𝘯𝘴𝘵𝘳𝘶𝘤̧𝘢̃𝘰,

𝘈𝘵𝘳𝘰𝘱𝘦𝘭𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘢 𝘳𝘦𝘶𝘯𝘪𝘢̃𝘰 𝘤𝘰𝘮 𝘱𝘳𝘦𝘴𝘴𝘢,

𝘌́ 𝘶𝘮𝘢 𝘢𝘧𝘳𝘰𝘯𝘵𝘢 𝘢̀ 𝘖𝘧𝘪𝘤𝘪𝘯𝘢, 𝘥𝘰𝘦𝘯𝘤̧𝘢 𝘢̀ 𝘣𝘦𝘤̧𝘢,

𝘖 𝘵𝘳𝘢𝘵𝘢𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰 𝘥𝘦𝘷𝘦 𝘴𝘦𝘳 𝘳𝘦𝘮𝘦𝘥𝘪𝘢𝘤̧𝘢̃𝘰.


𝘌𝘮𝘣𝘦𝘣𝘦𝘥𝘢𝘳-𝘴𝘦 𝘥𝘦 𝘴𝘢𝘣𝘦𝘥𝘰𝘳𝘪𝘢 𝘦́ 𝘱𝘳𝘦𝘤𝘪𝘴𝘰,

𝘚𝘦𝘯𝘵𝘪𝘳 𝘢 𝘪𝘯𝘵𝘦𝘯𝘴𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦, 𝘦𝘴𝘱𝘪́𝘳𝘪𝘵𝘰 𝘦𝘶𝘧𝘰́𝘳𝘪𝘤𝘰;

𝘌́ 𝘥𝘪𝘴𝘱𝘦𝘯𝘴𝘢́𝘷𝘦𝘭 𝘧𝘢𝘻𝘦𝘳 𝘶𝘴𝘰 𝘥𝘰 𝘢𝘭𝘤𝘰𝘰́𝘭𝘪𝘤𝘰,

𝘔𝘶𝘪𝘵𝘰 𝘪𝘮𝘱𝘰𝘳𝘵𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘯𝘰́𝘴 𝘦́ 𝘵𝘢𝘭 𝘢𝘷𝘪𝘴𝘰.


𝘕𝘢̃𝘰 𝘴𝘦 𝘵𝘳𝘢𝘵𝘢 𝘥𝘦 𝘴𝘦𝘳𝘮𝘢̃𝘰 𝘥𝘦 𝘤𝘢𝘳𝘰𝘭𝘢,

𝘗𝘢𝘴𝘵𝘰𝘳, 𝘴𝘢𝘤𝘦𝘳𝘥𝘰𝘵𝘦, 𝘹𝘢𝘮𝘢̃ 𝘰𝘶 𝘤𝘢𝘳𝘵𝘰𝘮𝘢𝘯𝘵𝘦;

𝘈 𝘚𝘶𝘣𝘭𝘪𝘮𝘦 𝘖𝘳𝘥𝘦𝘮 𝘦́ 𝘣𝘦𝘮 𝘱𝘦𝘳𝘴𝘦𝘷𝘦𝘳𝘢𝘯𝘵𝘦:

𝘖 𝘢́𝘭𝘤𝘰𝘰𝘭 𝘦𝘯𝘴𝘢𝘯𝘥𝘦𝘤𝘦𝘳𝘢́ 𝘵𝘶𝘢 𝘤𝘢𝘤𝘩𝘰𝘭𝘢!


𝘗𝘳𝘰𝘷𝘢𝘳𝘢́𝘴 𝘴𝘪𝘮 𝘥𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘦́ 𝘥𝘰𝘤𝘦 𝘦 𝘢𝘮𝘢𝘳𝘨𝘰,

𝘌 𝘪𝘴𝘴𝘰 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘲𝘶𝘦 𝘰𝘣𝘵𝘦𝘯𝘩𝘢𝘴 𝘢 𝘦𝘷𝘰𝘭𝘶𝘤̧𝘢̃𝘰;

𝘚𝘶𝘣𝘪𝘳𝘢́𝘴 𝘢 𝘌𝘴𝘤𝘢𝘥𝘢, 𝘤𝘰𝘮 𝘴𝘢𝘵𝘪𝘴𝘧𝘢𝘤̧𝘢̃𝘰,

𝘗𝘳𝘦𝘧𝘦𝘳𝘪𝘳𝘢́𝘴 𝘰 𝘤𝘢𝘮𝘪𝘯𝘩𝘰 𝘦𝘴𝘵𝘳𝘦𝘪𝘵𝘰 𝘢𝘰 𝘭𝘢𝘳𝘨𝘰.


agosto 23, 2022

HUMILDADE, HUMILDE E SER HUMANO - Newton Agrella



A palavra “Humildade” tem sua etimologia no grego antigo, HUMUS, que quer dizer “terra”, “terra fértil”, bem como “criatura nascida da terra”, "aquilo que vem ou está no chão".

Contudo, no latim clássico, há o substantivo "HUMILITAS" e seu derivado adjetivo "HUMILIS", cujos significados traziam vários sentidos figurados, tais como: "de baixa condição", "abatido" "desanimado", "pouco importante", dentre outros.

Ao longo do tempo, porém, e em grande parte por influência interpretativa de autores cristãos, o substantivo HUMILDADE e o adjetivo HUMILDE ganharam o significado de uma espécie de "virtude" humana, designando ainda aquele que manifesta e reconhece as suas limitações.

Se mergulharmos mais fundo no oceano vernacular, observaremos que as palavras humildade e humilde exprimem o significado e a característica de quem é modesto, simples, e não demonstra vaidade.

Outrossim, ainda denotam os significados de limitação, modéstia, demonstração de fraqueza e até mesmo de inferioridade.

Como se percebe, trata-se de um termo que impõe interpretações, por vezes antagônicas e de certo modo conflitantes, que podem revelar lados positivos ou negativos na complexidade interior humana.

Para um enorme contingente de pessoas a Humildade consiste na virtude que indica o sentimento exato do nosso bom senso ao nos avaliarmos em relação às outras pessoas e com isso termos uma ideia mais consistente sobre o nosso próprio nível de consciência.

Para darmos um fôlego a esse episódio e provocar um pouco mais de polêmica e discussão sobre os conceitos de Humildade, cabe registrar que do ponto de vista da Filosofia, Immanuel Kant, por exemplo, afirma que a humildade é a virtude central da vida, uma vez que dá uma perspectiva apropriada da moral. 

Já para o filósofo Friedrich Nietzsche,  a humildade é uma falsa virtude que dissimula as desilusões que uma pessoa esconde dentro de si.

Lembrando sempre que o combate à Vaidade é um dos preceitos mais enfaticamente defendidos pela Maçonaria, inobstante ritos ou obediências.

Há um infinito espaço para se debater essa disposição que se situa entre o Céu e a Terra, mas que antes de tudo, permanece recôndita dentro de cada um de nós.