janeiro 03, 2023

RENOVANDO ESPERANÇAS - Roberto Ribeiro Reis


O sol resplandece soberano, todos os dias, informando-nos que a vida, assim qual a luz, pede passagem. Por mais que o dia anterior tenha sido doloroso, aflitivo ou extenuante, as esperanças do novo dia são renovadas, sob o influxo dessa estrela luminescente.

A lua exorta-nos a contemplar os mistérios da noite, convidando aos amantes e aos poetas a se deleitarem sob seus encantos, num exercício divino de permitir que todos nós estejamos enamorados e mais imunes às agruras do cotidiano.

E assim, a vida revela o seu fascinante espetáculo, e a cada esquina opostos se confrontam: o caos enfrenta a ordem, o mundo vibra, ora em expansão, ora contraindo-se; o mal exsurge, assanhadamente, digladiando-se contra o bem, e o vencedor dessa disputa será aquele melhor recepcionado pela mente do homem.

Continuamos protagonistas dos problemas que nos acometem a alma, desinquietando-a por completo; somos os algozes de nós mesmos, na medida em que criamos as armadilhas de nosso ego, esse gigante implacável que não aceita derrotas.

Por mais absurdo que pareça, conseguimos abalar as bases íntimas de nosso edifício interior, de lá defenestrando a Grande Luz que existe. Isso tudo porque (amiúde) nossa visão encontra-se obscurecida pelas sensualidades e facilidades que o mundo profano nos oferece.

Via de regra, não optamos pela escolha das portas estreitas, e somos conduzidos aos cadafalsos de nossas emoções, que nos aniquilam o discernimento e o equilíbrio, tornando-nos pálidos zumbis ambulantes, verdadeiros desorientados –geográfica e mentalmente- em busca de um generoso guia.

Amados Irmãos! Mais um ano se encerra, e esperamos que, com ele, sejam encerrados todos os maus sentimentos, as más vibrações, as querelas, rusgas, animosidades e toda maldade que possa nos subjugar e nos encarcerar nas prisões odiosas de nosso ego.

Temos a consciência de que a vida é feita de ciclos, e que os problemas hão de surgir, vorazes, tentando retirar a nossa paz de espírito. Que a Arte Real nos conduza às veredas da Verdade - essa arma eficiente capaz de solucionar o insolucionável – que tem o poder de nos libertar dos grilhões do mundo profano.

Inspiremo-nos no poder do sol, nos encantos da lua e em toda a beleza da criação. Observemos quanto graça e abundância existem desde a terra- que nos proporciona os espetáculos da natureza e o sagrado alimento de cada dia - até a imensidão do firmamento, que nos revela uma ínfima parte dos mistérios que permeiam o Universo.

Renovemos nossas esperanças no Excelso Arquiteto. Seu Espírito pairou sobre as águas, preenchendo o vazio primordial, do Nada gerando o Tudo, estabelecendo a Harmonia sobre o Caos, sob a égide inflexível da Ordem. É através do Criador e exclusivamente por meio dEle que poderemos nos reorganizarmos intimamente, e fazermos com que a Esperança encontre asilo em nossa Morada Íntima.



janeiro 02, 2023

A INSTALAÇÃO - IIr.: Weber Varrasquim e Acelino Pontes


A Instalação é o ato pelo qual se dá posse de um cargo ou de uma dignidade.

A definição de Instalação como "ato pelo qual se dá posse de um cargo ou de uma dignidade" está amplo em demasia. A posse implica em apoderar-se de direitos e deveres de um determinado cargo, o que naturalmente se coloca para quase todos os cargos da Ordem, à exceção do Veneralato e do Grão mestrado.

Mas qual a diferença? Esta talvez poucos dos IIr.’. se aperceberam. Acho que na Maçonaria Universal, os únicos que absorveram o verdadeiro sentido da Instalação foram os nossos IIr. alemães. Lá eles chamam o Venerável de Mestre de Meister vom Stuhl, ou seja "Mestre de Cátedra". A Cátedra é o significado mais importante do Veneralato; comparável com o nosso antigo "Professor Catedrático".

Entre Cátedra e um cargo, poderíamos exemplificar com um outro termo muito vulgar hoje nos meios financeiros: executivo. O detentor de um cargo é o que poderíamos chamar de executivo. Ele executa uma função. O Catedrático é mais um doutrinador um ensinador, um sábio que inaugura uma nova era do conhecimento e da visão do mundo e que a ninguém presta obediência doutrinária. Por assim podemos chamar não só a entronização de um rei, de um bispo ou até de um Grão Mestre ou Venerável como inauguração; mais jamais de um Secretário, Orador ou Vigilante.

Portanto só o Ven.'. M.'. de Loja ou o Grão Mestre é instalado, todos os outros tomam posse.

Instalação 

Chama-se instalação somente aquela que concede o direito de exercer os privilégios de um ofício. É uma cerimônia antiga. Os antigos romanos, por exemplo, instalavam seus sacerdotes, reis e magistrados. Chamavam-na, porém, "inauguração", por ser realizada, geralmente, pelos áugures (Sacerdote Romano que tirava presságios do canto e do voo das aves).

Outro aspecto importante e específico da Instalação Maçônica (e também da episcopal) é que lhe dá direito poder de sagrar homens e objetos. E este direito poder pode gerar sagração permanente, temporária e momentânea. 

Exemplo das permanentes são a Iniciação, Elevação e Exaltação; das temporárias são de Templo, Estandarte, Regularização de Loja, etc.; e as momentâneas são Esp.'. Flam.'. e o Trono de Salomão (ou da Sabedoria), estes objetos só estarão sagrados no momento em que o Ven.'. M.'. ou um M.'. I.'. se apossa deles.

Por isto que o Ven.'. M.'. não pode ser simplesmente sagrado, ele é Consagrado, ou seja, somente 3 MM.'. II.'. têm o direito poder de consagrar um Ven.'. M.'.. Isto também acontece na consagração de um bispo.

Já no caso dos sacerdotes eles são ordenados (quase uma Iniciação, mas não é precisamente, porquanto são também denominados presbíteros, o mais antigo ou o que mais sabe). E o sacerdote pode ser ordenado/sagrado por um bispo, mas também por um outro sacerdote devidamente autorizado.

A palavra "Instalação" é todavia relativamente moderna, tirando a sua origem do latim medieval "in" e "stallum", cadeira. Assim, depois de sua ordenação, ou recepção na ordem sacerdotal, os padres são instalados nas igrejas ou nas paróquias, para as quais foram designados. Tanto o termo como o costume estão ainda em uso.

Em Maçonaria, diz-se do ato que inaugura uma Oficina devidamente autorizada e no qual é instalada a sua primeira administração. Os oficiais de uma Loja, depois de sua nomeação e antes de poderem exercer as suas funções, devem tomar posse. É, principalmente, a cerimônia pela qual os Grão-Mestres e os Veneráveis são colocados no trono da sabedoria.

O Venerável de uma loja é instalado pelo Grão Mestre ou seu Adjunto ou por um Venerável ou ex-Venerável (Past - Master) presente, e o Venerável eleito dará posse então os oficiais subordinados.

É uma lei da maçonaria que todos os oficiais se mantenham em seus postos até serem empossados os seus sucessores.

A instalação é uma cerimônia maçônica que entrou em uso desde os primeiros tempos da Maçonaria especulativa. 

O Venerável eleito por sufrágios dos membros do quadro de sua loja, em cerimônia apropriada, realizada por uma Comissão de Mestres Instaladores designada pelos poderes competentes, recebe sinais, toques e palavras de um Venerável; e é "Instalado" no Trono do Rei Salomão.

Na Maçonaria inglesa, como em muitas outras, o Venerável ou o Mestre é sempre instalado no momento de tomar posse da presidência da Loja. Trata-se de uma cerimônia que remonta o século XVIII, e era praticada pelos Antigos (nome adotado pelos Maçons partidários da "Grande Loja da Inglaterra conforme as Antigas Constituições"). A partir de 1.810, foi introduzida em toda a Maçonaria Inglesa.

A instalação não pode ser feita sem a presença de, no mínimo, três Mestres Instalados, dentre os quais será indicado o Mestre Instalador. Aliás nem o Grão Mestre ou o Papa podem consagrar sozinhos, terão sempre que ter dois coadjuvantes.

Por maior que seja o cargo de um Ir.’. no Corpo Filosófico, mesmo sendo membro efetivo do Supremo Conselho, um Maçom não poderá permanecer no Templo, durante a Instalação, a menos que já tenha sido Venerável eleito de uma Loja Simbólica, dando-se o mesmo com Oficiais da Alta Administração, por maior que seja o cargo que ocupam.

Por isso, a fim de evitar constrangimentos, estes cargos deveriam ser ocupados por Mestres Instalados.

Portanto, deve-se acrescentar que, em momento algum, uma loja deve ser dirigida senão por um Mestre Instalado, ficando esta desobrigada de realizar uma sessão se não houver, entre os presentes, um Mestre Instalado para dirigir os trabalhos.


A CURIOSA RELAÇÃO DA MAÇONARIA COM OS MISSIONÁRIOS - Hamilton Sampaio Jr.

 

A Curiosa Relação da Maçonaria Brasileira com a chegada dos primeiros missionários protestantes ao Brasil Império.

 Os missionários protestantes norte-americanos, de origem sulista, que vinham ao Brasil em 1862, foram os primeiros protestantes a chegarem no País com o objetivo de proselitismo religioso. Há anos já havia comunidades de protestantes alemães e ingleses, mas que não tinham nenhuma intenção de expandir sua fé.

A Imigração dos confederados que resultou na fundação da Igreja Presbiteriana no Brasil, foi sugerida pelo Grão Mestre do Grande Oriente e líder da Maçonaria Conversadora, Visconde do Rio Branco, ao missionário presbiteriano, Alexander Blackford, fundador do primeiro órgão de imprensa Protestante no Brasil, contou com o apoio e colaboração de Joaquim Nabuco, considerado líder da Maçonaria Liberal.

 A  proteção dispensada aos agentes bíblicos e aos missionários por parte da maçonaria, e a defesa da liberdade religiosa, foi apenas parte de uma jogada política contra o poder da Igreja Católica. A maçonaria via os protestantes como os representantes da “modernidade” no Brasil, daí surgiu a crença entre a elite liberal-maçônica de que o atraso brasileiro é consequência da dominação Romana, tal situação seria resolvida mediante a imigração em massa dos povos protestantes e da imposição de seu estilo de vida baseado na valorização do trabalho e da educação.

 Paralelamente à construção das igrejas, os missionários criaram escolas com a finalidade de instruir e educar os filhos dos fiéis dentro da ética protestante. Contudo, essas escolas passaram a receber os filhos da elite liberal republicana e da maçonaria, uma vez que foram organizadas segundo o modelo norte-americano de educação moderna, pragmática e científica. 

Fonte: PROTESTANTISMO, LIBERALISMO, MAÇONARIA E A EDUCAÇÃO NO BRASIL, NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX. De Viviane Ribeiro.

Ref Brazil Imperial

janeiro 01, 2023

A ÉTICA E O SIGILO – UMA ARTE OU UM COMPROMISSO? - Ir.'. Gabriel Campos de Oliveira



Coordenar e promover a ética em nós corresponde aprender a analisar os elementos que compõem a existência-humana-no-mundo. O ser humano não pode viver sem os outros da sua espécie e precisa deles para evoluir e tornar-se cada vez mais ético.

É nos relacionamentos pessoais, profissionais, comunitários e outros que nós temos a grande oportunidade de conhecer alguém e receber dele informações que, para o bem ou mal nos alimentam, nutrem, afetam nosso comportamento, nossas opiniões e decisões.

Toda pessoa tem o sagrado direito de se expressar, comunicar, expor suas idéias, executar seus argumentos, deliberar seus projetos/planos, estar contra ou a favor. Todavia, esses mesmos direitos, a outra pessoa os tem, e por isso, a cordialidade de ouvir os outros é algo tão sagrado quanto o direito que nos é outorgado.

Hoje, vivenciar um valor ético é uma arte que move a personalidade num compromisso tal que estimula a prudência nas ações, vale dizer, o sigilo. É sabido que não existem pessoas iguais e, é na riqueza da diferença que vemos a beleza da arte de viver, a criatividade dos outros e a alegria da convivência.

O sigilo assegura o caráter ético, dá segurança ao valor da comunicação e objetiva o que é essencial num diálogo. Ele nos faz pessoas responsáveis e respeitadas no campo profissional e no ambiente no qual estamos envolvidos. É nesta trilha de ideias que vemos a grande glória do respeito. Ainda mais, o sigilo nos oferece as credenciais da fidelidade à instituição que trabalhamos ou convivemos, reforça nosso compromisso pessoal e social.

No olímpico campo de ação na qual nos envolvemos, o sigilo só progride na ética, e esta só progride no sigilo, se nós nos programamos e determinamos nossas palavras, comentários, nossos desejos de “eu sei que você não conta para ninguém”, em qualquer ambiente que estejamos. Com isso, não queremos fazer do sigilo um mistério ou algo infalível na cátedra da consciência. O sigilo tem sua verdadeira comunicação na hora certa. Só esperamos que ninguém tenha o dissabor de errar a hora.

Gostaria de terminar este meu artigo citando as palavras de Napoleon Hill “estar juntos é um começo, continuar juntos é um progresso, trabalhar em conjunto é sucesso”.

O que é Sigilo

Diversas explicações sobre o que é sigilo e o significado do sigilo maçônico. Quando as elucidações vêm por parte de um Maçom é completamente diferente da de um profano. O Maçom, por menos que ele saiba e estude está próximo da realidade, pelo menos repete o que promete no final da cada sessão: “Guardar sigilo de tudo quanto se passou na Loja” que é um dever de cada Maçom.

Os profanos confundem segredo com sigilo, uma vez que não tiveram uma instrução adequada sobre o assunto e baseiam-se em suposições e fantasias que os levam às mais variadas e esdrúxulas suposições arquitetadas pela imaginação. Sigilo é fato ou circunstância mantidos ocultos que os impressionam mais. Segredo por ser a parte mais difícil ou essencial de uma arte, ciência ou negócio, falando-se em maçonaria passa longe de sua cabeça entender.

O segredo com o significado de sigilo, como instituição nas confissões data do 4° Concilio de Latrão e depois foi ratificado pelo Direito Canônico. O sigilo é um dos deveres fundamentais do Maçom. Todo o ensinamento que ele recebe é esotérico, isto é, transmitido em segredo e como tal deve ser conservado.

Muitos autores maçônicos têm escrito páginas esclarecedoras sobre o mesmo. Infelizmente há certos maçons ou meios maçônicos que nunca penetraram no alto sentido do sigilo que prometemos guardar com todo o rigor.

Segundo afirmam autores que merecem o nosso maior respeito à Maçonaria chegou aos nossos dias graças ao seu caráter secreto, graças ao compromisso entendido e compreendido pelos verdadeiros Maçons.

Pela história sabemos que a Maçonaria esteve envolvida em profundas crises algumas de caráter interno e outras de caráter externo. Ela sofreu perseguições de todos os tipos, algumas cruéis oriundas de inimigos implacáveis. Em todos esses vendavais que se abateram sobre ela sempre conseguiu sair incólume.

Uma das suas maiores ameaças é a ignorância ou o obscurantismo.  Tanto no passado como no presente, se encontram em muitos meios e instituições que se fazem representantes divinos quando lhes falta o essencial de toda agremiação que se diz religiosa, que é a fraternidade, a caridade ou o respeito para com quem não segue a mesma linha de conduta ou crença.

Os maçons sempre e em toda parte levaram com a maior seriedade e às últimas consequências o juramento de sua iniciação. Com isso sobreviveram à desmoralização que as trevas arquitetaram para a sua destruição e a escuridão das inteligências sem raízes sadias espalharam para seu desaparecimento.

Nós sabemos que a Maçonaria é qual mãe generosa a verter o leite que alimenta o nosso espírito. Sua perenidade foi construída sobre o lema do sigilo e da fraternidade. Muitos de nós estamos cientes que no momento atual do mundo há um processo de profanação de nossos mistérios pelos meios virtuais de comunicação. Diante disso é obrigação nossa assumida na iniciação de cultivar o silêncio para o bem de nossa sobrevivência.

A falta do sigilo é uma agressão grosseira aos nossos princípios essenciais e uma regressão completamente alheia a tudo que se construiu de positivo a favor da humanidade.

De pouco adianta falar ou escrever sobre o sigilo maçônico. Há uma necessidade premente de realizarmos treinamentos para que as regras de preservação do sigilo maçônico se aprofundem em nós e criem raízes capazes de sustentar as intempéries que se acumulam e podem vir como uma avalanche para sepultar o que temos de mais sagrado.

dezembro 30, 2022

A LIVRO DO TEMPO - Newton Agrella



As páginas do nosso livro continuam abertas.

Estamos encerrando o capítulo 2022 que trouxe uma série de emoções que se traduziram em momentos de grande emoção.

Alguns de uma felicidade incontida, outros que talvez mereçam cair no esquecimento.

No final das contas contudo, foi mais um acúmulo de experiências que a vida nos ofereceu. 

E só nos resta agradecer.

Um novo capítulo começa ganhar seus esboços.  

Novos episódios nos aguardam no capítulo 2023.

O protagonismo humano será evidente, porém é claro, atrás da esperança de dias  cada vez melhores. 

Os votos de um tempo mais próspero, de bem estar cada vez mais consistente e de uma qualidade de vida mais sustentável são o combustível que nos impulsiona e faz com que possamos entender a razão da Vida.

Sempre bom lembrar que existir é uma circunstância que nos envolve neste Universo, porém justificar a nossa existência é um exercício de aprendizado contínuo que nos leva a aprimorar o nosso grau de Consciência.

A fronteira imaginária do tempo é um exercício cronológico que estabelece os limites de um prazo de validade, do qual não somos donos nem locatários.  

Somos simplesmente passageiros de uma nave chamada Terra.

O livro continua aberto, na expectativa de que o que venha a ser escrito possa aquecer a nossa alma sob o energizante sabor do Sol e a aquietar nossas dores sob a perene serenidade da Lua.

É um novo Tempo !





O UNIVERSO E SUAS LEIS - Sidnei Godinho



O Universo é pura inteligência e mestre entre mestres; é regido por leis que, incorporadas à nossa estrutura psicológica, permitirão alcançar o sucesso e a sabedoria, através da Justiça e da Perfeição sempre buscada. 

Essas leis têm como finalidade manter a ordem no caos, o amor no ódio, a sabedoria na ignorância, a saúde na doença e a eternidade no momento transitório.

Há um único caminho a percorrer: 

"Aprender a pensar de um modo adequado".

- Tudo aquilo em que um se concentra, tende a aumentar: se focar nas suas limitações, estas irão crescer proporcionalmente à energia empregada.

- Toda crença, uma vez estabelecida, tende a perpetuar-se.

A visualização é um recurso essencial para a instalação das experiências no sistema nervoso. 

Quando uma visualização se realiza bem, ao cérebro não se importa de saber se aquilo aconteceu no mundo físico ou só na imaginação.

- As situações de conflito interior geram uma perda de energia vital.

- O universo é o nosso aliado se seus objetivos coincidirem com os nossos, a ousadia positiva traz consigo algo mágico, sublime e poderoso.

- Um fato isolado não pode estabelecer uma tendência; mas, se o fato se repetir, a tendência pode ser estabelecida.

Ter consciência disso ajuda a agir com prudência.

- No universo há abundância para todos e a abundância é algo que todo mundo tem direito.

A fome e a miséria, sinônimos de carência, são incongruentes com a natureza.

- O medo é sempre um problema, o amor é sempre uma solução.

- Só se consegue atrair o que já se possui, e isso também é válido para o sucesso e o amor.

- A verdadeira mudança interior é produzida quando aceitamos os outros tais como são e a nós mesmos tal como somos.

- Nós, seres humanos, temos a capacidade de transcender, ou seja, de superar uma situação e começar de novo a partir dela.

- Devemos agradecer aquilo que temos e gostamos; o universo vai continuar proporcionando o melhor.

- Tudo o que existe no universo físico surgiu em primeiro lugar na mente.

O pensamento é energia e a energia segue ao pensamento.

Os pensamentos geram sentimentos e estes provocam comportamentos que têm consequências no mundo físico.

- O universo é construído sinergicamente. 

Sempre que dois ou mais cérebros se reúnem com espírito de cooperação e esforço, comunicando-se e deixando fluir a intuição, manifesta-se este fenômeno natural. 

Precisamos aprender a usar a sinergia, ou seja, conseguir mais com menos esforço.

Àquilo que devotamos nossa energia, de alguma forma retornará a nós. 

..."Se for o Bem, o Bem terás. 

Se for o mal, tua hora chegará"...

*..."O Universo Conspira"...*




dezembro 29, 2022

A BALAUSTRADA - Kennyo Ismail


Muitos irmãos já divagaram sobre a origem e o simbolismo da balaustrada, também chamada em alguns rituais de “grade da razão”. A imaginação chega a tanto que há quem defenda que a balaustrada é uma espécie de portal pelo qual o maçom, ao atravessar, sai do mundo do si mesmo e conquista o terreno dos sonhos, do inconsciente, da espiritualidade, dos mistérios e da magia. 

Deve ser por isso que de vez em quando nos deparamos com irmãos dormindo no Oriente! Mas voltemos à vida real.

A balaustrada é formada por uma sequência de balaústres que suspendem um corrimão. Suas primeiras aparições foram encontradas no que se sabe sobre os templos assírios. Balaustradas não estão presentes nas construções gregas e romanas, mas reapareceram a partir do Século XV, inicialmente em palácios de Veneza e Verona, provavelmente influência da cultura árabe, por conta da dominação muçulmana na península ibérica.

Seu uso mais amplo na Europa teve início no século seguinte, sendo adotado por artistas como Michelangelo. No século XVI, balaustradas foram largamente utilizadas na construção de basílicas e catedrais e, a partir daí, ganhou espaço na ornamentação de igrejas, servindo como delimitador entre a nave (ocidente) e o presbitério (oriente), num nível mais elevado.

É junto da balaustrada que os fiéis recebem a comunhão.

Para compreendermos a razão da presença da balaustrada nos templos maçônicos dos ritos de origem francesa e seus derivados (Escocês, Adonhiramita, Moderno, Brasileiro), precisamos, inicialmente, realizar algumas considerações pertinentes sobre “templos” maçônicos.

Como é do conhecimento de todo maçom, a Maçonaria não surgiu em templos. As primeiras Lojas que se tem notícia não se reuniam em locais sagrados, mas sim em aposentos nos fundos ou em cima de tavernas, botecos, hotéis, canteiros de obras, etc.

Enfim, locais não muito “sagrados”, bem distintos dos “templos” maçônicos que se tem hoje por aí, nos quais alguns maçons conservadores não deixam nem mesmo um (a) profano (a) realizar a limpeza, por risco de profanar o solo maçônico sagrado, colocando os Aprendizes para exercerem a tarefa da limpeza.

Foi por volta da década de 60 do Século XVIII que surgiram os primeiros imóveis construídos com objetivo exclusivo de funcionamento de Lojas Maçônicas, ainda na Inglaterra. A iniciativa de tal movimento é creditada aos líderes maçons William Preston, James Heseltine e Thomas Dunckerley. Mas esses imóveis não foram chamados de Templos, nem passaram por cerimônias de sagração. Aliás, até hoje não são chamados de Templos e não são sagrados, porque mantém o significado original dos locais de reuniões dos maçons.

São conhecidos por Lodge Room (Sala da Loja). Em outras palavras, são apenas aposentos de reuniões maçônicas, assim como eram quando em tavernas, por exemplo. A diferença é que, com as construções próprias, o local fica mais bem guardado dos não maçons e não precisa ser preparado e desmanchado a cada reunião.

Na mesma década, movimento similar teve início na Maçonaria francesa. 

Aparentemente, o primeiro local construído para uso exclusivamente maçônico na França foi em Marselha, a cidade mais antiga daquele país, em 1765. A diferença entre o movimento de construções maçônicas na Inglaterra e EUA para a França no Século XVIII foi a de que a França é um país predominantemente católico e a influência religiosa teve papel fundamental na concepção e ornamentação das construções.

A influência católica na Maçonaria francesa pode ser observada, por exemplo, no uso da nomenclatura “templo” e seu processo de inauguração. Baseado na Igreja, o local de reuniões maçônicas passou a ser considerado um templo, necessitando, portanto, de passar por uma sagração, costume esse comum à Igreja Católica Apostólica Romana, mas inexistente em muitas outras igrejas. Reforçando, não se trata de uma prática originalmente maçônica, mas sim religiosa.

Tal influência também é explícita na arquitetura da Loja.

Tradicionalmente, as portas que dão acesso à Sala da Loja (templo) devem ser angulares, pois uma entrada reta (no eixo da Loja, de frente ao Oriente) “não é maçônica e não pode ser tolerada”. Assim é nas Lojas inglesas e norte-americanas, por exemplo.

Porém, a Maçonaria francesa adotou uma porta central, assim como nas igrejas. Outra característica é quanto ao piso da Loja, originalmente com o Oriente e o Ocidente no mesmo nível, tendo apenas as estações do Venerável, 1º e 2º Vigilantes contendo degraus. Entretanto, a Maçonaria francesa, também copiando a arquitetura de igrejas, adotou oriente mais elevado, com balaustradas delimitando.

Outras influências católicas menos perceptíveis são evidenciadas no uso de incenso, ao denominar o posto do Venerável Mestre de “altar”, na presença do “mar de bronze” para purificação, entre outras. 

E a partir da presença física de tais influências em Loja, iniciou-se o “brainstorming” permanente dos ritualistas, um exercício eterno de imaginação para conferir interpretações aos mesmos.

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AS ORIGENS DA MAÇONARIA - Ir.’. Cesóstre Guimarães de Oliveira


A origem da Maçonaria é uma questão muito polêmica, e tem sido a fonte de muito mal entendido. Em benefício da verdade eu posso afirmar que existe um imenso grupo de maçons que olham para os nossos rituais e neles enxergam uma lição de história e, a partir desta visão, afirmam baseados na tradição que esta é garantia suficiente para respaldar a teoria que afirma ser a Maçonaria originária da construção do Templo do Rei Salomão.

Embora eu possa concordar que realmente estivemos trabalhando na construção deste esplendido monumento, convido os partidários desta teoria a entenderem que nossos rituais não são a representação simbólica da história; embora a lenda de Hiram Abiff seja ensinada de forma prática e representativa, devemos ter em mente que a simbologia ritualística é apenas uma maneira de ensinar as verdades básicas da moral, de forma eficaz. 

Em nossos rituais fazemos uso das ferramentas dos construtores medievais que as utilizavam na construção das grandes catedrais e na preparação de outros locais sagrados como pontos de adoração a virtude. Independente das polêmicas geradas, das dúvidas ou afirmações afoitas, devemos reconhecer que não sabemos quando nem onde a maçonaria teve sua origem. A razão pela qual faço esta afirmação é por que em minha compreensão a milenar fraternidade não começou em um lugar, em uma hora, e ainda, por um homem ou grupo de homens. 

Abusando do simbolismo, convido-vos a pensar junto comigo: quando apenas um homem andava sobre a terra ainda não existia maçonaria, porque não havia necessidade de exercitar a filantropia tão bem caracterizada pela caridade maçônica. Mas quando dois homens pisaram o mesmo solo, ambos reconheceram a necessidade de se associarem para ajudarem-se, aí sim, neste momento da história milenar entendo que a maçonaria teve seu início, mas como todas as teorias esta também é somente uma especulação e, desta vez, minha. 

Em minha tentativa de analisar e explicar a origem da Ordem que hoje reconhecemos como Maçonaria, tenho me deparado com algumas dificuldades. Existem várias, muitas, teorias que foram aparecendo à medida que alguém tentava ou tenta explicar onde e como tudo começou. Neste momento é de suma importância analisar algumas delas.

Henry W. Coil, em sua obra intitulada “A Maçonaria Através dos Séculos”, disserta sobre vinte e quatro teorias sobre a origem da fraternidade maçônica que, segundo ele, podem ser levadas a sério. Evidentemente, a maior parte dessas teorias são apenas frutos da imaginação de maçons apaixonados pela ordem. 

Por via de regra devemos entender que ao analisarmos uma hipótese, a regra diz que para amadurecer a linha de pensamento a fim de se obter uma conclusão válida, não devemos estar alicerçados somente nas ideias de alguns, mas devemos ter material histórico necessário que nos preencha de convicção, a fim de distanciar as ideias do reino da suposição; e, além disso, todas as afirmações devem ser coerentes com os fatos históricos conhecidos. Christopher Haffner ao escrever "O Ofício no Oriente", parece concordar com estas afirmações de Henry W. Coil.

Em 1908, outro escritor Maçom, o inglês Charles Bernadin relatou em sua pesquisa, ao estudar nossas origens, que existia antes de 1717, quinze teorias que apontavam o nascimento da Maçonaria até o Jardim do Éden. Neste fantasioso caldo histórico, existem lendas, que se rastreadas nos conduzem até a origem do artesanato tão admirado pelos imperadores da China. Essas lendas têm valor apenas como um estudo da credulidade dos homens e nenhum teor de verdade pode lhe ser creditado.

A maioria das teorias buscam nos fatos históricos explicações para suas existências, tentam encontrar semelhanças entres símbolos maçônicos e registros pré-históricos, como se isto fosse possível. Estes que assim pensam, o fazem acreditando que essas semelhanças provam ter eles encontrado a manhã primeira da Maçonaria.

Nesta ânsia por fama e reconhecimento, muitas das vezes fatos históricos são convenientemente esquecidos ou ignorados. A debilidade da maior parte destas teorias é a falta de ligação entre aquilo que se afirma e o fato registrado pela história.

O pesquisador George Oliver disse que a origem da Maçonaria está escondida no tempo, antes da criação do mundo. Por esta afirmação ele tem sido muito criticado; entendo que ele foi mal interpretado quando fez esta afirmação. O que ele quis dizer foi que provavelmente o sistema que rege a maçonaria, ou a ordem no universo, se originou antes da criação do mundo na forma que temos hoje, estou fortemente propenso a concordar com ele. 

Prender-me-ei agora a teoria que diz a maçonaria ter iniciado com o primeiro homem, Adão. Os defensores desta teoria, dizem que Adão foi o primeiro homem a usar um avental, e da mesma forma o maçom moderno se utiliza desta vestimenta, veem aí, os defensores desta teoria, evidencia suficiente para validar sua linha de raciocínio; eu apenas vejo muita fantasia, fico triste por ver homens tão esclarecidos permitirem que suas mentes os conduzam em um insano devaneio. 

Pergunto agora, é isso suficiente para corroborar essa ideia? Se sua resposta for afirmativa, me forço a fazer nova pergunta, quais são os outros laços que ligariam a maçonaria à existência de um possível primeiro homem?

Rebuscando na história, facilmente encontramos sociedades primitivas, com algumas estruturas sociais, na qual os líderes da comunidade se reuniam em segredo, inclusive com cerimônias de iniciação para admitir os mais jovens ao seleto grupo quando estes chegavam a maturidade. 

Esses novos membros eram ensinados sobre as artes manuais e algumas vezes símbolos eram usados para ensinar lições morais. Mas novamente tudo que temos aqui são apenas algumas semelhanças, A ligação que poderia ratificar uma possível existência da maçonaria já naqueles dias, não existe. 

O grande número de organizações que existiam no antigo mundo sob a denominação de "Antigos Mistérios" são, por vezes, apontadas como antecessoras da atual Maçonaria. Era comum entre essas organizações a seleção de seus possíveis afiliados, as cerimônias secretas, o uso de símbolos, a simbologia envolvendo morte e ressurreição, sendo esses alguns dos itens apontados como a "prova" da origem a Maçonaria, mas concluo que, novamente, estamos falando de simples semelhanças que não ratificam a verdade.

Outra teoria que aponta para nossa origem é a teoria dos Collegia romanos, os pedreiros romanos estavam diretamente ligados às legiões, eles seguiam o exército pelos territórios conquistados, eram eles os construtores das estradas e de todas as estruturas romanas que chegaram até nós. 

Esse seleto e fechado grupo era composto inclusive por estrangeiros sem cidadania romana, entre eles a prática da ajuda e assistência mutua era largamente incentivada; líderes eram escolhidos dentre os melhores operários e estes eram chamados de mestres, tendo cada mestre dois assistentes a quem chamavam de guardiões. 

Eles utilizavam suas ferramentas de operários como símbolos, e através destas ferramentas se comunicavam. Entre eles existia um programa de auxílio e assistência às suas viúvas e seus órfãos. Mais uma vez estas semelhanças são apontadas como provas do nascimento da Maçonaria em épocas bem remotas e, novamente, estamos analisando as semelhanças, mas nos faltam provas que liguem suposições aos fatos.

A teoria com maior número de adeptos entre os não maçons, muito difundida entre os historiadores não iniciados, e que a grande maioria das pessoas estão propensas a aceitarem como verdade, é a teoria que aponta para a origem da Maçonaria nos canteiros de Obras das Catedrais da Idade Média. 

Mas, quando a história é contada de forma romântica a tendência natural é de que quem a conte termine por enfeitá-la, inclusive enxertando muito daquilo que pensa, o que é extremamente nocivo para o fato histórico.

Existem vários registros escritos que apontam para uma existência milenar da Maçonaria, um desses, o que mais gosto é um documento que sobreviveu a santa inquisição, chamado “O Poema Regius”, que é aceito por uma grande quantidade de historiadores, como escrito por volta do ano 1390; inclusive, alguns pesquisadores afirmam ser este registro uma cópia de um livro bem mais antigo. 

O Poema Regius descreve os deveres morais de um operário e faz conexão com símbolos e práticas maçônicas utilizados no dia a dia de uma Loja Maçônica na atualidade. Outro documento muito antigo é o “Manuscrito Cooke”, que foi escrito por volta do ano 1410. Existem muitos outros manuscritos semelhantes, alguns têm sido descobertos ainda neste século. 

De todos estes, o registro mais antigo, que me enche de convicção de que nós Maçons estamos verdadeiramente com a existência além dos Grandes Construtores de Catedrais, é um livro de atas pertencente a uma Loja composta inclusive por membros não operários, este documento é datado de 1598.

Em vários registros anteriores a 1717 aparecem Maçons não operativos compondo Lojas Maçônicas, inclusive grande parte desses registros foram feitos por Elias Ashmole, um célebre antiquário de sua época, que registrou em seu diário que no dia 16 de outubro de 1646, foi feita uma iniciação Maçônica de um comerciante amigo seu em Washington. 

Em 1686 ele escreveu uma breve descrição do funcionamento de uma Loja. Nesta mesma data Random Holme descreveu a existência de uma Loja Maçônica na Inglaterra. Em 1686 foi publicado A História Natural de Wiltshire, por John Aubrey, no qual ele menciona a Fraternidade dos Maçons.

Mas, mesmo sabendo que não somos descendentes dos Grandes Construtores de Catedrais, já que a história comprova nossa existência bem mais anterior a deles, tenho que reconhecer que sofremos fortes influencias de seus hábitos e rotinas. 

Durante o período das grandes construções de edifícios e catedrais, na Inglaterra, Escócia e parte da Europa, era comum os operários irem de um lugar para outro, em função de seus trabalhos como construtores. 

Havia uma grande necessidade de identificação entre eles, o trabalho de construção era árduo e penoso, não compensaria pedir a um operário que construísse uma catedral para provar sua habilidade; para demonstrar se estava apto a construir, cada operário estava vinculado a padrões éticos, na medida em que progrediam, recebiam sinais de identificação; assim, quando um operário se apresentava para o trabalho o Mestre da construção facilmente poderia identificar, através dos sinais a ele dado, qual atividade aquele operário poderia desenvolver. 

Como resultado, os Maçons operativos desenvolveram um sistema, que incluía sinais e palavras, que permitiriam a esses operários viajarem para qualquer canto da Europa e ao mesmo tempo dar garantias aos seus empregadores de que eles estavam ligados aos padrões éticos requisitados a um bom funcionário. Ao longo do tempo esse sistema de comunicação adquiriu um ar de segredo, que permitia aos operários provarem quem eles diziam ser. 

Com exceção de algumas técnicas de construção, esse foi provavelmente o maior elemento de sigilo existente no grupo. Possivelmente este sigilo ao longo dos dias foi revestido de elementos esotéricos. 

A transição entre a Maçonaria Operativa e a simbólica foi gradual e abrangeu várias etapas. Durante este período de transição os Maçons não operativos se juntaram a fraternidade em busca de benefícios sociais concedidos aos operativos. Com a diminuição das Grandes construções ocasionadas por várias catástrofes que assolaram a Europa, como por exemplo, a peste negra, o grande incêndio de Londres e outros eventos, declinou o número de operários e, eventualmente, esses restantes tiveram que procurar outros empregos para sobreviverem.

Já por volta do ano de 1716 a maioria das Lojas Maçônicas estavam compostas por membros não operativos. Em dezembro deste mesmo ano, um grupo de Maçons se reuniu em Londres, em um dia histórico, que mudaria os rumos da Maçonaria; eles estavam ali para deliberarem os novos rumos da Ordem.

Não havendo consenso nos assuntos tratados, uma nova reunião foi marcada para 24 de junho de 1717. Nessa nova reunião, os membros das quatro Lojas de Londres formaram a primeira Grande Loja. Esta passou a ser a data mais importante na história maçônica, porque marca de forma elementar o início da Maçonaria especulativa. Esta data é por vezes descrita como o ponto de partida da moderna maçonaria.

Concluo afirmando que o momento exato do surgimento da Maçonaria encontra-se perdido nas páginas do tempo e, dificilmente alguma forma de unanimidade, histórica ou não, será atingida; assim, mais uma vez, o manto do mistério repousará sobre a Milenar Fraternidade.

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BIBLIOGRAFIA:

- Sociedades Secretas, Maçonaria - Sérgio Pereira Couto.

- A Vida Oculta na Maçonaria - Charles Webster Leadbeater.

- O Que Você Precisa Saber Sobre Maçonaria – Elias Mansur Neto.

- A Ciência Secreta – Henri Durville.

dezembro 28, 2022

A FORMA DA LOJA - Kennyo Ismail



Os rituais antigos registram que a forma da Loja é a de um “quadrado oblongo”. Talvez você esteja pensando: “Como é possível um quadrado ser oblongo? Aí não seria quadrado, e sim retângulo! Esse termo está errado!”

Se você pensou algo parecido, saiba que muitos ritualistas ao longo dos últimos séculos pensaram como você. Esses ritualistas também acharam o termo de certa forma contraditório e foram substituindo-o ao longo do tempo. Hoje, vê-se “quadrilongo” e até a aberração “retângulo alongado”! Ora, se é retângulo, então já é alongado, não é mesmo?

A verdade é que o quadrado oblongo, o quadrilongo e o retângulo são apenas nomes diferentes para a mesma figura geométrica. Nenhum deles está errado, nem mesmo o “quadrado oblongo”, o mais antigo deles. Entenda o porquê:

Procure na bíblia a palavra “retângulo”. Aliás, não procure porque você não encontrará. Isso não significa que não há objetos e construções retangulares descritos na bíblia. Simplesmente, o termo não existia.

Para que se entenda melhor a questão, deve-se compreender o verdadeiro significado da palavra “quadrado”. Quadrado vem do “quadratus”, que é o particípio passado do verbo em latim “quadrare”, que significa “esquadrar”. Assim sendo, quadrado, no sentido original, era toda forma geométrica de quatro lados formada por ângulos retos. Quando os quatro lados eram do mesmo tamanho, o quadrado era “quadrado perfeito”, e quando dois lados paralelos eram maiores que os outros dois, era “quadrado oblongo”. A palavra retângulo veio surgir muito tempo depois.

Mas quais as medidas corretas?

“Sem simetria e proporção não pode haver princípios na concepção de qualquer templo.” Vitrúvio

O quadrado oblongo, como todo retângulo, pode ter qualquer tamanho, desde que dois lados paralelos sejam maiores do que os outros dois. Um templo maçônico, tendo a forma de um quadrado oblongo, também pode ter qualquer tamanho, conforme o espaço físico, interesse e recursos financeiros permitem. Mas a questão que interessa aos maçons é se há uma proporção correta a ser respeitada, como bem sinalizou Vitrúvio, autor das primeiras obras que detalham as Ordens de Arquitetura, tão importantes para a Maçonaria.

Nesse sentido, existem duas teorias:

A primeira é de que a proporção é de 1×2, ou seja, as paredes do Norte e do Sul devem ter o dobro do comprimento das paredes do Oriente e Ocidente. Essa teoria se sustenta na proporção conhecida como “ad quadratum”, de origem romana e que foi muito usada na construção de igrejas góticas.

A segunda teoria, e mais aceita, é da Proporção Áurea, que é de aproximadamente 1×1,618. Essa famosa proporção, também conhecida como Proporção de Ouro e Divina Proporção, foi utilizada na concepção do Parthenon e adotada por artistas como Giotto. Também está presente na natureza, como em algumas partes do corpo humano e nas colmeias, além de vários outros exemplos envolvendo o crescimento biológico, o que torna tal proporção ainda mais intrigante. Pitágoras, figura extremamente importante na Maçonaria, registrou a presença da Proporção Áurea no Pentagrama, tornando esse o símbolo de sua Escola. O próprio Vitrúvio era fã devoto da proporção. O retângulo feito com base na Proporção Áurea é chamado de “Retângulo de Ouro”. Para se ter uma ideia de sua influência e aplicação até nos dias de hoje, os cartões de crédito convencionais respeitam a Proporção Áurea.

Desvendado o “mistério do quadrado oblongo”, é importante observar que a Maçonaria apenas declara que o templo tem tal formato, sem explicitar qual seria a proporção adequada. Mas se você é adepto de uma das proporções e não encontrá-la no templo de sua Loja, não se preocupe. Afinal de contas, não se fazem mais templos como antigamente

Fonte: noesquadro.

ESTRELA FLAMÍGERA - Aparecido Ribeiro Dias




Flamejar: Lançar flamas ou chamas; estar inflamado; arder; lançar raios luminosos; brilhar como a chama; resplandecer.

A Estrela Flamígera ou flamejante é a nossa estrela polar, que indica o nosso norte, a nossa meta, é o símbolo essencial do grau de companheiro, que o preserva da sujeição a quaisquer dogmas. Indica que o iniciado do segundo grau está destinado a transformar-se, ele próprio, em uma espécie de foco ardente, fonte de calor e luz, de compreensão e tolerância. Iluminado por sua inteligência e por seu coração, unido na pesquisa da verdade, deve devotar-se sem reservas à obra, á pratica do altruísmo e da bondade.

A Estrela Flamígera era símbolo desconhecido pelos pedreiros livres medievais. Seu aparecimento na Maçonaria, a partir de 1737, não encontrou guarida em todos os Ritos, pois o certo é que os Construtores medievais conheciam a figura Estelar, apenas como desenho geométrico e não com interpretações ocultas que se introduziram na Maçonaria especulativa. No Rito de York, por exemplo, a “ Brazing Star” tem rigorosamente seis pontas e mais se aproxima do signo de Salomão e do esquadro e compasso cruzados, do que da Estrela de cinco pontas, Pitagórica. Esta se tornou mais universalizada na instituição pelo Irmão Barão de Tschoudy.

A Estrela Flamígera pode ser, em Maçonaria Pentagonal ou Hexagonal. A pentagonal, ou pentagrama, ou pentalfa, ou Estrela de cinco pontas, está presente na maior parte dos Ritos, (a hexagonal ou de seis pontas, está presente no Rito de York).

A Estrela Flamígera é considerada ponto de partida, semente universal de todos os seres.

Para o Maçom, constitui o emblema do Gênio que eleva a alma para a realização das supremas tarefas.

Pitágoras recomendava aos discípulos que não deixassem de se referir as chamas quando falassem em assuntos Divinos. Para Pitágoras este Símbolo era um sinal de reconhecimento. Era um símbolo de boas-vindas, que equivalia dizer “Passe bem”.

A Estrela Flamígera, Simboliza a Estrela luminosa da Maçonaria; as chamas purificadoras; a luz que ilumina os discípulos; o símbolo dos livres pensadores; a eterna vigilância e a proteção objetiva do Grande Geômetra.

A Estrela Flamígera, é o símbolo no plano subjetivo; é o fogo interno, o ardor que cada Companheiro coloca dentro de si, para queimar todas as oposições e aspectos negativos do ser humano

A Estrela Flamígera representa os quatro membros do homem. E a cabeça que os governa.Com um vértice dirigido para cima é um símbolo benéfico e ativo. Com dois vértices virados para cima, portanto ao contrário é um símbolo maléfico ou passivo.

A Estrela Flamígera é colocada dentro da Loja sobre o Trono do Irmão 1º Vigilante.

A Estrela Flamígera é a reunião de todas as verdades conciliadas pela Luz, ao mesmo tempo que a claridade pessoal da vida interior.

Para os CComp∴ Maçons, a Estrela Flamígera, com a letra “ G “ no centro é o Símbolo da Divindade Cósmica, além de seus efeitos iniciáticos, ela deve representar um Símbolo de boas vindas e um voto de perfeita Saúde.

Bibliografia: 

- Instrução p/ Loja de Companheiro – Hércule Spoladore, Fernando Sales Paschoal e Assis Carvalho. 

- Ritual do 2° Grau de Companheiro. 


dezembro 27, 2022

JOHANNES KEPLER - Jorge Gonçalves

 



Johannes Kepler nasceu em um dia como hoje, em 27 de dezembro de 1571, astrônomo e matemático alemão, desvendou correta e quantitativamente como os planetas se moviam. 

Kepler foi o primeiro astrofísico e o último astrólogo científico, e deduziu em 1605, por acreditar que os movimentos dos planetas eram determinados pela geometria, que todos os planetas se moviam ao redor do Sol em órbitas elípticas, permanecendo o Sol em um dos focos. 

Tal descoberta somente foi possível graças às observações de outro importante astrônomo dinamarquês, Tycho Brahe (1546-1601). 

"A Geometria é um dos reflexos eternos da mente de Deus. ", escreveu Johannes Kepler em Mysterium Cosmigraphicum . 



A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA MAÇONARIA - Ir.’. Rui Bandeira



Para um maçom é muito importante o apoio que lhe é prestado pela sua família face à quantidade de ausências do seu ambiente familiar que vão sucedendo ao longo dos anos para cumprimento dos seus deveres maçônicos. Deveres estes que, na maioria dos casos, serão a frequência das sessões da Respeitável Loja a que pertença, as assembleias gerais da sua Obediência, atividades que sejam promovidas pela sua Respeitável Loja tanto no mundo profano como internamente; bem como para a assistência de cursos, debates e palestras que lhe interessem, tanto nas várias áreas do Esoterismo como no âmbito da Maçonaria em geral.

Digo que é necessário esse apoio, porque, com o passar do tempo, é normal existir algum desgaste natural nas relações familiares e, por vezes, as sistemáticas ausências que levam o maçom a sair do seu lar, poderão criar brechas no seu relacionamento se essas saídas não forem entendidas, ou bem compreendidas, pela sua esposa e os familiares. Por isso é necessário também existir uma certa maturidade e confiança entre ambos para que continue acesa a tal “chama” que nos aquece o coração e que nos alimenta a alma.

Se a vida familiar de um maçom não se encontrar com a estabilidade necessária a este tipo de relacionamento, o elevado absentismo que vai existir no seu quotidiano será sempre uma fonte de crítica por parte de uma esposa ou família que se sentirão colocadas à margem da vida do casal em detrimento da vida e família maçônica.

Mas porventura o que nunca deverá acontecer (!!!) será o maçom se desculpar com as suas atividades maçônicas para justificar as suas constantes ausências para ter um comportamento menos lícito e incorreto com a sua cara-metade. - Quando um maçom disser à sua família que “vai à Loja”, é para ir mesmo! - Pois a mentira não faz parte da conduta que se espera de um maçom; o qual deverá nunca esquecer que é um homem de “bons costumes” e que deverá ser naturalmente um bom “chefe de família”.

Todavia, durante o processo de candidatura de um profano a maçom, é usual existir um contato entre os inquiridores instruídos desse processo com a família do candidato para se aferir qual o nível de aceitação que a família terá em relação à proposição do seu familiar. Pois se a família discordar, a candidatura estará “ferida de morte” logo no seu início. Pois possivelmente se for deferida esta proposição, as presenças deste novo membro em loja serão fortuitamente escassas para o que se esperaria dele. E a frequência das sessões da sua Respeitável Loja é obrigatória a todos os seus membros salvo motivo que seja atendível e aceite pelo seu Venerável Mestre (o responsável da Loja).

No âmbito desse contato, também é informada a família de algumas das obrigações do candidato nomeadamente na questão da sua presença nas sessões de loja bem como das obrigações pecuniárias que terá de cumprir, ou seja, a joia e quota mensal/anual de loja.

O que demonstra que a opinião da família é sempre deveras importante, ou não fosse a família a base estrutural da nossa sociedade. E este contato possibilita ainda à família saber o quanto é relevante também, para a futura loja que cooptará o seu familiar.

Algumas das mais valias que a família dos maçons terão/têm à sua disposição, são a possibilidade de conhecer gente que doutra forma não conheceria e que estaria fora do seu círculo habitual de amizades ou o estreitamento dos laços de amizades com outras pessoas com quem já se relacionaria num âmbito mais superficial para além de puder confraternizar nos vários eventos que vão sendo organizados tanto pela Loja como noutros organizados a “descoberto”… Cimentando assim, os laços que unem os maçons entre si e que se estendem às suas respetivas famílias. 

Sendo que na generalidade da sociedade civil, mas principalmente em “meios pequenos”, as amizades e famílias maçônicas/profanas quase se confundem, pois é sempre mais fácil o relacionamento entre Irmãos e/ou com gente que comungue dos mesmos princípios de vida.

Existem vários tipos de família, umas grandes, outras pequenas, mas a família maçônica será sempre singular e bastante eclética… 

Em qualquer lugar do mundo, um Irmão será sempre um irmão… e isso para mim será sempre o mais importante.

dezembro 26, 2022

MESTRES... DE QUE? - Bartolomeu Martins dos Santos





"Os lábios da sabedoria estão fechados, exceto aos ouvidos do Entendimento”.

É certo que por vezes discípulos/aprendizes por não terem o discernimento de certas práticas e atitudes, obterem como respostas o silêncio de seus Mestres e neste caso, somente seus ouvidos deveriam captar e decantar a mensagem, como se numa análise. 

Os iniciados, neófitos, aprendizes, quando então, tateiam no escuro em busca sedenta do conhecimento. Quando sem orientação, aventuram-se sem regras à procura de informações. E começam exalar conceitos, opiniões por não vê-las a eles direcionadas e, ai então, Mestres ferem-se em seus orgulhos hierárquicos. Somente isso... vaidade. Os fundamentos que por eles deveriam ter sido proferidos saem da boca de um Aprendiz. Ouvem-se vozes: “..estão com os pés adiante das mãos”; “carro está na frente dos bois”. Axiomas! Ora IIrm∴ MMestr∴, tolher a vontade de aprender ou uma pequena demonstração de interesse, é ferir o direito de LIBERDADE. Liberdade para buscar, entender e proferir. 

Aos IIrm∴ MMestr∴ cabem sim, nortearem, ensinarem dentro do processo iniciático e darem vazão à fonte sedenta, no momento apropriado. Mas rotular um aprendiz, exemplificando através de citações ditas “sábias”, como se combatendo, não é atitude implícita no Mestrado. O Mestre deve reconhecer o potencial de cada discípulo e estimulá-los segundo o estabelecido em cada grau. Não cabem “pitacos” a estes que querem ascender, por outros que sequer tentam buscar. Preferir que os outros permaneçam na sua ignorância é tentar subverter os princípios da própria Ordem. 

Disciplinar é mostrar a profunda consciência dos atos, do conhecimento, do exalado, do dito, do proferido. O trabalho do mestrado é formar homens de livres pensamentos, de livres arbítrios. É formar homens que não tenham sob o julgo de outrem sua LIBERDADE DE PENSAR. 

É sabido também que a assimilação do conhecimento só é cabida ao que os olhos veem; ao que alcança o entendimento de cada indivíduo no nosso universo de informação. Devem os MMestr∴ estarem atentos e usarem os “ouvidos do entendimento...”. 

Os MMestr∴ devem incentivar quem assim se posicionar e dirigi-los para os degraus. Devem observar as manifestações destes pensamentos, como filhos que aprendem a falar, corrigi-los, ensiná-los o correto e Ter o prazer de ver a ascensão de um ser, mas nunca, jamais de impedi-lo de crescer. 

MMestr∴, e isto percebe-se quando humildes; quando entendedores dos seus objetivos; quando mestres de seus orgulhos; quando mestres de seus apegos a hipocrisia das distinções de qualquer nível. 

Serão Mestres de SI MESMO quando aperceberem-se errados e certos.

Serão Mestres, quando a clarividência de vossas consciências se manifestarem.

 Não serão Mestres por somente ascenderem ao grau 3. Não devem exigir respeito por apenas esta condição. Não por serem hierarquicamente superiores... 

Os Mestres devem mostrar sua superioridade pelo efetivo domínio de seu asco, do seu pronto orgulho.

 IIrm.’. MMestr.’. não existe mais tempo para o “eu acho...”, “no meu tempo” e, outros colóquios que não se justificam mais na pedagogia. A Arte Real só será mantida se bem transmitida e ministrada com a pureza ritualística, como requerem os procedimentos iniciáticos.

A essência de toda SIMBÓLICA deve se manter. Esta é a grande responsabilidade. Ser mestre é literalmente, professar ensinamentos e isto pressupõe responsabilidade, respeito e comprometimento. 

Vestir o hábito não quer dizer ser monge.