março 23, 2023

A ABÓBODA CELESTE NO REAA - Antonio Rodiguero



I – RITUAIS DO R∴E∴A∴A∴ 

RITUAL DE 1804 

“A Loja tem a forma de um quadrado longo, se dirigindo de oeste para leste, arredondada ao fundo, recoberta de uma abobada, onde estão espalhadas estrelas sem nome,"

RITUAL DE 1904 

“o tecto figura uma abobada azulada, com estrelas formando um grande numero de constelações."

RITUAL DE 1927 (Mario Behring)

“O tecto do Templo representa o céo. Do lado do Oriente, um pouco ..............No centro do tecto, três estrelas da constelação de Orion. Entre estas e o nordeste, ficam as Pleiades, Hyadas e Aldebaran; a meio caminho, entre Orion e o nordeste, Regulus, do Leao; ao Norte, a Ursa Maior; a Noroeste, Areturus (em vermelho); a Leste, a Spica, da Virgem,; a Oeste, Antares; ao Sul, Fomalhaut. No Oriente, Jupiter,; no Ocidente, Venus; Mercurio, junto ao Sol e Saturno, com seus satélites, próximo a Orion.

As estrelas principais são: 3 de Orion; 5 Hyadas e 7 das Pleiades e Ursa Maior. As estrelas chamadas reaes são: Aldebaran, Arcturus, Regulus, Antares e Formalhaut."

II – INTRODUÇÃO

A Abobada Celeste com seus astros e estrelas tem a função mística destinada a produzir energia e contemplação. 

Assim, o teto do templo maçônico é confeccionado em forma de abóboda ou céu com a cor azul celeste predominante na qual figuram os astros e as estrelas que mais ferem a imaginação do homem. Sabemos que, normalmente, o céu é escuro, sendo o tom de azul o efeito da luz do sol, por isso com o movimento de rotação da terra temos o dia e a noite. Convém salientar que não são quaisquer astros ou qualquer disposição, mas sim determinados astros e numa posição previamente estudada e preparada.

A palavra céu vem do latim “caelum” ligado também ao ar, espaço livre, atmosfera. Na verdade o céu é a parte física que vemos, e o firmamento do latim “firmamentum”, onde pela nossa crença de cada um, imaginamos ser a morada dos deuses e anjos.

III – A ABÓBADA CELESTRE NOS TEMPLOS MAÇÔNICOS

Cada astro e estrela, uniformemente disposto na abobada celeste, representam funções e possuem valores místicos próprios, sendo que, no templo destinado á pratica do R∴E∴A∴A∴ existem com 35 (trinta e cinco) astros, cuidadosamente escolhidos, colocados em posição geométrica apropriada, os quais regem os cargos em Loja.

1. SOL - A luz do céu da Loja, representando o Ven∴ M∴ Colocado no oriente e no eixo da Loja. 

2 - LUA - Selene rege o Primeiro Vigilante. 

3 -STELLA PITAGORIS - A estrela Virtual ou Estrela Flamejante, colocada sobre o altar do Segundo Vigilante. (O Homem, Deus, Cristo, Buda ou mesmo Hércules, o iluminado que transcende a condição humana. 

4 – SATURNO com seus satélites - É o sexto planeta e o segundo em tamanho, possui três anéis na altura do Equador e mais quinze satélites, dos quais só nove eram conhecidos na época em que os rituais foram escritos. Na Loja, Saturno é representado com seus três anéis e seus nove satélites, exatamente sobre o centro geométrico do ocidente. Saturno rege a cadeia de união. Os seus três anéis representam os Aprendizes, os Companheiros e os Mestres Maçons. Os nove satélites representam os nove cargos: Venerável Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, Secretario, Orador, Tesoureiro, Chanceler, Mestre de Cerimonias e Guarda do Templo. 

5 – MERCÚRIO - Símbolo da astúcia, protetor dos viajantes e dos comerciantes. Identificado como Hermes dos gregos, era filho de Maia e de Zeus (Júpiter) de quem recebeu o encargo de mensageiro dos deuses. Carregava um bastão com duas serpentes enroladas (Caduceu) símbolo da paz, (Harmonia e Forças Opostas). É o menor e mais rápido dos planetas, e também o primeiro e o mais próximo do Sol e por isso representa o Primeiro Diácono.

6 – JÚPITER - Era Zeus para os gregos. O maior planeta do sistema solar era o guardião do Direito, o defensor do Estado, protetor das fronteiras e do matrimônio. Júpiter é o astro regente do ex-veneravel e por isso fica no Oriente.

7 – VÊNUS - É o segundo planeta e o mais próximo da Terra. Surge sempre próximo à Lua (Primeiro Vigilante) e é o astro regente do Segundo Diácono. Conhecido ainda hoje como "Estrela Vésper", a primeira a aparecer no céu, Vênus era o "Mensageiro do Dia", anunciava a hora de começar e de encerrar o período de trabalho.

8 – ARCTURUS - Estrela Alfa da constelação de Bootes. Por sua posição junto à Ursa Maior é conhecida como a "guardiã do Urso" e correspondente ao cargo de Orador, guardião do Oriente. Sua posição é em cima da grade do Oriente.

9 – ALDEBARAN - Estrela Alfa da constelação de Touro, as quais pertencem as Plêiades e as Hyades. Na abóbada maçônica rege o cargo do Tesoureiro.

10 – FOMALHAUT - Alfa Piscis Austrinis - em latim significa peixe do sul, é aqui uma correlação com a coluna zodiacal dos peixes. Fomalhaut é uma palavra árabe que significa "a boca do peixe do sul", o que se aplica ao cargo de Chanceler.

11 – REGULUS - Alfa Leonis é a estrela mais brilhante na constelação de Leão. Na Astrologia, Regulus sempre manteve posição de comando. Ela dirige todos os trabalhos do paraíso. Foi Nicolau Copérnico quem a batizou com o nome Regulus, que significa "Regente". Correspondente ao cargo de Mestre de Cerimônia.

12 – SPICA - Alfa Virginis, em latim, "a Espiga", é a estrela gerente do cargo de Secretário. Por outro lado, os primitivos instrumentos de escrita usados pelos gregos e romanos não eram penas, mas canetas feitas de caules ocos de vegetais chamadas de "Spícula".

13 – ANTARES - Alfa Scorpii, a estrela vermelha gigante. Durante muitos séculos, a maior estrela conhecida. Às vezes confundida com Marte, razão do grego chama-la de "O Rival de Marte". Tanto Antares como Marte, são vermelhas e, ocasionalmente, aparecem próximas. Por essa razão, Antares é conhecida como o astro regente do Guarda do Templo.

Existem, ainda, representadas na Abobada Celeste do Templo Maçônico, quatro grupos de estrelas pertencentes a quatro constelações, sendo elas: 

1. ORION - Constelação equatorial é formada por quatro estrelas brilhantes com uma linha de três estrelas que formam o "Cinto de Orion" e são popularmente conhecidas como "as Três Marias" ou "os Três Reis Magos". No Teto do Templo só são representadas as três estrelas, porque representam a idade do Aprendiz, que ainda não tem o domínio do espírito sobre a matéria. Na tradição árabe mais antiga, Orion era chamada de "A Ovelha de Cinto Branco" e o avental de Aprendiz era feito, na sua origem de pele de carneiro. As três estrelas de Orion são regentes dos Aprendizes.

2. HYADES ou HÍADAS. É o notável grupo de cinco estrelas formando a ponta de uma flecha na constelação de Touro. As Híadas são as regentes dos Companheiros.

3. PLÊIADES - É um outro grupo de estrelas da mesma constelação de Touro. São também conhecidas como "As Sete Irmãs". Elas regem os Maçons, a paz, plêiade de homens justos.

4. URSA MAIOR -. É considerada a constelação mais antiga. No teto da Loja são Representadas as sete estrelas mais importantes que formam a "Charrua". A última estrela da cauda da Ursa Maior éALKAID, também conhecida como BENETNASCH;ambos os nomes fazem parte da frase árabe "QUAID AL BANAT AD NASCH", que significa "A Chefe dos Filhos do Ataúde Mario". Este nome provém da concepção árabe mais antiga, que representava a Ursa Maior como um caixão e três carpideiras. Esta interpretação interessa à Maçonaria, pois a representação egípcia coincidia com a arábica, de um sarcófago (de Osíris) e sua viúva (Isis) e o filho da viúva (Orus) em procissão fúnebre.

Ao todo contamos 35 (trinta e cinco) astros existentes na ABOBADA CELESTE DO TEMPLO MAÇONICO, ressaltando a ausência do planeta Marte, o qual para os gregos era o deus da guerra e, como tal, não poderia figurar entre aqueles que buscam a paz e a harmonia universal, por isso foi para o átrio, o reino profano dos tumultos e das lutas. 

Por essa interpretação, Marte tem a incumbência de "cobrir o Templo", sendo o astro do Cobridor Externo, enquanto, do lado de dentro do Templo foi colocado Antares, do Cobridor Interno, para garantir a fronteira entre o mundo iniciático e o profano.

IV – CONCLUSÃO

Poderíamos concluir afirmando que, esse céu representado em nossos Templos é o do Hemisfério Norte. Sim, é verdade, no Hemisfério Sul o nosso maravilho céu é diferente, entretanto, a origem de nosso Rito nos leva ás belezas vislumbradas e estudadas pelos nossos valorosos irmãos que nos antecederam e a eles devemos nosso respeito e gratidão.

Assim, a Abobada Celeste existente nos Templos Maçônicos preparado para a prática do R∴E∴A∴A∴, estejam eles no Norte ou no Sul, se caracteriza numa gigantesca e inesgotável fonte de pesquisas e estudos, razão de nos levar as mais brilhantes viagens mentais, ou mesmo, de forma simples, vibrarmos unidos em contemplação do belo firmamento a nos elevar espiritualmente.

Bibliografia: 

1. Ritual de Aprendiz Maçom, do R∴E∴A∴A∴, de 1804, 1904 e 1927;

2. Astronomia na Maçonaria, do Blog Luz do Universo 1953;

3. A Origem da Maçonaria – David Stevenson – Editora Madras

4. O Firmamento, o zodíaco e a abobada celeste, brilhantemente exposto no blog do Mestre Maçom da GLMDF, Irmão Jose Roberto Cardoso (joseroberto735.blogspot.com.br).

Trabalho produzido pelo Mestre Maçom, Cadastro 2554-GLMDF, Antonio Rodiguero, o qual autoriza a reprodução e divulgação, desde que, seja mantida a integralidade do texto.

março 22, 2023

O PERFIL DO CANDIDATO À MAÇONARIA - Alvaro Germani



Acreditamos que o tema proposto é um dos assuntos mais delicados e polêmicos que existe na Maçonaria. Trata-se da porta de entrada da Fraternidade:

- Que tipo de pessoas vamos trazer ou aceitar ao nosso convívio?

- Que expectativas geramos sobre essas pessoas e até onde o comportamento delas na vida profana poderá intervir positiva ou negativamente dentro da Fraternidade Maçônica?

- Podemos cobrar expectativas baseadas no nosso perfil comportamental sem nenhuma combinação prévia? E, nesse caso, será que nós atendemos as expectativas da Fraternidade?

- Qual o perfil ideal? Ele sempre foi o mesmo e permanece imutável?

São perguntas que certamente não temos uma resposta definitiva, mas tentaremos, com a ajuda dos Irmãos buscar alternativas mais adequadas.

Primeiramente devemos levar em conta que, mesmo sendo a Maçonaria uma Fraternidade conservadora, alicerçada em usos e costumes, se faz necessário que ela acompanhe a evolução da Humanidade e procure também modernizar seus conceitos, não só quanto a suas ações, mas também quanto ao perfil daqueles que a compõem.

Entendemos que a maior mudança pela qual passou o perfil do candidato à Maçonaria data do ano de 1717, quando (oficialmente) passou de Operativa para Especulativa.

A Maçonaria Operativa, cujo nome vem do latim “opera”, que significa trabalho, era uma corporação de pedreiros que percorriam diversos países imbuídos na construção de grandes edificações, geralmente a serviço de monarcas ou autoridades eclesiásticas. O perfil para ingressar nessa corporação era o de ser conhecedor da arte de construir. Por esse motivo também era conhecida como Maçonaria Profissional. Com o início da reforma de Lutero em 1517, a Igreja Católica se divide e enfraquece, perdendo seu poderio econômico, seguindo-se das guerras religiosas que inibem sobremaneira a prática de erguer grandes construções para homenagear o Criador. Esta nova situação que atingiu as corporações de pedreiros livres, fez com que os Irmãos da Maçonaria Operativa se reunissem para avaliar o rigorismo do perfil daqueles que quisessem entrar na Fraternidade Maçônica.

Surge então a Maçonaria Especulativa, cuja raiz deste termo “spec” significa mirar, espelho. Daí temos que a Maçonaria Operativa, com perfil de quem operava, fazia obras materiais, enquanto que o novo perfil na Maçonaria Especulativa, mirava, contemplava, pensava, erguia obras espirituais.

Outra grande mudança de perfil refere-se ao cidadão fisicamente incapacitado. Até pouco tempo, o 18º Landmark de Mackey era rigorosamente cumprido, barrando o acesso à Fraternidade de qualquer candidato que possuísse defeito físico. Hoje, sabe-se que a busca da perfeição moral é para nós muito mais importante que a perfeição física.

Atualmente, acreditamos que as Lojas devam estar preparadas para buscar na sociedade elementos que preencham requisitos dentro de valores, levando em conta princípios como moral e ética, considerando as mudanças econômicas e sociais. A tecnologia e o fácil acesso às informações permitem que o cidadão possa se qualificar, requisito que vemos como indispensável para quem quer pertencer a uma Fraternidade atuante.

Dito isto, pergunta-se: - Existe uma fórmula para traçar o perfil ideal do candidato?

Que ele seja livre e de bons costumes.- Mas que costumes?

- Será que o que é bom para ele, será também para nós, ou vice-versa?

Acreditamos que, poucos contatos, quer em sindicância ou quer em eventual encontro, são insuficientes para avaliar o perfil de um candidato. Existem pessoas que sabem se vender muito bem, quando, na realidade, não são tudo aquilo que ostentam. Em nossa atividade profana, podemos constatar inúmeras vezes esse acontecimento, porém, na Maçonaria não existe o estágio comprobatório. Uma vez Iniciado, o Neófito ingressa na Fraternidade e acerca-se dos seus mistérios e ritualística.

No nosso entendimento a mais fidedigna informação sobre o candidato deve partir do relato do seu proponente. Este irmão “nunca deverá propor a Loja uma pessoa de cuja probidade não tenha certeza absoluta”. Ele será seu Garante, padrinho e fiador, sendo que, uma vez aceito o candidato, o padrinho deverá monitorar toda sua caminhada maçônica até tornar-se Mestre Maçom. Seu compromisso com a Loja é tão grande que em alguns Ritos – citamos o Schröder – na Iniciação, ainda com o candidato no lado de fora do Templo, o Venerável Mestre pergunta: “Quem se responsabiliza por ele?” e a resposta deve ser confirmada pelo Garante (padrinho) dentro do Templo, só aí é dado ingresso ao candidato. Em algumas Lojas na Alemanha antiga se alguém indicasse um candidato que não correspondesse às expectativas da Loja, esse irmão sofria severas sanções.

Sem dúvida o apresentador é quem mais conhece a respeito do candidato. Ele deve estar ciente que a Maçonaria não foi criada apenas para amigos se encontrarem. Deve saber que o indicado tem que possuir afinidade com a Fraternidade Maçônica, possuir capacidade de colaborar com a Fraternidade, integrar-se e submeter-se a um conjunto de normas que se obrigará a respeitar.

O proponente conhece a Fraternidade, conhece sua Loja e conhece seu candidato, deve avaliar se a sua Loja é a mais adequada para seu apresentado. Não deve deixar que parcerias profanas, por mais agradáveis que sejam, o deixem influenciar em sua decisão. 

Discordamos de algumas opiniões que sustentam o fato de que algumas Lojas já possuem excesso de Irmãos de determinadas profissões e que isso venha a atrapalhar. É perfeitamente normal que as pessoas procurem seus pares para seu convívio. O que deve ficar bem claro é que o convite é para ingressar na Maçonaria e não num clube social. O proponente, em seu convívio com o candidato - que não deve ser recente - deve avaliar o grau de compromisso dessa pessoa e se o mesmo tem capacidade moral, econômica e intelectual para frequentar nossa Fraternidade. 

Em contrapartida, nossas Lojas têm a obrigação de preparar nossos Mestres para que os mesmos possam avaliar o perfil dos candidatos que eles venham a convidar. Somente com maturidade maçônica pode-se saber se um elemento se identifica com a Fraternidade ou não. Passa por essa maturidade também o fato de, em não aceito seu indicado por justificados motivos, nenhuma mágoa deve permanecer com relação aos irmãos do quadro. 

Nesse particular, embora aceita pela Fraternidade Maçônica, discordamos que um Aprendiz possa indicar um candidato através de um Irmão Mestre. Cremos que o Aprendiz ou Companheiro ainda não possui a maturidade que falamos anteriormente.

O exemplo deve partir de cima. Devemos abolir definitivamente a caçada a candidatos ou competições de padrinhos, quer seja para criar status, quer para reforçar o caixa da Loja.

Quanto à sindicância, deve sim ser feita, mas nunca com o objetivo de confrontar informações já trazidas pelo Irmão que indicou o candidato. Ressalta-se a importância da conversa com a esposa do candidato para saber de sua concordância e se está ciente que, se aceito, seu esposo terá que se ausentar quando tiver trabalhos maçônicos.

Muito se tem questionado se o candidato deve saber que será investigado e quais as informações que deve receber sobre Maçonaria.

Mais uma vez louvamos o sistema adotado pelo Rito Schröder que possui nos seus Usos e Costumes originais uma sessão Branca Especial a campo, chamada de Noite dos Convidados.

No mínimo uma vez por ano em um local predeterminado, geralmente na antessala do Templo (Sala dos Passos Perdidos) ou no salão de ágapes, são recebidos prováveis candidatos convidados por Irmãos do quadro ou de outras Lojas. Após uma invocação ao G.A.D.U., o Venerável se apresenta como presidente da Loja e saúda os visitantes. Passa então a palavra aos presentes que farão uma breve apresentação. Com o início dos trabalhos, é lido um texto previamente elaborado sobre O Que é a Maçonaria, em seguida os convidados são estimulados a fazer perguntas. O Venerável Mestre coordena quem dará a resposta a cada pergunta.

Também é esclarecido aos visitantes sobre a parte administrativa da Loja, sindicâncias e outras informações que se fizerem necessárias.

Após, os visitantes são convidados para o ágape, onde os Irmãos mais experientes procuram acercar-se dos mesmos sempre com o intuito de colher mais informações.

Este costume, original do Rito, consta no Ritual do Rito Schröder homologado pela M.R.G.L.M.E.R.G.S., sendo aplicado por Lojas Schröder da Jurisdição.

Finalizamos afirmando que é fundamental sabermos quem estamos trazendo para a Fraternidade. Tenham em mente, meus Irmãos, que aqueles que hoje são aceitos para “Ver a Luz”, serão nossos Irmãos não só para conviver conosco, mas também poderão vir a ser os dirigentes da nossa Fraternidade no futuro.


Ir. Álvaro Germani, ex-V. M. da C.B.A.R.L.S.”Concordia et Humanitas”, Nr. 56 – Rito Schröder. Colégio de Estudos do Rito Schröder

BIBLIOGRAFIA:

- Uma Visão Introdutória da Maçonaria Operativa e da Maçonaria Especulativa, Iniciática, Moderna ou Simbólica. Ir. Augusto Nibaldo da Silva Triviños – M.M.

- A Iniciação – Ir. Guido Bakos – P.M.

- Fisicamente Incapacitado – Ir. Kurt Max Hauser – P.G.M.

- Pedra Bruta Sim, Porém Escolhida – Ir. Hans Adolf Ruy Sailer – P.M.

- O Que é Noite de Convidados do Rito Schröder – Ir. Rui Jung Neto – P.M.

- A Importância do Padrinho no Rito Schröder – Ir. Rui Jung Neto – P.M.

- O Que é a Maçonaria – Tradução e Adaptação Ir. Kurt Max Hauser – P.G.M.

- Ritual do Grau de Aprendiz Maçom do Rito Schröder – G.L.M.E.R.G.S

- Depoimentos pessoais – Ir. Kurt Max Hauser – P.G.M.

- Mensagens de Irmãos Grupos Mestre/Maestro e Schröder

PEDREIRO LIVRE (FREE MASON)




Qual seria a origem desse nome? Quando, onde e por que foi dado?

Algumas supostas respostas, dadas a seguir, foram baseadas no conteúdo do livro do Ir∴ Bernard Jones - “The Freemason’s Guide and Compendium”.

Na verdade, muitas explicações são dadas sobre esse assunto. O que se sabe é que nos tempos das construções das Catedrais, os Maçons eram divididos em duas categorias: os maçons “rústicos”, quebradores de pedras, que extraiam os blocos e davam uma preparação preliminar aos mesmos, e os “especialistas” cujo trabalho era o de “acabamento” das referidas pedras, dando corte, formato e acabamento conforme o requerido na etapa final da construção.

Esses últimos eram os mais qualificados do grupo de Maçons. Podemos dizer que eram verdadeiros artistas na arte de acabamento em pedras. Estes maçons é que foram chamados de “Freemasons”. Aparentemente esse nome foi usado nos primórdios dos Operativos.

Bernard Jones esclarece que a palavra “free” tinha muitos significados e é difícil precisar qual deles foi utilizado no termo “Freemason”. Três deles serão dados a seguir:

“Free” pode indicar a pessoa que era imune a leis e regras restritivas, particularmente com a liberdade de ir e vir para diversos lugares, conforme a necessidade do seu trabalho.

Muitos Maçons de hoje acham que o termo foi aplicado originalmente, àquele fisicamente livre, que não era servo, muito menos um escravo.

O “Freemason” seria talvez aquele que trabalhava na pedra livre (free stone) que é um tipo de pedra calcárea, fácil de manusear, não muito dura.

Fonte: Pilulasmaconicas

março 21, 2023

SUCINTA REFLEXÃO SOBRE O ANO NOVO MAÇÔNICO - Newton Agrella




Interessante que registros históricos dão conta que James Anderson em 1723 instituiu o dia 1 de Março como a data do Ano Novo Maçônico (Anno Lucis) fazendo simbolicamente, uma referência ao caráter universal da maçonaria, adoptando assim, uma suposta cronologia  independente das particularidades da religião.

Por outro lado, aqui no Brasil, por questões interpretativas, nos primórdios da maçonaria nacional, o GOB  entendeu que o Ano Novo Maçônico deveria ser comemorado em 21 de Março, data que marca o "Equinócio de Outono" no Hemisfério Sul.

Diante deste 'imbroglio' e falta de sintonia fica complicado entender, aceitar e muito menos celebrar qual o Ano da Verdadeira Luz - que em tese - deveria ser entendida como a Era do Conhecimento e do Esclarecimento.

Em suma, continuamos com os olhos vendados e sujeitos aos humores incidentais humanos !

De qualquer modo, a você,  o meu sincero desejo de Feliz Ano Novo, independentemente de qualquer Rito ou Calendário maçônico !



A JUSTIÇA SOB A ÓTICA MAÇÔNICA - Kennyo Ismail




Justiça é um termo muito presente na Maçonaria, principalmente porque está diretamente ligada a um personagem presente nas lendas maçônicas, Rei Salomão, tido como o rei mais sábio e justo de todos.

Mas a justiça não é algo natural, não é um elemento da natureza, encontrado em todos os lugares.

A justiça é algo alcançado, conquistado.

E assim como para se fazer a Luz havia antes a Escuridão, ou não haveria necessidade da Luz ser feita, para se fazer Justiça deve haver antes a Injustiça, ou não haverá a necessidade de Justiça.

Entendendo a ligação entre Injustiça e Justiça como início e fim, ação e reação, causa e efeito, percebe-se a necessidade de um “fio condutor”, de um “combustível” que promova tal mudança.

E, nesse caso, é a Compaixão.

É muito fácil compreender o papel fundamental da Compaixão.

Afinal de contas, mesmo num mundo inundado de Injustiças, se não houvesse Compaixão, por que alguém desejaria e buscaria promover a Justiça para outros?

Faltaria o tal fio condutor, o combustível.

Compaixão é exatamente aquele sentimento benévolo que domina o homem ao presenciar uma infelicidade ou mal alheio.

Nós sentimos compaixão quando vemos alguém sofrendo uma injustiça.

Ou quando assistimos pessoas passando fome e outras necessidades, não por opção, mas pela falta de opção, pela injustiça socioeconômica.

O maçom deve ter os olhos abertos para os males da sociedade.

Ele não pode fechar os olhos para o sofrimento do próximo, pois o compromisso do maçom é buscar a felicidade da humanidade.

O maçom é um homem de atitude, que procura construir templos às virtudes e cavar masmorras aos vícios.

Ele busca trabalhar de forma Justa e Perfeita.

E a compaixão nada mais é do que um sentimento de quem se incomoda com a infelicidade alheia, pois deseja a felicidade da humanidade.

Nada mais é do que um sentimento de quem se irrita com as injustiças, pois tem um compromisso com o que é justo.

Enfim, a Compaixão é um sentimento próprio do Maçom, que faz parte do seu ser enquanto houver injustiças no mundo.

É o seu combustível, o mobiliza para seu objetivo como Maçom.

E quais são os caminhos que essa Compaixão nos leva, em direção à Justiça?

Podemos crer que, dentre tantos caminhos, o principal talvez seja a Caridade.

Como um dos três pilares da Escada de Jacó, a Caridade pode ser interpretada como a ação de um homem livre e de bons costumes quando sente compaixão perante o sofrimento do próximo.

Ele tenta reduzir as injustiças com as quais se depara através de um ato de amor.

Não há caminho melhor.

A compaixão é sentimento típico daqueles puros de coração, daqueles que amam ao próximo e não fecham seus olhos.

E a caridade nada mais é do que a prática desse amor.

A caridade é a reação, o efeito da Compaixão.

A busca pela Justiça é um trabalho diário de autodesenvolvimento.

E esse aperfeiçoamento pessoal não tem valor se não é voltado ao bem do próximo e da humanidade.

Albert Pike bem registrou que "O que fazemos por nós mesmos morre conosco. 
O que fazemos fazemos pelos outros e pelo mundo permanece e é imortal".

Vê-se que a Compaixão é parte fundamental em todo o processo de evolução maçônica, porque um maçom nunca se faz de cego perante uma injustiça, ele a sente como se fosse a si mesmo.

E se a evolução se alcança pelo amor ou pela dor, a compaixão está diretamente ligada a ambos.

E o maçom, como construtor social, não se restringe a sentir a compaixão, ele age a partir dela.


21 DE MARÇO - DIA MUNDIAL DA POESIA

 


         O Dia Mundial da Poesia é comemorado no dia 21 de março e foi instituído pela Unesco em 1999. Ele busca reconhecer os movimentos poéticos e a tradição literária, incentivar a leitura, promover a diversidade linguística e celebrar essa forma de arte, entre diversos outros objetivos. Sendo uma arte milenar, a poesia conta com diversos autores, nacionais e internacionais.

         Através do soneto de nosso irmão e poeta Adilson Zotovici, um dos mais frequentes colaboradores deste blog, homenageamos todos aqueles artistas da palavra, que com seus versos, despertam em nossas mentes e corações, as mais elevadas emoções.


*UNA MAÇONARIA*


Teses, pelos cantos, pontuais

A mim sem encantos, sintonia,

Que por tantos, quantos, rituais

_Não há uma só maçonaria_


Inda que alterem feitos, sinais

E diversa a simbologia

Há antigos preceitos, cabais,

Tais conceitos e a liturgia


Com respeito aos meus iguais

Potências, ritos, regalia...

Espreito os preditos e não mais


Inefável prova evidencia

Que inolvidável em seus anais

“Uno Grande Arquiteto e Guia” !



21 DE MARÇO - DIA DE EQUINÓCIO - José Roberto D"Abronzo



Hoje, é dia do Equinócio.

O que é equinócio? O termo refere-se ao momento em que os raios solares incidem a Zênite, o mesmo que a Pino, sobre a linha do Equador do globo terrestre, iluminando a Terra de polo a polo, quando o dia e a noite duram iguais 12 horas.

Temos dois Equinócios por ano:  

1- o de 21 Março.

2- o de 23 de Setembro.

O REAA é um Rito Solar. E fenômenos solares da natureza são aplicados na dinâmica desse Rito demonstrados pela Astronomia, (uma das *Sete Artes* reconhecidas pela Sublime Ordem.

Do mesmo modo que a luz do Sol da natureza incide luz por ângulos variáveis no Globo no decorrer do ano, o mesmo se deve considerar com o Sol do Templo, que se movimenta nele também.

Hoje, 21 de Março é Equinócio em todos os Templos Maçônicos construídos na Terra, onde o Sol de todos os Templos Maçônicos está, simbolicamente, a *pino* no Equador de todos eles, sejam aqueles construídos, no Hemisfério Norte como nos do Hemisfério Sul.

No passado, as iniciações ocorriam no Solstício de Dezembro, uma das razões dos neófitos iniciarem jornada de luz crescente, tendo como ponto de partida a noite de 24 horas da Coluna do Norte, local do Círculo Polar Ártico.

E, as elevações no Solstício de Junho, uma das razões dos companheiros iniciarem jornada de luz mais intensa e crescente na noite de 24 horas do Círculo Polar Antártico.

E as exaltações ocorriam nos equinócios (Câmara de máxima luz) pois nos equinócios a Terra, ao meio-dia, fica iluminada de polo a polo, quando o Sol está no meio, por isso Câmara do Meio.

Seguem as Sete Artes reconhecidas pela Sublime Ordem para melhor compreensão desse Rito Solar.

1- Lógica,

2- Gramática,

3- Retórica,

4- Geometria,

5- Astronomia,

6- Música

7- Aritmética

Os exercícios delas apelam ao intelecto, onde uma delas, a Lógica, exerce papel fundamental no estudo das sete.

Observação:

Como podemos notar, a Astrologia não está entre elas.



março 20, 2023

COMO RECONHECER UM MAÇOM? - (Publicado na JB News nº 908)



Ser reconhecido Maçom podemos até por um simples PIN na lapela.

Por isso nossa preocupação deve ser:

Que qualidade de Maçom sou reconhecido?

Um Maçom de ouro ou um Maçom apenas dourado (ou nem isso…)?

Existem Maçons que se acomodam, julgando que, atingindo o grau de Mestre estão na plenitude maçônica.

Na verdade, considerando a Maçonaria Simbólica é o último grau.

Porém, não se pode dizer com isso sejam, “justos e perfeitos”, vez que o desbaste da pedra bruta somente termina com a nossa ida para o Oriente Eterno.

Assim sendo, triste do Maçom que aposenta seu Maço e seu Cinzel.

Porque a construção de nosso Templo interior só termina com o final de nossa vida material.

E não é suficiente somente esquadrejarmos a Pedra Bruta.

Necessário se faz também deixá-la bem polida.

Diz o LL que fomos criados à imagem do G:.A:.D:.U:. (Gên. 1,26); porém a semelhança precisa ser conquistada.

O desbaste da nossa pedra bruta, poderá resultar numa “obra de arte” ou num “monstrengo”.

Se o monstrengo for o resultado final, o Criador nos irá arguir: “É isto que me apresenta no final de sua caminhada”?!

Nossa responsabilidade vai além do próprio desbaste.

Precisamos ajudar os Irmãos na caminhada, não só com nosso bom exemplo, como alertando os acomodados para um melhor desempenho maçônico.

Não basta ser reconhecido Maçom.

É preciso também ser reconhecido como MISSIONÁRIO, como autêntico CONSTRUTOR SOCIAL.

As duas horas templárias são importantíssimas para recarregarmos nossas baterias.

Assim, não devemos faltar às reuniões da nossa Loja.

Até como desculpa, alguns dizem que já fazem maçonaria, fora do templo.

Ótimo!

Isso é um dever de todo bom maçom.

Mas não o isenta do comparecimento às Reuniões.

Alguns dizem que não vão à Loja, porque as reuniões são da mesmice.

Ora, se a Loja entrou numa mesmice a culpa é de todos e de cada um.

Use-se então o Saco de Propostas e Informações, não para criticar mas para sugerir melhoras.

O bom Maçom participa de tudo de sua Loja, de suas decisões, de seus projetos.

O bom Maçom não se distancia de seus Irmãos; a prática da fraternidade se faz com o bom convívio (Sl 133).

Quando falo aos Aprendizes costumo perguntar „quem é o responsável pela Loja‟ e a maioria deles dizem ser o Venerável Mestre.

Apontando para ele(s) afirmo: O responsável é você.

Somos todos nós.

Talvez muitos Mestres não digam que a responsabilidade da Loja seja do Venerável, mas pensam e agem como se assim o fossem.

Por isso não acham grave faltar às Reuniões, motivo porque algumas Lojas têm até abatido colunas.

Seria bom cada um contemplasse o “OLHO QUE TUDO VÊ”, a onisciência divina, e refletisse: “Como me vê o G:.A:.D:.U:.?

Um maçom responsável, presente, participativo, fraterno, preocupado com o bom desempenho da Maçonaria?”

O progresso na maçonaria também se consegue pelo estudo, pela pesquisa, pela apresentação de Peças de Arquitetura.

Quem assim faz aprende sempre mais e enriquecem também os outros com seus conhecimentos partilhados.

(“A luz que tu levas para alguém, vai iluminar-te também”).

*Não faz sentido Mestre que não ensina...*





AS VAIDADES E O PERDÃO - Sidnei Godinho



Meus irmãos,

Ao iniciar na senda da virtude, todos juram cavar masmorras aos vícios e edificar Templos às virtudes.

Contudo, com o passar do tempo, fica notório comprovar aqueles que realmente se identificam com a Ordem.

Isto porque as vaidades são tantas que, por vezes, ao galgar os degraus da escada de Jacó, alguns irmãos se perdem pelo pseudo poder que julgam possuir e ignoram aquele JURAMENTO que fizeram.

É triste quando nos deparamos com irmãos que nos foram referência na iniciação, pela inocência do principiante, e que depois, já na maturidade da consciência maçônica, damo-nos conta de quão vis são suas ações de tão vaidosas e então acontece a tristeza da decepção...

Mas a sabedoria da Maçonaria também reside nestes casos, afinal aqui se busca ser Justo e Perfeito, o que denota um estado de ação, algo a alcançar.

É uma trajetória que pugna pela Tolerância, mas nunca pela conivência.

Ou seja, os irmãos sempre estarão de braços abertos para perdoar e receber aquele que em algum momento fraquejou, desde que o arrependimento seja eficaz.

Todos estamos sujeitos às decepções de nossas vaidades.

Um dia elas afloram e são postas à público. 

Nada fica omisso aos olhos do Criador. 

Portanto, mesmo nos momentos cruciais, quando se deparar com a exposição de suas fraquezas e se fizerem reveladas suas vaidades, não tome por derradeiro, como se não houvesse mais o que fazer.

Ao contrário, volte ao primeiro Amor, ao Primeiro Juramento e reconheça sua fraqueza.

Peça perdão aos seus irmãos pelo mal que causou enquanto cego pelo poder e volte a trilhar o caminho dos Aprendizes.

Afinal, até a escritura sagrada registra que os céus cabem às crianças, pela inocência de seus atos.

Assim também é o arquétipo dos Aprendizes em nossa Ordem.

A pureza do primeiro juramento é o segredo para se chegar ao Santo dos Santos e ofertar suas ações como sacrifício de incenso, para serem recebidas Justas e Puras pelo Grande Arquiteto. 

À começar por mim, Perdão àqueles que um dia, no afã de ser melhor,  provavelmente ofendi.


março 19, 2023

RELATOS DE UM VELHO BARDO - Roberto Ribeiro Reis



Narra uma sensacional lenda

Que antiga Ordem viveu a senda

Que trouxe ao mundo conhecimento;

Uma história profunda, de muita fé,

Que muitos afirmam ser desde Noé,

O que só aumenta seu encantamento.


Transmissão da palavra de forma oral,

Um costume que viraria um ritual,

Alguns atribuem tudo isso à Cabala;

E foi passando, de geração a geração,

Através de Moisés e também de Abraão,

Quão poderosa é a tradição da fala.


Uma coisa que o bom Maçom leva

É saber que desde Adão e Eva

Já se usava o avental;

Por terem comido do fruto proibido

Ficaram nus, recebendo um “vestido”

Feito de pele para cobrir o casal.


O que para a Igreja inda seja heresia,

Para nós, felizmente, é  Maçonaria,

Milenar, desde gênesis ela é glória!

A Sabedoria nunca nos foi um fardo,

Existem relatos dum velho bardo,

Que transmitiu nossa rica história!





E AGORA JOSÉ ? (hoje é seu dia) - Newton Agrella


Aos "Josés" cristãos, judeus ou de qualquer outra denominação religiosa no mundo, o que vale é que hoje, 19 de Março, este dia é seu !

O nome José em Português é a transliteração de YOUSEF em Hebraico, cujo significado é : “aquele que acrescenta”, fazendo uma referência a Deus. 

Interessante destacar que relatos históricos dão conta de que no início este nome era popular somente entre os judeus. 

Porém no começo da Idade Media, e em especial no continente europeu, o referido nome começou a tornar-se mais frequente entre os cristãos especialmente na Espanha e na Itália em homenagem a São José.

Na Inglaterra, o nome começou a se popularizar após a Reforma Protestante, assim como na Alemanha e Holanda.

A História ainda revela que o nome José começou a se tornar mais comum em Portugal em documentos datados da primeira metade do século XVI, na forma transliterada "Joseph".

O nome em si, sempre esteve intimamente relacionado a um preceito divinal, em razão de seu significado.

Relatos bíblicos, dão conta de alguns personagens de destaque,  fazendo referência no Antigo Testamento a José do Egito, como o décimo primeiro filho de Jacó e Raquel.

No  Novo Testamento cita-se José de Nazaré, esposo de Maria e pai adotivo de Jesus.

Posteriormente, reverenciado pela Igreja Católica como São José, declarado em 1870 pelo papa Pio IX como o patrono da igreja universal.

E outro José de destaque é José de Arimatéia, um dos discípulos de Jesus.

José ainda ancora o nome de inúmeros santos no catolicismo, via de regra como um agente toponímico, ou seja; fazendo referência ao nome de seus locais de respectivas origens.

As transliterações do nome Yousef em hebraico, ganharam as seguintes formas mais conhecidas:  Giuseppe, em italiano, Joseph, em inglês, Jose em espanhol e José em português.

Sob a égide da interpretação semântica e muito mais sob o ponto de vista das emoções humanas tracos gerais do nome José ensejam as seguintes características: uma personalidade firme, uma pessoa que tem "os pés no chão", resiliente, incansável e que precisa se esforçar mais que os outros para conseguir o merecido reconhecimento.

Eis portanto, uma breve amostra do significado, da etimologia e do universo circunstante, que revelam características atinentes aos inúmeros Josés que compartilham de sua existência  mundo afora.

A própria Bíblia, e o Antigo Dicionário de Nomes Próprios, são fontes de pesquisa e apoio que serviram com base para a elaboração deste sucinto texto.



março 18, 2023

JACQUES DE MOLAY, O ÚLTIMO GRÃO MESTRE DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS - Manuel Beninger



📸 Placa assinalando o lugar da execução de Jacques de Molay, na Île de la Cité, em Paris


Precisamente neste dia, a 18 de Março de 1314, ocorreu um dos acontecimentos mais misteriosos e ao mesmo tempo dramáticos da Idade Média.

Nesta data foi queimado na fogueira em França, o último mestre da Ordem dos Templários Jacques de Molay. E o Rei de França, Filipe o Belo, fez questão de o presenciar pessoalmente. E as extraordinárias implicações que isto teve, inclusive para Portugal...

Esta história começou um pouco antes, numa Sexta-Feira 13, em Outubro de 1307. Neste dia, começou a perseguição à Ordem do Templo, ficando a Sexta-Feira 13 associada para sempre como o dia de azar. Tal facto aconteceu por diversos motivos, complexos de descrever, mas um deles será devido à Ordem do Templo ser um forte credor de França, na altura a braços com uma grave crise.

Não deixa de ser extraordinário, o facto de uma Ordem que foi criada apenas com 9 cavaleiros, ter-se tornado na Ordem mais poderosa do planeta, durante mais de 200 anos. Respondiam apenas perante o Papa e não deviam lealdade a nenhum Rei. Nove cavaleiros esses que passaram imenso tempo nas ruinas do Templo de Salomão, para entre outras coisas, procurar informação relativa ao cristianismo primitivo. Certo é que escreveram para São Bernardo de Claraval, afirmando terem encontrado algo de valor incalculável, que nunca se soube ao certo o que foi, tendo daqui nascido lendas que teriam encontrado ou o Santo Graal, ou a Arca da Aliança... 

Fato: A partir dai, a Ordem e o seu poder cresceram de maneira extraordinária.

No fim de linha, possuíam uma enorme fortuna. Parte dessa fortuna, desapareceu misteriosamente com o fim da Ordem. Depois da extinção da Ordem é facto que os Templários que não foram queimados na fogueira, fugiram para diversos locais, onde um deles foi certamente Portugal.

D. Dinis, desafiando em certa medida a ordem internacional concedeu-lhes abrigo, basicamente mudando o nome da Ordem dos Templários em Portugal, para Ordem de Cristo.

Sensivelmente a partir do fim da Ordem do Templo e do inicio da formação da Ordem de Cristo, Portugal dava inicio à sua expansão marítima e à posterior formação do seu Império, com a Cruz de Cristo sempre presente nas Caravelas Portuguesas...

Mas isso já é outra história... :)

A MALDIÇÃO DE JACQUES DE MOLAY:

Diz a lenda que nas suas últimas palavras Jacques de Molay lançou uma terrível maldição aos seus algozes, "...convocando Filipe e Clement para encontrá-lo dentro de um ano e um dia perante Deus, para serem julgados por seus crimes..."

Seja a lenda verdadeira ou não, no exacto período de tempo descrito por Jaques de Molay ambos os responsáveis pelo fim dos templários estavam mortos.

"Não por nós Senhor, não por nós, mas para a maior glória de Teu Nome."



O GRAU INSÍPIDO - Ir:. Jerônimo Borges


Tive um irmão que me confessava frustrado em sua caminhada maçônica. Apenas algumas poucas semanas lhe serviram de âncora à exaltação. Só muito mais tarde percebeu a inconsistência desse ato indigesto. Era época do famigerado período eleitoral prevendo uma disputa acirrada na Potência e a Loja teve pressa em fomentar novos mestres.

Com o passar do tempo esse irmão, por seus próprios esforços, deglutiu o conhecimento não contemplado no 2º. grau. Mas foi um sabor insosso, sem as emoções de desfrutar com garbo, de uma aprendizagem com assento na Coluna do Sul, com a abeta baixada de seu avental de cor branca.

Como na vida real, na Maçonaria Simbólica existem as três fases distintas que são o nascimento, adolescência e fase adulta. Esta última pode ser nada ou muito produtiva dependendo do aproveitamento de cada um. A verdade é que muitas lojas se acomodam não proporcionando ao obreiro maiores oportunidades de preparo para ingresso e no próprio percurso do mestrado. Se já existe um tempo exíguo para instruções no 2º. grau imagine o comodismo instrucional no grau posterior.

Enquanto que o Aprendiz simboliza o nascimento vindo das trevas, o grau de Companheiro deveria se espelhar como a real vivência a partir da adolescência de um ser humano: um período mais prolongado e melhor aproveitado rumo à fase mais madura.

O grau de Mestre, que simboliza a velhice, melhor poderia ser atingido não fosse à discriminação do Segundo grau. Até mesmo se percebe a simplicidade das sessões magnas para ingresso no 2º. grau, se comparadas à Iniciação ou Exaltação (REAA), inobstante a passagem da “pedra bruta” para a “pedra polida” resultar num processo profundo, altamente filosófico.

Hoje, entretanto, uma boa gama das Lojas e Potências, mesmo as customizadas, não se preocupa no esmero desse significativo grau.

Há instrutores “esquisotéricos” - no dizer do Irmão Kennyo Ismail - que pregam ser essa a idade das indecisões, dos perigos e da falsidade, insinuando ser o número 2 um número temerário, fatídico e cuja permanência nesse estágio,
consequentemente, deva ser a mais curta. Curta, não.

Deveria ser a mais prolongada possível no meu entender.

Esse período, para começar, deveria ter o beneplácito da extravagância dos conhecimentos das Sete Ciências da Antiguidade, cujo conjunto, quando dominado, expressasse o cume da sabedoria humana para alcançar com altivez cultural, o mestrado.

Quantas vezes o Irmão 1º. Vigilante é indagado na abertura dos trabalhos de uma Loja de A:.M:. sobre a nossa condição de Maçom e de forma maquinal nosso subconsciente responde: MM:.IIr:.C:.T:.M:.R:. sem nos darmos conta da profundidade filosófica dessa resposta?

É no grau de Companheiro que o maçom desenvolve os cinco sentidos humanos em sua plenitude para dominar as Sete Ciências como Gramática, Retórica, Lógica, Aritmética, Geometria, Astronomia e Música. Não adianta sonhar em technicolor pois o mais importante não é o ponto de chegada ao Mestrado ou ao próprio grau 33, mas possuir uma caminhada instrucional consistente.

A Grande Loja de Santa Catarina, por exemplo – apenas me limito a enfocar a Potência a qual estou jurisdicionado - tem um agendamento cultural importantíssimo no preparo do obreiro, estribado em quatro instruções clássicas, além de significativos fascículos e complementos que auxiliam na aprendizagem durante a trajetória de um ano no mínimo do Companheiro, como: Introdução à Filosofia Iniciática da Maçonaria – Introdução Geral aos Mistérios Antigos – A Índia e o Egito, com características gerais religiosas e Mitologia; Filosofia Normativa (Lógica); História da Maçonaria Brasileira; Simbolismo do “Salário dos Aprendizes”; Geometria, gravidade, Gênio e Gnose – Fartura e Abundância e Instrução Iniciática; A Lei dos Opostos, Inteligência e Razão, Sistema e Chave Numerológica de Wronski e Barlet; Os Números e suas Propriedades; Achegas Filosóficas e a Cabala e o Tetragrama Hebraico.

 Mesmo assim, há obreiros que ingressam no 3º. Grau, sem o preparo ideal, por desleixo próprio.

Fossem-me ofertadas oportunidades de regressão e optaria novamente para recomeçar na Arte Real lenta e pausadamente, no topo da Coluna do Norte, sem pressa de atingir a Câmara do Meio e com muito mais vagar na Coluna do Sul.. É no grau de Companheiro, que o maçom mais aprende a ciência maçônica, não se constituindo esse grau, em absoluto, em nenhum peso administrativo.

A propósito, como perguntar não ofende, você, meu caro Mestre, estaria em condições de responder algumas perguntinhas sobre esses assuntos delineados no parágrafo anterior?