outubro 03, 2022

O INFERNO DE DANTE - Roberto Ribeiro Reis


















        

Dante era apaixonado pela Maçonaria,

Mas ele não gozava de muita sorte;

Era ir à Loja, e depois encarar a morte,

Por pouco, sua esposa quase o batia.


Ele sempre foi o símbolo de alegria,

Da educação atualmente em extinção;

Obreiro cujo amor e paz no coração

É algo singular, e a todos nós irradia.


Semblante de paz, ternura e simpatia,

Ícone que exala humildade e paciência;

A par dessas virtudes e sua excelência,

Convive com o tridente todo santo dia.


É bastante estranho o mundo moderno,

Felizmente, a Ordem é bom estimulante;

Rogamos ao GADU saúde para o Dante,

Que precisa de forças pra vencer o inferno.


Quando com ele, sempre o tríplice fraterno,

Afinal de contas, poderoso é o seu abraço;

Dante já domina o Esquadro e Compasso,

Por isso recebeu a tolerância do Eterno.





outubro 02, 2022

OS MONGES MAÇONS - Pierre Invernizzi



Em 1786, bem dentro da Abadia de Clairvaux, localizada em Aube foi constituída uma Loja de 13 Irmãos Cistercienses, sob os auspícios do Grande Oriente de França. Que um grupo de clérigos pudesse montar uma Loja Maçónica pode, à primeira vista, parecer estranho quando sabemos da animosidade que existia entre o Catolicismo e a Maçonaria. Mas isso seria esquecer muito rapidamente a História…

Esta situação não é de fato excepcional nesse final do século XVIII, quando as bulas papais ainda não tinham esvaziado as lojas dos servos de Deus. Ela revela não uma fratura doutrinária ou ideológica, como muitas vezes é afirmado hoje, mas sim uma verdadeira convergência de ideias. Pouco antes da Revolução, a maior parte das lojas francesas praticava uma Maçonaria exclusivamente orientada para o aperfeiçoamento do homem através do trabalho, e cuja base repousava sobre as três virtudes teologais que são a Fé, a Esperança e a Caridade. Somente a Maçonaria do tipo anglo-saxão continua hoje a manter esse ternário como um pilar fundamental da metodologia maçónica.

Extrato da correspondência endereçada ao Grande Oriente da França, pelos monges cistercienses:

Ao Or∴ de Clairvaux, lugar muito forte e iluminado onde reina a Igualdade, a Paz, a União, o Silêncio e a Amizade, no quarto dia do segundo mês do ano da V∴ L∴ 5785,

Ao Mui Respeitável, Sapientíssimo, Esclarecido e único legítimo G∴ Or∴ de França

Nós estávamos na escuridão da irregularidade; para sair, nós nos dirigimos à R∴ L∴ Union de la Sincérité no Or∴ de Troyes, para que ela nos forneça através dos seus raios luminosos os meios para alcançar o caminho que conduz à via do augusto centro tribunal dos verdadeiros maçons; por conseguinte, no quinto dia de Abril no ano da V∴ L∴ 5785, traçámos uma prancha que endereçamos a essa R∴ L∴ para convidar os IIr∴ que a compõem a visitar os nossos trabalhos e nos indicar a qualidade dos materiais necessários a empregar para fundar o templo que queremos erigir. Esses RR∴ IIr∴ tendo-nos feito esse favor e impactados pelo brilho deste primeiro raio de verdadeira Luz, inspiraram-nos ainda mais o desejo de nos submetermos às Leis e regulamentos do vosso ilustre Areópago; já submetidos de coração e afecto às leis da sabedoria e virtude, aspiramos a felicidade de nos comprometer por um juramento irrevogável; podeis vós, Mui RR∴ IIr∴ considerar-nos dignos desse favor, podeis perdoar a irregularidade do nossos primeiros trabalhos, podeis vós, saciando os nossos votos, completar a nossa felicidade; nós vos exortamos a que se dignem de nos conceder os seus santos votos, dignai-vos aceitar as homenagens da nossa submissão aos seus respeitáveis decretos e constituições que emanam do seu augusto tribunal, dignai-vos de nos agregar aos verdadeiros maçons.

Nós vos pedimos para confirmar o título da Loja Vertu; este não é um título desprovido de realidade, nós o gravámos nos nossos corações e os nossos trabalhos estão sob garantia; ousamos esperar que favoráveis aos nossos desejos, vós possais aceitar como nosso Deputado junto ao vosso tribunal o Mui Q∴ Ir∴ Jean Eustache Peuvert, funcionário do Parlamento em Cais d’Orleans, confiantes de que teremos nele um sólido apoio; se puderem na sua sabedoria considerar os nossos desejos …

Muitos comentaristas viram no nascimento, mas também na vida tumultuada e efémera desta Loja, apenas os conflitos entre visão secular da Maçonaria e a visão secular da religião, a origem daquilo que foi em França um verdadeiro trauma espiritual.

Eles esquecem-se de enfatizar que as Ordens monásticas são dentro da Igreja Católica bem mais do que apenas ordens religiosas. Elas são uma Ordem dentro da Ordem, porque elas derivam a sua identidade numa história muito mais profunda e mais antiga que a sua assimilação pela Igreja de Roma. Elas eram desde tempos imemoriais, os actores operativos e económicos dos seus territórios, um pouco como também o eram as corporações de construtores antes do advento da Maçonaria.

A busca pelas virtudes teologais foi por muito tempo e quase até a recente generalização do Rito Escocês Antigo e Aceite e do Rito Francês (moderno) pela Maçonaria continental, o primeiro objecto da busca maçónica. Apenas o nome e o “logotipo” de certas Lojas actuais lembram essa realidade esquecida.

Portanto, não é surpreendente descobrir que trabalhadores apaixonados pela espiritualidade pudessem tentar completar a sua busca por outros meios que não fossem uma religião dogmática, para emancipar as virtudes essenciais da Escada de Jacob que conduz aos mesmos sonhos da maçonaria, menos religiosos de hoje: a paz e a emancipação social.



Pierre Invernizzi

Adaptado de tradução feita por José Filardo e publicada em BIBLIOT3CA

Fontes

As mais belas páginas da Maçonaria francesa

Institut maçonnique de France – Dervy 2003

Bibliografia

La Loge de la Vertu à l’Orient de l’Abbaye de Clairvaux (1785-1789)

Pierre Chevallier - Mémoires de la Société Académique de l’Aube

outubro 01, 2022

A PRANCHETA - José Castellani





A Prancheta é uma das Joias fixas da Loja. Analisemos, portanto, primeiramente, essas Joias: 

As três Joias Fixas da Loja, assim chamadas porque o lugar que ocupam é sempre o mesmo, independentemente dos dirigentes da Oficina, são: a *Pedra Bruta*, a *Pedra Cúbica* e a *Prancheta*. 

A *Pedra Bruta* é aquela na qual trabalham, simbolicamente, os Aprendizes Maçons, com a finalidade de esquadrejá-la e transformá-la numa pedra com formato cúbico, para que ela possa ser usada nas construções; é a pedra informe, a pedra de cantaria, que era moldada pelos canteiros medievais. Os canteiros formaram, na Idade Média, importantes associações profissionais, cujo trabalho era fundamental para a construção de edifícios. Para o esquadrejamento da pedra, são necessários, como instrumentos de trabalho, o maço, para atuar sobre o cinzel, que desbasta a pedra, além, evidentemente, da régua, para marcar os locais a esquadrejar. Por isso é que, ao lado do maço e do cinzel, a régua também deve ser considerada um instrumento do Aprendiz Maçom, embora alguns ritos, inexplicavelmente, não a considerem como tal. 

O *Maço* é um instrumento quadrangular (cúbico, ou com formato de paralelepípedo, se for considerado tridimensionalmente), de madeira rija, tendo, no meio, um cabo, sendo utilizado por artífices, para bater sobre formões, escopros, cinzéis, etc. O cinzel é um instrumento cortante numa das extremidades, usado por escultores e gravadores; um dos mais antigos artesanatos, a arte de cinzelar, já era conhecida em épocas remotas, pois foram encontradas peças cinzeladas em cobre nas cavernas pré-históricas. A régua é um instrumento de metal, madeira, osso, chifre, acrílico, de superfície plana e bordos retilíneos bem vivos, servindo para traçar linhas retas; em maçonaria, são usadas régias de dois tipos: a não graduada, que simboliza a lei, a ordem e a inteligência, que devem orientar as ações dos maçons, e a de vinte e quatro polegadas, símbolo do tempo, a mostrar a efemeridade da vida humana e sugerindo o bom aproveitamento da existência, nas obras do espírito humano. 

A *Pedra Cúbica* é a obra final do Companheiro Maçom, o grau que exalta o trabalho, em todas as suas formas. Ela é o sólido geométrico perfeito, pois se encaixa nas construções, sem que sobrem espaços entre elas e outras pedras iguais (o que ocorre, também, com o formato de paralelepípedo). Embora muitos rituais e muitos maçons façam referência a ela, como “Pedra Polida”, Pedra Cúbica e Pedra Polida não representam a mesma coisa, pois uma pedra pode ser polida, sem que o seu formato seja, necessariamente cúbico (pode ser cônico, esférico, piramidal, etc.). 

A *Prancheta*, ou *Tábua de Delinear*, é o objeto do trabalho do Mestre Maçom, onde este, simbolicamente, traça e delineia os projetos da construção. Nela estão traçadas a cruz quádrupla e a cruz de Santo André. A cruz quádrupla é formada por duas paralelas cruzadas e é o símbolo da limitação da capacidade do homem; já a cruz de Santo André --- assim chamada porque Santo André teria sido supliciado numa cruz com essa forma --- que tem o formato de um “xis”, com quatro ângulos opostos pelo vértice, simboliza o infinito --- porque suas hastes divergem ao infinito ---- os opostos e as díades. 

Como o trabalho dos Aprendizes deve ser orientado pelo 2º Vigilante, a Pedra Bruta fica junto à sua mesa. Como o trabalho dos Companheiros deve ser orientado pelo 1º Vigilante, a Pedra Cúbica fica junto à sua mesa. E a Prancheta fica no Oriente, à frente do Altar, à direita de quem ali está, sobre um cavalete, ou na própria face do Altar. 

Ela não tem medidas estereotipadas, mas um bom tamanho seria de 40 centímetros de altura, ou comprimento, e trinta de largura. Sendo uma prancha de traçar, ou Tábua de Delinear, deve ser de material onde se possa escrever, papel, papiro, tecido, devidamente enquadrado. 

A Carta Constitutiva, na realidade, deveria ficar na Sala dos Passos Perdidos, para que os visitantes pudessem saber que a Loja visitada é regularmente constituída. A colocação dela à frente do Altar retira tal possibilidade e não tem qualquer substrato histórico.

setembro 30, 2022

PONTOS DE VISTA - Paulo Sérgio Lopes

 





Por mais que o óbvio seja óbvio, para alguns haverá algo a questionar. Não se irrite com isso, pelo contrário, aproveite a oportunidade para exercitar a paciência e o bom humor.

Ao invés de irritar-se, procure olhar a situação por outro ponto de vista.

Será que o óbvio é 100% aceitável.  A Terra foi considerada plana por muitos anos e isso parecia ser o óbvio, mas não era...

Coloque-se no lugar do outro, tenha empatia e busque uma forma amável de lhe apresentar o seu ponto de vista, mas de uma forma inteligente e pacífica. 

Perceba que haverá momentos que o silêncio deverá imperar, pois qualquer verbo que utilizar será para alimentar ainda mais a raiva do outro.

Nessa hora é necessário ser inteligente e manter o seu controle. Mudar de assunto é uma estratégia, inventar uma desculpa e afastar-se é outra.

Admitamos que também somos falhos e que também erramos em nossos pontos de vista. 

O Sábio aprendeu a escutar e observar. Mas a principal ferramenta de trabalho dele é analisar todos os pontos de vista, sem combatê-los, simplesmente deixando fluir e se ele perceber que você não está preparado para a verdade ou seja o ponto de vista dele, não dirá nada e seguirá em frente.

Lógico que não devemos deixar o outro seguir em direção ao abismo, mas haverá horas que ele terá que ver o abismo, para poder tomar consciência de seu ponto de vista equivocado. 

Perceba que no final, temos que manter o nosso controle e ficar atento ao nosso ponto de vista, pois é ele que nos levará ao abismo ou não.  Fique atento a todos os óbvios que estiverem a sua frente, pois ele pode ser apenas o seu ponto de vista...

Medite!

A paz começa comigo!

A paz começa com você!


 

setembro 29, 2022

TU DECIDES - Adilson Zotovivi

 


Adilson Zotovici da ARLS Chequer Nassif-169 de S. Bernardo do Campo


Pedra bruta, criatura!...

Garimpeiro visionário

De estação arguta, escura,

Fez-te recipiendário


A uma Luz de grande alvura

Junto a antigo relicário

Fizeste jus com candura

Pra seres teu lapidário


Ganharás desenvoltura

Por labor pelo ternário

Serás de pedra escultura


_Tu decides teu salário_

Qual recebes em cultura

Na verdade...o numerário!


Adilson Zotovici

ARLS Chequer Nassif-169

setembro 28, 2022

72 ANOS - PARECE QUE FOI ONTEM

 


Parece que foi ontem, atravessando o oceano com meus pais e irmã rumo ao Brasil, a nova terra prometida.

Parece que foi ontem, aprendendo português e tudo o que Monteiro Lobato ensina, no Grupo Escolar Visconde de Porto Seguro em Sorocaba.

Parece que foi ontem, estudos na OSE, Estadão e Liceu Pedro II fazendo amigos que mantenho até hoje.

Parece que foi ontem, trabalho na Folha de Sorocaba e no Cruzeiro aprendendo a escrever com mestres que ainda ensinam.

Parece que foi ontem, Faculdade de Direito na UCP em Petrópolis, e o primeiro emprego na Livraria Debret e na IBM.

Parece que foi ontem, meu primeiro casamento e a vinda de meus três filhos.

Mas eu só tinha 23 anos.

Parece que foi ontem, mudança para Campo Grande, MS, minha primeira empresa, a Brilhante Joias. Depois vieram outras.

Parece que foi ontem. Em 1981 me tornei maçom, em 1983, rotariano. Diretor da Associação Comercial. Sempre a serviço da comunidade.

Mas eu só tinha 33 anos.

Parece que foi ontem. Meu divorcio.
Minha mudança para Brasília. Meu trabalho em Telemedicina. Perdi um rim para o câncer.

Mas eu só tinha 46 anos.

Parece que foi ontem. Meu segundo casamento. Meu trabalho em Marabá. Meu primeiro livro: O caminho da felicidade. E iniciam as viagens de palestras por todo o Brasil e alguns países.

Minha mudança para Valparaiso de Goiás. A linda chácara. Outros livros, mais viagens. Meu primeiro enfarte.

Eu só tinha 63 anos.

No dia de HOJE faço 72 ANOS. Já vivi a maior parte da vida. Moro na beira do mar em Mongaguá. Sou imensamente feliz. Superamos, Alice e eu, todo tipo de dificuldades, de saúde, de dinheiro, problemas de família e quando acordo e da janela do quarto vejo o sol refletindo no mar penso que faria tudo de novo e entendo o poeta que diz: "tudo vale a pena, quando a alma não é pequena".


Obrigado de coração as centenas de amigos que enriqueceram meu dia com as suas mensagens de aniversário.

setembro 27, 2022

UM VENCEDOR - Heitor Rodrigues Freire



Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis e advogado, past GM da GLMMS e atual Presidente da Santa Casa de Campo Grande, MS.

As vicissitudes da vida quando nos afligem de forma exagerada podem comprometer nossa evolução, afastando-nos do verdadeiro caminho.

Desde que nascemos somos influenciados pelo meio onde vivemos, depois pela educação que recebemos de nossos pais – ou a falta dela –, e a seguir, pela escola, pela igreja, pela profissão, pela sociedade; enfim, há uma imensa massa de informações que, se de um lado, nos orientam, de outro, podem nos afastar da essência do nosso ser.

É importante entender que nada acontece por acaso. A família onde nascemos foi definida por nossa própria escolha e envolve uma ação conjunta que acaba sendo fator determinante no nosso destino.

Esses fatores externos podem nos levar ao esquecimento da nossa origem, fazendo com que a busca pelo autoconhecimento seja deixada de lado, porque exige tempo e meditação consciente.

O primeiro ponto que considero importante é a nossa origem, o nosso nascimento. Somos vencedores desde o princípio, porque o espermatozoide que fecundou o óvulo materno, venceu uma corrida disputada com centenas ou milhares de outros espermatozoides, sendo assim um vencedor nato, o que nos proporciona de imediato uma condição especial, original e única, formando o nosso corpo, para o qual Deus destinou o nosso espírito. Assim, todos nós que estamos encarnados temos o DNA de um vencedor. Urge que ajamos como tal e honremos esse ponto de partida.

Vencemos a primeira batalha. Com o conhecimento, entendimento e aceitação dessa condição, somos, de imediato, estimulados a dar continuidade a essa vitória. O que poucas vezes acontece, por falta de conhecimento ou de motivação.

Não somos produzidos em série, como acontece com as fábricas em geral. Somos seres pensados por Deus. Um por um. Na espiritualidade, temos um nome. Quando nascemos, nossos pais escolhem o que vai nos identificar na Terra. Ou, como disse Charles Chaplin no discurso de seu primeiro filme falado, O Grande Ditador: “Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar… os que não se fazem amar e os inumanos!”

Nós não somos máquinas que funcionam com combustível, somos movidos por sentimentos, ações, fatores psicológicos e mentais, podemos superar tudo com uma força interna inquebrantável e centrada. A vida pode se desenvolver melhor se usarmos a consciência – guardiã do nosso ser – como fonte de renovação e de força.

A consciência nos conduz a entender que a vida transcorre aqui e agora, o ontem já se foi, o amanhã não chegou ainda. E quando chegar, será o presente novamente. A aceitação do que não podemos mudar e a decisão de mudar o que não podemos aceitar se constituem em atos de autoconsciência, de perdão e de amor.

A vida é um horizonte que se apresenta interminável, de infinitas possibilidades e o ponto de chegada é sempre o agora.   

Nesta minha encarnação tenho exercido muitos cargos – todos de forma voluntária –, quase sempre de comando, em algumas instituições. O cargo em si, nunca me empolgou. O que me empolga é o trabalho, a oportunidade de desenvolver minha inteligência no serviço ao próximo. Cargos são temporários, fugazes, mas o que marca e o que fica é a capacidade de bem se relacionar com as pessoas. Aprendi, por exemplo, que liderança não se impõe, se conquista. Quando alguém no exercício do poder impuser uma ação, esta não terá um efeito duradouro. Muitos, por necessidade, se submeterão. Outros se revoltarão e trabalharão contra. O resultado será sempre negativo. Mais importante do que a capacidade técnica é a habilidade de bem se relacionar e de conquistar o apoio dos companheiros de trabalho.

O ser vencedor deve praticar, necessariamente, a humildade, a solidariedade, o companheirismo e o respeito aos nossos companheiros de jornada. Dessa maneira, estaremos contribuindo efetivamente com o trabalho que nos foi designado por Deus.

Sejamos vencedores com consciência e por respeito à nossa origem, ao nosso DNA.

Heitor Rodrigues Freire – Corretor de imóveis e advogado.

setembro 26, 2022

O PODER MENTAL E A ORAÇÃO NA MAÇONARIA - Hercule Spoladore


O Ir.'. Hercule Spoladore é da Loja de Pesquisas Brasil em Londrina – PR

Pode ser sinônimo de prece ou reza. Entendida pelo povo como uma súplica pedindo algo a Deus ou à outra entidade sobrenatural. 

A oração mental é feita sem pronunciar palavras usando-se apenas o esforço da mente.

Oração oral é exercida através da palavra, evidentemente com participação da mente que emite a ordem para que a oração seja verbal.

Tanto a oração mental, como a falada pode ser individual ou comunitária. Existe a oração decorada e a oração que o indivíduo a produz apresentando suas súplicas ou pedidos através das profundezas do seu ser, ou seja, através da sua mente usando sua capacidade mental em ondas alfa ou até em ondas teta. 

As orações faladas ou mentais decoradas, as vezes a pessoa não presta a devida concentração e está meramente repetindo frases decoradas. Os judeus oram, curvando o tronco sobre a bacia em movimentos repetidos, pois esta manobra facilita a concentração dos propósitos da oração, ou seja, a mobilidade faz com que a atenção seja muito maior e não se fuja do foco.

Todavia há uma linguagem da mente que é independente da palavra escrita ou falada. É uma linguagem mental, além dos sentidos. Através desta podemos realizar uma oração chamada de oração “científica”.

Sabe-se hoje que nossa mente controla através de um mecanismo extrassensorial a cura de enfermidades de nosso corpo. Esta possibilidade tanto será maior quanto maior for a nossa convicção verdadeira.

Há tempo que a Ciência vem estudando a conexão corpo/mente. Os americanos demonstraram que esta conexão seria possível através do nervo vago e que ele seria o canal de comunicação entre a mente e o resto do corpo. Mera conjectura, não se prova esta afirmação.

A oração é emitida por um potencial mental que de forma consciente, sob o comando do subconsciente e através da mente age como uma fonte de energia que pode ser canalizada tanto para o bem como para o mal, mas sempre age em função de um objetivo.

Grisa (parapsicólogo) identifica a oração como o processo psíquico desencadeando o poder da mente. O resultado será tanto mais eficiente, na medida em que for ativado o poder mental. Portanto, a oração será mais poderosa na medida em que for devidamente acionado o poder mental especialmente com sentimento intenso e forte convicção. Quando se orar por alguém pedindo sua cura você estará liberando um poder que sua mente possui capaz de realizar e obter resultados importantes e inacreditáveis.

A intenção de se canalizar as energias curativas se faz através de mensagens telepáticas positivas para aquela pessoa necessitada. É a mesma coisa que as religiões utilizam com o nome de oração ou prece, só que o fazem em função da Fé. Esta capacidade pode ser desenvolvida e melhorada através do relax e do domínio da Imaginação. Não deixa de ser uma mensagem telepática, pois o emissor é quem está se dirigindo a um objetivo, isto é, desejando uma cura ou melhoras para uma pessoa à distância e o receptor recebe esta mensagem de forma subconsciente. A telepatia é uma forma de comunicação mental entre duas ou mais pessoas através de um processo extrassensorial. Tem a mente ou mentes que emitem e as que recebem.

No caso da oração quem emite energias, sabe o que está acontecendo, logo é consciente, porem quem as recebe o faz de modo subconsciente, isto é sua mente recebe a mensagem, mas não de forma consciente. Mas se um grupo programar uma oração em determinada hora, e a pessoa a ser contemplada souber, ela estará consciente de que está recebendo energias positivas, mas as receberá de forma subconsciente. Ela apenas constatará os bons resultados. Existem Irmãos enfermos que percebem quando está se fazendo uma cadeia de união ou uma cadeia de oração em seu favor. Se sentem melhor, mais felizes e mais esperançosos.

A Cadeia de União na Maçonaria não foi criada para este fim. Foi criada tão somente para a transmissão da palavra semestral, mas através de invenções o que é muito comum na Ordem esta prática  foi introduzida sendo muito utilizada hoje em para se pedir curas ou melhoras em favor de algum Irmão que está sofrendo de alguma moléstia. Parece que mesmo inventando e introduzindo um procedimento não pertencente a qualquer rito os introdutores desta prática de se pedir melhoras para Irmãos ou familiares, acertaram. Algumas Lojas praticam a Cadeia de União após terminar a sessão. Isto independe dos resultados pois,  ou após ou durante a sessão o que interessa é a concentração e a emissão de energias positivas enviadas ao Irmão enfermo.

Por que acontece isso? Quando se faz uma Cadeia de União, os Irmãos estão vibrando num mesmo padrão de energia mental com o mesmo objetivo e ainda de mãos dadas, esta cadeia de união se torna uma verdadeira bateria psíquica, carregada de energia mental. Se as intenções forem canalizadas para o bem só poderão causar bons resultados.

As intercessões à distância são uma extensão da oração em estudo. E elas tem a finalidade de se orar pedindo a uma força superior que interceda em favor de uma pessoa que necessite, mesmo que são se conheça esta pessoa, mais ou menos como é pedido nas instituições religiosas, nas igrejas. Todavia a comunidade científica tem restrições a este tipo de orações.

Interessante que as pessoas que oram, nem sempre sabem para quem estão orando, mas oram assim mesmo em intenção àquela pessoa que está necessitada de melhoras ou cura de um problema de saúde. Este ato só pode fazer bem a alguém.

Os americanos através da associação STEP (Study of the interçessory prayer), estudam a intercessão ou orações à distância. Ora-se muitas vezes para uma pessoa que não se conhece. A ideia é de que nós humanos temos a capacidade de usar outra pessoa utilizando suas mentes ou então pedindo a uma força maior que interceda em favor de um enfermo.

Os maçons to preocupados em ajudar a mudar a humanidade, ainda não se aperceberam deste poder mental que todos os seres humanos têm e poderiam usa-lo em favor dos Irmãos enfermos.

É claro que este trabalho está colocando como objetivo do poder mental, a saúde dos Irmãos. Mas a oração poderia ter outras finalidades, como a paz mundial, a felicidade pessoal, o bem estar dos outros, uma situação melhor para o pais, etc.

A Maçonaria brasileira conta com quase 200.000 maçons que poderiam orar em favor de alguma coisa melhor para a Ordem, ou simplesmente pela saúde dos Irmãos.

setembro 25, 2022

OS ESTÁGIOS DA TRANSFORMAÇÃO - Rogerio Borges Pascoal




Meus IIr.’. como podem ter notado, são muitas as trilogias, principalmente na Maçonaria, hoje vou falar sobre mais uma delas: Pedra Bruta, Pedra Cúbica e a Pedra Polida na ótica do simbolismo especulativo.

Primeiramente vamos entender no conceito pratico o que cada uma representa na visão Maçônica:

Pedra Bruta: Homem Rudimentar, primitivo, que utiliza seus instintos para sobreviver, não se importando com os outros, sua visão é única e verdadeira.

Pedra Cúbica: Homem Contemporâneo, culto, que utiliza sua intuição para levar uma vida Justa e Perfeita, entende que a caridade e o Amor são os verdadeiros caminhos que nos aproximam de Deus.

Pedra Polida: Homem imortal, espiritual, que entende que tudo é relativo, seus iguais são tão importantes quanto ele para a concepção do todo e que vivemos sob leis Universais, dentro delas as 7 Leis Herméticas entre outras.

Diante da pequena linha de entendimento entre estes três estágios do elemento perda ou evolução do Homem Maçom; vou tentar estabelecer alguns paralelos e mostrar que estes estágios são fundamentais para a o convívio e ascensão do Homem na Maçonaria.

O Homem Rudimentar, disforme não tem condições de fazer parte da grande Edificação, construção esta de uma sociedade Melhor, assim sendo para que o iniciado tome parte nesta obra, se faz necessário que ele esteja proporcionalmente dentro de padrões, pré-estabelecidos ou definidos. Assim este Homem, através de um processo que chamamos de auto lapidação, ira retirar de sua estrutura Física, mental, intelectual e espiritual, todas as imperfeições, tornando-se uma pedra Justa e Perfeita, cujo termo utilizado em nosso cotidiano maçônico, tem sua origem na maçonaria Operativa.

Este processo e árduo e cansativo, porem nada adianta a lapidação sem o devido polimento, o que isso quer dizer? Vou tentar responder, uma pedra cúbica, mas não polida, esta pronta esteticamente, ou seja, dentro das proporções necessárias para ser utilizada na construção, porem ao colocarmos ela ao lado das outras, esta não terá um perfeito assentamento.

Hora o que isso quer dizer? Quer dizer que ao colocarmos um Homem Cúbico, mas não polido ao lado de outro Ir.’., a aspereza deixada pela abrupta lapidação, poderá ferir o Ir.’. ao seu lado ou no mínimo machucá-los.

Mas então o que seria o Polimento e qual sua importância?  vejo alguns IIr.’. mais antigos de ordem, dizer “em mais de 30 anos de Maçonaria, nunca encontrei uma Pedra Polida”, será verdadeira esta afirmação? Acredito que não na sua totalidade, mesmo sabendo que as pedras polidas são raras como a esmeralda ou o diamante, temos que garimpar para encontra-las.

Nos últimos anos tenho estudado e tentado estabelecer um paralelo com a doutrina Maçônica (ensinamentos) e o comportamento Maçônico (ações), a conclusão que cheguei é que o comportamento da maioria dos Maçons caminha na contramão dos ensinamentos Maçônico, mas se perguntarmos a qualquer Maçom o que vindes fazer aqui? Todos responderão: Vencer minhas paixões, submeter minha vontade e fazer novos progressos na Maçonaria, e será que estamos fazendo?

Pude notar que muitos Maçons estão preocupados em parecerem com uma Pedra Cúbica, ou seja, basta alguns ângulos retos e já sou uma pedra Cúbica, mas o que posso notar e que são verdadeiras Obras Abstratas; acreditam que o nome do jogo é vencer e com isso iniciam uma lapidação sem qualquer conhecimento, estratégia ou demarcação, fazendo o mínimo necessário para o quanto antes atingirem os graus simbólicos e logo após, sem qualquer preparo (Polimento) travarem batalhas em solo sagrado, para  disputar a presidência de uma loja ou cargos importantes, não se importando com os feridos de oficio.

Frequentemente vemos em livros, artigos e até mesmo instruções maçônicas, os termos Pedra Cúbica e Pedra Polida utilizados como sinônimos, até mesmo sendo igualados explicitamente. No entanto, são estes termos de fato equivalentes?

A Pedra Polida ou Homem Espiritual é aquele que reflete em sua face, o Ir.’. que se aproxima; ou seja, o Polimento nada mais é que a Postura do Ir.’., este Ir.’. é como um espelho, tenta destacar os IIr.’. que estão aos seu redor, não se importando com ele próprio, pois entende que a vaidade não é necessária e deve ser vencida, que a Paz a harmonia e a Concórdia, é o que liga, junta, aproxima um Ir.’. ao outro; o Polimento pode ser definido como Respeito, Cordialidade, Harmonia e Tolerância, sintetizando, definiria tudo isso em uma só palavra AMOR; assim sendo nos tornaríamos mais próximos a imagem e semelhança do Mestre Yeshua.

Para concluir, de nada vale o conhecimento se não sabemos ensinar, Presidir se não sabemos servir, discursar se não conseguimos ouvir, ser Mestre sem reconhecer no Ir.’. o propósito de existir, e para finalizar vou deixar algo amplamente falado no meio Maçônico, mas que muitos Maçons desconhecem:

Pergunto: Sois Maçom??

Resposta: Meus IIr.’. Como tal me reconhecem.... Vamos refletir: então se não o vejo como maçom, você não o é; simples, mas de muita profundidade, ou seja, não basta ser Iniciado, Elevado, Exaltado ou Estar como Venerável Mestre, se os outros Maçons, independente do Grau, da Potencia ou do Rito que pratiquem não o Reconhece como um legitimo e verdadeiro Ir.’. (Maçom)

Assim a base para um digno Maçom esta em sua Lapidação, mas acima de tudo em seu Polimento, suas habilidades em Respeitar as opiniões diferentes, tratar com Amor todos os seres deste Universo e viver em perfeita Harmonia, pois tudo é relativo.

Então o que é ser Maçom?

Ser Maçom é Amar a luz e aborrecer as trevas; ser amigo da Ciência e combater a ignorância, render culto a Razão e a Sabedoria. Isto é ser Maçon.

Ser Maçom é praticar a Tolerância, exercer a Caridade, sem distinção de raças, crenças ou opiniões, lutar contra a hipocrisia e o fanatismo. Isto é ser Maçon.

Ser Maçom é realizar, enfim, o sonho sublime da Fraternidade universal entre todas as lojas e todos os IIr.’.. Isto é ser Maçon.



setembro 24, 2022

OBSERVE SUAS MÃOS


Tema da redação do vestibular do ITA de 1961 foi “MINHAS MÃOS”.

Texto lindo e de muita sensibilidade.

Meu avô, com noventa e tantos anos, sentado no banco do jardim, não se movia.

Estava cabisbaixo, olhando suas mãos. Quando me sentei ao seu lado, nem notou minha presença.

E o tempo passava…

Sem querer incomodá-lo, mas querendo saber como ele estava, lhe perguntei como se sentia.

Levantou sua cabeça, me olhou e sorriu. ‘Estou bem, obrigado por perguntar’, disse com uma forte e clara voz.

Expliquei que não queria incomodá-lo, mas queria ter certeza de que estava bem, já que estava sentado, imóvel, simplesmente, olhando para suas mãos.

Então ele me perguntou: ‘Alguma vez já olhou para suas mãos? Quero dizer, realmente olhou para elas? 

Lentamente soltei minhas mãos das mãos de meu avô, as abri e as contemplei. Virei as palmas para cima e logo para baixo.

Creio que realmente nunca as havia observado. Queria saber o que meu avô queria me dizer.

Meu avô sorriu e me disse…

Pare e pense um momento sobre como suas mãos têm te servido através dos anos.

Estas mãos, ainda que enrugadas, secas e débeis têm sido as ferramentas que usei toda a minha vida para alcançar, pegar e envolver.

Elas puseram comida em minha boca e roupa em meu corpo.

Quando criança, minha mãe me ensinou a juntá-las em oração.

Elas amarraram os cadarços dos meus sapatos e me ajudaram a calçar minhas botas.

Estiveram sujas, esfoladas, ásperas, entrelaçadas e dobradas…

Foram decoradas com uma aliança e mostraram ao mundo que estava casado e que amava alguém muito especial…

Foram inábeis quando tentei embalar minha filha recém-nascida…

Elas tremeram quando enterrei meus pais, e quando entrei na igreja com minha filha no dia de seu casamento.

Elas têm coberto meu rosto, penteado meu cabelo e lavado e limpado todo meu corpo.

E, até hoje, quando quase nada de mim funciona bem, estas mãos me ajudam a levantar e a sentar e ainda se juntam para orar.

Estas mãos têm as marcas de onde estive e a dureza de minha vida.

Mas, o mais importante, é que são estas mãos que Deus tomará nas Suas quando me levar a Sua presença! ’

Desde então, nunca mais vi minhas mãos da mesma maneira.

Mas lembro quando Deus esticou Suas mãos e tomou as de meu avô e o levou à Sua presença.

Na verdade, nossas mãos são uma benção.

Cada vez que uso minhas mãos penso em meu avô, e me pergunto:

‘Estou fazendo bom uso delas?’

E sempre que minha consciência responde que ‘estou usando minhas mãos para praticar o bem, para trabalhar honestamente, que as estou usando para dar carinho e amparo a quem necessita’, sinto-me em paz…

E agradeço ao Criador por tamanha bênção, esperando que Ele estenda Suas mãos para que, também eu, um dia, possa nelas repousar!”

A vida acontece no presente, sempre.

Há somente o hoje, o agora, e este é o seu momento com Deus!

Agradeça, por tudo o que tens na vida…

E também pelas tuas mãos que, bondosas, ajudam a tornar o HOJE, um dia MELHOR!”

Autor desconhecido

setembro 23, 2022

JOSÉ BONIFÁCIO ERA MAÇOM ANTES DE SER GRÃO MESTRE? - Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz



Embora na 1ª Ata do Livro de Ouro do GOB tenha constado “foi nomeado por aclamação o *Irmão* José Bonifácio de Andrada” existe uma improfícua, discussão nos meios maçônicos de José Bonifácio ter sido iniciado na Maçonaria antes da fundação do Grande Oriente do Brasil, pois não haveria nenhum ato, documento ou registro que indicasse aonde e quando ele fora iniciado antes de se tornar Grão-Mestre.

Ora, a grande maioria dos Maçons daquela época foram iniciados na Europa, sobretudo em Portugal e muitos deles não apresentaram documentos comprobatórios de sua iniciação ou grau, como veremos nas Atas transcritas mais adiante.

Muitos se perguntarão, como pode uma instituição como é a Maçonaria, que segue rigorosamente uma escala hierárquica, estabelecendo para esse fim uma série de Graus que marcam os conhecimentos e a responsabilidade de seus membros, aclamar José Bonifácio ao mais alto cargo de Grão-Mestre não sendo ele um Maçom? Como Gonçalves Ledo pode concordar com essa situação se sempre foi extremamente rigoroso em aceitar Irmãos para as Lojas que não pudessem comprovar seus diplomas dos graus? É claro que José Bonifácio já era Maçom antes de ser aclamado Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil e tinha o nome histórico de *Pythagoras*, como se pode verificar na relação de obreiros da Loja 3 constantes da 2ª Ata já reproduzida.

Se foi ou não iniciado antes de ter sido Grão Mestre, não teria a menor importância, pois a nomeação de José Bonifácio, foi a forma encontrada pelo Povo Maçônico, capitaneado por Gonçalves Ledo, de estabelecer uma ligação mais próxima com D. Pedro, através de seu mais importante Ministro. É natural que Ledo também soubesse que o melhor meio de atrair o Príncipe Regente para a Maçonaria era fazer de seu Ministro o chefe da Instituição, o que de fato ocorreu.

Supondo que ele não era Maçom antes de ser aclamado Grão Mestre, tal ação teria sido algo inédito no âmbito da Maçonaria Universal? Não!

A grande maioria dos Grão Mestres da Grande Loja Unida da Inglaterra foram escolhidos entre não Maçons que possuíam títulos nobiliárquicos.

Em 1773, quando se tornou necessário realizar uma reforma de base, transformando a Grande Loja de França em Grande Oriente de França, procurou-se um homem forte que, com sua coragem e prestígio, fosse capaz de executar o que se pretendia, tendo sido proclamado, como Grão Mestre, um não iniciado, Louis Philippe Joseph d’Orleans, o Duque de Chartres, que passou para a história como sendo Felipe Igualdade. Ao aceitar o cargo, lhe foi concedido o Grau de Mestre.


Do livro *A História que a História não conta: A Maçonaria na Independência do Brasil* - Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

VENERALATO DE ESCOL - Roberto Ribeiro Reis

 




Roberto Ribeiro Reis da ARLS Esperança e União 2358 do Or. de Rio Casca (MG)


Posso afirmar, de imediato,

Que esta Loja é privilegiada,

Está sob batuta disciplinada

Dum Ir⛬ cortês e sensato.


Digno de exercer Veneralato,

Dado que todos o admiram,

Nele confiam e se inspiram,

Pois ele sabe agir com tato.


O líder augusto, cortês, nato,

Muito trabalha e não se cansa;

Voz serena, pacífica e mansa,

Tem humildade o seu mandato.


De boas ações é seu extrato,

Assessorado por nobre direção,

Obreiros de ímpar satisfação,

Que atingem fiel desiderato.


Mostrando ao bom candidato,

Que a Maçonaria é pura união,

Sinergia afável, luz ao coração,

Ordem ideal, em sentido lato. 


Nossa felicidade é, de fato,

Ser dirigido por grande Ir⛬

Que traz amor e gratidão, 

É o Maçom de fino trato! 



Roberto Ribeiro Reis ⛬

ARLS Esperança e União 2358 

Or ⛬ Rio Casca (MG)

1498 - DESCOBRIMENTO DO BRASIL



O primeiro português a vir às terras brasileiras não foi Pedro Álvares Cabral, ao contrário do que até hoje ensinam os manuais de história. O primeiro torrão de solo tupiniquim avistado pelos portugueses também não foi o Monte Pascoal, no sul da Bahia. O primeiro contato dos europeus com a terra brasilis tampouco ocorreu em 22 de abril de 1500. 

Pesquisadores portugueses, espanhóis e franceses revelam uma história muito mais fascinante e épica sobre a chegada dos navegadores portugueses ao Novo Mundo.

O primeiro português a chegar ao Brasil foi o navegador Duarte Pacheco Pereira, um gênio da astronomia, navegação e geografia e homem da mais absoluta confiança do rei de Portugal, d. Manoel I. Duarte Pacheco descobriu o Brasil um ano e meio antes de Cabral, entre novembro e dezembro de 1498. 

O primeiro português a confirmar que existiam terras para lá do Oceano Atlântico desembarcou aqui num ponto localizado nas proximidades da fronteira do Maranhão com o Pará. De lá, iniciou uma viagem pela costa norte, indo à ilha do Marajó e à foz do rio Amazonas. Quando regressou a Portugal, o rei ordenou-lhe que a expedição deveria ser mantida em sigilo. O motivo para que a descoberta fosse tratada como segredo de Estado era bastante simples: as terras encontravam-se em área espanhola, de acordo com a divisão estabelecida pelo famoso Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, quatro anos antes de Duarte Pacheco chegar à Amazônia”. 

“A base da tese gira em torno de um manuscrito, o "Esmeraldo de situ orbis", produzido pelo próprio Duarte Pacheco entre 1505 e 1508 e que ficou desaparecido por quase quatro séculos. Até no título, o documento revela seu caráter cifrado. "Esmeraldo" é um anagrama que associa as iniciais, em latim, dos nomes de Manoel (Emmanuel), o rei, e Duarte (Eduardus), o descobridor. 

"De situ orbis" significa "Dos sítios da Terra". "Esmeraldo de situ orbis", portanto, era "O tratado dos novos lugares da Terra, por Manoel e Duarte". Era um imenso relato das viagens de Duarte Pacheco Pereira não só ao Brasil, como à costa da África, principal fonte da riqueza comercial de Portugal no século XV. O rei d. Manoel I considerou tão valiosas as informações náuticas, geográficas e econômicas do "Esmeraldo" que jamais permitiu que ele fosse tornado público. Foi montado em cinco partes, com 200 páginas no total. As melhores provas sobre o descobrimento do Brasil aparecem no capítulo segundo da primeira parte. 

Resumidamente, o trecho diz o seguinte: "Como no terceiro ano de vosso reinado do ano de Nosso Senhor de mil quatrocentos e noventa e oito, donde nos vossa Alteza mandou descobrir a parte ocidental, passando além a grandeza do mar Oceano, onde é achada e navegada uma tam grande terra firme, com muitas e grandes ilhas adjacentes a ela e é grandemente povoada. Tanto se dilata sua grandeza e corre com muita longura, que de uma arte nem da outra não foi visto nem sabido o fim e cabo dela. É achado nela muito e fino brasil com outras muitas cousas de que os navios nestes Reinos vem grandemente povoados." 

As novas pesquisas sobre a verdadeira história do descobrimento sepultam definitivamente a inocente versão ensinada nas escolas de que Cabral chegou ao Brasil por acaso, depois de ter-se desviado da sua rota em direção às Índias. O trabalho dos historiadores, dos antropólogos e cartógrafos, dá cores e tons muito mais fortes à epopéia do descobrimento. Até consolidar sua presença nessa – até então – desconhecida parte do mundo, portugueses e espanhóis se envolveram num fascinante jogo de traição, espionagem, blefes e chantagens.

O mais recente trabalho a sustentar que Duarte Pacheco foi o verdadeiro responsável pelo descobrimento foi publicado no ano passado em Portugal. Intitulado “A construção do Brasil”, é de autoria do historiador português Jorge Couto, 46 anos, professor da Universidade de Lisboa. Couto é considerado o principal especialista português em história do Brasil.


Ilustração: "Esmeraldo de situ orbis", produzido pelo próprio Duarte Pacheco.