novembro 01, 2022

TODOS OS SANTOS! - Adilson Zotovici




Hoje, como ontem ou amanhã,

É um belo dia também 

De ao levantar-se de manhã

Orar sem olhar a quem 


Entre os tantos Santos

Que a Fé cada qual tem,

Pra dissipar quebrantos

Que se pode ser refém 


Expedito, Rita, João...

Igualmente benditos porém,

Que tem sempre a devoção

Ou simpatia de alguém 


A “Todos os Santos”  afeto ,

E gratidão muito além 

Com a graça do “Grande Arquiteto”

A quem rogamos...Amém !


MODERNIDADE NÃO É SUBSTITUIR O ANTIGO PELO NOVO. É ADICIONAR O NOVO AO ANTIGO - Jose Osvaldo Prado



A Maçonaria, herdeira das tradições dos construtores de catedrais da Idade Média, soube, no século das Luzes, reinventar-se, evoluir para a sua atual forma de Maçonaria Especulativa, assumindo a modernidade do Iluminismo sem deixar cair o acervo das tradições, da ética, dos costumes, dos maçons operativos.

Neste dealbar de novo século e milénio, no findar da sua primeira década, importa refletir sobre o papel da Maçonaria num Mundo que evolui e se transforma a um ritmo nunca dantes visto, um avanço tecnológico ímpar na História da Humanidade, mas também com riscos e desequilíbrios de uma dimensão global, também novos, em tão ampla escala.

Importa refletir sobre a melhor forma de bem utilizar as Novas Tecnologias de Informação. Importa refletir sobre como integrar os novos conhecimentos, os avanços científicos, as evoluções sociais, no paradigma maçónico. Importa refletir sobre o papel, o interesse, a contribuição, da Maçonaria nas sociedades de hoje e do amanhã. Importa refletir, em suma, sobre como adicionar o novo ao antigo.

A Maçonaria é uma contínua sucessão de atos de construção de cada um de nós, em que cada um de nós é simultaneamente a obra, a ferramenta e o construtor. Nesta permanente tarefa, o uso, a prática, a execução, da Tradição, a repetição de palavras, gestos e atos que a nós chegam vindos de tempos para nós imemoriais, é-nos confortável e reconfortante, dá-nos segurança, um ponto de apoio e de equilíbrio. Fazemos o mesmo que muitos outros antes de nós, em muitos tempos e diversos lugares, fizeram, que muitos outros além de nós no mesmo dia em que nós o fazemos também o fazem, esperamos fazer o mesmo que muitos muito depois de nós continuarão a fazer. É-nos confortável, dá-nos segurança, estabilidade, paz de espírito, sabermos que somos individualmente elos de uma imensa cadeia que nos chega de um profundo passado, continua num tranquilo presente e prossegue num risonho futuro…

Nós, maçons, somos os cultores por excelência da Tradição!

No entanto, não recusamos, nunca recusamos, a Modernidade! A nossa história mostra mesmo que, em algumas épocas, nós fomos a Modernidade: muitas das Luzes que iluminaram o século das ditas foram de maçons, espíritos científicos avançados para a sua época, que cultivaram, divulgaram e fizeram avançar a Ciência e a Técnica. Os princípios hoje quase universalmente aceites (e ansiamos pelo dia em que o “quase” desapareça) dos Direitos Humanos foram acarinhados, cinzelados (é o termo), divulgados e defendidos, antes de mais e antes de todos, por maçons. Nós, maçons, orgulhamo-nos de, ao longo da nossa já apreciável história, sabermos aliar a Tradição à Modernidade.

Nós, maçons, procuramos nunca substituir o antigo pelo novo, porque isso seria deitar fora, desprezar, desaproveitar, tudo o que de bom o antigo continua a ter para nos ensinar, ilustrar, proporcionar, antes integramos o novo no antigo, cultivando a Tradição, mas utilizando tudo o que a Ciência, a Técnica e a própria evolução do Homem nos proporcionam.

Quando e onde começou a franco-maçonaria? Onde postular as origens da maçonaria? Como surgiu? Qual o momento criador/fundador? Como foi feita a transmissão?

Donde vimos nós, que gostamos de nos proclamar filhos do Progresso?

Herdeiros (as) dos construtores de catedrais? Fonte mítica da nossa tradição ou do Século das Luzes? Século em que se desenvolveram um pouco por toda a parte, os espaços denominados Lojas.

A maçonaria moderna não tem ainda três séculos. Nasceu em Inglaterra em 1717, com a fundação da Grande Loja de Londres. Herdeira direta dos construtores medievais, denomina-se “especulativa” por oposição aos “operativos” que trabalhavam nas catedrais. Desde 1723, as Constituições do pastor James Anderson, estabelecem esta filiação mítica, outros maçons recuando ainda mais no tempo, procuraram, mais fundo, as raízes desta tradição.

Contudo, é através da utilização dos mesmos instrumentos operativos que os maçons especulativos balizam as suas reflexões –a colher de pedreiro, o esquadro, o compasso, o cinzel….- , assim como, recorrendo a outros elementos pedidos emprestados à Bíblia, à geometria e à construção, símbolos que ao longo de gerações apelam ao maçom para trabalhar sobre si mesmo. Não é fácil determinar a origem de cada símbolo, pois não podem ser entendidos isoladamente, fazem parte de um todo e de uma tradição, cuja interpretação é distinta para um (a) Iniciado(a), que não deseja construir um edifício de pedra, mas uma obra espiritual, ou intelectual, um “Templo da Humanidade”, pela transformação real do ser humano. Este ideal só é possível através de uma tradição e de um método que une os maçons  de todo o mundo e que passa de geração em geração.

E o que significa Tradição? Significa Transmissão e esta é o elemento de coesão – o cimento- “ A Maçonaria é uma Ordem Iniciática Tradicional….” e se essa transmissão for oral, ao longo dos séculos, onde os livros eram desconhecidos? As crenças, os contos de fadas, os mitos…. não são mais do que transmissões orais, cujas personagens mudaram segundo a geografia e a cultura, mas a componente moral essa permaneceu e transmitiu-se, inscrevendo-se na consciência. A tradição não são regras, estatutos, são usos e costumes que regulam a vida das pessoas através das experiências. É aos mais antigos, aos mais sábios, que compete transmitir esta sabedoria, através de processos que assegurem a continuidade de uma cadeia ininterrupta; é uma sabedoria que se transmite através da observação, da meditação e da imitação, para isso o silêncio impõe-se, para que a memória retenha o essencial a fim de que possa ser transmitido, como uma herança.

No caso da maçonaria a tradição herdada confere-lhe legitimidade e está ratificada pela Maçonaria Universal, é um ponto de referência. A multiplicação das Obediências com as suas próprias especificidades, têm presentes a aquisição da tradição, os significados que dela emanam e que ligam o passado ao presente, através da prática de um mesmo ritual e de um mesmo método que coloca o ser humano na sua dimensão cósmica.

E que lugar tem a maçonaria no século XXI? Que lugar tem esta instituição nas sociedades modernas onde a necessidade de inovar surge diariamente? O tempo não a fraturou, percorre o seu caminho mais procurado do que nunca, não obstante as mudanças verificadas na história coeva.

Hoje, as Lojas são uma mistura de ideias, de personalidades, de origens sociais e também de gerações, onde somos obrigadas a eliminar as aparências para que o essencial do ser seja revelado, para ordenar não só à própria existência, mas também o relacionamento com os outros e com o Universo.

A confrontação das ideias e o sentido crítico fazem também parte dos nossos instrumentos que nos ajudam a traçar o projeto de um todo que nos esforçamos por ligar aos grandes movimentos dos tempos modernos.

O método maçónico, vindo das profundezas do tempo, surpreende pela sua modernidade, é o instrumento fundamental para o ser humano conhecer-se a si próprio e construir uma Sociedade mais justa e esclarecida. Com efeito, o trabalho maçónico é uma progressão contínua, cujos diferentes graus marcam as etapas, como um jogo de espelhos em que cada iniciado possa prosseguir a sua viagem, na procura de uma dimensão moral e espiritual, dada pela tradição e pela forma tradicional da Iniciação.

No tempo conturbado em que vivemos, cercadas pelas as injustiças, pelos fundamentalismos, em suma, pela desordem, nós maçons acreditamos que graças aos princípios que defendemos e aos nossos valores humanistas temos o dever de “continuar no exterior a obra começada no Templo".

outubro 31, 2022

A LEI INICIÁTICA DO SILÊNCIO - Jeronimo Lucena




O  nascimento,  simbolizado  pela  Iniciação,  é  precedido  pelas fases  de  aprendizado  e  companheirismo. 

O  homem  novo,  advento  da eclosão  do  óvulo  iniciático  no  interior  da  terra  (Câmara  das Reflexões)  passará  pelo  processo  de  aculturamento. 

Assim  como  as letras  que  foram  símbolos  criados  para  que  pudéssemos  transmitir os  nossos  pensamentos,  o  Aprendiz  aprenderá  o  significado  oculto dos  símbolos  somente  acessível  aos  iniciados.  

Trata-se de uma nova linguagem.  

Ser  iniciado  é  ser  um  serviçal  do  Amor  Maior  que  governa  a existência  e  que  dá  vida  a  todos.  

Iniciar-se  é  perder,  perder  a arrogância,  as  quimeras,  a  ganância,  o  preconceito,  as  magoas  e  o ódio.  

Em  troca,  ganha  a  oportunidade  de  ceder  ao  movimento  do  seu coração  para  render  graças  ao  Gr.’.  A.’.  D.’.  U.’..   

Ao  receber  a  "LUZ"  o  neófito  não  deve  confundi-la  com  a  luz material  que  lhe  agride  a  retina  e  sim,  a  "LUZ"  verdadeira  que alumia  a  todos  os  homens  que  vem  a  este  mundo.  

A LUZ magnânima que a tudo compreende e preenche com infinita sabedoria. 

O iniciado não é mais a mesma pessoa.  

Morreu o  profano, sequioso do poder e cego pelas trevas e em seu lugar surge  um novo ser dourado que se alegra ao participar de alguma atividade altruística.  

O  amor  aplicado, o  equilíbrio,  a  retidão, a disciplina e  a  inspiração profunda fazem com que o verdadeiro iniciado na Arte Real se transforme em construtor de  Templos, verdadeiros  e  inigualáveis  pedreiros  do  universo.   

Uma  criança  em  tenra  idade  começa  a  aprender  a  falar  quando começa  a  distinguir  os  sons.  

Inicialmente  os  sons  simbolizados pelas  vogais,  diz-se  então  que  a  criança  está  a  "soletrar".  

A combinação  das  letras  resulta  em  outros  sons  de  natureza  mais complexa,  para  tanto,  surgem  as  consoantes  que  dão  origem  às silabas,  passará  então  a  criança  a  "silabar".  

Para  o  conhecimento  da  palavra,  necessário  se  faz  conhecer  a letra  e  posteriormente  a  sílaba.  

Somente  assim  a  palavra  poderá ser  utilizada  de  forma  a  se  tornar  compreensível  e  útil. 

Mesmo  no  mundo  profano  os  neófitos,  em  qualquer  ramo  da atividade  humana,  mais  tem  a  ouvir  e  aprender  do  que  falar.  

Calar para  ouvir,  ouvir  para  aprender,  aprender  para  ensinar.  

O  Falar não  é  reconhecidamente  primordial  em  uma  sessão  maçônica.  A interação  entre  os  indivíduos  se  dá  em  uma  dimensão  além  dos sentidos,  não  alcançada  pela  audição,  olfato,  tato,  visão  e locução. 

A  palavra  é  instrumento  de  transmissão,  de  convencimento daquilo  que  pensamos.  

O  Trabalho  maçônico  é  reconhecidamente hermético  refletindo-se  diretamente  em  sua  liturgia. 

Aqueles  que  desconhecem  a  profundidade  do  sentido  oculto  da Lei  Iniciática  do  Silêncio  argumentam  que  o  silêncio  dos aprendizes  e  companheiros  se  confronta  com  o  principio  maçônico  da igualdade.   

Entretanto,  há  de  se  considerar  que  o  principio  da  igualdade não  é  ferido  quando  a  eles  é  proibido  o  conhecimento  dos  sinais, toques  e  palavras  dos  demais  graus. 

"Há  um tempo para cada coisa".  

Por  fim,  não  deveis  acreditar  em  tudo  que  vedes,  nem  mesmo nas  coisas  que  eu  te  digo,  se  és  um  místico  de  qualquer  escola  ou ordem  mas  desejas  conhecer  a  tua  religião  ou  a  maçonaria,  estuda-a e  procuras  por  ti  mesmo,  a  tua  religiosidade  intima  e  una, independente  do  que  te  ensinaram  e  te  disseram,  e  sejas  tu  mesmo  o que  escolhes  o  caminho,  a  tua  verdade  absoluta  alicerçada  pelas três  colunas  simbólicas  "Sabedoria,  Força  e  a  Beleza". 






outubro 30, 2022

A REGRA DA EVOLUÇÃO - Adilson Zotovici





Eis o aperfeiçoamento

Ao livre pedreiro a direção

Pra obter seu crescimento

Na progressista Instituição


Especular, envolvimento,

Filosofar cada instrução

Dar à Luz o seu talento

E aclarar a escuridão


Desde há muito o ensinamento

Que da leitura absorção

À cultura de provento


Esquadrinhar erudição

Compartilhar conhecimento

A regra da evolução
!



IRMÃOS COMPADRES - Newton Agrella




Estamos Todos Juntos!

Compartilhando a Vida.

Cambiando Ideias.

Aprendendo um com o outro.

Respeitando individualidades.

Questionando espírito e matéria.

Buscando o entendimento

das coisas.

A cada pouco nos surpreendemos especulando, discernindo e trocando impressões, tal como fazem os confrades literários que mergulham no mundo das letras e despejam seus sentimentos e pensamentos através da prosa ou da poesia.

Somos mais.

Somos maçons em reflexão.

Permanentemente antenados com o universo que nos cerca.

Compreendemos, inquietamo-nos, mas na maioria das vezes levantamos brinde às palavras que são o nosso combustível.

Assim prosseguimos nesta jornada instigante.

Ninguém mais, tampouco menos.

Somos todos o valor inestimável de nossa consciência.

É vida que segue.



outubro 29, 2022

PEDREIRO LIVRE (FREE MASON)




Qual seria a origem desse nome? Quando, onde e por que foi dado?

Algumas supostas respostas, dadas a seguir, foram baseadas no conteúdo do livro do Ir∴ Bernard Jones - “The Freemason’s Guide and Compendium”.

Na verdade, muitas explicações são dadas sobre esse assunto. O que se sabe é que nos tempos das construções das Catedrais, os Maçons eram divididos em duas categorias: os maçons “rústicos”, quebradores de pedras, que extraiam os blocos e davam uma preparação preliminar aos mesmos, e os “especialistas” cujo trabalho era o de “acabamento” das referidas pedras, dando corte, formato e acabamento conforme o requerido na etapa final da construção.

Esses últimos eram os mais qualificados do grupo de Maçons. Podemos dizer que eram verdadeiros artistas na arte de acabamento em pedras. Estes maçons é que foram chamados de “Freemasons”. Aparentemente esse nome foi usado nos primórdios dos Operativos.

Bernard Jones esclarece que a palavra “free” tinha muitos significados e é difícil precisar qual deles foi utilizado no termo “Freemason”. Três deles serão dados a seguir:

“Free” pode indicar a pessoa que era imune a leis e regras restritivas, particularmente com a liberdade de ir e vir para diversos lugares, conforme a necessidade do seu trabalho.

Muitos Maçons de hoje acham que o termo foi aplicado originalmente, àquele fisicamente livre, que não era servo, muito menos um escravo.

O “Freemason” seria talvez aquele que trabalhava na pedra livre (free stone) que é um tipo de pedra calcárea, fácil de manusear, não muito dura.

...

Fonte: Pílulas maçônicas

outubro 28, 2022

MUDAR OU DESAPARECER - O DILEMA DA MAÇONARIA - John L. Palmer




Existe, atualmente, uma crise na nossa Fraternidade?

Se sim, como posso ajudar?

Na história conhecida da Maçonaria, pelo menos desde que se vem contando os Maçons, o número de membros na nossa Fraternidade sempre oscilou, subindo e descendo.

Mas, à medida que o número de membros começou a declinar, surgiu um problema jamais enfrentado.

Mais ou menos no meio do século XX, uma Loja na Austrália estava lidando com o mesmo, ou pelo menos um problema similar de declínio de membros e interesse.

Eles perceberam que a razão pela qual o número de membros estava declinando era que os seus próprios membros não entendiam o que a Maçonaria realmente era; que como resultado, a Loja tinha sido transformada em algo completamente diferente do que pretendia ser; e, que os membros e possíveis membros eram apáticos sobre essa organização chamada Maçonaria.

Eles notaram que a ênfase tinha mudado de companheirismo, estudo filosófico e desenvolvimento espiritual para discussões superficiais sobre tópicos mundanos.

Eles insistiram que se a Fraternidade retornasse ao que eles acreditavam que uma vez fora, os homens, tanto membros quanto não-membros, seriam atraídos, e o problema se resolveria por si mesmo.

Eles insistiram que os homens eram atraídos por coisas que eles consideravam valiosas e que os membros da Loja deveriam ser retratados como sendo de imenso valor a fim de atrair homens que se beneficiariam do crescimento intelectual e espiritual que a Fraternidade oferece.

Colocando a sua teoria em prática, criaram uma Loja com ênfase nas discussões intelectuais da filosofia e história maçônicas, eliminando assim muitas oportunidades de desviarem do objetivo.

Por todos os lugares, havia muitos maçons que não estavam realmente felizes com o que estava acontecendo nas suas Lojas.

Quando finalmente conseguiam se tornar membros da Fraternidade, ficavam desiludidos.

Quando viram o que os maçons realmente faziam nas suas reuniões, ficaram muito desapontados.

Eles tinham esperado cerimônias majestosas e impressionantes; discussões profundas de assuntos que os desafiariam mentalmente; e a oportunidade de aprender sobre grandes mistérios aos quais, de outra forma, não teriam tido acesso.

Muitos destes jovens maçons tinham grande respeito pela Fraternidade antes de apresentarem petições e pelos homens que conheciam como Maçons, mas faltava alguma coisa.

Em vez disso, viam cerimônias que poderiam ou deveriam ter sido mais impressionantes, lidas num livro por um membro da Loja que lia mal e não entendia algumas das palavras, muito menos o significado dos rituais.

Eles viam homens assumindo obrigações solenes de fazer todo o tipo de coisas elevadas e, em seguida, prontamente se comportando como se não tivessem feito aquilo.

Quando eles perguntavam “por quê?” sobre partes das cerimônias ou dos rituais, eles eram instruídos a memorizar corretamente as palavras, pois ninguém sabia “por que” eles diziam e “o que” faziam.

Eles se perguntavam: “Em que eu me meti? 

Não há algum lugar melhor onde eu quero gastar o meu tempo?”

Muitos destes homens se afastaram da Fraternidade, perdidos e desiludidos.

Alguns, no entanto, tiraram um tempo para aprender o ritual, ler a literatura, pensar sobre “o que” a Maçonaria deveria ser e decidiram que isso precisava retornar à Instituição que eles percebiam uma vez ter sido.

A partir daí, esta Loja Australiana passou a ter uma lista de espera de homens querendo se tornar membros.

Eles aprenderam a ser mais exigentes com os seus membros e discutir assuntos mais esotéricos e filosóficos, além de enfatizarem a excelência na experiência iniciática transmitida.

Eles se enquadraram no guarda-chuva que alguns chamam de “Restauração Maçônica” e organizaram-se para promover esses ideais.

Estaremos vivenciando, em pleno século XXI, situação semelhante à vivenciada por aquela Loja na Austrália??? 

Se sim, o que poderei fazer??? 

Tradução: J. Filardo

MAÇONARIA EM SÍNTESE - Ademar de Paula M.'.M.'.



É fundamental que o maçom aceite e proclame a existência de um princípio criador, o Grande Arquiteto do Universo; reconheça a instituição como filosófica; proclame a liberdade de consciência como sacratíssimo direito humano; trabalhe incansavelmente na investigação da verdade; honre o trabalho em suas formas honestas; condene qualquer discussão sectária de natureza política ou religiosa, dentro de seus templos; imponha culto à Pátria; exija respeito absoluto à família e não admita a menor ofensa a uma e nem a outra.

O Maçom, entende que cada Loja é um templo sagrado sob cuja abóbada, os homens livres e de bons costumes, devem se reunir fraternalmente, procurando conseguir o bem da humanidade; entende também que todo pensamento maçônico deve ser criador. 

Essa atitude mental engrandece o espírito e fortifica o coração.

Cada Maçom, parte viva dos irmãos, concorrerá para assimilar o ideal da ordem e desenvolvê-lo na capacidade de sua inteligência.

Admite que a Maçonaria é acessível aos homens de todas as classes sociais, crenças religiosas e convicções políticas; com exceção daqueles que o privem de sua consciência e exijam sua submissão incondicional.

Entende, também que, nos Templos Maçônicos, aprende-se a amar, a respeitar tudo que a virtude e a sabedoria consagram; e exige estudo meditado de seus rituais e a prática da solidariedade humana.

Acredita, por consequência, que a Maçonaria é uma instituição criada para combater tudo que atente contra a razão e contra o espírito de fraternidade universal.

Assim sendo, os ensinamentos maçônicos realizados através de símbolos, de alegorias universais, induzem seus adeptos a dedicarem-se à felicidade de seus semelhantes, não porque a razão e a justiça lhes imponham esse dever, mas porque o sentimento de solidariedade é qualidade inata, que os faz filhos do universo e amigos de todos os homens.

O Maçom acredita doutrinariamente que a Maçonaria é parte integrante das Histórias, Pátria e Universal, pois os maçons sempre estiveram presentes nos grandes eventos, defendendo a trilogia sagrada:  LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE.

Assim, os maçons que nos antecederam, lutaram e venceram, assim lutamos hoje e assim lutarão amanhã os nossos sucessores, empunhando esta mesma bandeira, trabalhando pela felicidade do gênero humano. 

Os maçons se consideram recompensados e realizados, pois servindo ao próximo, estão observando os ensinamentos da Sublime Instituição.

Os que satisfizerem estes requisitos e desejarem cerrar fileiras com os Apóstolos da Liberdade e Sacerdotes do Direito, deverão se comprometer a trabalhar pelo bem da Pátria e da Humanidade. 

Aquele que for convidado e aceito, será mais um Irmão, passando a fazer parte da Grande Família Maçônica Universal.

Ser maçom é ser amante da virtude, da sabedoria, da justiça e da humanidade.

Ser maçom é ser amigo dos pobres e desgraçados, dos que sofrem, dos que choram, dos que têm fome e sede de justiça. 

É propor como única norma de conduta o bem de todos, para seu progresso e engrandecimento.

Ser maçom é querer harmonia das famílias, a concórdia dos povos, a paz do gênero humano.

Ser maçom é derramar por todas as partes os esplendores divinos da instrução, a educar a inteligência para o bem, conceber os mais belos ideais do direito, da moralidade e do amor, e praticá-los.

Ser maçom é levar à prática aquele formosíssimo preceito de todos os lugares e de todos os séculos, que diz com infinita ternura aos seres humanos indistintamente, do alto de uma cruz e com os braços abertos ao mundo: ... “Amai-vos uns aos outros, formai uma única família, sede todos irmãos”... 

Ser maçom é olvidar as ofensas que nos fazem, ser bom até mesmo para com nossos adversários e inimigos, não odiar ninguém, praticar a virtude constantemente e pagar o mal com o bem.

Ser maçom é amar a luz e aborrecer as trevas, ser amigo da ciência e combater a ignorância, render culto à razão e à sabedoria.

Ser maçom é praticar a tolerância, exercer a caridade sem distinção de raças, crenças ou opiniões, e lutar contra a hipocrisia e o fanatismo.

Ser maçom é realizar, enfim, o sonho áureo da fraternidade universal entre os homens.

A nossa Ordem deseja ardentemente que todos os homens de bem se unam numa cruzada universal de recuperação dos valores morais da humanidade.

Deus, a quem denominamos Grande Arquiteto do Universo, conhece muito bem nossas intenções e penetra no recôndito de nossas almas, razão porque devemos ser sinceros em nossas atitudes.






outubro 27, 2022

POETA & LEITOR - Adilson Zotovici



Encanta-me o esplendor 

Duma relação direta 

Qual aluno e professor 

Que propagação a meta 


Vive as letras o escritor

Frente ao verso que arquiteta 

Da subjeção escultor   

Imerso, na mente inquieta


Mas, na poesia, o fulgor,

Duma só forma, discreta,

Qual da melodia, o cantor


Uma conexão completa 

Que se encerra entre o leitor 

E o autor, o poeta !


Adilson Zotovici

ARLS Chequer Nassif-169

outubro 26, 2022

SINDICÂNCIA - MOVIDOS PELA CURIOSIDADE - Newton Agrella




Muitos de nós somos pródigos de uma sensação incontida e inebriante que nos chama à alma e nos conduz quase que automaticamente ao caminho do desconhecido.

Essa sensação se revela como uma disposição natural da exploração e investigação inerentes ao nosso instinto a que chamamos de "curiosidade".

Na maioria das vezes, a simples vontade de ver, de travar um contato real apenas e tão somente para satisfazer um desejo, de se aventurar pelos segredos de um universo desconhecido ou senão pela mera e pura indiscrição por assuntos alheios - pode nos tornar reféns dessa curiosidade.

Talvez por isso, nossa Sublime Ordem, ao longo de sua existência, tem sido vítima de muitos que se arvoram no desejo de inteirar-se ou de tentar entender a sua essência - submetendo-se a um processo Iniciático - sem o devido valor de juízo que tal decisão impõe.

A curiosidade sugere uma experiência empírica, isto é; atuando diretamente junto ao objeto de desejo e por vezes pode ser interpretada como um impulso incontrolável sem base em algum princípio ou fundamento.

Quer queira quer não, na Maçonaria encontramos muitos Iniciados que movidos pela efemeridade de seus instintos, após pouco tempo começam a se desinteressar pela Ordem, e pouco ou quase nada fazem para quererem se desenvolver dentro dela.

Sobretudo no que respeita a necessidade do aprofundamento nos estudos, na pesquisa, na leitura e na frequência e participação em Loja, bem como na elaboração de trabalhos que são solicitados pelas comissões de graus.

Eis a razão da existência de um aviso que o Candidato ao adentrar à Câmara de Reflexões se depara com os seguintes dizeres:

"SE A CURIOSIDADE AQUI TE CONDUZ, RETIRA-TE"

Cabe insistir que a Maçonaria não pode e nem deve servir como instrumento experimental.

Em tempos mais recentes, o que se observa é que por ocasião de uma Sessão Magna de Iniciação, o Candidato ao ser questionado quanto ao motivo que o leva a querer ingressar na Maçonaria - as respostas são praticamente idênticas e sem o menor vestígio de originalidade ou seja; "respostas padrão" do tipo:

"porque busco conhecimento..."

"porque quero evoluir como pessoa..."

"porque ouço que os "Irmãos" são pessoas muito boas"

"porque quero me aperfeiçoar sob as bençãos do G.'.A.'.D.'.U.'."

Ou seja; o Candidato nem bem foi admitido na Ordem e já se vale  de expressões como "Irmãos", Grande Arquiteto do Universo"...e por aí afora.

Isso é simplesmente um "non-sense" para não dizer ridículo, posto que o padrinho do Candidato - responsável pela indicação do mesmo - deveria "no mínimo" orientá-lo a não querer se valer de expressões que não lhe são familiares e tão pouco pertinentes a um "profano" ou "não maçom".

Dentre outras coisas, esse tipo de expediente tem contribuído para a acentua
da perda de qualidade das próprias Oficinas e por conseguinte de seus Obreiros.

Durante a chamada "Sindicância" o Candidato precisa ser minimamente instruído sobre o que significa a Maçonaria, quais são seus valores, postulados, objetivos, além de deixar evidenciado que não se trata de uma religião ou de qualquer credo ou doutrina dogmática.

É mister explicar ao Candidato na própria Sindicância que ninguém se torna Maçom. 

Eis aí uma das diferenças mais contundentes que a nossa Ordem ensina: o que nós podemos ser sim é "reconhecidos como maçons", isto é; que os Irmãos possam nos ver e nos considerar seus pares, mediante nossas atitudes, nosso comportamento, nossa postura ritualística e claro, pelos nossos mínimos - porém imprescindíveis - conhecimentos dos Sinais, Toques e Palavras.

A Sindicância impõe-nos plena responsabilidade.

Afinal de contas, a Maçonaria é regida por um código de conduta amparado por Landmarks, é uma Oficina de Trabalho para nosso Aprimoramento Interior, de nosso Intelecto e de Relações Humanas.  

Isso é o que nos torna unos e conscientes de nossa missão.



outubro 25, 2022

MAÇONARIA – TÓPICOS HISTÓRICOS




Após terem sido apontados os seus objetivos, após terem sido laboriosa e persistentemente apurados os conceitos e os padrões que deveriam ser respeitados; e após terem sido coligidos, burilados e aperfeiçoados os textos rituais que serviriam de referência e apoio, a Maçonaria foi estruturando, com a prudência que as evoluções da História sugeriam, formas de organização próprias. 

Como se esperaria, os diversos poderes olharam-na com preocupação e desde há muito optaram por uma de duas atitudes: a hostilidade, que foi traduzida em perseguições, prisões, suplícios e até penas de morte, e a complacência desconfiada que levou, em especial no norte da Europa, a que várias cabeças coroadas se tivessem intitulado protetoras da Maçonaria e tenham, diretamente ou através de familiares, desempenhado as funções de Grão-Mestres, de modo a melhor acompanharem e controlarem uma instituição que olhavam mais com desconfiança do que com apreço. 

Se os poderes políticos bolinavam entre estas duas margens, os poderes religiosos ficavam sempre amarrados à margem donde a Maçonaria era vista com absoluta intolerância e inquietação. 

A atitude dos poderes religiosos era de um necessário distanciamento, aliás, a única que se poderia aguardar e que se deveu a um alargado conjunto de circunstâncias: 

- A Maçonaria falava em aperfeiçoamento espiritual, tema e prática que eram exclusivos dos que definiam o caminho a seguir pelas religiões; a Maçonaria apregoava livres formas de pensar, o que muito contrariava quem respeitava monólitos de certezas; 

- A Maçonaria usava, como usa, muitos conhecimentos, criteriosamente selecionados e simbolicamente entrosados, contidos em livros sagrados, o que, para além de ser visto como um abuso sacrílego, poderia induzir interpretações e versões afastadas dos cânones; 

- A Maçonaria, ainda que tal não estivesse de acordo com os seus princípios, poderia ser, e não poucas vezes o foi, ponte entre as forças dominantes da sociedade, competência que as instituições religiosas, também ao arrepio dos seus objetivos, muitas vezes utilizaram; 

- A Maçonaria cultivava formas de secretismo, para melhor se proteger, proteger os seus membros e as suas práticas, o que muito incomodava as forças da intolerância que assim tinham maior dificuldade em situar os seus elementos e calar as suas atividades, em particular quando estas se relacionavam com a luta contra injustiças sociais que eram ignoradas, quando não estimuladas, pelas estruturas que usavam as religiões como máscara, a exemplo do que sucede hoje ainda em muitas paragens. 

Do trajeto feito, das lutas travadas e dos resultados obtidos outros textos poderão falar com mais a propósito. 

São no geral bem conhecidos e sobre eles se debruçaram estudiosos de diversas áreas do conhecimento como historiadores, sociólogos, políticos, filósofos e religiosos. 

... (Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria do Mui Respeitável Grão Mestre da Grande Loja Legal de Portugal /GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em "O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal / GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25)

SOU A MAÇONARIA ...!!! - Erwin Seignemartin.

 


Sou a Maçonaria...!!!

Faz muito tempo que nasci...!!! 

Nasci quando os homens começavam a acreditar em um Deus único. Fui combatida, vilipendiada e até fizeram troça do meu ritualismo e doutrina mas, através dos tempos foram reconhecendo minha seriedade e princípios, acabei sendo reconhecida como uma entidade íntegra que congrega homens íntegros. 

As encruzilhadas do mundo ostentam catedrais e templos que atestam a habilidade de meus antepassados. Eu me empenho pela beleza das coisas, pela simetria, pelo que é justo e pelo que é perfeito. Espalho coragem, sabedoria e força para aqueles que as solicitam.

Para comprovar a seriedade de meus princípios, sobre meus Altares está o Livro Sagrado, a Bíblia, e minhas preces são dirigidas a um só Deus Onipotente.

Meus filhos trabalham juntos, sem distinções hierárquicas, quer seja em público, quer seja em recintos fechados, em perfeita união e harmonia. Por sinais e por símbolos, eles ensinam as lições da Vida e da Morte, as relações do homem para com Deus e dos homens para com os homens. 

Estou sempre pronta a acolher os homens que atingindo a idade legal e que sejam possuidores de dotes morais e reputação acima de qualquer reparo, me procuram espontaneamente, pois, não faço proselitismo nem campanhas para angariar adeptos...!!!

Eu acolho esses homens e procuro ensiná-los a utilizar meus utensílios de trabalho, todos voltados para construir uma sociedade melhor...!!! 

Eu ergo os caídos e conforto os doentes. Compadeço-me do choro de um órfão, das lágrimas de uma viúva e da dor dos carentes...!!!

Não sou uma Igreja nem um Partido Político, mas meus filhos têm uma grande soma de responsabilidade para com Deus, para com sua pátria, para com seus vizinhos, para com a comunidade em geral. Não obstante são homens intransigentes na defesa de suas liberdades e de sua consciência.

Propago a imortalidade da alma porque acredito ser por demais pequena uma só vida no imenso universo em que vivemos. 

Enfim, sou uma maneira de viver...!!!

Eu sou a Maçonaria...!!!


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outubro 24, 2022

DO VOTO - Newton Agrella



Pra quem lê ou ouve é até bonitinho:

Art. 46. 

O sufrágio é universal e direto; o voto, obrigatório e secreto.

Pois bem, este singelo enunciado dá conta sobre a discutível propriedade da Democracia, na qual o cidadão brasileiro é obrigado a votar, ou pelo menos,  justificar seu não comparecimento às urnas.

Se por definição clássica a Democracia é um regime político em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente — diretamente ou através de representantes eleitos — na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder de governar, fazer valer seu livre arbítrio, e decidir por sí mesmo, se quer ou não votar, por que razão o Estado impõe que o cidadão tenha que coercitivamente exercer esse direito ?

Esse tipo de coação é o que torna o exercício do voto algo um tanto questionável, inclusive no tocante à sua legitimidade conceitual.

As principais e maiores democracias do mundo, facultam aos seus cidadãos votar ou não, sem qualquer punição ou justificativa.

Afora isto, há também a questão do direito ao sigilo e à confidencialidade, afinal de contas, o famigerado Artigo 46 diz que o voto é secreto.

Pois bem, se ele é secreto, por que as pessoas, na sua imensa maioria, são emocionalmente instadas a revelar em quem ou não vão votar, ou mesmo se pretendem simplesmente anular seu voto ?

A propósito, de um modo ou de outro, anular o voto, não deixa de ser uma opção e um direito mínimo, uma vez que já foram obrigadas a comparecer às urnas, mesmo que a contragosto.

Não revelar o que se vai fazer com seu voto tornou-se algo intolerável e absurdo para muitos.

Simplesmente surreal.

É como se fosse um alienígena, aquele ou aquela que prefere manter o sigilo de uma decisão, que a rigor, é cabível à consciência de cada um.

Olhares de esgueio, cara feia e desconfiança tornaram-se lugar-comum entre as pessoas, quando alguém se recusa a revelar como vai votar.  

Esse patrulhamento, longe de representar qualquer princípio ideológico, acha-se muito mais próximo das atitudes de torcidas organizadas de futebol.

O voto por excelência, é o direito e a prerrogativa que cada cidadão dispõe de conferir representatividade a alguém que ele julgue apto para fazê-lo. 

Isso impõe uma substancial carga de responsabilidade consigo mesmo.

Cada um sabe de sí o que uma decisão política pode acarretar para a sua própria vida.

Deparamo-nos com exemplos inúmeros ao longo da história de nosso país.

De nada vale compararmo-nos com outras nações, até porque é aquí que nós vivemos e é aqui que construímos nossa história.

O território mais seguro para se decidir, como e em quem devemos ou não votar, é simplesmente a nossa consciência.