dezembro 19, 2022

A DOUTRINA MAÇÔNICA E A ÉTICA DO OBREIRO - Ir.’. Leon Grinberg


O fundamento doutrinário maçônico é gnóstico, porque o homem interior habita a Verdade. Por isso a Instituição Maçônica propicia a busca e realização do homem interior, em todo homem e em todos os homens.

Ortega Grasset disse: “Eu sou eu e minha circunstância”, mas também o profeta Natan disse ao Rei David: “Tu és o homem. De ti depende o destino da humanidade”.

Focalizar especificamente o homem é contemplá-lo como um lento processo evolutivo de um princípio de consciência. 

Princípio de consciência ou substância primordial que se manifestou como matéria inerte na primeira etapa. Logo surgiu o fenômeno da vida, aparecendo nas formas vegetal e animal.

No reino animal, coincidindo talvez com a linha do pensamento de Telhard de Chardin, foi ocorrendo o processo de aparecimento e formação do sistema nervoso central, culminando na configuração do cérebro humano. Cérebro este que possibilitou, a nível da mente humana, a faculdade da reflexão e da consciência de se fazer autoconsciente.

Todo este breve relato, em síntese, é expressão do movimento natural da consciência humana rumo a uma expansão e liberdade. A experiência central do mundo moderno é a busca da liberdade.

Claramente, ao sair da Idade Média, vislumbrou-se que o homem buscou a liberdade, para dar forma ao seu próprio destino como pessoa humana. Para muitos, a procura e o encontro dessa liberdade (qualquer que seja a acepção tomada, e ainda melhor: o conjunto de todas) é um fim em si próprio. Erich Fromm, na sua clássica obra O medo da liberdade diferenciou o conceito de liberdade de e de liberdade para.

Para outros, a liberdade não é um fim em si própria: é um meio para se atingir um fim superior ou mais transcendente. E este fim não poderá ser outro que o da Vida. Vida plena e real, com um autêntico sentido integrado. Viver é outorgar um sentido à existência.

Acreditemos ou não, sejamos ou não conscientes, nós, os homens, somos os únicos gestores e realizadores da História, através da nossa concepção da vida. A dialética do porvir humano de todos os tempos aparenta surgir de duas concepções divergentes: a materialista e a idealista.

Concepção que se manifesta na luta ou no defrontar do que poderíamos chamar: poder político e poder espiritual. A verdade da realidade vital contra os interesses criados. Verdades absolutas contra Verdades relativas, acomodadas. Liberdade individual contra autoritarismo. Liberdade versus dogmatismo.

O primeiro intento ocidental de unir ambas concepções, ou seja, os dois poderes, foi o dos pensadores gregos. Entre eles, Platão, no seu livro A República, tratou de espiritualizar a realidade, de onde surgiu a utopia de que os governantes deveriam ser filósofos, homens do espírito, segundo Martin Buber, é o encontro entre o homem e o transcendente. 

Daí ser necessária inevitavelmente a integração. As ideias têm valor contanto e enquanto se transformem em vida palpável, concreta. Não é possível permutar a vida pelo espírito, a ideia abstrata. Nem emancipar o transcendente, o espiritual, da vida cotidiana.

Espírito sem compromisso do dever é um dos sintomas da nossa atualidade, e também a sua contraparte: o materialismo desconhece a essência da vida. O material e o vital devem se fundir para que o espírito seja vida.

Responsabilidade, base da ética

Ser significa ser totalmente. Sermos nós mesmos, assumir. É nos comprometermos com cada hora de nossos dias, é sermos um homem em plenitude. Reiteramos: viver é dar sentido à vida. Cada momento da existência põe à prova o homem. Assumirá ele a responsabilidade de responder com todo seu ser à invocação do momento? É livre. Pode escolher e decidir. Nesta eleição ele joga o sentido da sua existência. E ao eleger para si mesmo, estará elegendo para a humanidade.

A responsabilidade é a única insofismável base de toda ética. É precisamente a responsabilidade que possibilita o exercício da ética e a prática da moral.

O que é conflitante? O que cria a crise do homem e no homem? A cisão da existência em tabela valorativas distintas. Pode ser que individualmente estabeleçamos a nossa própria escala de valores, nossa própria mensuração com prioridades diferentes. 

O importante é o ajustamento da nossa conduta à nossa tabela valorativa, evitando a multiplicidade de morais. Não há uma ética para o Templo e outra para o mercado.

O processo formativo maçônico nos encaminha, desde o primeiro grau, rumo a uma coerência entre pensamento, palavra e ação. Guia-nos para alcançar afirmativamente a unidade da vida do homem em todos os campos. Uma única vida, uma única resposta, uma única responsabilidade, um único compromisso, uma única ética.

Sempre há no recôndito do homem uma voz interior que o chama, que pergunta que indaga que reclama. Às vezes a chamamos de consciência. Perante ela, alguns se ocultam entre palavras, entre ideias. Entre ações. Outros se revelam se manifestam tal como são. 

Alguns argumentam tranquilizando-a, se justificando. Outros se realizam se ajustam. Lutam contra a fragmentação, a divisão da vida em categorias distintas e em recintos temáticos, qual compartimentos estanques, que nenhuma relação estabelece entre si. O ético, o estético, o religioso, o metafísico, o sociológico, o econômico, o psicológico etc., que em definitivo refletem aspectos do homem, nunca do homem total.

Karl Jasper disse: “O modo como vejo a grandeza e como em comporto perante ela, me faz chegar ao meu próprio ser”.

Ante um ideal de perfeição alguns expressam: são utopias; negam-no e reduzem tal ideal ao comodismo do nível em que se encontram. Outros, pelo contrário, e entre eles estão os maçons, tentam-se elevar, se realizar nessa meta de perfeição. Essa meta de perfeição. Essa meta de perfeição logicamente leva implícita a efetivação dos nossos princípios básicos.

Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Amor à justiça; procura da verdade. Respeito à sabedoria; reconhecimento da harmonia e da justiça. Tolerância no seu legitimo limite.

Rejeição, superação ou controle da hipocrisia, ambição, inveja, egoísmo etc. Mas, acima de tudo, a pedra básica, o fundamento da nossa Instituição; a Fraternidade. E ela depende da compreensão.

Ambas, fraternidade e compreensão determinam e descansam na responsabilidade, forjada, no nosso caso, como maçons, na real interiorização do que os nossos símbolos dinamizam.

Nossa formação maçônica implica ao menos estarmos a coberto de intenções e ideias espúrias, vigilantes de que a sabedoria, harmonizada pela beleza e pelo amor, seja a potência das nossas ações, e por onde a nossa conduta esteja nas vinte e quatro horas do dia, a prumo, no transcurso do reto caminho a transitar pela vida.

dezembro 18, 2022

QUE DESAFORO ! - Newton Agrella




Você alguma vez já se deu conta porque não leva desaforo pra casa ?

Pois é, a resposta pode ser encontrada na própria origem da palavra.

Senão vejamos:

O substantivo desaforo surgiu do Latim "forum" que significa praça pública, local onde eram tratados e discutidos assuntos ou questões de interesse público ou particular em que se encontravam os templos e tribunais na antiga Roma.

As desinteligências, conflitos e litígios lá podiam ser solucionados antes de serem formalizados os processos.

Porém, quando a questão era muito violenta e mais complexa,  seu praticante ficava "privado de foro",  por isto, a utilização da partícula "des" , que na língua portuguesa indica negação ou neste caso remoção do lugar para o julgamento, o que acabou ensejando a formação da a palavra  "desaforo".

É bem verdade contudo, que ao longo do tempo e de acordo com as próprias circunstâncias históricas, geográficas, sociais e comportamentais, muitas palavras acabam assimilando significados um tanto diferentes de sua etimologia formal.

Assim, o substantivo "desaforo" acabou ganhando significados, tais como: modo insolente de proceder, atrevimento, desaforamento, petulância, e até mesmo de arrogância, conforme o contexto semântico.

A propósito, se o desaforo pode inclusive denotar uma idéia de desrespeito, o que não dizer sobre a locução "foro privilegiado", uma excrescência que desequilibra a harmonia de um todo.

No caso, o entendimento da lei alega que não se trata de um "privilégio", uma vez que não é um direito da pessoa, mas do cargo ou mandato do qual ela é titular.

Falácia, Sofisma ou o que ?

Por essas e por outras é que as palavras e suas origens podem nos tornar reféns ou algozes de seus empregos, contextos e interpretações.



dezembro 17, 2022

CARIDADE FRATERNAL - ENCONTROS E DESENCONTROS - Helio P. Leite




Recentemente chegando a uma lanchonete para degustar um cafezinho, encontrei um cidadão que ali estava lanchando. Ao me aproximar do balcão para fazer o meu pedido ele assim falou - um irmão que conseguiu uma cirurgia no hospital de Olhos em Sorocaba para minha mãe, que estava praticamente sem enxergar e até hoje enxerga mosquito a um quilômetro
 de distância.

Logo o reconheci como um irmão que no passado, quando no exercício do cargo de Grão-Mestre Distrital o ajudei para conseguir uma cirurgia ocular para sua mãe, que residia e reside no interior do Rio Grande do Norte. E graças a intervenção do Irmão Laelso Rodrigues conseguimos  atender com sucesso pedido do referido irmão.

Passamos então a conversar sobre o tema predileto de maçons, quando se encontram. Perguntei como estava a sua Loja e ele me disse que estava passando por uma crise, com baixa frequência, com os obreiros desmotivados, uma tristeza, para uma Loja que no passado se destacava no cenário maçônico do DF.

Dai, perguntei por um determinado irmão, que sempre foi um dos baluartes da loja; disse-me ele que o referido irmão se afastou definitivamente da maçonaria, porque esteve por vários meses internado em um hospital, tratando de uma doença persistente e nenhum irmão da Loja se dignou visitá-lo, desprezo que lhe magoou imensamente já que sempre foi muito atuante na Loja. E ao sair do hospital pediu seu desligamento definitivo da Ordem.

Despedi-me do referido irmão prometendo outros reencontros até porque descobri que ele está morando próximo aonde estou residindo atualmente e onde também ele está estabelecido comercialmente.

Dali sai pensando que esta falta de caridade fraternal era sem dúvida um dos grandes motivos que levam obreiros a se evadirem das hostes maçônicas. Aliás, infelizmente, nós enquanto maçons na maioria das vezes cometemos está falta de consideração para com irmãos de nossas lojas, que adoecem ou caem em desgraça financeira, que simplesmente não são visitados em seus leitos de dor e simplesmente abandonados quando se afastam do convívio maçônico por motivos financeiros.

Também, pensei que cometemos os mesmos erros com as nossas cunhadas, que são totalmente esquecidas após o falecimento de seus esposos e praticamente saem de nossas preocupações, deixando de ser convidadas para sessões públicas, inclusive nos eventos realizados em comemoração ao Dia das Mães. Ou seja, as viúvas de nossos irmãos praticamente  morrem para a Maçonaria e seus filhos também.

Por que será que agimos assim com nossos confrades quando estão hospitalizados, quando estão passando por crise financeira, se prometemos ajudar nossos irmãos quando precisarem de nós. Será por puro egoísmo, será por falta de altruísmo, será por falta de espírito humanista, será porque nossas Lojas não estão preparadas para atuarem nestas situações que fogem a normalidade do dia a dia maçônico, que não orientam ao Irmão Hospitaleiro de exercer em plenitude as funções de seu cargo. São perguntas que ficam no ar.

Mas que, sem sombra de dúvidas, a falta de humanidade para com nossos pares fratenos, em momentos que necessitam de nossa consideração, da mão amiga, do abraço carinhoso, do apoio moral e até financeiro, são fatos geradores que resultam em evasões obreiras.

É certo que a Loja Maçônica ou um Grande Oriente não está estruturado para atender as demandas dos obreiros que necessitam de atenção fraternal, de ajuda financeira, etc. Não se constituem em empresas comerciais ou industriais que possam absorver mão de obra obreira desempregada; Também não são empresas bancárias para conceder empréstimos a juros subsidiados para seus filiados necessitados.

Mas, em verdade não é isto que os irmãos esperam de sua Loja, de seus irmãos; o que se espera é de consideração, de conforto espiritual e amigo, de um conselho, de uma orientação, de um encaminhamento na busca de uma solução, de uma providência administrativa. Enfim, de chegar junto como se fala na gíria popular. E não simplesmente ser abandonado a própria sorte.

É meus irmãos, é chegada a hora de repensarmos os nossos comportamentos, as nossas omissões conscientes. Ainda está em tempo de atuarmos como verdadeiros maçons, como confrades fraternos, e praticarmos boas ações em prol de nossos irmãos obreiros, quando necessitarem de nosso apoio, de nossa ajuda, quer moral quer financeira.

Devemos fazer, cada um de nós, um exame de consciência refletindo aonde e quando deixamos de prestar socorro a quem nos pediu ajuda e simplesmente deixamos de ajudar, para não saírmos de nossas zonas de conforto ou porque faltou-nos sensibilidade e humanidade, no momento em que poderíamos ter prestado o nosso concurso fraterno.

Vamos então honrar o nosso juramento, o nosso compromisso, quando ingressamos em nossa Sublime Ordem, para honra e glória do Grande Arquiteto do Universo.



dezembro 16, 2022

DA TRANSITORIEDADE - Heitor Rodrigues Freire



Heitor Rodrigues Freire, Corretor de imóveis, advogado, past GM da GLEMS e presidente da Santa Casa de Campo Grande


A vida, em sua dinâmica própria, proporciona a todos, diferentes oportunidades de trabalho, de ação, de realização pessoal, familiar e profissional. 

A beleza da vida consiste na transitoriedade, na mudança permanente que exige, naturalmente, coragem e ousadia para encarar e vencer as dificuldades naturais.

Heráclito, há 2.500 anos, já percebeu e ensinou que a única coisa permanente em todo o Universo é a mudança.

Tudo é mutável e fugaz. De um momento para outro, tudo muda. A aparente riqueza, poder, propriedades, prazeres, status social, etc., tudo pode mudar de repente. Mas então, “que seja eterno, enquanto dure” (Vinicius de Moraes).

Quando se percebe a transitoriedade, isso pode gerar, a princípio, medo, desespero, mas à medida que nos conscientizamos dessa realidade factual da vida, começamos a aceitar que a mudança é uma condição natural. A segurança para encarar essa situação e entender que devemos usufruir a vida presente, o agora, intensamente e com consciência é uma meta a ser alcançada, pois consiste na própria eternidade e nos proporciona o desapego. É uma verdadeira libertação.

Na realidade, só existe o momento presente. O ontem já foi, o amanhã não chegou.

A própria vida passa por essa mudança com o fenômeno da morte, que é um fato natural e pelo qual todos nós, TODOS, vamos passar. Mais cedo ou mais tarde.  

Guimarães Rosa, com sua alma sensível, disse: “A vida é assim: esquenta e esfria, aperta daí afrouxa. Sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”.

A vivência de cada um, na superação das dificuldades que sofremos, enfrentamos e vencemos, nos dá a segurança para continuar na luta.

Aconteça o que acontecer, nosso estado de espírito não deve se alterar, encarando as dificuldades sem perder a fé, a esperança, o amor e a alegria. “Siga o conselho do seu próprio coração, porque mais do que este ninguém será fiel a você” (Eclesiástico 37, 13)

“Na vida tudo passa.

Todas as coisas na Terra passam.

Os dias de dificuldade passarão...

Passarão, também, os dias de amargura e solidão.

As dores e as lágrimas passarão.

As frustrações que nos fazem chorar... Um dia passarão.

A saudade do ser querido que está longe, passará.

Os dias de tristeza...

Dias de felicidade...

São lições necessárias que, na Terra, passam, 

deixando no espírito imortal as experiências acumuladas.

Se, hoje, para nós, é um desses dias,

repleto de amargura, paremos um instante.

Elevemos o pensamento ao Alto

e busquemos a voz suave da Mãe amorosa,

a nos dizer carinhosamente: 'Isto também passará'

E guardemos a certeza pelas próprias dificuldades já superadas 

que não há mal que dure para sempre, 

semelhante a uma enorme embarcação que, às vezes, 

parece que vai soçobrar diante das turbulências de gigantescas ondas.

Assim, façamos da nossa parte o melhor que pudermos,

sem esmorecimento e confiemos em Deus,

aproveitando cada segundo, cada minuto que, 

por certo, também passará.

Tudo passa...

Exceto Deus

Deus é o suficiente!” 

(Chico Xavier)


Heitor Rodrigues Freire – Corretor de imóveis e advogado.

dezembro 15, 2022

PALAVRA A BEM DA ORDEM - Adilson Zotovici



Adilson Zotovici da ARLS Chequer Nassif 169


A palavra é concedida

Para que se manifeste

Comunicação se preste

De interesse, devida


Breve tempo que se investe

Em informação surgida

Importante à nossa vida

E sua razão inconteste


Qualquer sugestão fluida

Ainda que se proteste

Na bolsa será colhida


Para que não se transgrida

O manual que se reveste

Do ritual da nossa lida !


Adilson Zotovici

ARLS Chequer Nassif 169

MAÇONS SE SENTEM SÁBIOS EM DOIS ANOS E MEIO


Pesquisadores da United States Chamber of Freemasonry (grupo de pesquisa maçônica com sede em Washington D.C.), divulgaram resultados de um estudo que demonstra que a quantidade média de tempo que um novo maçom acha que sabe tudo é de cerca de dois anos e meio.

“Sim, ele vai variar de loja para loja”, explicou o Irmão Ledge Porter. 

“Mas de um modo geral, em algum momento entre dois e três anos, um maçom vai acreditar saber o suficiente para começar a se sentir superior aos novos iniciados”.

Falando sobre o paradoxo que contrasta os resultados do estudo com a afirmação de que a Maçonaria é um processo de aprendizagem ao longo da vida:

“Oh, não há dúvida de que muitos dos maçons realmente não acreditam que sabem tudo, mas uma vez que atingiu esse momento crítico, eles desenvolvem certos sentimentos de presunção de que eles têm bastante conhecimento e na verdade, o suficiente para que eles possam até mesmo começar a fazer julgamentos morais sobre o comportamento de um novo membro”.

Observando que muitos maçons são convidados a ocuparem cargos de oficiais em uma loja dentro de seus primeiros anos, nós entendemos que pode haver uma conexão.

“Nós não vimos uma conexão causal sólida”, disse Porter. 

“Isto é, nós ainda não descobrimos se ocupar um cargo de oficial nos faz sermos um pouco de burros moralizantes, ou se ele leva dois anos a fim de internalizar a cultura maçônica na medida em que a pessoa se sente confortável em fazer correções públicas aos novos irmãos”.

Porter acrescentou: “É claro, a satisfação presunçosa de corrigir um novo maçom em público é algo que fica com os maçons durante toda a sua carreira maçônica, por isso não esperamos que esta pesquisa leve a qualquer cura. 

No entanto, pensamos que isso pode ter alguma utilidade, porque alguns daqueles que atingiram este momento não estão apenas fazendo julgamentos sobre novos membros, mas também sobre oficiais mais velhos”.

Em resumo, lamentavelmente não é difícil encontramos tais atitudes em irmãos que se acham superiores, seja por tempo de iniciado ou por algum grau conquistado.

O conhecimento deve ser utilizado para nos igualarmos e não para nos tornar superiores aos mais novos.

Elogie em público e corrija em particular.

Um sábio orienta sem ofender e ensina sem humilhar”.


Retirado do site: http://www.oprumodehiram.com.br/macons-sabios-em-dois-anos-e-meio/

dezembro 14, 2022

PALESTRA EM SANTO ANDRÉ, SP - HOMENAGEM


 

AZORRAGUES DO COTIDIANO - Roberto Ribeiro Reis


Roberto Ribeiro Reis da ARLS Esperança e União 2358 do Or⛬ de Rio Casca, MG


O padecimento moral subverte o belo,

Fazendo com que o bem se apague;

Açoite intenso, chicotada, azorrague,

O mau Maçom recebe o seu flagelo.


Para se aspirar ao justo e perfeito,

Existem direitos e também deveres;

É preciso burilar os reais afazeres,

Pois pontual é a lei de causa e efeito.


O Artífice verdadeiro carrega no peito

A certeza de ver seu dever cumprido;

E assim o faz porque tem transferido

O bem ao próximo do seu melhor jeito.


Maçom cujas alvíssaras são recebidas

Na Loja quando sua energia se renova;

O Supremo Arquiteto lhe dá a boa nova

Se à Sua Glória as mentes são trazidas.



dezembro 13, 2022

DEZ MENTIRAS SOBRE A MAÇONARIA



Há muitos séculos existem detratores da Maçonaria.  Pessoas mal intencionadas, pseudo-religiosas, seitas de todo tipo, governos totalitários e teocráticos falam as maiores bobagens, mentiras e sandices a respeito da Fraternidade Maçônica.  Este post tem o intuito de desfazer alguns destes mitos e crendices.

A Maçonaria é uma Religião?

Não é verdade, a Maçonaria é uma sociedade Discreta iniciática. Seus membros podem ser de qualquer religião; existem Maçons católicos, protestantes, evangélicos, pentecostais, judeus, muçulmanos, etc.

Na Maçonaria só são aceitos ateus e é necessário negar a Deus e a Jesus Cristo?

Nada mais inverídico. Na Maçonaria é condição “sine qua non” acreditar em Deus ou equivalente ao que a palavra sugere: Alá, Pai Celestial, Energia Suprema, etc. Dentro da Maçonaria é usado o termo Grande Arquiteto do Universo, ou seja, ateus não são bem-vindos. O Maçom não é obrigado a crer em Jesus Cristo assim como muçulmanos não acreditam em Jesus como filho de Deus, e os judeus tão pouco, ou seja, na Maçonaria são respeitadas as religiões e crenças pessoais de seus membros.

Todo Maçom é rico?

Quem diz isso, provavelmente, não conhece muitos Maçons. Para ser Maçom, a pessoa deve poder cumprir determinados compromissos financeiros. Lembre-se: a Maçonaria não é uma religião é uma sociedade, assim como um clube ou uma associação de qualquer tipo tem seus gastos, seus custos, que são supridos pelos seus associados.

Qualquer um pode ser maçom?

Não é bem assim. Para ser Maçom tem que, necessariamente, ser indicado e apresentado por um Maçom, preencher uma ficha; essa ficha de ingresso deve ser aprovada e depois é feita uma investigação sigilosa sobre a pessoa indicada, inclusive é consultada a cônjuge do aspirante a Maçom, caso ele tenha uma má conduta social (o Maçom deve ser livre e de bons costumes), familiar ou profissional, sua entrada nos quadros da Maçonaria não é aprovada.

A Maçonaria ajuda financeiramente seus integrantes?

Não é como pensam. É possível uma ajuda financeira, mas, em geral, não é assim que acontece. Os Maçons se consideram Irmãos entre si; se você vai a uma lanchonete, por exemplo, e existem duas lanchonetes, uma que pertence a seu Irmão e outra de uma pessoa desconhecida, a qual lanchonete você iria? Creio que a maioria prestigiaria a lanchonete do seu Irmão e não a de um desconhecido. Maçom ajuda um Maçom, na mesma proporção em que um irmão ajuda outro irmão. Muitas vezes, irmãos brigam entre si; o mesmo também acontece entre Irmãos da Maçonaria.

A Maçonaria é “ocultista”?

Depende muito do que se chama de “ocultismo”. A grande maioria do conhecimento oculto, revelado (ou não) aos membros da Maçonaria, pode ser obtida através de livros; não são fáceis, as bibliotecas maçônicas espalhadas pelo mundo. São extremamente grandes e dispõem de livros muito antigos, com conhecimentos muitos deles já perdidos ou esquecidos pelo público em geral, além dos Ritos e Cerimônias que trazem tradições de séculos em sua bagagem. Porém, na prática, esses conhecimentos e tradições estão disponíveis para qualquer um que se predisponha a dedicar uma vida inteira de pesquisas e estudos sobre esses assuntos. Neste sentido, a Maçonaria é ocultista. Já no que concerne a Magia Negra, feitiços e sortilégios, isso não passa de lendas ridículas.

A Maçonaria venera cabras, bodes e outros animais simbolizando o diabo?

Olha, isso é tão ridículo e ao mesmo tempo difícil de explicar. Sim existem símbolos que podem suscitar enganos, mas apenas para quem não estudou esses símbolos e quem não leu ou estudou suas próprias religiões. Em geral, o que é interpretado como sendo cabra, bode e diabo é a figura de Baphomet, que, em tendo chifres e tal, nada tem que ver com diabo. A representação gráfica do diabo (um ser com chifres, metade homem metade animal etc..) só passou a existir durante e após a Idade Média, a chamada idade das trevas, onde as pessoas não mais sabiam ler e escrever e acreditavam em qualquer bobagem que alguns membros da igreja católica lhes diziam; por exemplo: Maria Madalena era uma prostituta, não era e nem consta da Bíblia que teria sido; o diabo tem chifres, rabo pontiagudo e cara de bode, não existe nada disso na Bíblia, que Lúcifer é o Diabo ou sinônimo de diabo; primeiro, que nem existe a palavra diabo na Bíblia (existem as palavras Satanás e demônios); Lúcifer quer dizer “feito de luz”, ou seja, um ser feito de luz. Quanto aos simbolismos, atribuídos a Baphomet, qualquer bom livro sobre o assunto na Biblioteca Nacional (muito provavelmente na biblioteca de sua cidade também) pode, perfeitamente, esclarecer dúvidas a respeito. Agora tente ler livros sérios e não livros escritos com o intuito de convencer de que qualquer coisa provém de Satanás ou do mal. Se você quiser ler algo a respeito de Baphomet e ver que nada tem a ver com diabo ou coisa parecida, para ver uma descrição na Wikipédia (a menos que você ache que a Wikipédia também seja fruto do diabo é claro). A representação do “bode maçônico” é uma alegoria fictícia utilizada em tempos remotos, por pessoas fora da Maçonaria, para assustar as pessoas que não entendiam a Maçonaria, com a intenção de vincular a Maçonaria ao Diabo.

Os símbolos do compasso e do esquadro são símbolos satânicos ou do mal?

Estes símbolos tão somente representam “O Grande Arquiteto do Universo”, ou seja, Deus (ou o seu equivalente em sua religião).

O símbolo do olho, dentro de uma pirâmide, é um símbolo maligno e satânico?

O símbolo do olho, dentro de uma pirâmide, simboliza o “Fiat Lux”, que significa “Faça-se a Luz”; que pode ser encontrado no Livro do Gênesis, da Bíblia, nos livros de várias religiões pelo mundo e pode ser encontrado nas notas de dólar americano. O Olho e a frase Fiat Lux podem ser encontrados na maioria das caixinhas de fósforo do Brasil e nem por isso as pessoas dizem que ela vem do mal. Até em filmes da seção da tarde, feitos para crianças e adolescentes, já foram exibidos filmes com o tema do “Olho que Tudo Vê”. O Olho, dentro da pirâmide, representa a onipresença de Deus, que tudo vê e de quem nada podemos esconder.

A Maçonaria não faz caridade e só ajuda a seus membros?

Nada mais mentiroso! A Maçonaria ajuda e sustenta inúmeras obras e instituições de caridade, mesmo que você nunca venha a saber disso, pois, em geral, eles não ajudam e saem por aí contando sua prática de caridade.

Espero ter ajudado a população em geral a tirar um pouco destes estigmas contra a Maçonaria e ajudado a esclarecer que a fraternidade preza pelo aperfeiçoamento do homem e esmera por um paradigma de virtudes e não o contrário. Grandes homens do passado e do presente foram e/ou são Maçons. A Maçonaria participou de inúmeros episódios da história mundial e brasileira. Denegrir, sem conhecer uma entidade secular como a Maçonaria, é típico dos que não sabem o que falam.



PALESTRA EM SANTO ANDRÉ, SP - CONVITE


 

dezembro 12, 2022

O NÍVEL CULTURAL DA MAÇONARIA - Ir. Denilson Forato



Denílson Forato*_, M.’.M.’.  da ARLS Fraternidade e Amizade – 321 – GOP-COMAB / Brasil

Tenho verificado que a cultura na Maçonaria está muito aquém.

O quadro é simplesmente desolador. 

O maçom em geral tem, em média poucos anos de estudo, não lê, não estuda e nada sabe. 

E o que tem esse fato a ver com a Maçonaria? Tudo! 

Não é possível realizar novos progressos sem o auxílio da cultura e do saber.

O 1o grau, há 40 anos atrás, dava ao cidadão uma base de cultura geral muito maior do que a de hoje e a culpa de tal retrocesso é, exclusivamente, do vergonhoso e criminoso sistema educacional que, paulatinamente, foi implantado no país e, evidentemente, dentro da própria Maçonaria. No 1o grau de hoje o estudante ainda é um semianalfabeto que não sabe sequer cantar o Hino Nacional, que há muito foi expulso das escolas.

O maçom não gosta de ler. A afirmativa é absolutamente VERDADEIRA. Há uma mínima parte do povo que ama a leitura, outra, um pouco maior, que a detesta e a esmagadora maioria nem sabe que ela existe, e a Maçonaria é formada por homens vindos do povo.

Em todos os rituais maçônicos, fala-se nas sete ciências que formavam a sabedoria dos antigos, composta pela Gramática, Retórica, Lógica, Aritmética, Geometria, Música e Astronomia. Quem só com apenas o 1o grau tem o mínimo de conhecimento sobre tais ciências? Com exceção de alguns rudimentos de Gramática e de Matemática, ninguém!

O mundo moderno não é mais composto por sete ciências; as ciências se multiplicaram infinitamente: Física, Química, Engenharia, Geografia, Medicina, Sociologia, Filosofia, História, etc., cada uma delas com infinitas especialidades e ramificações, cada vez mais avançando nos campos das descobertas, pesquisas e realizações enquanto o maçom ficou estacionado no atual 3, 1o grau. EIS O GRANDE PROBLEMA.

Hoje, com raríssimas e merecidas exceções, chega-se a Mestre Maçom entre seis meses a um ano e meio; ao Grau 33, entre três e quatro anos. Chega-se a Mestre e ao Grau 33 sem se sair do 1o grau. O dicionário de Aurélio Buarque de Holanda define: “MESTRE – homem que ensina; professor; o que é perito em uma ciência ou arte; homem de muito saber”.

Será que está acontecendo alguma coisa errada?

Para quem deseja subir nos graus da Maçonaria é exigido um trabalho escrito (muitas vezes meramente copiado, sem pretensão de aprender) e as taxas de elevação (que geralmente são caríssimas). Só isto, nada mais do que isto e… tome-lhe grau por cima de grau, sem o mínimo avanço cultural. Mas, em compensação, os aventais, colares e medalhas na subida dos graus vão ficando mais caros, mais bordados, mais coloridos e mais vistosos. E lá vai o nosso maçom falando em “beneficência”, “Pedra Bruta”, “Pedra Polida”, “Espada Flamejante”, “Câmara de Reflexões”, etc… E para completar o FEBEAMA (Festival de Besteiras que Assola a Maçonaria) diz, por ter ouvido dizer, que a Maçonaria é milenar.

Diz um provérbio popular que “NINGUÉM AMA O QUE NÃO CONHECE”. Como pode esperar a Maçonaria que seus Mestres Maçons, seus componentes dos Altos Corpos Filosóficos, sejam bons transmissores de suas doutrinas, histórias e conhecimentos se… nada sabem?

A Maçonaria é antes de tudo um vasto conjunto de ciências políticas, históricas, geográficas e socioeconômicas adquiridas ao longo dos séculos. É simbolismo e filosofia pura, é ciência humana no seu mais Alto Grau. Como pode uma pessoa sem interesse pelo estudo adquirir e transmitir tantos conhecimentos? Só se for por um milagre!

Como pode, apenas com boas intenções, um leigo ensinar medicina para médicos, leis para juízes, aviação para um futuro piloto, engenharia para um futuro engenheiro, Maçonaria para um futuro Maçom?

Tiro por mim que já li quase uma centena de livros e que tenho mais como prazer do que por obrigação dedicar pelo menos meia hora por dia aos estudos maçônicos e outras literaturas de interesse para o meu aperfeiçoamento espiritual, cultural e profissional. E ainda não me considero um “EXPERT”. Reconheço, com toda humildade, que ainda tenho muito que aprender, e tenho o 3o grau completo.. Como pode uma pessoa sem cultura estudar e pesquisar as Lendas do Rei Salomão, Hiram Abiff, Rainha de Sabá, Cabala, entre tantos, sem conhecer História Antiga? Como podem entender a gama de conhecimentos contidos na Constituição de Anderson, Landmarks, Ritos, Painéis, entre outros assuntos totalmente desconhecidos do nosso Mestre Maçom e de uma grande parte daqueles que alcançaram o “TOPO DA PIRÂMIDE” e que se consideram com direito a cadeira cativa no Oriente para que seu “PROFUNDO SABER E CONHECIMENTO MAÇÔNICO POSSA ILUMINAR” as colunas.

A verdade costuma ser brutal mas, infelizmente, esta é a pura realidade que precisa de muitos com coragem para dizer.

O Maçom que estuda e pesquisa pode ser o “O SOL DA CULTURA”, talvez nem seja o vaga-lume que só tem sua luz notada nas trevas mas, com certeza, é o espelho que poderá transmitir a Luz do Sol ou pelo menos a do vaga-lume.

A Maçonaria, composta de homens livres e de bons costumes e de boa cultura, obviamente, será muito melhor. No século XVII ela era composta pelos iluministas, no século XIX, no Império Brasileiro era composta da nata intelectual da nação e hoje… sem comentários.

Uma sociedade, um país, é preparado primordialmente pelo sistema educacional e cultura que consegue adquirir e seria muito bom começarmos a preparar a Maçonaria, pelo menos em nossas Lojas, para o Terceiro Milênio, com pessoas um pouco mais cultas.


Nota do autor: O presente trabalho será lido por uma minoria de irmãos que cultivam o hábito pela leitura, mas se essa minoria o divulgar nas Lojas poderá estar prestando um grande serviço em defesa da nossa Sublime Instituição.

dezembro 11, 2022

DIA DO LIVRO DA LEI



Para os Maçons a Bíblia é nominada Livro da Lei, e muitos dos seus ensinamentos morais e instruções de virtudes e justiça estão em vários Graus da Ordem.

Para cada Grau um texto do Livro da Lei é programado no início de suas sessões.

Comemorado no segundo domingo de dezembro, o Dia da Bíblia é um dia de celebrações para agradecer a Deus pelo acesso à sua Palavra. No Brasil, as comemorações têm se estendido por toda a semana, dando origem à Semana da Bíblia.

Celebrado no segundo domingo de dezembro, o Dia da Bíblia foi criado em 1549, na Grã-Bretanha, pelo Bispo Cranmer, que incluiu a data no livro de orações do Rei Eduardo VI. O Dia da Bíblia é um dia especial, e foi criado para que a população intercedesse em favor da leitura da Bíblia. 

No Brasil, a data começou a ser celebrada em 1850, quando chegaram da Europa e dos EUA os primeiros missionários cristãos evangélicos. 

Porém, a primeira manifestação pública aconteceu quando foi fundada a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), em 1948, no Monumento do Ipiranga, em São Paulo (SP).

Graças ao trabalho de divulgação das Escrituras Sagradas, desempenhado pela SBB, o Dia da Bíblia passou a ser comemorado não só no segundo domingo de dezembro, mas também ao longo de toda a semana que antecede a data. 

Desde dezembro de 2001, essa comemoração tão especial passou a integrar o calendário oficial do país, por meio da Lei Federal 10.335, que instituiu a celebração do Dia da Bíblia em todo o território nacional.

PARA A FRENTE É QUE SE ANDA - Heitor Rodrigues Freire




Saber que nada acontece por acaso, e em consequência aceitar os acontecimentos, é prova de maturidade e de equilíbrio emocional. O que não implica ficar de braços cruzados, porque na vida com fé – alimentada sempre pela esperança e consubstanciada no amor – devemos ser, sempre, protagonistas e não espectadores passivos que a tudo assistem sem intervir.

Para a frente é que se anda, para cima é que se olha e lutando é que se conquista. “Vem, vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, como bem cantou Geraldo Vandré.

Também dois ícones da música sertaneja, Almir Sater e Renato Teixeira, estavam juntos na casa de Renato, esperando o jantar quando Almir começou a dedilhar o violão e saiu uma melodia muito agradável, então Renato pegou um papel e começou a escrever a letra daquela que seria uma das maiores criações dessa dupla, com o poder de transportar para outras dimensões, tamanha a sensibilidade presente na composição Tocando em frente.

Dessa canção, destaco duas estrofes que mostram também que para a frente é que se anda:

“Penso que cumprir a vida

Seja simplesmente

Compreender a marcha

E ir tocando em frente

...

Cada um de nós compõe a sua história

Cada ser em si

Carrega o dom de ser capaz

E ser feliz”.


Ficar preso ao passado, lamentando o que aconteceu ou deixou de acontecer é sinal de fraqueza, de vida fora da realidade. Aceitar o que acontece, entendendo que nada ocorre por acaso, é sinal de sabedoria.

A vida é feita de uma luta constante de superação de obstáculos, aprender a superar é preciso. Seguir em frente é essencial. Olhar para trás é perda de tempo. Passado, se fosse bom, seria presente. A sabedoria consiste em usufruir a vida presente que, intensamente vivida, é a própria eternidade.

Quando se adquire a dimensão da eternidade, passa-se a encarar a vida de outra forma, porque se entende que a continuidade é uma realidade, e daí a necessidade de, passo a passo, construir o futuro. E não perder tempo com divagações ilusórias. Lembrando sempre que o tempo é o verdadeiro capital que Deus, em sua infinita sabedoria, proporcionou a todos em igual porção.

Outro fator importante de evolução é decidir, por si mesmo, a sua vida. Usar o discernimento, que, segundo Krishnamurti, no livro Aos pés do Mestre, é o primeiro passo na evolução pessoal. 

Temos que aprender a nos desapegar de tudo, porque desta vida nada se leva. Nem nosso corpo. Para exemplificar também, vejam o que acontece no jogo de xadrez: o peão dá um passo de cada vez, para a frente ou para o lado, mas busca sempre chegar do outro lado do tabuleiro, porque, quando chega lá, será o que quiser. Mas quando o jogo termina, rei, rainha, bispo, ou peão, vão todos para a mesma caixa. 

A vida sempre faz com que cada um receba os frutos de sua escolha. “O plantio é livre, mas a colheita é inevitável” (Chico Xavier). E isso acontece mais cedo ou mais tarde.

“Acima de tudo, guarde seu coração, porque dele brota a vida. Afaste-se da boca enganosa e fique longe dos lábios falsos. Que seus olhos olhem para a frente e seu olhar se dirija para diante. Fique atento às trilhas onde você coloca os pés, e que todos os seus caminhos sejam firmes. Não se desvie nem para a direita nem para a esquerda, e afaste do mal os seus passos.” (Provérbios 4:25,27)

Essas questões todas nos ensinam que para a frente é que se anda.