janeiro 31, 2023

POLEMIZANDO - Newton Agrella



O vocábulo “polêmica” advém do grego “POLEMIKOS”, cujo  significado é agressivo, beligerante.

Referência etimológica ainda é feita ao substantivo “POLEMOS”, que por sua vez significa ‘guerra’, "luta".

O termo no entanto, ao longo do processo histórico da língua portuguesa ganhou num contexto mais atual, o significado de contenda, ou de provocação que possa resultar em conflito de idéias, disputas e divergências nos mais diversos territórios do intelecto.

Sejam na política, na filosofia, na religião, na arte, na literatura ou em qualquer outra atividade do pensamento humano.

Cabe contudo lembrar, que a "polêmica", por si só, não se constitui numa briga, ou em qualquer ato hostil ou violento.

Muito pelo contrário, seu exercício, via de regra, se traduz como um mecanismo, ou dispositivo intelectual, que de algum modo incita o avanço do conhecimento em cada respectiva área.

A polêmica impõe a prática da argumentação e contra-argumentação no campo das ideias. 

Ela estimula o raciocínio, instiga os debatedores, e é um combustível permanente para insuflar novos pontos de vista e perspectivas diante dos  temas que podem ser objeto de mudanças.

A polêmica não se sustenta apenas como mera retórica contestadora.

Ela deve trazer consigo um consistente conteúdo  de caráter dialético para que possa se instaurar num foro de debate substantivo.

A inócua citação : "...se hay gobierno soy contra..." - não encontra eco, se não se configurar como um legítimo fundamento para discussão.

A Maçonaria por exemplo, a cada pouco, é objeto de polêmicas, protagonizadas por seus próprios adeptos, que não raro, de maneira frágil e inconsistente, buscam reinventá-la ou imprimir-lhe mudanças, que a bem da verdade, na maioria das vezes, são passivas de seríssimas ponderações, para saber se merecem crédito ou não.

De qualquer forma, reconhecer que a Sublime Ordem, tem como objetivo estimular a Liberdade de Pensamento, isto por si , não é uma condição inequívoca para quebra de paradigmas, preceitos e princípios que fazem dela, uma instituição  perene e que subsiste até os nossos dias em razão da magnitude e consistência de todo seu arcabouço e de sua essência especulativa, intelectual e espiritual.



janeiro 30, 2023

MAÇONS QUE LEEM E MAÇONS QUE NÃO LEEM - Albert Mackey

 


“No entanto, nada é mais comum do que encontrar maçons que estão em trevas totais sobre tudo o que se relaciona com a Maçonaria. 

Eles são ignorantes de sua história – eles não sabem se é uma produção de cogumelos hoje, ou se remonta a idades remotas em sua origem. 

Eles não têm compreensão do significado esotérico de seus símbolos ou suas cerimônias, e dificilmente estão familiarizados com seus modos de reconhecimento. 

E, no entanto, nada é mais comum do que encontrar tais pseudossábios de posse de altos graus e às vezes honrados com assuntos elevados na ordem, presentes nas reuniões de lojas e capítulos, intermediando com o processo, tomando uma parte ativa em todas as discussões e teimosamente mantendo opiniões heterodoxas em oposição ao juízo de irmãos de maior conhecimento.”

Albert Mackey, 1875 - (Reading Masons and Masons Who Do Not Read)

AS AMIZADES - Sidnei Godinho



Após vencida a clausura imposta pela pandemia de covid-19, lembro que escrevi sobre retomar as tradições e fortalecer as amizades. 

Aproveito o misto ideal desses temas para reproduzir partes dos textos e concitar, mais uma vez, a louvar as Amizades e consagrar as Tradições, afinal para existirem precisam se repetir constantemente... 

Ainda esta semana foram diversas confraternizações sobre ascensão profissional de companheiros na empresa e por algumas vezes empreguei a máxima: "TRADIÇÃO MANTIDA", "FAMÍLIA 👪 OMNI SEMPRE UNIDA. 

Uma simples brincadeira no grupo chama a atenção para algo deveras importante na vida: "A Amizade". 

O bem estar que se tem quando se pode compartilhar, não apenas a alegria dos acertos, mas também a decepção das derrotas. 

O ser humana não foi concebido para estar só, tanto que o Criador logo percebeu que Adão precisava de companhia e lhe formou Eva, não apenas por mulher, mas por sua "Companheira". 

A Bíblia registra diversas passagens onde ressalta o valor que tem um Amigo:

_... Há Amigos que nos são mais chegados que irmãos... 

_... Um Amigo fiel é uma poderosa proteção, quem o achou, descobriu um tesouro... 

E ainda guardo as palavras de Jesus quando se refere aos seus discípulos de forma distinta, exaltando-os como Verdadeiros Amigos:

_..."Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. 

Em vez disso, eu os tenho chamado AMIGOS , porque tudo o que ouvi de meu Pai eu tornei conhecido a vocês"... 

Um Amigo é um irmão que se escolhe e um grupo de Amigos é uma nova FAMÍLIA que se forma pela afinidade, sinceridade e Lealdade com que se identificam. 

Como ouvi certa feita, "A verdadeira amizade consiste na cumplicidade de nossos acertos e na crítica construtiva de nossos erros, pois o verdadeiro amigo é aquele que aplaude o nosso sucesso e torce por nossa vitória. Entretanto, ele também participa das derrotas e está ao nosso lado nos apoiando nos momentos difíceis". (Iran Jacob) 

Sou grato a Deus por ter vocês como meus Amigos e que esta nossa Família cresça em Sabedoria e possa amadurecer e ser forte para que as brincadeiras nunca acabem, assim como o sentimento que nos une. 

Então não desperdice o momento que o seu DEUS lhe concede! 

Celebre a Vida, A Família, Os Amigos, Os Amores... 

E que assim nos permita o Criador... 🙏 



O MODERNO É SER ETERNO - Roberto Ribeiro Reis



A ᴅᴇsᴘᴇɪᴛᴏ ᴅᴏ ᴍᴜɴᴅᴏ ᴇᴍ ᴄᴏɴsᴛᴀɴᴛᴇ ᴅᴇᴄᴀᴅᴇ̂ɴᴄɪᴀ, ᴏɴᴅᴇ ᴠᴀʟᴏʀᴇs ᴇ ᴘʀɪɴᴄɪ́ᴘɪᴏs ᴍᴏʀᴀɪs ᴛᴇ̂ᴍ sᴇ ᴇsᴠᴀᴇᴄɪᴅᴏ, sᴜʙsᴛᴀɴᴄɪᴀʟᴍᴇɴᴛᴇ, ᴏ ʜᴏᴍᴇᴍ ᴀɪɴᴅᴀ ᴘʟᴇɪᴛᴇɪᴀ sᴇᴜ ʟᴜɢᴀʀ ᴊᴜɴᴛᴏ ᴀ Dᴇᴜs.

Pᴀʀᴀ ᴇʟᴇ, ɴᴀ̃ᴏ ɪᴍᴘᴏʀᴛᴀ sᴇ sᴇᴜ ᴍᴏᴅᴜs ᴏᴘᴇʀᴀɴᴅɪ ɴᴀ̃ᴏ ᴇsᴛᴇᴊᴀ ᴇᴍ ᴄᴏɴsᴏɴᴀ̂ɴᴄɪᴀ ᴀ ғɪᴍ ᴅᴇ ᴀᴛɪɴɢɪʀ ᴇssᴇ ᴅᴇsɪᴅᴇʀᴀᴛᴏ; ᴏᴜ sᴇᴊᴀ, ᴏ ʜᴏᴍᴇᴍ ᴘᴏᴅᴇ ᴄᴏɴᴛɪɴᴜᴀʀ ᴛʀᴀɴsɢʀᴇᴅɪɴᴅᴏ ᴍᴀɴᴅᴀᴍᴇɴᴛᴏs ʙᴀ́sɪᴄᴏs – sᴏʙᴇᴊᴀᴍᴇɴᴛᴇ  ᴄᴏɴʜᴇᴄɪᴅᴏs - ᴇ, ᴀɪɴᴅᴀ ᴀssɪᴍ, sᴇɴᴛᴇ-sᴇ ᴍᴇʀᴇᴄᴇᴅᴏʀ ᴅᴇ ᴇsᴛᴀʙᴇʟᴇᴄᴇʀ ᴇssᴇ ᴄᴏɴᴛᴀᴛᴏ/ᴄᴏɴᴇxᴀ̃ᴏ ᴄᴏᴍ ᴏ sᴀɢʀᴀᴅᴏ.

Nᴇssᴇ ᴅɪᴀᴘᴀsᴀ̃ᴏ, ᴛᴇᴍᴏs ᴀᴘʀᴇɴᴅɪᴅᴏ ᴇ ᴀᴘʀᴇᴇɴᴅɪᴅᴏ ᴄᴏᴍ ᴀ Sᴜʙʟɪᴍᴇ Oʀᴅᴇᴍ ϙᴜᴇ ᴛᴇᴍᴏs ᴀ ᴘᴏssɪʙɪʟɪᴅᴀᴅᴇ ᴅᴇ ᴇsᴛᴀʀᴍᴏs ᴇᴍ sɪɴᴛᴏɴɪᴀ ᴄᴏᴍ ᴏ Eᴛᴇʀɴᴏ, ᴄᴏɴϙᴜᴀɴᴛᴏ ᴇᴅɪғɪϙᴜᴇᴍᴏs ɴᴏssᴏ Tᴇᴍᴘʟᴏ Iɴᴛᴇʀɪᴏʀ, ᴀʟɪᴄᴇʀᴄ̧ᴀɴᴅᴏ sᴜᴀs ʙᴀsᴇs ᴄᴏᴍ Sᴀʙᴇᴅᴏʀɪᴀ, Fᴏʀᴄ̧ᴀ ᴇ Bᴇʟᴇᴢᴀ.

Cᴏᴍ ᴇғᴇɪᴛᴏ, ɴᴇssᴀ ᴘᴇʀsᴇᴄᴜᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅɪᴜᴛᴜʀɴᴀ ᴘᴇʟᴏ ᴀᴘʀɪᴍᴏʀᴀᴍᴇɴᴛᴏ ᴍᴏʀᴀʟ ᴇ ɪɴᴛᴇʟᴇᴄᴛᴜᴀʟ, ɴᴀ̃ᴏ sᴏᴍᴏs  ᴄᴏᴀɢɪᴅᴏs ᴏᴜ ɪᴍᴘᴇʟɪᴅᴏs ᴘᴏʀ  ᴅᴏɢᴍᴀs ᴏᴜ ϙᴜᴀɪsϙᴜᴇʀ ᴛɪᴘᴏs ᴅᴇ sᴇᴄᴛᴀʀɪsᴍᴏs ɪᴅᴇᴏʟᴏ́ɢɪᴄᴏs ᴏᴜ ʀᴇʟɪɢɪᴏsᴏs; ᴏ ϙᴜᴇ ɴᴏs ᴅɪʀᴇᴄɪᴏɴᴀ – ᴇ ғᴀᴢ ᴅᴇ ɴᴏssᴀ Iɴsᴛɪᴛᴜɪᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴀ ᴍᴀɪs Lɪᴠʀᴇ ᴅᴇ ᴛᴏᴅᴀs – ᴇ́ ᴏ ɴᴏssᴏ ʟɪᴠʀᴇ ᴀʀʙɪ́ᴛʀɪᴏ.

Nᴇssᴇ ᴍᴏᴍᴇɴᴛᴏ,sᴏᴍᴏs ᴄᴏʟᴏᴄᴀᴅᴏs ᴅɪᴀɴᴛᴇ ᴅᴏ ᴘᴀᴠɪᴍᴇɴᴛᴏ ᴍᴏsᴀɪᴄᴏ - ϙᴜᴇ ʀᴇᴘʀᴇsᴇɴᴛᴀ ᴀ ɴᴏssᴀ ᴄᴏɴsᴄɪᴇ̂ɴᴄɪᴀ – ᴏᴄᴀsɪᴀ̃ᴏ ᴇᴍ ϙᴜᴇ ᴘᴏᴅᴇᴍᴏs ᴏᴘᴛᴀʀ ᴘᴇʟᴏ ᴄᴀᴍɪɴʜᴏ ᴇsᴛʀᴇɪᴛᴏ ᴇ ғᴀ́ᴄɪʟ, ᴏᴜ ɴᴏs ᴇɴᴠᴇʀᴇᴅᴀʀᴍᴏs ᴘᴇʟᴀ ᴠɪᴀ ϙᴜᴇ ɴᴏs ᴇɴsᴇᴊᴇ ᴀ ᴇʟᴇᴠᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴇsᴘɪʀɪᴛᴜᴀʟ.

Sᴏᴍᴏs ʟɪᴠʀᴇs ᴘᴇɴsᴀᴅᴏʀᴇs ᴇ, ʀᴇᴄᴏɴʜᴇᴄɪᴅᴏs ᴄᴏᴍᴏ ᴛᴀʟ, ᴛᴇᴍᴏs ᴀ ᴏʙʀɪɢᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴄᴏɴsᴛᴀɴᴛᴇ ᴅᴇ ᴘʀᴏᴍᴏᴠᴇʀᴍᴏs ɴᴏssᴏ ᴘʀᴏɢʀᴇssᴏ, ᴅᴇɴᴛʀᴏ ᴅᴏs ᴛᴇᴍᴘʟᴏs ғɪ́sɪᴄᴏ ᴇ ᴇsᴘɪʀɪᴛᴜᴀʟ ᴇ, ᴄᴏɴsᴇϙᴜᴇɴᴛᴇᴍᴇɴᴛᴇ, ᴄᴏʟᴏᴄᴀʀᴍᴏs ɴᴏssᴏ ᴀᴘʀᴇɴᴅɪᴢᴀᴅᴏ ᴇᴍ ᴘʀᴀ́ᴛɪᴄᴀ ɴᴏ ᴍᴜɴᴅᴏ ᴘʀᴏғᴀɴᴏ.

E, ᴘᴏʀ ᴍᴀɪs ϙᴜᴇ ᴏ ᴠᴜʟɢᴏ ɴᴏs ᴇxᴏʀᴛᴇ ᴀ sᴇʀᴍᴏs ʙᴀɴᴀɪs ᴘᴇᴄᴀᴅᴏʀᴇs, ᴇ ʟɪɢᴀᴅᴏs ᴀ̀s ғʀɪᴠᴏʟɪᴅᴀᴅᴇs ᴍᴜɴᴅᴀɴᴀs, ᴄᴏᴍᴏ sᴇ ᴀ ᴠɪᴅᴀ sᴇ ᴇxᴀᴜʀɪssᴇ ɴᴇssᴇ ᴘʟᴀɴᴏ ᴅᴇɴsᴏ ᴅᴀ ᴍᴀᴛᴇ́ʀɪᴀ, ᴊᴀᴍᴀɪs ɴᴏs ᴏʟᴠɪᴅᴇᴍᴏs ᴅᴇ ɴᴏssᴀ  ᴏʀɪɢᴇᴍ, ᴅᴏs ᴘʀɪᴍᴏ́ʀᴅɪᴏs ᴅᴀ ᴄʀɪᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ, ʟᴇᴍʙʀᴀɴᴅᴏ-ɴᴏs sᴇᴍᴘʀᴇ ᴅᴇ ϙᴜᴇ: ᴏ ᴍᴏᴅᴇʀɴᴏ ᴇ́ sᴇʀ Eᴛᴇʀɴᴏ!





janeiro 29, 2023

A REFLEXÃO E A TRANSFORMAÇÃO - Eduardo Mahon



Lendo os documentos oficiais e reconhecidos como válidos da antiga Maçonaria inglesa e francesa, percebemos a simplicidade dos ritos de lojas independentes paulatinamente sendo sufocado pela pompa de obediências das mais diversas.

As reuniões davam-se em tavernas, alugadas para a sessão.

Os símbolos eram desenhados no chão e nas paredes.

As comemorações seguiam-se ao encerramento ritualístico.

A iniciação resumia-se a um conjunto de fórmulas básicas.

Os painéis do grau eram, na verdade, pedaços de couro adornado pelos irmãos mais habilidosos, assim como a habilidade era o prumo para o ingresso na Ordem.

Na verdade, a instituição nasceu pobre e não se dava com dignidades e com a nobiliarquia que, progressivamente, foi incorporada às associações operativas.

Evidentemente, os "aceitos" introduziram uma gama de conhecimentos de origens mais diversas, confundindo o conhecimento essencialmente maçônico com tantas culturas transportadas para as Lojas, o que não pode ser considerado negativo.

Todavia, surgiu daí as mais insólitas interpretações sobre paradigmas simbólicos que deveriam, por obrigação, ser muito simples.

Esse ocultismo inculcado no imaginário europeu ganhou ainda mais força com o estabelecimento das obediências.

Deve-se rememorar que a Ordem, com seus séculos, nunca contou com Orientes centralizadores, cabalando irmãos nas localidades de forma primitiva.

Contudo, tantos Supremos Conselhos, Consistórios, e outras pequenas e grandes burocracias contribuíram por distanciar as origens dos maçons operativos, enevoando as mentes com as insígnias mais do que a finalidade última da instituição.

O grau de mestre, os graus superiores ou filosóficos, os ritos antigos e aceitos, são inovações no final de contas.

Mas o que mais chama atenção nesse mar de vaidades é o reconhecimento.

Antigamente, falar-se em reconhecimento era desconsiderar completamente a irmandade maçônica.

Hoje, o reconhecimento interno e externo fala mais alto do que o conhecimento havido pelo iniciado.

Não importa saber o que o irmão sabe, pensa, sente e externa, mas sim se a potência é ou não licenciada conforme preceitua o órgão expedidor de certificação.

Toda aquela burocracia que sufocava instituições decadentes, das quais a Maçonaria sempre se destacou, agora insiste por afogar a própria Ordem.

O objetivo dessa humilde prancha é chamar atenção de todos pela necessidade de despir-se de vaidades, de formalidades, de verdades estabelecidas em prol do resgate das práticas tão especiais que caracterizam a Arte Real. 

Humildade para reconhecer o saber alheio, para aprender conjuntamente, para não tolher o crescimento do irmão, para reconhecer como irmão quem foi iniciado, para acolher em Loja qualquer que se mostrar maçom, para abandonar os símbolos externos e internalizar o conhecimento nas atitudes do dia-a-dia.

Não gostaria de admitir a Maçonaria como trincheira para nobres, aburguesados, ou qualquer reunião que exclua os talentos de cada irmão.

Nossa Ordem não pode se pautar pela aristocracia tão cara a Templos caiados de pompa.

Não quero encontrar mestres, soberanos, ilustríssimos, sereníssimos, poderosos, sapientíssimos, quero conhecer irmãos simplesmente, porque acredito que quanto maior o mestre, menor deverá parecer.

Mas irmãos de fé, de fato e de direito, este que é filho único na família profana.

Quero sentir Maçonaria e não decorar fórmulas vazias.

Estamos irmanados para a edificação que permita a todos nossos queridos irmãos terem um refúgio, um porto seguro, braços estendidos, acolhida confortável com o carinho que os irmãos merecem.

Maçonaria se resume em AÇÃO e não em Títulos e Honrarias que deveriam ser abolidos por nunca terem existidos na concepção primaz dos Operativos.

Mais HUMILDADE.

Menos VAIDADES... 



DIÓGENES, O CÍNICO — Alessander Raker Stehling


    Diógenes, o Cínico (413 a.C. - 323 a.C.) é muito conhecido por sua vida simples, sendo retratado em muitas ilustrações como um “mendigo” vivendo em um barril. Ele rejeitou as convenções sociais, o acúmulo de bens materiais, e foi grande defensor da autossuficiência, independência e vida simples: focada na virtude e necessidades humanas. Foi grande influenciador de Michel de Montaigne e do filósofo alemão Friedrich Nietzsche — só aí já percebemos a importância deste grande pensador. 

    É dele o aforismo: “O silêncio é a maior virtude do homem.”, frase essa que gostaria de refletir — em outro contexto — com você (leitor). Percebemos que Diógenes dá grande importância ao silêncio, sendo assim, podemos nos perguntar: por que o silêncio é tão valioso?

    Mário Sérgio Cortella fala sobre a importância de se deixar um legado, uma obra no mundo. Indiferente do seu desejo de produzir ou não uma obra para a posteridade, creio que identifique a importância de realizar alguma tarefa, criar algo — nem que seja para ganhar algum dinheiro. 

    Não raro encontramos pessoas que dizem: “Eu vou fazer isso amanhã.”, ou, “Eu posso fazer isso mais tarde.”, esse adiamento de tarefas importantes é algo comum ao ser humano, chamado de procrastinação. Entretanto, notamos que as mesmas pessoas que dizem as frases acima — talvez nos incluamos — gastam o próprio tempo fazendo coisas sem importância: navegando em mídias sociais, assistindo vídeos adoidado, ou batendo papo sem propósito algum. É claro que essas coisas têm importância, mas muitos ficam presos nelas, de tal forma que não conseguem realizar nada daquilo que planejaram. 

    Notamos nisso um problema comum a todos, o excesso de estímulos (informações e distrações). E o remédio para ele também podemos encontrar: o silêncio. Neste sentido, a frase de Diógenes acima cai como luva. 

    O silêncio é de grande importância para quem quer criar/realizar alguma tarefa, pois ele nos leva à reflexão e introspecção, permitindo que acessemos pensamentos e emoções profundas que alimentarão nossa criatividade, fazendo com que concretizemos nossas intenções. É impossível imaginar alguém escrevendo um livro de fantasia em meio a um show de rock, ou um poeta acessando suas emoções ao mesmo tempo em que é interrompido pelos “sininhos” constantes das notificações do seu celular. A fórmula é simples: toda criação exige concentração, e o barulho — interno e externo — atrapalha o foco. 

    E já que falamos em barulho interno, não podemos negar que esse é o mais complicado de silenciarmos. Uma TV ou celular podemos desligar, porém, como calar o “grito” de uma mente inquieta e ansiosa? Eu, particularmente, gosto de músicas calmas (clássicas e jazz), meditação mindfulness (diariamente) e técnicas de respiração profunda. Tudo isso me permite ser influenciado pelo inconsciente, que é onde encontramos as melhores inspirações para todos os tipos de arte. Entretanto, isso não serve para todos, cabendo a você encontrar aquilo que te deixa mais concentrado e focado. 

    Concluímos que, se quisermos realizar grandes obras, temos de dar atenção ao aforismo de Diógenes, digo, valorizarmos o silêncio. Tal conselho talvez seja mais importante hoje que em sua época, devido a termos mais estímulos e consequentemente mais distrações. Sem essa atenção, talvez nos arrependamos, ao constatarmos — em idade avançada — que não produzimos nada daquilo que desejávamos. Isso talvez amplie o sentimento de vazio e fracasso, comuns a muitos da nossa espécie.



janeiro 28, 2023

ÁGAPE - Rui Bandeira



O termo "ágape" define como sendo a refeição tomada em conjunto por maçons, em regra depois, ou imediatamente antes, das reuniões de Loja.

Em circunstâncias ideais, as instalações onde decorrem reuniões de Lojas devem estar preparadas para ter uma sala, de tamanho adequado e devidamente mobilada, onde possa ser servida e consumida a refeição, e ainda local para a confecção desta.

Durante um ágape, são efetuados pelo menos sete brindes, dedicados ao Presidente da República, a todos os Chefes de Estado que protegem a Maçonaria, ao Grão-Mestre, ao Venerável Mestre da Loja, aos demais Oficiais da Loja, aos Visitantes (ou, nos ágapes brancos, às senhoras presentes) e a todos os Maçons, onde quer que se encontrem.

O ágape branco é um ágape em que estão presentes não maçons, em regra familiares e amigos. No ágape branco, o cerimonial é aligeirado ao mínimo, mantendo-se apenas os brindes.

O ágape ritual é considerado o prolongamento dos trabalhos em Loja. Nele, os Aprendizes e Companheiros têm oportunidade de exprimir as suas opiniões, relativamente aos assuntos debatidos em Loja (já que, em sessão de Loja, os Aprendizes e Companheiros devem observar a regra do silêncio, para mais concentradamente poderem dedicar a sua atenção ao que vêm e ouvem) ou colocados em discussão no próprio ágape.

Quando existem condições de privacidade que o permitam, o Venerável Mestre, no início do ágape, informa qual o tema sobre o qual todos os elementos presentes devem emitir as suas considerações, pela forma que entenderem. Seguidamente, cada um dos elementos presentes deve, à vez, levantar-se, apresentar-se e proferir uma alocução breve sobre o tema indicado. Esta rotina possibilita o melhor conhecimento mútuo de todos os membros de uma Loja (pois cada um expõe, em plena liberdade e perante a atenção silenciosa dos demais os seus pontos de vista), facilita a integração dos membros mais recentes (que verificam a prática da igualdade entre maçons e a aceitação das diferenças de opinião entre eles) e contribui para a superação do receio de falar em público de que sofrem algumas pessoas.

Quando existem condições para a refeição ser preparada e consumida nas instalações da Loja, por regra é nomeado um elemento da Loja, que fica com a responsabilidade de dirigir a preparação da refeição e do local onde a mesma vai ser consumida.

Quando não existem as condições de privacidade entendidas necessárias, o ritual do ágape reduz-se aos brindes ou é, mesmo, eliminado, servindo a refeição apenas (e já é bom!) para possibilitar a sã convivência entre os elementos da Loja.

Os ágapes em muito contribuem para a criação e o fortalecimento dos laços de amizade e solidariedade entre os maçons.


LÊNIN E A MAÇONARIA - Prof. Gabriel Campos de Oliveira








“Ainda não é possível determinar se Lênin já era maçom na década de 1890, mas ele trabalhava da mesma forma que os grupos subversivos. Os Illuminati, o Grande Oriente, a B'nai B'rith (Filhos da Aliança) e outras lojas maçônicas estavam interessados em agitar os trabalhadores para o alcance de certos objetivos “úteis”.

Importa destacar que Lênin e seus carrascos não trabalhavam para viver. Eles podiam se permitir viagens pela Europa (então mais caras do que em nossos dias) e viver luxuosamente. Esses revolucionários profissionais tinham apenas uma tarefa – agitar os trabalhadores. As atividades posteriores de Lênin mostram claramente como ele seguia a linha de Adam Weishaupt.

Várias fontes revelam que Lênin tornou-se um maçom quando viveu no exterior em 1908. Uma dessas fontes é uma investigação completa: “Da Maçonaria no Exílio Russo” de Nikolai Svitkov, publicado em Paris em 1932. Segundo Svitkov, os mais importantes maçons da Rússia eram Vladimir Ulyanov - Lênin, Leon Trotsky (Leiba Bronstein), Grigori Zinoviev (Gerson Radomyslsky), Leon Kamenev (na verdade Leiba Rosenfeld), Karl Radek (Tobiach Sobelsohn), Maxim Litvinov (Meyer Hennokh Wallakh), Yakov Sverdlov (Yankel-Aaron Solomon), L. Martov (Yuli Zederbaum) e Maxim Gorky (Alexei Peshkov), entre outros.

De acordo com o cientista político austríaco Karl Steinhauser, em sua obra “EG - Die Super-UdSSR von Morgen" ("União Européia – A Super União Soviética do Futuro”, Viena, 1992, p. 192), Lênin pertencia à loja maçônica Art et Travail (Arte e Trabalho). O famoso político britânico, Winston Churchill, também confirmou que Lênin e Trotsky pertenciam ao círculo dos conspiradores maçônicos e iluministas (Illustrated Sunday Herald, 8 de fevereiro de 1920).

Lênin, Zinoviev, Radek e Sverdlov também pertenciam à B'nai B'rith. Pesquisadores especialistas nas atividades da B'nai B'rith, como Schwartz-Bostunich, confirmam essa informação (Viktor Ostretsov, "Maçonaria, Cultura e História Russa", Moscou, 1999, pp. 582-583).

Lênin era um maçom de 31º grau (Grand Inspecteur Inquisiteur Commandeur) e membro da loja Art et Travail na Suíça e na França (Oleg Platonov, "A Coroa de Espinhos da Rússia: A História Secreta da Maçonaria", Moscou, 2000, parte II, p. 417). Quando Lênin visitou o quartel-general do Grande Oriente na Rue Cadet em Paris, ele assinou o livro de visitantes (Viktor Kuznetsov, "O Segredo do Golpe de Outubro", São Petersburgo, 2001, p. 42).

Junto com Trotsky, Lênin participou da Conferência Maçônica Internacional de Copenhague em 1910 (Franz Weissin, "Der Weg zum Sozialismus"/"O Caminho para o Socialismo", Munique, 1930, p. 9). A socialização da Europa estava na agenda.

Alexander Galpern, então secretário do Supremo Conselho Maçônico, confirmou em 1916 que havia bolchevistas entre os maçons. Posso ainda mencionar Nikolai Sukhanov (na verdade Himmer) e N. Sokolov. Segundo o testemunho de Galpern, os maçons também ajudaram Lênin financeiramente em sua atividade revolucionária. Isso foi comprovado por um conhecido maçom, Grigori Aronson, em seu artigo “Maçons na Política Russa”, publicado em Novoye Russkoye Slovo (New York, 8-12 de outubro de 1959). O historiador Boris Nikolayevsky também menciona isso em seu livro “Os Maçons Russos e a Revolução” (Moscou, 1990).

Em 1914, dois bolchevistas, Ivan Skvortsov-Stepanov e Grigori Petrovsky, contactaram o maçom Alexander Konovalov para obter ajuda econômica. Este se tornou um ministro durante o Governo Provisório.

A Rádio Rússia também falou sobre as atividades de Lênin como maçom em 12 de agosto de 1991.”

(Jüri Lina, Under the Sign of the Scorpion)

Fonte: speminaliumnunquam.blogspot.

janeiro 27, 2023

DIA DO HOLOCAUSTO

 

    Todos os anos, no dia de 27 de janeiro, a UNESCO presta homenagem à memória das vítimas do Holocausto e reafirma seu compromisso inabalável de combater o antissemitismo, o racismo e outras formas de intolerância que podem levar à violência contra grupos específicos.

     A data marca o aniversário da libertação pelas tropas soviéticas do Campo de Concentração e Extermínio Nazista de Auschwitz-Birkenau, em 27 de janeiro de 1945. 

    O Dia Internacional de Comemoração em Memória das Vítimas do Holocausto foi proclamado oficialmente pela Assembleia Geral das Nações Unidas em  novembro de 2005.

    O Holocausto afetou profundamente os países nos quais os crimes nazistas foram perpetrados, com implicações e consequências universais em muitas outras partes do mundo. 

    Os Estados membros compartilham a responsabilidade coletiva de lidar com o trauma residual ao manter políticas eficazes para lembrança dos acontecimentos, ao cuidar de locais históricos e ao promover educação, documentação e pesquisa

A QUESTÃO DO USO - Heitor Rodrigues Freire


Desde o princípio, tudo que existe já foi criado. Já é.

O que acontece é que o conhecimento de tudo foi sendo paulatinamente apreendido pelo ser humano. O ser humano é um ser em construção. Na medida em que cada um se conscientizar disso de forma continuada, estando presente, a coisa muda, porque começa o aprendizado.

O homem foi dotado por Deus de muitos atributos para se desenvolver e contribuir com sua inteligência, capacidade e compromisso com a evolução da humanidade, como a consciência e o discernimento. Os demais foram sendo adquiridos, como a fé, a esperança, o amor, a gratidão, o desapego, a vontade.

A fé, que não é crença, é fidelidade, deve, naturalmente, ser confirmada pela coerência entre o que se diz e o que se faz. Caso contrário, ela não faz sentido. A esperança – que não morre nunca –, é o fator de alimentação permanente da fé.

De um modo geral as pessoas procuram algo grandioso, algo espetacular, e não enxergam o óbvio. É preciso ver o óbvio e nele descobrir as nossas raízes, usando o discernimento – o primeiro passo na evolução espiritual – para encontrar o sentido daquilo que parece complexo, mas, que na realidade, é simples. E para isso é necessário entender que a pressa, a preguiça e a pressão, associadas à arrogância e ao interesse, não nos levam a lugar nenhum, pelo contrário. O óbvio é viver no presente, sem nos preocupar com o passado e sem temer o futuro, porque este é construído a partir do agora. O óbvio é a simplicidade, gerando o despertar da consciência.

Outro ponto a destacar e que é fundamental é o cumprimento daquilo que se prometeu. Ninguém é obrigado a se comprometer, mas feito isso, obriga-se pela palavra ao seu cumprimento.

A partir do momento em que se entende o poder e o significado da palavra, se sente, inicialmente, uma frustração decorrente do tempo desperdiçado e que não volta, mas quando se compreende verdadeiramente, podemos dizer à semelhança de Chico Xavier: “Não podemos mudar o começo, mas podemos fazer um novo fim”.

O amor, também como descoberta, é a maior força do universo. Ou seja, em outras palavras, o coração (sentimento) é muito mais forte do que o pensamento. E na medida em que aprendermos a usar a energia do coração, poderemos conquistar tudo o que quisermos.

Durante muito tempo houve a prevalência do pensamento sobre o sentimento, ou da razão sobre a emoção. Quando se entende isso, ou seja, a prevalência do sentimento, do amor, sobre o pensamento, tudo começa a mudar.

O coração, o altar da consciência, é o principal gerador de campos elétricos e magnéticos do corpo humano: é milhares de vezes mais poderoso do que o cérebro, ou seja, o amor é a força mais poderosa do universo. Os monges, nos mosteiros do Tibete, confirmam isso, que descobriram há milênios. A manifestação do amor nos conduz à gratidão.

Assim chegamos à conclusão de que o sentimento é mais forte e importante do que o pensamento. Agora, quando a isso se acrescenta a vontade – mais uma descoberta –, esta faz com que o sentimento e o pensamento atuem de forma trina, conjunta, sistemática e contínua.

O ser humano começa a despertar e a se conhecer, aprendendo a utilizar todos os mecanismos que o Pai Altíssimo colocou a seu dispor desde o princípio.

Tudo vai depender do que se aprende, e, principalmente, do que se entende e se pratica, da continuidade, porque sem continuidade não há progresso permanente e eterno, o que acaba gerando uma transformação no ser. E leva ao desapego, à libertação de tudo.

No meio de tudo isso, temos que vencer o ego que, teimosamente, coloca dúvida em tudo, exatamente para nos tirar do caminho da evolução, gerando a preocupação com a falha, criando uma insegurança que, muitas vezes, acaba prevalecendo, colocando todo o trabalho anterior em perda.

Assim, se não colocarmos em uso o que aprendemos, de nada adiantará todo o esforço realizado. 

A lei de uso determina que o conhecimento e a riqueza devem circular. É uma lei cósmica eterna e permanente. Essa lei foi postulada por Hermes Trismegisto, que viveu no Egito Antigo e legou para a humanidade todo um conjunto de conhecimento e sabedoria. 

Enfim, sabendo usar, não vai faltar!


A DUALIDADE DAS COISAS - Newton Agrella


Como definição clássica sabemos que a Dualidade é a propriedade ou caráter do que é duplo, do que é dual, ou que contém em si duas naturezas, duas substâncias ou dois princípios.

Assim sendo, podemos inferir os seguintes lados das coisas:

O universo é masculino.

A universalidade é feminina.

O bem e o mal são masculinos.

A bondade e a maldade são femininas.

Dentre as infinitas conjecturas  formais que compõem a alma humana, a Vida nos coloca diante de incontáveis  dicotomias.

O raciocínio e a emoção.

A sabedoria e o conhecimento.

A matéria e o espírito.

Essa Dualidade que atrai e separa é o que faz o ser humano tão perfeito em sua imperfeição.

O processo de evolução é infinito, mas nossa existência física conhece um fim que nos impede até segunda ordem, de interpretar o que vem adiante.

Toda tentativa de aperfeiçoamento esbarra em obstáculos que lemos como um ponto de interrogação.

O amanhã que será um hoje, logo após um sinal do tempo se tornará ontem.  

E nem por isso deixamos de cultuar o Tempo como o senhor dos nossos destinos.

Hoje, Amanhã ou Ontem terão sempre o mesmo valor cíclico, porque o universo que nos circunda e a universalidade que nos contém são rigorosamente únicas em nosso Pensamento.


QUANDO COMEÇA A INICIAÇÃO? - Sérgio Quirino Guimarães









O homem desde os primórdios da criação de sociedades que uniam pessoas com o mesmo propósito, criou cerimônias para a introdução de um novo membro em seu quadro de associados. Estas cerimônias visam além de apresentar o novo membro, passar para ele os princípios, a cultura e as diretrizes do grupo que agora ele fará parte.

Como exemplos temos o batismo (iniciação à cultura religiosa), casamento (iniciação à vida conjugal), formatura (iniciação à vida profissional) e na Maçonaria temos a Iniciação ao Grau de Aprendiz Maçom.

A Sessão Magna de Iniciação tem a função de "Rito de Passagem", onde o candidato deverá passar por atividades que lhe causem mudanças de estado moral e espiritual, deixando para trás o mundo profano e entrando em sintonia com os preceitos da Sublime Ordem.

Para que isto ocorra é mister que toda a Oficina esteja preparada para a grandiosidade da sessão; recordemos que o candidato terá apenas três sentidos para captar todas as mensagens subliminares que serão passadas. É importantíssimo a teatralidade, é pelo drama ritualístico que marcaremos no âmago do ser valores que às vezes conscientemente ele não captou, mas seu espírito e alma também foram iniciados.

A iniciação não começa após a abertura dos trabalhos pelo Venerável Mestre, cabe ao padrinho preparar o afilhado com antecedência. A Maçonaria é envolta de mil crendices que atrapalham em muito o relaxamento e a estabilidade emocional do candidato, é função do padrinho esclarecer todas as dúvidas, ele não pode contar o que acontece na sessão, mas deve dizer o que não acontece.

Também deve o padrinho procurar saber como anda a saúde do candidato e suas condições físicas, exemplo: hipoglicemia (lembremos que ele vai ficar horas sem se alimentar); labirintite (ele pode perder o equilíbrio conforme o movimento que for feito com ele), artrites ou cirurgias que o impeça de fazer alguma coisa; tudo isto deve ser levado à Loja para que haja a devida adaptação na ritualística e não quebre a egrégora formada.

Cabe também ao padrinho alertar ao candidato que ele deve cuidar da higiene do corpo; já presenciei uma iniciação em que o candidato estava profundamente constrangido por conta do tamanho das unhas do pé, ele ficou mais preocupado em esconder o pé do que ouvir o ritual.

Na noite que antecede a reunião, deve o candidato antes de deitar fazer suas orações e agradecer pelos dias já vividos, pois na noite da iniciação antes de se deitar ele deve ter em seu interior a paz e a felicidade para orar pedindo muitos dias de vida para colaborar na obra do GADU, pois a ele foi revelado a V∴L∴.

A intenção deste pequeno artigo é despertar em você a vontade de saber um pouco mais sobre o assunto, fazer uma pesquisa e quando ela estiver pronta, levar para sua Loja enriquecendo nosso Quarto de Hora de Estudos. Lembrem-se, todos nós somos responsáveis pela qualidade das Sessões Maçônicas.

janeiro 26, 2023

INICIADO E NÃO INICIADO - Adilson Zotovici


Há um ato alvissareiro

Ufano e Consagrado

Que se entrega por inteiro

O profano convidado


Que levado ao canteiro

Por um bom irmão guiado

Livrado do seu cativeiro

De “iniciação” chamado


Nessa sessão, que um luzeiro,

Com decisão revelado

Ao novo pulcro cavaleiro

D’Arte Real fulcro velado


Inda assim há o interesseiro

Que diverge do interessado

Converge a infiel escudeiro

Que não entendeu o jurado


Desobrigado, fiteiro

Mas pelo processo passado

Qual jamais será obreiro

Vez que a Luz não alcançado


Surge então mau companheiro

Na ocasião dissimulado

Que se diz livre pedreiro

Mas um infeliz.. ”não iniciado” !