outubro 13, 2022

ABERRAÇÃO DE HOJE, TRADIÇÃO DE AMANHÃ - Almir Sant'Anna






(Finalmente encontrei um texto esclarecedor de um grande autor maçônico nacional, que corrobora o que venho apontando há 25 anos, desde a 1ª Edição do meu livro *Smbologia Maçônica dos Painéis: Lojas de Aprendiz, Companheiro e Mestre*, sobre a inadequada utilização dos Painéis ingleses do Ritual de Emulação (Rito de York – GOB) no REAA praticado pelas Potências confederadas à CMSB e algumas confederadas à COMAB). Vamos ao texto:

“Falando em contestação, é necessário olhar com isenção até mesmo aquilo que parece desafiar ‘umas das nossas mais caras tradições’. Querem ver um exemplo? Pois aqui vai:

“Em 1927, o Irm. *Mário Marinho de Carvalho Behring* separou o Supremo Conselho do Grande Oriente do Brasil e, para que o Supremo pudesse sobreviver, deu cartas constitutivas a nove Grandes Lojas. Foi então criado um ritual para cada um dos três Graus Smbólicos, com a bênção do Soberano Grande Comendador e por ele registrados na Biblioteca Nacional. Para facilitar, padronizar e economizar, foram todos impressos na *Typographia Delta* no Rio de Janeiro, e distribuídos às novas Grandes Lojas.

“Até aí tudo bem. Só que foram introduidos novos painéis para os graus que nada tinham a ver com o Rito Escocês Antigo e Aceito. Isso mesmo. Tinham a ver com o Rito Inglês Moderno, aquele criado para a união das duas Grandes Lojas rivais inglesas em 1813.

“Esses painéis foram criados por um renomado pintor de miniaturas chamado *John Harris*. Iniciado em 1818, Harris começou a desenhar, gravar e imprimir painéis para os Graus. Em 1845, houve uma competição e os painéis de Harris foram adotados pela *Emulation Lodge of Improvment*.

“Os Maçons escoceses pertencentes às Grandes Lojas que visitarem uma Loja trabalhando no ritual Emulação vão encontrar nela os mesmos painéis do seu ritual escocês. Vá você dizer que aqueles painéis são do Rito Inglês Moderno! Para começar, a maioria nunca ouviu falar desse Rito. Mesmo se você disser que são do Rito de York, ainda assim eles vão reclamar.

- Ei, alto lá! Esses são os painéis do meu Rito!

“É o que eu estava dizendo antes: a aberração de hoje é a tradição de amanhã (...) os painéis que estão nos rituais das Grandes Lojas são utilizados, desde o século XIX em todos os rituais aceitos pela Grande Loja Unida da Inglaterra. São mais de dez, incluindo, é claro, o *Emulação*. Todos esses rituais derivam daquele compilado pela Loja de Promulgação, a partir de 1809, para a união das duas Grandes Lojas de que falei.

(Sinto-me extremamente honrado e agradecido pelo Irm.’. João Guilherme Ribeiro ter prefaciado o meu *Dicionário de Símbolos Maçônicos: Graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre*)

Excerto do livro *Os Fios da Meada*

outubro 12, 2022

MOMENTO 133 - Adilson Zotovici







Unamo-nos livres pedreiros

O momento é de comunhão 

Pelos ideais sobranceiros 

Da tão Sublime Instituição 


Manter a unidade obreiros 

Contra a mixórdia, a desunião 

A discórdia, por desordeiros, 

Inimigos da nossa Nação 


Sem aflições nos canteiros 

Sem cisões, qual Hermon e Sião 

Ungidos iguais os cavaleiros


 No “ Salmo”, cabal a dimensão... 

Que o Senhor Traçou aos obreiros 

Viverem em perenal união ! 



O MITO INICIÁTICO: PINÓQUIO











Pinóquio é um mito e também uma alegoria esotérica de cunho estritamente espiritual. Infelizmente nos dias de hoje o arcano contido na história do Pinóquio passa despercebida aos olhos dos profanos e também da grande maioria dos iniciados. Pinóquio é uma história em forma de ensinamento que visa o despertar da consciência e trazer auto-conhecimento.

Creio que todos conhecem a história do Pinóquio, principalmente aqueles que já devem ter assistido ao desenho original da Disney.

O criador original do personagem Pinóquio foi o escritor e maçom italiano Carlo Lorenzini Collodi no ano de 1881. 

Lorenzini era um maçom ligado aos Ritos Esotéricos de Misraim, sendo ativista político e escritor de vários jornais da época. Possuidor de um senso muito crítico, ele estava acostumado a criar personagens sátiros para expor a sua visão política daquele momento.

As aventuras de Pinóquio, criada em 1883, era uma fábula infantil sobre as aventuras e desventuras de uma marionete em sua ansiosa busca para se tornar um menino real de carne e osso (ou seja, o homem encarnado quer se tornar Deus, independente e autoconsciente).

O Mito Pinóquio, assim como a maioria das obras e símbolos esotéricos, tem duas maneiras de serem compreendidas, (assim como os mitos e símbolos maçônicos), possuindo o seu lado profano ou “eXotérico”, voltado exteriormente aos leigos, e a outra parte iniciática “eSotérica”, que possui toda uma simbologia com ensinamentos secretos (arcanos) importantes, os quais não passam desapercebidos pelos verdadeiros iniciados do esoterismo, que veem além da narrativa inocente e tola dos acontecimentos.

Em Pinóquio, Lorenzini tomou todos os cuidados ao criar uma narrativa que segue à risca uma antiga tradição dos textos esotéricos e místicos, com uma estória simples e direta que faz todo sentido para a grande massa e outra com um significado oculto e também direto aos místicos e esotéricos.

No desenho, Pinóquio é o boneco teimoso e mentiroso, de caráter duvidoso, que tem no velho ARTESÃO Gepeto o seu criador. É aqui que começam os ensinamentos ocultos, pois Gepeto deve ser visto como o Demiurgo (criador do universo), citado por Platão em suas sobras. 

Gepeto (assim como Demiurgo), é o deus menor entre os deuses do mundo material. É uma entidade que cria os seres não evoluídos e imperfeitos, que por isto devem evoluir, passar pelos percalços da vida física até se tornarem perfeitos.

Após criar o boneco (humanidade) ,Gepeto (o Demiurgo) vibra feliz com a sua mais nova criação. Porém sente que o boneco (humanidade) não está completo, então pede ajuda ao Grande Deus para que insufla no Pinóquio (Adam) o fôlego da vida (Nefesh), que transformaria o boneco em uma pessoa de verdade, ou seja, traria a luz vivificante ao homem de barro ainda inerte. 

A fada que aparece para dar ao boneco sua “centelha de luz universal” é a representação da “Mãe Divina” (Sophia), ou seja, a “Mente Universal” que concedeu a consciência a todos os seres vivos.

A fada concede a Pinóquio o dom da vida (Nefesh), do livre arbítrio (Ruach), porém ele ainda não é um menino de verdade, por que a vida real de um “homem autêntico” só tem início quando ele realmente se “ilumina” com Neshamah.

Na maçonaria esotérica (Rito Misraim) afirma-se que: “A iluminação espiritual humana é algo que se conquista através da utilização da força de vontade (malho) unida a inteligência (cinzel)”, ou seja, autodisciplina e autoconhecimento. Somente assim Sophia concede a gnose a alma humana.

Pinóquio começa então a sua grande jornada em busca da sua “iluminação”, processo que inicia a partir de um pedaço inerte de madeira bruta sem vida (Pedra Bruta), para se tornar num homem consciente e autêntico. Entretanto um processo de amadurecimento interior deve ocorrer para tal mudança, pois Pinóquio (homem caído ou imperfeito) deve lutar contra os desejos primitivos dos instintos e também contra todas as tentações carnais, colocando-se muitas vezes em luta contra a sua própria consciência (sua consciência é simbolizada pelo Grilo-Falante ). Quando Pinóquio mente ao grilo falante, é nosso ego inferior querendo argumentar e justificar algum erro, porém nossa consciência mais profunda sabe o que é certo e errado. Outro fato interessante, que tange a constituição oculta do homem, é que ao mentir, o nariz de Pinóquio cresce, da mesma forma como o homem, ao mentir, o sangue sempre se acumula no nariz, causando desconforto e até coceira.

Sendo o primeiro desafio da sua jornada, a de obter o conhecimento (simbolizado pela escola que Pinóquio iria frequentar), Pinóquio prossegue sua jornada de aperfeiçoamento humano e uma série de acontecimentos e tentações atravessam seu caminho.

No caminho para a escola (busca do conhecimento – Gnose), Pinóquio encontra uma raposa e um gato (Mente inquiridora e Egoísmo), os quais tentam desviar Pinóquio para “um caminho mais fácil”, que na história é o caminho da fama e do sucesso. Entretanto a sua consciência (Grilo Falante) o adverte a todo instante, sem êxito, pois Pinóquio sucumbe às faculdades do seu ego (astúcia da mente inquiridora representada pela raposa e egoísmo do eu inferior representado pelo gato) aceitando ser vendido a um Circo de fantoches (mundo repleto de seres humanos alienados e iludidos).

Logo Pinóquio já estará acostumado com todos os gozos e benefícios do caminho mais fácil, que são: - fama, fortuna e a companhia das lindas marionetes.

Durante este caminho escolhido, Pinóquio descobre dolorosamente que não poderá mais ver o seu criador novamente, pois todos os bens e dinheiro que ele ganha no circo (mundo material) somente permite enriquecer o dono do circo (Satã, o Opositor, o Rei desse mundo material), e que no final do caminho, quando ele não for mais de utilidade ao circo (mundo material), ele terá um destino triste pouco glorioso.

Só então ele se dá conta de que “vendeu sua alma” ao dono do Circo (Satã, Deus desse mundo inferior) que representa o mundo cheio de desejos carnais mais vulgares.

Pinóquio então recorda a sua consciência e passa então, a tentar escapar daquela prisão em que se tornou o circo (mundo material), porém agora, somente uma intervenção divina poderia salvá-lo.

Somente quando se arrepende e reconhece a sua fraqueza, os seus erros e falhas, que a fada (a Mãe Divina) o liberta.

Ao tentar voltar ao caminho da escola (busca do conhecimento) ele novamente é interrompido pela figura da raposa (mente questionadora), que dessa vez atrai Pinóquio para a “Ilha dos Prazeres ”, um lugar onde não existem escolas e nem leis, onde as crianças podem fazer o que quiserem, tudo sob olhar atento da  sinistra figura do “Cocheiro”, que representa o guardião do Umbral.

A iIha do prazeres simboliza nossa “vida profana” no mundo, cujas principais características são a ignorância da verdade e a busca vagabunda pela satisfação imediata das necessidades corporais, ou seja, o profano (vulgo ou homem comum) vive somente e tão somente em busca da realização dos desejos e impulsos mais superficiais e baixos.

O Cocheiro (Guardião do Umbral) obviamente incentiva esse comportamento vagabundo, pois sabe que isso é perfeito para seus objetivos de obter mais escravos para seus propósitos deste mundo inferior. Na história isto é representado pelas crianças que logo começam a se transformar em burros, os quais são utilizados pelo Cocheiro para trabalhar como animais escravos em uma mina de ouro.

Pinóquio logo começa a também se transformar em um burro, ou seja, ele é um ser totalmente material dominado pelo seu ego (eu inferior), ele é alguém que já abandonou quase que completamente o seu contato com seu Eu divino superior, a sua consciência espiritual. 

Novamente Pinóquio toma consciência de ter tomado o caminho errado, e consegue escapar da vida profana, recuperando sua consciência. 

Assim Pinóquio retoma ao seu caminho devido de volta para casa, para reintegrar e estar junto de seu pai, o seu Criador – O Demiurgo Gepeto.

O próprio nome Gepeto é simbólico, pois deriva do italiano Giusepe, ou seja, José, Pai de Jesus.

Voltando ao mito Pinóquio, quando ele enfim chega em casa, Pinóquio percebe que a casa está vazia, e que Gepeto havia saído e ido ao seu encontro, porém no caminho, Gepeto havia sido engolido por uma baleia.

Pinóquio então salta na água e ele é engolido pela baleia também, e por fim encontra seu criador dentro da Baleia (o homem encontra a pedra oculta – VITRIOL). 

Essa é uma parte muito interessante, pois nos revela que a iniciação final do boneco Pinóquio (o homem) que deseja se tornar um menino de verdade (ser iluminado) está chegando ao seu fim, pois o ventre escuro do animal baleia representa que a verdadeira busca está dentro de si e não fora. Quando Pinóquio se encontra na escuridão e procura a luz que dá acesso a saída daquele local, isto representa a busca humana pela luz espiritual, a luz da consciência plena e sem obscuridades que liberta o humano da sua condição animal.

É importante notar que essa parte do desenho tem um grande significado oculto e esotérico, baseado no “Livro bíblico de Jonas” que é uma leitura obrigatória ao iniciado maçom esotérico. (falaremos sobre Jonas mais adiante).

Finalmente, Pinóquio conseguiu superar as dificuldades e obter o seu aprendizado. Ele se livrou da escuridão da ignorância (o interior da baleia), emerge da tumba ressuscitado (assim como a conhecida história de Jesus) e agora ele é o menino de verdade, ou seja, um homem iluminado com Neshamah, liberto da vida material. 

Pinóquio agora consegue abraçar o seu Grilo-Falante (o eu interior, eu superior e divino), ganhando da sua fada um distintivo de OURO, perfeito simbolismo do seu sucesso “alquímico” interior de transformar madeira bruta em ouro, ou seja, a consciência inferior do boneco de madeira em uma mente iluminada do menino de verdade. 

Pinóquio é uma fábula espiritual riquíssima, descrevendo a busca interior pela consciência do EU superior e o seu verdadeiro lugar no universo perante a consciência de Deus.

Pinóquio é uma fábula de conteúdo iniciático místico e esotérico inspirado no clássico “Jonas e a Baleia” que conforme veremos a seguir, é uma poderosa e importante obra do conhecimento para se alcançar a “iluminação”.

Jonas é um personagem bíblico que recebe a ordem dada por Deus (Demiurgo) para ir para a cidade de Nínive profetizar, porém Jonas o desobedece e foge, tomando um barco que ia para o lado oposto (ou seja, o profano busca os bens materiais e não os espirituais). 

Então sobrevém uma forte tempestade. O capitão desesperado, decide procurar Jonas que havia descido para o porão e encontra-o deitado, dormindo em um sono profundo. 

O Capitão do navio lhe diz: “Como podes dormir tão profundamente? Como podes dormir no meio deste desespero que nos faz sucumbir? Porque não és capaz de nos ajudar a tentar sobreviver?” 

Jonas então revela ao capitão do navio que havia desobedecido a Deus, e pede que lhe joguem ao mar.  

Logo que Jonas cai ao mar a Tempestade cessa. Dentro do mar, Jonas é engolido por uma enorme baleia, dentro da qual ele passa 3 dias e 3 noites orando a Deus e pedindo que lhe dê uma segunda chance. Assim Deus lhe perdoa e Jonas é liberto do interior da baleia, seguindo doravante o seu destino.

A história de Jonas é realmente uma lenda da iniciação nos grandes mistérios, pois a baleia ou o “grande peixe” representa a escuridão da ignorância que domina o homem quando ele é jogado para o fora do navio (ou seja sai do seguro reino celestial para aqui nascer) no mar (vida terrena).

Quando usado como um símbolo do mal, o peixe representa a natureza animal e inferior do homem em seu próprio túmulo (corpo físico). 

Assim Jonas passou três dias e três noites no ventre do “grande peixe”, da mesma forma como Cristo passou três dias e três noites no seu sepulcro. 

Assim como Pinóquio, Jonas é o arquétipo do homem caído ou deitado, que está adormecido na matéria, do homem que não quer se levantar e não quer cumprir sua missão. 

Jonas é o arquétipo do homem que foge da sua missão, que foge da sua verdadeira natureza ou identidade divina, que foge do verbo interior, que foge da sua vocação, da sua realização.

Quando Jonas dentro da baleia decide retomar seu caminho, ele não teme mais nada. É a fênix que renasce das cinzas. É Osíris que morto, renasce em Hórus (Ouros). É Jesus, morto crucificado, renasce como Cristo ressuscitado.

Há momentos em nossas vidas que não podemos mais mentir para nossa própria consciência. Chega uma hora em nossa vida que nós somos obrigados a ser autênticos conosco mesmos, não podemos mais fugir. 

Assim como no mito Pinóquio, o arquétipo da história de Jonas é um convite para que nós mergulhemos nas profundezas de nosso inconsciente, para passarmos através das nossas próprias sombras (raposa e o gato no mito Pinóquio), para após passarmos pela experiência da morte, aceitarmos nossa missão, nossa condição como humanos mortais e descobrirmos, em nós mesmos, a nossa essência imortal (alma espiritual). 

Ir de encontro ao destino é realizar plenamente o potencial que está desde a eternidade dentro de nós. 

É ouvir o chamado, atentar e responder à ele. É desabrochar todas as nossas potencialidades e seguir nossa vocação pré-escolhida antes de nascer neste mundo. 

Saibam que estranhamente o mundo costuma nos corresponder quando agirmos assim, sem covardia.

Uma das formas de saber se realmente estamos indo no bom caminho e que estamos fazendo aquilo para o qual nascemos, é parar e perceber se o mundo está nos abrindo as portas e que, se mesmo nós nos negando a usufruir dos seus benefícios, nós continuaremos os tendo a disposição.

Como sempre, deixo que cada um tire suas próprias conclusões, pois todo iniciado deve compreender que não existe uma verdade absoluta, mas apenas parcial, fruto da pesquisa pessoal, da opinião própria e consciente.

.•.FILÓSOFO VELADO

outubro 11, 2022

V.I.T.R.I.O.L



VITRIOL é a sigla de uma expressão latina que significa:

... "Visita Interiorem Terrae, Rectificando, Invenies Occultum Lapidem"... ,

que traduzida, fica assim: “Visita o Centro da Terra, Retificando-te, encontrarás a Pedra Oculta” (ou Pedra Filosofal). 

A filosofia dos antigos alquimistas nos ensina o significado misterioso dessa expressão, quando transfere sua equivalência para o trato da condição humana:

“Visita o Teu Interior, Purificando-te, Encontrás o Teu Eu Oculto”.

Nesse objeto, o ‘Eu Oculto’ significa: ‘a tua mais profunda essência’. 

Vitriol é o símbolo universal da constante busca pela pedra filosofal, que finalmente alude ao esforço que o homem faz para melhorar a si mesmo e o mundo a sua volta.

É o "abre-te Sésamo" da existência.

É a viagem exploratória das terras do coração.

É urgente afirmar que a exploração do espaço interior é muito mais importante que a exploração do espaço exterior.

Ir à Lua, ou a Mercúrio certamente acrescentará importantes medidas ao conhecimento humano, todavia, serão conhecimentos meramente transitórios, que a nível metafísico servem apenas como metáforas ao verdadeiro ser, que é o Eu interior. 

A meta do discípulo é se libertar das algemas do tempo, sujeitando o material e transitório em função da evolução do corpo espiritual.

Não jogue fora o tempo!

Aproveite cada oportunidade que te é oferecida na linha da vida, entre o ponto do seu nascimento e o derradeiro ponto que simboliza sua morte física. 

Saiba que a reta do tempo já existia antes do ponto onde nascemos e continuará existindo após nossa partida.

Alguém escreveu em um blog na Internet: “A palavra vida explica o que é a vida.

A vida é só um ‘V’. Todo resto é ida”, por isso é urgente encontrarmos e vivermos a utilidade da nossa existência física. 

O ideal da identidade existencial deve ser buscado como um garimpeiro busca um tesouro.

Identidade é estar no caminho de si mesmo. 

“Sempre é bom termos consciência de que dentro de nós há alguém que tudo sabe” (Hermann Hesse).

O Ser interior é o seu verdadeiro Eu – o seu Espírito, gerado em Deus antes que o Universo fosse criado.

Quem busca a evolução espiritual deve diariamente praticar o exercício da autoanálise.

Nas palavras do Apóstolo Paulo: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo” (1Co 11.28).

Nas palavras de Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo”.

Esse exercício é sempre a melhor metodologia para ascender ao próximo degrau da elevação do Ser.

A autoanálise tem uma função vital no processo de evolução espiritual.

É sempre o melhor método para se aparar as arestas da pedra bruta.

Na medida em que praticamos esse exercício, descobrimos que sempre existe alguma ponta ou saliência indesejada que precisa ser removida pelo cinzel e pela marreta da lei, da moral, da razão e do alinhamento vocacional.

Naturalmente sua mente racional vai tentar te proteger alegando suas razões.

A autopiedade e a autojustificação aparecerão no tribunal para testemunharem a seu favor.

Será aberta a sessão do tribunal da consciência onde a sua racionalidade vai advogar em favor do seu conforto existencial, o que na maioria das vezes significa permanecer jogando para debaixo do tapete das emoções os entulhos mais esquisitos.

Sua razão vai articular afirmando à sua consciência que você não fez nada de errado.

Vai tentar te convencer de que quando você deu aquela má resposta, ou cometeu aquela infração, você estava com a razão e que era aquilo mesmo que você deveria ter dito ou praticado. 

Todo mundo já viveu algo assim!

Suponha que a sua racionalização te convença de que, o que você fez, foi a coisa certa, e mesmo estando com a ‘razão’ do seu lado, você ainda não está conseguindo dormir em paz.

Seu coração continua apertado e a dor proveniente do âmago do Ser ainda persiste.

Não abandone o exercício da Auto-análise!

Nesse processo você vai perceber que por detrás dos nossos erros sempre está a sombra negra do egoísmo.

A partir desse momento você vai parar de olhar somente para suas próprias razões.

Vai notar que o mundo não gravita à sua volta e que o outro também tinha as razões dele, ou que talvez o outro, assim como você, também não se encontrava em seu melhor dia e por isso também não foi a melhor pessoa, e que também, como você, precisa de redenção.



outubro 10, 2022

INTELIGENCIA ARTIFICIAL PENSANDO POR SI MESMA - Alexandre Winetzki

 


Alexandre Winetzki é CEO da Woopi de diretor de P/D da Stefanini

O mundo da Inteligência Artificial ( IA ) não tem muita gente. Alguns milhares de profissionais ao redor do mundo, que lêem artigos nos mesmos lugares, frequentam os mesmos eventos e, cada vez mais, trabalham nas mesmas poucas empresas.

Para essa gente discreta, um dos assuntos favoritos do café é quando, e se, o que chamamos de IAG ( Inteligência Artificial Geral ), será finalmente criada. As apostas vão de ´estamos quase lá´ a ´nunca´, o que é, como você leitor notou, uma margem de tempo bastante flexível.

IAG, a propósito, define o momento em que um sistema de IA adquirirá consciência e passará a tomar suas próprias decisões de aprendizado e desenvolvimento. Também se acredita que, uma vez ultrapassado esse patamar, essa ´inteligência´ superará rapidamente a nossa, ameaçando o mundo como o conhecemos. Eu sei, eu sei, soa como filme de Hollywood, mas um monte de gente boa acredita que isso vai acontecer, e livros como Sapiens e principalmente The Age of Spiritual Machines, de Ray Kurzweil, guarde esse nome, tratam do tema extensivamente, ainda que nunca deixe de parecer ficção científica.

Pois os papos no café ganharam um impulso poderoso algumas semanas atrás quando um engenheiro do Google chamado Blake Lemoine apareceu num artigo do Washington Post ( Wapo ) afirmando que laMDA,um experimento da empresa onde trabalha que se pretende um criador de chatbots super eficiente, havia ganhado vida.

A maioria dos especialistas afirmou que o que Blake dizia não fazia sentido. Eu disse exatamente a mesma coisa quando ouvi a notícia de segunda ou terceira mão. Afinal, Large Language Models ( LLM´s, vou explicar mais prá frente o que são ), não pensam, algum jornalista estava simplificando algo complexo, e o tal Blake devia estar tentando se promover.

Dois dias depois o assunto continuava esquentando no nosso canto nerd do mundo, e eu acabei lendo excelentes artigos, como este, de Gary Marcus, reafirmando o que eu já dava como certo, o artigo do Wapo era exagerado, quase histérico ( Nonsense de Salto Alto, segundo Marcus). LLM´s não pensam, e o mundo está cheio de gente querendo aparecer com notícias bombásticas.

Mas como eu precisava de algum argumento para jogar na roda, resolvi ler o artigo original do jornal americano, que não mudou em nada minha opinião, apenas me deu vontade de passar os olhos pela transcrição completa da conversa entre o engenheiro e o sistema LaMDA, publicado no Medium. Porque eu sei todos os truques que um modelo de processamento de linguagem guarda na manga, em dois minutos eu identificaria meia dúzia deles e o assunto estaria resolvido na minha cabeça. Então eu li, e gostaria de ter uma alegoria melhor do que ´quase caí para trás´.

Porque eu não quase caí de fato, estava bem sentado. Mas depois eu reli, e reli ainda outra vez, e acabei indo buscar madrugada adentro dezenas de artigos mais ou menos técnicos, entrevistas de Blake Lemoine, especificações de sistemas que ele menciona como parte do laMDA e quem são os cientistas e técnicas envolvidos no que o Google chama de ´experimento´.

E resolvi escrever não apenas um artigo, mas uma série deles, explicando o que essa conversa entre um engenheiro e um sistema significa para nossa estrutura social, com ramificações que irão de política a relacionamentos, do mercado de trabalho ao entretenimento. Enfim, a quase tudo o que nos cerca.

Mas o que me fez soar tão bipolar ? Na terça-feira eu dei de ombros porque, como toda semana, alguém estava exagerando o estágio de desenvolvimento e o potencial real da IA. E na sexta eu já acreditava que estamos batendo as portas de uma revolução que vai transformar a maneira como vemos e interagimos com o mundo.

São três razões principais (e espero que você volte semana que vem para o próximo artigo):

1.    Modelos de linguagem natural não deveriam ser capazes de guardar contextos temporais e pessoais

2.    Não deveriam ser capazes de ler e interpretar textos complexos, muito menos debater diferentes perspectivas a respeito do que leram

3.   Modelos de linguagem natural não deveriam discutir ´seus sentimentos´, (as aspas são propositais), de maneira consistente e homogênea, nem expressar uma visão de mundo clara e coerente, apoiada e reforçada pelos dois itens acima.

Continuo na próxima segunda-feira 

 

O SIMBOLISMO DO REI SALOMÃO PARA A MAÇONARIA - Michael Winetzki


Nos ritos maçônicos de origem francesa costuma-se chamar a cadeira do VM de “Trono de Salomão”. Essa denominação tem caráter simbólico e significa que o VM, deve exercer, na condução da Loja, sabedoria, bondade, justiça, e boa administração assim como fez o Rei de Israel.

É oportuno saber especialmente no grau de Mestre, como viveu o Salomão, quais foram as suas ações, seu pensamento e a simbologia de seus atos. Salomão, em hebraico “Schlomo”, em árabe “Suleiman” deriva da raiz Shalom, que significa PAZ, no caso “pacífico” ou também “pacificador”. Sua história se encontra nos capítulos 1 a 11 do primeiro Livro de Reis e no segundo livro de Crônicas (capítulos 1 a 9).

Governou Israel de 960 a 922 AC. Diplomata sensato e habilidoso não só manteve o reino herdado do seu pai, o Rei Davi, como levou o levou a máxima extensão, governando de Damasco (hoje na Síria) a Petra (atualmente na Jordania). Muitas de suas alianças econômicas e militares foram proporcionadas por seus casamentos. Consta que teve 700 esposas e umas 300 concubinas.

Dotado de grande sabedoria e habilidade nos negócios construiu uma grande frota, criou e explorou rotas comerciais com o Egito, Arábia, Mesopotâmia, entre o Mar Vermelho e Ofir, a atual Somália, comercializando ouro, prata, madeiras nobres, joias, marfim e alimentos. Construiu fundições de cobre, minas de prata no Sinai, as famosas Minas do Rei Salomão, desenvolveu a criação de animais e a construção civil, as artes e ciências como a literatura, história, filosofia e música, e na sua época se inicia a redação do Pentateuco, a Torah.

Construiu instalações militares e comerciais, palácios, tribunais, e sua obra máxima, o Templo de Jerusalém que levou sete anos para ser construído e foi inaugurado no 11o ano de seu reinado.

Importante para o simbolismo maçônico é o pedido que fez ao Senhor para lhe dar sabedoria. A prece foi feita em GABAON, cidade conquistada por Josué ao norte de Jerusalém, Como o hebraico não tem vogais, as letras que denominam a cidade também podem ser lidas GIBEON, GIBRAN OU GIVON. O Livro Santo nos conta em I Reis, 3:4 “Foi o Rei a Gabaon para lá sacrificar, pois era o altar principal e mil holocaustos sacrificou Salomão naquele altar” quando solicitou sabedoria.

A tradição da Igreja Ortodoxa Copta da Etiópia conta que Salomão teve um filho com a Rainha de Sabá, chamado Menelik I, que viria a ser o futuro Rei da Abissínia, (atualmente Etiopia) e cuja descendência afirmam permanece até os dias de hoje. A história conta que foi Menelik que tirou a Arca da Aliança do Templo de Israel e a levou para seu reino, onde permanece até hoje numa gruta, na Igreja de Santa Maria do Sion, na cidade de Akum, norte da Etiópia, guardada por uma ordem monástica altamente reclusa.

A construção do Templo foi provida com trabalho escravo ou forçado e praticamente esvaziou o tesouro para pagar as despesas oriundas de importações de materiais e construtores especialmente de Tiro, atual Líbano. O aumento dos impostos gerou grande descontentamento popular. Nesta época criou 12 distritos administrativos que não coincidiam com a fronteiras históricas das tribos, e além disso obrigou cada distrito a pagar por um mês as despesas da corte, isso criou graves crises e seu reinado.

Nos últimos anos de vida sua moral também decaiu. Por influência das esposas passou a adorar deuses pagãos, teve comportamentos e atitudes que desagradaram a ortodoxia do judaísmo e ao morrer seus herdeiros dividiram e enfraqueceram o Reino e sua dinastia acabou.

São atribuídos a Salomão três dos livros bíblicos e alguns salmos: O Livro dos Provérbios, o Eclesiastes e o Cântico dos Cânticos. O Livro dos Provérbios é sobre a sabedoria da vida. Eclesiastes (aquele que congrega) é um livro de autorreflexão sobre a filosofia humana e Cântico dos Cânticos é um livro de amores eróticos, carnais, sublimado em linda poesia.

São lhe atribuídos também outros livros apócrifos, como a Chave de Salomão, o Testamento de Salomão e ainda outros, todos falsos.

No Livro Eclesiastes encontramos o pensamento de Salomão, que passeia por sua mente sem plano definido, que se repete e se corrige, mas repleto de filosofia e sabedoria.

Todos conhecemos os seus ensinamentos: Vaidade das vaidades... Que proveito tira o homem com o trabalho com que se afadiga debaixo do sol. Uma geração vai, uma geração vem e a terra sempre permanece.... e prossegue lamentando até o final – O que foi, o que se fez, se tornará a fazer, nada há de novo debaixo do sol!

Para Salomão, que foi o mais rico e mais sábio entre os homens, tudo é decepcionante, a riqueza, o poder, o amor, até mesmo a vida. Ele escreve: a finalidade da vida é a velhice e a morte. Diz ainda: A morte atinge a todos, sábios e néscios, ricos e pobres. Salomão se alegra com as modestas alegrias da existência. É atormentado pelo mistério do Além. Afirma que Deus não deve prestar contas. Enfim, lista um longo código de ética baseado nas leis naturais.

A vida de Salomão é um exemplo de erros, acertos e contradições. Para os maçons fica o exemplo da fase brilhante do Rei: sabedoria, justiça, paz, boas relações, enfim, AS VIRTUDES. Mas sua vida nos alerta também para o declínio e decadência moral, a inépcia e ignorância, OS VÍCIOS.

É a maçonaria que estabelece os marcos do caminho reto que devemos seguir, do esforço e dedicação necessários, simbolicamente o desbastar da pedra bruta, para que ao final do trajeto possamos finalmente vislumbrar a luz.

Como ensinam nossos rituais: Irradiar por toda parte a luz que recebestes, procurai na sociedade as inteligências livres, os corações bem formados, os espíritos elevados, que fugindo dos preconceitos e da vida fácil buscam uma vida nova, e podem se tornar elementos poderosos para a difusão dos princípios maçônicos, - assim como são os ensinamentos do Rei Salomão.

outubro 09, 2022

20 DICAS PARA ESCREVER BEM - JB Oliveira



1. Evite repetir a mesma palavra, porque essa palavra vai se tornar uma palavra repetitiva e, assim, a repetição da palavra fará com que a palavra repetida diminua o valor do texto em que a palavra se encontre repetida!

2. Fuja ao máx. da utiliz. de abrev., pq elas tb empobrecem qquer. txt ou  mensag. que vc. escrev.

3. Remember: Estrangeirismos never! Eles estão out! Já a palavra da língua portuguesa é very nice! Ok?

4. Você nunca deve estar usando o gerúndio! Porque, assim, vai estar deixando o texto desagradável para quem vai estar lendo o que você vai estar escrevendo. Por isso, deve estar prestando atenção, pois, caso contrário, quem vai estar recebendo a mensagem vai estar comentando que esse seu jeito de estar redigindo vai estar irritando todas as pessoas que vão estar lendo!

5. Não apele pra gíria, mano, ainda que pareça tipo assim, legal, da hora, sacou? Então joia. Valeu!

6.  Abstraia-se, peremptoriamente, de grafar terminologias vernaculares classicizantes, pinçadas em alfarrábios de priscas eras e eivadas de preciosismos anacrônicos e esdrúxulos, inconciliáveis com o escopo colimado por qualquer escriba ou amanuense. 

7. Jamais abuse de citações. Como alguém já disse: “Quem anda pela cabeça dos outros é piolho”. E “Todo aquele que cita os outros não tem ideias próprias”!

8. Lembre-se: o uso de parêntese (ainda que pareça ser necessário) prejudica a compreensão do texto (acaba truncando seu sentido) e (quase sempre) alonga desnecessariamente a frase.

9. Frases lacônicas, com apenas uma palavra? NUNCA!

10. Não use redundâncias, ou pleonasmos ou tautologias na redação. Isso significa que sua redação não precisa dizer a mesmíssima coisa de formas diferentes, ou seja, não deve repetir o mesmo argumento mais de uma vez. Isso que quer dizer, em outras palavras, que não se deve repetir a ideia que já foi transmitida anteriormente por palavras iguais, semelhantes ou equivalentes.

11.  A hortografia meresse muinta atensão! Preciza ser corrijida ezatamente para não firir a lingúa portuguêza!

12.  Não abuse das exclamações! Nunca!!! Jamais!!! Seu texto ficará intragável!!! Não se esqueça!!!

13.  Evitar-se-á sempre a mesóclise. Daqui para frente, pôr-se-á cada dia mais na memória: “Mesóclise: evitá-la-ei”! Exclui-la-ei! Abominá-la-ei!”

14.  Muita atenção para evitar a repetição de terminação que dê a sensação de poetização! Rima na prosa não se entrosa: é coisa desastrosa, além de horrorosa!

15.  Fuja de todas e quaisquer generalizações. Na totalidade dos casos, todas as pessoas que generalizam, sem absolutamente qualquer exceção, criam situações de confusão total e geral.

16.  A voz passiva deve ser evitada, para que a frase não seja passada de maneira não destacada junto ao público para o qual ela vai ser transmitida.

17.  Seja específico: deixe o assunto mais ou menos definido, quase sem dúvida e até onde for possível, com umas poucas oscilações de posicionamento.

18.  Como já repeti um milhão de vezes: evite o exagero. Ele prejudica a compreensão de todo o mundo!

19.  Por fim, Lembre-se sempre: nunca deixe frases incompletas. Elas sempre dão margem a


outubro 08, 2022

PADRINHO MAÇÔNICO - Sérgio Quirino



Saudações estimado Irmão, seja conscientemente um PADRINHO MAÇÔNICO. 

Notoriamente é salutar a presença de um Irmão junto ao Iniciado, neste ponto precisamos compreender o que realmente seja um “Protetor”, um “Guia”, um “Padrinho”. 

Para facilitar a exposição do meu ponto de vista, vou fazer uma analogia com os “Padrinhos Profanos”. 

O primeiro padrinho que temos é o “Padrinho de Batismo” que foi escolhido por aqueles que nos formaram biologicamente e que tem a função de nos encaminhar na formação espiritual. 

Em primeiro grau é assim também na Maçonaria, pois entramos completamente ignorantes nos Templos (no sentido de não ter o conhecimento específico) e fragilizados pela pouca “idade”. 

Em ambos os casos, o Padrinho é o que nos sustenta, nos encaminha à fonte de Luz e delicadamente vai saciando nossa necessidade do “novo”, direcionando os caminhos que nos levarão a encontrar respostas. 

O segundo Padrinho é o de crisma, que conceitualmente é aquele que acompanha o jovem cristão por mais conhecimento e pela mudança de comportamento junto ao grupo, pois agora cabe a ele praticar mais intensamente e ardorosamente os ensinamentos aprendidos. 

Como deve ser então o “Padrinho de um C.’.M.’.”?

Deve ele trabalhar em seu afilhado as características que o levarão brevemente a exercer cargos e ser um novo Irmão Servidor da Oficina; já passou da hora de carregar pedras nas costas e o momento de saber compartilhar blocos. 

O padrinho deve se concentrar nas lições de honra, moral e ética, pois se existirem arestas que não se quebrem, NÃO TEMAM EM JOGAR A PEDRA NOS ENTULHOS, pois o próximo passo seria encaixar esta pedra defeituosa no “edifício da Loja” e uma pedra mal formada põe abaixo qualquer obra. 

O terceiro padrinho no mundo comum é o “Padrinho de Casamento” que está testemunhando a formação de uma nova família, uma nova célula da sociedade, teoricamente nesse caso; cabe a ele orientar nos momentos de aflição e dúvidas e lembrar ao casal dos compromissos firmados perante Deus e a sociedade, recordar que todos devemos morrer para o passado, para renascermos como um grupo (casal). 

Na Exaltação não há a entrega do nosso Mestre à Loja, há sim a união de mais um Irmão ao Círculo dos Protetores e a mudança de avental não dá a real qualificação do mestrado, será sempre preciso um acompanhamento, um tutor em suma um “Padrinho”. 

Este título é apenas sentimental e não institucional; infelizmente nossa realidade nos mostra que temos “Padrinhos” e “Indicadores” e não sejamos hipócritas em simplesmente tecer comentários pejorativos àqueles que indicam candidatos e não os acompanham durante sua caminhada. 

Não nos esqueçamos que o mundo profano tem tolhido nossa maior participação nas atividades maçônicas e que cada Irmão tem suas limitações quanto ao próprio conhecimento da Ordem. 

Pelo menos o “Irmão Indicador” está contribuindo para a sustentabilidade da Loja (sem Aprendizes as Lojas abatem suas Colunas) e na impossibilidade de cumprir com a missão de Padrinho, ele deve solicitar que outro irmão mais qualificado assuma o apadrinhamento, o que jamais pode acontecer é simplesmente abandonar o neófito. 

A figura do padrinho não é universal em nossa Sublime Ordem. Em alguns Orientes do além mar, a Potência promove uma palestra publica contando a história da Maçonaria, seus conceitos, diretrizes, elucida dúvidas e ao final distribui um formulário para aqueles que estão interessados em ingressar e aí entra o personagem mais importante desse processo, o SINDICANTE. 

Dedico este artigo ao querido Irmão Tacides Severino Gomes da ARLS Obreiros da Justiça e Paz 186 – GLMMG que é um batalhador pela conscientização dos “Padrinhos Maçônicos”. 

A intenção deste pequeno artigo é despertar em você a vontade de saber um pouco mais sobre o assunto, fazer uma Prancha de Arquitetura e quando ela estiver pronta, levar para sua Loja enriquecendo nosso Quarto de Hora de Estudos. 

Lembrem-se que todos nós, independente do Grau ou do Cargo, somos responsáveis pela qualidade das Sessões Maçônicas.






outubro 07, 2022

ANIMAL POLÍTICO - Newton Agrella




Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Considerado um dos maiores intelectuais da maçonaria no país


Ao filósofo grego Aristóteles que viveu entre 384 e 322 a.C. é atribuída a autoria da frase que diz:

 "O homem é um sujeito social que, por natureza, precisa pertencer a uma coletividade. 

Somos, animais comunitários, gregários, sociais e solidários.

Considerando que possuímos o dom da linguagem, somos também seres políticos, capazes de pensar,  de verbalizar e de realizar o bem comum."

Quem eventualmente teve a chance de ler sua obra intitulada “Política", nela Aristóteles afirma que:

 “A "polis" faz parte das coisas naturais e que o homem é por natureza um animal político. 

A política, ou melhor a ação política, que significa “atitude ou empreitada que visa o bem comum” é e pode ser praticada por todos os cidadãos, ou melhor os políticos (filhos da Polis).

Lembrando que POLIS significa cidade.

E por sua vez, a palavra "política" tem sua origem no grego “ta politika”, ou seja, é uma derivação da palavra “polis”. 

O vocábulo "politika" era utilizado para se referir aos assuntos relacionados a polis (Cidade-estado) e à vida em coletividade. 

Contudo, ao longo do tempo, as condições econômicas, as circunstâncias sociais e o comportamento humano, foram fatores decisivos que contribuíram para que o significado da palavra Política, sofresse um processo de identidade e de significado que se tornou compatível e intimamente associado aos interesses pessoais, individuais ou de determinados grupos ou coletividades.

O substantivo "político", assumiu em grande parte das comunidades de todo o planeta, um caráter pejorativo, que colide frontalmente com a ideia original desenvolvida por Aristóteles.

A utilização de imagens, considerações subjetivas, interpretações propositalmente equivocadas e sem critérios, levam políticos a lançarem mão de argumentos sem a menor ponderação ou conhecimento para tentarem manipular pessoas como "massa de manobra", para de algum modo acreditarem em dogmas ou doutrinas falaciosamente elaboradas.

Maçonaria, Igreja, Seitas, Instituições Filosóficas são todas jogadas como num balaio de gatos, para a partir daí, criarem falsos juízos de valores, que possam levar os incautos e ingênuos a acreditarem em assertivas sofismáticas, sob a infame e pseudo-retórica de Arautos da Moral e dos Bons Costumes. Seja pela direita, pela esquerda ou pelo centro.

É desse jeito que a banda tem tocado e promovido comportamentos frenéticos, instáveis e acima de tudo irracionais, tornando o ser humano refém de sua própria ignorância, que longe de um Animal Político, tal qual preconizava o genial filósofo grego, revela-se outrossim, um bárbaro guerreiro, que opta pelos punhos e armas, ao invés de se aprofundar na dialética do Pensamento, como o instrumento mais eficaz e poderoso para traçar seu destino mais seguro.

Princípios e Valores íntimos não se negociam, pois são propriedades inalienáveis da vida.


outubro 06, 2022

SER LIVRE E DE BONS COSTUMES - Antonio José Rodrigues



Ser Livre não é privilégio algum. É apenas o anseio de buscarmos o início do caminho, pois, existe vários caminhos.

A dificuldade de encontrarmos esses caminhos reside no fato de se nos apresentar outros caminhos que servem para nos confundir e tumultuar o nosso desejo de crescimento e desenvolvimento. Esses caminhos têm nome. Eles são: o Medo, a Dúvida, a Descrença, a Ocupação, a Incerteza, a Insegurança e a Soberba. Cada um desses caminhos se apresenta de muitas formas.

O Medo, por exemplo, pode se apresentar como o medo de enfrentar a novidade, o medo de assumir uma posição, o medo de encontrar o que se teme, o medo de enfrentar a verdade.

A Dúvida por sua vez, pode acabar por nos deixar prudentes em excesso, faz com que duvidemos sobre uma notícia recebida e, pior, faz com que duvidemos se vale a pena realizar um ato de humildade, de tolerância, carinho ou de amor ao próximo.

Já a Descrença situa-se num campo minado porque o descrente já perdeu ou está prestes a perder a fé. 

A Ocupação aparece como uma grande desculpa. Uma grande parcela de homens está sempre “ocupada”, não tem tempo para nada e fazem desta situação a sua fuga. 

O complexo de superioridade impede que um homem vislumbre o benefício e a vantagem de SER LIVRE.

A Incerteza identifica os fracos, que não sabem como se libertar dos entraves da vida e vivem se lamentando. 

A Insegurança cresce cada vez mais no mundo, onde ninguém

está mais seguro de coisa alguma. O homem está sempre de sobreaviso, sempre vigilante e custa a tomar uma decisão libertária.

A Soberba é outra característica negativa, que faz com que ninguém deseje e aceite ser humilde. Esse comportamento afugenta a liberdade. 

Esses exemplos dos caminhos nos dão uma ideia das dificuldades que o homem enfrenta no seu dia a dia.

Ser Livre não significa romper as cadeias da tradição, do sistema social ou da conjuntura familiar; Ser Livre significa trilhar um caminho de satisfações puras e sadias que possa conduzir à meta mais realista que é a FELICIDADE.

Ser Livre, no conceito do pensamento maçônico, é possuir o pensamento limpo, pronto a aceitar o que é bom e satisfatório. 

Ser Livre, portanto, passa a constituir um dom espiritual que pode ser nato ou cultivado. Ser Livre exige ser também de Bons Costumes. 

Esses costumes, obviamente, devem ter como característica principal serem bons, porque não se aceitaria na MAÇONARIA, algo que não pautasse por uma moral aceita, consagrada e já comprovada de ser adotada. 

“BONS COSTUMES’, portanto, no sentido amplo é o comportamento moral do indivíduo dentro da SOCIEDADE.

O bom comportamento faz parte da vida. Assim, os excessos num comportamento, representam desvios de conduta. O hábito pode ser considerado sinônimo de Costume. 

A moral tem sido sempre o motivo da ordem, do prestígio, da credibilidade e, de certa forma, da estabilidade.

A Moral não é nenhum freio, ou camisa de força, não entravando a liberdade, porque tudo deve ser considerado como possuindo implicitamente o valor moral. É como a vida onde tudo tem vida, inclusive a inanimadas.

A Maçonaria pode usar o direito natural do perdão, uma vez que seu membro tenha comprovado ter se regenerado, arrependido e reabilitado. 

Em nossas LOJAS não queremos apenas intelectuais, mas sim pessoas de bons hábitos, cuja escolaridade pode estar no grau mínimo, desde que tenha disposição de somar conhecimentos, para ingressar em uma filosofia de vida compatível com o ideal maçônico que é “AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO”.

Ser “LIVRE E DE BONS COSTUMES”. Não são duas atitudes separadas, mas sim complementares. Ninguém poderá ser livre e de bons costumes se não tiver bons costumes e ninguém terá bons costumes se não for Livre.

A MAÇONARIA é inflexível no exigir de seus membros, procedimentos rigorosamente ajustados aos postulados maçônicos. 

É certo que a Loja Maçônica é uma escola de aperfeiçoamento moral onde o homem vai aprimorando-se em benefício próprio e dos semelhantes, desenvolvendo qualidade que o possibilitem ser cada vez mais útil a humanidade.

Para ser um bom Maçom, é preciso não confundir liberdade com abuso. É preciso ser leal, praticar a FRATERNIDADE, não se desviar do caminho da moral, fazer o bem sem ver a quem, abominar o vício, e ser tolerante.

O bom Maçom, não se abate, jamais esmorece, não se revolta com as derrotas, é nobre na vitória e é sereno se vencido. É amigo da família, não humilha os fracos, respeita a opinião alheia, não odeia e não se deixa levar pela vaidade.

Em resumo o bom Maçom deve ser Livre e de Bons Costumes e crer em um ente supremo, que denominamos “GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO”.

outubro 05, 2022

CAPTAÇÃO MAÇÔNICA - Jair Donó



Além de questões da ritualística e até mesmo questionamentos menores sobre normas e procedimentos, um tema, em especial, vem provocando a atenção, estudos e debates institucionais dentro da Maçonaria.

Há, na maioria dos países, um visível decréscimo do número de Maçons. Esta é uma realidade incontestável. Alguns indicadores causam preocupação. Na década de 1960, por exemplo, estima-se que a Maçonaria nos Estados Unidos contava com cerca de 4 milhões de obreiros. Hoje, as estatísticas nos informam que são apenas 1 milhão e meio. Mas, esse “apenas” significa que são 1.500.000 homens Justos e de Bons Costumes.

A diminuição do número de membros não é exclusividade da Maçonaria. Passadas 6 décadas, muitas organizações mundiais também sofreram processo de evasão, como instituições religiosas, clubes de serviço e entidades filantrópicas. Algumas, quase extinguiram.

Diante desta realidade, não nos cabe, como OBREIROS, a simples e passiva observação da situação. Lembremos que ela não ocorre nas Potências ou Obediência. A evasão se concentra nas Lojas vinculadas a estas formas administrativas e representativas.

Se há culpados por esta realidade, somos nós mesmos, os Mestres Maçons! Quantos de nós MESTRES apresentamos trabalhos? Quantos de nós MESTRES ensinamos os Aprendizes e Companheiros pelo exemplo da presença constante e devidamente trajado?

Quantos de nós MESTRES submetemos nossa vontade e paixão, não fazendo das reuniões campos de batalha ou auditórios para intermináveis discursos de ego?

Enfim, somos, realmente, a Pedra Bruta que faz trincar a obra. E o fazemos em duas situações: Primeiro não sabendo conservar os elementos que temos e, segundo, errando na captação de novos elementos.

A princípio, os Irmãos devem compreender a captação maçônica como obtenção e conquista de novos membros, mas não é só isto.

Na ação de ampliar o número de membros das Oficinas, cometemos alguns equívocos: De início, convidamos o profano para ser iniciado em “nossa Loja”. Mas, as ARLS apenas promovem o cerimonial. O candidato deve ser iniciado é na Maçonaria. 

Adotamos uma abordagem equivocada junto ao profano. Ele adentra ao Templo não só inteiramente ignorante quanto à ritualística, como também, ele desconhece completamente o que seja a Maçonaria como um todo.

Passamos a ele a ideia de que somos um grupo de leais amigos. Será? Que nos reunimos apenas uma vez por semana. Será? Que nosso conhecimento é supremo e único no mundo. Será? E até mesmo, que as despesas financeiras não são apenas as taxas e per capitas.

Com tanta propaganda equivocada, para não dizer enganosa, o novo membro não se torna um Irmão, não participa e acaba saindo por desilusão. 

Para fazer frente à evasão maçônica no presente, a solução correta é melhorar a qualidade das sessões maçônicas, uma obrigação dos Aprendizes, Companheiros e Mestres, indiferente de graus e cargos.

Maior dedicação durante a captação maçônica é a ação preventiva mais eficaz contra a evasão no futuro. O roteiro básico passa pela instrução do Padrinho. Antes de fazer o convite ao candidato, ele deve, primeiramente, contar a ele a história da Maçonaria, os valores que nos são preciosos, nossas grandes obrigações morais e éticas e, principalmente, informá-lo que a Irmandade na Maçonaria não é dada, é conquistada.

Ele deverá ter consciência de que estará vinculado a uma Loja, mas, será membro de uma grande Instituição, que tem outras organizações em seu entorno, chamadas Para-maçônicas e que ele precisará conhecer.

A convivência semanal apenas com os mesmos Irmãos não é salutar. O neófito deve ser conscientizado de que, frequentemente, deverá comparecer a outras Oficinas para aprender e ensinar.

A mãozinha esquerda no Tronco de Solidariedade é mais um ato ritualístico do que o cumprimento real do dever de socorrer os menos afortunados, seja por metais, seja pelo afeto demonstrado nas ações filantrópicas da Loja.  

outubro 04, 2022

AS VAIDADES E O PERDÃO - Sidnei Godinho



Ao iniciar na senda da virtude, todos juram cavar masmorras aos vícios e edificar Templos às virtudes.

Contudo, com o passar do tempo, fica notório comprovar aqueles que realmente se identificam com a Ordem.

Isto porque as vaidades são tantas que, por vezes, ao galgar os degraus da escada de Jacó, alguns irmãos se perdem pelo pseudo poder que julgam possuir e ignoram aquele JURAMENTO que fizeram.

É triste quando nos deparamos com irmãos que nos foram referência na iniciação, pela inocência do principiante, e que depois, já na maturidade da consciência maçônica, damo-nos conta de quão vis são suas ações de tão vaidosas e então acontece a tristeza da decepção...

Mas a sabedoria da Maçonaria também reside nestes casos, afinal aqui se busca ser Justo e Perfeito, o que denota um estado de ação, algo a alcançar.

É uma trajetória que pugna pela Tolerância, mas nunca pela conivência.

Ou seja, os irmãos sempre estarão de braços abertos para perdoar e receber aquele que em algum momento fraquejou, desde que o arrependimento seja eficaz.

Todos estamos sujeitos às decepções de nossas vaidades.

Um dia elas afloram e são postas à público. 

Nada fica omisso aos olhos do Criador. 

Portanto, mesmo nos momentos cruciais, quando se deparar com a exposição de suas fraquezas e se fizerem reveladas suas vaidades, não tome por derradeiro, como se não houvesse mais o que fazer.

Ao contrário, volte ao primeiro Amor, ao Primeiro Juramento e reconheça sua fraqueza.

Peça perdão aos seus irmãos pelo mal que causou enquanto cego pelo poder e volte a trilhar o caminho dos Aprendizes.

Afinal, até a escritura sagrada registra que os céus cabem às crianças, pela inocência de seus atos.

Assim também é o arquétipo dos Aprendizes em nossa Ordem.

A pureza do primeiro juramento é o segredo para se chegar ao Santo dos Santos e ofertar suas ações como sacrifício de incenso, para serem recebidas Justas e Puras pelo Grande Arquiteto. 

À começar por mim, Perdão àqueles que um dia, no afã de ser melhor, provavelmente ofendi.



outubro 03, 2022

USAR PALAVRAS COMO ARMAS, NO BOM SENTIDO - Rick Boxx


 

O falecido Primeiro Ministro britânico Winston Churchill era um homem complicado com uma história pitoresca. Ele tinha muitas realizações e experiências políticas notáveis, mas seus anos iniciais também incluíam alguns fracassos colossais. Felizmente para ele, Churchill é lembrado hoje pelas realizações posteriores em sua vida. Sua liderança corajosa estimulou a Grã-Bretanha e seus aliados a derrotar a Alemanha na II Guerra Mundial quando a vitória parecia improvável. 

Embora a estratégia fosse uma parte importante no sucesso de Churchill, seu maior talento era o uso inteligente das palavras. De fato, sua habilidade em comunicação verbal se tornou a melhor arma britânica. Devido à cuidadosa escolha de palavras, Churchill sabia como inspirar as pessoas agrupando-as em torno de ideias impopulares. 

Aqui vai uma amostra de algumas das mais notáveis e famosas – às vezes humorísticas - citações do estadista: 

“O sucesso não é definitivo; o fracasso não é fatal; o que conta é a coragem para prosseguir.”

“O homem ocasionalmente tropeça na verdade, mas a maioria deles se levanta e sai correndo como se nada tivesse acontecido.”

“Quanto a mim, sou um otimista – não me parece de nenhuma utilidade ser qualquer outra coisa.”

“Sucesso é cambalear de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo.”

“Não é o bastante fazermos o nosso melhor; às vezes, devemos fazer o que nos é requerido.”  

Talvez a mais conhecida citação de Churchill, feita em 1941 durante a II Guerra Mundial tenha sido: 

“Nunca se renda. Nunca se renda. Nunca, nunca, nunca, nunca se renda a nada - grande ou pequeno, amplo ou insignificante – exceto às convicções de honra e bom senso. Nunca se renda pela força. Nunca se renda ao poder aparentemente avassalador do inimigo.”

Cada uma dessas afirmações nos dá muito em que meditar. O líder britânico certamente compreendeu o poder das palavras, mas não foi a primeira pessoa a reconhecer isso. 

Milhares de anos antes, Salomão, o antigo rei de Israel, declarou: “As palavras do homem são águas profundas, mas a fonte de sabedoria é um ribeiro que transborda.” (Provérbios 18:4). Alguns versículos adiante, Salomão também observou: “A língua tem poder sobre a vida e sobre a morte; os que gostam de usá-la comerão do seu fruto.” (Provérbios 18:21).  

Dois capítulos adiante encontramos essa avaliação do valor da palavra proferida: “Mesmo onde há ouro e rubis em grande quantidade, os lábios que transmitem conhecimento são uma rara preciosidade.” (Provérbios 20:15). 

Todos nós podemos recordar momentos em que ouvimos pessoas falando sem terem tão elevada consideração pela palavra proferida. É possível que você mesmo tenha sido vitimizado por alguém que fez uso de palavras como armas para ferir, e não para o bem de todos os que ouviam. 

Talvez seja por isso que encontremos este alerta em Provérbios: “O que guarda boca e a língua guarda a sua alma das angústias.” (Provérbios 21:23).  

A aplicação dessas verdades é óbvia: Se estamos buscando liderar ou influenciar outras pessoas, quem sabe motivando-as a se moverem em nova direção, precisamos lembrar que nossas palavras podem fazer grande diferença. O estabelecimento de metas e objetivos é importante, assim como mensurar produtividade e não perder de vista perdas e ganhos. Mas nossas palavras – quer sejam usadas para comunicar uma visão, ou inspirar e estimular – estão entre as maiores “armas” à nossa disposição enquanto batalhamos em meio aos desafios de cada dia.