dezembro 21, 2022

O SOLSTÍCIO



O solstício corresponde ao instante em que o Sol atinge a sua declinação máxima ou mínima, dependendo do hemisfério em questão.

No solstício de Verão o Polo Norte apresenta uma inclinação de 23,5º em direção ao Sol, enquanto no solstício de Inverno o Polo Norte fica afastado do Sol com uma inclinação de 23,5º. 

No hemisfério sul (onde se encontra o Brasil), o solstício de verão acontece nos dias 21 ou 23 de dezembro e o solstício de inverno nos dias 21 ou 23 de junho.

Inversamente, no hemisfério norte, o solstício de verão acontece nos dias 21 ou 23 de junho e o solstício de inverno nos dias 21 ou 23 de dezembro.

Por ser o dia de maior noite no ano, o solstício de Inverno (21 de Dezembro, no hemisfério Norte e 21 de Junho no hemisfério Sul) é associado à morte, ao desconhecido ou à escuridão, enquanto que o dia de maior claridade (21 de Junho, no hemisfério Norte e 21 de Dezembro no hemisfério Sul) é associado a Vida ou à Luz (solstício de Verão).

Na antiguidade, as iniciações eram feitas sempre no solstício de Inverno, porque sendo o ultimo dia de maior noite, significava a marca do inicio do ciclo de dias de luz cada vez maiores; significava ainda a saída do mundo dos mortos (a noite, a escuridão), ou a entrada no mundo dos vivos (o dia, a Luz).

As iniciações tinham assim o significado de renascer, ou nascer de novo para a Luz; o renascimento assume assim o significado simbólico da vida que se renova, após a grande noite (morte).

No Egito antigo, os Faraós eram reiniciados a cada novo solstício de inverno.

As Pirâmides foram construídas em alinhamento para receber o Sol de frente à porta de entrada, exatamente no dia do solstício de Inverno.

Em diversas outras civilizações, as grandes obras de arquitetura foram construídas com este alinhamento e com este objetivo.

Acredita-se que, assim como os Romanos observavam o Solstício de Inverno, em homenagem ao deus Saturno, posteriormente chamado de “Sol Invencível”, esse costume também era observado pelas Guildas Romanas, os antigos Colégios e Corporações de Artífices, que nada mais eram do que a Maçonaria Operativa.

Porém, há fortes indícios de que a Maçonaria Especulativa, formada por europeus de predominância cristã e preocupados com a imagem da Maçonaria perante a “Santa Inquisição”, aproveitou a feliz coincidência das datas comemorativas de São João Batista (24/06) e São João Evangelista (27/12) serem muito próximas dos Solstícios, para relacionarem a observância dos Solstícios com os Santos de nome João, e assim protegerem a instituição e sua observação dos Solstícios da ignorância, tirania e fanatismo.

João Batista é o profeta que anuncia e prepara, no sistema iniciático, a vinda da Luz.

Ele ensina a humildade, a renúncia ao ego, sem as quais a iniciação e o progresso espiritual são impossíveis: "É preciso que ele cresça e que eu diminua" (João 3:30). 

Haverá expressão mais profunda deste sentido do que esta?

Pobre do Mestre que não aspire a ser ultrapassado pelo seu discípulo! 

São João Batista simboliza, assim, o grande iniciador, o Mestre sábio que prepara, humildemente, o caminho ao Aprendiz.

São João Evangelista, em contrapartida, representa o Irmão que recebeu a Luz e que a dimana na sua sabedoria, identificando-a com o Verbo e com o Amor. 

Tradicionalmente, tanto para o mundo oriental, quanto para o ocidental, o solstício de Câncer, ou da Esperança, alusivo a São João Batista (verão no hemisfério Norte e inverno no hemisfério Sul), é a porta cruzada pelas almas mortais e, por isso, chamada de Porta dos Homens, enquanto que o solstício de Capricórnio, ou do Reconhecimento, alusivo a São João Evangelista (inverno no hemisfério Norte e verão no hemisfério Sul), é a porta cruzada pelas almas imortais e, por isso, denominada Porta dos Deuses.

Nesse sentido, na Inglaterra, onde a primeira Obediência Maçônica do mundo, como se sabe, foi fundada em 1717, no dia de São João Batista, o antigo símbolo maçônico de um círculo ladeado por duas linhas paralelas, talvez um dos símbolos mais antigos da humanidade ainda em uso, teve a simbologia das linhas paralelas dos Trópicos de Câncer e Capricórnio, que possuem ligação direta com a observância dos Solstícios, transformados em São João Batista e São João Evangelista.

Ou seja, não são Lojas Solsticiais, mas sim e antes de tudo, Lojas de São João. (para os Ritos que o adotam) 

Que a força iniciática do batismo renovador que celebramos no Solstício de Verão, produza a Luz sábia e irradiante que, por intermédio do Amor, voltaremos a colher no próximo solstício de Inverno.

Bom dia e muita Luz neste Solstício meus irmãos.

(Autor anônimo)

ASSIDUIDADE DO MAÇOM - Rubem Freitas




“Assiduidade, pontualidade e postura do maçom”
; são atributos importantíssimos, que deve ter o verdadeiro maçom, sendo que a “assiduidade” é de vital importância, pois dele depende a sobrevivência da loja, senão, como entender o funcionamento de uma loja, se seus membros não comparecem aos trabalhos?

Quem abrirá o templo?

Quem o adornará?

Quem preparará as ferramentas?

Deter-nos-emos com mais vagar neste primeiro atributo, mais abrangente e os outros só existem em função deste.

O que é assiduidade? Consultando o dicionário, deparamo-nos com a definição de que é a qualidade ou caráter de assíduo; e assíduo é o que comparece com regularidade e exatidão ao lugar onde tem de desempenhar seus deveres ou função.

São deveres do maçom, entre outros, o de “frequentar assiduamente os trabalhos da loja e corpos a que pertencer”.

Aliás, nós, hoje aprendizes, companheiros ou mestres, ao preenchermos nosso pedido de ingresso nesta Sublime Instituição, nos comprometemos a frequenta-la com assiduidade e à pergunta do sindicante sobre o mesmo assunto, afirmamos ter disponibilidade de tempo para frequentar os trabalhos semanalmente.

E reafirmamos este propósito, às perguntas do Venerável Mestre, durante a solenidade de iniciação, quando recebemos a LUZ.

Meus irmãos, tudo o que dissemos até agora, refere-se simplesmente aos aspectos legais, necessários e essenciais ao bom funcionamento de toda e qualquer instituição, organização, sociedade e também da maçonaria.

Mas o aspecto que vamos abordar, embora não se divorcie do legal, reveste-se de sentimento de amor, de solidariedade, de fraternidade, de irmandade.

Lembremo-nos do Livro da Lei, ao abrimos os nossos trabalhos, nos exorta à união, ao declamar o salmo 133 “Oh! Quão bom e suave é que os irmãos vivam em união”.

É esse bom viver entre os irmãos que nos animam, nos confortam nos fortalecem, nos alegram.

Falamos de esse bom viver que aqui, semanalmente, nós experimentamos e compartilhamos com os que estão aqui conosco e queremos dividir com mais irmãos.

Conta-se que em uma pequena cidade no interior da Inglaterra, havia um pastor que conhecia praticamente todos os seus habitantes; nos cultos dominicais, era comum que algumas pessoas se sentassem sistematicamente nos bancos da frente; entre essas pessoas, havia um senhor muito conhecido e respeitado naquela localidade que se sentava sempre no mesmo banco.

Num determinado domingo, o pastor observou que aquele banco estava vazio; não se preocupou, porque era normal que alguns irmãos, por algum motivo tivessem faltado àquele domingo.

Na semana seguinte o banco continuou vazio; o pastor começou a ficar preocupado, começando a especular-se sobre o fato.

Na terceira semana, repetiu o episódio, novamente o banco continuava vazio.

Terminado o trabalho religioso, o pastor resolveu ir à casa do irmão para saber do motivo de suas ausências.

O irmão argüiu que já freqüentava o culto há muitos anos, sabia de cor e salteado o que o pastor iria pregar, conhecia todos os livros da bíblia, os cultos já estavam se tornando enfadonhos, cansativos, repetitivos, enfim, não via mais nenhum atrativo para ali se dirigir.

Então o pastor nada disse; foi até a lareira, retirou de lá uma brasa e colocou-a em cima do parapeito da janela. Sentou-se e esperou. Dentro de poucos minutos, a brasa começou a apagar-se.

Passados alguns instantes de silêncio entre os dois, o irmão faltoso disse ao pastor: pastor, compreendi a sua mensagem. E voltou a freqüentar o culto, como sempre o fizera.

Moral da história: uma brasa sozinha perde o seu calor muito rapidamente.

O que aconteceu com o irmão dessa história é bem parecido com o que acontece hoje com nossas lojas, de modo geral.

Muitos irmãos não comparecem às reuniões, alegando motivos vários, parecidos com os da história; ora porque não tem tempo, ou que as reuniões não têm motivação e são demoradas ou que tem compromissos mais importantes, que os temas abordados não tem interesse, ou são enfadonhos, cansativos, repetitivos; que para ouvir simplesmente o bater de malhete, melhor seria ficar em casa, etc., etc., etc.

É fácil reconhecer um maçom desinteressado: é aquele que está sempre reclamando que a sessão está demorando muito e que precisa ir embora por um motivo ou outro; aquele que sempre encontra razões para não colaborar com os afazeres da Loja.

Que esses irmãos não nos sirvam de lição; que não o imitemos; antes, porém que sejamos com eles tolerantes, não coniventes; que o incentivemos, que o apoiemos, enfim que com ele dialoguemos como irmãos e amigos, propiciando assim, a formação de uma corrente positiva, a que chamamos EGRÉGORA MAÇÔNICA, tão necessária durante os nossos trabalhos.

A Maçonaria visa à mudança do homem em seu interior, tendo como objetivo a sua evolução interior, contribuindo assim, para a evolução não só dos maçons em particular, mas de toda uma sociedade.

Os irmãos que desejam verdadeiramente evoluir em seu íntimo devem fazê-lo, mudando inicialmente sua maneira de pensar.

Devemos perguntar-nos, a exemplo do Presidente Kennedy em seu discurso de Posse, não o que a Maçonaria poderia fazer por mim, mas o que eu posso fazer para a Maçonaria?

PONTUALIDADE DO MAÇOM

Superado esse primeiro atributo, o da assiduidade, deparamo-nos com o segundo, também de suma importância para que nossos trabalhos possam ser considerados justos e perfeitos: A Pontualidade.

O que será essa pontualidade? Consultando ainda mais uma vez o dicionário, constatamos que é a qualidade de pontual; exatidão no cumprimento dos deveres ou compromissos; rigor, donde pontual é o que chega parte ou cumpre as obrigações à hora marcada.

Assim, deve o maçom, sempre que possível, estar presente pelo menos quinze minutos antes da hora marcada de adentrar o templo, oportunando com isso um melhor congraçamento na sala dos passos perdidos, sem estar sujeito ao rigor e à solenidade ritualística de que se revestem as nossas sessões. Bem é estarem unidos os irmãos.

Um segundo enfoque para essa pontualidade está prescrito, precisamente, quando diz que são deveres do maçom, satisfazer, com pontualidade, contribuições pecuniárias ordinárias e extraordinárias que lhe forem cometidas.

Um irmão zeloso de seus deveres e de suas obrigações, não deve esperar que o irmão tesoureiro o procure para saldar suas contribuições, antes, porém de ser procurado, nivelará seus metais junto à tesouraria. Esse é o comportamento de um verdadeiro maçom.

POSTURA DO MAÇOM

Por fim, passemos a tecer algumas considerações sobre o terceiro atributo, a Postura que junto com os demais, formam uma das mais marcantes e principais características do maçom.

Ensina-nos o Mestre Aurélio que Postura é a posição do corpo; aspecto físico; atitude.

A primeira instrução que o aprendiz maçom tem, após ter recebido a luz é: quando de pé, deveis estar perfeitamente eretos, isto é, aprumado, direito, pois é assim, nesta posição que se comunicam as instruções do grau; quando assentado, também deveis estar com o tronco ereto, tendo as mãos apoiadas sobre os joelhos, em posição confortável e propícia a receber e absorver todos os eflúvios emanados dos irmãos.

Num outro sentido, não físico, a postura significa atitude, conjunto de conceitos, principalmente de cunho moral, de que deve estar revestido o maçom. A melhor forma de o maçom demonstrar sua postura maçônica é pelo exemplo; palavra, discurso, intenção, nada substitui o exemplo, que deve ser o de um homem livre e de bons costumes.

O mais importante é que os irmãos criem em seu viver diário, o salutar hábito da prática do bem, não como mero cumprimento dos deveres e obrigações, mas imbuídos dos mais puros propósitos maçônicos, nascidos espontaneamente do coração.

Tomara possamos ter a capacidade de absorver e adotar como prática em nossa vida maçônica e profana a assiduidade a pontualidade e a postura; se assim o fizermos, certamente nos tornaremos verdadeiramente obreiros úteis e dedicados.


TODO MUNDO É UM GÊNIO - Albert Einstein



Todo mundo é um gênio. Mas, se você julgar um peixe por sua capacidade de subir em uma árvore, vai passar toda a sua vida acreditando que ele é estúpido. 

A diferença entre o gênio e o estúpido é que o gênio tem seus limites. Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana; e eu não tenho certeza sobre o universo. 

O bom senso não é nada mais do que um depósito de preconceitos estabelecidos pela mente antes de chegar aos dezoito anos. Temos o destino que merecemos. 

O nosso destino está de acordo com os nossos méritos. Somente seres humanos excepcionais e irrepreensíveis suscitam ideias generosas e ações elevadas. 

Deus é hábil, mas, nunca enganador. A luta pela verdade deve ter precedência sobre todas as outras. A percepção do desconhecido é a mais fascinante das experiências. 

A realidade é meramente uma ilusão, embora muito persistente. A coisa mais incompreensível sobre o mundo é que ele é compreensível. 

A vida não dá e nem empresta, não se comove e nem se apieda. Tudo quanto ela faz é retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos. 

É mais fácil mudar a natureza do plutônio do que mudar a natureza maldosa do homem. É a teoria que decide o que podemos observar. 

Albert Einstein (Ulm, 14 de março de 1879 – Princeton, 18 de abril de 1955)*

dezembro 20, 2022

O CHIMARRÃO É MAÇÔNICO? - Ir.'.Lauro C. Pedot



O Ir.'.Lauro C. Pedot é de Getúlio Vargas-RS, da GORGS - COMAB

O chimarrão ou mate, de origem indígena das tribos charruas e guaranis, é uma infusão feita com água quente (aproximadamente 70° C)  e das folhas e galhos moídos da erva mate, cujo nome científico é _Ilex Paraguariensis_, sendo que no idioma guarani é caá_. É hábito saudável pois dá disposição e colabora para a preservação da saúde. A cultura que envolve a tradição do chimarrão, faz com que pareça ser maçônico, embora informalmente.

MOTIVOS:

1. Não se nega a ninguém, nem mesmo a um inimigo, ação que mostra a tolerância;

2. O ato de servir aos presentes gira no sentido anti-horario, mesmo sentido do giro do sol - símbolo do GADU, no hemisfério sul, mostrando a obediência e submissão ao GADU;

3. A primeira cuia deve ser tomada por quem faz, mostra a transparência. A origem deste costume vem do temor de ingerir chimarrão envenenado, das épocas das revoluções e guerras com os castelhanos e índios.

4. Sempre é servido com a mão direita, mão que maneja a arma, mostrando o caráter pacífico e desarmado da oferta do chimarrão;

5.Todos bebem na mesma bomba (canudo de metal), mostrando a igualdade, o espírito fraterno e a confiança na higiene do outro;

6. Patrão, capataz e peões bebem na mesma cuia. Expressão de igualdade. 

Observando os usos e costumes que rondam o hábito do chimarrão é possível observar que possuem muito valores maçônicos. É sabido que várias lideranças de muitas revoluções, movimentos políticos e outras ações no Rio Grande do Sul, especialmente a Revolução Farroupilha (1835-1845), foram capitaneadas por irmãos maçons, na última, principalmente pelo Ir.'. general Bento Gonçalves. 

Claro, o chimarrão não é invenção maçônica, mas tomar chimarrão com os amigos pode servir como, embora não oficial, um símbolo maçônico para estimular boas reflexões e autoconhecimento. 


Ir.'.Lauro C. Pedot Getúlio Vargas-RS. GORGS - COMAB

FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE NA VISÃO MAÇÔNICA - Sidnei Godinho








Quando  se  analisa  a  arquitetura  de  uma  loja maçônica,  estruturada  em  suas  Joias  e  Luzes,  e divididos  seus  conhecimentos  em  seus  graus hierárquicos,  representados  por  suas  ferramentas  de trabalho,  pode-se  bem  depreender  que  ao  Ap.’.  compete a  Força  e  a  Fé,  pois  é  o  início  e  como  todo  principiante, basta  somente  crer  naquilo  que  agora  tem  como Verdade  Absoluta,  para  malhar  e  cumprir  as  orientações que  lhe  são  ministradas. 

É  a  exploração  do  Corpo  como  matéria,  pois  os sentimentos  afloram  enquanto  a  razão  é  ofuscada  pela empolgação  natural  do  desconhecido.  

A  Fé  se  define como  “a  primeira  das  três  virtudes  teologais;  um conjunto  de  dogmas  e  doutrinas  que  constituem  um culto”  (Aurélio,  2006)  e  sendo  o  dogma  “um  ponto fundamental  e  indiscutível  de  uma  doutrina  ou  um sistema”  (Aurélio,  2006),  clarifica-se  ao  Ap.’.  explorar  a Força  de  seu  corpo  e  crer  com  toda  sua  Fé. 

Já  ao  C.’.M.’.,  a  maturidade  alcançada,  após  os trabalhos monitorados, permite-lhe avançar doutrinariamente  e  abandonar  o  Rés-do-Chão, alternando  seu caminhar e explorando novas crenças,  onde  o  corpo  é  deixado fora  e  a  Alma  é  trabalhada  para  fundamentar  o  que  era Fé  e  então  torná-la  em  Esperança  ou  seja  na  “segunda das  três  virtudes  teologais;  esperar  aquilo  que  se  deseja” (Aurélio,  2006).  

"Onde  outrora  se  cria,  hoje  se  deseja." 

A  literatura  maçônica  relata  que  nas  antigas escolas  operativas  e  mesmo  nos  primórdios  das  lojas especulativas  tinham-se  como  graus  apenas  o  Ap.’.  e  o C.’.M.’.,  visto  que  comparado  a  atividade  laboral  era  o Comp.’.  o  executor  das  tarefas  em  uma  obra  e  o habilitado  para  tal,  cabendo  ao  Ap.’.  ser  seu  auxiliar braçal.  

Somente  mais  tarde  a  função  de  M.’.  foi introduzida  como  um  controle  de  qualidade  e  um organizador  da  execução  de  um  empreendimento,  o  que também  foi  trazido  para  a  Ordem  como  o  mais  alto grau. 

Esta  visão  do  Maçom  somente  pode  ser conseguida  quando  ele  consegue  ver  a  si  mesmo, interiorizando-se  para  enfrentar  seus  temores  e questionar  suas  crenças,  libertando-se  de  preconceitos obscuros  e  alcançando  a  clarividência  no  meio  que  o circunda. 

É  o  que  na  psicologia  Junguiana  se  denomina Inconsciente  Individual,  ou  seja:  no  inconsciente estariam  ocultas  a  sede  de  poder  e  notoriedade,  além de  complexos  e  conflitos  que  se  traduzem  em dinâmicas  patológicas  e  demandam  profunda  reflexão como parte  de  um tratamento  psicoterapêutico. 

A  este  processo  de  diferenciação  da personalidade,  pela  seleção  psicológica  do  ego  de Freud,  Jung  chama  de  Individuação.  

É  um  meio  pelo qual  a  pessoa  se  torna  singular,  ainda  que  sujeita  às forças  da  coletividade. 

É  uma  análise  dinâmica  que  passa  pela compreensão  da  finitude  da  existência  material, objetiva,  face  à  inevitabilidade  da  morte  física,  e  vai  ao limite  da  busca  da  existência  de  Deus,  para  justificar sua  autorrealização  como  o  encontro  da  totalidade  da Vida. 

Cabe  agora  ao  Mestre  propagar  a  Última  Virtude e  a  mais  importante,  o  AMOR,  pois  como  Aprendiz  e Companheiro  já  vislumbrou  a  Fé  e  a  Esperança. 


Bom dia e boas reflexões meus irmãos. 


Sidnei Godinho

dezembro 19, 2022

A DOUTRINA MAÇÔNICA E A ÉTICA DO OBREIRO - Ir.’. Leon Grinberg


O fundamento doutrinário maçônico é gnóstico, porque o homem interior habita a Verdade. Por isso a Instituição Maçônica propicia a busca e realização do homem interior, em todo homem e em todos os homens.

Ortega Grasset disse: “Eu sou eu e minha circunstância”, mas também o profeta Natan disse ao Rei David: “Tu és o homem. De ti depende o destino da humanidade”.

Focalizar especificamente o homem é contemplá-lo como um lento processo evolutivo de um princípio de consciência. 

Princípio de consciência ou substância primordial que se manifestou como matéria inerte na primeira etapa. Logo surgiu o fenômeno da vida, aparecendo nas formas vegetal e animal.

No reino animal, coincidindo talvez com a linha do pensamento de Telhard de Chardin, foi ocorrendo o processo de aparecimento e formação do sistema nervoso central, culminando na configuração do cérebro humano. Cérebro este que possibilitou, a nível da mente humana, a faculdade da reflexão e da consciência de se fazer autoconsciente.

Todo este breve relato, em síntese, é expressão do movimento natural da consciência humana rumo a uma expansão e liberdade. A experiência central do mundo moderno é a busca da liberdade.

Claramente, ao sair da Idade Média, vislumbrou-se que o homem buscou a liberdade, para dar forma ao seu próprio destino como pessoa humana. Para muitos, a procura e o encontro dessa liberdade (qualquer que seja a acepção tomada, e ainda melhor: o conjunto de todas) é um fim em si próprio. Erich Fromm, na sua clássica obra O medo da liberdade diferenciou o conceito de liberdade de e de liberdade para.

Para outros, a liberdade não é um fim em si própria: é um meio para se atingir um fim superior ou mais transcendente. E este fim não poderá ser outro que o da Vida. Vida plena e real, com um autêntico sentido integrado. Viver é outorgar um sentido à existência.

Acreditemos ou não, sejamos ou não conscientes, nós, os homens, somos os únicos gestores e realizadores da História, através da nossa concepção da vida. A dialética do porvir humano de todos os tempos aparenta surgir de duas concepções divergentes: a materialista e a idealista.

Concepção que se manifesta na luta ou no defrontar do que poderíamos chamar: poder político e poder espiritual. A verdade da realidade vital contra os interesses criados. Verdades absolutas contra Verdades relativas, acomodadas. Liberdade individual contra autoritarismo. Liberdade versus dogmatismo.

O primeiro intento ocidental de unir ambas concepções, ou seja, os dois poderes, foi o dos pensadores gregos. Entre eles, Platão, no seu livro A República, tratou de espiritualizar a realidade, de onde surgiu a utopia de que os governantes deveriam ser filósofos, homens do espírito, segundo Martin Buber, é o encontro entre o homem e o transcendente. 

Daí ser necessária inevitavelmente a integração. As ideias têm valor contanto e enquanto se transformem em vida palpável, concreta. Não é possível permutar a vida pelo espírito, a ideia abstrata. Nem emancipar o transcendente, o espiritual, da vida cotidiana.

Espírito sem compromisso do dever é um dos sintomas da nossa atualidade, e também a sua contraparte: o materialismo desconhece a essência da vida. O material e o vital devem se fundir para que o espírito seja vida.

Responsabilidade, base da ética

Ser significa ser totalmente. Sermos nós mesmos, assumir. É nos comprometermos com cada hora de nossos dias, é sermos um homem em plenitude. Reiteramos: viver é dar sentido à vida. Cada momento da existência põe à prova o homem. Assumirá ele a responsabilidade de responder com todo seu ser à invocação do momento? É livre. Pode escolher e decidir. Nesta eleição ele joga o sentido da sua existência. E ao eleger para si mesmo, estará elegendo para a humanidade.

A responsabilidade é a única insofismável base de toda ética. É precisamente a responsabilidade que possibilita o exercício da ética e a prática da moral.

O que é conflitante? O que cria a crise do homem e no homem? A cisão da existência em tabela valorativas distintas. Pode ser que individualmente estabeleçamos a nossa própria escala de valores, nossa própria mensuração com prioridades diferentes. 

O importante é o ajustamento da nossa conduta à nossa tabela valorativa, evitando a multiplicidade de morais. Não há uma ética para o Templo e outra para o mercado.

O processo formativo maçônico nos encaminha, desde o primeiro grau, rumo a uma coerência entre pensamento, palavra e ação. Guia-nos para alcançar afirmativamente a unidade da vida do homem em todos os campos. Uma única vida, uma única resposta, uma única responsabilidade, um único compromisso, uma única ética.

Sempre há no recôndito do homem uma voz interior que o chama, que pergunta que indaga que reclama. Às vezes a chamamos de consciência. Perante ela, alguns se ocultam entre palavras, entre ideias. Entre ações. Outros se revelam se manifestam tal como são. 

Alguns argumentam tranquilizando-a, se justificando. Outros se realizam se ajustam. Lutam contra a fragmentação, a divisão da vida em categorias distintas e em recintos temáticos, qual compartimentos estanques, que nenhuma relação estabelece entre si. O ético, o estético, o religioso, o metafísico, o sociológico, o econômico, o psicológico etc., que em definitivo refletem aspectos do homem, nunca do homem total.

Karl Jasper disse: “O modo como vejo a grandeza e como em comporto perante ela, me faz chegar ao meu próprio ser”.

Ante um ideal de perfeição alguns expressam: são utopias; negam-no e reduzem tal ideal ao comodismo do nível em que se encontram. Outros, pelo contrário, e entre eles estão os maçons, tentam-se elevar, se realizar nessa meta de perfeição. Essa meta de perfeição. Essa meta de perfeição logicamente leva implícita a efetivação dos nossos princípios básicos.

Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Amor à justiça; procura da verdade. Respeito à sabedoria; reconhecimento da harmonia e da justiça. Tolerância no seu legitimo limite.

Rejeição, superação ou controle da hipocrisia, ambição, inveja, egoísmo etc. Mas, acima de tudo, a pedra básica, o fundamento da nossa Instituição; a Fraternidade. E ela depende da compreensão.

Ambas, fraternidade e compreensão determinam e descansam na responsabilidade, forjada, no nosso caso, como maçons, na real interiorização do que os nossos símbolos dinamizam.

Nossa formação maçônica implica ao menos estarmos a coberto de intenções e ideias espúrias, vigilantes de que a sabedoria, harmonizada pela beleza e pelo amor, seja a potência das nossas ações, e por onde a nossa conduta esteja nas vinte e quatro horas do dia, a prumo, no transcurso do reto caminho a transitar pela vida.

dezembro 18, 2022

QUE DESAFORO ! - Newton Agrella




Você alguma vez já se deu conta porque não leva desaforo pra casa ?

Pois é, a resposta pode ser encontrada na própria origem da palavra.

Senão vejamos:

O substantivo desaforo surgiu do Latim "forum" que significa praça pública, local onde eram tratados e discutidos assuntos ou questões de interesse público ou particular em que se encontravam os templos e tribunais na antiga Roma.

As desinteligências, conflitos e litígios lá podiam ser solucionados antes de serem formalizados os processos.

Porém, quando a questão era muito violenta e mais complexa,  seu praticante ficava "privado de foro",  por isto, a utilização da partícula "des" , que na língua portuguesa indica negação ou neste caso remoção do lugar para o julgamento, o que acabou ensejando a formação da a palavra  "desaforo".

É bem verdade contudo, que ao longo do tempo e de acordo com as próprias circunstâncias históricas, geográficas, sociais e comportamentais, muitas palavras acabam assimilando significados um tanto diferentes de sua etimologia formal.

Assim, o substantivo "desaforo" acabou ganhando significados, tais como: modo insolente de proceder, atrevimento, desaforamento, petulância, e até mesmo de arrogância, conforme o contexto semântico.

A propósito, se o desaforo pode inclusive denotar uma idéia de desrespeito, o que não dizer sobre a locução "foro privilegiado", uma excrescência que desequilibra a harmonia de um todo.

No caso, o entendimento da lei alega que não se trata de um "privilégio", uma vez que não é um direito da pessoa, mas do cargo ou mandato do qual ela é titular.

Falácia, Sofisma ou o que ?

Por essas e por outras é que as palavras e suas origens podem nos tornar reféns ou algozes de seus empregos, contextos e interpretações.



dezembro 17, 2022

CARIDADE FRATERNAL - ENCONTROS E DESENCONTROS - Helio P. Leite




Recentemente chegando a uma lanchonete para degustar um cafezinho, encontrei um cidadão que ali estava lanchando. Ao me aproximar do balcão para fazer o meu pedido ele assim falou - um irmão que conseguiu uma cirurgia no hospital de Olhos em Sorocaba para minha mãe, que estava praticamente sem enxergar e até hoje enxerga mosquito a um quilômetro
 de distância.

Logo o reconheci como um irmão que no passado, quando no exercício do cargo de Grão-Mestre Distrital o ajudei para conseguir uma cirurgia ocular para sua mãe, que residia e reside no interior do Rio Grande do Norte. E graças a intervenção do Irmão Laelso Rodrigues conseguimos  atender com sucesso pedido do referido irmão.

Passamos então a conversar sobre o tema predileto de maçons, quando se encontram. Perguntei como estava a sua Loja e ele me disse que estava passando por uma crise, com baixa frequência, com os obreiros desmotivados, uma tristeza, para uma Loja que no passado se destacava no cenário maçônico do DF.

Dai, perguntei por um determinado irmão, que sempre foi um dos baluartes da loja; disse-me ele que o referido irmão se afastou definitivamente da maçonaria, porque esteve por vários meses internado em um hospital, tratando de uma doença persistente e nenhum irmão da Loja se dignou visitá-lo, desprezo que lhe magoou imensamente já que sempre foi muito atuante na Loja. E ao sair do hospital pediu seu desligamento definitivo da Ordem.

Despedi-me do referido irmão prometendo outros reencontros até porque descobri que ele está morando próximo aonde estou residindo atualmente e onde também ele está estabelecido comercialmente.

Dali sai pensando que esta falta de caridade fraternal era sem dúvida um dos grandes motivos que levam obreiros a se evadirem das hostes maçônicas. Aliás, infelizmente, nós enquanto maçons na maioria das vezes cometemos está falta de consideração para com irmãos de nossas lojas, que adoecem ou caem em desgraça financeira, que simplesmente não são visitados em seus leitos de dor e simplesmente abandonados quando se afastam do convívio maçônico por motivos financeiros.

Também, pensei que cometemos os mesmos erros com as nossas cunhadas, que são totalmente esquecidas após o falecimento de seus esposos e praticamente saem de nossas preocupações, deixando de ser convidadas para sessões públicas, inclusive nos eventos realizados em comemoração ao Dia das Mães. Ou seja, as viúvas de nossos irmãos praticamente  morrem para a Maçonaria e seus filhos também.

Por que será que agimos assim com nossos confrades quando estão hospitalizados, quando estão passando por crise financeira, se prometemos ajudar nossos irmãos quando precisarem de nós. Será por puro egoísmo, será por falta de altruísmo, será por falta de espírito humanista, será porque nossas Lojas não estão preparadas para atuarem nestas situações que fogem a normalidade do dia a dia maçônico, que não orientam ao Irmão Hospitaleiro de exercer em plenitude as funções de seu cargo. São perguntas que ficam no ar.

Mas que, sem sombra de dúvidas, a falta de humanidade para com nossos pares fratenos, em momentos que necessitam de nossa consideração, da mão amiga, do abraço carinhoso, do apoio moral e até financeiro, são fatos geradores que resultam em evasões obreiras.

É certo que a Loja Maçônica ou um Grande Oriente não está estruturado para atender as demandas dos obreiros que necessitam de atenção fraternal, de ajuda financeira, etc. Não se constituem em empresas comerciais ou industriais que possam absorver mão de obra obreira desempregada; Também não são empresas bancárias para conceder empréstimos a juros subsidiados para seus filiados necessitados.

Mas, em verdade não é isto que os irmãos esperam de sua Loja, de seus irmãos; o que se espera é de consideração, de conforto espiritual e amigo, de um conselho, de uma orientação, de um encaminhamento na busca de uma solução, de uma providência administrativa. Enfim, de chegar junto como se fala na gíria popular. E não simplesmente ser abandonado a própria sorte.

É meus irmãos, é chegada a hora de repensarmos os nossos comportamentos, as nossas omissões conscientes. Ainda está em tempo de atuarmos como verdadeiros maçons, como confrades fraternos, e praticarmos boas ações em prol de nossos irmãos obreiros, quando necessitarem de nosso apoio, de nossa ajuda, quer moral quer financeira.

Devemos fazer, cada um de nós, um exame de consciência refletindo aonde e quando deixamos de prestar socorro a quem nos pediu ajuda e simplesmente deixamos de ajudar, para não saírmos de nossas zonas de conforto ou porque faltou-nos sensibilidade e humanidade, no momento em que poderíamos ter prestado o nosso concurso fraterno.

Vamos então honrar o nosso juramento, o nosso compromisso, quando ingressamos em nossa Sublime Ordem, para honra e glória do Grande Arquiteto do Universo.



dezembro 16, 2022

DA TRANSITORIEDADE - Heitor Rodrigues Freire



Heitor Rodrigues Freire, Corretor de imóveis, advogado, past GM da GLEMS e presidente da Santa Casa de Campo Grande


A vida, em sua dinâmica própria, proporciona a todos, diferentes oportunidades de trabalho, de ação, de realização pessoal, familiar e profissional. 

A beleza da vida consiste na transitoriedade, na mudança permanente que exige, naturalmente, coragem e ousadia para encarar e vencer as dificuldades naturais.

Heráclito, há 2.500 anos, já percebeu e ensinou que a única coisa permanente em todo o Universo é a mudança.

Tudo é mutável e fugaz. De um momento para outro, tudo muda. A aparente riqueza, poder, propriedades, prazeres, status social, etc., tudo pode mudar de repente. Mas então, “que seja eterno, enquanto dure” (Vinicius de Moraes).

Quando se percebe a transitoriedade, isso pode gerar, a princípio, medo, desespero, mas à medida que nos conscientizamos dessa realidade factual da vida, começamos a aceitar que a mudança é uma condição natural. A segurança para encarar essa situação e entender que devemos usufruir a vida presente, o agora, intensamente e com consciência é uma meta a ser alcançada, pois consiste na própria eternidade e nos proporciona o desapego. É uma verdadeira libertação.

Na realidade, só existe o momento presente. O ontem já foi, o amanhã não chegou.

A própria vida passa por essa mudança com o fenômeno da morte, que é um fato natural e pelo qual todos nós, TODOS, vamos passar. Mais cedo ou mais tarde.  

Guimarães Rosa, com sua alma sensível, disse: “A vida é assim: esquenta e esfria, aperta daí afrouxa. Sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”.

A vivência de cada um, na superação das dificuldades que sofremos, enfrentamos e vencemos, nos dá a segurança para continuar na luta.

Aconteça o que acontecer, nosso estado de espírito não deve se alterar, encarando as dificuldades sem perder a fé, a esperança, o amor e a alegria. “Siga o conselho do seu próprio coração, porque mais do que este ninguém será fiel a você” (Eclesiástico 37, 13)

“Na vida tudo passa.

Todas as coisas na Terra passam.

Os dias de dificuldade passarão...

Passarão, também, os dias de amargura e solidão.

As dores e as lágrimas passarão.

As frustrações que nos fazem chorar... Um dia passarão.

A saudade do ser querido que está longe, passará.

Os dias de tristeza...

Dias de felicidade...

São lições necessárias que, na Terra, passam, 

deixando no espírito imortal as experiências acumuladas.

Se, hoje, para nós, é um desses dias,

repleto de amargura, paremos um instante.

Elevemos o pensamento ao Alto

e busquemos a voz suave da Mãe amorosa,

a nos dizer carinhosamente: 'Isto também passará'

E guardemos a certeza pelas próprias dificuldades já superadas 

que não há mal que dure para sempre, 

semelhante a uma enorme embarcação que, às vezes, 

parece que vai soçobrar diante das turbulências de gigantescas ondas.

Assim, façamos da nossa parte o melhor que pudermos,

sem esmorecimento e confiemos em Deus,

aproveitando cada segundo, cada minuto que, 

por certo, também passará.

Tudo passa...

Exceto Deus

Deus é o suficiente!” 

(Chico Xavier)


Heitor Rodrigues Freire – Corretor de imóveis e advogado.

dezembro 15, 2022

PALAVRA A BEM DA ORDEM - Adilson Zotovici



Adilson Zotovici da ARLS Chequer Nassif 169


A palavra é concedida

Para que se manifeste

Comunicação se preste

De interesse, devida


Breve tempo que se investe

Em informação surgida

Importante à nossa vida

E sua razão inconteste


Qualquer sugestão fluida

Ainda que se proteste

Na bolsa será colhida


Para que não se transgrida

O manual que se reveste

Do ritual da nossa lida !


Adilson Zotovici

ARLS Chequer Nassif 169

MAÇONS SE SENTEM SÁBIOS EM DOIS ANOS E MEIO


Pesquisadores da United States Chamber of Freemasonry (grupo de pesquisa maçônica com sede em Washington D.C.), divulgaram resultados de um estudo que demonstra que a quantidade média de tempo que um novo maçom acha que sabe tudo é de cerca de dois anos e meio.

“Sim, ele vai variar de loja para loja”, explicou o Irmão Ledge Porter. 

“Mas de um modo geral, em algum momento entre dois e três anos, um maçom vai acreditar saber o suficiente para começar a se sentir superior aos novos iniciados”.

Falando sobre o paradoxo que contrasta os resultados do estudo com a afirmação de que a Maçonaria é um processo de aprendizagem ao longo da vida:

“Oh, não há dúvida de que muitos dos maçons realmente não acreditam que sabem tudo, mas uma vez que atingiu esse momento crítico, eles desenvolvem certos sentimentos de presunção de que eles têm bastante conhecimento e na verdade, o suficiente para que eles possam até mesmo começar a fazer julgamentos morais sobre o comportamento de um novo membro”.

Observando que muitos maçons são convidados a ocuparem cargos de oficiais em uma loja dentro de seus primeiros anos, nós entendemos que pode haver uma conexão.

“Nós não vimos uma conexão causal sólida”, disse Porter. 

“Isto é, nós ainda não descobrimos se ocupar um cargo de oficial nos faz sermos um pouco de burros moralizantes, ou se ele leva dois anos a fim de internalizar a cultura maçônica na medida em que a pessoa se sente confortável em fazer correções públicas aos novos irmãos”.

Porter acrescentou: “É claro, a satisfação presunçosa de corrigir um novo maçom em público é algo que fica com os maçons durante toda a sua carreira maçônica, por isso não esperamos que esta pesquisa leve a qualquer cura. 

No entanto, pensamos que isso pode ter alguma utilidade, porque alguns daqueles que atingiram este momento não estão apenas fazendo julgamentos sobre novos membros, mas também sobre oficiais mais velhos”.

Em resumo, lamentavelmente não é difícil encontramos tais atitudes em irmãos que se acham superiores, seja por tempo de iniciado ou por algum grau conquistado.

O conhecimento deve ser utilizado para nos igualarmos e não para nos tornar superiores aos mais novos.

Elogie em público e corrija em particular.

Um sábio orienta sem ofender e ensina sem humilhar”.


Retirado do site: http://www.oprumodehiram.com.br/macons-sabios-em-dois-anos-e-meio/

dezembro 14, 2022

PALESTRA EM SANTO ANDRÉ, SP - HOMENAGEM


 

AZORRAGUES DO COTIDIANO - Roberto Ribeiro Reis


Roberto Ribeiro Reis da ARLS Esperança e União 2358 do Or⛬ de Rio Casca, MG


O padecimento moral subverte o belo,

Fazendo com que o bem se apague;

Açoite intenso, chicotada, azorrague,

O mau Maçom recebe o seu flagelo.


Para se aspirar ao justo e perfeito,

Existem direitos e também deveres;

É preciso burilar os reais afazeres,

Pois pontual é a lei de causa e efeito.


O Artífice verdadeiro carrega no peito

A certeza de ver seu dever cumprido;

E assim o faz porque tem transferido

O bem ao próximo do seu melhor jeito.


Maçom cujas alvíssaras são recebidas

Na Loja quando sua energia se renova;

O Supremo Arquiteto lhe dá a boa nova

Se à Sua Glória as mentes são trazidas.