janeiro 10, 2023

O AVENTAL DE APRENDIZ - Ir.’. Eder Avallone



A Maçonaria é uma Instituição de homens sábios e virtuosos que se consideram Irmãos entre si e cujo fim é viver em perfeita Igualdade, intimamente ligados por laços de recíproca estima, confiança e amizade, estimulando-se, uns aos outros, na prática das virtudes. 

O Avental é um legado que a maçonaria moderna recebeu da maçonaria operativa. Esta peça, que foi de tanta utilidade para o Maçom operativo, já que lhe protegia a roupa, transformou-se para o Maçom moderno numa alfaia simbolizando o trabalho do Maçom.    

Até a sua regulamentação, pela Grande Loja Unida da Inglaterra, os aventais da maçonaria inglesa assumiram os mais variados aspectos e formas. Simples peles desalinhadas de cordeiro, no princípio, os aventais sofreram uma evolução constante nos países que adotaram a instituição maçônica.

Em fins do século XVIII era grande moda enfeitar os aventais com pinturas e bordados à mão, que reproduziam a riqueza emblemática da maçonaria.

É lógico que, com a transformação da Maçonaria, de Operativa em Especulativa, os Aventais foram diminuindo de tamanho, ganhando couros mais macios e, finalmente, cores e enfeites.  

O Avental tem dimensões variadas de 30 a 35 cm por 40 a 45 cm.  O Avental do Aprendiz Maçom é branco, originalmente de pele de carneiro, com abeta triangular levantada e sem nenhum enfeite.  

O Avental do Companheiro Maçom é branco, com a abeta triangular abaixada em alguns ritos, podendo ter uma orla vermelha, significando o zelo e constância com que o Maçom prossegue no caminho do seu aperfeiçoamento.  

O Avental do Mestre Maçom é branco, com a abeta triangular abaixada, orlado e forrado de azul ou vermelho, podendo ter no meio as letras M e B também nas cores citadas.

Para frequentar o Templo nas Sessões da Loja, torna-se necessário e imperativo que ali se esteja "maçonicamente trajado", ou seja, revestidos de seu Avental. 

Insígnias e medalhas distintivas podem ser dispensados, nunca o Avental, pois o traje do Maçom é o Avental. Sem ele, é impossível a qualquer Maçom tomar parte nos Trabalhos. 

Na Maçonaria Especulativa, o uso do Avental independe da posição ou cargo exercido pelo Maçom. Além do Cinzel e do Malho, o Aprendiz recebe o Avental, sempre presente no traje maçônico. 

Esta peça tem a forma quadrada com uma abeta triangular voltada para cima, simbolizando a sua falta de conhecimento do ofício. A cor é branca para traduzir a inocência do Aprendiz. Uma vez trajando o seu Avental, o Aprendiz não é mais aquela pessoa de antes.

Tem agora gestos solenes, postura serena, porém disciplinada; e suas palavras, estando à ordem devem ser calmas e cuidadosamente pronunciadas ao defender suas ideias e posicionamentos.

As origens do Avental Maçônico podem ser encontradas dentro das antigas corporações de ofício, em especial dos "Talhadores de Pedra", que possuíam aventais de diversos formatos; em geral, feitos por um tipo de couro bastante grosso, pois sua finalidade principal era proteger aqueles que os usavam.

No simbolismo do Avental, apesar de inúmeras associações que possam ser feitas, dois aspectos são de fundamental importância e devem ser ressaltados. 

O primeiro, é que a cor branca de seu fundo só pode significar a pureza da alma e das boas intenções de um Maçom, como sendo ele o último depositário da Moral, dentro da Sociedade Moderna.  

O Avental tem que ser entendido como o Símbolo maior do trabalho, lição primeira que nos é ensinada desde o contato inicial que temos com a Ordem. Não devemos esquecer, jamais, as palavras de um Venerável Mestre, quando nos apresenta o Avental do Aprendiz!

A nossa sagrada Ordem tem sempre nos conduzido ao entendimento de que o Avental é peça fundamental dos paramentos e um símbolo tradicional do trabalho, desde os mais distantes tempos, característica daqueles que participam na construção social nas mais diversificadas atividades humanas. 

A faixa - ou "fita", também usada na Maçonaria, denota em sua simbologia a investidura da autoridade.

Sendo a Maçonaria uma ciência de moralidade e, consequentemente, de moralização social, permanentemente velada por alegorias e ilustrada por símbolos, o Avental e a Faixa, principalmente o primeiro, contemplam grande significado milenar que nos conduz aos primórdios do trabalho do homem.

Segundo o Ir.’. Gervásio de Figueiredo, em seu Dicionário de Maçonaria (Editora Pensamento), O Avental é, não apenas uma das mais antigas vestimentas simbólicas da Maçonaria, oriunda possivelmente do antigo Egito, mas uma das mais significativas peças, indispensável em qualquer ato litúrgico maçônico.

Suas diversas formas de apresentação, quando ainda no período de Aprendiz, nos mostram um somatório de cinco ângulos, em função de sua abeta levantada, indicando os cinco sentidos, através dos quais nos ligamos ao mundo material. 

Quanto às cores desse paramento e seus diversos símbolos ali presentes, nos indicarão importantes significados - um exemplo dos mais simples, embora guardando imenso valor esotérico, é o Avental do Aprendiz, representando a pureza do espírito -, supostamente atingida nesta importantíssima fase da formação maçônica.

O Avental de Aprendiz é o único adorno que lhe é permitido.  Tem a abeta levantada. Suas dimensões devem ser as mesmas do Avental dos Mestres, diz Boucher, porque na realidade, nos dois primeiros graus, o operário, ainda inábil, deve proteger-se mais ainda que o Mestre.

Oswald Wirth observa que: “encarado como insígnia honrosa, o Avental adorna o Maçom mais honrosamente que as distinções profanas”.

O Maçom deve apreciar a nobreza que implica o porte do Avental, o qual não poderia ser revestido com indiferença, sem relembrar ao portador suas obrigações de iniciado.

O Maçom não escapa, todavia, às fraquezas humanas: falta-lhe muitas vezes a instrução iniciática e não é quase informado sobre o alcance dos símbolos. 

O uso impede-lhe, no entanto, de penetrar na Loja sem estar ornamentado com o Avental, para afirmar sua renúncia momentânea aos hábitos profanos. 

Com certeza, o hábito não faz o monge e o Avental não é suficiente para disciplinar o Maçom: se o militar em uniforme não é mais o simples cidadão que era com roupas de civil, o Maçom ornamentado não é mais que no mundo profano.

O Avental não deve ser revestido levianamente. Não está prescrito, antes de cingi-lo, que se deva invocar o G.’.A.’.D.’.U.’.. Mas um exame de consciência é recomendado ao Maçom escrupuloso, já que, em presença de um irmão que lhe inspire animosidade, não deveria permitir-se usar o Avental: Não se deve entrar em loja sem nela trazer sentimentos depurados e fraternos, sem restrição.

Estritamente falando, um Maçom sem Avental não é concebível.  A expressão está, contudo em uso para designar um homem que se comporta como Maçom sem ter sido iniciado nos mistérios da Maçonaria. Trata-se apenas de insígnia que se usa em loja, não do Avental iniciático real.

O Avental de construtor espiritual não é revestido convencionalmente. É simbolizado pelo corpo que recebemos para cumprir a nossa tarefa terrestre; é o envelope de nossa personalidade, uma espécie de segundo corpo, mais misterioso que o primeiro.  

O seu papel consiste em proteger-nos durante o nosso trabalho, pois não devemos ser feridos pelos estilhaços que se despregam de nossa Pedra Bruta.

No Grau de Aprendiz, o Avental tem sido considerado como representando o quaternário tendo sobreposto o ternário.  Outros veem no triângulo formado pela abeta do Avental, a alma plantando sobre o corpo inferior.  

E quando esta abeta é baixada, posteriormente, quando o Maçom atinge o grau de companheiro, ela mostra que a alma se encontra dentro do corpo, dele fazendo o seu instrumento.

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BIBLIOGRAFIA:

CASTELLANI, José - O Rito Escocês Antigo e Aceito - História, Doutrina e Prática" - Editora A Trolha.

ASLAN, Nicola – Comentários ao Ritual de Aprendiz – Vade-Mécum Iniciático – Editora Maçônica.

CHARLIER, René Joseph – Pequeno Ensaio de Simbólica Maçônica – Edições Futuro.

janeiro 09, 2023

DIFERENÇA EXTREMA -Adilson Zotovici



Mesmo que já desgastado

Volto a esse antigo tema

Qual distingue um “iniciado”

De quem não viu a Luz Suprema


Tenho há muito propalado

Seja em prosa ou poema

Que na treva é aclarado

Quem viverá em dilema


Bruta ou polida alcunhado

Que já se tornou emblema

De pedra sempre chamado


Mas, há diferença extrema ;

Dum seixo que cinzelado

Duma bruta e rara gema !



PROSELITISMO - Newton Agrella


Do grego "prosélytus"  este substantivo quer dizer: intento, empenho de converter ou convencer pessoas, ou grupos, a uma causa, ideia, doutrina ou religião.

A Maçonaria encerra dentre seus postulados o firme combate a esse expediente.

A tentativa persistente de persuadir outras pessoas a aceitar suas crenças, em geral relativas à política ou religião, constitui-se por si só, numa atitude dogmática e de certa forma impositiva, que desvirtua a essência propositiva da Sublime Ordem, a qual garante e estimula o Obreiro a agir na liberdade plena de sua consciência para o aperfeiçoamento de sua construção interior.

O livre arbítrio das crenças, das idéias políticas e do próprio bem estar, é algo subjetivo e que deve ser respeitado em qualquer circunstância.

É de competência do Maçom, garantir essa individualidade e evitar toda e qualquer espécie de "manipulação intelectual"  no sentido de angariar obreiros para compactuar com ideologias insufladas sub-repticiamente.

É inegável que na Ordem Maçônica, invariavelmente, deparamo-nos com Irmãos, que  de maneira equivocada alimentam o proselitismo em razão do limitado entendimento da filosofia e do simbolismo contidos em sua essência e buscam disseminar essa tosca convicção, como que uma estéril "pièce de résistance".

A fé remove montanhas, mas não remove a razão. 

Numa instituição iniciática que pugna antes de tudo pela liberdade de expressão, cercear ou impor dogmas, equivale ao jugo das correntes do obscurantismo medieval.



janeiro 08, 2023

A LOJA PERFEITA - Manoel Miguel M.'.M.'.



Parece-me que o sonho de qualquer Loja Maçônica é fazer valer o que diz o Salmo 133:... “Oh quão bom e quão suave é, que os irmãos vivam em união!

É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes.

Como o orvalho de Hermom, e como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre.” ...

A elevação do grau de consciência da excelência do AMOR fraternal, descrito nas palavras acima, alcança a todos, não escapa ninguém dessa Lei Universal.

O que sair fora disso é desarmônico, prejudicial.

É a força cega que fere de morte a Loja, a filha de Sião.

A Loja unida é como um corpo: quando um padece, todos padecem; quando um chora, todos choram; quando um se alegra, todos se regozijam.

Porque nessa Loja o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre!

O óleo precioso do AMOR fraternal lubrifica as engrenagens, que deslizam sem desgaste em seu trabalho com Força e Vigor.

Como unir homens dotados de egos, vaidades, formações, conceitos, dogmas e valores tão diferentes?

É aí que começa a ficar interessante a arte de ser Maçom e viver em harmonia.

É um esforço comum a todos os membros, e que requer habilidade, comprometimento mútuo e vontade de formar um só corpo.

Antes de apreciarmos os preceitos maçônicos é importante nos conhecermos uns aos outros, trabalhar nossos pontos fortes, identificando os pontos fracos.

Como sempre digo, no mundo profano, o modelo de união se dá pela formação de grupos lapidados por terceiros, enquanto que, na Maçonaria, a lapidação é individual, contanto que cada Pedra lapidada se encaixe no corpo da Loja, antes de se encaixar no edifício social.

O maior prejuízo para uma Loja Maçônica chama-se “crítica”.

Criticar significa pegar o Malhete e sair trabalhando a Pedra do outro irmão. 

A força cega se aproveita disso e conduz a Loja à ruína. O debate é saudável para a Loja. A crítica é destrutiva.

O behaviorista B. F. Skinner, em seu livro “Science and Human Behavior”, diz que a crítica é fútil porque coloca um homem na defensiva, deixando-o em posição desconfortável, tentando justificar-se. 

Em momentos como esse, a essência do AMOR fraternal, também chamada de egrégora, se desfaz e a força cega assume o controle.

A crítica é perigosa porque fere o que o homem tem como precioso, seu orgulho, gerando ressentimentos. É o começo do fim dos relacionamentos.

John Wanamaker, um psicólogo estudioso dos relacionamentos, também escreveu: “Eu aprendi em 30 anos que é uma loucura a crítica.

Já não são pequenos os meus esforços para vencer minhas próprias limitações sem me amofinar com o fato de que Deus não realizou igualmente a distribuição dos dons de inteligência”.

Os homens deveriam fazer autocrítica. Como não o fazem, criticá-los é desafiar a harmonia em Loja.

B. F. Skinnner costumava fazer experimentos com animais, buscando compreender o comportamento destes, para depois compará-lo com o das pessoas.

Ele demonstrou que um animal que é recompensado por bom comportamento aprenderá com maior rapidez e reterá o conteúdo aprendido com muito maior habilidade que um animal que é castigado por mau comportamento. 

Estudos recentes mostram que o mesmo se aplica ao homem. O homem adora criticar.

Tem os que criticam erros de ritualística em plena sessão, atrapalhando a egrégora, criando constrangimentos, quebrando a sequência dos trabalhos, cruzando a palavra entre as CCol∴e o Or∴tudo pelo prazer de corrigir, criticar e fazer prevalecer seu potencial, seu ego e sua autoridade, quando na verdade, o que deveria prevalecer seria o AMOR.

Buscar a perfeição na ritualística é nosso dever. Mas não é prudente fazer críticas e correções em pleno serviço. É o começo do fim.             

Estudos têm mostrado que a crítica não constrói mudanças duradouras, mas promove o ressentimento.

E o que se dirá então da Denúncia Vazia??? 🤔 

Acaba deixando "outro" rei 🤴 no trono, mas sem súditos para os governar.

*É o fim do reinado.*

O combustível do AMOR e da união é o elogio.

Se algum irmão fez um trabalho e o mesmo precisa ser melhorado, seu consciente o está cobrando por melhora.

Ele sabe que precisa melhorar, não porque alguém o cobre melhoras, mas porque o seu interior, sua alma, pede por melhora.

Quando alguém o elogia após a leitura de um trabalho, gera uma crítica construtiva, pois elogiou quando dentro dele existe uma crítica.

Esse irmão se sentirá motivado a fazer mais e mais trabalhos, e, essa persistência o levará à perfeição sem que necessitasse críticas de terceiros.

Hans Selye, outro notável psicólogo que amava estudar o comportamento humano diz: “Com a mesma intensidade da sede que nós temos de aprovação, tememos a condenação”.

Na prática, não só tememos, como também não ficamos satisfeitos com críticas feitas por pessoas semelhantes a nós, com o mesmo grau de fragilidade.

A Loja perfeita elogia, sugere, estimula, confere recompensas com palavras: O VERBO. A PALAVRA. O AMOR.

Não quero com isso buscar unanimidade favorável a essa tese que defendo.

Mas tenho observado que em Lojas onde se pensa diferente, o AMOR esfriou, a harmonia desapareceu e as CCol∴da Loja estão em perigo, pois estão VAZIAS... 


janeiro 07, 2023

A CORUJA GABA O SEU TOCO - E. Figueiredo


A coruja gaba seu toco !”.- Provérbio Português

Nos debates, que se seguiram após uma palestra Maçônica, um dos assistentes perguntou se a coruja era uma símbolo Maçônico. Todos caíram na gargalhada, inclusive o próprio palestrante, que não alterou sua postura, mesmo imaginando que fosse uma brincadeira.

Apesar de não ter conexão com a palestra que havia sido proferida o palestrando deu algumas informações sobre a ave. Em tom de bastante seriedade.

Ele iniciou explicando que a coruja não é um ícone Maçônico, porém que é um símbolo milenar de sabedoria, qualidade que todos nós almejamos. Citou que cada animal tem sua característica essencial nos ensinando, através da expressão da sua natureza.

Podemos aprender muitas coisas com a coruja, pois é, uma ave fascinante.

Lembrou que a coruja é uma ave noturna Fica acordada durante a noite. Sua imagem é associada ao oculto e a alta percepção, pois, na sua jornada noturna, se guia pela claridade da Lua. Ela nos ensina a ver todos os lados de uma situação por ser capaz de girar com sua cabeça e ver tudo o que acontece ao seu redor.

A coruja tem muitos simbolismos. É uma ave feia e atrai pensamentos sobre a noite, sobre a vida, sobre mistérios e sobre filosofia. Para muitos povos, a coruja significa mistério, inteligência, sabedoria e conhecimento. Seus hábitos noturnos fazem essa criatura ser muito respeitada. Sua habilidade de ver através da escuridão, faz com que ela enxergue além dos outros, definindo assim sua capacidade de decifrar os sinais de perigo e de garantir uma boa caça, bem antes dos outros animais.

Se imitarmos a conduta da sábia coruja, entenderemos a importância de ter tal foco, sabendo ouvir e enxergar com o máximo de atenção, cautela e observação. Trata-se do poder que a coruja demonstra ter de não atacar, mas utilizar sua força em observar e agir, estar desperta, decifrando o que estaria oculto e ainda nos dá lição de humildade não voando alto mas voa, silenciosamente, longe, sendo um símbolo de ver além das ilusões.

A coruja simboliza a reflexão e conhecimento racional e intuitivo. Tais características como algumas de um legítimo Maçom. Talvez isso levasse a se pensar que a coruja poderia ser um símbolo da Maçonaria.

Os ocultistas da Antiguidade e Alquimistas Medievais associavam a coruja a um símbolo das ciências ocultas e práticas de magia. Na mitologia grega, Athena, a deusa da sabedoria e da guerra, era uma admiradora da coruja e tinha uma sempre sobre o seu ombro. No esoterismo é utilizada como arquétipo e símbolo esotérico.

A figura da coruja está associada a simbologia da magia. Em algumas religiões pagãs, essa ave é o símbolo que representa poderes mágicos e as capacidades das bruxas.

Alguns países africanos têm a coruja associada à feitiçaria.

Há um infinidade de ligações dessa ave com várias atividades, e, que a Coruja, merecidamente, faz jus a ser considerada símbolo da Sabedoria, Espiritualidade Conhecimento e Consciência. Desde a antiguidade é utilizada como ícone da Filosofia, das Ciências Ocultas e do Conhecimento Universal.

Costumamos chamar o Maçom muito estudioso de Maçom Coruja, referindo-se à lógica e à inteligência. É quem se identifica com a Coruja , uma pessoa com alta Inteligência lógica que resolverá todos os problemas. Esse tipo de personalidade Maçônica gosta de saber o que está acontecendo ao seu redor, aprofunda seu conhecimento, especialmente na área da Arte Real. A exemplo de uma coruja.

A coruja poderia representar a Maçonaria, também......



janeiro 06, 2023

IR OU NÃO NA LOJA? -


O SENTIDO IR À LOJA!

*Um  MAÇOM frequentador de uma LOJA escreveu a seguinte mensagem para um periódico:*

"Eu tenho ido à loja por 30 anos e durante este tempo devo ter ouvido umas 3.000 instruções. Mas, com exceção de uma ou outra, eu não consigo lembrar da maioria delas.  Por isso, acho que estou perdendo meu tempo e os que instruem também estão desperdiçando o deles."

Essa matéria divulgada no periódico gerou uma grande discussão resultando em uma sábia resposta de um irmão leitor,  igualmente divulgada nos seguintes termos:

"Estou casado há mais de 30 anos e durante esse tempo minha esposa deve ter cozinhado umas 9.000 refeições. Mas, com exceção de uma ou outra, eu não consigo me lembrar da maioria delas. Mas de uma coisa eu sei: todas elas me nutriram, me alimentaram e me deram a força necessária para fazer minhas atividades. Sem essas refeições, eu e nossos filhos estaríamos desnutridos, fracos, desanimados e mortos.

 Da mesma maneira, se eu não tivesse ido À LOJA para alimentar minha vida, minha alma e a da minha família, estaríamos hoje mortos espiritualmente".

janeiro 05, 2023

O SALMO DA FRATERNIDADE OU CONCÓRDIA - Roberto Ribeiro Reis


O Salmo de Davi, por Deus ungido,

Rei dos cânticos, homem aguerrido,

É bálsamo do Livro da Lei Sagrada;

Ele que, com bravura absoluta,

Unificou as doze tribos, pela luta,

Venceu Golias com uma pedrada.


Inspiração ao derrotar aos filisteus,

Venceu aos moabitas e cananeus,

E deu à Israel sua independência;

Davi transportou a Arca da Aliança,

O Monte Sião representa esperança,

Já o Moriá toda a transcendência.


O Maçom há de consagrar esse salmo,

Que lhe dá forças a seguir calmo, 

Ante o medo da noite e aflições do dia;

As bênçãos do Eterno são a sua razão,

Ele sabe o que é a barba de Aarão,

Manancial que exprime forte Sabedoria.


Qual Aarão, saibamos usar as vestes,

No Santo dos Santos, locais celestes,

Quando na presença do sagrado;

Desçam bênçãos desde a cabeça,

Atinjam todo corpo (e a luz só floresça),

Qual orvalho de Hermon abundado.


Quando os trabalhos forem abertos,

Que nossos corações estejam libertos

Das vilezas que afligem o profano;

O salmo 133 é o portal para o viés sutil, 

Viver a fraternidade, reprimindo o hostil,

Inda que a matéria desfile o seu engano.



janeiro 04, 2023

O ABRASIVO QUE AFIA O CINZEL - Charles Evaldo Boller





Sinopse: Considerações a respeito da ferramenta que afia o cinzel do maçom.

A gigantesca e verdadeira obra da Maçonaria é propiciar ao seu iniciado um lugar adequado para a modificação da personalidade, a moderação de paixões e desejos e o desenvolvimento de virtudes; numa escalada que inicia numa operação denominada: desbastar a pedra bruta.

Esta atividade consiste no trabalho, básico e rústico, de arrancar da pedra, arestas, deformidades e protuberâncias, de modo que ela possa vir a adaptar-se ao seu lugar reservado numa importante construção.

Traduzindo significa: o aprendiz recebe instrução, é dotado de ferramentas, de conhecimentos elementares, é assistido por método e simbologia próprios que, manipulados por seu intelecto, culminam em desenvolver suas capacidades racionais, intelectuais, lógicas e filosóficas nos assuntos da Maçonaria.

E estas, por sua vez, o auxiliam a subir uma escada que parte de um ambiente onde domina a matéria, e o eleva até um estágio onde ocorre a predominância do espírito sobre a matéria.

O interessante é que, o potencial adquirido com o uso da sua própria intelectualidade, dependendo de suas raízes culturais, não o precipita na geração de dogmas que possam torná-lo fanático; ao contrário, o treinamento o leva ao suave equilíbrio entre racionalidade e espiritualidade.

Gradativamente, o processo "abre portas inefáveis" até então invisíveis. Sua sensibilidade lhe revela, a cada reunião, no templo especialmente preparado para o seu desenvolvimento pessoal, onde, sob efeito de sons e incenso, ocorre sua integração com a força do maçom, um campo energético gerado pelo seu grupo de companheiros.

A vida mística e profunda da essência dos símbolos vai gradativamente revelando o que até então não enxergava. Desvelando apenas uma parte onde ele mesmo é material de construção, uma pedra que depois de trabalhada, constituirá parte integrante do grande templo moral da humanidade.

Dentre as ferramentas de trabalho do aprendiz estão o maço e o inseparável cinzel que desbastam a pedra bruta, ele mesmo. O cinzel representa o intelecto e ambos concorrem para o mesmo objetivo. É exemplo de dualismo construtivo, eficaz e positivo.

O cinzel é o símbolo do trabalho inteligente. Seguro pela mão esquerda corresponde ao aspecto passivo da consciência, à penetração, à receptividade intelectual, ao discernimento especulativo, indispensável para descobrir as protuberâncias ou falhas da personalidade. Serve de intermediário entre o homem e a natureza. Sozinho seu uso é quase nulo. Sem a ajuda do maço ele não produz muita coisa, exige participação da outra ferramenta. Assemelhado com a razão humana que, isolada, nada constrói. O cinzel carece da parte operativa, ação, força e trabalho do maço.

A lógica representada pelo cinzel torna o aprendiz independente, sem torná-lo mesquinho. Sem sua intervenção, o resultado do trabalho seria inútil, senão perigoso. A sua falta representa as soluções aprisionadas no espírito. Além de ser emblema da escultura, arquitetura e belas artes, é também a imagem da causticidade dos argumentos que permite destruir os sofismas do erro.

O cinzel é usado para o trabalho mais bruto, no alicerce de uma construção. Um trabalho básico. É o aço aplicado sobre a pedra, ambos duros, mas, a dureza do cinzel é maior, ademais, está afiado, daí sua capacidade de penetração, de corte das asperezas. Com ele corta-se fora o que o homem tem de feroz, levando-o a uma condição mais elevada diante da natureza e aproximando-o do conceito de Grande Arquiteto do Universo.

A Terra seria um deserto se os seres humanos deixassem de fazer por polidez o que são incapazes de fazer por amor, e seria quase perfeito, se cada um conseguisse fazer por amor o que só faz por polidez; isto porque, ela faz a pessoa parecer por fora, como deveria ser por dentro.

Quem não for bastante delicado e cortês não pode ser muito bom.

Cerimônias são diferentes em cada país, mas a verdadeira cortesia é igual em todos os lugares.

Assim como a cera, naturalmente dura e rígida, torna-se, com um pouco de calor, tão moldável que se pode levá-la a tomar a forma que se desejar. Também se pode, com um pouco de cortesia e amabilidade, conquistar os obstinados e os hostis.

Partindo do princípio de que uma virtude não é natural, mas uma qualidade desenvolvida ao longo do crescimento individual, do ponto de vista moral, a polidez é uma virtude. Como exemplo: o que acorreria com as quatro virtudes cardeais: justiça, prudência, temperança e coragem, se o indivíduo não é polido ou destituído de qualquer educação ou cortesia? Seriam inúteis!

Sem a educação e o respeito não há como desenvolver virtudes. E como a polidez é algo de aparente pouca importância, é neste "quase nada" que reside seu mérito. Ela pode ser definida como o caráter ou a qualidade do que é polido, da fina educação, da gentileza.

É também uma forma do discurso que indica cortesia e civilidade daquele que fala. Ao que se esforça no uso de expressões que atenuem o tom autoritário, do imperativo e outras fórmulas de etiqueta linguística.

Adicionalmente, designa o indivíduo que possui grandes virtudes e elevada cultura e conhecimento em determinadas áreas do saber.

Na luta para obter maior controle do espírito sobre a matéria, a polidez lustra o coração, de modo que revele o não visto. Sua transparência é proporcional ao quanto foi polido.

Para quem mais poliu sua sensibilidade manifestam-se mais formas invisíveis e revelam-se verdades para as quais a mais sofisticada racionalidade é impotente.

E o cinzel deve ser afiado continuamente, permanentemente, exigindo constante aporte de novos conhecimentos, para não embotar. É a Polidez, o conhecimento aprofundado de temas da vida que o afia. Afiar o cinzel significa receber fina educação, ser cortês e atencioso. E estas são atividades nas quais denodadamente deve-se investir com força, com a ação do maço, e gradativamente ir galgando a escada que leva à perfeição que pertence ao Grande Arquiteto do Universo.

Bibliografia:

1. CAMINO, Rizzardo da, Dicionário Maçônico, ISBN 85-7374-251-8, primeira edição, Madras Editora limitada., 413 páginas, São Paulo, 2001;

2. Paraná, Grande Loja do, Ritual do Grau de Aprendiz Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito, terceira edição, Grande Loja do Paraná, 98 páginas, Curitiba, 2001.

Rito: Rito Escocês Antigo e Aceito

Grau do Texto: Aprendiz Maçom.

janeiro 03, 2023

BALANÇO GERAL - Heitor Rodrigues Freire




As empresas, pessoas jurídicas de um modo geral, realizam um balanço anual no qual registram suas atividades ao final de um ano, fechando no mês de dezembro.

Tradicionalmente também, as pessoas acabam, de uma forma ou de outra, fazendo igualmente o seu balanço particular, pensando na vida sob uma perspectiva diferente, envolvidas pela mística do mês de dezembro, que por suas características enseja uma abordagem diferente.

Dezembro realmente inspira e motiva uma avaliação maior, que envolve as realizações do ano e as comemorações natalinas, que criam uma atmosfera de amor, de fé e esperança, baseadas no nascimento de Jesus, o Mestre dos Mestres, cujos ensinamentos perduram pelos séculos, orientando o comportamento dos cristãos.

Deus, com sua sabedoria infinita, de tempos em tempos e em cada lugar, suscita o nascimento de seres iluminados para transmitir Seus ensinamentos a cada povo, em cada região do globo terrestre, de acordo com as tradições próprias de cada um, para que sejam assimilados e difundidos.

A influência de cada um, a liderança nata na mobilização de uma grande quantidade de pessoas, unidas em torno de suas ideias diferencia os grandes iluminados, de um político, de um chefe comum.

A história das religiões, que marcaram a Humanidade sempre teve líderes que foram muito além das suas comunidades religiosas, influenciando pelo conjunto de valores e ações que sensibilizaram e sensibilizam ainda sociedades inteiras.

Assim foi com Hermes Trismegisto no Egito Antigo, Krishna na Índia, Moisés para os judeus, Buda no Tibete, Confúcio e Lao-tsé na China, Sócrates, Platão e Aristóteles na Grécia, Maomé na Arábia, Sêneca em Roma, Lutero na Alemanha, Allan Kardec na França – todos deixaram suas marcas perpetuadas na memória e na mente de seus seguidores. Cada um a seu modo.

Respeitando naturalmente a missão de cada um, no entanto, o maior de todos é Jesus, pois a própria história da humanidade se conta antes e depois de seu nascimento. E esse acontecimento que se comemora em dezembro – embora haja controvérsias quanto à verdadeira data de sua chegada – inspira e desperta em todos uma expectativa de mudança para melhor.

 O fim do ano é sempre um bom momento para pensarmos um pouco sobre a vida, lembrar das maravilhas que temos a agradecer e também de tudo aquilo que nunca mais voltaremos a fazer.

Toda nova etapa deve ser comemorada; ganhamos uma ótima oportunidade de eliminar tudo que já não faz sentido para nossas vidas e assim obtermos mais espaço para vivermos novas alegrias. Vamos nos cercar de pensamentos positivos e continuar a dar o nosso melhor sempre.

Mais um ano se encerra, mais um ciclo se fecha e é tempo de fazer uma retrospectiva. É tempo de olhar para trás e rever os planos que foram traçados, o caminho percorrido, as metas e objetivos realizados, e os sonhos alcançados.

Final de ano, tempo de festa e celebração, mas também tempo de reflexão, de análise e de recomeço. Do sofrimento e das lágrimas vamos guardar apenas a certeza de que sobrevivemos. Dos erros, guardemos a aprendizagem. Das dificuldades, vamos lembrar o momento da superação. Devemos sentir alegria e gratidão por mais um ano vivido e, apesar de tudo que tenha acontecido, o importante é que chegamos até aqui mais experientes, mais fortes e com mais sabedoria. Sigamos firmes em nossos propósitos.

Para a frente, para o alto e para dentro. Dando graças a Deus.


RENOVANDO ESPERANÇAS - Roberto Ribeiro Reis


O sol resplandece soberano, todos os dias, informando-nos que a vida, assim qual a luz, pede passagem. Por mais que o dia anterior tenha sido doloroso, aflitivo ou extenuante, as esperanças do novo dia são renovadas, sob o influxo dessa estrela luminescente.

A lua exorta-nos a contemplar os mistérios da noite, convidando aos amantes e aos poetas a se deleitarem sob seus encantos, num exercício divino de permitir que todos nós estejamos enamorados e mais imunes às agruras do cotidiano.

E assim, a vida revela o seu fascinante espetáculo, e a cada esquina opostos se confrontam: o caos enfrenta a ordem, o mundo vibra, ora em expansão, ora contraindo-se; o mal exsurge, assanhadamente, digladiando-se contra o bem, e o vencedor dessa disputa será aquele melhor recepcionado pela mente do homem.

Continuamos protagonistas dos problemas que nos acometem a alma, desinquietando-a por completo; somos os algozes de nós mesmos, na medida em que criamos as armadilhas de nosso ego, esse gigante implacável que não aceita derrotas.

Por mais absurdo que pareça, conseguimos abalar as bases íntimas de nosso edifício interior, de lá defenestrando a Grande Luz que existe. Isso tudo porque (amiúde) nossa visão encontra-se obscurecida pelas sensualidades e facilidades que o mundo profano nos oferece.

Via de regra, não optamos pela escolha das portas estreitas, e somos conduzidos aos cadafalsos de nossas emoções, que nos aniquilam o discernimento e o equilíbrio, tornando-nos pálidos zumbis ambulantes, verdadeiros desorientados –geográfica e mentalmente- em busca de um generoso guia.

Amados Irmãos! Mais um ano se encerra, e esperamos que, com ele, sejam encerrados todos os maus sentimentos, as más vibrações, as querelas, rusgas, animosidades e toda maldade que possa nos subjugar e nos encarcerar nas prisões odiosas de nosso ego.

Temos a consciência de que a vida é feita de ciclos, e que os problemas hão de surgir, vorazes, tentando retirar a nossa paz de espírito. Que a Arte Real nos conduza às veredas da Verdade - essa arma eficiente capaz de solucionar o insolucionável – que tem o poder de nos libertar dos grilhões do mundo profano.

Inspiremo-nos no poder do sol, nos encantos da lua e em toda a beleza da criação. Observemos quanto graça e abundância existem desde a terra- que nos proporciona os espetáculos da natureza e o sagrado alimento de cada dia - até a imensidão do firmamento, que nos revela uma ínfima parte dos mistérios que permeiam o Universo.

Renovemos nossas esperanças no Excelso Arquiteto. Seu Espírito pairou sobre as águas, preenchendo o vazio primordial, do Nada gerando o Tudo, estabelecendo a Harmonia sobre o Caos, sob a égide inflexível da Ordem. É através do Criador e exclusivamente por meio dEle que poderemos nos reorganizarmos intimamente, e fazermos com que a Esperança encontre asilo em nossa Morada Íntima.



janeiro 02, 2023

A INSTALAÇÃO - IIr.: Weber Varrasquim e Acelino Pontes


A Instalação é o ato pelo qual se dá posse de um cargo ou de uma dignidade.

A definição de Instalação como "ato pelo qual se dá posse de um cargo ou de uma dignidade" está amplo em demasia. A posse implica em apoderar-se de direitos e deveres de um determinado cargo, o que naturalmente se coloca para quase todos os cargos da Ordem, à exceção do Veneralato e do Grão mestrado.

Mas qual a diferença? Esta talvez poucos dos IIr.’. se aperceberam. Acho que na Maçonaria Universal, os únicos que absorveram o verdadeiro sentido da Instalação foram os nossos IIr. alemães. Lá eles chamam o Venerável de Mestre de Meister vom Stuhl, ou seja "Mestre de Cátedra". A Cátedra é o significado mais importante do Veneralato; comparável com o nosso antigo "Professor Catedrático".

Entre Cátedra e um cargo, poderíamos exemplificar com um outro termo muito vulgar hoje nos meios financeiros: executivo. O detentor de um cargo é o que poderíamos chamar de executivo. Ele executa uma função. O Catedrático é mais um doutrinador um ensinador, um sábio que inaugura uma nova era do conhecimento e da visão do mundo e que a ninguém presta obediência doutrinária. Por assim podemos chamar não só a entronização de um rei, de um bispo ou até de um Grão Mestre ou Venerável como inauguração; mais jamais de um Secretário, Orador ou Vigilante.

Portanto só o Ven.'. M.'. de Loja ou o Grão Mestre é instalado, todos os outros tomam posse.

Instalação 

Chama-se instalação somente aquela que concede o direito de exercer os privilégios de um ofício. É uma cerimônia antiga. Os antigos romanos, por exemplo, instalavam seus sacerdotes, reis e magistrados. Chamavam-na, porém, "inauguração", por ser realizada, geralmente, pelos áugures (Sacerdote Romano que tirava presságios do canto e do voo das aves).

Outro aspecto importante e específico da Instalação Maçônica (e também da episcopal) é que lhe dá direito poder de sagrar homens e objetos. E este direito poder pode gerar sagração permanente, temporária e momentânea. 

Exemplo das permanentes são a Iniciação, Elevação e Exaltação; das temporárias são de Templo, Estandarte, Regularização de Loja, etc.; e as momentâneas são Esp.'. Flam.'. e o Trono de Salomão (ou da Sabedoria), estes objetos só estarão sagrados no momento em que o Ven.'. M.'. ou um M.'. I.'. se apossa deles.

Por isto que o Ven.'. M.'. não pode ser simplesmente sagrado, ele é Consagrado, ou seja, somente 3 MM.'. II.'. têm o direito poder de consagrar um Ven.'. M.'.. Isto também acontece na consagração de um bispo.

Já no caso dos sacerdotes eles são ordenados (quase uma Iniciação, mas não é precisamente, porquanto são também denominados presbíteros, o mais antigo ou o que mais sabe). E o sacerdote pode ser ordenado/sagrado por um bispo, mas também por um outro sacerdote devidamente autorizado.

A palavra "Instalação" é todavia relativamente moderna, tirando a sua origem do latim medieval "in" e "stallum", cadeira. Assim, depois de sua ordenação, ou recepção na ordem sacerdotal, os padres são instalados nas igrejas ou nas paróquias, para as quais foram designados. Tanto o termo como o costume estão ainda em uso.

Em Maçonaria, diz-se do ato que inaugura uma Oficina devidamente autorizada e no qual é instalada a sua primeira administração. Os oficiais de uma Loja, depois de sua nomeação e antes de poderem exercer as suas funções, devem tomar posse. É, principalmente, a cerimônia pela qual os Grão-Mestres e os Veneráveis são colocados no trono da sabedoria.

O Venerável de uma loja é instalado pelo Grão Mestre ou seu Adjunto ou por um Venerável ou ex-Venerável (Past - Master) presente, e o Venerável eleito dará posse então os oficiais subordinados.

É uma lei da maçonaria que todos os oficiais se mantenham em seus postos até serem empossados os seus sucessores.

A instalação é uma cerimônia maçônica que entrou em uso desde os primeiros tempos da Maçonaria especulativa. 

O Venerável eleito por sufrágios dos membros do quadro de sua loja, em cerimônia apropriada, realizada por uma Comissão de Mestres Instaladores designada pelos poderes competentes, recebe sinais, toques e palavras de um Venerável; e é "Instalado" no Trono do Rei Salomão.

Na Maçonaria inglesa, como em muitas outras, o Venerável ou o Mestre é sempre instalado no momento de tomar posse da presidência da Loja. Trata-se de uma cerimônia que remonta o século XVIII, e era praticada pelos Antigos (nome adotado pelos Maçons partidários da "Grande Loja da Inglaterra conforme as Antigas Constituições"). A partir de 1.810, foi introduzida em toda a Maçonaria Inglesa.

A instalação não pode ser feita sem a presença de, no mínimo, três Mestres Instalados, dentre os quais será indicado o Mestre Instalador. Aliás nem o Grão Mestre ou o Papa podem consagrar sozinhos, terão sempre que ter dois coadjuvantes.

Por maior que seja o cargo de um Ir.’. no Corpo Filosófico, mesmo sendo membro efetivo do Supremo Conselho, um Maçom não poderá permanecer no Templo, durante a Instalação, a menos que já tenha sido Venerável eleito de uma Loja Simbólica, dando-se o mesmo com Oficiais da Alta Administração, por maior que seja o cargo que ocupam.

Por isso, a fim de evitar constrangimentos, estes cargos deveriam ser ocupados por Mestres Instalados.

Portanto, deve-se acrescentar que, em momento algum, uma loja deve ser dirigida senão por um Mestre Instalado, ficando esta desobrigada de realizar uma sessão se não houver, entre os presentes, um Mestre Instalado para dirigir os trabalhos.


A CURIOSA RELAÇÃO DA MAÇONARIA COM OS MISSIONÁRIOS - Hamilton Sampaio Jr.

 

A Curiosa Relação da Maçonaria Brasileira com a chegada dos primeiros missionários protestantes ao Brasil Império.

 Os missionários protestantes norte-americanos, de origem sulista, que vinham ao Brasil em 1862, foram os primeiros protestantes a chegarem no País com o objetivo de proselitismo religioso. Há anos já havia comunidades de protestantes alemães e ingleses, mas que não tinham nenhuma intenção de expandir sua fé.

A Imigração dos confederados que resultou na fundação da Igreja Presbiteriana no Brasil, foi sugerida pelo Grão Mestre do Grande Oriente e líder da Maçonaria Conversadora, Visconde do Rio Branco, ao missionário presbiteriano, Alexander Blackford, fundador do primeiro órgão de imprensa Protestante no Brasil, contou com o apoio e colaboração de Joaquim Nabuco, considerado líder da Maçonaria Liberal.

 A  proteção dispensada aos agentes bíblicos e aos missionários por parte da maçonaria, e a defesa da liberdade religiosa, foi apenas parte de uma jogada política contra o poder da Igreja Católica. A maçonaria via os protestantes como os representantes da “modernidade” no Brasil, daí surgiu a crença entre a elite liberal-maçônica de que o atraso brasileiro é consequência da dominação Romana, tal situação seria resolvida mediante a imigração em massa dos povos protestantes e da imposição de seu estilo de vida baseado na valorização do trabalho e da educação.

 Paralelamente à construção das igrejas, os missionários criaram escolas com a finalidade de instruir e educar os filhos dos fiéis dentro da ética protestante. Contudo, essas escolas passaram a receber os filhos da elite liberal republicana e da maçonaria, uma vez que foram organizadas segundo o modelo norte-americano de educação moderna, pragmática e científica. 

Fonte: PROTESTANTISMO, LIBERALISMO, MAÇONARIA E A EDUCAÇÃO NO BRASIL, NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX. De Viviane Ribeiro.

Ref Brazil Imperial

janeiro 01, 2023

A ÉTICA E O SIGILO – UMA ARTE OU UM COMPROMISSO? - Ir.'. Gabriel Campos de Oliveira



Coordenar e promover a ética em nós corresponde aprender a analisar os elementos que compõem a existência-humana-no-mundo. O ser humano não pode viver sem os outros da sua espécie e precisa deles para evoluir e tornar-se cada vez mais ético.

É nos relacionamentos pessoais, profissionais, comunitários e outros que nós temos a grande oportunidade de conhecer alguém e receber dele informações que, para o bem ou mal nos alimentam, nutrem, afetam nosso comportamento, nossas opiniões e decisões.

Toda pessoa tem o sagrado direito de se expressar, comunicar, expor suas idéias, executar seus argumentos, deliberar seus projetos/planos, estar contra ou a favor. Todavia, esses mesmos direitos, a outra pessoa os tem, e por isso, a cordialidade de ouvir os outros é algo tão sagrado quanto o direito que nos é outorgado.

Hoje, vivenciar um valor ético é uma arte que move a personalidade num compromisso tal que estimula a prudência nas ações, vale dizer, o sigilo. É sabido que não existem pessoas iguais e, é na riqueza da diferença que vemos a beleza da arte de viver, a criatividade dos outros e a alegria da convivência.

O sigilo assegura o caráter ético, dá segurança ao valor da comunicação e objetiva o que é essencial num diálogo. Ele nos faz pessoas responsáveis e respeitadas no campo profissional e no ambiente no qual estamos envolvidos. É nesta trilha de ideias que vemos a grande glória do respeito. Ainda mais, o sigilo nos oferece as credenciais da fidelidade à instituição que trabalhamos ou convivemos, reforça nosso compromisso pessoal e social.

No olímpico campo de ação na qual nos envolvemos, o sigilo só progride na ética, e esta só progride no sigilo, se nós nos programamos e determinamos nossas palavras, comentários, nossos desejos de “eu sei que você não conta para ninguém”, em qualquer ambiente que estejamos. Com isso, não queremos fazer do sigilo um mistério ou algo infalível na cátedra da consciência. O sigilo tem sua verdadeira comunicação na hora certa. Só esperamos que ninguém tenha o dissabor de errar a hora.

Gostaria de terminar este meu artigo citando as palavras de Napoleon Hill “estar juntos é um começo, continuar juntos é um progresso, trabalhar em conjunto é sucesso”.

O que é Sigilo

Diversas explicações sobre o que é sigilo e o significado do sigilo maçônico. Quando as elucidações vêm por parte de um Maçom é completamente diferente da de um profano. O Maçom, por menos que ele saiba e estude está próximo da realidade, pelo menos repete o que promete no final da cada sessão: “Guardar sigilo de tudo quanto se passou na Loja” que é um dever de cada Maçom.

Os profanos confundem segredo com sigilo, uma vez que não tiveram uma instrução adequada sobre o assunto e baseiam-se em suposições e fantasias que os levam às mais variadas e esdrúxulas suposições arquitetadas pela imaginação. Sigilo é fato ou circunstância mantidos ocultos que os impressionam mais. Segredo por ser a parte mais difícil ou essencial de uma arte, ciência ou negócio, falando-se em maçonaria passa longe de sua cabeça entender.

O segredo com o significado de sigilo, como instituição nas confissões data do 4° Concilio de Latrão e depois foi ratificado pelo Direito Canônico. O sigilo é um dos deveres fundamentais do Maçom. Todo o ensinamento que ele recebe é esotérico, isto é, transmitido em segredo e como tal deve ser conservado.

Muitos autores maçônicos têm escrito páginas esclarecedoras sobre o mesmo. Infelizmente há certos maçons ou meios maçônicos que nunca penetraram no alto sentido do sigilo que prometemos guardar com todo o rigor.

Segundo afirmam autores que merecem o nosso maior respeito à Maçonaria chegou aos nossos dias graças ao seu caráter secreto, graças ao compromisso entendido e compreendido pelos verdadeiros Maçons.

Pela história sabemos que a Maçonaria esteve envolvida em profundas crises algumas de caráter interno e outras de caráter externo. Ela sofreu perseguições de todos os tipos, algumas cruéis oriundas de inimigos implacáveis. Em todos esses vendavais que se abateram sobre ela sempre conseguiu sair incólume.

Uma das suas maiores ameaças é a ignorância ou o obscurantismo.  Tanto no passado como no presente, se encontram em muitos meios e instituições que se fazem representantes divinos quando lhes falta o essencial de toda agremiação que se diz religiosa, que é a fraternidade, a caridade ou o respeito para com quem não segue a mesma linha de conduta ou crença.

Os maçons sempre e em toda parte levaram com a maior seriedade e às últimas consequências o juramento de sua iniciação. Com isso sobreviveram à desmoralização que as trevas arquitetaram para a sua destruição e a escuridão das inteligências sem raízes sadias espalharam para seu desaparecimento.

Nós sabemos que a Maçonaria é qual mãe generosa a verter o leite que alimenta o nosso espírito. Sua perenidade foi construída sobre o lema do sigilo e da fraternidade. Muitos de nós estamos cientes que no momento atual do mundo há um processo de profanação de nossos mistérios pelos meios virtuais de comunicação. Diante disso é obrigação nossa assumida na iniciação de cultivar o silêncio para o bem de nossa sobrevivência.

A falta do sigilo é uma agressão grosseira aos nossos princípios essenciais e uma regressão completamente alheia a tudo que se construiu de positivo a favor da humanidade.

De pouco adianta falar ou escrever sobre o sigilo maçônico. Há uma necessidade premente de realizarmos treinamentos para que as regras de preservação do sigilo maçônico se aprofundem em nós e criem raízes capazes de sustentar as intempéries que se acumulam e podem vir como uma avalanche para sepultar o que temos de mais sagrado.