novembro 06, 2022

ACEITAR O QUE É - (Diário Estoico - Ryan Holiday e Sthephen Hansalman.)


 ACEITAR O QUE É

"Não queiras que tudo aconteça como desejas, mas deseja que tudo aconteça como realmente acontecerá - então tua vida fluirá bem."

(Epicteto, ENCHEIRIDION, 8)

"É fácil louvar a Previdência por qualquer coisa que pode acontecer se tiveres duas qualidades: uma visão completa do que realmente aconteceu em cada caso e um sentimento de gratidão. Sem gratidão, qual é o sentido de ver, e sem ver, qual é o objetivo da gratidão?"

(Epicteto, Discursos, 1.6.1-2)

Aconteceu algo que desejaríamos que não tivesse acontecido. Qual dos dois é mais fácil mudar: nossa opinião ou o acontecimento passado?

A resposta é óbvia. Aceite o que aconteceu e mude seu desejo que isso não tivesse acontecido. O estoicismo chama isso de " arte da aquiescência", aceitar em vez de se opor a cada pequena coisa.

E os estoicos mais experientes dão um passo adiante. Em vez de simplesmente aceitar o que acontece, eles nos exortam a realmente gostar do que aconteceu - seja o que for. Nietzsche, muitos séculos depois, cunhou a expressão perfeita para capturar essa ideia: amor fati (amor ao destino). Não é apenas aceitar, é amar tudo o que acontece.

O desejo pelo que calhou de acontecer é uma maneira engenhosa de evitar decepção, porque nada é contrário aos seus desejos. Mas sentir realmente gratidão pelo que acontece? Amá-lo?

Essa é uma receita de felicidade e alegria.


novembro 05, 2022

O REI HIRAM E HIRAM ABIF EREM FENÍCIOS DE TIRO - Almir Sant’Anna Cruz



QUEM ERAM OS FENÍCIOS?

Do livro Personagens Bíblicos da Maçonaria Simbólica 

Fenício é proveniente do latim Phoenicios, resultante do grego Phoinikeíoi, que vem de phoînix, cor vermelha, púrpura. 

Os fenícios pertenciam ao ramo cananeu do grupo semita. Chamavam-se a si próprios cananeus e à sua terra Canaã. Sua língua, semelhante à hebraica, inclui-se no grupo norte-semítico.

A Fenícia era uma estreita faixa de terra de cerca de 200 quilômetros, que ia do Mediterrâneo às encostas do Monte Líbano, limitada ao sul pelo Monte Carmelo e ao norte pela cidade de Antarados.

A Fenícia compreendia diversas cidades independentes:

- No atual território de Israel: Acre ou Acro (a mais ao sul); 

- No Líbano atual: Tiro (atual Sur), Sarepta, Sidom (atual Saida), Porfirrina, Berito (atual Beirute), Biblos ou Gebal (atual Gebeil) e Tripoli; 

- Na atual Síria: Simira, Ugarit (atual Rasshamra), Mareros, Arados e Antarados (a mais ao norte); e

- Na Tunísia atual: Cartago (inicialmente um entreposto comercial no norte da África, atual Túnis). 


Os fenícios, como a grande maioria dos povos da época, eram politeístas. Primitivamente foram adoradores de árvores, rochedos e de certas pedras negras de forma oval, os bétilos. Mais tarde passaram a adorar os astros e as forças da natureza, considerando como divindade maior o Sol. 

O culto fazia-se em templos construídos em lugares elevados ou junto à nascente dos rios. Compreendia um conjunto de práticas grosseiras, licenciosas e cruéis, com prostituição sagrada e com sacrifícios humanos, sobretudo de crianças, que se lançavam vivas aos braços incandescentes da estátua de bronze representativa da divindade, aquecida por uma fornalha. 

Suas divindades celestes chamavam-se Baal (senhor, marido, dono) e havia praticamente um deus para cada cidade: Biblos ou Gebal, Sidom e Tiro adoravam um Baal feminino (Baalat), Astartéia ou Astarte; Cartago venerava Tanit; Dagon era o protetor do litoral; Melcart, o deus das cidades, era também o Baal de Tiro. Inúmeros outros eram cultuados: Adôn (Adônis), Amom, Moloc, etc. 


Alguns nomes próprios semíticos têm Baal como origem: Aníbal, Asdrúbal, Narbal, etc.

Primeiramente os judeus usavam o nome Baal para designar o seu Deus. Mais tarde, em razão das recordações idólatras do termo, Baal deixou de ser a palavra aplicada ao Deus dos judeus, sendo comum utilizá-la para designar quaisquer das divindades pagãs.

Na Bíblia, frequentemente encontra-se o nome Baal em sua forma plural Baalim.


Além dos deuses celestes, haviam os deuses agrários. O mito da oposição entre Mot e Alein, deuses ligados à colheita e aos frutos, conta suas mortes alternadas: um no inverno, ressuscitando na primavera, e o outro percorrendo o caminho oposto.

Astartéia ou Astarte surgiu inicialmente como deusa dos pastores. Com o aumento de seus seguidores, suas virtudes foram se ampliando, vindo a se tornar a grande deusa da Natureza e da fecundidade animal e humana. 

Na Bíblia, Astartéia é referida como Astarote.

Era adorada nas cidades fenícias de Biblos, Sidon e Tiro e por outros povos sob distintos nomes: Istar na Assíria e na Babilônia; Ísis pelos egípcios; Afrodite (Vênus), a deusa do amor e Artemisa (Diana) a deusa da caça e da lua por gregos e romanos.

Como o culto de Astartéia era de natureza licenciosa, os judeus constantemente eram por ele atraídos. O próprio Salomão rendeu-lhe homenagens, edificando-lhe um templo em Jerusalém. 


‘Vivendo entre as montanhas e o mar, num litoral recortado, verdadeiros ancoradouros naturais, onde se erguiam as cidades-estado, os Fenícios inclinaram-se à navegação e ao comércio.

Seu conhecimento naval foi adquirido inicialmente com os egípcios, para quem pilotavam embarcações ao longo do Nilo e no Mediterrâneo. Posteriormente, os fenícios começaram a descobrir e eliminar os defeitos que os modelos fluviais egípcios apresentavam na navegação marítima e passaram a construir embarcações para uso específico em alto mar.

Tinham a seu favor a proximidade da floresta do Líbano, onde havia uma excelente madeira e em grande quantidade para a construção naval: o cedro do Líbano.

Como navegadores, guardavam judiciosamente o segredo de suas rotas marítimas e de seus descobrimentos, assim como os seus conhecimentos sobre astronomia, rotas migratórias de certos peixes, vôo das aves, ventos e correntes marítimas. 

Extremamente zelosos na preservação do segredo de suas rotas, havia uma exigência de caráter comercial, válida para todos os marinheiros fenícios, que os obrigavam a afundar suas embarcações se fossem seguidas e estivessem em desvantagem.

Chegaram a circunavegar a África, façanha comprovada em razão de o historiador grego Heródoto ter considerado um absurdo o relato dos marinheiros fenícios de que, em um determinado momento, o Sol começava a nascer à direita, contrariando todo o conhecimento dos povos de então. Pois esse detalhe é justamente o que comprova que os fenícios contornaram o cabo da Boa Esperança, no sul da África, retomando o rumo norte.


Pode-se dizer que os fenícios foram os primeiros a realizar uma política colonizadora de envergadura, expandindo sua influência pelas ilhas do Mar Egeu, Malta, Sardenha, Sicília, Mar Negro, Cáucaso e costa da África, onde fundaram Hipo, Útica e Cartago. Chegaram até a Espanha, à França e às ilhas britânicas.


Como comerciantes, os Fenícios distribuíam produtos provenientes principalmente do Egito, Babilônia, Pérsia, Índia, Arábia e Israel. De Chipre traziam cobre; da Trácia prata; das ilhas do Mediterrâneo mármores, alúmen e enxofre; da Espanha estanho e prata; da Índia especiarias; do mar Negro ao Cáucaso buscavam ouro, prata, cobre e escravos.

Suas indústrias produziam tecidos, inclusive de lã, utensílios de cobre e bronze, perfumes, incenso, joias e artigos de cerâmica e de vidro, cuja fabricação melhoraram descobrindo o meio de fazê-los transparentes e imitando pedras preciosas.

A púrpura era a maior riqueza dos fenícios, que detinham o monopólio da fabricação do corante extraído da concha do murex, utilizado para dar cor às luxuosas vestimentas usadas pelas aristocracias da época.

Além de negociantes, eram também piratas. Quando em pequeno número, desembarcavam num lugar, expunham suas mercadorias e contentavam-se com os lucros; mas, se eram numerosos e mais fortes que os da terra em que aportavam, muitas vezes saqueavam as casas, incendiavam os povoados e arrebatavam mulheres e crianças para vendê-las como escravos.

Voltados para o comércio marítimo, os fenícios não se interessaram pelas artes, conquanto, para satisfazer os seus clientes, copiavam com perfeição os produtos artísticos de outros povos.

Provavelmente em razão da necessidade de escriturarem seu comércio, simplificaram o complicado modo de escrever então existente, inventando o primeiro alfabeto.

Os fenícios prestaram um grande serviço à civilização, propagando entre os povos ainda incultos da Europa a cultura do Oriente. 

A CIDADE DE TIRO

Tiro, ao norte da costa da Palestina e às margens do Mar Mediterrâneo, foi um importante centro comercial fenício, uma das mais ricas cidades da Antiguidade e o maior porto do mundo conhecido na época de Davi e Salomão.

O comércio de todo o mundo estava reunido nos armazéns de Tiro. Seus mercadores foram os primeiros a se aventurarem na navegação do Mar Mediterrâneo, fundando colônias na costa e nas ilhas vizinhas do Mar Egeu, na Grécia, na costa do norte da África, em Cartago, na Sicília, na Córsega e na península Ibérica.

Tiro estava dividida em duas distintas partes: uma fortaleza rochosa chamada “Antiga Tiro”, e a cidade, construída numa pequena ilha rochosa, a cerca de 700 metros da costa. Estrategicamente, era um local muito bem-posicionado.


Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

novembro 04, 2022

Obstáculos Meramente Profanos - Roberto Ribeiro Reis




O caminho pode ser tortuoso,

Cheio de espinhos e infausto;

Tu podes estar bem exausto,

Mas desistir há de ser perigoso.


Basta apoiar-te no Ir⛬ virtuoso,

Decerto, ele te dará a mão;

Fazendo-o  com enorme devoção,

Verás o quanto ele é generoso!


Caminharás o rumo dificultoso,

Embora jamais ficarás só;

Ascenderás à Escada de Jacó,

Experenciando o que é glorioso.


Amarás até ao próximo desditoso,

Mesmo se com ele travares lutas;

Deparar-te-ás com almas impolutas

Que te ensinarão a ser caridoso.


Serás abençoado por fogo vultoso,

O que só aumentará tua proteção;

Sentirás a força de intenso clarão,

E do quão isso é muito maravilhoso!


Desapegar-te-ás dos bens terrenos,

Deslumbrado pela riqueza celeste;

Viverás pleno, de maneira inconteste,

Imune aos males, vícios e venenos.



novembro 03, 2022

POR QUÊ SE VAI À LOJA? - Sérgio Quirino




Provavelmente, a esta pergunta virão respostas, cujo cerne está no individualismo. 

Por um lado, as ritualísticas (vencer minhas paixões); por outro, as sociais (ágapes após as reuniões).

Há um imensurável equivoco quando acreditamos que o tamanho de uma Loja se dá pela estrutura física ou pelo número de Irmãos, o que a torna “Grande” ou “Poderosa” é o comprometimento dos Obreiros.

Observe que há uma diferença sutil entre Irmãos e Obreiros. 

Irmãos são todos os que, por condutas maçônicas, são reconhecidos como tal, Obreiros são aqueles, que nos instruem e inspiram, por suas condutas maçônicas, a nos tornarmos Irmãos.

Sendo um trabalho coletivo, as sessões só alcançam a plenitude nas três esferas (física, mental, espiritual) se cada um dos presentes mudar a atitude passiva de participante para a conduta ativa de participe.

A mudança está na troca do que “vou ganhar ao ir à Loja”, para o que “vou oferecer à Loja”.

Condutas simples, apenas o cumprimento da missão! 

Como, por exemplo: O Irmão Mestre de Harmonia deve ir com o propósito de colocar as músicas adequadas, no momento certo, na altura correta.

O Mestre de Cerimônias deve organizar o cortejo, ficar atento a estruturação dos Cargos, conhecer suas falas, circular no Templo somente nos momentos necessários.

Os Diáconos devem ser realmente portadores da palavra com a devida ritualística. 

O Chanceler deve receber e observar os Irmãos visitantes. 

Enfim, cada um deve incorporar seu cargo.

No caso das Luzes, a conduta é muito mais sutil. 

Vigilantes devem estar vigilantes quanto ao comportamento e principalmente, ao semblante de seus “comandados”. 

Ocupar uma das vigilâncias é pré-requisito para ser o líder maior da Loja, portanto, é com esta preocupação que ele vai se formando e conhecendo seus Irmãos e futuros colabores diretos.

Da mesma forma, ao se preparar para ir a Loja, o Venerável Mestre deve compreender que o mínimo, e provavelmente, com menor valor é o de dirigir os trabalhos, no sentido de ler o ritual. 

Sentar-se na cadeira mais alta do Templo é a alegoria que a ele cabe ver tudo que se passa e exercer ações que resultem no sucesso do grupo.

Aos Ex-Veneráveis, a missão não acabou.  

Possuem apenas duas grandes obrigações de moral maçônica:

Primeira, se já dirigiram os trabalhos das Lojas, conhecem bem os Rituais e as demais funções, sendo assim, devem estar sempre à disposição do atual Venerável Mestre para ocuparem cargos, afinal, eles continuam sendo Obreiros da Oficina. (E não ficarem lotando o Oriente enquanto há cargos vagos no Ocidente) 

A segunda é trabalhar para a manutenção da harmonia dos trabalhos. 

Eles devem ir para a Loja vibrando positivamente. 

Sendo o esteio do Venerável, devem aconselhar, não intervir, evitar comparações e ,principalmente, auto-elogio, incompatíveis com princípios de humildade e do propósito de “vencer minhas paixões”.(E jamais agredirem o atual VM com constantes denúncias de que não está fazendo o que "ELES" querem que se faça) 

Se todos nós, formos para a Loja com o propósito de servir, sairemos todos bem servidos.

O TODO É SEMPRE MAIOR QUE A SOMA DAS PARTES.

Precisamos incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como ferramenta de enlevo cultural, moral, ético e de formação maçônico.



novembro 02, 2022

DESBASTAR A PEDRA BRUTA DO CONHECIMENTO - Charles Boller




A gigantesca e verdadeira obra da Maçonaria é propiciar ao seu iniciado um lugar adequado para a modificação da personalidade, a moderação de paixões e desejos e o desenvolvimento de virtudes; numa escalada que inicia numa operação denominada: desbastar a pedra bruta. 

Esta atividade consiste no trabalho, básico e rústico, de arrancar da pedra, arestas, deformidades e protuberâncias, de modo que ela possa vir a adaptar-se ao seu lugar reservado numa importante construção. 

Traduzindo significa: o aprendiz recebe instrução, é dotado de ferramentas, de conhecimentos elementares, é assistido por método e simbologia próprios que, manipulados por seu intelecto, culminam em desenvolver suas capacidades racionais, intelectuais, lógicas e filosóficas nos assuntos da Maçonaria. 

E estas, por sua vez, o auxiliam a subir uma escada que parte de um ambiente onde domina a matéria, e o eleva até um estágio onde ocorre a predominância do espírito sobre a matéria. 

O interessante é que, o potencial adquirido com o uso da sua própria intelectualidade, dependendo de suas raízes culturais, não o precipita na geração de dogmas que possam torná-lo fanático; ao contrário, o treinamento o leva ao suave equilíbrio entre racionalidade e espiritualidade. 

Gradativamente, o processo "abre portas inefáveis" até então invisíveis. 

Sua sensibilidade lhe revela, a cada reunião, no templo especialmente preparado para o seu desenvolvimento pessoal, onde, sob efeito de sons e incenso, ocorre sua integração com a força do maçom, um campo energético gerado pelo seu grupo de companheiros. 

A vida mística e profunda da essência dos símbolos vai gradativamente revelando o que até então não enxergava. 

Desvelando apenas uma parte onde ele mesmo é material de construção, uma pedra que depois de trabalhada, constituirá parte integrante do grande templo moral da humanidade.





novembro 01, 2022

TODOS OS SANTOS! - Adilson Zotovici




Hoje, como ontem ou amanhã,

É um belo dia também 

De ao levantar-se de manhã

Orar sem olhar a quem 


Entre os tantos Santos

Que a Fé cada qual tem,

Pra dissipar quebrantos

Que se pode ser refém 


Expedito, Rita, João...

Igualmente benditos porém,

Que tem sempre a devoção

Ou simpatia de alguém 


A “Todos os Santos”  afeto ,

E gratidão muito além 

Com a graça do “Grande Arquiteto”

A quem rogamos...Amém !


MODERNIDADE NÃO É SUBSTITUIR O ANTIGO PELO NOVO. É ADICIONAR O NOVO AO ANTIGO - Jose Osvaldo Prado



A Maçonaria, herdeira das tradições dos construtores de catedrais da Idade Média, soube, no século das Luzes, reinventar-se, evoluir para a sua atual forma de Maçonaria Especulativa, assumindo a modernidade do Iluminismo sem deixar cair o acervo das tradições, da ética, dos costumes, dos maçons operativos.

Neste dealbar de novo século e milénio, no findar da sua primeira década, importa refletir sobre o papel da Maçonaria num Mundo que evolui e se transforma a um ritmo nunca dantes visto, um avanço tecnológico ímpar na História da Humanidade, mas também com riscos e desequilíbrios de uma dimensão global, também novos, em tão ampla escala.

Importa refletir sobre a melhor forma de bem utilizar as Novas Tecnologias de Informação. Importa refletir sobre como integrar os novos conhecimentos, os avanços científicos, as evoluções sociais, no paradigma maçónico. Importa refletir sobre o papel, o interesse, a contribuição, da Maçonaria nas sociedades de hoje e do amanhã. Importa refletir, em suma, sobre como adicionar o novo ao antigo.

A Maçonaria é uma contínua sucessão de atos de construção de cada um de nós, em que cada um de nós é simultaneamente a obra, a ferramenta e o construtor. Nesta permanente tarefa, o uso, a prática, a execução, da Tradição, a repetição de palavras, gestos e atos que a nós chegam vindos de tempos para nós imemoriais, é-nos confortável e reconfortante, dá-nos segurança, um ponto de apoio e de equilíbrio. Fazemos o mesmo que muitos outros antes de nós, em muitos tempos e diversos lugares, fizeram, que muitos outros além de nós no mesmo dia em que nós o fazemos também o fazem, esperamos fazer o mesmo que muitos muito depois de nós continuarão a fazer. É-nos confortável, dá-nos segurança, estabilidade, paz de espírito, sabermos que somos individualmente elos de uma imensa cadeia que nos chega de um profundo passado, continua num tranquilo presente e prossegue num risonho futuro…

Nós, maçons, somos os cultores por excelência da Tradição!

No entanto, não recusamos, nunca recusamos, a Modernidade! A nossa história mostra mesmo que, em algumas épocas, nós fomos a Modernidade: muitas das Luzes que iluminaram o século das ditas foram de maçons, espíritos científicos avançados para a sua época, que cultivaram, divulgaram e fizeram avançar a Ciência e a Técnica. Os princípios hoje quase universalmente aceites (e ansiamos pelo dia em que o “quase” desapareça) dos Direitos Humanos foram acarinhados, cinzelados (é o termo), divulgados e defendidos, antes de mais e antes de todos, por maçons. Nós, maçons, orgulhamo-nos de, ao longo da nossa já apreciável história, sabermos aliar a Tradição à Modernidade.

Nós, maçons, procuramos nunca substituir o antigo pelo novo, porque isso seria deitar fora, desprezar, desaproveitar, tudo o que de bom o antigo continua a ter para nos ensinar, ilustrar, proporcionar, antes integramos o novo no antigo, cultivando a Tradição, mas utilizando tudo o que a Ciência, a Técnica e a própria evolução do Homem nos proporcionam.

Quando e onde começou a franco-maçonaria? Onde postular as origens da maçonaria? Como surgiu? Qual o momento criador/fundador? Como foi feita a transmissão?

Donde vimos nós, que gostamos de nos proclamar filhos do Progresso?

Herdeiros (as) dos construtores de catedrais? Fonte mítica da nossa tradição ou do Século das Luzes? Século em que se desenvolveram um pouco por toda a parte, os espaços denominados Lojas.

A maçonaria moderna não tem ainda três séculos. Nasceu em Inglaterra em 1717, com a fundação da Grande Loja de Londres. Herdeira direta dos construtores medievais, denomina-se “especulativa” por oposição aos “operativos” que trabalhavam nas catedrais. Desde 1723, as Constituições do pastor James Anderson, estabelecem esta filiação mítica, outros maçons recuando ainda mais no tempo, procuraram, mais fundo, as raízes desta tradição.

Contudo, é através da utilização dos mesmos instrumentos operativos que os maçons especulativos balizam as suas reflexões –a colher de pedreiro, o esquadro, o compasso, o cinzel….- , assim como, recorrendo a outros elementos pedidos emprestados à Bíblia, à geometria e à construção, símbolos que ao longo de gerações apelam ao maçom para trabalhar sobre si mesmo. Não é fácil determinar a origem de cada símbolo, pois não podem ser entendidos isoladamente, fazem parte de um todo e de uma tradição, cuja interpretação é distinta para um (a) Iniciado(a), que não deseja construir um edifício de pedra, mas uma obra espiritual, ou intelectual, um “Templo da Humanidade”, pela transformação real do ser humano. Este ideal só é possível através de uma tradição e de um método que une os maçons  de todo o mundo e que passa de geração em geração.

E o que significa Tradição? Significa Transmissão e esta é o elemento de coesão – o cimento- “ A Maçonaria é uma Ordem Iniciática Tradicional….” e se essa transmissão for oral, ao longo dos séculos, onde os livros eram desconhecidos? As crenças, os contos de fadas, os mitos…. não são mais do que transmissões orais, cujas personagens mudaram segundo a geografia e a cultura, mas a componente moral essa permaneceu e transmitiu-se, inscrevendo-se na consciência. A tradição não são regras, estatutos, são usos e costumes que regulam a vida das pessoas através das experiências. É aos mais antigos, aos mais sábios, que compete transmitir esta sabedoria, através de processos que assegurem a continuidade de uma cadeia ininterrupta; é uma sabedoria que se transmite através da observação, da meditação e da imitação, para isso o silêncio impõe-se, para que a memória retenha o essencial a fim de que possa ser transmitido, como uma herança.

No caso da maçonaria a tradição herdada confere-lhe legitimidade e está ratificada pela Maçonaria Universal, é um ponto de referência. A multiplicação das Obediências com as suas próprias especificidades, têm presentes a aquisição da tradição, os significados que dela emanam e que ligam o passado ao presente, através da prática de um mesmo ritual e de um mesmo método que coloca o ser humano na sua dimensão cósmica.

E que lugar tem a maçonaria no século XXI? Que lugar tem esta instituição nas sociedades modernas onde a necessidade de inovar surge diariamente? O tempo não a fraturou, percorre o seu caminho mais procurado do que nunca, não obstante as mudanças verificadas na história coeva.

Hoje, as Lojas são uma mistura de ideias, de personalidades, de origens sociais e também de gerações, onde somos obrigadas a eliminar as aparências para que o essencial do ser seja revelado, para ordenar não só à própria existência, mas também o relacionamento com os outros e com o Universo.

A confrontação das ideias e o sentido crítico fazem também parte dos nossos instrumentos que nos ajudam a traçar o projeto de um todo que nos esforçamos por ligar aos grandes movimentos dos tempos modernos.

O método maçónico, vindo das profundezas do tempo, surpreende pela sua modernidade, é o instrumento fundamental para o ser humano conhecer-se a si próprio e construir uma Sociedade mais justa e esclarecida. Com efeito, o trabalho maçónico é uma progressão contínua, cujos diferentes graus marcam as etapas, como um jogo de espelhos em que cada iniciado possa prosseguir a sua viagem, na procura de uma dimensão moral e espiritual, dada pela tradição e pela forma tradicional da Iniciação.

No tempo conturbado em que vivemos, cercadas pelas as injustiças, pelos fundamentalismos, em suma, pela desordem, nós maçons acreditamos que graças aos princípios que defendemos e aos nossos valores humanistas temos o dever de “continuar no exterior a obra começada no Templo".

outubro 31, 2022

A LEI INICIÁTICA DO SILÊNCIO - Jeronimo Lucena




O  nascimento,  simbolizado  pela  Iniciação,  é  precedido  pelas fases  de  aprendizado  e  companheirismo. 

O  homem  novo,  advento  da eclosão  do  óvulo  iniciático  no  interior  da  terra  (Câmara  das Reflexões)  passará  pelo  processo  de  aculturamento. 

Assim  como  as letras  que  foram  símbolos  criados  para  que  pudéssemos  transmitir os  nossos  pensamentos,  o  Aprendiz  aprenderá  o  significado  oculto dos  símbolos  somente  acessível  aos  iniciados.  

Trata-se de uma nova linguagem.  

Ser  iniciado  é  ser  um  serviçal  do  Amor  Maior  que  governa  a existência  e  que  dá  vida  a  todos.  

Iniciar-se  é  perder,  perder  a arrogância,  as  quimeras,  a  ganância,  o  preconceito,  as  magoas  e  o ódio.  

Em  troca,  ganha  a  oportunidade  de  ceder  ao  movimento  do  seu coração  para  render  graças  ao  Gr.’.  A.’.  D.’.  U.’..   

Ao  receber  a  "LUZ"  o  neófito  não  deve  confundi-la  com  a  luz material  que  lhe  agride  a  retina  e  sim,  a  "LUZ"  verdadeira  que alumia  a  todos  os  homens  que  vem  a  este  mundo.  

A LUZ magnânima que a tudo compreende e preenche com infinita sabedoria. 

O iniciado não é mais a mesma pessoa.  

Morreu o  profano, sequioso do poder e cego pelas trevas e em seu lugar surge  um novo ser dourado que se alegra ao participar de alguma atividade altruística.  

O  amor  aplicado, o  equilíbrio,  a  retidão, a disciplina e  a  inspiração profunda fazem com que o verdadeiro iniciado na Arte Real se transforme em construtor de  Templos, verdadeiros  e  inigualáveis  pedreiros  do  universo.   

Uma  criança  em  tenra  idade  começa  a  aprender  a  falar  quando começa  a  distinguir  os  sons.  

Inicialmente  os  sons  simbolizados pelas  vogais,  diz-se  então  que  a  criança  está  a  "soletrar".  

A combinação  das  letras  resulta  em  outros  sons  de  natureza  mais complexa,  para  tanto,  surgem  as  consoantes  que  dão  origem  às silabas,  passará  então  a  criança  a  "silabar".  

Para  o  conhecimento  da  palavra,  necessário  se  faz  conhecer  a letra  e  posteriormente  a  sílaba.  

Somente  assim  a  palavra  poderá ser  utilizada  de  forma  a  se  tornar  compreensível  e  útil. 

Mesmo  no  mundo  profano  os  neófitos,  em  qualquer  ramo  da atividade  humana,  mais  tem  a  ouvir  e  aprender  do  que  falar.  

Calar para  ouvir,  ouvir  para  aprender,  aprender  para  ensinar.  

O  Falar não  é  reconhecidamente  primordial  em  uma  sessão  maçônica.  A interação  entre  os  indivíduos  se  dá  em  uma  dimensão  além  dos sentidos,  não  alcançada  pela  audição,  olfato,  tato,  visão  e locução. 

A  palavra  é  instrumento  de  transmissão,  de  convencimento daquilo  que  pensamos.  

O  Trabalho  maçônico  é  reconhecidamente hermético  refletindo-se  diretamente  em  sua  liturgia. 

Aqueles  que  desconhecem  a  profundidade  do  sentido  oculto  da Lei  Iniciática  do  Silêncio  argumentam  que  o  silêncio  dos aprendizes  e  companheiros  se  confronta  com  o  principio  maçônico  da igualdade.   

Entretanto,  há  de  se  considerar  que  o  principio  da  igualdade não  é  ferido  quando  a  eles  é  proibido  o  conhecimento  dos  sinais, toques  e  palavras  dos  demais  graus. 

"Há  um tempo para cada coisa".  

Por  fim,  não  deveis  acreditar  em  tudo  que  vedes,  nem  mesmo nas  coisas  que  eu  te  digo,  se  és  um  místico  de  qualquer  escola  ou ordem  mas  desejas  conhecer  a  tua  religião  ou  a  maçonaria,  estuda-a e  procuras  por  ti  mesmo,  a  tua  religiosidade  intima  e  una, independente  do  que  te  ensinaram  e  te  disseram,  e  sejas  tu  mesmo  o que  escolhes  o  caminho,  a  tua  verdade  absoluta  alicerçada  pelas três  colunas  simbólicas  "Sabedoria,  Força  e  a  Beleza". 






outubro 30, 2022

A REGRA DA EVOLUÇÃO - Adilson Zotovici





Eis o aperfeiçoamento

Ao livre pedreiro a direção

Pra obter seu crescimento

Na progressista Instituição


Especular, envolvimento,

Filosofar cada instrução

Dar à Luz o seu talento

E aclarar a escuridão


Desde há muito o ensinamento

Que da leitura absorção

À cultura de provento


Esquadrinhar erudição

Compartilhar conhecimento

A regra da evolução
!



IRMÃOS COMPADRES - Newton Agrella




Estamos Todos Juntos!

Compartilhando a Vida.

Cambiando Ideias.

Aprendendo um com o outro.

Respeitando individualidades.

Questionando espírito e matéria.

Buscando o entendimento

das coisas.

A cada pouco nos surpreendemos especulando, discernindo e trocando impressões, tal como fazem os confrades literários que mergulham no mundo das letras e despejam seus sentimentos e pensamentos através da prosa ou da poesia.

Somos mais.

Somos maçons em reflexão.

Permanentemente antenados com o universo que nos cerca.

Compreendemos, inquietamo-nos, mas na maioria das vezes levantamos brinde às palavras que são o nosso combustível.

Assim prosseguimos nesta jornada instigante.

Ninguém mais, tampouco menos.

Somos todos o valor inestimável de nossa consciência.

É vida que segue.



outubro 29, 2022

PEDREIRO LIVRE (FREE MASON)




Qual seria a origem desse nome? Quando, onde e por que foi dado?

Algumas supostas respostas, dadas a seguir, foram baseadas no conteúdo do livro do Ir∴ Bernard Jones - “The Freemason’s Guide and Compendium”.

Na verdade, muitas explicações são dadas sobre esse assunto. O que se sabe é que nos tempos das construções das Catedrais, os Maçons eram divididos em duas categorias: os maçons “rústicos”, quebradores de pedras, que extraiam os blocos e davam uma preparação preliminar aos mesmos, e os “especialistas” cujo trabalho era o de “acabamento” das referidas pedras, dando corte, formato e acabamento conforme o requerido na etapa final da construção.

Esses últimos eram os mais qualificados do grupo de Maçons. Podemos dizer que eram verdadeiros artistas na arte de acabamento em pedras. Estes maçons é que foram chamados de “Freemasons”. Aparentemente esse nome foi usado nos primórdios dos Operativos.

Bernard Jones esclarece que a palavra “free” tinha muitos significados e é difícil precisar qual deles foi utilizado no termo “Freemason”. Três deles serão dados a seguir:

“Free” pode indicar a pessoa que era imune a leis e regras restritivas, particularmente com a liberdade de ir e vir para diversos lugares, conforme a necessidade do seu trabalho.

Muitos Maçons de hoje acham que o termo foi aplicado originalmente, àquele fisicamente livre, que não era servo, muito menos um escravo.

O “Freemason” seria talvez aquele que trabalhava na pedra livre (free stone) que é um tipo de pedra calcárea, fácil de manusear, não muito dura.

...

Fonte: Pílulas maçônicas

outubro 28, 2022

MUDAR OU DESAPARECER - O DILEMA DA MAÇONARIA - John L. Palmer




Existe, atualmente, uma crise na nossa Fraternidade?

Se sim, como posso ajudar?

Na história conhecida da Maçonaria, pelo menos desde que se vem contando os Maçons, o número de membros na nossa Fraternidade sempre oscilou, subindo e descendo.

Mas, à medida que o número de membros começou a declinar, surgiu um problema jamais enfrentado.

Mais ou menos no meio do século XX, uma Loja na Austrália estava lidando com o mesmo, ou pelo menos um problema similar de declínio de membros e interesse.

Eles perceberam que a razão pela qual o número de membros estava declinando era que os seus próprios membros não entendiam o que a Maçonaria realmente era; que como resultado, a Loja tinha sido transformada em algo completamente diferente do que pretendia ser; e, que os membros e possíveis membros eram apáticos sobre essa organização chamada Maçonaria.

Eles notaram que a ênfase tinha mudado de companheirismo, estudo filosófico e desenvolvimento espiritual para discussões superficiais sobre tópicos mundanos.

Eles insistiram que se a Fraternidade retornasse ao que eles acreditavam que uma vez fora, os homens, tanto membros quanto não-membros, seriam atraídos, e o problema se resolveria por si mesmo.

Eles insistiram que os homens eram atraídos por coisas que eles consideravam valiosas e que os membros da Loja deveriam ser retratados como sendo de imenso valor a fim de atrair homens que se beneficiariam do crescimento intelectual e espiritual que a Fraternidade oferece.

Colocando a sua teoria em prática, criaram uma Loja com ênfase nas discussões intelectuais da filosofia e história maçônicas, eliminando assim muitas oportunidades de desviarem do objetivo.

Por todos os lugares, havia muitos maçons que não estavam realmente felizes com o que estava acontecendo nas suas Lojas.

Quando finalmente conseguiam se tornar membros da Fraternidade, ficavam desiludidos.

Quando viram o que os maçons realmente faziam nas suas reuniões, ficaram muito desapontados.

Eles tinham esperado cerimônias majestosas e impressionantes; discussões profundas de assuntos que os desafiariam mentalmente; e a oportunidade de aprender sobre grandes mistérios aos quais, de outra forma, não teriam tido acesso.

Muitos destes jovens maçons tinham grande respeito pela Fraternidade antes de apresentarem petições e pelos homens que conheciam como Maçons, mas faltava alguma coisa.

Em vez disso, viam cerimônias que poderiam ou deveriam ter sido mais impressionantes, lidas num livro por um membro da Loja que lia mal e não entendia algumas das palavras, muito menos o significado dos rituais.

Eles viam homens assumindo obrigações solenes de fazer todo o tipo de coisas elevadas e, em seguida, prontamente se comportando como se não tivessem feito aquilo.

Quando eles perguntavam “por quê?” sobre partes das cerimônias ou dos rituais, eles eram instruídos a memorizar corretamente as palavras, pois ninguém sabia “por que” eles diziam e “o que” faziam.

Eles se perguntavam: “Em que eu me meti? 

Não há algum lugar melhor onde eu quero gastar o meu tempo?”

Muitos destes homens se afastaram da Fraternidade, perdidos e desiludidos.

Alguns, no entanto, tiraram um tempo para aprender o ritual, ler a literatura, pensar sobre “o que” a Maçonaria deveria ser e decidiram que isso precisava retornar à Instituição que eles percebiam uma vez ter sido.

A partir daí, esta Loja Australiana passou a ter uma lista de espera de homens querendo se tornar membros.

Eles aprenderam a ser mais exigentes com os seus membros e discutir assuntos mais esotéricos e filosóficos, além de enfatizarem a excelência na experiência iniciática transmitida.

Eles se enquadraram no guarda-chuva que alguns chamam de “Restauração Maçônica” e organizaram-se para promover esses ideais.

Estaremos vivenciando, em pleno século XXI, situação semelhante à vivenciada por aquela Loja na Austrália??? 

Se sim, o que poderei fazer??? 

Tradução: J. Filardo

MAÇONARIA EM SÍNTESE - Ademar de Paula M.'.M.'.



É fundamental que o maçom aceite e proclame a existência de um princípio criador, o Grande Arquiteto do Universo; reconheça a instituição como filosófica; proclame a liberdade de consciência como sacratíssimo direito humano; trabalhe incansavelmente na investigação da verdade; honre o trabalho em suas formas honestas; condene qualquer discussão sectária de natureza política ou religiosa, dentro de seus templos; imponha culto à Pátria; exija respeito absoluto à família e não admita a menor ofensa a uma e nem a outra.

O Maçom, entende que cada Loja é um templo sagrado sob cuja abóbada, os homens livres e de bons costumes, devem se reunir fraternalmente, procurando conseguir o bem da humanidade; entende também que todo pensamento maçônico deve ser criador. 

Essa atitude mental engrandece o espírito e fortifica o coração.

Cada Maçom, parte viva dos irmãos, concorrerá para assimilar o ideal da ordem e desenvolvê-lo na capacidade de sua inteligência.

Admite que a Maçonaria é acessível aos homens de todas as classes sociais, crenças religiosas e convicções políticas; com exceção daqueles que o privem de sua consciência e exijam sua submissão incondicional.

Entende, também que, nos Templos Maçônicos, aprende-se a amar, a respeitar tudo que a virtude e a sabedoria consagram; e exige estudo meditado de seus rituais e a prática da solidariedade humana.

Acredita, por consequência, que a Maçonaria é uma instituição criada para combater tudo que atente contra a razão e contra o espírito de fraternidade universal.

Assim sendo, os ensinamentos maçônicos realizados através de símbolos, de alegorias universais, induzem seus adeptos a dedicarem-se à felicidade de seus semelhantes, não porque a razão e a justiça lhes imponham esse dever, mas porque o sentimento de solidariedade é qualidade inata, que os faz filhos do universo e amigos de todos os homens.

O Maçom acredita doutrinariamente que a Maçonaria é parte integrante das Histórias, Pátria e Universal, pois os maçons sempre estiveram presentes nos grandes eventos, defendendo a trilogia sagrada:  LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE.

Assim, os maçons que nos antecederam, lutaram e venceram, assim lutamos hoje e assim lutarão amanhã os nossos sucessores, empunhando esta mesma bandeira, trabalhando pela felicidade do gênero humano. 

Os maçons se consideram recompensados e realizados, pois servindo ao próximo, estão observando os ensinamentos da Sublime Instituição.

Os que satisfizerem estes requisitos e desejarem cerrar fileiras com os Apóstolos da Liberdade e Sacerdotes do Direito, deverão se comprometer a trabalhar pelo bem da Pátria e da Humanidade. 

Aquele que for convidado e aceito, será mais um Irmão, passando a fazer parte da Grande Família Maçônica Universal.

Ser maçom é ser amante da virtude, da sabedoria, da justiça e da humanidade.

Ser maçom é ser amigo dos pobres e desgraçados, dos que sofrem, dos que choram, dos que têm fome e sede de justiça. 

É propor como única norma de conduta o bem de todos, para seu progresso e engrandecimento.

Ser maçom é querer harmonia das famílias, a concórdia dos povos, a paz do gênero humano.

Ser maçom é derramar por todas as partes os esplendores divinos da instrução, a educar a inteligência para o bem, conceber os mais belos ideais do direito, da moralidade e do amor, e praticá-los.

Ser maçom é levar à prática aquele formosíssimo preceito de todos os lugares e de todos os séculos, que diz com infinita ternura aos seres humanos indistintamente, do alto de uma cruz e com os braços abertos ao mundo: ... “Amai-vos uns aos outros, formai uma única família, sede todos irmãos”... 

Ser maçom é olvidar as ofensas que nos fazem, ser bom até mesmo para com nossos adversários e inimigos, não odiar ninguém, praticar a virtude constantemente e pagar o mal com o bem.

Ser maçom é amar a luz e aborrecer as trevas, ser amigo da ciência e combater a ignorância, render culto à razão e à sabedoria.

Ser maçom é praticar a tolerância, exercer a caridade sem distinção de raças, crenças ou opiniões, e lutar contra a hipocrisia e o fanatismo.

Ser maçom é realizar, enfim, o sonho áureo da fraternidade universal entre os homens.

A nossa Ordem deseja ardentemente que todos os homens de bem se unam numa cruzada universal de recuperação dos valores morais da humanidade.

Deus, a quem denominamos Grande Arquiteto do Universo, conhece muito bem nossas intenções e penetra no recôndito de nossas almas, razão porque devemos ser sinceros em nossas atitudes.