outubro 30, 2022

A REGRA DA EVOLUÇÃO - Adilson Zotovici





Eis o aperfeiçoamento

Ao livre pedreiro a direção

Pra obter seu crescimento

Na progressista Instituição


Especular, envolvimento,

Filosofar cada instrução

Dar à Luz o seu talento

E aclarar a escuridão


Desde há muito o ensinamento

Que da leitura absorção

À cultura de provento


Esquadrinhar erudição

Compartilhar conhecimento

A regra da evolução
!



IRMÃOS COMPADRES - Newton Agrella




Estamos Todos Juntos!

Compartilhando a Vida.

Cambiando Ideias.

Aprendendo um com o outro.

Respeitando individualidades.

Questionando espírito e matéria.

Buscando o entendimento

das coisas.

A cada pouco nos surpreendemos especulando, discernindo e trocando impressões, tal como fazem os confrades literários que mergulham no mundo das letras e despejam seus sentimentos e pensamentos através da prosa ou da poesia.

Somos mais.

Somos maçons em reflexão.

Permanentemente antenados com o universo que nos cerca.

Compreendemos, inquietamo-nos, mas na maioria das vezes levantamos brinde às palavras que são o nosso combustível.

Assim prosseguimos nesta jornada instigante.

Ninguém mais, tampouco menos.

Somos todos o valor inestimável de nossa consciência.

É vida que segue.



outubro 29, 2022

PEDREIRO LIVRE (FREE MASON)




Qual seria a origem desse nome? Quando, onde e por que foi dado?

Algumas supostas respostas, dadas a seguir, foram baseadas no conteúdo do livro do Ir∴ Bernard Jones - “The Freemason’s Guide and Compendium”.

Na verdade, muitas explicações são dadas sobre esse assunto. O que se sabe é que nos tempos das construções das Catedrais, os Maçons eram divididos em duas categorias: os maçons “rústicos”, quebradores de pedras, que extraiam os blocos e davam uma preparação preliminar aos mesmos, e os “especialistas” cujo trabalho era o de “acabamento” das referidas pedras, dando corte, formato e acabamento conforme o requerido na etapa final da construção.

Esses últimos eram os mais qualificados do grupo de Maçons. Podemos dizer que eram verdadeiros artistas na arte de acabamento em pedras. Estes maçons é que foram chamados de “Freemasons”. Aparentemente esse nome foi usado nos primórdios dos Operativos.

Bernard Jones esclarece que a palavra “free” tinha muitos significados e é difícil precisar qual deles foi utilizado no termo “Freemason”. Três deles serão dados a seguir:

“Free” pode indicar a pessoa que era imune a leis e regras restritivas, particularmente com a liberdade de ir e vir para diversos lugares, conforme a necessidade do seu trabalho.

Muitos Maçons de hoje acham que o termo foi aplicado originalmente, àquele fisicamente livre, que não era servo, muito menos um escravo.

O “Freemason” seria talvez aquele que trabalhava na pedra livre (free stone) que é um tipo de pedra calcárea, fácil de manusear, não muito dura.

...

Fonte: Pílulas maçônicas

outubro 28, 2022

MUDAR OU DESAPARECER - O DILEMA DA MAÇONARIA - John L. Palmer




Existe, atualmente, uma crise na nossa Fraternidade?

Se sim, como posso ajudar?

Na história conhecida da Maçonaria, pelo menos desde que se vem contando os Maçons, o número de membros na nossa Fraternidade sempre oscilou, subindo e descendo.

Mas, à medida que o número de membros começou a declinar, surgiu um problema jamais enfrentado.

Mais ou menos no meio do século XX, uma Loja na Austrália estava lidando com o mesmo, ou pelo menos um problema similar de declínio de membros e interesse.

Eles perceberam que a razão pela qual o número de membros estava declinando era que os seus próprios membros não entendiam o que a Maçonaria realmente era; que como resultado, a Loja tinha sido transformada em algo completamente diferente do que pretendia ser; e, que os membros e possíveis membros eram apáticos sobre essa organização chamada Maçonaria.

Eles notaram que a ênfase tinha mudado de companheirismo, estudo filosófico e desenvolvimento espiritual para discussões superficiais sobre tópicos mundanos.

Eles insistiram que se a Fraternidade retornasse ao que eles acreditavam que uma vez fora, os homens, tanto membros quanto não-membros, seriam atraídos, e o problema se resolveria por si mesmo.

Eles insistiram que os homens eram atraídos por coisas que eles consideravam valiosas e que os membros da Loja deveriam ser retratados como sendo de imenso valor a fim de atrair homens que se beneficiariam do crescimento intelectual e espiritual que a Fraternidade oferece.

Colocando a sua teoria em prática, criaram uma Loja com ênfase nas discussões intelectuais da filosofia e história maçônicas, eliminando assim muitas oportunidades de desviarem do objetivo.

Por todos os lugares, havia muitos maçons que não estavam realmente felizes com o que estava acontecendo nas suas Lojas.

Quando finalmente conseguiam se tornar membros da Fraternidade, ficavam desiludidos.

Quando viram o que os maçons realmente faziam nas suas reuniões, ficaram muito desapontados.

Eles tinham esperado cerimônias majestosas e impressionantes; discussões profundas de assuntos que os desafiariam mentalmente; e a oportunidade de aprender sobre grandes mistérios aos quais, de outra forma, não teriam tido acesso.

Muitos destes jovens maçons tinham grande respeito pela Fraternidade antes de apresentarem petições e pelos homens que conheciam como Maçons, mas faltava alguma coisa.

Em vez disso, viam cerimônias que poderiam ou deveriam ter sido mais impressionantes, lidas num livro por um membro da Loja que lia mal e não entendia algumas das palavras, muito menos o significado dos rituais.

Eles viam homens assumindo obrigações solenes de fazer todo o tipo de coisas elevadas e, em seguida, prontamente se comportando como se não tivessem feito aquilo.

Quando eles perguntavam “por quê?” sobre partes das cerimônias ou dos rituais, eles eram instruídos a memorizar corretamente as palavras, pois ninguém sabia “por que” eles diziam e “o que” faziam.

Eles se perguntavam: “Em que eu me meti? 

Não há algum lugar melhor onde eu quero gastar o meu tempo?”

Muitos destes homens se afastaram da Fraternidade, perdidos e desiludidos.

Alguns, no entanto, tiraram um tempo para aprender o ritual, ler a literatura, pensar sobre “o que” a Maçonaria deveria ser e decidiram que isso precisava retornar à Instituição que eles percebiam uma vez ter sido.

A partir daí, esta Loja Australiana passou a ter uma lista de espera de homens querendo se tornar membros.

Eles aprenderam a ser mais exigentes com os seus membros e discutir assuntos mais esotéricos e filosóficos, além de enfatizarem a excelência na experiência iniciática transmitida.

Eles se enquadraram no guarda-chuva que alguns chamam de “Restauração Maçônica” e organizaram-se para promover esses ideais.

Estaremos vivenciando, em pleno século XXI, situação semelhante à vivenciada por aquela Loja na Austrália??? 

Se sim, o que poderei fazer??? 

Tradução: J. Filardo

MAÇONARIA EM SÍNTESE - Ademar de Paula M.'.M.'.



É fundamental que o maçom aceite e proclame a existência de um princípio criador, o Grande Arquiteto do Universo; reconheça a instituição como filosófica; proclame a liberdade de consciência como sacratíssimo direito humano; trabalhe incansavelmente na investigação da verdade; honre o trabalho em suas formas honestas; condene qualquer discussão sectária de natureza política ou religiosa, dentro de seus templos; imponha culto à Pátria; exija respeito absoluto à família e não admita a menor ofensa a uma e nem a outra.

O Maçom, entende que cada Loja é um templo sagrado sob cuja abóbada, os homens livres e de bons costumes, devem se reunir fraternalmente, procurando conseguir o bem da humanidade; entende também que todo pensamento maçônico deve ser criador. 

Essa atitude mental engrandece o espírito e fortifica o coração.

Cada Maçom, parte viva dos irmãos, concorrerá para assimilar o ideal da ordem e desenvolvê-lo na capacidade de sua inteligência.

Admite que a Maçonaria é acessível aos homens de todas as classes sociais, crenças religiosas e convicções políticas; com exceção daqueles que o privem de sua consciência e exijam sua submissão incondicional.

Entende, também que, nos Templos Maçônicos, aprende-se a amar, a respeitar tudo que a virtude e a sabedoria consagram; e exige estudo meditado de seus rituais e a prática da solidariedade humana.

Acredita, por consequência, que a Maçonaria é uma instituição criada para combater tudo que atente contra a razão e contra o espírito de fraternidade universal.

Assim sendo, os ensinamentos maçônicos realizados através de símbolos, de alegorias universais, induzem seus adeptos a dedicarem-se à felicidade de seus semelhantes, não porque a razão e a justiça lhes imponham esse dever, mas porque o sentimento de solidariedade é qualidade inata, que os faz filhos do universo e amigos de todos os homens.

O Maçom acredita doutrinariamente que a Maçonaria é parte integrante das Histórias, Pátria e Universal, pois os maçons sempre estiveram presentes nos grandes eventos, defendendo a trilogia sagrada:  LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE.

Assim, os maçons que nos antecederam, lutaram e venceram, assim lutamos hoje e assim lutarão amanhã os nossos sucessores, empunhando esta mesma bandeira, trabalhando pela felicidade do gênero humano. 

Os maçons se consideram recompensados e realizados, pois servindo ao próximo, estão observando os ensinamentos da Sublime Instituição.

Os que satisfizerem estes requisitos e desejarem cerrar fileiras com os Apóstolos da Liberdade e Sacerdotes do Direito, deverão se comprometer a trabalhar pelo bem da Pátria e da Humanidade. 

Aquele que for convidado e aceito, será mais um Irmão, passando a fazer parte da Grande Família Maçônica Universal.

Ser maçom é ser amante da virtude, da sabedoria, da justiça e da humanidade.

Ser maçom é ser amigo dos pobres e desgraçados, dos que sofrem, dos que choram, dos que têm fome e sede de justiça. 

É propor como única norma de conduta o bem de todos, para seu progresso e engrandecimento.

Ser maçom é querer harmonia das famílias, a concórdia dos povos, a paz do gênero humano.

Ser maçom é derramar por todas as partes os esplendores divinos da instrução, a educar a inteligência para o bem, conceber os mais belos ideais do direito, da moralidade e do amor, e praticá-los.

Ser maçom é levar à prática aquele formosíssimo preceito de todos os lugares e de todos os séculos, que diz com infinita ternura aos seres humanos indistintamente, do alto de uma cruz e com os braços abertos ao mundo: ... “Amai-vos uns aos outros, formai uma única família, sede todos irmãos”... 

Ser maçom é olvidar as ofensas que nos fazem, ser bom até mesmo para com nossos adversários e inimigos, não odiar ninguém, praticar a virtude constantemente e pagar o mal com o bem.

Ser maçom é amar a luz e aborrecer as trevas, ser amigo da ciência e combater a ignorância, render culto à razão e à sabedoria.

Ser maçom é praticar a tolerância, exercer a caridade sem distinção de raças, crenças ou opiniões, e lutar contra a hipocrisia e o fanatismo.

Ser maçom é realizar, enfim, o sonho áureo da fraternidade universal entre os homens.

A nossa Ordem deseja ardentemente que todos os homens de bem se unam numa cruzada universal de recuperação dos valores morais da humanidade.

Deus, a quem denominamos Grande Arquiteto do Universo, conhece muito bem nossas intenções e penetra no recôndito de nossas almas, razão porque devemos ser sinceros em nossas atitudes.






outubro 27, 2022

POETA & LEITOR - Adilson Zotovici



Encanta-me o esplendor 

Duma relação direta 

Qual aluno e professor 

Que propagação a meta 


Vive as letras o escritor

Frente ao verso que arquiteta 

Da subjeção escultor   

Imerso, na mente inquieta


Mas, na poesia, o fulgor,

Duma só forma, discreta,

Qual da melodia, o cantor


Uma conexão completa 

Que se encerra entre o leitor 

E o autor, o poeta !


Adilson Zotovici

ARLS Chequer Nassif-169

outubro 26, 2022

SINDICÂNCIA - MOVIDOS PELA CURIOSIDADE - Newton Agrella




Muitos de nós somos pródigos de uma sensação incontida e inebriante que nos chama à alma e nos conduz quase que automaticamente ao caminho do desconhecido.

Essa sensação se revela como uma disposição natural da exploração e investigação inerentes ao nosso instinto a que chamamos de "curiosidade".

Na maioria das vezes, a simples vontade de ver, de travar um contato real apenas e tão somente para satisfazer um desejo, de se aventurar pelos segredos de um universo desconhecido ou senão pela mera e pura indiscrição por assuntos alheios - pode nos tornar reféns dessa curiosidade.

Talvez por isso, nossa Sublime Ordem, ao longo de sua existência, tem sido vítima de muitos que se arvoram no desejo de inteirar-se ou de tentar entender a sua essência - submetendo-se a um processo Iniciático - sem o devido valor de juízo que tal decisão impõe.

A curiosidade sugere uma experiência empírica, isto é; atuando diretamente junto ao objeto de desejo e por vezes pode ser interpretada como um impulso incontrolável sem base em algum princípio ou fundamento.

Quer queira quer não, na Maçonaria encontramos muitos Iniciados que movidos pela efemeridade de seus instintos, após pouco tempo começam a se desinteressar pela Ordem, e pouco ou quase nada fazem para quererem se desenvolver dentro dela.

Sobretudo no que respeita a necessidade do aprofundamento nos estudos, na pesquisa, na leitura e na frequência e participação em Loja, bem como na elaboração de trabalhos que são solicitados pelas comissões de graus.

Eis a razão da existência de um aviso que o Candidato ao adentrar à Câmara de Reflexões se depara com os seguintes dizeres:

"SE A CURIOSIDADE AQUI TE CONDUZ, RETIRA-TE"

Cabe insistir que a Maçonaria não pode e nem deve servir como instrumento experimental.

Em tempos mais recentes, o que se observa é que por ocasião de uma Sessão Magna de Iniciação, o Candidato ao ser questionado quanto ao motivo que o leva a querer ingressar na Maçonaria - as respostas são praticamente idênticas e sem o menor vestígio de originalidade ou seja; "respostas padrão" do tipo:

"porque busco conhecimento..."

"porque quero evoluir como pessoa..."

"porque ouço que os "Irmãos" são pessoas muito boas"

"porque quero me aperfeiçoar sob as bençãos do G.'.A.'.D.'.U.'."

Ou seja; o Candidato nem bem foi admitido na Ordem e já se vale  de expressões como "Irmãos", Grande Arquiteto do Universo"...e por aí afora.

Isso é simplesmente um "non-sense" para não dizer ridículo, posto que o padrinho do Candidato - responsável pela indicação do mesmo - deveria "no mínimo" orientá-lo a não querer se valer de expressões que não lhe são familiares e tão pouco pertinentes a um "profano" ou "não maçom".

Dentre outras coisas, esse tipo de expediente tem contribuído para a acentua
da perda de qualidade das próprias Oficinas e por conseguinte de seus Obreiros.

Durante a chamada "Sindicância" o Candidato precisa ser minimamente instruído sobre o que significa a Maçonaria, quais são seus valores, postulados, objetivos, além de deixar evidenciado que não se trata de uma religião ou de qualquer credo ou doutrina dogmática.

É mister explicar ao Candidato na própria Sindicância que ninguém se torna Maçom. 

Eis aí uma das diferenças mais contundentes que a nossa Ordem ensina: o que nós podemos ser sim é "reconhecidos como maçons", isto é; que os Irmãos possam nos ver e nos considerar seus pares, mediante nossas atitudes, nosso comportamento, nossa postura ritualística e claro, pelos nossos mínimos - porém imprescindíveis - conhecimentos dos Sinais, Toques e Palavras.

A Sindicância impõe-nos plena responsabilidade.

Afinal de contas, a Maçonaria é regida por um código de conduta amparado por Landmarks, é uma Oficina de Trabalho para nosso Aprimoramento Interior, de nosso Intelecto e de Relações Humanas.  

Isso é o que nos torna unos e conscientes de nossa missão.



outubro 25, 2022

MAÇONARIA – TÓPICOS HISTÓRICOS




Após terem sido apontados os seus objetivos, após terem sido laboriosa e persistentemente apurados os conceitos e os padrões que deveriam ser respeitados; e após terem sido coligidos, burilados e aperfeiçoados os textos rituais que serviriam de referência e apoio, a Maçonaria foi estruturando, com a prudência que as evoluções da História sugeriam, formas de organização próprias. 

Como se esperaria, os diversos poderes olharam-na com preocupação e desde há muito optaram por uma de duas atitudes: a hostilidade, que foi traduzida em perseguições, prisões, suplícios e até penas de morte, e a complacência desconfiada que levou, em especial no norte da Europa, a que várias cabeças coroadas se tivessem intitulado protetoras da Maçonaria e tenham, diretamente ou através de familiares, desempenhado as funções de Grão-Mestres, de modo a melhor acompanharem e controlarem uma instituição que olhavam mais com desconfiança do que com apreço. 

Se os poderes políticos bolinavam entre estas duas margens, os poderes religiosos ficavam sempre amarrados à margem donde a Maçonaria era vista com absoluta intolerância e inquietação. 

A atitude dos poderes religiosos era de um necessário distanciamento, aliás, a única que se poderia aguardar e que se deveu a um alargado conjunto de circunstâncias: 

- A Maçonaria falava em aperfeiçoamento espiritual, tema e prática que eram exclusivos dos que definiam o caminho a seguir pelas religiões; a Maçonaria apregoava livres formas de pensar, o que muito contrariava quem respeitava monólitos de certezas; 

- A Maçonaria usava, como usa, muitos conhecimentos, criteriosamente selecionados e simbolicamente entrosados, contidos em livros sagrados, o que, para além de ser visto como um abuso sacrílego, poderia induzir interpretações e versões afastadas dos cânones; 

- A Maçonaria, ainda que tal não estivesse de acordo com os seus princípios, poderia ser, e não poucas vezes o foi, ponte entre as forças dominantes da sociedade, competência que as instituições religiosas, também ao arrepio dos seus objetivos, muitas vezes utilizaram; 

- A Maçonaria cultivava formas de secretismo, para melhor se proteger, proteger os seus membros e as suas práticas, o que muito incomodava as forças da intolerância que assim tinham maior dificuldade em situar os seus elementos e calar as suas atividades, em particular quando estas se relacionavam com a luta contra injustiças sociais que eram ignoradas, quando não estimuladas, pelas estruturas que usavam as religiões como máscara, a exemplo do que sucede hoje ainda em muitas paragens. 

Do trajeto feito, das lutas travadas e dos resultados obtidos outros textos poderão falar com mais a propósito. 

São no geral bem conhecidos e sobre eles se debruçaram estudiosos de diversas áreas do conhecimento como historiadores, sociólogos, políticos, filósofos e religiosos. 

... (Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria do Mui Respeitável Grão Mestre da Grande Loja Legal de Portugal /GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em "O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal / GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25)

SOU A MAÇONARIA ...!!! - Erwin Seignemartin.

 


Sou a Maçonaria...!!!

Faz muito tempo que nasci...!!! 

Nasci quando os homens começavam a acreditar em um Deus único. Fui combatida, vilipendiada e até fizeram troça do meu ritualismo e doutrina mas, através dos tempos foram reconhecendo minha seriedade e princípios, acabei sendo reconhecida como uma entidade íntegra que congrega homens íntegros. 

As encruzilhadas do mundo ostentam catedrais e templos que atestam a habilidade de meus antepassados. Eu me empenho pela beleza das coisas, pela simetria, pelo que é justo e pelo que é perfeito. Espalho coragem, sabedoria e força para aqueles que as solicitam.

Para comprovar a seriedade de meus princípios, sobre meus Altares está o Livro Sagrado, a Bíblia, e minhas preces são dirigidas a um só Deus Onipotente.

Meus filhos trabalham juntos, sem distinções hierárquicas, quer seja em público, quer seja em recintos fechados, em perfeita união e harmonia. Por sinais e por símbolos, eles ensinam as lições da Vida e da Morte, as relações do homem para com Deus e dos homens para com os homens. 

Estou sempre pronta a acolher os homens que atingindo a idade legal e que sejam possuidores de dotes morais e reputação acima de qualquer reparo, me procuram espontaneamente, pois, não faço proselitismo nem campanhas para angariar adeptos...!!!

Eu acolho esses homens e procuro ensiná-los a utilizar meus utensílios de trabalho, todos voltados para construir uma sociedade melhor...!!! 

Eu ergo os caídos e conforto os doentes. Compadeço-me do choro de um órfão, das lágrimas de uma viúva e da dor dos carentes...!!!

Não sou uma Igreja nem um Partido Político, mas meus filhos têm uma grande soma de responsabilidade para com Deus, para com sua pátria, para com seus vizinhos, para com a comunidade em geral. Não obstante são homens intransigentes na defesa de suas liberdades e de sua consciência.

Propago a imortalidade da alma porque acredito ser por demais pequena uma só vida no imenso universo em que vivemos. 

Enfim, sou uma maneira de viver...!!!

Eu sou a Maçonaria...!!!


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outubro 24, 2022

DO VOTO - Newton Agrella



Pra quem lê ou ouve é até bonitinho:

Art. 46. 

O sufrágio é universal e direto; o voto, obrigatório e secreto.

Pois bem, este singelo enunciado dá conta sobre a discutível propriedade da Democracia, na qual o cidadão brasileiro é obrigado a votar, ou pelo menos,  justificar seu não comparecimento às urnas.

Se por definição clássica a Democracia é um regime político em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente — diretamente ou através de representantes eleitos — na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder de governar, fazer valer seu livre arbítrio, e decidir por sí mesmo, se quer ou não votar, por que razão o Estado impõe que o cidadão tenha que coercitivamente exercer esse direito ?

Esse tipo de coação é o que torna o exercício do voto algo um tanto questionável, inclusive no tocante à sua legitimidade conceitual.

As principais e maiores democracias do mundo, facultam aos seus cidadãos votar ou não, sem qualquer punição ou justificativa.

Afora isto, há também a questão do direito ao sigilo e à confidencialidade, afinal de contas, o famigerado Artigo 46 diz que o voto é secreto.

Pois bem, se ele é secreto, por que as pessoas, na sua imensa maioria, são emocionalmente instadas a revelar em quem ou não vão votar, ou mesmo se pretendem simplesmente anular seu voto ?

A propósito, de um modo ou de outro, anular o voto, não deixa de ser uma opção e um direito mínimo, uma vez que já foram obrigadas a comparecer às urnas, mesmo que a contragosto.

Não revelar o que se vai fazer com seu voto tornou-se algo intolerável e absurdo para muitos.

Simplesmente surreal.

É como se fosse um alienígena, aquele ou aquela que prefere manter o sigilo de uma decisão, que a rigor, é cabível à consciência de cada um.

Olhares de esgueio, cara feia e desconfiança tornaram-se lugar-comum entre as pessoas, quando alguém se recusa a revelar como vai votar.  

Esse patrulhamento, longe de representar qualquer princípio ideológico, acha-se muito mais próximo das atitudes de torcidas organizadas de futebol.

O voto por excelência, é o direito e a prerrogativa que cada cidadão dispõe de conferir representatividade a alguém que ele julgue apto para fazê-lo. 

Isso impõe uma substancial carga de responsabilidade consigo mesmo.

Cada um sabe de sí o que uma decisão política pode acarretar para a sua própria vida.

Deparamo-nos com exemplos inúmeros ao longo da história de nosso país.

De nada vale compararmo-nos com outras nações, até porque é aquí que nós vivemos e é aqui que construímos nossa história.

O território mais seguro para se decidir, como e em quem devemos ou não votar, é simplesmente a nossa consciência. 


NOSSO NOVO IRMÃO



Meu Irmão, finalmente estás onde deves estar, estás entre nós! Sempre que um novo elemento se junta a nós, toda a Loja se alegra. Mais um homem bom quer tornar-se melhor e, fazendo-o, nos ajudará, a todos e cada um de nós, a sermos um pouco melhores também! Sê, pois, muito bem-vindo, Irmão. Todos esperamos que, sempre, gostes tantos de estar conosco como – não o duvides! – todos e cada um de nós gostaremos sempre de estar contigo.

Encerrou-se um ciclo na tua vida e iniciaste um novo ciclo. Deixaste para trás a tua vida profana e iniciaste o teu percurso como maçom. E não duvides também que, a partir de hoje, em todos os aspectos da tua vida, em todos os momentos dela, em todos os locais onde te encontrares, com quem estiveres, não mais estará apenas o homem que entrou neste templo – a partir de agora, sempre, em todos os lugares, com todas as pessoas, estará o maçom! Porque passaste por uma Iniciação que, a ti, como a milhões de outros antes de ti, sutilmente já te começou a mudar e que, se é esse o teu sincero propósito – e todos nesta sala acreditamos e acreditamos que sim! – te ajudará a melhorar, um pouco cada dia, mas sempre e sempre e mais e mais.

A partir de agora, tens muitos símbolos para estudar, para sobre eles meditares, tirares tuas conclusões e aplicares essas conclusões em ti, na tua vida, no teu comportamento. É esse, em síntese, o nosso método, o método maçónico que desde tempos imemoriais os maçons de todo o mundo usam. Basta olhares em teu redor e verás objetos, representações, mas também gestos, palavras, atos, condutas, que, tudo isso, tem significado simbólico que a ti te cabe descobrir, para que uses essas tuas descobertas em benefício de ti próprio, não do que hoje és, mas do que vais ser, do que vais ser em cada dia sendo um pouco diferente e melhor do que no dia anterior.

Muitos símbolos te rodeiam, mas agora quero apenas chamar-te particularmente a atenção para dois, que não escolhi ao acaso. Dois que, sei-o porque mo disseste, especialmente te tocam: o maço e o cinzel.

O maço e o cinzel são as ferramentas básicas com que deves, de imediato, começar a trabalhar. Simboliza o maço a força, o poder, a energia que transmite ao cinzel, a ferramenta sutil que, aproveitando a Força que lhe é transmitida pela energia da mão que empunha o maço, utilizando-a, distribuindo-a harmoniosamente com a sua ponta, mediante o seu sábio manuseio, em variados ângulos de colocação sobre a pedra, desbasta esta, retira as suas asperezas, transforma a rudeza do informe bloco em trabalhada e lisa pedra que, com sua devida esquadria, está apta a ser colocada no espaço que lhe está destinado na construção.

Assim também deves recordar-te em todos os momentos que sempre, mas sempre mesmo, deves diligenciar para que o maço da tua Força de Vontade seja aplicado com o cinzel da Sabedoria na pedra bruta que é o teu caráter, desbastando-lhe as asperezas, as irregularidades, retirando-lhe e reparando-lhe as imperfeições, moldando-o com a devida esquadria para que se integre harmoniosamente na sociedade e constitua uma forte e bela pedra essencial ao todo em que se integra.

As asperezas, as irregularidades, as imperfeições que hás de, dia a dia, um pouco de cada vez, mas persistentemente, ir retirando de ti próprio, tu, melhor do que ninguém, saberás, descobrirás, quais são. E tu próprio alterarás o que tiveres a alterar. Ninguém o fará por ti!

Para isso, precisas de, permanentemente te conheceres, cada vez mais e melhor, a ti próprio. Só assim saberás – tu e mais ninguém – o que aperfeiçoar, onde e como trabalhar, para que amanhã estejas um pouco melhor do que hoje.

Portanto, meus muito prezados Irmãos, pega no teu maço, manuseia o teu cinzel e desbasta tua pedra. O resultado do teu trabalho será, mais cedo ou mais tarde, verificado por todos, mesmo os mais distraídos. Mas, antes e acima de tudo e de todos, será apreciado por ti próprio, que, em resultado do teu trabalho, desde que sério, desde que persistente e incessante, te sentirás cada dia mais forte, mais apto, melhor. Sobretudo contigo mesmo!

outubro 23, 2022

TUDO É VAIDADE!



Meus irmãos, o que estamos fazendo dentro e fora dos nossos Templos? “Estamos levantando Templos às virtudes ou cavando masmorras aos nossos vícios e imperfeições?” 

Eu tenho plena convicção de que não, o que vejo são irmãos imperfeitos frequentando nossos Templos com soberba e vaidade, vejo irmãos de Altos Graus se comportando como se fossem o GADU ou PADU (pequenos arquitetos do universo), pois na realidade são mesmo bem pequenos, pensam e agem como se soubessem tudo, mas infelizmente esqueceram o mais básico dos ensinamentos, somos todos eternos aprendizes, ao Mestre cabe o silencio do saber e não a eloqüência de se mostrar dono da verdade e dos ensinamentos. 

Vejam, há pouco participei de uma iniciação, tudo correu muito tranquilo até a hora que foi dada a palavra ao Soberano. G.`. C.`., esse cidadão que tem a nomenclatura pomposa e nada humilde, resolveu repassar TODA a cerimonia de iniciação, novamente,  por pura vaidade, só vaidade. Bastava fazer um comentário sobre o fato para tentar levar o iniciado a pesquisar sobre o que se passou com ele, não tem que repetir, tem que ser a última palavra, a palavra do S. G. C.. 

Eu vejo que essas pessoas só têm uma ideia do que seja humildade ou a palavra Vaidade. Tentarei explicar, está no Aurélio: “Desejo imoderado de chamar atenção, ou de receber elogios: gasta bilhões por mera vaidade. / Ideia exageradamente positiva que alguém faz de si próprio; presunção, fatuidade, gabo: não teria a vaidade de intitular-se sábio. / Coisa vã, fútil; futilidade. / Alarde, ostentação, vanglória.” e o sinonimo é orgulho, ostentação, soberbia, ufania e vanglória. 

Está ai a definição, não é possível que continuemos repetindo e repetindo sempre as mesmas coisas e continuarmos fazendo errado, o grande Benjamin Franklin disse “O orgulho que se alimenta da vaidade termina em desprezo” ou vice versa. 

Na realidade se continuarmos a massagear continuamente essas pessoas, continuaremos a alimentar um erro, temos que ter hierarquia, concordo, temos que respeitar a liberdade do irmão, condição esta sine qua non do bom maçom, mais temos que nos tratar como iguais também, somos iguais sendo diferentes, quando galgamos Graus, nada mais é do que o reconhecimento de nossa própria sabedoria não é? 

Então porque esse excesso de firulas e de orgulho e de referencias superlativas etc. Será que não basta ser Grão Mestre ou Venerável, temos que ser Venerabilíssimo, Sereníssimo ou Soberano para podermos ser mais Maçom que os outros? Não, respondo, não, definitivamente não. Salomão, ele mesmo, nossa fonte eterna de inspiração diz “desgraça está a um passo do orgulho: logo depois da vaidade vem a queda”. O livro da Lei traz em média 58 versículos aonde encontramos referencias sobre a palavra Vaidade, a saber: II Reis (1); Salmos (8); Provérbios (1); Eclesiastes (26); Isaias (3); Jeremias (6); Ezequiel (4); Oséias (2); Zacarias (1); Romanos (1); II Pedro (1). Outros autores nossos como Nicola Aslan, Cammino e o próprio Castellani de quem eu nem gosto muito, são fartos em definir e tentar explicar a Vaidade dentro da Maçonaria. Resumidamente define a Vaidade como a “qualidade” do caráter do que é vazio de valor, sem consistência ou fundamento. Caráter do vaidoso que apregoa um valor que não tem ou acoberta um real interesse, que estima excessivamente um valor pessoal, com desejo oculto de atrair a admiração dos outros. Nicola Aslan, em seu “Dicionário de maçonaria e simbologia cita que “O Vaidoso considera-se superior a todos, em relação a seus dotes reais ou imaginários, e sente-se ofendido ou amesquinhado quando posto em confronto desfavorável com outros indivíduos. Chama-se isso vaidade ferida, que é muitas vezes, causa de comportamentos anti-sociais. O individuo, em seus julgamentos, tem consciência clara de seus dotes reais, não como motivo de orgulho, mas de responsabilidade em utilizá-los para fins morais mais elevados, e tem igualmente consciência de suas limitações, sem, todavia deixar-se abater por esse motivo”. Infelizmente nossa amada Ordem favorece a esse tipo de comportamento. É comum vermos irmãos com posturas que, examinados a luz de uma visão mais apurada, demonstram apenas Vaidade. Nossa ordem é a melhor escola humanista que eu conheço e disso ninguém pode duvidar, ela expõe aos seus adeptos a capacidade de modificação no comportamento e na visão geral da sociedade, principalmente na moral e na ética. Bem diante deste pequeno texto quero deixar claro que temos e precisamos melhorar ou podemos cair no senso comum de sermos iguais a tantos outros por ai. Claro que somos diferentes, mesmo sendo iguais, somos diferentes e temos que mostrar e demonstrar isso de forma clara aos nossos aprendizes, companheiros e mesmo os mestres. Temos que ser reconhecidos como maçom. Esse pequeno artigo tem por intenção despertar em todos um interesse maior e a curiosidade, para que os irmãos busquem produzir uma peça de arquitetura mais profunda e possam assim iluminar as nossas oficinas.

 “Não existem segredos na Maçonaria para aqueles que se propõem a estudar, mas para os que com isso não se importam, liturgia e ritualismo maçônicos não tem sentido. A maior parte só vê a casca e cedo se desilude; não conhece a amêndoa gostosa que se oculta no interior e torna-se o prêmio reservado aos estudiosos, que os aproxima, cada vez mais, da iniciação Real” Nicola Aslan.

(Desconheço o autor)

outubro 22, 2022

OS ASSÍRIOS - UMA NOTÁVEL CIVILIZAÇÃO



Dentre os povos antigos que habitavam a Mesopotâmia, outra notável cultura que ascendia era a do povo Assírio, que se localizavam na Alta Mesopotâmia. Hoje, a região que um dia os assírios se estabeleceram, é ocupada pelo Iraque, mas em 2.400 a.C., estava sendo fundada a cidade de a Assur, em homenagem a uma divindade do povo que lá residia, e anos mais tarde, tal cidade iria se expandir e se tornar um dos mais importantes Impérios da antiguidade.

A cidade de Assur tratou de, nos primeiros séculos de sua jornada, focar em aparato bélico, tendo em mente que a região era habitada por diversos outros povos, que estavam sempre entrando em conflito. Por volta de 1300 a.C., o povo assírio representava uma grande civilização, desenvolvida e populosa, estava então na hora de dar início ao processo de expansão do reino, que perduraria até por volta de 612 a.C., dando origem ao legado assírio no que ficou conhecido como a civilização que desenvolveu um exército que se assemelhava com uma máquina de guerra, onde derrotas em conflitos eram extremamente esporádicas.

Pelo que se tem registros, os assírios criaram o primeiro exército organizado da história humana, contando com guerreiros treinados e táticas de guerra, possuindo diversas castas de guerreiros como arqueiros, lanceiros, carros de combate movidos a cavalaria e a própria cavalaria. Através desse modo desenvolvido de combate, diversas civilizações mesopotâmicas foram submetidas ao seu jugo. Diversos reis lideraram os assírios, o mais importante Assurbanipal, que governou de 668 a.C. a 626 a.C., tendo sido ele o construtor da famosa biblioteca de NÍNIVE , que em seu tempo áureo chegou a contar com quase 22 mil plaquetas de argila com registros, histórias e documentações históricas.

Além desse feito, Assurbanipal é considerado o maior administrador do Império assírio, tendo criado uma estrutura militar invejável e conquistado dezenas de territórios. Dentre os feitos militares dos assírios, podemos destacar a conquista do Egito, consumada por volta do século VII a.C., conquista de parte da Ásia Menor e controle de toda Mesopotâmia, tendo durante sua história usado do terror e violência para manter as populações subjugadas sob total domínio, sendo uma das técnicas utilizadas o famoso Esfolamento. Outro modo de manter os territórios, era a deportação do povo conquistado, que consistia em espalhar famílias e amigos de determinado povo por todo o território mesopotâmico, desarticulando sua cultura e diminuindo a possibilidade de rebelião.

Com a morte de Assurbanipal, o declínio assírio não demorou a acontecer, principalmente quando em 616 a.C., o povo Medo e os Caldeus se uniram para iniciar um confronto contra os assírios, os medos eram liderados pelo rei Ciaxares, os caldeus por Nabopalassar e os assírios por Sinsariscum. Essa guerra ocasionou na derrota assíria e destruição total de Nívive em 612 a.C., além da morte de seu líder Sinsariscum, iniciando assim um processo de divisão do império assírio pelo povo caldeu.