abril 03, 2023

COMO VENCER NA MAÇONARIA... SEM FAZER FORÇA - José Castellani




Depois de muitos anos na Maçonaria, vendo carreiras meteóricas e ascensões fulminantes de homens medíocres, sem cultura geral e maçónica, sem vivência dentro da Instituição e sem trabalhos de vulto, em benefício dela, creio que posso dar, aos novos maçons, que queiram enquadrar-se nessa situação, a receita de como possuir altos graus e cargos elevados, sem o tempo necessário e legale sem fazer força. É claro que esta receita é apenas para as mediocridades, que não possuem capacidade suficiente para subir pelos seus próprios méritos. Eis as regras, bem simples:

1. Faça muitos exercícios de contorcionismo, para que a sua coluna vertebral se torne bastante flexível, permitindo desta maneira, grandes curvaturas aos que lhe são hierarquicamente superiores dentro da Ordem.

2. Exercite também os seus joelhos, para que eles aguentem as genuflexões aos detentores do poder.

3. Acostume a sua cabeça a balançar, apenas no sentido vertical e nunca no horizontal, para que possa concordar com tudo o que os seus superiores hierárquicos, na Loja, ou na Obediência, desejarem.

4. Bater palmas aos que estão acima, ajuda sempre: exercite as mãos.

5. Seja sempre o primeiro no cortejo da bajulação, no cordão dos “engraxadores” dos detentores dos poderes simbólicos e dos altos graus, desde que, é óbvio, eles gostem de bajulações.

6. Nunca diga “não”. Seja como a boa prostituta e concorde com tudo, pois negócio é negócio.

7. Seja sempre bonzinho com todos, fale mansa e suavemente, sem nunca alterar a voz: não dê palpites, não emita opiniões, não queira dar demonstrações de cultura e todos acharão que você é o máximo.

8. Procure conseguir alguns titulozinhos “profanos”; mesmo sabendo que a mediocridade não merece títulos, rastejando e implorando é possível consegui-los. O trabalho compensa, pois os títulos, mesmo imerecidos, impressionam os basbaques.

9. Acima de tudo, e esta é a regra principal, esteja sempre com quem está por cima. Se, todavia, aquele que estiver por cima vier a cair, não hesite em ser volúvel; mude de amo, pois a sua vaidade terá que ser maior que a sua dignidade.

10. Não seja independente, pois Maçom independente só sobe pelos seus próprios méritos e com esforço; além de tudo, independência é apanágio de quem tem dignidade, brio e não é medíocre, não precisando, portanto, de todas estas regras.

Seguindo estas dez simples regras, é possível, em pouco tempo, chegar aos mais altos graus (neste caso, uma boa conta bancária também ajuda), em detrimento de Irmãos mais antigos e mais capazes, e subir aos altos cargos simbólicos, com excepção do Grão-Mestrado, pois os títeres só servem para sustentar os Grão-Mestres e nunca para lhes tomar o lugar.

Quem fizer tudo isto, será logo um figurão dentro da Instituição e mesmo que não possua suficiente cultura, será um bom enganador, pois todos acharão que a possui.

A existência destes figurões fabricados é todavia, motivo de grande desgaste, para a Maçonaria, pois ela repete, no caso, um dos grandes erros da sociedade “profana”, que é a inversão de valores; além disso, ocupando altos cargos na Ordem e sendo reconhecidos como medíocres lá fora, eles depõem contra a própria Instituição.

Há alguns anos, um amigo e Irmão “adormecido”, portador de vasta cultura e reconhecidamente capaz, perguntou-me, a respeito de um conhecido comum nosso: – “Qual é o cargo que Fulano ocupa no Grande Oriente?” Quando eu lhe respondi, ele, atónito, exclamou: – “Puxa! Esse indivíduo, multiplicado por dois, não forma meio burro! Como vai mal a nossa Maçonaria!” – Era tolice eu tentar explicar como o “indivíduo” conquistou o cargo. Ficaram apenas a vergonha e o desencanto, próprios de quem é Maçom de brio e não gosta de ver deturpada a imagem da Maçonaria Nacional.

Em 1974, como responsável pelo Boletim da Loja “Lealdade à Ordem”, da qual fui idealizador e fundador, fiz uma crítica, abordando a mediocridade da assessoria do Grande Oriente de São Paulo ligado ao GOB, já que é notório que os cargos de confiança nem sempre levam em conta a capacidade, mas servem, mais, para premiar “os amigos do rei”.

A crítica tinha destinatário certo: era dirigida a dois “Grandes” Secretários; todavia, todos enterraram a carapuça até os joelhos. O Grão-Mestre estadual da época disse-me, então, que eu tinha ofendido a toda a cúpula. Ora, se toda a tal cúpula se sentiu “ofendida” é porque eu, realmente, me enganara: a mediocridade era total e não de apenas dois Secretários, pois quem não era realmente medíocre, não poderia se sentir atingido. Certamente todos seguiam o conselho da sabedoria antiga “Nosce te ipsum” (tradução latina da inscrição grega encontrada no frontispício do templo de Apolo, em Delfos), que significa: “Conhece-te a ti mesmo”.

Com o conhecimento deste fato, muitos poderão perguntar-me se a actual crítica também tem endereço certo. E eu responderei, imitando um antigo político brasileiro: “Nem sim, nem não, muito pelo contrário; deixemos aos pavões o benefício da dúvida”. Os homens brilhantes, que estão nos altos escalões da Maçonaria Nacional e que representam a maioria, não se sentirão atingidos. O resto? Bem, o resto… é o “resto”!

Cabe, aqui, entretanto, uma advertência final: não confundir subserviência com fidelidade, pois qualquer Maçom pode ser fiel a um dirigente maçónico, sem ser servil , sem se desfazer da vontade própria, sem prostituir a sua consciência e sem ter a docilidade de um fantoche. A fidelidade consiste em dar apoio, mas não aplaudir e avalizar os erros, pois o verdadeiro amigo, o amigo fiel, chama a atenção para os erros e suas consequências, impedindo que eles sejam cometidos. Um Grão-Mestre democrático ouve os que o cercam e toma as suas resoluções de acordo com a maioria, formando uma liderança colectiva, base e sustentação da moderna democracia. Uma assessoria que, por mera adulação, se comporta como um rebanho de carneiros, é altamente perniciosa, é a negação da liberdade de consciência, é o primeiro passo para uma nefasta ditadura, incompatível com o espírito maçónico de LIBERDADE.


MARCAS DUM INICIADO - Adilson Zotovici




São marcas dum iniciado

Do seu desbastar fecundo

Do presente, do passado

Por tantas plagas no mundo


Por onde passa é deixado

Um sinal, que não confundo,

A graça, o significado

Que à Arte Real facundo


Nalgum paço eternizado

De bom compasso oriundo

Palácio, templo a Deus Louvado


Mostra que ali plantado

Com amor, germe profundo,

E o labor disseminado !



O MAÇO E O CINZEL - Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz



O MAÇO

O Maço ou Malho é um instrumento contundente semelhante ao martelo, embora geralmente mais pesado e desprovido de unhas, utilizado para quebrar ou desbastar.

Diferentemente do Malhete, que é um Maço ou Malho em tamanho menor e de uso privativo do Venerável Mestre e dos Vigilantes por simbolizar a Autoridade, o Maço é um instrumento de trabalho do Aprendiz.

O Maço simboliza a Vontade que existe em todos os homens e que precisa ser canalizada eficientemente para que não resulte em esforço inútil.

O Maço é a Energia, a Contundência, a Força e a Decisão que se fazem necessárias para que o Aprendiz persevere em seu trabalho, não esmorecendo ao primeiro revés.

Quando utilizado de forma descontrolada, o Maço pode se transformar em uma poderosa ferramenta de destruição, porém, seu uso disciplinado o faz um instrumento indispensável.


O CINZEL

O Cinzel é um instrumento utilizado para trabalhos que exijam apuro e precisão, formado por uma haste de metal em que um de seus lados é perfuro-cortante  e o outro apresenta uma cabeça chata, própria para receber o impacto de uma ferramenta contundente.

Como o Malho, o Cinzel é um instrumento do Aprendiz, que com eles trabalha a Pedra Bruta, Símbolo da personalidade tosca e inculta.

O Cinzel é o instrumento que recebe o impacto do Malho, dirigindo a força daquele de forma útil. Como canalizador da Vontade representada pelo Malho, o Cinzel simboliza o Discernimento, a Inteligência, que dirige a Força da Vontade.

Tal como o Malho (a Vontade), o Cinzel (a Inteligência), por si só não garante um trabalho eficiente.


O MAÇO E O CINZEL ASSOCIADOS

No Painel de origem inglesa, o Maço e o Cinzel estão representados separadamente, como se não interagissem. Como vimos, o Malho e o Cinzel, a Vontade e a Inteligência, atuando sem coordenação, funcionando de forma independente, geralmente não produzem um trabalho satisfatório, não garantem que o trabalho se conclua, não asseguram que a meta seja alcançada.

No Painel de origem francesa, estes dois Símbolos estão unidos, demonstrando que ambos precisam atuar harmonicamente para que se consiga atingir os objetivos colimados.

A associação do Malho com o Cinzel nos indica que a Vontade e a Inteligência, a Força e o Talento, a Ciência e a Arte, a Força Física e a Força Intelectual, quando aplicadas em doses certas, permitem que a Pedra Bruta se transforme em Pedra Polida.


Excerto do livro O que um Aprendiz Maçom deve saber do Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz - Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

abril 02, 2023

PALAVRAS DE FRANCIS BACON

 


O homem deve criar as oportunidades e não somente encontrá-las.

 Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades. 

A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto. 

A amizade duplica as alegrias e divide as tristezas. 

O homem cifra a sua felicidade e a sua glória naquilo que o atormenta.

Despreza aqueles que lhe aliviam os males e afeiçoa-se àqueles que os aumentam. 

Aquele que não consegue perdoar aos outros, destrói a ponte por onde irá passar.

As pessoas preferem acreditar naquilo que elas preferem que se seja verdade.

Seja verdadeiro consigo mesmo e não seja falso com os outros.

Triste não é mudar de ideia. Triste é não ter ideias para mudar.

Nada provoca mais danos num Estado do que homens astutos a quererem passar por sábios


DIFAMAR A MAÇONARIA NÃO É DE AGORA



A fraude antimaçônica de Léo Taxil e como a visão popular ainda é influenciada por ela até os dias de hoje

 A Fraude de Taxil de 1890, é provavelmente a mais famosa farsa antimaçônica francesa. Seu autor, Léo Taxil, quis vingar-se da Maçonaria, da qual foi expulso em 1882 por um caso de plágio.

Léo Taxil era o nome de pena de Marie Joseph Gabriel Antoine Jogand-Pagès, que tinha sido anteriormente acusado de difamação a respeito de um livro que escreveu chamado The Secret Loves de Pope Pius IX. Taxil inicialmente chegou a publicar vários livros anticatólicos, que pintaram a hierarquia eclesiástica como hedonista e sádica. Taxil ingressou na Maçonaria em 1881, mas não passou do primeiro grau, sendo expulso dez meses depois, em 1882, por estar envolvido em alguns casos de plágio e difamação.

Em 20 de abril de 1884 o Papa Leão XIII publicou uma encíclica, Humanum Genus, que afirmou que a raça humana foi "separada em duas partes opostas e diversas, das quais uma resolutamente luta pela verdade e a virtude, a outra é daquelas coisas que são contrárias à virtude e à verdade. Uma é o reino de Deus sobre a terra, a saber, a verdadeira Igreja de Jesus Cristo (…) O outro é o reino de Satanás".

Este outro reino dito, ao que se supõe pelo posicionamento do pontífice com relação aos maçons, "levado ou assistido" pela Maçonaria.

Após esta encíclica, Taxil viu, como ele mesmo confessaria mais tarde, uma grande oportunidade para uma brincadeira onde ridicularizaria a Igreja e se vingaria da Maçonaria por tê-lo expulso. Em 1885, Taxil submeteu-se a público, dizendo converter-se ao catolicismo romano, e anunciou a sua intenção de reparar o dano que ele tinha feito para a verdadeira fé. Em seguida, inventou uma ordem maçônica satânica imaginária de nome Palladium, cujo objetivo principal seria de dominar o mundo.

O suposto objetivo de Taxil era denunciar tal ordem, revelando seus segredos e ações à sociedade. Tendo começado por acusar a Maçonaria de ocultar as piores misérias morais e incentivar seus seguidores ao vício, quando não ao assassinato, em seguida, acusou de ser uma seita satânica que dedica seus cultos a Baphomet, nos camarotes dos quais o chefe supremo Albert Pike recebia as suas ordens, de Lúcifer em pessoa.

Para tornar a farsa mais credível, Taxil misturou elementos do ritual Maçônico com elementos fantasiosos de sua invenção. Em particular, sobre as várias imagens doravante famosas, reutilizou o símbolo do 18º do Rito Escocês Antigo e Aceito, substituindo o cordeiro pascal pela imagem de Baphomet, uma figura simbólica concebida e divulgada a partir de 1854 pelo ocultista francês Eliphas Levi.

O primeiro livro produzido por Taxil após a sua suposta conversão católica era um quarto volume da história da Maçonaria, que continha verificações fictícias de uma testemunha da sua participação no satanismo. Com um colaborador que publicou como "Dr. Karl Hacks", escreveu outro livro chamado Devil in the Nineteenth Century, que introduziu um novo personagem, Diana Vaughan, uma suposta descendente do alquimista Rosacruz Thomas Vaughan. O livro continha muitos contos sobre seus supostos encontros com demônios encarnados, um dos quais supostamente escreveu profecias sobre a sua volta com sua cauda, e outro que tocava piano, sob a forma de um crocodilo.

Segundo Taxil, Diana Vaughan teria sido envolvida na maçonaria satânica, mas fora resgatada quando um dia ela professou admiração por Joana d'Arc (ainda não canonizada na época), cujo nome teria posto os demônios em fuga. Declarando coautoria como Diana Vaughan, Taxil publicou um livro chamado Eucharistic Novena, uma coleção de orações que foram elogiadas pelo Papa.

Leo Taxil convenceu muitos católicos com a sua farsa - tanto que em 1887 foi recebido em audiência pelo Papa Leão XIII, que declarou ser admirador da obra de Taxil, solicitou que ele escrevesse mais livros e passou a financiá-lo.

Continuando a farsa, Taxil alegou que Albert Pike, Grande Comendador do Supremo Conselho de Jurisdição do Sul do Rito Escocês antigo e aceito, era um "Papa Luciferianista", o líder supremo de todos os Maçons do mundo, e que ele admitiu que toda sexta-feira às três horas conferia com o próprio Satanás. Monsenhor Northrop, bispo de Charleston (Carolina do Sul), foi especialmente para Roma, a este respeito a fim de garantir a Leão XIII que os maçons da sua cidade episcopal são pessoas dignas, e seu templo não adornava qualquer estátua de Satanás.

Em 19 de abril de 1897, após dez anos de patrocínio pelo Papa, Taxil chamou uma conferência de imprensa organizada na Sociedade de Geografia (a chamada Conferência de Leo Taxil), na qual confessou que suas revelações sobre os maçons eram fictícias; admitiu que Diana Vaughan não existia, pelo contrário, que o nome tinha sido emprestado de sua secretária; revelou que tal ordem Paládio não existia; explicou detalhadamente os cuidados que teve para criar a e manter a farsa e agradeceu ao clero por sua assistência em dar publicidade às suas alegações selvagens; e afirmou que a sua "brincadeira amigável" teria feito o seu sucesso no tempo do livre pensamento que iria "Matá-los através de riso." Isso revelou o grau de sua impostura e provocou um escândalo em que a polícia teve que intervir para acalmar e dar assistência e proteção ao autor.

Embora o material produzido por Taxil seja confessamente uma fraude, esse material ainda é utilizado contra maçons até hoje, principalmente pelos fundamentalistas cristãos e antimaçônicos, que associam o Baphomet à Maçonaria e afirmam que a maçonaria é satânica. Um livro foi-lhe consagrado (Le Mystère de Léo Taxil et la vraie Diana Vaughan), publicado em 1930, sob o pseudónimo "Spectator", afirma que Taxil tinha sido manipulado pela Maçonaria para desacreditar a antimaçonaria.


Mais detalhes em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fraude_de_Taxil

abril 01, 2023

DA VIRTUDE (Virtus in medium est) - Newton Agrella



Um dos princípios dialéticos da Maçonaria se fundamenta na prática da "Virtude". 

Isto se deve ao fato de que a Virtude constitui-se  num atributo moral e intelectual humano na busca pela felicidade.

É relevante destacar que este tema mereceu uma detida análise por parte do filósofo grego Aristóteles.

O mesmo incumbiu-se de   demonstrar a distinção  entre virtudes intelectuais e virtudes éticas (ou morais).

Aristóteles entendia que o estado ideal era a "moderação", isto é;  tudo aquilo que residia entre o defeito (carência) e o excesso (exagero).

O pensamento aristotélico discorre que a Virtude Intelectual é aquela que nasce e se desenvolve em razão dos resultados da aprendizagem e da educação. 

Por outro lado, a Virtude Moral constitui-se no resultado do hábito que nos torna capazes de praticar atos justos.

Segundo Aristóteles a Virtude consiste na justa medida, longe dos dois extremos.

Por sua vez, ainda no âmbito dialético,  o filósofo grego Platão, afirmava que cada território da alma deve atuar de acordo com a Virtude que lhe corresponde. 

Assim, a ação do homem é determinada.

A Maçonaria Especulativa teve significativas influências das correntes filosóficas da Antiguidade.

Particularmente  a questão sobre esta disposição da alma é abordada, quando no processo de Iniciação Maçônica, e consta no Ritual de Aprendiz do Rito Escocês Antigo e Aceito, ao momento em que é perguntado ao Iniciado: 

"...O que entendeis por Virtude ?..."

E após franquear a resposta ao mesmo, o Venerável Mestre esclarece dizendo:

"...É uma disposição da alma que nos induz a praticar o bem..."

Interessante fazer uma viagem no tempo e perceber que quando nos referimos à etimologia de cada palavra, a mesma obedece um processo de construção, circunstância histórica, transformação e adaptação nos seus significados.

Assim por exemplo, em Português o substantivo Virtude advém do Latim  "virtus"  e do radical "VIR", termo associado à Virilidade, Valentia, Coragem - num contexto semântico de gênero masculino - tendo em vista que na Antiguidade, a mulher desempenhava um papel secundário e por conseguinte suas qualidades humanas eram relegadas a um segundo plano.  

Entretanto, com o tempo e a própria evolução humana, o vocábulo ganhou uma amplitude de significados passando a se referir como uma propriedade anímica de reconhecimento pleno e geral atinente a todas as pessoas.

Ainda a título ilustrativo, cabe menção como derivado do substantivo Virtude, os adjetivos "virtuoso ou virtuosa" ; quando se pretende reconhecer e exaltar as  qualidades morais diferenciadas de uma pessoa.

Diante deste esboço e considerando as variadas interpretações pelas diferentes correntes filosóficas, cabe registrar que num âmbito geral, o conceito formal das

Virtudes Humanas são qualidades morais padrão dos seres humanos, intimamente relacionadas à construção da personalidade de cada indivíduo e que sob a égide maçônica ela ganha uma identidade que se sublima com o princípio da Fraternidade.

Conclui-se deste modo, este suscinto episódio sobre uma singela palavra de relevante significado para os compêndios filosóficos e simbólicos da Sublime Ordem.



BREVE HISTÓRIA DO POVO JUDEU ATÉ SALOMÃO - Almir Sant’Anna Cruz



O povo judeu não se distinguiu na História Antiga por ações políticas, econômicas ou militares, nem por sua cultura artística ou científica. Nestes campos do conhecimento, os judeus em nada contribuíram. Sua grande contribuição foi diferenciar-se dos povos da Antiguidade, que eram politeístas e adoradores dos astros e das forças da Natureza. Seu mérito foi o de dar ao mundo o exemplo da crença em um único Deus, imaterial e eterno.

O primeiro hebreu foi Abraão, filho de Terá, da linhagem de Sem, filho de Noé. Seu nome primitivo era Abrão, mudado para Abraão por Deus, que lhe prometeu uma numerosa descendência, tornando-o patriarca de uma grande nação, a dos judeus. Em contrapartida, sua descendência se comprometia a prestar culto somente ao verdadeiro Deus. 

Esta aliança foi selada com o sangue da circuncisão e mais tarde com holocaustos de cordeiros, quando Abraão ia imolando seu filho Isaque, a mando de Deus.

Ao velho patriarca sucedeu seu filho Isaque e seu neto Jacó, cujo nome foi alterado para Israel.

(Percebe-se aí a prática milenar de mudar o nome do indivíduo para se afirmar a superioridade sobre ele. 

No Brasil e em outros países em que houve a prática da escravidão negra, os escravos também tinham seu nome mudado para “nomes cristãos”).

Israel casou-se com as irmãs Lia e Raquel. 

Lia foi a mãe de seis de seus filhos: Ruben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulon e de sua filha Diná.

Raquel foi a mãe de José e Benjamim.

De Bilha, escrava de Raquel, nasceram Dã e Neftali.

Zilpa, escrava de Lia, foi a mãe de Gade e Aser.

Os doze filhos homens de Israel deram origem às doze tribos em que o povo se dividiu.

Posteriormente, a tribo de José se dividiu em duas meia-tribos, correspondentes aos descendentes de seus filhos Manassés e Efraim, adotados por Israel. 

José, que fora vendido por seus irmãos a mercadores egípcios, veio a tornar-se ministro do Faraó e, por ocasião de uma grande fome na Palestina, chamou seu povo para o Egito.

Os judeus viveram tranqüilos no Egito por mais de 200 anos. Como se multiplicavam com rapidez maior que os egípcios, passaram a ser por eles discriminados e tornaram-se escravos.

Para controlar a prole dos judeus, o Faraó determinou que seus recém-nascidos do sexo masculino fossem mortos, escapando de tal ordem Moisés, da linhagem de Levi, recolhido do Rio Nilo pela filha do Faraó, que o criou.

Já adulto, Moisés conseguiu, a duras penas, a permissão do Faraó para levar seu povo à Terra Prometida, à Palestina.

Sob o comando de Moisés, os judeus vagaram pelo deserto durante 40 anos.

No Monte Sinai, Deus ratificou seu pacto com as doze tribos de Israel, ditando a Moisés seus Dez Mandamentos, que foram guardados na Arca da Aliança.

Quando avistava a Terra Prometida, o grande legislador judeu morreu, tendo, antes, dividido a região entre as doze tribos, reservando para a sua, a de Levi, o sacerdócio.

Moisés foi sucedido por Josué, da meia-tribo de Efraim, que atravessou o Rio Jordão, venceu os cananeus que habitavam o país, tomou a cidade de Jericó e assentou as tribos, que ficaram com a responsabilidade de ocupar, cada uma, as terras que lhes foram designadas e combater os bolsões de resistência.

Após a morte de Josué, as tribos de Israel viviam mais ou menos independentes, governadas por um conselho de anciãos, sob a coordenação do Sumo-Sacerdote, da tribo de Levi.

Durante muito tempo, cananeus, filisteus e diversos outros povos vizinhos combateram e oprimiram os judeus. Nestes períodos difíceis, eram escolhidos para libertar e governar o povo os Juizes, que exerciam funções de magistrados militares e civis.

Por cerca de 400 anos as tribos de Israel foram chefiadas por 17 Juizes: Otniel, Eúde, Débora e Baraque (simultaneamente), Gideão, Abimeleque (usurpador, filho de Gideão), Tola, Jair, Jefté (mencionado no grau de Companheiro), Ebsã, Elom, Abdom, Sansão (o mais conhecido do público em geral), Eli (o sacerdote), Samuel, Joel e Abia (simultaneamente, ambos filhos de Samuel).

Como Joel e Abia se inclinaram à avareza e não seguiram os ensinamentos de seu pai, bem como se fazia necessário uma maior união das tribos para melhor resistirem às agressões, cada vez mais frequentes, de seus belicosos vizinhos, os anciãos de Israel pediram a Samuel que constituísse um rei, tendo sido sagrado Saul, da tribo de Benjamim, como primeiro rei de Israel.

Sucedeu-o Davi, da tribo de Judá, guerreiro, artista e poeta. Compôs os Salmos, estabeleceu a capital em Jerusalém, organizou um exército regular e venceu os filisteus, os moabitas, o rei Hadadezer de Zobá, os sírios de Damasco, os edomitas e os amonitas, entre outros.

O terceiro rei dos judeus foi Salomão, filho de David, da tribo de Judá.


Do livro *Personagens Bíblicos da Maçonaria Simbólica do Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz  - Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

ABRIL MOSTRA SUA CARA - Newton Agrella




Ainda que a origem deste nome seja relativamente obscura, ensejando algumas diferentes interpretações, fato é, que ABRIL, o quarto mês do calendário gregoriano, possui duas vertentes principais quanto a sua etimologia e significado.

Uma corrente de etimólogos é partidária do entendimento de que o nome  advenha do Latim  "APRILIS"  que significa "abrir" numa referência à germinação das culturas no Hemisfério Norte, pois lá, a estação do ano  é a Primavera.

Outra porém, entende que o vocábulo advenha de "Aprus", termo relacionado a "Afroditis", nome grego da deusa Vênus, que teria nascido de uma espuma do mar que, em grego antigo, se dizia "abril".

Independentemente destas especulações etimológicas, ABRIL é a abertura do Outono aqui no hemisfério sul.

Já que a abordagem dá conta sobre a abertura do mês de ABRIL neste ano corrente de *2023* da era vulgar, não custa lembrar que a origem do chamado 1o. de Abril, com Dia da Mentira, tem um componente histórico, cujas tradições orais traduzem a seguinte narrativa:

Segundo relatos de alguns historiadores,  com a instituição do Calendário Gregoriano na França em 1582, em lugar  do Juliano, isso acabou causando um certa confusão entre as pessoas.  

Muitas, nem tinham sido informadas quanto à mudança, sem contar as limitações e dificuldades à época, para que as notícias ganhassem alcance.

Assim, o primeiro dia do ano, deixou de ser em Abril e passou para Janeiro.

Diante desta significativa mudança, a data passou a ser chamada pelos europeus como 1o. de Abril , Dia da Mentira. 

O fato alastrou-se por todo o continente e ganhando influência em todo o Ocidente.

Daí a analogia com a Mentira, e por conseguinte, as brincadeiras que surgiram baseados na referida data.

No Brasil, especificamente o mês da Abril registra as seguintes datas mais marcantes do ponto de vista histórico-cultural:

19/04  Dia do Índio

21/04  Tiradentes (herói nacional) e a data de fundação de Brasília, capital federal.

22/04  Descobrimento do Brasil

Ainda aqui no Brasil, em termos de Celebrações Religiosas, apesar do caráter móvel,  habitualmente no mês de Abril comemoram-se a Páscoa (festa cristã) e o Pessach (festa judaica).

Apenas a título de curiosidade para fechar esse breve capítulo, vale lembrar que o calendário que hoje utilizamos trata-se de uma evolução do antigo calendário romano, em que vários meses ostentavam nomes de deuses pagãos. 

Que o majestoso azul celeste, tão típico de Abril, aqui em nosso hemisfério, bem como a leve queda de temperaturas, possam propiciar-nos dias melhores e mais felizes, estimulando nossas  disposições da alma a devotar nossos propósitos na busca incansável pela prática do bem.


março 31, 2023

ALGUNS FATOS HISTÓRICOS QUE VOCE NÃO CONHECE



Santos Dumont almoçava 3 vezes por semana na casa da Princesa Isabel em Paris. 

A ideia do Cristo na montanha do Corcovado partiu da Princesa Isabel. 

A família imperial não tinha escravos. Todos os negros eram alforriados e assalariados, em todos os imóveis da família.

 D. Pedro II tentou ao parlamento a abolição da escravatura desde 1848. Uma luta contra os poderosos fazendeiros por 40 anos. 

D. Pedro II falava 23 idiomas, sendo que 17 era fluente. 

A primeira tradução do clássico árabe “Mil e uma noites” foi feita por D. Pedro II, do árabe arcaico para o português do Brasil. 

D. Pedro II doava 50% de sua dotação anual para instituições de caridade e incentivos para educação com ênfase nas ciências e artes. 

D. Pedro Augusto Saxe-Coburgo era fã assumido de Chiquinha Gonzaga. 

Princesa Isabel recebia com bastante frequência amigos negros em seu palácio em Laranjeiras para saraus e pequenas festas. Um verdadeiro escândalo para época. 

Na casa de veraneio em Petrópolis, Princesa Isabel ajudava a esconder escravos fugidos e arrecadava numerários para alforriá-los. 

Os pequenos filhos da Princesa Isabel possuíam um jornalzinho que circulava em Petrópolis, um jornal totalmente abolicionista. 

D. Pedro II recebeu 14 mil votos na Filadélfia para a eleição Presidencial, devido sua popularidade, na época os eleitores podiam votar em qualquer pessoa nas eleições. 

Uma senhora milionária do sul, inconformada com a derrota na guerra civil americana, propôs a Pedro II anexar o sul dos Estados Unidos ao Brasil, ele respondeu literalmente com dois “Never!” bem enfáticos. 

Pedro II fez um empréstimo pessoal a um banco europeu para comprar a fazenda que abrange hoje o Parque Nacional da Tijuca. Em uma época que ninguém pensava em ecologia ou desmatamento, Pedro II mandou reflorestar toda a grande fazenda de café com mata atlântica.

Quando D. Pedro II do Brasil subiu ao trono, em 1840, 92% da população brasileira era analfabeta.

Em seu último ano de reinado, em 1889, essa porcentagem era de 56%, devido ao seu grande incentivo a educação, a construção de faculdades e principalmente de inúmeras escolas que tinham como modelo o excelente Colégio Pedro II.

 A Imperatriz Teresa Cristina cozinhava as próprias refeições diárias da família imperial apenas com a ajuda de uma empregada (paga com o salário de Pedro II).

Em 1880 o Brasil era a 4º economia do Mundo e o 9º maior Império da história.

De 1860 a1889 a média do crescimento econômico foi de 8,81% ao ano.

Em1880 eram 14 impostos, atualmente são 98.

De 1850 a1889 a média da inflação foi de 1,08% ao ano.

Em1880 a moeda brasileira tinha o mesmo valor do dólar e da libra esterlina.

Em 1880 o Brasil tinha a segunda maior e melhor marinha do Mundo, perdendo apenas para a da  Inglaterra.

De1860 a1889 o Brasil foi o primeiro país da América Latina e o segundo no Mundo a ter ensino especial para deficientes auditivos e deficientes visuais.

Em1880 o Brasil foi o maior construtor de estradas de ferro do Mundo, com mais de 26 mil km.

A imprensa era livre tanto para pregar o ideal republicano quanto para falar mal do nosso Imperador. Diplomatas europeus e outros observadores estranhavam a liberdade dos jornais brasileiros" conta o historiador José Murilo de Carvalho. Mesmo diante desses ataques, D. Pedro II se colocava contra a censura.  "Imprensa se combate com imprensa", dizia.

O Maestro e Compositor Carlos Gomes, de “O Guarani” foi sustentado por D. Pedro II até atingir grande sucesso mundial.

D. Pedro II mandou acabar com a guarda chamada Dragões da Independência por achar desperdício de dinheiro público. Com a república a guarda voltou a existir.

Em 1887, D. Pedro II recebeu os diplomas honorários de Botânica e Astronomia pela Universidade de Cambridge.

A mídia ridicularizava a figura de D. Pedro II por usar roupas extremamente simples, e pelo descaso no cuidado e manutenção dos palácios da Quinta da Boa Vista e Petrópolis. O imperador não admitia tirar dinheiro do governo para tais futilidades. Alvo de charges quase diárias nos jornais, mantinha a total liberdade de expressão e nenhuma censura.

D. Pedro II andava pelas ruas de Paris em seu exílio sempre com um saco de veludo ao bolso com um pouco de areia da praia de Copacabana. Foi enterrado com ele.

Fonte: Biblioteca Nacional RJ, IMS RJ, Diário de Pedro II, Acervo Museu Imperial de Petrópolis RJ, IHGB, FGV, Museu Nacional RJ, Bibliografia de José Murilo de Carvalho.

DA INSPIRAÇÃO - Heitor Rodrigues Freire



Deus, ao criar o ser humano, dotou-o de todos os predicados e atributos necessários para sua evolução, aprendizado e sabedoria, destes um fundamental é a inspiração. Para o despertar da sua consciência, necessário é que faça uso dos poderes que, potencialmente, já dispõe e cujo uso vai permitir-lhe cumprir sua finalidade primária: contribuir com sua parte para o conjunto do universo de que faz parte.

Para lançar-se a essa aventura extraordinária que é o viver, é imprescindível dotar-se da coragem indispensável para enfrentar e vencer desafios os mais difíceis, quase intransponíveis para o ser comum, e não se deixar vencer pelo medo. O primeiro desafio é esse, porque este poderá levar a pessoa a desistir de si mesma, o que implicaria num abandono da luta, que, por si só é interminável.

O homem, em função dos grandes feitos que realizou ao longo da história, adquiriu uma certa arrogância por se considerar autor de todo o progresso conquistado com sua própria inteligência. Mas se esquece que, na realidade, ele é apenas um coautor utilizado por Deus para dar sequência ao Seu projeto divino.

Por meio da razão e da imaginação se pode criar um plano de trabalho a ser realizado num devido tempo, cada um é o arquiteto do seu próprio destino. Deve se plantar e aguardar a colheita para usufruir o melhor resultado do seu trabalho. É o que acontece normalmente. 

Muitos são os ensinamentos das mais diferentes correntes de pensamento, da própria religião e diversas filosofias que ensinam a utilização da mente para se obter um resultado desejado.

Exemplos existem a mancheias para embasar esses ensinamentos, o que fortalece a convicção da realização e da conquista de metas que, por sua vez não devem constituir um apego.

Mas quando os planos de Deus divergem dos planos do homem – o homem põe e Deus dispõe –, e a ação da vontade do Senhor se manifesta de forma definitiva, abre-se um vácuo, um vazio de grande frustração. Daí a necessidade de sempre orar e buscar a orientação divina, a fim de receber a inspiração que possibilitará a realização dos objetivos – ou, em caso contrário, a aceitação da vontade divina.

Então surge a esperança que alimenta a fé – ao contrário do dito popular que afirma que esta é a última que morre, na realidade, não morre nunca – , enquanto houver vida e está é infinita, haverá esperança. Aqui há a considerar a questão da velhice, um obstáculo que deve ser encarado com serenidade, porque com a consciência da infinitude da vida, ela passa a ser uma questão biológica, física, mas que na realidade só existe no plano material.

Paulo, na primeira carta aos Coríntios, capítulo 13 termina dizendo que: “ao fim restam estas três: a fé, a esperança e o amor. Mas a maior de todas é o amor”. O que acaba testemunhando a imortalidade da fé e da esperança, embora sejam menores que o amor.

O medo leva ao desespero e a esperança à fé, constituindo assim os extremos dessa gangorra interminável. Daí poder se entender que qualquer conjunto de regras, valores, proibição e tabus são procedentes de fora do homem, ou seja são inculcados ou impostos pela política, pelos costumes, religião ou ideologias.

Ao contrário, uma reflexão sobre qualquer desses conjuntos implica numa revisão racional e critica sobre a validade da conduta humana, o que leva o homem a rever os ideais e valores que procedem da sua própria deliberação.

Daí que a concordância com as regras determinadas exige previamente uma análise racional e crítica, porque desde o homem primitivo sempre existiram normas, costumes, rituais, que norteavam sua conduta. 

A título meramente informativo, vale registrar que Sócrates no século V a.C., sacudiu a sociedade ateniense ao propor como valores primordiais os valores espirituais em oposição aos valores materiais.

Enfim, a inspiração faz toda a diferença.


março 30, 2023

MAÇONARIA NA UTI - Aderbal Luís Lopes de Andrade



Meus queridos Irmãos, infelizmente não trago boas notícias, o estado de saúde da Maçonaria piorou e ela foi levada para UTI para que ocorram procedimentos especiais na tentativa de lhe devolver a vida em sua forma de origem. 

Nos últimos anos a nossa querida Instituição vem sofrendo muitos ataques na tentativa de destruir seus ideais e suas finalidades, e esses ataques em 90% das vezes procedem de seus próprios membros, os outros 10% são oriundos de profanos que vivem na escuridão. 

Quando iniciamos nos é dada à Luz, colocamos nossa mão direita sobre o Livro da Lei e fazemos juramentos e nos comprometemos com o Grande Arquiteto do Universo e com todos os Irmãos de defender nossos ideais, nossas leis, a liberdade, a fraternidade, a igualdade, a Pátria, a família, entre outras coisas. No entanto, o que vem ocorrendo, é que a cada iniciação, os neófitos ao se levantarem após o juramento, já não se lembram do que juraram, e que deveriam a partir daquele momento levantar templos a virtude e cavar masmorras aos vícios, mas, fica só da boca para fora, quando deveria ser o contrário. 

Meus Irmãos não estou aqui fazendo julgamento de ninguém, pois isso só cabe a Deus, estou apenas relatando fatos que se propagam no dia a dia Maçônico. 

A Maçonaria se afastou de suas origens, pois deixamos de ser pedreiros, edificadores dos bons costumes, e passamos a ser engenheiros, ou seja, deixamos de trabalhar pela Ordem, de colocar a mão na massa e passamos a dar ordens para que outras pessoas (profanos) passem a realizar as nossas atividades e, dessa forma, fomos nos afastando de nossos compromissos e da verdadeira Maçonaria. Nós temos a missão de levar a Luz ao mundo, de sermos construtores de uma humanidade mais caridosa, mais harmoniosa, mais livre, e por isso homens livres e de bons costumes são pinçados no meio da sociedade, para se transformarem nesse instrumento dessa revolução social, porém, o que temos visto a cada dia é o mundo profano entrando na Maçonaria e causando a doença que está matando nossa querida e amada Ordem. 

Na iniciação a Maçonaria deveria entrar no neófito ao lhe ser dada à Luz, porém, o que se percebe e a escuridão do mundo profano tentando apagar a Luz, ao coloca-la em segundo plano em suas vidas, é como Jesus disse, não se acende um candeeiro para se colocar embaixo da cama, mais em um lugar alto para que possa iluminar todo o ambiente. 

Infelizmente hoje na Maçonaria temos muitos candeeiros embaixo de suas camas, representados pelo orgulho, vaidade, egoísmo, falta de comprometimento, entre tantas outras coisas. 

Um grande exemplo de tudo isso foi a omissão não dá Maçonaria, mais dos Maçons no momento político do Brasil, onde nossos juramentos foram colocados a prova e o que se viu foi uma falta de reação individual, um descompromisso com nossos ideais, como se nada estivesse acontecendo e, o pior, é escutar e ver Irmãos criticando a Maçonaria por se manter inerte a tudo isso, ou seja, jogando a sua culpa sobre os ombros da nossa Ordem. Se olharmos para traz, nos grandes momentos de defesa da Pátria em que a Maçonaria foi um expoente, vamos ver que esses movimentos tiveram origem nas Lojas, por Maçons que verdadeiramente honravam seus juramentos e, das Lojas eles evoluíam para criar a nossa maravilhosa história.

Outro grave ataque que a Maçonaria vem sofrendo, vem ocorrendo dentro de nossos Templos, que são revestidos de uma egrégora positiva, fantástica advinda de nossos antecessores e que nos faz entrar em contato com a Luz que foi revelada de uma forma extraordinária em nossa iniciação, essa energia positiva acontece, quando deixamos as coisas profanas na sala dos passos perdidos e adentramos o Átrio com nossas mentes livres, para acolhermos os ensinamentos e assim, darmos um salto quântico para sairmos da Sessão melhor do entramos. 

No entanto, o que vemos hoje é simplesmente inconcebível, quando Irmãos abrem a tela de seus celulares nas Sessões, trazendo o mundo profano e a sua escuridão para dentro de Templo e quebrando essa egrégora. É muito triste ver isso acontecendo, Irmãos conversando pelas redes sociais durante a Sessão, lendo notícias, vendo vídeos pornográficos, buscando resultado de partidas de futebol. 

Entendo que a modernidade faz parte de nossas vidas, porém, existem limites para tudo e esses limites tem e devem ser respeitados, especialmente dentro de nossos Templos. 

Poderia aqui relatar centenas desses ataques a nossa Instituição, porém, acredito que estes sejam suficientes para que sejam restabelecidos os nossos compromissos assumidos em nossa iniciação para voltarmos a ser Maçonaria e não um clube de serviço. 

Concluindo, a Maçonaria está doente, em estado crítico, respirando por meio de aparelhos que são representados pelos verdadeiros Maçons, que ainda resistem e lutam em defesa de nossos ideais, ainda há tempo para salva-la, basta que passemos a fazer a revolução dentro de nossas Lojas, tirando os candeeiros debaixo das camas, e colocando nos lugares mais altos de nossas vidas e fazendo a Luz brilhar forte e intensamente, afastando a escuridão para que possamos crescer e assim promover essa revolução na sociedade em geral. 

Está em nossas mãos dar a vida a Maçonaria ou desligarmos os aparelhos e deixa-la morrer de vez.






QUEM ERAM OS FENÍCIOS? - Almir Sant'Anna Cruz

 



O REI HIRAM E HIRAM ABIF EREM FENÍCIOS DE TIRO. 


Fenício é proveniente do latim Phoenicios, resultante do grego Phoinikeíoi, que vem de phoînix, cor vermelha, púrpura. 

Os fenícios pertenciam ao ramo cananeu do grupo semita. Chamavam-se a si próprios cananeus e à sua terra Canaã. Sua língua, semelhante à hebraica, inclui-se no grupo norte-semítico.

A Fenícia era uma estreita faixa de terra de cerca de 200 quilômetros, que ia do Mediterrâneo às encostas do Monte Líbano, limitada ao sul pelo Monte Carmelo e ao norte pela cidade de Antarados.

A Fenícia compreendia diversas cidades independentes:

- No atual território de Israel: Acre ou Acro (a mais ao sul); 

- No Líbano atual: Tiro (atual Sur), Sarepta, Sidom (atual Saida), Porfirrina, Berito (atual Beirute), Biblos ou Gebal (atual Gebeil) e Tripoli; 

- Na atual Síria: Simira, Ugarit (atual Rasshamra), Mareros, Arados e Antarados (a mais ao norte); e

- Na Tunísia atual: Cartago (inicialmente um entreposto comercial no norte da África, atual Túnis). 

Os fenícios, como a grande maioria dos povos da época, eram politeístas. Primitivamente foram adoradores de árvores, rochedos e de certas pedras negras de forma oval, os bétilos. Mais tarde passaram a adorar os astros e as forças da natureza, considerando como divindade maior o Sol. 

O culto fazia-se em templos construídos em lugares elevados ou junto à nascente dos rios. Compreendia um conjunto de práticas grosseiras, licenciosas e cruéis, com prostituição sagrada e com sacrifícios humanos, sobretudo de crianças, que se lançavam vivas aos braços incandescentes da estátua de bronze representativa da divindade, aquecida por uma fornalha. 

Suas divindades celestes chamavam-se Baal (senhor, marido, dono) e havia praticamente um deus para cada cidade: Biblos ou Gebal, Sidom e Tiro adoravam um Baal feminino (Baalat), Astartéia ou Astarte; Cartago venerava Tanit; Dagon era o protetor do litoral; Melcart, o deus das cidades, era também o Baal de Tiro. Inúmeros outros eram cultuados: Adôn (Adônis), Amom, Moloc, etc. 

Alguns nomes próprios semíticos têm Baal como origem: Aníbal, Asdrúbal, Narbal, etc.

Primeiramente os judeus usavam o nome Baal para designar o seu Deus. Mais tarde, em razão das recordações idólatras do termo, Baal deixou de ser a palavra aplicada ao Deus dos judeus, sendo comum utilizá-la para designar quaisquer das divindades pagãs.

Na Bíblia, frequentemente encontra-se o nome Baal em sua forma plural Baalim.

Além dos deuses celestes, haviam os deuses agrários. O mito da oposição entre Mot e Alein, deuses ligados à colheita e aos frutos, conta suas mortes alternadas: um no inverno, ressuscitando na primavera, e o outro percorrendo o caminho oposto.

Astartéia ou Astarte surgiu inicialmente como deusa dos pastores. Com o aumento de seus seguidores, suas virtudes foram se ampliando, vindo a se tornar a grande deusa da Natureza e da fecundidade animal e humana. 

Na Bíblia, Astartéia é referida como Astarote.

Era adorada nas cidades fenícias de Biblos, Sidon e Tiro e por outros povos sob distintos nomes: Istar na Assíria e na Babilônia; Ísis pelos egípcios; Afrodite (Vênus), a deusa do amor e Artemisa (Diana) a deusa da caça e da lua por gregos e romanos.

Como o culto de Astartéia era de natureza licenciosa, os judeus constantemente eram por ele atraídos. O próprio Salomão rendeu-lhe homenagens, edificando lhe um templo em Jerusalém. 

‘Vivendo entre as montanhas e o mar, num litoral recortado, verdadeiros ancoradouros naturais, onde se erguiam as cidades-estados, os Fenícios inclinaram-se à navegação e ao comércio.

Seu conhecimento naval foi adquirido inicialmente com os egípcios, para quem pilotavam embarcações ao longo do Nilo e no Mediterrâneo. Posteriormente, os fenícios começaram a descobrir e eliminar os defeitos que os modelos fluviais egípcios apresentavam na navegação marítima e passaram a construir embarcações para uso específico em alto mar.

Tinham a seu favor a proximidade da floresta do Líbano, onde havia uma excelente madeira e em grande quantidade para a construção naval: o cedro do Líbano.

Como navegadores, guardavam judiciosamente o segredo de suas rotas marítimas e de seus descobrimentos, assim como os seus conhecimentos sobre astronomia, rotas migratórias de certos peixes, vôo das aves, ventos e correntes marítimas. 

Extremamente zelosos na preservação do segredo de suas rotas, havia uma exigência de caráter comercial, válida para todos os marinheiros fenícios, que os obrigavam a afundar suas embarcações se fossem seguidas e estivessem em desvantagem.

Chegaram a circunavegar a África, façanha comprovada em razão de o historiador grego Heródoto ter considerado um absurdo o relato dos marinheiros fenícios de que, em um determinado momento, o Sol começava a nascer à direita, contrariando todo o conhecimento dos povos de então. Pois esse detalhe é justamente o que comprova que os fenícios contornaram o cabo da Boa Esperança, no sul da África, retomando o rumo norte.

Pode-se dizer que os fenícios foram os primeiros a realizar uma política colonizadora de envergadura, expandindo sua influência pelas ilhas do Mar Egeu, Malta, Sardenha, Sicília, Mar Negro, Cáucaso e costa da África, onde fundaram Hipo, Útica e Cartago. Chegaram até a Espanha, à França e às ilhas britânicas.

Como comerciantes, os Fenícios distribuíam produtos provenientes principalmente do Egito, Babilônia, Pérsia, Índia, Arábia e Israel. De Chipre traziam cobre; da Trácia prata; das ilhas do Mediterrâneo mármores, alúmen e enxofre; da Espanha estanho e prata; da Índia especiarias; do mar Negro ao Cáucaso buscavam ouro, prata, cobre e escravos.

Suas indústrias produziam tecidos, inclusive de lã, utensílios de cobre e bronze, perfumes, incenso, jóias e artigos de cerâmica e de vidro, cuja fabricação melhoraram descobrindo o meio de fazê-los transparentes e imitando pedras preciosas.

A púrpura era a maior riqueza dos fenícios, que detinham o monopólio da fabricação do corante extraído da concha do murex, utilizado para dar cor às luxuosas vestimentas usadas pelas aristocracias da época.

Além de negociantes, eram também piratas. Quando em pequeno número, desembarcavam num lugar, expunham suas mercadorias e contentavam-se com os lucros; mas, se eram numerosos e mais fortes que os da terra em que aportavam, muitas vezes saqueavam as casas, incendiavam os povoados e arrebatavam mulheres e crianças para vendê-las como escravos.

Voltados para o comércio marítimo, os fenícios não se interessaram pelas artes, conquanto, para satisfazer os seus clientes, copiavam com perfeição os produtos artísticos de outros povos.

Provavelmente em razão da necessidade de escriturarem seu comércio, simplificaram o complicado modo de escrever então existente, inventando o primeiro alfabeto.

Os fenícios prestaram um grande serviço à civilização, propagando entre os povos ainda incultos da Europa a cultura do Oriente. 

A CIDADE DE TIRO

Tiro, ao norte da costa da Palestina e às margens do Mar Mediterrâneo, foi um importante centro comercial fenício, uma das mais ricas cidades da Antiguidade e o maior porto do mundo conhecido na época de Davi e Salomão.

O comércio de todo o mundo estava reunido nos armazéns de Tiro. Seus mercadores foram os primeiros a se aventurarem na navegação do Mar Mediterrâneo, fundando colônias na costa e nas ilhas vizinhas do Mar Egeu, na Grécia, na costa do norte da África, em Cartago, na Sicília, na Córsega e na península Ibérica.

Tiro estava dividida em duas distintas partes: uma fortaleza rochosa chamada “Antiga Tiro”, e a cidade, construída numa pequena ilha rochosa, a cerca de 700 metros da costa. Estrategicamente, era um local muito bem posicionado.


Do livro Personagens Bíblicos da Maçonaria Simbólica – Irm.’. Almir Sant'Anna Cruz

Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

março 29, 2023

FERVOR E ZELO - Sérgio QUIRINO Guimarães



Encontramos essa expressão em alguns escritos maçônicos e, em destaque, na Maçonaria trabalhada por meio do Rito de York.

Aos que procuram o entendimento pela simples vinculação ao Livro da Lei, sugiro uma leitura mais atenta. Dessa maneira, os Irmãos verificarão a inversão das palavras. Primeiro vem "zelo" e, depois, "fervor", a exemplo de Romanos, capitulo 12, versículo 11: "Nunca falte a vocês o zelo, sejam fervorosos no espírito, sirvam ao Senhor".

Contudo a posição das palavras muda alguma coisa diante do chamamento à ação?

Primeiro vamos entender o sentido das palavras individualmente.

No sentido figurativo, Fervor é um sentimento intenso ligado à fé, e Zelo é a ação de grande cuidado ou a preocupação com alguém ou algo.

Mas não sendo a Maçonaria uma religião, por que a conclamação de Fervor aos Maçons?

O FERVOR, PARA OS MAÇONS, TEM POR SINÔNIMO: EMPENHO.

É interessante que, nesse caso, o Fervor deixa de ser um sentimento e passa a ser um comportamento.

Por sua vez, o Zelo vai além da ação de preocupação, transformando-se em uma forte disposição da alma.

O ZELO, PARA OS MAÇONS, TEM POR SINÔNIMO: DEDICAÇÃO.

E precisamos estar muito atentos ao não entendimento da força do Fervor e do Zelo. Permitam- me criar uma analogia: o Fervor é o vento; o Zelo, a água. Infelizmente nos deparamos com Irmãos sem fervor, sem empenho... são brisas de mormaço enjoativo.

Por outro lado, encontramos os Maçons "fervorosos", cujo empenho é encher enormes balões de instruções e regras; ocupam e cobram muito espaço em nossa Ordem e são mestres em apontar e exigir o cumprimento do "preto no branco". Isso demonstra claramente a diferença entre conhecimento e entendimento. Normalmente, acabam por "estourar", justificando que não aguentam mais tantas arestas que têm as "pedras brutas".

A alegoria do Zelo como água é muito simples de compreender. Todos nós temos sede e necessidade de várias coisas na vida. Os sedentos são diferentes dos necessitados. Portanto, para mudança de condição, é preciso dedicar-se à procura do bem-estar.

Quando a dedicação resulta no além de suas necessidades e posses, cria-se o hábito desgraçado do aviltamento das paixões. Por isso devemos sempre avaliar nosso tempo, nosso espaço e nossa dedicação a tudo. Ninguém vive sem água; no entanto ela pode saciá-lo ou afogá-lo.

NOSSO FERVOR DEVE SER O RESULTADO DA RELAÇÃO EFETIVA DA MAÇONARIA COM O MAÇOM, E NOSSO ZELO, A CONSTRUÇÃO AFETIVA DO MAÇOM COM A MAÇONARIA. AQUI ENCONTRAMOS UM BOM EXEMPLO DE COMO AS DIVERSIDADES NÃO SÃO OPOSITIVAS, MAS COMPLEMENTÁRIAS. VIDE PAVIMENTO MOSAICO.