abril 06, 2023

SINDICÂNCIA - MOVIDOS PELA CURIOSIDADE - Newton Agrella



Muitos de nós somos pródigos de uma sensação incontida e inebriante que nos chama à alma e nos conduz quase que automaticamente ao caminho do desconhecido.

Essa sensação se revela como uma disposição natural da exploração e investigação inerentes ao nosso instinto a que chamamos de "curiosidade".

Na maioria das vezes, a simples vontade de ver, de travar um contato real apenas e tão somente para satisfazer um desejo, de se aventurar pelos segredos de um universo desconhecido ou senão pela mera e pura indiscrição por assuntos alheios - pode nos tornar reféns dessa curiosidade.

Talvez por isso, nossa Sublime Ordem, ao longo de sua existência, tem sido vítima de muitos que se arvoram no desejo de inteirar-se ou de tentar entender a sua essência - submetendo-se a um processo Iniciático - sem o devido valor de juízo que tal decisão impõe.

A curiosidade sugere uma experiência empírica, isto é; atuando diretamente junto ao objeto de desejo e por vezes pode ser interpretada como um impulso incontrolável sem base em algum princípio ou fundamento.

Quer queira quer não, na Maçonaria encontramos muitos Iniciados que movidos pela efemeridade de seus instintos, após pouco tempo começam a se desinteressar pela Ordem, e pouco ou quase nada fazem para quererem se desenvolver dentro dela.

Sobretudo no que respeita a necessidade do aprofundamento nos estudos, na pesquisa, na leitura e na frequência e participação em Loja, bem como na elaboração de trabalhos que são solicitados pelas comissões de graus.

Eis a razão da existência de um aviso que o Candidato ao adentrar à Câmara de Reflexões se depara com os seguintes dizeres:

"SE A CURIOSIDADE AQUI TE CONDUZ, RETIRA-TE"

Cabe insistir que a Maçonaria não pode e nem deve servir como instrumento experimental.

Em tempos mais recentes, o que se observa é que por ocasião de uma Sessão Magna de Iniciação, o Candidato ao ser questionado quanto ao motivo que o leva a querer ingressar na Maçonaria - as respostas são praticamente idênticas e sem o menor vestígio de originalidade ou seja; "respostas padrão" do tipo:

"porque busco conhecimento..."

"porque quero evoluir como pessoa..."

"porque ouço que os "Irmãos" são pessoas muito boas"

"porque quero me aperfeiçoar sob as bençãos do G.'.A.'.D.'.U.'."

Ou seja; o Candidato nem bem foi admitido na Ordem e já se vale  de expressões como "Irmãos", Grande Arquiteto do Universo"...e por aí afora.

Isso é simplesmente um "non-sense" para não dizer ridículo, posto que o padrinho do Candidato - responsável pela indicação do mesmo - deveria "no mínimo" orientá-lo a não querer se valer de expressões que não lhe são familiares e tão pouco pertinentes a um "profano" ou "não maçom".

Dentre outras coisas, esse tipo de expediente tem contribuído para a acentuada perda de qualidade das próprias Oficinas e por conseguinte de seus Obreiros.

Durante a chamada "Sindicância" o Candidato precisa ser mínimamente instruído sobre o que significa a Maçonaria, quais são seus valores, postulados, objetivos, além de deixar evidenciado que não se trata de uma religião ou de qualquer credo ou doutrina dogmática.

É mister explicar ao Candidato na própria Sindicância que ninguém se torna Maçom. 

Eis aí uma das diferenças mais contundentes que a nossa Ordem ensina: o que nós podemos ser sim é "reconhecidos como maçons", isto é;  que os Irmãos possam nos ver e nos considerar seus pares, mediante nossas atitudes, nosso comportamento, nossa postura ritualística e claro, pelos nossos mínimos - porém imprescindíveis - conhecimentos dos Sinais, Toques e Palavras.

A Sindicância impõe-nos plena responsabilidade.

Afinal de contas, a Maçonaria é regida por um  código de conduta amparado por Landmarks, é uma Oficina de Trabalho para nosso Aprimoramento Interior, de nosso Intelecto e de Relações Humanas.  

Isso é o que nos torna unos e conscientes de nossa missão.



abril 05, 2023

É TEMPO DE ACORDAR - Heitor Rodrigues Freire

 



Estamos assistindo, quase que diariamente, a manifestações da natureza demonstrando  sua revolta com o comportamento humano. São tsunamis, tornados, terremotos, erupções vulcânicas e chuvas torrenciais provocando um número muito grande de mortes.  Ultimamente, tivemos a pandemia do coronavírus, que também causou muitas mortes – embora a morte por si, seja um acontecimento natural na vida de cada um –, mas esta provocou um grande impacto pelo inesperado.

Será que é por acaso? Eu já entendi que nada, mas nada mesmo, acontece por acaso. Tudo é resultado de uma ação anterior, que provoca uma reação.  Então qual é a leitura que se faz desses acontecimentos catastróficos?  É a resposta que estamos obtendo do comportamento irracional da humanidade ao longo dos tempos. A natureza está dando um basta. 

Assistimos ao sofrimento dos nossos irmãos no litoral paulista, ante uma tragédia anunciada e que se repete todos os anos, mas que mesmo assim, comove a todos. A perda de bens materiais, de parentes e amigos deve nos levar em busca de um entendimento. Nesse caso, estamos aprendendo pela dor. Se não entendermos, o objetivo não será atingido. Temos que mudar.  

Esses acontecimentos devem suscitar em todos nós um despertar, pois influem na vida de milhões de pessoas, direta ou indiretamente, e se não causar uma profunda reflexão, se todos continuarem voltados para os seus umbigos, para os seus próprios interesses, não terão atingido suas finalidades que, a meu ver, é o de sacudir as pessoas, de acordá-las para uma mudança radical.

Há muito tempo não se viam acontecimentos em nível mundial que tivessem causado tanto transtorno, tanta estupefação, tanta alteração na vida das pessoas que estão ainda perplexas, reclamando, sem entender o que está acontecendo. É hora de mudarmos o nosso comportamento. E aqui não se trata apenas das grandes queimadas, dos desmatamentos criminosos, das guerras insanas, das agressões feitas com usinas nucleares, usinas elétricas, e outras iniciativas desse gênero, que devem também continuamente ser combatidas.

A mudança verdadeira e transformadora é aquela que cada um pode realizar nos seus próprios atos e que deve ser consciente. Por menor que seja. Por exemplo: na forma de pensar, de agir, de respeitar as pessoas, de não jogar lixo nas ruas; não estacionar o carro nas calçadas; não jogar cigarro aceso por aí; não desperdiçar água; não pensar uma coisa e fazer outra; cumprir aquilo que se promete; não julgar o próximo, não condenar ninguém, não reclamar. Essas mudanças de atitude se refletem diretamente na vida das pessoas e se irradiam de modo circular em todo o planeta, embora não sejam perceptíveis visivelmente.

Ainda que não pareça, essas mudanças proporcionam uma alteração clara no resultado daquilo que nos envolve diretamente. No modo de agir e de pensar, fortalecendo o espírito de cada um.

Assim, é o momento de parar tudo. Ouvir o nosso coração. Refletir. Meditar. Buscar o verdadeiro sentido do que está acontecendo para que possamos avaliar nosso próprio comportamento. Cada um tem dentro de si todo o instrumental necessário para fazer essa avaliação e mudar. Não dá mais para continuar fazendo de conta, empurrando com a barriga, deixar como está para ver como é que fica, fazer cara de paisagem, continuar fingindo que não estamos nem aí. Que o que acontece com os outros e em outros lugares não nos atinge, como se vivêssemos em uma redoma de vidro, protegidos. Não é assim.

É hora e tempo de acordar, de agir com lucidez, com firmeza, com disciplina verdadeira e sincera, com consciência, e de eleger a sinceridade como expressão constante dos nossos pensamentos e dos nossos atos. Sobretudo é tempo de orar e vigiar, com todas as consequências daí advindas.

Eu aprendi que sou herdeiro de mim mesmo. Meus atos na encarnação vão repercutir na espiritualidade. Por outro lado, meus atos na espiritualidade vão repercutir em minhas futuras encarnações. É um ciclo permanente. Essa consciência me dá segurança, responsabilidade e me desperta para avaliar todos os meus atos, pensamentos e ações.

Aprendi também que não sou pequeno, nem insignificante. Sou um ser grandioso, como aliás, todos somos, porque carregamos em nossa essência a grandiosidade do Ser Supremo, que é Deus, nosso Pai e nosso Criador.

Assim, vamos todos nos conscientizar do que somos verdadeiramente, e agir de acordo com esse princípio. É mais do que tempo de acordar.


𝑨 𝑩𝒊𝒈𝒐𝒓𝒏𝒂 𝒅𝒆 𝑻𝒖𝒃𝒂𝒍𝒄𝒂𝒊𝒎 - 𝑹𝒐𝒃𝒆𝒓𝒕𝒐 𝑹𝒊𝒃𝒆𝒊𝒓𝒐 𝑹𝒆𝒊𝒔





𝑻𝒓𝒂𝒏𝒔𝒇𝒐𝒓𝒎𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝒆𝒔𝒕𝒆 𝒉𝒐𝒎𝒆𝒎 𝒓𝒆𝒑𝒓𝒆𝒔𝒆𝒏𝒕𝒂

𝑨𝒐 𝒎𝒐𝒍𝒅𝒂𝒓 𝒕𝒐𝒅𝒂𝒔 𝒂𝒔 𝒆𝒔𝒑𝒆́𝒄𝒊𝒆𝒔 𝒅𝒆 𝒎𝒆𝒕𝒂𝒊𝒔,

𝑪𝒐𝒃𝒓𝒆, 𝒃𝒓𝒐𝒏𝒛𝒆, 𝒇𝒆𝒓𝒓𝒐, 𝒎𝒐𝒔𝒕𝒓𝒂𝒏𝒅𝒐, 𝒂𝒅𝒆𝒎𝒂𝒊𝒔,

𝑶 𝒒𝒖𝒂̃𝒐 𝒑𝒐𝒅𝒆𝒓𝒐𝒔𝒂 𝒆́ 𝒔𝒖𝒂 𝒇𝒆𝒓𝒓𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒂.


𝑬𝒍𝒆 𝒆𝒏𝒔𝒊𝒏𝒐𝒖-𝒏𝒐𝒔 𝒂 𝒂𝒓𝒕𝒆 𝒅𝒂 𝒑𝒂𝒛 𝒆 𝒈𝒖𝒆𝒓𝒓𝒂,

𝑨𝒄𝒆𝒏𝒅𝒆𝒏𝒅𝒐 𝒇𝒐𝒓𝒋𝒂𝒔 𝒆 𝒐𝒔 𝒇𝒐𝒓𝒏𝒐𝒔 𝒔𝒐𝒑𝒓𝒂𝒏𝒅𝒐;

𝑭𝒆𝒛 𝒈𝒂𝒍𝒆𝒓𝒊𝒂𝒔 𝒔𝒖𝒃𝒕𝒆𝒓𝒓𝒂̂𝒏𝒆𝒂𝒔 𝒆 𝒇𝒐𝒊 𝒔𝒂𝒍𝒗𝒂𝒏𝒅𝒐

𝑺𝒖𝒂 𝒍𝒊𝒏𝒉𝒂𝒈𝒆𝒎 (𝒏𝒐 𝒅𝒊𝒍𝒖́𝒗𝒊𝒐) 𝒑𝒐𝒓 𝒆𝒔𝒕𝒂 𝒕𝒆𝒓𝒓𝒂.


𝑨 𝒃𝒊𝒈𝒐𝒓𝒏𝒂 𝒅𝒆 𝑻𝒖𝒃𝒂𝒍𝒄𝒂𝒊𝒎 - 𝒎𝒆𝒕𝒂𝒍𝒖́𝒓𝒈𝒊𝒄𝒐 𝒏𝒂𝒕𝒐 -

𝑺𝒊𝒎𝒃𝒐𝒍𝒊𝒛𝒂 𝒐 𝒃𝒐𝒎 𝒑𝒍𝒂𝒏𝒆𝒋𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒆 𝒆𝒙𝒆𝒄𝒖𝒄̧𝒂̃𝒐;

𝑶𝒔 𝒄𝒂𝒊𝒏𝒊𝒕𝒂𝒔 𝒂𝒋𝒖𝒅𝒂𝒓𝒂𝒎 𝒏𝒐 𝑻𝒆𝒎𝒑𝒍𝒐 𝒅𝒆 𝑺𝒂𝒍𝒐𝒎𝒂̃𝒐,

𝑽𝒊𝒗𝒆𝒎 𝒑𝒆𝒍𝒂 𝒓𝒂𝒛𝒂̃𝒐, 𝒏𝒂̃𝒐 𝒔𝒆 𝒔𝒖𝒋𝒆𝒊𝒕𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒅𝒆 𝒇𝒂𝒕𝒐.


𝑬𝒍𝒆𝒔 𝒔𝒆 𝒕𝒐𝒓𝒏𝒂𝒓𝒂𝒎 𝒑𝒓𝒆𝒔𝒐𝒔 𝒂𝒐 𝒇𝒊́𝒔𝒊𝒄𝒐 𝒆 𝒂̀ 𝒎𝒂𝒕𝒆́𝒓𝒊𝒂,

𝑺𝒂̃𝒐 𝒂𝒈𝒓𝒆𝒔𝒔𝒊𝒗𝒐𝒔, 𝒑𝒓𝒐𝒈𝒓𝒆𝒔𝒔𝒊𝒔𝒕𝒂𝒔 𝒆 𝒂𝒎𝒃𝒊𝒄𝒊𝒐𝒔𝒐𝒔;

𝑫𝒂 𝒗𝒊𝒔𝒂̃𝒐 𝒆𝒔𝒑𝒊𝒓𝒊𝒕𝒖𝒂𝒍 𝒂𝒊𝒏𝒅𝒂 𝒄𝒐𝒏𝒕𝒊𝒏𝒖𝒂𝒎 𝒅𝒆𝒔𝒆𝒋𝒐𝒔𝒐𝒔,

𝑨𝒐 𝒄𝒆𝒏𝒕𝒓𝒐 𝒅𝒂 𝒕𝒆𝒓𝒓𝒂 𝒊𝒓𝒂̃𝒐 𝒇𝒂𝒛𝒆𝒓 𝒖𝒎𝒂 𝒗𝒊𝒂𝒈𝒆𝒎 𝒔𝒆́𝒓𝒊𝒂.


𝑬𝒔𝒔𝒆𝒔 𝒇𝒊𝒍𝒉𝒐𝒔 𝒅𝒂 𝒗𝒊𝒖́𝒗𝒂 𝒕𝒆𝒓𝒂̃𝒐 𝒃𝒐𝒂 𝒐𝒑𝒐𝒓𝒕𝒖𝒏𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆,

𝑨̀ 𝒑𝒐𝒓𝒕𝒂 𝒅𝒐 𝑻𝒆𝒎𝒑𝒍𝒐 𝒆 𝒅𝒂 𝒎𝒂𝒕𝒆́𝒓𝒊𝒂 𝒅𝒆𝒔𝒑𝒓𝒐𝒗𝒊𝒅𝒐𝒔;

𝑩𝒂𝒕𝒆𝒓𝒂̃𝒐 (𝒔𝒆𝒎𝒊𝒏𝒖𝒔 𝒆 𝒄𝒆𝒈𝒐𝒔), 𝒆 𝒋𝒂́ 𝒆𝒏𝒗𝒐𝒍𝒗𝒊𝒅𝒐𝒔

𝑺𝒆𝒎 𝒍𝒖𝒙𝒐, 𝒓𝒊𝒒𝒖𝒆𝒛𝒂, 𝒎𝒂𝒔 𝒄𝒐𝒎 𝒆𝒔𝒑𝒊𝒓𝒊𝒕𝒖𝒂𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆.


𝑻𝒆𝒓𝒂̃𝒐 𝒅𝒆 𝒂𝒔𝒔𝒊𝒎 𝒂𝒈𝒊𝒓, 𝒅𝒆𝒔𝒃𝒓𝒂𝒗𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒔𝒆𝒖 𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒊𝒐𝒓,

𝑷𝒐𝒊𝒔 𝒔𝒐𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒔𝒂̃𝒐 𝒉𝒂́𝒃𝒆𝒊𝒔 𝒏𝒐 𝒎𝒖𝒏𝒅𝒐 𝒕𝒆𝒎𝒑𝒐𝒓𝒂𝒍;

𝑬𝒔𝒔𝒂 𝒓𝒆𝒇𝒐𝒓𝒎𝒂 𝒍𝒉𝒆𝒔 𝒑𝒆𝒓𝒎𝒊𝒕𝒊𝒓𝒂́ 𝒐 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒄𝒆𝒏𝒅𝒆𝒏𝒕𝒂𝒍,

𝑺𝒆𝒓𝒂̃𝒐 𝒑𝒖𝒓𝒊𝒇𝒊𝒄𝒂𝒅𝒐𝒔 𝒑𝒆𝒍𝒐𝒔 𝒆𝒍𝒆𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝒗𝒂𝒍𝒐𝒓.


𝑴𝒐𝒓𝒓𝒆𝒓𝒂̃𝒐 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒔𝒖𝒂 𝒆𝒙𝒊𝒔𝒕𝒆̂𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒑𝒓𝒐𝒇𝒂𝒏𝒂,

𝑹𝒆𝒏𝒂𝒔𝒄𝒆𝒏𝒅𝒐 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒂 𝒗𝒊𝒅𝒂 𝒒𝒖𝒆 𝒂𝒐 𝒃𝒆𝒎 𝒄𝒐𝒏𝒅𝒖𝒛;

𝑫𝒐𝒓𝒂𝒗𝒂𝒏𝒕𝒆, 𝒔𝒆𝒓𝒂̃𝒐 𝒄𝒉𝒂𝒎𝒂𝒅𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝒇𝒊𝒍𝒉𝒐𝒔 𝒅𝒂 𝒍𝒖𝒛:

𝑨 𝑴𝒂𝒄̧𝒐𝒏𝒂𝒓𝒊𝒂 𝒗𝒆𝒎 𝒅𝒆𝒔𝒅𝒆 𝒂 𝒈𝒆̂𝒏𝒆𝒔𝒆 𝒉𝒖𝒎𝒂𝒏𝒂!




abril 04, 2023

ESQUADRO E COMPASSO - Rui Bandeira



Talvez o mais conhecido dos símbolos da Maçonaria seja o que é constituído por um esquadro, com as pontas viradas para cima, e um compasso, com as pontas viradas para baixo.

Como normalmente sucede, várias são as interpretações possíveis para estes símbolos.

É corrente afirmar-se que o esquadro simboliza a retidão de caráter que deve ser apanágio do maçom. Retidão porque com os corpos do esquadro se podem traçar facilmente segmentos de reta e porque reto se denomina o ângulo de 90 º que facilmente se tira com tal ferramenta. Da retidão geométrica assim facilmente obtida se extrapola para a retidão moral, de caráter, a caraterística daqueles que não se "cosem por linhas tortas" e que, pelo contrário, pautam a sua vida e as suas ações pelas linhas direitas da Moral e da Ética. Esta caraterística deve ser apanágio do maçom, não especialmente por o ser, mas porque só deve ser admitido maçom quem seja homem livre e de bons costumes.

É também corrente referir-se que o compasso simboliza a vida correta, pautada pelos limites da Ética e da Moral. Ou ainda o equilíbrio. Ou a também a Justiça. Porque o compasso serve para traçar circunferência, delimitando um espaço interior de tudo o que fica do exterior dela, assim se transpõe para a noção de que a vida correta é a que se processa dentro do limite fixado pela Ética e pela Moral. Porque é imprescindível que o compasso seja manuseado com equilíbrio, a ponta de um braço bem fixada no ponto central da circunferência a traçar, mas permitindo o movimento giratório do outro braço do instrumento, o qual deve ser, porém, firmemente seguro para que não aumente ou diminua o seu ângulo em relação ao braço fixo, sob pena de transformar a pretendida circunferência numa curva de variada dimensão, torta ou oblonga, assim se transpõe para a noção de equilíbrio, equilíbrio entre apoio e movimento, entre fixação e flexibilidade, equilíbrio na adequada força a utilizar com o instrumento. Porque o círculo contido pela circunferência traçada pelo instrumento se separa de tudo o que é exterior a ela, assim se transpõe para a Justiça, que separa o certo do errado, o aceitável do censurável, enfim, o justo do injusto.

Também é muito comum a referência de que o esquadro simboliza a Matéria e o compasso o Espírito, aquele porque, traçando linhas direitas e mostrando ângulos retos, nos coloca perante o facilmente percetível e entendível, o plano, o que, sendo direito, traçando a linha reta, dita o percurso mais curto entre dois pontos, é mais claro, mais evidente, mais apreensível pelos nossos sentidos - portanto o que existe materialmente. Por outro lado, o compasso traça as curvas, desde a simples circunferência ao inacabado (será?) arco de círculo, mas também compondo formas curvas complexas, como a oval ou a elipse. É, portanto, o instrumento da subtileza, da complexidade construída, do mistério em desvendamento. Daí a sua associação ao Espírito, algo que permanece para muitos ainda misterioso, inefável, obscuro, complexo, mas simultaneamente essencial, belo, etéreo. A matéria vê-se e associa-se assim à linha direita e ao ângulo reto do esquadro. O espírito sente-se, intui-se, descobre-se e associa-se portanto ao instrumento mais complexo, ao que gera e marca as curvas, tantas vezes obscuras e escondendo o que está para além delas - o compasso.

Cada um pode - deve! - especular livremente sobre o significado que ele próprio vê nestes símbolos. O esquadro, que traça linhas direitas, paralelas ou secantes, ângulos retos e perpendiculares, pode por este ser associado à franqueza de tudo o que é direito e previsível e por aquele à determinação, ao caminho de linhas direitas, claro, visível, sem desvios. O compasso, instrumento das curvas, pode por este ser associado à subtileza, ao tato, à diplomacia, que tantas vezes ligam, compõem e harmonizam pontos de vista à primeira vista inconciliáveis, nas suas linhas direitas que se afastam ou correm paralelas, oportunamente ligadas por inesperadas curvas, oportunos círculos de ligação, improváveis ovais de conciliação; enquanto aquele, é mais sensível à separação entre o círculo interior da circunferência traçada e tudo o que lhe está exterior, prefere atentar na noção de discernimento (entre um e outro dos espaços).

E não há, por definição, entendimentos corretos! Cada um adota o entendimento que ele considera, naquele momento, o mais ajustado e, por definição, é esse o correto, naquele momento, para aquela pessoa. Tanto basta!

O conjunto do esquadro e do compasso simboliza a Maçonaria, ou seja, o equilíbrio e a harmonia entre a Matéria e o Espírito, entre o estudo da ciência e a atenção às vias espirituais, entre o evidente, o científico, o que está à vista, o que é reto e claro e o que está ainda oculto ou obscuro. O esquadro é sempre figurado com os braços apontando para cima e o compasso com as pontas para baixo. Ambas as figuras se opõem, se confrontam: mas ambas as figuras oferecem à outra a maior abertura dos seus componentes e o interior do seu espaço. A oposição e o confronto não são assim um campo de batalha, mas um espaço de cooperação, de harmonização, cada um disponibilizando o seu interior à influência do outro instrumento. Assim também cada maçom se abre à influência de seus Irmãos, enquanto que ele próprio, em simultâneo, potencia, com as suas capacidades, os seus saberes, as suas descobertas, os seus ceticismos, as suas respostas, mas também as suas perguntas (quiçá mais importantes estas do que aquelas...) a modificação, a melhoria, de todos os demais.

Tantos e tantos significados simbólicos podemos descobrir e entrever nos símbolos mais conhecidos da Maçonaria... Aqui deixei, em apressado enunciado, alguns. Cada um é livre, se quiser, de colocar na caixa de comentários, o seu entendimento do significado destes símbolos, em conjunto ou separadamente, ou apenas de um só deles. Todos os significados simbólicos são bem-vindos! Cada um é também livre de, se quiser, nada partilhar, guardando para si,as conclusões que nesse momento tire. Tão respeitável é uma como outra das posições. Este espaço é livre e de culto da Liberdade. Afinal de contas, tanto o esquadro como o compasso estão abertos... abertos às livres opções, entendimentos e escolhas de cada um!


Fonte: A Partir a Pedra

PARA QUE OS SÍMBOLOS? - Sérgio Quirino Guimarães


A pergunta realmente é essa! E as respostas seriam diferentes se a pergunta fosse: por que os símbolos?

A ideia é transmitir a compreensão da utilização, e não a importância da significação. Vejamos o exemplo do esquadro - Dos rituais às páginas do Google, o esquadro designa retidão. Entre as variantes filosóficas e herméticas, há o consenso de que, sendo o esquadro resultante de uma linha vertical com uma linha horizontal, sua significação seria que o "homem verticalizado" deve atuar sobre o "homem horizontalizado".

Homem verticalizado? Homem horizontalizado? Provoquei alguma reflexão?

É esse o propósito! Os símbolos maçônicos não têm função concreta, seja na ritualística, seja na produção de algo material. Não lhes prestamos culto nem eles nos conferem atributos ou poderes.

Nossos símbolos possuem a função de catalizadores de instruções passadas por símbolos gráficos (letras, palavras, frases, textos) para resultar em posicionamentos "justos e perfeitos", comportamentos de "bons costumes" e ações dignas de "construtores sociais".

Dessa forma, o símbolo emite uma mensagem subliminar, usada durante o processo de reflexão, que extrapola sua dimensão física. PORÉM, para abarcar completamente esse processo, faz-se necessário que o Maçom queira ir mais longe.

Às vezes, esquecemos informações que nos foram passadas no início da jornada. Sendo assim,

é importante relembrar que não devemos nos restringir às explicações que se encontram gravadas nos rituais. Nossos símbolos são visualizados por olhos diferentes, histórias de vida heterogêneas, legados de outras escolas iniciáticas e, até mesmo, do momento emocional em que se vive. "A DÚVIDA É O PRINCÍPIO DA SABEDORIA" (Aristóteles)

Falamos sobre a significação do esquadro, ou seja, o seu porquê na Maçonaria. Mas ele não foi criado pela Maçonaria. Ele é uma ferramenta utilizada naquilo que envolve projetos (futuro) e construções (presente).

Há vários tipos de esquadro. Seu uso está em traçar linhas perpendiculares ou inclinadas, medir e traçar ângulos retos. O que mais usamos na Maçonaria é o esquadro de ângulo interno de 90 graus, conhecido matematicamente como ângulo reto. Aí está a mensagem subliminar da retidão.

Contudo, faz-se necessário que o Maçom queira ir mais longe. Utilizar um esquadro é um exercício que provoca interessantes reflexões. Podemos e devemos traçar linhas perpendiculares, sem desvios, e, se tiverem alguma inclinação, ainda assim manter-se-ão integras. E quão importante é medir nossos ângulos! As vezes, podemos estar indevidamente obtusos (abertos) ou agudos (fechados) ao que está traçado em nossa Prancha de Vida.

Mas a maior reflexão está nas diversas formas que podemos colocar o esquadro sobre um plano.

Não importa a quais sentidos direciono as pontas do esquadro, seu ângulo interno sempre marcará 90 graus.

ASSIM DEVE SER NOSSA VIDA! QUANDO NOS "DIRECIONAMOS" AO TRABALHO,

AOS ESTUDOS, AO LAZER, À FAMÍLIA, À SOCIEDADE E À HUMANIDADE, NOSSO INTERIOR DEVE ESTAR FIXO NA RETIDÃO.



abril 03, 2023

COMO VENCER NA MAÇONARIA... SEM FAZER FORÇA - José Castellani




Depois de muitos anos na Maçonaria, vendo carreiras meteóricas e ascensões fulminantes de homens medíocres, sem cultura geral e maçónica, sem vivência dentro da Instituição e sem trabalhos de vulto, em benefício dela, creio que posso dar, aos novos maçons, que queiram enquadrar-se nessa situação, a receita de como possuir altos graus e cargos elevados, sem o tempo necessário e legale sem fazer força. É claro que esta receita é apenas para as mediocridades, que não possuem capacidade suficiente para subir pelos seus próprios méritos. Eis as regras, bem simples:

1. Faça muitos exercícios de contorcionismo, para que a sua coluna vertebral se torne bastante flexível, permitindo desta maneira, grandes curvaturas aos que lhe são hierarquicamente superiores dentro da Ordem.

2. Exercite também os seus joelhos, para que eles aguentem as genuflexões aos detentores do poder.

3. Acostume a sua cabeça a balançar, apenas no sentido vertical e nunca no horizontal, para que possa concordar com tudo o que os seus superiores hierárquicos, na Loja, ou na Obediência, desejarem.

4. Bater palmas aos que estão acima, ajuda sempre: exercite as mãos.

5. Seja sempre o primeiro no cortejo da bajulação, no cordão dos “engraxadores” dos detentores dos poderes simbólicos e dos altos graus, desde que, é óbvio, eles gostem de bajulações.

6. Nunca diga “não”. Seja como a boa prostituta e concorde com tudo, pois negócio é negócio.

7. Seja sempre bonzinho com todos, fale mansa e suavemente, sem nunca alterar a voz: não dê palpites, não emita opiniões, não queira dar demonstrações de cultura e todos acharão que você é o máximo.

8. Procure conseguir alguns titulozinhos “profanos”; mesmo sabendo que a mediocridade não merece títulos, rastejando e implorando é possível consegui-los. O trabalho compensa, pois os títulos, mesmo imerecidos, impressionam os basbaques.

9. Acima de tudo, e esta é a regra principal, esteja sempre com quem está por cima. Se, todavia, aquele que estiver por cima vier a cair, não hesite em ser volúvel; mude de amo, pois a sua vaidade terá que ser maior que a sua dignidade.

10. Não seja independente, pois Maçom independente só sobe pelos seus próprios méritos e com esforço; além de tudo, independência é apanágio de quem tem dignidade, brio e não é medíocre, não precisando, portanto, de todas estas regras.

Seguindo estas dez simples regras, é possível, em pouco tempo, chegar aos mais altos graus (neste caso, uma boa conta bancária também ajuda), em detrimento de Irmãos mais antigos e mais capazes, e subir aos altos cargos simbólicos, com excepção do Grão-Mestrado, pois os títeres só servem para sustentar os Grão-Mestres e nunca para lhes tomar o lugar.

Quem fizer tudo isto, será logo um figurão dentro da Instituição e mesmo que não possua suficiente cultura, será um bom enganador, pois todos acharão que a possui.

A existência destes figurões fabricados é todavia, motivo de grande desgaste, para a Maçonaria, pois ela repete, no caso, um dos grandes erros da sociedade “profana”, que é a inversão de valores; além disso, ocupando altos cargos na Ordem e sendo reconhecidos como medíocres lá fora, eles depõem contra a própria Instituição.

Há alguns anos, um amigo e Irmão “adormecido”, portador de vasta cultura e reconhecidamente capaz, perguntou-me, a respeito de um conhecido comum nosso: – “Qual é o cargo que Fulano ocupa no Grande Oriente?” Quando eu lhe respondi, ele, atónito, exclamou: – “Puxa! Esse indivíduo, multiplicado por dois, não forma meio burro! Como vai mal a nossa Maçonaria!” – Era tolice eu tentar explicar como o “indivíduo” conquistou o cargo. Ficaram apenas a vergonha e o desencanto, próprios de quem é Maçom de brio e não gosta de ver deturpada a imagem da Maçonaria Nacional.

Em 1974, como responsável pelo Boletim da Loja “Lealdade à Ordem”, da qual fui idealizador e fundador, fiz uma crítica, abordando a mediocridade da assessoria do Grande Oriente de São Paulo ligado ao GOB, já que é notório que os cargos de confiança nem sempre levam em conta a capacidade, mas servem, mais, para premiar “os amigos do rei”.

A crítica tinha destinatário certo: era dirigida a dois “Grandes” Secretários; todavia, todos enterraram a carapuça até os joelhos. O Grão-Mestre estadual da época disse-me, então, que eu tinha ofendido a toda a cúpula. Ora, se toda a tal cúpula se sentiu “ofendida” é porque eu, realmente, me enganara: a mediocridade era total e não de apenas dois Secretários, pois quem não era realmente medíocre, não poderia se sentir atingido. Certamente todos seguiam o conselho da sabedoria antiga “Nosce te ipsum” (tradução latina da inscrição grega encontrada no frontispício do templo de Apolo, em Delfos), que significa: “Conhece-te a ti mesmo”.

Com o conhecimento deste fato, muitos poderão perguntar-me se a actual crítica também tem endereço certo. E eu responderei, imitando um antigo político brasileiro: “Nem sim, nem não, muito pelo contrário; deixemos aos pavões o benefício da dúvida”. Os homens brilhantes, que estão nos altos escalões da Maçonaria Nacional e que representam a maioria, não se sentirão atingidos. O resto? Bem, o resto… é o “resto”!

Cabe, aqui, entretanto, uma advertência final: não confundir subserviência com fidelidade, pois qualquer Maçom pode ser fiel a um dirigente maçónico, sem ser servil , sem se desfazer da vontade própria, sem prostituir a sua consciência e sem ter a docilidade de um fantoche. A fidelidade consiste em dar apoio, mas não aplaudir e avalizar os erros, pois o verdadeiro amigo, o amigo fiel, chama a atenção para os erros e suas consequências, impedindo que eles sejam cometidos. Um Grão-Mestre democrático ouve os que o cercam e toma as suas resoluções de acordo com a maioria, formando uma liderança colectiva, base e sustentação da moderna democracia. Uma assessoria que, por mera adulação, se comporta como um rebanho de carneiros, é altamente perniciosa, é a negação da liberdade de consciência, é o primeiro passo para uma nefasta ditadura, incompatível com o espírito maçónico de LIBERDADE.


MARCAS DUM INICIADO - Adilson Zotovici




São marcas dum iniciado

Do seu desbastar fecundo

Do presente, do passado

Por tantas plagas no mundo


Por onde passa é deixado

Um sinal, que não confundo,

A graça, o significado

Que à Arte Real facundo


Nalgum paço eternizado

De bom compasso oriundo

Palácio, templo a Deus Louvado


Mostra que ali plantado

Com amor, germe profundo,

E o labor disseminado !



O MAÇO E O CINZEL - Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz



O MAÇO

O Maço ou Malho é um instrumento contundente semelhante ao martelo, embora geralmente mais pesado e desprovido de unhas, utilizado para quebrar ou desbastar.

Diferentemente do Malhete, que é um Maço ou Malho em tamanho menor e de uso privativo do Venerável Mestre e dos Vigilantes por simbolizar a Autoridade, o Maço é um instrumento de trabalho do Aprendiz.

O Maço simboliza a Vontade que existe em todos os homens e que precisa ser canalizada eficientemente para que não resulte em esforço inútil.

O Maço é a Energia, a Contundência, a Força e a Decisão que se fazem necessárias para que o Aprendiz persevere em seu trabalho, não esmorecendo ao primeiro revés.

Quando utilizado de forma descontrolada, o Maço pode se transformar em uma poderosa ferramenta de destruição, porém, seu uso disciplinado o faz um instrumento indispensável.


O CINZEL

O Cinzel é um instrumento utilizado para trabalhos que exijam apuro e precisão, formado por uma haste de metal em que um de seus lados é perfuro-cortante  e o outro apresenta uma cabeça chata, própria para receber o impacto de uma ferramenta contundente.

Como o Malho, o Cinzel é um instrumento do Aprendiz, que com eles trabalha a Pedra Bruta, Símbolo da personalidade tosca e inculta.

O Cinzel é o instrumento que recebe o impacto do Malho, dirigindo a força daquele de forma útil. Como canalizador da Vontade representada pelo Malho, o Cinzel simboliza o Discernimento, a Inteligência, que dirige a Força da Vontade.

Tal como o Malho (a Vontade), o Cinzel (a Inteligência), por si só não garante um trabalho eficiente.


O MAÇO E O CINZEL ASSOCIADOS

No Painel de origem inglesa, o Maço e o Cinzel estão representados separadamente, como se não interagissem. Como vimos, o Malho e o Cinzel, a Vontade e a Inteligência, atuando sem coordenação, funcionando de forma independente, geralmente não produzem um trabalho satisfatório, não garantem que o trabalho se conclua, não asseguram que a meta seja alcançada.

No Painel de origem francesa, estes dois Símbolos estão unidos, demonstrando que ambos precisam atuar harmonicamente para que se consiga atingir os objetivos colimados.

A associação do Malho com o Cinzel nos indica que a Vontade e a Inteligência, a Força e o Talento, a Ciência e a Arte, a Força Física e a Força Intelectual, quando aplicadas em doses certas, permitem que a Pedra Bruta se transforme em Pedra Polida.


Excerto do livro O que um Aprendiz Maçom deve saber do Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz - Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

abril 02, 2023

PALAVRAS DE FRANCIS BACON

 


O homem deve criar as oportunidades e não somente encontrá-las.

 Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades. 

A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto. 

A amizade duplica as alegrias e divide as tristezas. 

O homem cifra a sua felicidade e a sua glória naquilo que o atormenta.

Despreza aqueles que lhe aliviam os males e afeiçoa-se àqueles que os aumentam. 

Aquele que não consegue perdoar aos outros, destrói a ponte por onde irá passar.

As pessoas preferem acreditar naquilo que elas preferem que se seja verdade.

Seja verdadeiro consigo mesmo e não seja falso com os outros.

Triste não é mudar de ideia. Triste é não ter ideias para mudar.

Nada provoca mais danos num Estado do que homens astutos a quererem passar por sábios


DIFAMAR A MAÇONARIA NÃO É DE AGORA



A fraude antimaçônica de Léo Taxil e como a visão popular ainda é influenciada por ela até os dias de hoje

 A Fraude de Taxil de 1890, é provavelmente a mais famosa farsa antimaçônica francesa. Seu autor, Léo Taxil, quis vingar-se da Maçonaria, da qual foi expulso em 1882 por um caso de plágio.

Léo Taxil era o nome de pena de Marie Joseph Gabriel Antoine Jogand-Pagès, que tinha sido anteriormente acusado de difamação a respeito de um livro que escreveu chamado The Secret Loves de Pope Pius IX. Taxil inicialmente chegou a publicar vários livros anticatólicos, que pintaram a hierarquia eclesiástica como hedonista e sádica. Taxil ingressou na Maçonaria em 1881, mas não passou do primeiro grau, sendo expulso dez meses depois, em 1882, por estar envolvido em alguns casos de plágio e difamação.

Em 20 de abril de 1884 o Papa Leão XIII publicou uma encíclica, Humanum Genus, que afirmou que a raça humana foi "separada em duas partes opostas e diversas, das quais uma resolutamente luta pela verdade e a virtude, a outra é daquelas coisas que são contrárias à virtude e à verdade. Uma é o reino de Deus sobre a terra, a saber, a verdadeira Igreja de Jesus Cristo (…) O outro é o reino de Satanás".

Este outro reino dito, ao que se supõe pelo posicionamento do pontífice com relação aos maçons, "levado ou assistido" pela Maçonaria.

Após esta encíclica, Taxil viu, como ele mesmo confessaria mais tarde, uma grande oportunidade para uma brincadeira onde ridicularizaria a Igreja e se vingaria da Maçonaria por tê-lo expulso. Em 1885, Taxil submeteu-se a público, dizendo converter-se ao catolicismo romano, e anunciou a sua intenção de reparar o dano que ele tinha feito para a verdadeira fé. Em seguida, inventou uma ordem maçônica satânica imaginária de nome Palladium, cujo objetivo principal seria de dominar o mundo.

O suposto objetivo de Taxil era denunciar tal ordem, revelando seus segredos e ações à sociedade. Tendo começado por acusar a Maçonaria de ocultar as piores misérias morais e incentivar seus seguidores ao vício, quando não ao assassinato, em seguida, acusou de ser uma seita satânica que dedica seus cultos a Baphomet, nos camarotes dos quais o chefe supremo Albert Pike recebia as suas ordens, de Lúcifer em pessoa.

Para tornar a farsa mais credível, Taxil misturou elementos do ritual Maçônico com elementos fantasiosos de sua invenção. Em particular, sobre as várias imagens doravante famosas, reutilizou o símbolo do 18º do Rito Escocês Antigo e Aceito, substituindo o cordeiro pascal pela imagem de Baphomet, uma figura simbólica concebida e divulgada a partir de 1854 pelo ocultista francês Eliphas Levi.

O primeiro livro produzido por Taxil após a sua suposta conversão católica era um quarto volume da história da Maçonaria, que continha verificações fictícias de uma testemunha da sua participação no satanismo. Com um colaborador que publicou como "Dr. Karl Hacks", escreveu outro livro chamado Devil in the Nineteenth Century, que introduziu um novo personagem, Diana Vaughan, uma suposta descendente do alquimista Rosacruz Thomas Vaughan. O livro continha muitos contos sobre seus supostos encontros com demônios encarnados, um dos quais supostamente escreveu profecias sobre a sua volta com sua cauda, e outro que tocava piano, sob a forma de um crocodilo.

Segundo Taxil, Diana Vaughan teria sido envolvida na maçonaria satânica, mas fora resgatada quando um dia ela professou admiração por Joana d'Arc (ainda não canonizada na época), cujo nome teria posto os demônios em fuga. Declarando coautoria como Diana Vaughan, Taxil publicou um livro chamado Eucharistic Novena, uma coleção de orações que foram elogiadas pelo Papa.

Leo Taxil convenceu muitos católicos com a sua farsa - tanto que em 1887 foi recebido em audiência pelo Papa Leão XIII, que declarou ser admirador da obra de Taxil, solicitou que ele escrevesse mais livros e passou a financiá-lo.

Continuando a farsa, Taxil alegou que Albert Pike, Grande Comendador do Supremo Conselho de Jurisdição do Sul do Rito Escocês antigo e aceito, era um "Papa Luciferianista", o líder supremo de todos os Maçons do mundo, e que ele admitiu que toda sexta-feira às três horas conferia com o próprio Satanás. Monsenhor Northrop, bispo de Charleston (Carolina do Sul), foi especialmente para Roma, a este respeito a fim de garantir a Leão XIII que os maçons da sua cidade episcopal são pessoas dignas, e seu templo não adornava qualquer estátua de Satanás.

Em 19 de abril de 1897, após dez anos de patrocínio pelo Papa, Taxil chamou uma conferência de imprensa organizada na Sociedade de Geografia (a chamada Conferência de Leo Taxil), na qual confessou que suas revelações sobre os maçons eram fictícias; admitiu que Diana Vaughan não existia, pelo contrário, que o nome tinha sido emprestado de sua secretária; revelou que tal ordem Paládio não existia; explicou detalhadamente os cuidados que teve para criar a e manter a farsa e agradeceu ao clero por sua assistência em dar publicidade às suas alegações selvagens; e afirmou que a sua "brincadeira amigável" teria feito o seu sucesso no tempo do livre pensamento que iria "Matá-los através de riso." Isso revelou o grau de sua impostura e provocou um escândalo em que a polícia teve que intervir para acalmar e dar assistência e proteção ao autor.

Embora o material produzido por Taxil seja confessamente uma fraude, esse material ainda é utilizado contra maçons até hoje, principalmente pelos fundamentalistas cristãos e antimaçônicos, que associam o Baphomet à Maçonaria e afirmam que a maçonaria é satânica. Um livro foi-lhe consagrado (Le Mystère de Léo Taxil et la vraie Diana Vaughan), publicado em 1930, sob o pseudónimo "Spectator", afirma que Taxil tinha sido manipulado pela Maçonaria para desacreditar a antimaçonaria.


Mais detalhes em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fraude_de_Taxil

abril 01, 2023

DA VIRTUDE (Virtus in medium est) - Newton Agrella



Um dos princípios dialéticos da Maçonaria se fundamenta na prática da "Virtude". 

Isto se deve ao fato de que a Virtude constitui-se  num atributo moral e intelectual humano na busca pela felicidade.

É relevante destacar que este tema mereceu uma detida análise por parte do filósofo grego Aristóteles.

O mesmo incumbiu-se de   demonstrar a distinção  entre virtudes intelectuais e virtudes éticas (ou morais).

Aristóteles entendia que o estado ideal era a "moderação", isto é;  tudo aquilo que residia entre o defeito (carência) e o excesso (exagero).

O pensamento aristotélico discorre que a Virtude Intelectual é aquela que nasce e se desenvolve em razão dos resultados da aprendizagem e da educação. 

Por outro lado, a Virtude Moral constitui-se no resultado do hábito que nos torna capazes de praticar atos justos.

Segundo Aristóteles a Virtude consiste na justa medida, longe dos dois extremos.

Por sua vez, ainda no âmbito dialético,  o filósofo grego Platão, afirmava que cada território da alma deve atuar de acordo com a Virtude que lhe corresponde. 

Assim, a ação do homem é determinada.

A Maçonaria Especulativa teve significativas influências das correntes filosóficas da Antiguidade.

Particularmente  a questão sobre esta disposição da alma é abordada, quando no processo de Iniciação Maçônica, e consta no Ritual de Aprendiz do Rito Escocês Antigo e Aceito, ao momento em que é perguntado ao Iniciado: 

"...O que entendeis por Virtude ?..."

E após franquear a resposta ao mesmo, o Venerável Mestre esclarece dizendo:

"...É uma disposição da alma que nos induz a praticar o bem..."

Interessante fazer uma viagem no tempo e perceber que quando nos referimos à etimologia de cada palavra, a mesma obedece um processo de construção, circunstância histórica, transformação e adaptação nos seus significados.

Assim por exemplo, em Português o substantivo Virtude advém do Latim  "virtus"  e do radical "VIR", termo associado à Virilidade, Valentia, Coragem - num contexto semântico de gênero masculino - tendo em vista que na Antiguidade, a mulher desempenhava um papel secundário e por conseguinte suas qualidades humanas eram relegadas a um segundo plano.  

Entretanto, com o tempo e a própria evolução humana, o vocábulo ganhou uma amplitude de significados passando a se referir como uma propriedade anímica de reconhecimento pleno e geral atinente a todas as pessoas.

Ainda a título ilustrativo, cabe menção como derivado do substantivo Virtude, os adjetivos "virtuoso ou virtuosa" ; quando se pretende reconhecer e exaltar as  qualidades morais diferenciadas de uma pessoa.

Diante deste esboço e considerando as variadas interpretações pelas diferentes correntes filosóficas, cabe registrar que num âmbito geral, o conceito formal das

Virtudes Humanas são qualidades morais padrão dos seres humanos, intimamente relacionadas à construção da personalidade de cada indivíduo e que sob a égide maçônica ela ganha uma identidade que se sublima com o princípio da Fraternidade.

Conclui-se deste modo, este suscinto episódio sobre uma singela palavra de relevante significado para os compêndios filosóficos e simbólicos da Sublime Ordem.



BREVE HISTÓRIA DO POVO JUDEU ATÉ SALOMÃO - Almir Sant’Anna Cruz



O povo judeu não se distinguiu na História Antiga por ações políticas, econômicas ou militares, nem por sua cultura artística ou científica. Nestes campos do conhecimento, os judeus em nada contribuíram. Sua grande contribuição foi diferenciar-se dos povos da Antiguidade, que eram politeístas e adoradores dos astros e das forças da Natureza. Seu mérito foi o de dar ao mundo o exemplo da crença em um único Deus, imaterial e eterno.

O primeiro hebreu foi Abraão, filho de Terá, da linhagem de Sem, filho de Noé. Seu nome primitivo era Abrão, mudado para Abraão por Deus, que lhe prometeu uma numerosa descendência, tornando-o patriarca de uma grande nação, a dos judeus. Em contrapartida, sua descendência se comprometia a prestar culto somente ao verdadeiro Deus. 

Esta aliança foi selada com o sangue da circuncisão e mais tarde com holocaustos de cordeiros, quando Abraão ia imolando seu filho Isaque, a mando de Deus.

Ao velho patriarca sucedeu seu filho Isaque e seu neto Jacó, cujo nome foi alterado para Israel.

(Percebe-se aí a prática milenar de mudar o nome do indivíduo para se afirmar a superioridade sobre ele. 

No Brasil e em outros países em que houve a prática da escravidão negra, os escravos também tinham seu nome mudado para “nomes cristãos”).

Israel casou-se com as irmãs Lia e Raquel. 

Lia foi a mãe de seis de seus filhos: Ruben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulon e de sua filha Diná.

Raquel foi a mãe de José e Benjamim.

De Bilha, escrava de Raquel, nasceram Dã e Neftali.

Zilpa, escrava de Lia, foi a mãe de Gade e Aser.

Os doze filhos homens de Israel deram origem às doze tribos em que o povo se dividiu.

Posteriormente, a tribo de José se dividiu em duas meia-tribos, correspondentes aos descendentes de seus filhos Manassés e Efraim, adotados por Israel. 

José, que fora vendido por seus irmãos a mercadores egípcios, veio a tornar-se ministro do Faraó e, por ocasião de uma grande fome na Palestina, chamou seu povo para o Egito.

Os judeus viveram tranqüilos no Egito por mais de 200 anos. Como se multiplicavam com rapidez maior que os egípcios, passaram a ser por eles discriminados e tornaram-se escravos.

Para controlar a prole dos judeus, o Faraó determinou que seus recém-nascidos do sexo masculino fossem mortos, escapando de tal ordem Moisés, da linhagem de Levi, recolhido do Rio Nilo pela filha do Faraó, que o criou.

Já adulto, Moisés conseguiu, a duras penas, a permissão do Faraó para levar seu povo à Terra Prometida, à Palestina.

Sob o comando de Moisés, os judeus vagaram pelo deserto durante 40 anos.

No Monte Sinai, Deus ratificou seu pacto com as doze tribos de Israel, ditando a Moisés seus Dez Mandamentos, que foram guardados na Arca da Aliança.

Quando avistava a Terra Prometida, o grande legislador judeu morreu, tendo, antes, dividido a região entre as doze tribos, reservando para a sua, a de Levi, o sacerdócio.

Moisés foi sucedido por Josué, da meia-tribo de Efraim, que atravessou o Rio Jordão, venceu os cananeus que habitavam o país, tomou a cidade de Jericó e assentou as tribos, que ficaram com a responsabilidade de ocupar, cada uma, as terras que lhes foram designadas e combater os bolsões de resistência.

Após a morte de Josué, as tribos de Israel viviam mais ou menos independentes, governadas por um conselho de anciãos, sob a coordenação do Sumo-Sacerdote, da tribo de Levi.

Durante muito tempo, cananeus, filisteus e diversos outros povos vizinhos combateram e oprimiram os judeus. Nestes períodos difíceis, eram escolhidos para libertar e governar o povo os Juizes, que exerciam funções de magistrados militares e civis.

Por cerca de 400 anos as tribos de Israel foram chefiadas por 17 Juizes: Otniel, Eúde, Débora e Baraque (simultaneamente), Gideão, Abimeleque (usurpador, filho de Gideão), Tola, Jair, Jefté (mencionado no grau de Companheiro), Ebsã, Elom, Abdom, Sansão (o mais conhecido do público em geral), Eli (o sacerdote), Samuel, Joel e Abia (simultaneamente, ambos filhos de Samuel).

Como Joel e Abia se inclinaram à avareza e não seguiram os ensinamentos de seu pai, bem como se fazia necessário uma maior união das tribos para melhor resistirem às agressões, cada vez mais frequentes, de seus belicosos vizinhos, os anciãos de Israel pediram a Samuel que constituísse um rei, tendo sido sagrado Saul, da tribo de Benjamim, como primeiro rei de Israel.

Sucedeu-o Davi, da tribo de Judá, guerreiro, artista e poeta. Compôs os Salmos, estabeleceu a capital em Jerusalém, organizou um exército regular e venceu os filisteus, os moabitas, o rei Hadadezer de Zobá, os sírios de Damasco, os edomitas e os amonitas, entre outros.

O terceiro rei dos judeus foi Salomão, filho de David, da tribo de Judá.


Do livro *Personagens Bíblicos da Maçonaria Simbólica do Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz  - Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

ABRIL MOSTRA SUA CARA - Newton Agrella




Ainda que a origem deste nome seja relativamente obscura, ensejando algumas diferentes interpretações, fato é, que ABRIL, o quarto mês do calendário gregoriano, possui duas vertentes principais quanto a sua etimologia e significado.

Uma corrente de etimólogos é partidária do entendimento de que o nome  advenha do Latim  "APRILIS"  que significa "abrir" numa referência à germinação das culturas no Hemisfério Norte, pois lá, a estação do ano  é a Primavera.

Outra porém, entende que o vocábulo advenha de "Aprus", termo relacionado a "Afroditis", nome grego da deusa Vênus, que teria nascido de uma espuma do mar que, em grego antigo, se dizia "abril".

Independentemente destas especulações etimológicas, ABRIL é a abertura do Outono aqui no hemisfério sul.

Já que a abordagem dá conta sobre a abertura do mês de ABRIL neste ano corrente de *2023* da era vulgar, não custa lembrar que a origem do chamado 1o. de Abril, com Dia da Mentira, tem um componente histórico, cujas tradições orais traduzem a seguinte narrativa:

Segundo relatos de alguns historiadores,  com a instituição do Calendário Gregoriano na França em 1582, em lugar  do Juliano, isso acabou causando um certa confusão entre as pessoas.  

Muitas, nem tinham sido informadas quanto à mudança, sem contar as limitações e dificuldades à época, para que as notícias ganhassem alcance.

Assim, o primeiro dia do ano, deixou de ser em Abril e passou para Janeiro.

Diante desta significativa mudança, a data passou a ser chamada pelos europeus como 1o. de Abril , Dia da Mentira. 

O fato alastrou-se por todo o continente e ganhando influência em todo o Ocidente.

Daí a analogia com a Mentira, e por conseguinte, as brincadeiras que surgiram baseados na referida data.

No Brasil, especificamente o mês da Abril registra as seguintes datas mais marcantes do ponto de vista histórico-cultural:

19/04  Dia do Índio

21/04  Tiradentes (herói nacional) e a data de fundação de Brasília, capital federal.

22/04  Descobrimento do Brasil

Ainda aqui no Brasil, em termos de Celebrações Religiosas, apesar do caráter móvel,  habitualmente no mês de Abril comemoram-se a Páscoa (festa cristã) e o Pessach (festa judaica).

Apenas a título de curiosidade para fechar esse breve capítulo, vale lembrar que o calendário que hoje utilizamos trata-se de uma evolução do antigo calendário romano, em que vários meses ostentavam nomes de deuses pagãos. 

Que o majestoso azul celeste, tão típico de Abril, aqui em nosso hemisfério, bem como a leve queda de temperaturas, possam propiciar-nos dias melhores e mais felizes, estimulando nossas  disposições da alma a devotar nossos propósitos na busca incansável pela prática do bem.