março 29, 2023

AS VAIDADES E O PERDÃO - Sidnei Godinho M.'.M.'.




Ao iniciar na senda da virtude, todos juram cavar masmorras aos vícios e edificar Templos às virtudes.

Contudo, com o passar do tempo, fica notório comprovar aqueles que realmente se identificam com a Ordem.

Isto porque as vaidades são tantas que, por vezes, ao galgar os degraus da escada de Jacó, alguns irmãos se perdem pelo pseudo poder que julgam possuir e ignoram aquele JURAMENTO que fizeram.

É triste quando nos deparamos com irmãos que nos foram referência na iniciação, pela inocência do principiante, e que depois, já na maturidade da consciência maçônica, damo-nos conta de quão vis são suas ações de tão vaidosas e então acontece a tristeza da decepção...

Mas a sabedoria da Maçonaria também reside nestes casos, afinal aqui se busca ser Justo e Perfeito, o que denota um estado de ação, algo a alcançar.

É uma trajetória que pugna pela Tolerância, mas nunca pela conivência.

Ou seja, os irmãos sempre estarão de braços abertos para perdoar e receber aquele que em algum momento fraquejou, desde que o arrependimento seja eficaz.

Todos estamos sujeitos às decepções de nossas vaidades.

Um dia elas afloram e são postas à público. 

Nada fica omisso aos olhos do Criador. 

Portanto, mesmo nos momentos cruciais, quando se deparar com a exposição de suas fraquezas e se fizerem reveladas suas vaidades, não tome por derradeiro, como se não houvesse mais o que fazer.

Ao contrário, volte ao primeiro Amor, ao Primeiro Juramento e reconheça sua fraqueza.

Peça perdão aos seus irmãos pelo mal que causou enquanto cego pelo poder e volte a trilhar o caminho dos Aprendizes.

Afinal, até a escritura sagrada registra que os céus cabem às crianças, pela inocência de seus atos.

Assim também é o arquétipo dos Aprendizes em nossa Ordem.

A pureza do primeiro juramento é o segredo para se chegar ao Santo dos Santos e ofertar suas ações como sacrifício de incenso, para serem recebidas Justas e Puras pelo Grande Arquiteto. 

À começar por mim, Perdão àqueles que um dia, no afã de ser melhor,  provavelmente ofendi.



março 28, 2023

O MANUSCRITO REGIUS

 


O Manuscrito Régio (ou Poema Régio) foi escrito por volta de 1390 d.C. É o mais antigo e, possivelmente, o mais importante documento maçônico existente.

🔸 É incomum, por ser escrito como um poema, enquanto os documentos maçônicos que se seguiram estão em prosa. Além disso, foi escrito em uma época em que o catolicismo romano prevaleceu na Inglaterra, e contém uma seção sobre o comportamento apropriado na igreja. Inclui, também, muito da "história" lendária da Maçonaria e foi provavelmente interpretado de forma poética por um monge inspirado nos escritos maçônicos ainda mais antigos que já não existem mais.

🔸 O Manuscrito Régio é um dos 99 documentos de idades diferentes chamados de "Constituições Góticas", os quais compõem as primeiras regras para as guildas de pedreiros que acabaram por se tornar a moderna fraternidade da Maçonaria.

🔸 Com o tempo, as Constituições Góticas tornaram-se menos influenciadas pelo Cristianismo Trinitário, e menos seculares, mas esse documento antigo possui um tom bastante religioso.

🔸 O Documento original foi escrito em Inglês Antigo, difícil de entender e está preservado no Museu Britânico, em Londres, ao qual foi doado em 1757 pelo Rei George II (Razão pela qual é chamado de "Régio", "rei" em latim).

🔸 A versão mais divulgada do Manuscrito Régio foi traduzida por James Halliwell (estudioso shakespeariano inglês) em 1849, e por isso, muitas vezes este documento é chamado de "Manuscrito Halliwell".

MAÇONARIA EM SÍNTESE - Ademar de Paula M.'.M.'.



É fundamental que o maçom aceite e proclame a existência de um princípio criador, o Grande Arquiteto do Universo; reconheça a instituição como filosófica; proclame a liberdade de consciência como sacratíssimo direito humano; trabalhe incansavelmente na investigação da verdade; honre o trabalho em suas formas honestas; condene qualquer discussão sectária de natureza política ou religiosa, dentro de seus templos; imponha culto à Pátria; exija respeito absoluto à família e não admita a menor ofensa a uma e nem a outra.

O Maçom, entende que cada Loja é um templo sagrado sob cuja abóbada, os homens livres e de bons costumes, devem se reunir fraternalmente, procurando conseguir o bem da humanidade; entende também que todo pensamento maçônico deve ser criador. 

Essa atitude mental engrandece o espírito e fortifica o coração.

Cada Maçom, parte viva dos irmãos, concorrerá para assimilar o ideal da ordem e desenvolvê-lo na capacidade de sua inteligência.

Admite que a Maçonaria é acessível aos homens de todas as classes sociais, crenças religiosas e convicções políticas; com exceção daqueles que o privem de sua consciência e exijam sua submissão incondicional.

Entende, também que, nos Templos Maçônicos, aprende-se a amar, a respeitar tudo que a virtude e a sabedoria consagram; e exige estudo meditado de seus rituais e a prática da solidariedade humana.

Acredita, por consequência, que a Maçonaria é uma instituição criada para combater tudo que atente contra a razão e contra o espírito de fraternidade universal.

Assim sendo, os ensinamentos maçônicos realizados através de símbolos, de alegorias universais, induzem seus adeptos a dedicarem-se à felicidade de seus semelhantes, não porque a razão e a justiça lhes imponham esse dever, mas porque o sentimento de solidariedade é qualidade inata, que os faz filhos do universo e amigos de todos os homens.

O Maçom acredita doutrinariamente que a Maçonaria é parte integrante das Histórias, Pátria e Universal, pois os maçons sempre estiveram presentes nos grandes eventos, defendendo a trilogia sagrada:  LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE.

Assim, os maçons que nos antecederam, lutaram e venceram, assim lutamos hoje e assim lutarão amanhã os nossos sucessores, empunhando esta mesma bandeira, trabalhando pela felicidade do gênero humano. 

Os maçons se consideram recompensados e realizados, pois servindo ao próximo, estão observando os ensinamentos da Sublime Instituição.

Os que satisfizerem estes requisitos e desejarem cerrar fileiras com os Apóstolos da Liberdade e Sacerdotes do Direito, deverão se comprometer a trabalhar pelo bem da Pátria e da Humanidade. 

Aquele que for convidado e aceito, será mais um Irmão, passando a fazer parte da Grande Família Maçônica Universal.

Ser maçom é ser amante da virtude, da sabedoria, da justiça e da humanidade.

Ser maçom é ser amigo dos pobres e desgraçados, dos que sofrem, dos que choram, dos que têm fome e sede de justiça. 

É propor como única norma de conduta o bem de todos, para seu progresso e engrandecimento.

Ser maçom é querer harmonia das famílias, a concórdia dos povos, a paz do gênero humano.

Ser maçom é derramar por todas as partes os esplendores divinos da instrução, a educar a inteligência para o bem, conceber os mais belos ideais do direito, da moralidade e do amor, e praticá-los.

Ser maçom é levar à prática aquele formosíssimo preceito de todos os lugares e de todos os séculos, que diz com infinita ternura aos seres humanos indistintamente, do alto de uma cruz e com os braços abertos ao mundo: ... “Amai-vos uns aos outros, formai uma única família, sede todos irmãos”... 

Ser maçom é olvidar as ofensas que nos fazem, ser bom até mesmo para com nossos adversários e inimigos, não odiar ninguém, praticar a virtude constantemente e pagar o mal com o bem.

Ser maçom é amar a luz e aborrecer as trevas, ser amigo da ciência e combater a ignorância, render culto à razão e à sabedoria.

Ser maçom é praticar a tolerância, exercer a caridade sem distinção de raças, crenças ou opiniões, e lutar contra a hipocrisia e o fanatismo.

Ser maçom é realizar, enfim, o sonho áureo da fraternidade universal entre os homens.

A nossa Ordem deseja ardentemente que todos os homens de bem se unam numa cruzada universal de recuperação dos valores morais da humanidade.

Deus, a quem denominamos Grande Arquiteto do Universo, conhece muito bem nossas intenções e penetra no recôndito de nossas almas, razão porque devemos ser sinceros em nossas atitudes.


março 27, 2023

CORPORAÇÕES DE OFÍCIO




Criadas na Europa na Idade Média, foram muito utilizadas em nosso país até um passado recente. Profissionais como: alfaiates, sapateiros, ferreiros, carpinteiros, marceneiros, padeiros, ferreiros, mecânicos etc., exerciam seu trabalho através de tais corporações. 

A organização era simples: o dono da oficina era o mestre, os trabalhadores remunerados os oficiais e os  jovens aprendizes nada recebiam. Boa parte da burguesia urbana era formada pelos mestres e o sistema funcionava bem. 

Em uma pesquisa, se depararem com a menção de uma profissão, como sapateiro, podem ter certeza que é um mestre, já que apenas o titular da oficina podia ostentar este título. Um oficial ferreiro trabalhava em uma forja. 

Os mestres tinham um status social semelhante aos profissionais liberais de hoje, como engenheiros, médicos e advogados.

FONTE: Asbrap

QUEM FORAM OS BÁRBAROS ?



De modo geral, os bárbaros eram os povos que habitavam a região da Germânia, conhecidos como povos germânicos. Estes, estavam além dos limites do enorme império romano, e na ótica dos mesmos, eram considerados povos estrangeiros.

Bárbaros é um termo usado na sociedade grega para designar um povo de cultura diferente dos gregos, e com o domínio romano sobre a Grécia, o termo foi assimilado pela cultura romana.

Em pouco tempo, o termo bárbaro deixou de ser usado para referir-se a estrangeiros, e passou a ser usado especificamente para citar os povos vindos do norte da Europa, ou, os povos germânicos. Esses, eram formados por diversas culturas e se estabeleceram em vastas regiões a partir do século III d.C., onde pouco a pouco migraram para terras do Império Romano do Ocidente, onde algumas invasões ocorriam em forma de ocupações e outras em forma de verdadeiras guerras.

O termo bárbaro é usado como modo de expressar desprezo por determinada cultura, usado de diferentes modos durante a história. Na Grécia ao ascender as Guerras Médicas, o termo passou a ganhar ampla conotação, popularizado ao se referir a tudo que era indesejado aos gregos, podendo considerar-se como bárbaro aos olhos gregos os persas, egípcios, celtas ou fenícios.

Como dito, após ao domínio romano na Grécia, esse termo ganhou novo significado, com a semântica semelhante, ou seja, aquele povo que era indesejado ou ‘’inferior’’, nesse caso, aos romanos, e considerando as invasões, saques e conflitos entre germânicos e romanos, esses foram os que ganharam a alcunha, dentre esses povos podemos citar: Francos, Alamanos, Visigodos, Ostrogodos, Vândalos, Saxões, Hérulos, Suevos e dentre outros.


fonte: EraClássica

março 26, 2023

ORLA DENTEADA - Almir Sant’Anna Cruz*




A ORLA DENTEADA é um dos Ornamentos do Templo Maçônico, que pode ser definido como sendo todos aqueles símbolos que decoram ou ornamentam o Templo e que não estão classificados nem como Jóias (o Prumo, o Nível, o Esquadro, a Pedra Bruta, a Pedra Polida e a Prancheta) nem como Paramentos (o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso). 

Além da Orla Denteada, são Ornamentos o Pavimento Mosaico e a Corda de 81 Nós, conquanto algumas Potências Maçônicas substitua esta última pela Estrela Flamígera.

A Orla Denteada é uma figura que cerca o Pavimento Mosaico, formada por triângulos alternadamente pretos e brancos, nos quais aqueles apontam para dentro e estes últimos, lembrando dentes caninos, apontam para fora. 

Este ornamento possui várias nomenclaturas sinônimas, utilizadas pelos estudiosos que descreveram e interpretaram seu simbolismo: Orla, Borla ou Moldura, Dentada, Denteada ou Marchetada. 

Da mesma forma, numerosas são as interpretações simbólicas da Orla Denteada, provavelmente em decorrência de possuir a mesma origem da Corda de 81 Nós. 

No passado, uma pesada corda se punha em torno do terreno onde se desenvolviam os trabalhos dos Maçons Operativos. 

Essa corda era ornada de borlas, que era por isso chamada de Borla Denteada, designação que, posteriormente, se corrompeu para Borda Denteada e, depois, Borla Dentada ou Denteada. 

Diz-se também que ambos os Símbolos tiveram origem nas assembleias político jurídicas dos Germanos, realizadas a céu aberto e onde os soldados encarregados de manterem a ordem delimitavam o terreno, um quadrilátero, com lanças fincadas no solo e que eram fortemente interligadas por uma corda.

Com o passar do tempo, cada um desses dois Símbolos adquiriu seu significado próprio, ainda que até hoje tais significados se confundam.

Na França, este Símbolo é denominado por Roupe Dentelée, que é descrita como sendo “uma corda formada por lindos nós amorosos, que circunda a prancha de traçar”.

Segundo a descrição constante em alguns Rituais, a Orla Denteada é o Símbolo que traduz o entrosamento e a unidade que deve rematar a harmonia simbolizada no Pavimento Mosaico. 

Reforçando tal interpretação vamos encontrar no Ritual do Rito Moderno a interpretação de que a Orla Denteada pretende ensinar ao Maçom que a Sociedade, da qual ele é uma parte, envolve a Terra e que a distância, ao invés de afrouxar os laços que unem os membros entre si, os atrai com maior intensidade. 

Em consonância com esse entendimento, pode-se dizer que a Orla Denteada mostra-nos o princípio da atração universal, através da Fraternidade, que une os homens e povos e os entrelaçam, como os dentes da orla, os quais atuam também como proteção à entrada de princípios estranhos que possam perturbar a harmonia e a ordem e ainda como defesa do exercício desses princípios, sem os quais a Ordem ficaria desfigurada irremediavelmente.

No Ritual Emulação inglês consta que a Orla Denteada “lembra-nos os planetas, que em suas várias revoluções formam uma bela moldura ou guarnição em torno do facho luminoso que é o Sol, como este faz em torno de uma Loja”. 

A partir desta descrição, vamos encontrar a interpretação de que da mesma forma que os planetas gravitam em torno do Sol, a Orla Denteada representa os povos reunidos em torno de um chefe, os filhos reunidos ao pai, os Maçons unidos e reunidos em Loja, significando finalmente a Família Maçônica Universal, cujos ensinamentos e cuja Moral devem ser espalhados em todo o planeta.

Na visão da Escola Ocultista, a Orla Denteada é o Símbolo da Muralha de Guardiães Protetores da humanidade, constituída por adeptos que, no passado, atingiram a meta da perfeição evolutiva. Estes guardiões estão ao redor da humanidade, nos mundos espirituais, para salvar a linhagem humana de ulterior miséria e aflição. 

Ainda segundo essa Escola, os triângulos pretos estão voltados para dentro para exprimirem os esforços dos Iniciados no sentido da compreensão receptiva e os triângulos brancos estão voltados para o exterior indicando a influência iluminativa exercida sobre nós pela imensidade ambiente daquilo que ignoramos e também como uma espécie de ofensiva contra o mistério do espírito humano.

Verbete do *Dicionário de Símbolos Maçônicos: Graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre*

*Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz* Interessados no livro, contatar o autor, Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

O AVENTAL DA NONA!❤🇮🇹



A primeira utilidade do avental da nona foi proteger a roupa de baixo. Depois... serviu como luva para tirar a panela do fogão... Foi maravilhoso para secar as lágrimas dos netos e também para limpar as suas caras sujas. Do galinheiro, o avental foi usado para transportar os ovos e, às vezes, os pintinhos.

Quando os visitantes chegavam, o avental servia para proteger as crianças tímidas. Quando fazia frio, á nona servia-lhe de agasalho. Este velho avental era um fole agitado para avivar o lume da lareira.

Era nele que levava as batatas e a madeira seca para a cozinha. Da horta, servia como um cesto para muitos legumes: depois de apanhadas as ervilhas, era a vez de arrecadar nabos e couves.

E, pela chegada do outono, usava-o para apanhar as maçãs caídas. Quando os visitantes apareciam, inesperadamente, era surpreendente ver quão rápido este velho avental podia limpar o pó. Quando era a hora da refeição, da varanda, a nona sacudia o avental e os homens, a trabalhar no campo, sabiam, imediatamente, que tinham que ir para a mesa. A nona também o usou para tirar a torta de maçã do forno e colocá-la na janela para arrefecer.

Passarão muitos anos até que alguma outra invenção ou objeto possa substituir este velho avental da minha nona.

Em memória das nossas nonas envie esta história para aqueles que apreciarão a "História do avental da nona"


Existem cinco coisas antigas que são boas:

• Pessoas sábias e idosas.

• Os velhos amigos para conversar.

• A velha lenha para aquecer.

• Velhos vinhos para beber.

• Os livros antigos para ler.


*Émile A. Faguet*

O segredo de uma boa velhice não é outra coisa senão um pacto honrado com a solidão


*Gabriel Garcia Marques*

Envelhecer é como escalar uma grande montanha: enquanto escala, as forças diminuem, mas o olhar é mais livre, a visão mais ampla e mais serena.


*Ingmar Bergman*

Os primeiros quarenta anos de vida nos dão o texto; os próximos trinta, o comentário.


*Arthur Schopenhauer*

Os velhos desconfiam dos jovens porque já foram jovens.


*William Shakespeare*

O jovem conhece as regras, mas o velho conhece as exceções.

 

*Oliver Wendell Holmes*

Na juventude aprendemos, na velhice entendemos. 


*Marie von Ebner Eschenbach*

A maturidade do homem é ter recuperado a serenidade com a qual brincávamos quando éramos crianças.


*Frederich Nietzsche*

O velho não pode fazer o que um jovem faz; mas faz melhor. 


*Cícero*

Leva dois anos para aprender a falar e sessenta para aprender a calar a boca. 


*Ernest Hemingway*

As árvores mais antigas dão os frutos mais doces.

 

*Provérbio alemão*

Se na sua família não tem um velho, adote um


*Proverbio Milenar Chinês*

A velhice tira o que herdamos e nos dá o que merecemos.

março 25, 2023

G.’.A.’.D.’.U.’. - Almir Sant’Anna Cruz



Abreviatura de Grande Arquiteto do Universo, termo usado na Maçonaria para nomear a divindade. Também é usado o termo Grande Geômetra do Universo, sobretudo pelos Ritos de origem inglesa.

Albert G. Mackey (1807-1871) in Encyclopaedia of Freemasonry, assim define o termo: “É o título aplicado à Divindade na linguagem técnica da Maçonaria. É apropriado que uma sociedade fundada nos princípios da arquitetura, que simboliza os termos desta ciência com propósitos morais, e cujos membros professam serem os arquitetos de um templo espiritual, vejam o Ser Divino, sob cuja sagrada lei eles constroem tal edifício, como o seu Mestre Construtor ou Grande Arquiteto...”

No Livro das Constituições, conhecidas como Constituição de Anderson, publicada em 1723, consta em seu artigo primeiro, relativo a Deus e à Religião: “Um Maçom é obrigado, pela sua dependência à Ordem, a obedecer à lei moral e, se bem entender a Arte, nunca será um ateu estúpido nem um irreligioso libertino. Ainda que nos tempos antigos os Maçons fossem obrigados a professar, em cada país, a religião daquele país ou daquela nação, qualquer que ela fosse, hoje em dia julgou-se mais conveniente sujeitá-los somente à religião na qual todos os homens concordam, deixando a cada um as suas opiniões pessoais. Esta religião consiste em serem homens bons e sinceros, homens honrados e probos, quaisquer que possam ser as denominações ou crenças que possam distingui-los, motivo pelo qual a Maçonaria há de se tornar o centro de união e o meio de conciliar, por uma amizade sincera, pessoas que estariam perpetuamente separadas”. 

Oswald Wirth in O Ideal Iniciático aborda o assunto da seguinte forma: 

“A Maçonaria tem tido todo o cuidado de não definir o GADU, deixando plena liberdade aos seus adeptos para que dele façam uma idéia, de acordo com a sua fé e a sua filosofia. 

“Os Maçons deixam a teologia aos teólogos, cujos dogmas provocam discussões apaixonadas, quando não conduzem a guerras e às perseguições iníquas. 

“Ao dogmatismo rígido e intransigente, a tradição maçônica opõe um conjunto de símbolos coordenados logicamente de modo a se explicarem uns pelos outros. 

“Os espíritos refletidos são assim, solicitados a descobrir por si mesmos, os mistérios a que alude o simbolismo. 

“Nada se inculca aos neófitos, nem se lhes pede nenhum ato de fé, em relação a qualquer revelação sobrenatural. 

“Do remoto passado, onde têm fixas as suas raízes espirituais, a Maçonaria não herdou crenças determinadas nem doutrinas particulares, mas tão somente seus processos de sã e leal investigação da Verdade. 

“Os Maçons se interessam por todos os conhecimentos humanos e podem ser, segundo lhes aprouver, ocultistas, teósofos, metafísicos ou espiritualistas de qualquer espécie, mas a Maçonaria abstém-se, de maneira absoluta, de ensinar-lhes doutrina particular em qualquer ordem de ideias. 

“Não tem por missão resolver os enigmas, que se apresentam à mente humana, e não se declara a favor de nenhuma das teorias explicativas dos fatos impenetráveis. Indiferente a toda suposição arriscada; coloca-se acima dos sistemas cosmogônicos, formulados ora pelas religiões, ora pelas escolas de filosofia.

Assim, a Maçonaria, por seu ecletismo, por estimular e exaltar a liberdade de pensamento de seus Iniciados, se bem que deplore e não admita as posições extremadas do fanatismo religioso e do ateísmo, convive com naturalidade com crenças ou filosofias teístas, deístas e mesmo agnósticas. Tanto assim é que existem Ritos Maçônicos de filosofia teísta, deísta e agnóstica.


Verbete do *Dicionário de Símbolos Maçônicos: Graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre*

Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz  Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

FERRO BRUTO QUERENDO SER DIAMANTE - Joab Nascimento

 


Tem bastante ferro bruto,

Querendo ser diamante.


Calce sem se incomodar,

As sandálias da humildade,

Desça do seu pedestal,

Volte para realidade,

Saia desse velho entulho,

Desbaste todo orgulho,

Singeleza é importante,

Seja esperto e astuto,

Tem bastante ferro bruto,

Querendo ser diamante.


Tem coisa qu'eu não aceito,

Uma pessoa prepotente,

Mesmo com muito estudo,

Que se acha inteligente,

Faz tudo pra aparecer,

Na frente de outro crescer,

Se dizendo importante,

Mostrando falso atributo,


Tem bastante ferro bruto,

Querendo ser diamante.

Não tolero ver pessoas,

Fazendo autopromoção,

Se promove como sábio,

Se achando um sabichão,

Acha que sabe de tudo,

Não passa de um abelhudo

Faz propaganda constante,

Ao outro só faz reputo,


Tem bastante ferro bruto,

Querendo ser diamante.

Quem pensa que sabe tudo,

Na real, não sabe nada,

Não passa de um pateta,

Sozinho na encruzilhada,

Com o nariz empinado,

Prepotente, abestado,

Imbecil ignorante,

Não conhece seu reduto,


Tem bastante ferro bruto,

Querendo ser diamante.

Se acha o rei da cocada,

Quando não é nem garapa

De açúcar, sem sabor,

Do livro é a contracapa,

Se torna uma pessoa chata,

Sem humildade, ingrata,

Um ser vil, intolerante,

Uma árvore sem dá fruto,


Tem bastante ferro bruto,

Querendo ser diamante.



março 24, 2023

ANDARILHO DAS NUVENS - Marcelo Rates Quaranta


Um andarilho das nuvens é alguém que viaja em sonhos, agarrado na cauda de alguma esperança e acha que há sempre um horizonte após outro horizonte onde chegar.

É como a criança  que brinca com suas próprias ilusões e não deixa que elas morram, porque elas são o combustível da sua eterna viagem. É aquele que mantém o sorriso inocente e o coração puro, mesmo que isso custe tristezas com as quais ele se nega a lidar.

O andarilho das nuvens é um solitário que constrói um mundo especial para si, com cores que poucos podem e conseguem enxergar... Um mundo sem guerras, sem dores e sem ódios... É um estágio que os ditos "normais" não conseguem entender e atingir porque seus corações duros e pesados não deixam com que eles tirem os pés de um chão carregado de ressentimentos, rancores e mazelas.

Eu sou um andarilho das nuvens nas minhas poesias, no que eu canto, nos meus objetivos e nos meus sentimentos.

E Deus me permita fazer dessa viagem um voo sem fim, porque no final dela eu sei que está a felicidade de saber que um dia fui feliz do meu jeito... "Nas nuvens".

Aprenda a flutuar com a beleza e a importância das pequenas coisas, e as grandes aflições não te atingirão com tanta intensidade.

DA DIGNIDADE HUMANA - Heitor Rodrigues Freire




Este é um tema que está permanentemente na minha consciência. É tão marcante que já me referi a ele em diversos artigos e ao mesmo tempo é tão atual que merece um repeteco. 

O comportamento do ser humano, ao longo do tempo, varia em função de muitos fatores, influências filosóficas, religiosas, políticas, econômicas, profissionais, pessoais, familiares etc. 

Mas há um fator cuja dimensão transcende todos os outros, porque se alça a um patamar que o coloca acima de qualquer comparação: a dignidade humana, porque esta, quando devidamente exercida, atinge a divindade intrínseca do ser.

Quando se diz, aliás, dignidade humana, se comete uma redundância, porque a dignidade só pode ser humana. A dignidade é um atributo humano. É inerente ao ser humano. Decorre da consciência. É definida como respeito a si mesmo, amor próprio, brio, pundonor. Ou seja, todo ser humano é dotado desse preceito.

O conceito de dignidade ganhou sua formulação clássica por Immanuel Kant: "No reino dos fins, tudo tem um preço ou uma dignidade. Quando uma coisa tem preço, pode ser substituída por algo equivalente; por outro lado, a coisa que se acha acima de todo preço, e por isso não admite qualquer equivalência, compreende uma dignidade."

Isto vem a propósito de uma cena que presenciei, na qual um dirigente de uma instituição, dirigindo-se a um subalterno, destratou-o de forma agressiva, provocando um grande constrangimento em todos que ali estavam. Apesar disso, ele continuou achando que estava certo, afinal era o chefe.  Atitudes dessa natureza em nada contribuem para o aprimoramento das relações humanas. Pelo contrário. 

A questão da dignidade humana é tão fundamental que consta no art. 1º da Constituição vigente:

“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 

I − a soberania; 

II − a cidadania; 

III − a dignidade da pessoa humana; 

IV − os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa”.

No direito de família, o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana é o mais amplo e fundamental preceito. É um valor moral e espiritual inerente à pessoa. Assim ensina Maria Helena Diniz, titular da cadeira de Direito Civil da PUC/SP, em seu Dicionário Jurídico: “Na linguagem filosófica, (a dignidade), é o princípio moral de que o ser humano deve ser tratado como um fim e nunca como um meio”.

A propósito, voltando de novo a Kant, ele sustenta que “o Homem, e, duma maneira geral, todo o ser racional, existe como um fim em si mesmo, não simplesmente como meio para o uso arbitrário desta ou daquela vontade. Pelo contrário, em todas as suas ações, tanto nas que se dirigem a ele mesmo como as que se dirigem a outros seres racionais, ele tem sempre de ser considerado simultaneamente como um fim”.

É relevante ressaltar que o reconhecimento da dignidade se faz inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis; é o fundamento da liberdade, da justiça, da paz e do desenvolvimento social.

Considerando a posição machista da sociedade, e na defesa da mulher, Serge Moscovici, psicólogo social, diretor do Laboratório Europeu da Psicologia Social, que ele cofundou em Paris, em 1975, assim declarou: "Os homens produzem bens, as mulheres produzem homens". Parafraseando-o, eu diria: “Os homens produzem bens, as mulheres produzem seres humanos”. E isso porque toda definição do homem como representante único do gênero humano se afigura como um preconceito machista. Desde sempre, ele é assim retratado, mas nem por isso essa definição me parece verdadeira.

A mulher, ao longo dos tempos, sempre foi colocada numa posição subalterna, que foi obrigada a aceitar passivamente. Essa posição, contrario sensu, em nada favorece ao homem; é preciso compreender e respeitar o equilíbrio entre as energias opostas, restaurando-o naturalmente. Aos poucos, ou aos muitos, a mulher vem conquistando a sua verdadeira posição de igualdade.

Se a dignidade humana é uma condição especial que reveste todo ser humano pelo simples fato de ser humano, quanto mais é condição especial tratando-se da mulher, esse ser inefável, misterioso, magnífico, enigmático. A maternidade lhe confere divindade: sem ela, não existiria a humanidade.

Concluindo, a dignidade pertence igualmente ao homem e à mulher, cujo respeito deve ser devidamente cultuado para o engrandecimento da raça humana.


AS VARIANTES DO 3 - Newton Agrella




O numeral TRÊS é um vocábulo de origem Latina, cuja etimologia advém de TRĒS, TRIA

Deste numeral houve a derivação de inúmeras outras palavras conforme prefixos correspondentes.

Dentre elas, poderíamos destacar algumas que merecem registro especial, como por exemplo:

*TRÍPLICE*

Adjetivo de dois gêneros que significa: composto por três elementos ou dividido em três etapas.

*TRIPLO*

Adjetivo que dá conta sobre o que apresenta três características ou como numeral, aquilo que contém três vezes a mesma quantidade.

*TRÍADE*

Conjunto de três entidades, habitualmente utilizada no que se refere a valores filosóficos.

Como por exemplo:

Liberdade, Igualdade, Fraternidade.

*TRINDADE*

Termo de cunho especialmente religioso e mais particularmente cristão no que diz respeito a Deus, que se compõe de três princípios divinais: 

Pai, Filho e Espírito Santo.

*TRIVIUM*

Trata-se de uma referência às disciplinas acadêmicas, que se referem à Lógica, Gramática e Retórica e que merece especial abordagem no grau de Companheiro Maçom no R.'.E.'.A.'.A.'.

*TRILOGIA*

Termo principalmente utilizado ao referir-se a uma obra literária, musical ou científica, dividida em três partes.

Na filosofia maçônica o Aprendiz tem a idade de três anos.

A relação que temos com o Tempo reside em três dimensões:

Passado, Presente e Futuro.

A referência que estabelecemos com a nossa Existência decorre em três grandes fases: 

nascimento, vida e morte.

Três graus fundamentais compõem a Maçonaria Simbólica:

Aprendiz, Companheiro e Mestre

As Três Grandes Luzes da Maçonaria são:

O Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso.

Para o filósofo e matemático Pitágoras o número três representa a perfeição, posto que ele é a soma do um, que significa unidade, e do dois, que significa dualidade.

Para alguns autores maçons de um linha mais esotérica há também o conceito sobre o *TERNÁRIO* que é o número místico usado pela Maçonaria para se referir à Divindade e explicar a origem de seus símbolos.

Para concluir este fragmento cabe lembrar que o emprego da *TRIPONTUAÇÃO* - característica de ritos de origem francesa e em especial especial no R.'.E.'.A.'.A.'.  - constitui-se numa influência da corte francesa, utilizado como mecanismo maçônico para dificultar a compreensão de textos a profanos.

Ao valer-se dos Três Pontos em forma de triângulo, para a abreviatura de palavras, de alguma sorte, este expediente contribui para preservar e ocultar alguns segredos e mistérios da Maçonaria.

Compartilhamos assim, uma "tênue amostra", quanto ao protagonismo do número *3* num amplo cenário simbólico oferecido pela Sublime Ordem.