janeiro 12, 2023

A AÇÃO PROVÊ OS MEIOS - Heitor Rodrigues Freire

 

Deus, em sua infinita sabedoria, ao criar o ser humano dotou-o de todo o instrumental necessário para o seu desenvolvimento físico, mental e espiritual, para que pudesse, por si só, dar conta de sua vida, sem distinção de etnia, classe, status social, religião, profissão ou cor, tornando-o único.

Essa consciência precisa ser alcançada para que cada pessoa possa fazer sua parte de forma adequada e responsável, porque cada um é o único responsável por sua vida, por seus atos, sucessos e fracassos.

O homem, dependendo de seus atos, constrói ou destrói seu destino. Sua colheita vai depender unicamente da sua semeadura. A colheita, tanto de uma forma como de outra, vai acontecer, no tempo adequado. O tempo de Deus é diferente do nosso. Ele é quem sabe quando e onde vai acontecer. Mas que vai acontecer, vai.

O homem que espera acontecer perde seu tempo, fica reclamando, gerando energia negativa em seu redor, e não resolve nada. Na medida em que cada um se voltar para o seu interior de forma autêntica e consciente, vai encontrar sempre a orientação correta para o seu agir.

“A palavra é o princípio de qualquer obra, e antes de agir é preciso refletir” (Eclesiástico 37,16).

Cada ato consciente, com finalidade objetiva, cria por suas próprias ações os meios que irão contribuir para sua realização. Naturalmente. Basta observar e agir, estar presente. 

Eu tenho um exemplo que vem bem a calhar. Em 1993, eu era chanceler da Funlec, a Fundação Lowtons de Educação e Cultura, instituição criada pela Maçonaria para ser seu braço educativo e cultural.

Tínhamos a intenção de criar mais uma escola. Reunimos um grupo de maçons e apresentei a intenção. 

Primeira pergunta: Temos um terreno? Resposta: Não.

Segunda pergunta: Temos dinheiro para comprar um terreno e construir uma escola? Resposta: Não.

Mas tínhamos o indispensável: a vontade de fazer, a fé na intenção e a confiança no poder de Deus.

Assim, conversa daqui, conversa dali, começaram a surgir as possibilidades. Resumo da ópera: conseguimos por comodato com a Prefeitura – prefeito Lúdio Coelho –, um terreno de dimensões adequadas no Bairro Cachoeirinha, e começamos a vender as matrículas por antecipação. Em um ano, estava construído o Colégio Oswaldo Tognini, com 6 mil metros quadrados de área construída, oito quadras esportivas, uma piscina semiolímpica e um ginásio coberto, com mais de 2 mil alunos matriculados.  

Milagre? Não. Ação direta e objetiva.

Afirma o dito popular: Poderíamos comparar o vigor humano à força das águas correntes tanto dos pequenos riachos quanto dos grandes rios.

À medida que as águas dos riachos seguem seu curso rumo ao rio, e este rumo ao mar, elas passam por diversos obstáculos naturais, mas o vigor das águas possibilita contornar e vencer tudo, sempre buscando a meta.

As águas que se cansam se represam, tornam-se águas paradas, se deterioram e não realizam no seu trajeto as belezas das lindas corredeiras e belas cachoeiras. Ganham em tranquilidade, mas perdem em vigor.

Nós somos como as águas, temos muitos desafios na vida a serem vencidos, uns menos, outros mais, e cada dia significa uma nova surpresa em nossa jornada rumo ao mar. Nossas virtudes e habilidades são desenvolvidas quando acatamos com entusiasmo nossa missão terrena vencendo os obstáculos.

Buscar refúgio em águas paradas é uma opção que limita nossas possibilidades. A vida só tem valor na ação, ou seja, no vigor que acolhe todas as manifestações, caso contrário ela própria perde seu sentido.

Periodicamente devemos avaliar a forma como estamos conduzindo nossa vida. Será que estamos agindo como água corrente para construir caminhos ante quaisquer dificuldades? O mar da glória eterna é a nossa meta.

“Alguns abandonam os seus objetivos justamente quando estão a ponto de atingi-los enquanto outros, pelo contrário, conseguem a vitória esforçando-se com um último impulso, sem se renderem” (Políbio -203 a.C.- 120 a.C.)

As forças astrais, mentais e espirituais de todo o Universo, estão à espera de serem acionadas. Depende da ação de cada um. Depende das muitas técnicas de desenvolvimento do potencial criativo de cada um, que alie perseverança, inteligência e senso de observação.

“O acaso só favorece a mente preparada” – Louis Pasteur. 

Desta forma, constatamos que se cada um se desenvolver de forma integral e sistêmica naturalmente a sorte vai lhe favorecer, sempre. 


A ORIGEM DA PALAVRA AZAR - Mansur Peixoto

 


A palavra azar vem do árabe azhar, “flores” – termo derivado de um jogo árabe trazido pelos cavaleiros franceses do Oriente Médio na Terceira Cruzada, que o afrancesaram como ‘’hazard’’, imortalizado no clássico medieval Contos da Cantuária de Geoffrey Chaucer .

 A associação do dado com a flor se deu porque uma das faces da peça, a desfavorável, tinha o símbolo de uma flor, ou ''azhar'', em árabe. Pela ligação óbvia do dado com a ideia de probabilidade, o termo arábico passou a indicar o elemento do imprevisto nos acontecimentos. 

Hazard no francês é tanto a boa quanto a má sorte, simplesmente ''chance'', enquanto no inglês atual é somente risco. Já no português moderno passou a indicar principalmente sorte contrária, simplesmente o significado que atribuímos hoje, o de ''azar''.

janeiro 11, 2023

A CONQUISTA DE ÓBIDOS

 


Há 875 anos, a 11 de janeiro de 1148, D. Afonso Henriques conquista a vila de Óbidos aos mouros.

 Em novembro de 1147, e após a conquista de Lisboa e de Santarém aos mouros, o primeiro rei de Portugal decide-se pela conquista de Óbidos por saber que esta era uma praça mais forte do que outras como Torres Vedras ou Alenquer. Liderado por Gonçalo Mendes da Maia, o ‘Lidador’, um grupo de cavaleiros investiu durante a noite pela parte nascente da terra enquanto os restantes militares portugueses chamavam a atenção dos árabes na porta do castelo a poente, hoje chamada Porta da Vila.

De acordo com a história, foi valente esta batalha que é uma das menos recordadas por alegadamente ter sido “abafada” pela conquista das importantes Lisboa e Santarém. Esta “tomada” surge após a reconquista de Santarém, considerada uma das mais bem defendidas cidades sob domínio muçulmano. Tendo a conquista de Portugal aos mouros sido feita de norte para sul, Óbidos era a “cabeça” ou castelo de um território de grandes dimensões, tendo tido um papel importante no povoamento do reino para sul.

D. Afonso Henriques considerava a conquista de Óbidos como uma dificílima empresa, e só desalojou as hostes agarenas que aguerridamente defenderam o castelo graças a um estratagema que permitiu tomar a vila. Enquanto o grosso do exército atacava a Porta da Vila e as muralhas a poente, um grupo de cavaleiros dirigia-se a nascente, entrando pela hoje designada Porta da Traição.

#Óbidos #HistóriadePortugal #Antena1RTP

SERENDIPITIA - Heitor Rodrigues Freire


Outro dia, lendo um texto de fim de ano escrito pela professora Lucilene Machado, de quem sou admirador e leitor assíduo, me deparei com uma palavra estranha na qual ela dizia concentrar seus desejos para seus inúmeros leitores e amigos: serendipitia.

Aí, como sou curioso, fui pesquisar.

Pensando bem, não é esdrúxula essa palavra? Esdrúxula é a característica de alguém ou daquilo que se encontra fora das regras usuais, que se apresenta de modo incomum, causando admiração ou espanto; excêntrico. Um comportamento ou uma situação esdrúxula, por ser incomum, costuma causar reações de surpresa e de espanto.

Existe algo mais esdrúxulo do que a palavra esdrúxulo?

Mas deixando de lado a esdruxulice, vamos ao nosso tema.

Serendipitia, serendipidade ou serendipismo é uma palavra de origem inglesa que se refere às descobertas afortunadas feitas, aparentemente, por acaso. Coisa descoberta por acaso. 

Pois então trata-se de um desejo muito afortunado e bem utilizado pela professora Lucilene. O conceito original de serendipismo foi muito usado em sua origem. Nos dias de hoje, é considerado uma forma especial de criatividade ou uma das muitas técnicas de desenvolvimento do potencial criativo de uma pessoa adulta, que alia perseverança, inteligência e senso de observação.

Inovações apresentadas como exemplo de serendipidade apresentam uma característica importante: foram feitas por indivíduos capazes de “ver pontes onde outros viam buracos” e ligar eventos de modo criativo com base na percepção de um vínculo significativo.

A serendipidade é tipicamente usada de forma incorreta como sinônimo de oportunidade, coincidência, sorte ou providência, conceitos que prejudicam a apreciação do termo em relação à sua contribuição para o processo de inovação. Na realidade, eu já aprendi que nada acontece por acaso. O acaso não existe.

A serendipidade é uma qualidade muitas vezes incompreendida para a descoberta e a inovação, que pode se constituir numa ferramenta poderosa na contribuição de percepções inovadoras que conduzem à realização de visões empreendedoras. Ao entender o processo de seu desenvolvimento e utilização, os gestores e pesquisadores podem usar a serindipidade como importante contribuição para o sucesso competitivo de uma empresa.

A história da ciência está repleta de casos que podem ser classificados como serendipismo, como as descobertas de Arquimedes (que postulou princípios elementares como o conceito da impulsão e da alavanca, entre outras descobertas importantes para a física), Alexander Fleming (descobridor da penicilina) e Nikola Tesla (cujo trabalho fundamentou o sistema elétrico utilizado globalmente), casos típicos de serendipidade, pois todos estavam preparados para o que supostamente “descobriram”.

“O acaso só favorece a mente preparada” – Louis Pasteur. Ou seja, de acordo com essa  sábia frase de Pasteur, a boa sorte depende do quanto  uma mente está preparada, e neste contexto podemos considerar tanto a parte cognitiva e racional quanto a emocional. 

Desta forma, constatamos que se você se desenvolver de forma integral e sistêmica, naturalmente sua sorte vai lhe favorecer. 

Essa ideia deu origem a um outro dito famoso: 

“Quanto mais eu trabalho, mais sorte eu tenho” – Thomas Jefferson.

Parafraseando então a professora Lucilene: serendipitia para todos!


janeiro 10, 2023

O AVENTAL DE APRENDIZ - Ir.’. Eder Avallone



A Maçonaria é uma Instituição de homens sábios e virtuosos que se consideram Irmãos entre si e cujo fim é viver em perfeita Igualdade, intimamente ligados por laços de recíproca estima, confiança e amizade, estimulando-se, uns aos outros, na prática das virtudes. 

O Avental é um legado que a maçonaria moderna recebeu da maçonaria operativa. Esta peça, que foi de tanta utilidade para o Maçom operativo, já que lhe protegia a roupa, transformou-se para o Maçom moderno numa alfaia simbolizando o trabalho do Maçom.    

Até a sua regulamentação, pela Grande Loja Unida da Inglaterra, os aventais da maçonaria inglesa assumiram os mais variados aspectos e formas. Simples peles desalinhadas de cordeiro, no princípio, os aventais sofreram uma evolução constante nos países que adotaram a instituição maçônica.

Em fins do século XVIII era grande moda enfeitar os aventais com pinturas e bordados à mão, que reproduziam a riqueza emblemática da maçonaria.

É lógico que, com a transformação da Maçonaria, de Operativa em Especulativa, os Aventais foram diminuindo de tamanho, ganhando couros mais macios e, finalmente, cores e enfeites.  

O Avental tem dimensões variadas de 30 a 35 cm por 40 a 45 cm.  O Avental do Aprendiz Maçom é branco, originalmente de pele de carneiro, com abeta triangular levantada e sem nenhum enfeite.  

O Avental do Companheiro Maçom é branco, com a abeta triangular abaixada em alguns ritos, podendo ter uma orla vermelha, significando o zelo e constância com que o Maçom prossegue no caminho do seu aperfeiçoamento.  

O Avental do Mestre Maçom é branco, com a abeta triangular abaixada, orlado e forrado de azul ou vermelho, podendo ter no meio as letras M e B também nas cores citadas.

Para frequentar o Templo nas Sessões da Loja, torna-se necessário e imperativo que ali se esteja "maçonicamente trajado", ou seja, revestidos de seu Avental. 

Insígnias e medalhas distintivas podem ser dispensados, nunca o Avental, pois o traje do Maçom é o Avental. Sem ele, é impossível a qualquer Maçom tomar parte nos Trabalhos. 

Na Maçonaria Especulativa, o uso do Avental independe da posição ou cargo exercido pelo Maçom. Além do Cinzel e do Malho, o Aprendiz recebe o Avental, sempre presente no traje maçônico. 

Esta peça tem a forma quadrada com uma abeta triangular voltada para cima, simbolizando a sua falta de conhecimento do ofício. A cor é branca para traduzir a inocência do Aprendiz. Uma vez trajando o seu Avental, o Aprendiz não é mais aquela pessoa de antes.

Tem agora gestos solenes, postura serena, porém disciplinada; e suas palavras, estando à ordem devem ser calmas e cuidadosamente pronunciadas ao defender suas ideias e posicionamentos.

As origens do Avental Maçônico podem ser encontradas dentro das antigas corporações de ofício, em especial dos "Talhadores de Pedra", que possuíam aventais de diversos formatos; em geral, feitos por um tipo de couro bastante grosso, pois sua finalidade principal era proteger aqueles que os usavam.

No simbolismo do Avental, apesar de inúmeras associações que possam ser feitas, dois aspectos são de fundamental importância e devem ser ressaltados. 

O primeiro, é que a cor branca de seu fundo só pode significar a pureza da alma e das boas intenções de um Maçom, como sendo ele o último depositário da Moral, dentro da Sociedade Moderna.  

O Avental tem que ser entendido como o Símbolo maior do trabalho, lição primeira que nos é ensinada desde o contato inicial que temos com a Ordem. Não devemos esquecer, jamais, as palavras de um Venerável Mestre, quando nos apresenta o Avental do Aprendiz!

A nossa sagrada Ordem tem sempre nos conduzido ao entendimento de que o Avental é peça fundamental dos paramentos e um símbolo tradicional do trabalho, desde os mais distantes tempos, característica daqueles que participam na construção social nas mais diversificadas atividades humanas. 

A faixa - ou "fita", também usada na Maçonaria, denota em sua simbologia a investidura da autoridade.

Sendo a Maçonaria uma ciência de moralidade e, consequentemente, de moralização social, permanentemente velada por alegorias e ilustrada por símbolos, o Avental e a Faixa, principalmente o primeiro, contemplam grande significado milenar que nos conduz aos primórdios do trabalho do homem.

Segundo o Ir.’. Gervásio de Figueiredo, em seu Dicionário de Maçonaria (Editora Pensamento), O Avental é, não apenas uma das mais antigas vestimentas simbólicas da Maçonaria, oriunda possivelmente do antigo Egito, mas uma das mais significativas peças, indispensável em qualquer ato litúrgico maçônico.

Suas diversas formas de apresentação, quando ainda no período de Aprendiz, nos mostram um somatório de cinco ângulos, em função de sua abeta levantada, indicando os cinco sentidos, através dos quais nos ligamos ao mundo material. 

Quanto às cores desse paramento e seus diversos símbolos ali presentes, nos indicarão importantes significados - um exemplo dos mais simples, embora guardando imenso valor esotérico, é o Avental do Aprendiz, representando a pureza do espírito -, supostamente atingida nesta importantíssima fase da formação maçônica.

O Avental de Aprendiz é o único adorno que lhe é permitido.  Tem a abeta levantada. Suas dimensões devem ser as mesmas do Avental dos Mestres, diz Boucher, porque na realidade, nos dois primeiros graus, o operário, ainda inábil, deve proteger-se mais ainda que o Mestre.

Oswald Wirth observa que: “encarado como insígnia honrosa, o Avental adorna o Maçom mais honrosamente que as distinções profanas”.

O Maçom deve apreciar a nobreza que implica o porte do Avental, o qual não poderia ser revestido com indiferença, sem relembrar ao portador suas obrigações de iniciado.

O Maçom não escapa, todavia, às fraquezas humanas: falta-lhe muitas vezes a instrução iniciática e não é quase informado sobre o alcance dos símbolos. 

O uso impede-lhe, no entanto, de penetrar na Loja sem estar ornamentado com o Avental, para afirmar sua renúncia momentânea aos hábitos profanos. 

Com certeza, o hábito não faz o monge e o Avental não é suficiente para disciplinar o Maçom: se o militar em uniforme não é mais o simples cidadão que era com roupas de civil, o Maçom ornamentado não é mais que no mundo profano.

O Avental não deve ser revestido levianamente. Não está prescrito, antes de cingi-lo, que se deva invocar o G.’.A.’.D.’.U.’.. Mas um exame de consciência é recomendado ao Maçom escrupuloso, já que, em presença de um irmão que lhe inspire animosidade, não deveria permitir-se usar o Avental: Não se deve entrar em loja sem nela trazer sentimentos depurados e fraternos, sem restrição.

Estritamente falando, um Maçom sem Avental não é concebível.  A expressão está, contudo em uso para designar um homem que se comporta como Maçom sem ter sido iniciado nos mistérios da Maçonaria. Trata-se apenas de insígnia que se usa em loja, não do Avental iniciático real.

O Avental de construtor espiritual não é revestido convencionalmente. É simbolizado pelo corpo que recebemos para cumprir a nossa tarefa terrestre; é o envelope de nossa personalidade, uma espécie de segundo corpo, mais misterioso que o primeiro.  

O seu papel consiste em proteger-nos durante o nosso trabalho, pois não devemos ser feridos pelos estilhaços que se despregam de nossa Pedra Bruta.

No Grau de Aprendiz, o Avental tem sido considerado como representando o quaternário tendo sobreposto o ternário.  Outros veem no triângulo formado pela abeta do Avental, a alma plantando sobre o corpo inferior.  

E quando esta abeta é baixada, posteriormente, quando o Maçom atinge o grau de companheiro, ela mostra que a alma se encontra dentro do corpo, dele fazendo o seu instrumento.

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BIBLIOGRAFIA:

CASTELLANI, José - O Rito Escocês Antigo e Aceito - História, Doutrina e Prática" - Editora A Trolha.

ASLAN, Nicola – Comentários ao Ritual de Aprendiz – Vade-Mécum Iniciático – Editora Maçônica.

CHARLIER, René Joseph – Pequeno Ensaio de Simbólica Maçônica – Edições Futuro.

janeiro 09, 2023

DIFERENÇA EXTREMA -Adilson Zotovici



Mesmo que já desgastado

Volto a esse antigo tema

Qual distingue um “iniciado”

De quem não viu a Luz Suprema


Tenho há muito propalado

Seja em prosa ou poema

Que na treva é aclarado

Quem viverá em dilema


Bruta ou polida alcunhado

Que já se tornou emblema

De pedra sempre chamado


Mas, há diferença extrema ;

Dum seixo que cinzelado

Duma bruta e rara gema !



PROSELITISMO - Newton Agrella


Do grego "prosélytus"  este substantivo quer dizer: intento, empenho de converter ou convencer pessoas, ou grupos, a uma causa, ideia, doutrina ou religião.

A Maçonaria encerra dentre seus postulados o firme combate a esse expediente.

A tentativa persistente de persuadir outras pessoas a aceitar suas crenças, em geral relativas à política ou religião, constitui-se por si só, numa atitude dogmática e de certa forma impositiva, que desvirtua a essência propositiva da Sublime Ordem, a qual garante e estimula o Obreiro a agir na liberdade plena de sua consciência para o aperfeiçoamento de sua construção interior.

O livre arbítrio das crenças, das idéias políticas e do próprio bem estar, é algo subjetivo e que deve ser respeitado em qualquer circunstância.

É de competência do Maçom, garantir essa individualidade e evitar toda e qualquer espécie de "manipulação intelectual"  no sentido de angariar obreiros para compactuar com ideologias insufladas sub-repticiamente.

É inegável que na Ordem Maçônica, invariavelmente, deparamo-nos com Irmãos, que  de maneira equivocada alimentam o proselitismo em razão do limitado entendimento da filosofia e do simbolismo contidos em sua essência e buscam disseminar essa tosca convicção, como que uma estéril "pièce de résistance".

A fé remove montanhas, mas não remove a razão. 

Numa instituição iniciática que pugna antes de tudo pela liberdade de expressão, cercear ou impor dogmas, equivale ao jugo das correntes do obscurantismo medieval.



janeiro 08, 2023

A LOJA PERFEITA - Manoel Miguel M.'.M.'.



Parece-me que o sonho de qualquer Loja Maçônica é fazer valer o que diz o Salmo 133:... “Oh quão bom e quão suave é, que os irmãos vivam em união!

É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes.

Como o orvalho de Hermom, e como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre.” ...

A elevação do grau de consciência da excelência do AMOR fraternal, descrito nas palavras acima, alcança a todos, não escapa ninguém dessa Lei Universal.

O que sair fora disso é desarmônico, prejudicial.

É a força cega que fere de morte a Loja, a filha de Sião.

A Loja unida é como um corpo: quando um padece, todos padecem; quando um chora, todos choram; quando um se alegra, todos se regozijam.

Porque nessa Loja o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre!

O óleo precioso do AMOR fraternal lubrifica as engrenagens, que deslizam sem desgaste em seu trabalho com Força e Vigor.

Como unir homens dotados de egos, vaidades, formações, conceitos, dogmas e valores tão diferentes?

É aí que começa a ficar interessante a arte de ser Maçom e viver em harmonia.

É um esforço comum a todos os membros, e que requer habilidade, comprometimento mútuo e vontade de formar um só corpo.

Antes de apreciarmos os preceitos maçônicos é importante nos conhecermos uns aos outros, trabalhar nossos pontos fortes, identificando os pontos fracos.

Como sempre digo, no mundo profano, o modelo de união se dá pela formação de grupos lapidados por terceiros, enquanto que, na Maçonaria, a lapidação é individual, contanto que cada Pedra lapidada se encaixe no corpo da Loja, antes de se encaixar no edifício social.

O maior prejuízo para uma Loja Maçônica chama-se “crítica”.

Criticar significa pegar o Malhete e sair trabalhando a Pedra do outro irmão. 

A força cega se aproveita disso e conduz a Loja à ruína. O debate é saudável para a Loja. A crítica é destrutiva.

O behaviorista B. F. Skinner, em seu livro “Science and Human Behavior”, diz que a crítica é fútil porque coloca um homem na defensiva, deixando-o em posição desconfortável, tentando justificar-se. 

Em momentos como esse, a essência do AMOR fraternal, também chamada de egrégora, se desfaz e a força cega assume o controle.

A crítica é perigosa porque fere o que o homem tem como precioso, seu orgulho, gerando ressentimentos. É o começo do fim dos relacionamentos.

John Wanamaker, um psicólogo estudioso dos relacionamentos, também escreveu: “Eu aprendi em 30 anos que é uma loucura a crítica.

Já não são pequenos os meus esforços para vencer minhas próprias limitações sem me amofinar com o fato de que Deus não realizou igualmente a distribuição dos dons de inteligência”.

Os homens deveriam fazer autocrítica. Como não o fazem, criticá-los é desafiar a harmonia em Loja.

B. F. Skinnner costumava fazer experimentos com animais, buscando compreender o comportamento destes, para depois compará-lo com o das pessoas.

Ele demonstrou que um animal que é recompensado por bom comportamento aprenderá com maior rapidez e reterá o conteúdo aprendido com muito maior habilidade que um animal que é castigado por mau comportamento. 

Estudos recentes mostram que o mesmo se aplica ao homem. O homem adora criticar.

Tem os que criticam erros de ritualística em plena sessão, atrapalhando a egrégora, criando constrangimentos, quebrando a sequência dos trabalhos, cruzando a palavra entre as CCol∴e o Or∴tudo pelo prazer de corrigir, criticar e fazer prevalecer seu potencial, seu ego e sua autoridade, quando na verdade, o que deveria prevalecer seria o AMOR.

Buscar a perfeição na ritualística é nosso dever. Mas não é prudente fazer críticas e correções em pleno serviço. É o começo do fim.             

Estudos têm mostrado que a crítica não constrói mudanças duradouras, mas promove o ressentimento.

E o que se dirá então da Denúncia Vazia??? 🤔 

Acaba deixando "outro" rei 🤴 no trono, mas sem súditos para os governar.

*É o fim do reinado.*

O combustível do AMOR e da união é o elogio.

Se algum irmão fez um trabalho e o mesmo precisa ser melhorado, seu consciente o está cobrando por melhora.

Ele sabe que precisa melhorar, não porque alguém o cobre melhoras, mas porque o seu interior, sua alma, pede por melhora.

Quando alguém o elogia após a leitura de um trabalho, gera uma crítica construtiva, pois elogiou quando dentro dele existe uma crítica.

Esse irmão se sentirá motivado a fazer mais e mais trabalhos, e, essa persistência o levará à perfeição sem que necessitasse críticas de terceiros.

Hans Selye, outro notável psicólogo que amava estudar o comportamento humano diz: “Com a mesma intensidade da sede que nós temos de aprovação, tememos a condenação”.

Na prática, não só tememos, como também não ficamos satisfeitos com críticas feitas por pessoas semelhantes a nós, com o mesmo grau de fragilidade.

A Loja perfeita elogia, sugere, estimula, confere recompensas com palavras: O VERBO. A PALAVRA. O AMOR.

Não quero com isso buscar unanimidade favorável a essa tese que defendo.

Mas tenho observado que em Lojas onde se pensa diferente, o AMOR esfriou, a harmonia desapareceu e as CCol∴da Loja estão em perigo, pois estão VAZIAS... 


janeiro 07, 2023

A CORUJA GABA O SEU TOCO - E. Figueiredo


A coruja gaba seu toco !”.- Provérbio Português

Nos debates, que se seguiram após uma palestra Maçônica, um dos assistentes perguntou se a coruja era uma símbolo Maçônico. Todos caíram na gargalhada, inclusive o próprio palestrante, que não alterou sua postura, mesmo imaginando que fosse uma brincadeira.

Apesar de não ter conexão com a palestra que havia sido proferida o palestrando deu algumas informações sobre a ave. Em tom de bastante seriedade.

Ele iniciou explicando que a coruja não é um ícone Maçônico, porém que é um símbolo milenar de sabedoria, qualidade que todos nós almejamos. Citou que cada animal tem sua característica essencial nos ensinando, através da expressão da sua natureza.

Podemos aprender muitas coisas com a coruja, pois é, uma ave fascinante.

Lembrou que a coruja é uma ave noturna Fica acordada durante a noite. Sua imagem é associada ao oculto e a alta percepção, pois, na sua jornada noturna, se guia pela claridade da Lua. Ela nos ensina a ver todos os lados de uma situação por ser capaz de girar com sua cabeça e ver tudo o que acontece ao seu redor.

A coruja tem muitos simbolismos. É uma ave feia e atrai pensamentos sobre a noite, sobre a vida, sobre mistérios e sobre filosofia. Para muitos povos, a coruja significa mistério, inteligência, sabedoria e conhecimento. Seus hábitos noturnos fazem essa criatura ser muito respeitada. Sua habilidade de ver através da escuridão, faz com que ela enxergue além dos outros, definindo assim sua capacidade de decifrar os sinais de perigo e de garantir uma boa caça, bem antes dos outros animais.

Se imitarmos a conduta da sábia coruja, entenderemos a importância de ter tal foco, sabendo ouvir e enxergar com o máximo de atenção, cautela e observação. Trata-se do poder que a coruja demonstra ter de não atacar, mas utilizar sua força em observar e agir, estar desperta, decifrando o que estaria oculto e ainda nos dá lição de humildade não voando alto mas voa, silenciosamente, longe, sendo um símbolo de ver além das ilusões.

A coruja simboliza a reflexão e conhecimento racional e intuitivo. Tais características como algumas de um legítimo Maçom. Talvez isso levasse a se pensar que a coruja poderia ser um símbolo da Maçonaria.

Os ocultistas da Antiguidade e Alquimistas Medievais associavam a coruja a um símbolo das ciências ocultas e práticas de magia. Na mitologia grega, Athena, a deusa da sabedoria e da guerra, era uma admiradora da coruja e tinha uma sempre sobre o seu ombro. No esoterismo é utilizada como arquétipo e símbolo esotérico.

A figura da coruja está associada a simbologia da magia. Em algumas religiões pagãs, essa ave é o símbolo que representa poderes mágicos e as capacidades das bruxas.

Alguns países africanos têm a coruja associada à feitiçaria.

Há um infinidade de ligações dessa ave com várias atividades, e, que a Coruja, merecidamente, faz jus a ser considerada símbolo da Sabedoria, Espiritualidade Conhecimento e Consciência. Desde a antiguidade é utilizada como ícone da Filosofia, das Ciências Ocultas e do Conhecimento Universal.

Costumamos chamar o Maçom muito estudioso de Maçom Coruja, referindo-se à lógica e à inteligência. É quem se identifica com a Coruja , uma pessoa com alta Inteligência lógica que resolverá todos os problemas. Esse tipo de personalidade Maçônica gosta de saber o que está acontecendo ao seu redor, aprofunda seu conhecimento, especialmente na área da Arte Real. A exemplo de uma coruja.

A coruja poderia representar a Maçonaria, também......



janeiro 06, 2023

IR OU NÃO NA LOJA? -


O SENTIDO IR À LOJA!

*Um  MAÇOM frequentador de uma LOJA escreveu a seguinte mensagem para um periódico:*

"Eu tenho ido à loja por 30 anos e durante este tempo devo ter ouvido umas 3.000 instruções. Mas, com exceção de uma ou outra, eu não consigo lembrar da maioria delas.  Por isso, acho que estou perdendo meu tempo e os que instruem também estão desperdiçando o deles."

Essa matéria divulgada no periódico gerou uma grande discussão resultando em uma sábia resposta de um irmão leitor,  igualmente divulgada nos seguintes termos:

"Estou casado há mais de 30 anos e durante esse tempo minha esposa deve ter cozinhado umas 9.000 refeições. Mas, com exceção de uma ou outra, eu não consigo me lembrar da maioria delas. Mas de uma coisa eu sei: todas elas me nutriram, me alimentaram e me deram a força necessária para fazer minhas atividades. Sem essas refeições, eu e nossos filhos estaríamos desnutridos, fracos, desanimados e mortos.

 Da mesma maneira, se eu não tivesse ido À LOJA para alimentar minha vida, minha alma e a da minha família, estaríamos hoje mortos espiritualmente".

janeiro 05, 2023

O SALMO DA FRATERNIDADE OU CONCÓRDIA - Roberto Ribeiro Reis


O Salmo de Davi, por Deus ungido,

Rei dos cânticos, homem aguerrido,

É bálsamo do Livro da Lei Sagrada;

Ele que, com bravura absoluta,

Unificou as doze tribos, pela luta,

Venceu Golias com uma pedrada.


Inspiração ao derrotar aos filisteus,

Venceu aos moabitas e cananeus,

E deu à Israel sua independência;

Davi transportou a Arca da Aliança,

O Monte Sião representa esperança,

Já o Moriá toda a transcendência.


O Maçom há de consagrar esse salmo,

Que lhe dá forças a seguir calmo, 

Ante o medo da noite e aflições do dia;

As bênçãos do Eterno são a sua razão,

Ele sabe o que é a barba de Aarão,

Manancial que exprime forte Sabedoria.


Qual Aarão, saibamos usar as vestes,

No Santo dos Santos, locais celestes,

Quando na presença do sagrado;

Desçam bênçãos desde a cabeça,

Atinjam todo corpo (e a luz só floresça),

Qual orvalho de Hermon abundado.


Quando os trabalhos forem abertos,

Que nossos corações estejam libertos

Das vilezas que afligem o profano;

O salmo 133 é o portal para o viés sutil, 

Viver a fraternidade, reprimindo o hostil,

Inda que a matéria desfile o seu engano.



janeiro 04, 2023

O ABRASIVO QUE AFIA O CINZEL - Charles Evaldo Boller





Sinopse: Considerações a respeito da ferramenta que afia o cinzel do maçom.

A gigantesca e verdadeira obra da Maçonaria é propiciar ao seu iniciado um lugar adequado para a modificação da personalidade, a moderação de paixões e desejos e o desenvolvimento de virtudes; numa escalada que inicia numa operação denominada: desbastar a pedra bruta.

Esta atividade consiste no trabalho, básico e rústico, de arrancar da pedra, arestas, deformidades e protuberâncias, de modo que ela possa vir a adaptar-se ao seu lugar reservado numa importante construção.

Traduzindo significa: o aprendiz recebe instrução, é dotado de ferramentas, de conhecimentos elementares, é assistido por método e simbologia próprios que, manipulados por seu intelecto, culminam em desenvolver suas capacidades racionais, intelectuais, lógicas e filosóficas nos assuntos da Maçonaria.

E estas, por sua vez, o auxiliam a subir uma escada que parte de um ambiente onde domina a matéria, e o eleva até um estágio onde ocorre a predominância do espírito sobre a matéria.

O interessante é que, o potencial adquirido com o uso da sua própria intelectualidade, dependendo de suas raízes culturais, não o precipita na geração de dogmas que possam torná-lo fanático; ao contrário, o treinamento o leva ao suave equilíbrio entre racionalidade e espiritualidade.

Gradativamente, o processo "abre portas inefáveis" até então invisíveis. Sua sensibilidade lhe revela, a cada reunião, no templo especialmente preparado para o seu desenvolvimento pessoal, onde, sob efeito de sons e incenso, ocorre sua integração com a força do maçom, um campo energético gerado pelo seu grupo de companheiros.

A vida mística e profunda da essência dos símbolos vai gradativamente revelando o que até então não enxergava. Desvelando apenas uma parte onde ele mesmo é material de construção, uma pedra que depois de trabalhada, constituirá parte integrante do grande templo moral da humanidade.

Dentre as ferramentas de trabalho do aprendiz estão o maço e o inseparável cinzel que desbastam a pedra bruta, ele mesmo. O cinzel representa o intelecto e ambos concorrem para o mesmo objetivo. É exemplo de dualismo construtivo, eficaz e positivo.

O cinzel é o símbolo do trabalho inteligente. Seguro pela mão esquerda corresponde ao aspecto passivo da consciência, à penetração, à receptividade intelectual, ao discernimento especulativo, indispensável para descobrir as protuberâncias ou falhas da personalidade. Serve de intermediário entre o homem e a natureza. Sozinho seu uso é quase nulo. Sem a ajuda do maço ele não produz muita coisa, exige participação da outra ferramenta. Assemelhado com a razão humana que, isolada, nada constrói. O cinzel carece da parte operativa, ação, força e trabalho do maço.

A lógica representada pelo cinzel torna o aprendiz independente, sem torná-lo mesquinho. Sem sua intervenção, o resultado do trabalho seria inútil, senão perigoso. A sua falta representa as soluções aprisionadas no espírito. Além de ser emblema da escultura, arquitetura e belas artes, é também a imagem da causticidade dos argumentos que permite destruir os sofismas do erro.

O cinzel é usado para o trabalho mais bruto, no alicerce de uma construção. Um trabalho básico. É o aço aplicado sobre a pedra, ambos duros, mas, a dureza do cinzel é maior, ademais, está afiado, daí sua capacidade de penetração, de corte das asperezas. Com ele corta-se fora o que o homem tem de feroz, levando-o a uma condição mais elevada diante da natureza e aproximando-o do conceito de Grande Arquiteto do Universo.

A Terra seria um deserto se os seres humanos deixassem de fazer por polidez o que são incapazes de fazer por amor, e seria quase perfeito, se cada um conseguisse fazer por amor o que só faz por polidez; isto porque, ela faz a pessoa parecer por fora, como deveria ser por dentro.

Quem não for bastante delicado e cortês não pode ser muito bom.

Cerimônias são diferentes em cada país, mas a verdadeira cortesia é igual em todos os lugares.

Assim como a cera, naturalmente dura e rígida, torna-se, com um pouco de calor, tão moldável que se pode levá-la a tomar a forma que se desejar. Também se pode, com um pouco de cortesia e amabilidade, conquistar os obstinados e os hostis.

Partindo do princípio de que uma virtude não é natural, mas uma qualidade desenvolvida ao longo do crescimento individual, do ponto de vista moral, a polidez é uma virtude. Como exemplo: o que acorreria com as quatro virtudes cardeais: justiça, prudência, temperança e coragem, se o indivíduo não é polido ou destituído de qualquer educação ou cortesia? Seriam inúteis!

Sem a educação e o respeito não há como desenvolver virtudes. E como a polidez é algo de aparente pouca importância, é neste "quase nada" que reside seu mérito. Ela pode ser definida como o caráter ou a qualidade do que é polido, da fina educação, da gentileza.

É também uma forma do discurso que indica cortesia e civilidade daquele que fala. Ao que se esforça no uso de expressões que atenuem o tom autoritário, do imperativo e outras fórmulas de etiqueta linguística.

Adicionalmente, designa o indivíduo que possui grandes virtudes e elevada cultura e conhecimento em determinadas áreas do saber.

Na luta para obter maior controle do espírito sobre a matéria, a polidez lustra o coração, de modo que revele o não visto. Sua transparência é proporcional ao quanto foi polido.

Para quem mais poliu sua sensibilidade manifestam-se mais formas invisíveis e revelam-se verdades para as quais a mais sofisticada racionalidade é impotente.

E o cinzel deve ser afiado continuamente, permanentemente, exigindo constante aporte de novos conhecimentos, para não embotar. É a Polidez, o conhecimento aprofundado de temas da vida que o afia. Afiar o cinzel significa receber fina educação, ser cortês e atencioso. E estas são atividades nas quais denodadamente deve-se investir com força, com a ação do maço, e gradativamente ir galgando a escada que leva à perfeição que pertence ao Grande Arquiteto do Universo.

Bibliografia:

1. CAMINO, Rizzardo da, Dicionário Maçônico, ISBN 85-7374-251-8, primeira edição, Madras Editora limitada., 413 páginas, São Paulo, 2001;

2. Paraná, Grande Loja do, Ritual do Grau de Aprendiz Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito, terceira edição, Grande Loja do Paraná, 98 páginas, Curitiba, 2001.

Rito: Rito Escocês Antigo e Aceito

Grau do Texto: Aprendiz Maçom.

janeiro 03, 2023

BALANÇO GERAL - Heitor Rodrigues Freire




As empresas, pessoas jurídicas de um modo geral, realizam um balanço anual no qual registram suas atividades ao final de um ano, fechando no mês de dezembro.

Tradicionalmente também, as pessoas acabam, de uma forma ou de outra, fazendo igualmente o seu balanço particular, pensando na vida sob uma perspectiva diferente, envolvidas pela mística do mês de dezembro, que por suas características enseja uma abordagem diferente.

Dezembro realmente inspira e motiva uma avaliação maior, que envolve as realizações do ano e as comemorações natalinas, que criam uma atmosfera de amor, de fé e esperança, baseadas no nascimento de Jesus, o Mestre dos Mestres, cujos ensinamentos perduram pelos séculos, orientando o comportamento dos cristãos.

Deus, com sua sabedoria infinita, de tempos em tempos e em cada lugar, suscita o nascimento de seres iluminados para transmitir Seus ensinamentos a cada povo, em cada região do globo terrestre, de acordo com as tradições próprias de cada um, para que sejam assimilados e difundidos.

A influência de cada um, a liderança nata na mobilização de uma grande quantidade de pessoas, unidas em torno de suas ideias diferencia os grandes iluminados, de um político, de um chefe comum.

A história das religiões, que marcaram a Humanidade sempre teve líderes que foram muito além das suas comunidades religiosas, influenciando pelo conjunto de valores e ações que sensibilizaram e sensibilizam ainda sociedades inteiras.

Assim foi com Hermes Trismegisto no Egito Antigo, Krishna na Índia, Moisés para os judeus, Buda no Tibete, Confúcio e Lao-tsé na China, Sócrates, Platão e Aristóteles na Grécia, Maomé na Arábia, Sêneca em Roma, Lutero na Alemanha, Allan Kardec na França – todos deixaram suas marcas perpetuadas na memória e na mente de seus seguidores. Cada um a seu modo.

Respeitando naturalmente a missão de cada um, no entanto, o maior de todos é Jesus, pois a própria história da humanidade se conta antes e depois de seu nascimento. E esse acontecimento que se comemora em dezembro – embora haja controvérsias quanto à verdadeira data de sua chegada – inspira e desperta em todos uma expectativa de mudança para melhor.

 O fim do ano é sempre um bom momento para pensarmos um pouco sobre a vida, lembrar das maravilhas que temos a agradecer e também de tudo aquilo que nunca mais voltaremos a fazer.

Toda nova etapa deve ser comemorada; ganhamos uma ótima oportunidade de eliminar tudo que já não faz sentido para nossas vidas e assim obtermos mais espaço para vivermos novas alegrias. Vamos nos cercar de pensamentos positivos e continuar a dar o nosso melhor sempre.

Mais um ano se encerra, mais um ciclo se fecha e é tempo de fazer uma retrospectiva. É tempo de olhar para trás e rever os planos que foram traçados, o caminho percorrido, as metas e objetivos realizados, e os sonhos alcançados.

Final de ano, tempo de festa e celebração, mas também tempo de reflexão, de análise e de recomeço. Do sofrimento e das lágrimas vamos guardar apenas a certeza de que sobrevivemos. Dos erros, guardemos a aprendizagem. Das dificuldades, vamos lembrar o momento da superação. Devemos sentir alegria e gratidão por mais um ano vivido e, apesar de tudo que tenha acontecido, o importante é que chegamos até aqui mais experientes, mais fortes e com mais sabedoria. Sigamos firmes em nossos propósitos.

Para a frente, para o alto e para dentro. Dando graças a Deus.