abril 29, 2023

ANTIGO - Adilson Zotovici



Ouça bem meu caro amigo!

Esta clara explicação

Pela qual verás razão

Que aos céus, grato, bendigo !


Em que pese a carcaça

Um tanto quanto rodada

Vou nadando de braçada

E faço ainda alguma graça !


Prodigiosa memória

Não me vejo embaraçado

Não me sinto ultrapassado

Fiz e faço ainda história !


Vou trabalhar cada dia

Quase total minha visão

Doze por oito a pressão

Longe de mim covardia !


O meu corpo pouco dói !

Pelo mundo já rodei

Ensino aquilo que sei

D’alguns inda sou herói !


Sou profissional capaz

Tenho alguma paciência

Tenho também experiência

Que só mesmo o tempo traz !


Saibas que não reclama

Meu parceiro de trabalho

Meu corpo sem agasalho

Tampouco a mulher que me ama !


Acordo sempre bem cedo

Olho firme ao futuro 

Não vejo qualquer “alto muro” 

Que possa me causar medo !


Estou sempre antenado 

Em aprender coisas novas 

Fazer versos e trovas 

E não viver do passado ! 


Procuro ser coerente 

Trato todos com igualdade

Independente da idade 

Vivo a vida intensamente ! 


Sou de proba confraria 

Um livre-pedreiro, um igual, 

Reconhecido como tal,

Que me traz tanta alegria ! 


Com amigos agraciado

Com familiares, com afetos,

Ímpares filhos, noras e netos, 

Com virtuosa mulher casado !


O PAI está sempre comigo

Leio sempre o evangelho

“ Não sou novo nem velho...

Eu sou apenas....antigo ! “



O NOME SAGRADO DE D'US - Chabad Org




O nome de D’us é tão sagrado que quando lemos a Torá ou quando rezamos, não pronunciamos as letras do nome de D’us como são escritas. Ao invés disso, dizemos A-donai, que significa "Meu Mestre."

Entretanto o cohen gadol (sumo sacerdote) em Yom Kipur (Dia do Perdão) tinha que pronunciar o nome Divino – Yud Hey Vav Hei – por completo. Ele pronunciava este nome dez vezes em Yom Kipur.

Quando as pessoas no pátio ouviam o sagrado nome de D-us sair da boca do cohen gadol, todos se prostravam e respondiam: "Baruch Shem Kevod Malchutô Leolam Vaed"– "Bendito seja o nome (de D’us ) que Seu glorioso reino perdure para toda a eternidade."

Sempre que o nome de D’us era mencionado, este era louvado. Esta era uma regra do Bêt Hamicdash: quando o grande nome de D’us era pronunciado, deveria ser louvado.

O Santo dos Santos era a parte mais sagrada do Bet Hamicdash , porque a Shechiná repousava entre sobre a arca. A Shechiná é tão sagrada que a pessoa não pode vê-la completamente enquanto vive. O grande tsadic, Moshê, pode ver a Shechiná apenas "por trás". O cohen gadol em Yom Kipur nunca viu a Shechiná claramente, porque quando queimava o incenso no Santo dos Santos, a fumaça enchia o aposento. Mesmo assim, apenas um homem muito santo sobreviveria ao entrar no Santo dos Santos.

Antes que o cohen gadol entrasse, uma corrente de ouro era presa a seu pé. Ele era puxado para fora caso morresse lá.

O cohen gadol ficava temeroso quando entrava no local mais sagrado.

O que lhe dava coragem era saber que grande zechuyot (méritos) o acompanhavam. D’us o protegeria especialmente por causa destes grandes méritos: a Torá, o brit-milá, o Shabat, a cidade de Yerushalayim e as Tribos de Israel.


abril 28, 2023

O CALENDÁRIO MAÇONICO

 


O calendário usado pelo Grande Oriente Brasiliano era o calendário pseudo-hebraico ou Adonhiramita. (Não acrescentava à Era Vulgar o número 3760 e sim 4000). Entretanto, o Supremo Conselho do REAA de Montezuma, por muitos anos usou o calendário do Rito Moderno ou Francês. Este Supremo Conselho, através do Marquês de Caxias, que era nesta época seu Soberano Grande Comendador, uniu-se ao Grande Oriente do Brasil, em 1855, e é possível que por influência deste, o Grande Oriente do Brasil, em 1º de janeiro de 1856 adotou, como oficial, o calendário do Rito Moderno.

Entretanto, segundo pesquisas do Irmão Kurt Prober, analisando documentos da época, o Calendário do Rito Francês ou Moderno nem sempre foi devidamente seguido, havendo alternância de uso com outros calendários conforme os Grão-Mestres da época.

O calendário do Rito Moderno foi usado desde a sua adoção oficial até 1863. Deste ano até 1870, quando foram Grão-Mestres os Irmãos Bento da Silva Lisboa (Barão de Cayru) e seu sucessor Joaquim Marcelino Brito, usaram, simplesmente, o calendário da Era Vulgar, ou seja, o Gregoriano.

No período de 1871 a 1876, o Grande Oriente do Brasil usou o calendário pseudo-hebraico ou Adonhiramita, através de seu Grão-Mestre José da Silva Paranhos (Visconde do Rio Branco). Em 1876, o Grão-Mestre, em exercício, Francisco José Cardoso Júnior, bem como seu sucessor, Luiz Antônio Vieira da Silva, usaram o Calendário Gregoriano. A partir de 1889, o Grão-Mestre, em exercício, por poucos meses (03 de novembro de 1889 a 24 de fevereiro de 1890) o Visconde de Jary, então, Grão-Mestre, usou o Calendário do Rito Moderno ou Francês. Seu sucessor, o Marechal Deodoro da Fonseca, voltou a usar o Calendário da Era Vulgar.

Somente, a partir de 09 de fevereiro de 1892, quando assumiu, como Grão-Mestre, o irmão Joaquim de Macedo Soares, o Grande Oriente do Brasil voltou, definitivamente, a se utilizar do Calendário do Rito Moderno ou Francês. Mais ou menos, a partir de 1898, o Supremo Conselho passou a usar o verdadeiro Calendário Hebraico, mas, somente, nas patentes dos graus 31°, 32° e 33°, em substituição ao Calendário do Rito Moderno.

Após o Primeiro Grande Cisma, em 1927, o Supremo Conselho de Montezuma, levado pelo Irmão Mario Behring, passou a usar o Calendário Hebraico para todos os Altos Graus. O Supremo Conselho Reconstituído, ligado ao Grande Oriente do Brasil, continuou a usar o Calendário Hebraico, mas, após o chamado “Compromisso de Pacificação”, em 11 de novembro de 1952, além de os diplomas dos graus 31°, 32° e 33°, passou a usar este calendário em todos os diplomas dos Altos Graus.

A razão de tanta polêmica da Maçonaria Brasileira a respeito das datas históricas, foi ocasionada pela má interpretação por parte de alguns historiadores das atas das primeiras sessões do, então, Grande Oriente Brasiliano. Essas atas são em número de dezenove e constituem o chamado Livro de Ouro da Maçonaria do Brasil. As dezenove atas vão desde o dia 17 de junho de 1822 (fundação) até o dia 25 de outubro de 1822 (fechamento da Ordem por D. Pedro I, seu Grão-Mestre, em virtude das brigas envolvendo Ledo e Bonifácio).

Graças à atitude do Grande Secretário do Grande Oriente Brasiliano, o Irmão Capitão Manoel José de Oliveira (Irmão Bolívar), ter escondido as atas (Livro de Ouro) quando D.Pedro I mandou fechar o Grande Oriente, entregando-as, depois, na reinstalação do Grande Oriente, em 1831, então, com o nome de Grande Oriente do Brasil ao Vale do Lavradio, hoje, podemos, em detalhes, saber de partes importantes da história da Maçonaria Brasileira.

Sabe-se que, em 25 de outubro de 1822, D. Pedro mandou realizar uma devassa no Grande Oriente Brasiliano, apreendendo moveis alfaias e documentos, não só do Grande Oriente, mas, também, das lojas que o compunham, ou seja, “Comércio e Artes à Idade do Ouro”, “União e Tranquilidade” e Esperança de Niterói”.

A partir da leitura posterior dessas atas é que se iniciou a confusão. Alguns historiadores incautos, ao converterem as datas para a Era Vulgar, o fizeram convertendo através do calendário do Rito Moderno e não do pseudo-hebraico ou Adonhiramita, que foi o calendário usado na fundação do Grande Oriente Brasiliano. Isto chega a ser um paradoxo, pois se fundaram o Grande Oriente no Rito Moderno, deveriam usar o Calendário do Rito Moderno. Mas como a Loja “Comercio e Artes”, Loja Primaz do Grande Oriente, fundada, originalmente, em 1815, que de sua divisão em três Lojas, possibilitou a criação da primeira obediência brasileira, pertencera, anteriormente, ao Rito Adonhiramita, usaram este calendário pseudo-hebraico. O que, inclusive, justifica o uso de nomes simbólicos, próprio Rito Adonhiramita, quando já estava se utilizando do Rito Moderno.

Fonte: Revista Arte Real

NÃO - Newton Agrella




Você alguma vez já se escutou ?

Já se deu conta de quantas vezes diz "não" por dia ?

Alguma vez você marcou um encontro consigo mesmo, apenas para perceber o quão crítico você tem sido, e quão pouco consegue admitir e assimilar os seus limites e a sua presunção ?

Pois é, via de regra, esse é o exercício da nossa manifestação e das nossas verdades pessoais.

Apontamos o dedo, mas mal conseguimos aceitar quando o dedo nos é apontado...

Invariavelmente assumimos o papel de Senhores da Razão e trazemos conosco o "sacerdócio da jurisprudência salomônica".

1. No Legislativo, temos uma opinião formada sobre quase tudo; conceitos pré-estabelecidos que se tornam doutrinas ;

2. No Executivo, aplicamos as leis e conduzimos assuntos conforme a luz de nosso entendimento; naquilo que encerra a nossa visão do mundo;

3. E no Judiciário, fazemos de nossos juízos de valores a condução da nossa história e julgamos nossos semelhantes tal qual meritíssimos Juízes que se abrigam nas letras frias da Lei - conforme os nossos interesses.

Com toda essa bagagem subjetiva  o "Não"  raríssimamente se afasta de nós.

Ele assume a negatvidade das circunstâncias que nos desagradam, opera como um mecanismo de auto-defesa às nossas fragilidades e constitui-se num dispositivo de segurança contra os nossos medos...

O "Não" desconhece limites.  

Ele se instala em nós como radares de nosso arbítrio e assume seu papel de "Sim" ao sabor de nossas intenções.

Você tem ouvido a voz da sua consciência ?


abril 27, 2023

VIVER DE MODO MAÇÔNICO - Alfério Di Giaimo




Desde  a  época  do  aparecimento  do  Homem  na  Terra,  tem  havido  a necessidade  de  um  serviço  humanitário  –  um  serviço  fraternal  que  pode beneficiar  a  todo  ser  humano.  

Hoje,  em  todo  país  civilizado  do  mundo,  o  bem social  do  indivíduo  tem  se  tornado  a  preocupação  mundial.  

A  Franco maçonaria com  a  sua  historia,  tradição  e  as  lições  administradas  em  seus  vários  graus, preenche  essa  necessidade. 

Cada  pessoa  vem  a  este  planeta  com  um  propósito.  

Como  Maçons, nós  temos  uma  missão  a  cumprir.  

Nós  estamos  cientes  que  nossa  vida  é  por tempo  limitado,  e  é  nosso  dever  e  responsabilidade  completar  esta  missão nesse  terminado  espaço  de  tempo.   

Como  Maçons  nós  projetamos  diariamente  uma  imagem  sobre pessoas que  estão  em  contato  conosco,  e  as  influenciamos.   

A Fraternidade  Maçônica  está  alicerçada  no  rochedo  da  dignidade humana.  

Este  é  o  conceito  básico  de  todas  as  lições  em  todos  os  Rituais  da Ordem.  

O  principio  fundamental  da  Fraternidade  é  que  cada  homem  é individual  e  deve  ser  tratado  como  tal.  

Em  cada  homem  há  uma,  ou  mais   qualidades  que  merecem  respeito.   

A  teoria  da  Maçonaria  Especulativa  é  que  o  maior  esforço  deve  ser direcionado  na  direção  do  desenvolvimento  do  caráter  e  no  aperfeiçoamento  da vida  mental,  espiritual,  ética  e  moral  do  Obreiro.  

Esta  teoria  é  sensacional  e eterna,  mas deve  ser  repartida  ou  ela  vai  parar  de  fluir.   

Deste  modo,  lideranças  maçônicas  dedicadas  podem  levar  para  longe essa  teoria  e  prestarem  grande  serviço  para  a  humanidade.  

O  mundo  está pronto  e  esperando  por  isso.  

Será  um  remédio  para  o  vírus  da  ilegalidade  e corrupção  que  está  afetando  o  corpo  inteiro  da  humanidade  nos dias de  hoje.   

Maçonaria  não  é  para  qualquer  pessoa.  

Nós  guardamos  muito bem  nossos  portais  e  aceitamos  somente  aqueles  que  nós  acreditamos que  somarão  mais  vigor.  

Tanto  o  pobre  como  o  rico,  bate  em  nossas  portas, e  são  admitidos,  pois  temos  aprendido  que  “a  vida  de  um  homem  não  consiste na  abundancia  das  coisas  que  possui”. 

A  Maçonaria  escolhe  homens  bons,  educa  e  os  prepara  para  atuarem na  vida  profana,  repletos  de  intenção  de  construir  uma  nova  e  melhor sociedade  –  um  monumento  que  crescerá  em  perfeição  com  o  passar  dos anos e  constituir  um  crescimento  legal  para  o  futuro. 

Nossa  caridade  não  é  avaliada  inteiramente  em  termos  de  dinheiro corrente.  

Caridade  vem  do  coração  do  individuo  e  é  uma  das  grandes  lições ensinada  em  todos  os  graus  da  Ordem.  

Como maçons,  é  nosso  dever  pratica-la  atenciosamente  todos  os  dias  de  nossa  vida,  não  somente  para  os  membros de  nossa  grande  Fraternidade,  mas a  todos,  indistintamente.   

Nossa  Ordem  é  educacional  e  caridosa,  cuja  estrutura  é  derivada  dos construtores  medievais  das  grandes  catedrais.  

Com  conhecimento  e  habilidade eles  erigiram  as  superestruturas  que  maravilharam  a  todos.  

Como  construtores de  melhores  homens  nesta  era  de  conflitos  e  confusões,  que  estão transtornando  o  mundo  de  hoje,  nós  podemos  fazer  a  Maçonaria  um  modo  de vida  e  uma  mais valorosa  contribuição  para  todos.

Então,  o  que  tem  inspirado  homens  de  todos  os  tipos,  presidentes  de países,  de  grandes indústrias,  de  grandes instituições  de  ensino,  comerciantes, liberais,  pesquisadores,  e  pessoas  simples  como  eu  e  você,  nestes  últimos trezentos  anos,  a  dar  seu  tempo  e  talento  para  promover  esta  antiga  Ordem? 

É  a  elevação  moral  e  espiritual  que  recebemos  do  fato  de  fazermos alguma  coisa  valer  a  pena.  

É  a  satisfação  do  trabalho  fecundo  um  com  outro, lado  a  lado,  como  membros  da  mais  antiga  Fraternidade  do  mundo.  

É  a concordância  da necessidade  de  servir  a  humanidade,  o  estado  e  o  país  onde vivemos  –  e  mais  importante  de  tudo,  é  aquele  espírito  fraternal,    repleto  de amor  e  afeição  que  nos  une  e  cimenta,  como  pedras  vivas,  para  a  construção do  Grande  Templo.

🌿🌿🌿


(este  artigo foi baseado e adaptado dos discursos do M.W.  Bro  Roger White nas Lojas de Maine, EUA.).



A PUREZA DA TRADIÇÃO - Dion Fortune



Quanto mais próxima estiver da nascente, mais pura será a água do rio. 

Para descobrir os princípios primeiros, devemos ir à fonte mãe. Mas um rio recebe muitos afluentes em seu curso, e estes não estão necessariamente poluídos. Se desejamos descobrir se a água desses afluentes é pura ou não, basta-nos compará-la com a corrente original; se ela passa por esse teste, nada impede que se misture com as águas principais e aumente sua força.

 Ocorre o mesmo com uma tradição: o que não é antagônico deve ser assimilado: Devemos sempre testar a pureza de uma tradição no que respeita aos princípios primeiros, mas devemos igualmente julgar a vitalidade de uma tradição por sua capacidade de assimilação. 

Apenas a fé morta não recebe influências do pensamento contemporâneo”

abril 26, 2023

O QUE BUSCAR - Adilson Zotovici




Não sinto ser a verdade

Latente num iniciado

Patente e continuado  .

O instinto da curiosidade


Comum ao sindicado

Indagar com propriedade

Lugar nesta fraternidade

Ao crescimento sonhado


Quiçá à nova amizade

E seu padrão elevado

Em razão de observado

Crescimento na sociedade


No tradicional enunciado

Sua inalterabilidade

Fazer crescer a humanidade

Pelo amor cabal e elevado


Estudar, pesquisar, com vontade

Atitudes ao Instituto Sagrado

Por virtudes ser consagrado

Que evolução...a finalidade !




O RETORNO DA FAMÍLIA REAL A PORTUGAL - Paulo Rezzutti

 



Há exatos 202 anos, em 26 de abril de 1821, D. João VI e sua corte embarcaram do Rio de Janeiro de volta para Portugal. D. João não queria deixar o Brasil, aonde chegou em 1808 fugindo de Napoleão. Ele foi obrigado por conta da Revolução do Porto, em 1820, que acabou com o absolutismo e exigiu que o rei retornasse a Portugal.

Desde que D. João mudou a corte para o Brasil, os portugueses se sentiram abandonados, sendo administrados desde a colônia do outro lado do mar, especialmente quando, em 1815, o Brasil foi elevado a Reino Unido. A Revolução do Porto foi uma reação a esse abandono e forçou D. João VI a jurar aceitar a constitução que iria ser feita, limitando seus poderes como rei. Depois, ele foi pressionado a retornar a Lisboa com a família, mas adiou a partida o quanto pôde. Primeiro pensou em mandar apenas o filho e herdeiro, D. Pedro, depois aceitou partir, mas não decidia quem levaria consigo. Por fim, embarcou com a mulher, D. Carlota Joaquina, as filhas, o filho mais novo e mais 4.000 pessoas. Levou até os ossos dos parentes que morreram no Brasil, como sua mãe, a rainha D. Maria I.

Ficaram no Brasil o príncipe D. Pedro, que foi nomeado príncipe regente, sua esposa, D. Leopoldina, e os filhos dos dois. Isso contrariava a ordem das cortes, que queria o retorno da família inteira e que o Brasil voltasse a ser governado diretamente de Lisboa. Isso acabou aumentando a tensão entre Portugal e Brasil e levou à independência brasileira menos de um ano e meio depois.


abril 25, 2023

DO JEJUM - Heitor Rodrigues Freire



Das práticas para se alcançar a iluminação e a elevação espiritual, o jejum tem papel importante, tanto que vem sendo praticado sob orientação espiritual e religiosa há milênios.

O jejum é a privação de comida ou a redução das refeições diárias durante um determinado período, e apresenta diversas formas de ser praticado. São vários os motivos que levam uma pessoa a fazer jejum: religiosos, medicinais ou até por simples questões de dieta alimentar para emagrecimento.

Essa é uma prática recomendada que deve observar alguns cuidados, como orientação médica (indispensável) ou nutricional, a fim de atingir os seus melhores propósitos.  

Uma vez submetido à orientação médica, deve se decidir a forma e a duração do jejum, que pode ser total, por um período de 24 horas, ou intermitente, por períodos menores  – prática mais aconselhável, pois não provoca perda muscular. O acompanhamento médico é necessário para que se avalie a priori o estado de saúde do paciente e sejam indicadas as orientações nutricionais, que variam de acordo com os objetivos de cada pessoa.

Como pretendo adotar essa prática de forma continuada na modalidade intermitente, consultei o meu médico, dr. José Roberto Campos Souza, homeopata que há mais de quarenta anos me orienta em todas as ações que adoto na área da saúde. Assim foi, por exemplo, há 18 anos, quando comecei a praticar, semanalmente, a auto-hemoterapia, que me proporciona alta imunidade. Adotei também a ingestão diária de cloreto de magnésio com ginkgo biloba. Mais recentemente, passei a fazer a terapia com ozônio. A orientação do dr. José Roberto me é sempre muito eficaz.

É importante que a prática do jejum seja feita sem nenhuma manifestação exterior que possa identificá-lo, porque se trata de uma decisão pessoal, e estabelecido pela própria pessoa. Recomendo manter a fisionomia alegre e confiante durante o jejum, pois ele deve trazer alegria, confiança e entusiasmo na vida daquele que participa desta experiência maravilhosa.

Muitas religiões orientam seus fiéis a respeito da prática do jejum, na qual o seguidor se abstém de todo e qualquer alimento, ou o faz de forma parcial, a fim de cumprir um ritual de penitência.

Na Bíblia, temos alguns exemplos do poder do jejum na vida de homens como Moisés, que jejuou por 40 dias (Êxodo 34:28); Esdras, por 3 dias (Esdras 10:6); Elias, por 40 dias (1 Reis 19:8); Daniel, por 21 dias (Daniel 10:3); Paulo, por 3 dias (Atos 9:9); e, finalmente, 


o próprio Jesus Cristo, por 40 dias (Lucas 4:2). 

Para a religião católica, a Sexta-Feira Santa é o dia em que os fiéis devem fazer o sacrifício do jejum parcial, abstendo-se de comer carne. Para a Igreja, o jejum é uma forma de renunciar ao prazer da carne vermelha e buscar nas orações a experiência do sofrimento de Cristo, passado na cruz.

Para os judeus, o Dia do Perdão, uma das datas mais importantes do judaísmo, é festejada com a prática do jejum total por 24 horas, simultâneo a celebrações religiosas. Essa modalidade de jejum se inicia no pôr-do-sol de um dia e se encerra no pôr-do-sol do dia seguinte. É considerado um tempo de renovação e fortalecimento da fé.

Na religião muçulmana, o jejum é praticado durante o Ramadan, onde geralmente fica-se um período de 12 horas sem comer e beber, do amanhecer ao pôr-do-sol, alternando com um período de 12 horas de alimentação e hidratação. No entanto, durante o Ramadan geralmente não se faz restrição de alimentos nos períodos pós jejum.

Quando se pratica o jejum intermitente, é importante excluir da dieta os alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar e gordura, como bolo, sorvete, refrigerantes, doces, frituras e refeições do tipo fast food alguns dias antes de iniciá-lo, para que se tenha um resultado mais efetivo de purificação do corpo. O jejum intermitente pode ter duração entre 12 e 18 horas.

Durante o jejum apenas se pode beber água e bebidas não calóricas, como chás ou café, sem açúcar ou adoçante.

O jejum intermitente ajuda a fortalecer o sistema imunológico, melhora a disposição e a agilidade mental, previne o envelhecimento precoce, além de aumentar a queima de gordura corporal, promovendo o emagrecimento. O jejum também diminui a inflamação  e melhora as funções das bactérias benéficas do intestino, equilibrando a flora intestinal e prevenindo a diarreia e a prisão de ventre.

Essa prática só é aconselhada para pessoas saudáveis e, por isso – repito –, é indispensável a orientação de um médico ou nutricionista, para avaliar o melhor tipo de jejum intermitente, de acordo com o objetivo e a tolerância de cada pessoa.

A orientação para o jejum religioso varia de acordo com o tipo de prática religiosa, podendo ser recomendado consumir somente alguns tipos de alimentos ou excluir todos os alimentos e líquidos da dieta.

O jejum religioso geralmente é praticado com o objetivo de melhorar o estado de consciência, a conexão com o divino e o bem estar geral, variando de acordo com a religião que se pratica.

Enfim, aí está um prato feito para quem quiser experimentar.

Bom proveito.


DA ALIMENTAÇÃO - Heitor Rodrigues Freire



A alimentação é uma daquelas áreas do conhecimento humano que é pouco valorizada. Talvez por ser tão elementar e por se tratar de uma ação mecânica do aparelho digestivo, acaba sendo realizada de forma automática.

Mas o que é a alimentação?

É o processo de ativação do nosso corpo interior – que é o templo do nosso espírito –,

por meio da ingestão de alimentos e que, por isso mesmo, deve merecer uma atenção adequada, pois é fundamental para a nossa saúde, que nasce e se fortalece exatamente pela qualidade dos ingredientes que ingerimos. E nem sempre é observada, sendo, muitas vezes, negligenciada.

Além, naturalmente da qualidade dos alimentos, a mastigação é parte fundamental do processo digestivo. Se não for bem observada, a boa digestão acaba comprometida, porque no nosso estômago não há dentes e a trituração dos alimentos só pode ser feita na boca. É nela que começa o conjunto de transformações que os alimentos sofrem ao longo do sistema digestivo para se converterem em compostos menores a serem absorvidos e utilizados pelo organismo.

Há inclusive aquela máxima, “Beber os sólidos e mastigar os líquidos”, que precisa ser entendida para ser praticada com proveito.

O ambiente de pressa e correria de nossa sociedade criou um meio propício à obesidade, pois acabamos engolindo o alimento aos pedaços. E a mastigação exerce papel importante no controle desse problema. 

Quando a mastigação passar a obedecer a um ato consciente e constante, as células do estômago e do aparelho digestivo naturalmente se sentirão respeitadas e agradecerão, porque esse ato será considerado como um ato de amor e de integração ao organismo.

Como dizia Persius, poeta italiano nascido na aldeia etrusca de Volterra no primeiro século da era cristã, em suas sátiras: “Magister artis ingenique largitor venter”, ou seja, “O estômago, mestre das artes e distribuidor do gênio”.

A mastigação, na realidade, é apenas uma parte do processo alimentar. Existe outro fator que é fundamental: a qualidade dos alimentos que ingerimos.

Recentemente um médico brasileiro, o professor Carlos Augusto Monteiro, epidemiologista que dedicou a vida ao estudo da qualidade dos alimentos, elaborou um Guia Alimentar, aprovado pela ONU e aplaudido em todo o mundo científico de forma entusiástica, no qual classificou os alimentos de acordo com seu nível de processamento industrial. O Guia foi adotado pelo Ministério da Saúde em 2014. Pelo destaque de seu trabalho, mereceu uma extensa matéria na revista piauí.

Carlos Monteiro foi o primeiro médico a usar indicadores de saúde coletiva para propor um sistema organizado de classificação da alimentação. Ele classificou, então, os alimentos em quatro categorias:

Primeira – Chamados in natura ou minimamente processados, inclui alimentos que são consumidos como foram trazidos da natureza ou passam por pouca transformação até chegarem à mesa (frutas, verduras e legumes, grãos, milho, feijão, trigo, ovos, leite, peixes, carnes, frutas secas, castanhas).

Segunda – Ingredientes culinários processados. Óleos, gorduras, azeite, manteiga, sal ou açúcar, que devem ser usados com moderação para o preparo de culinária caseira. Conforme Monteiro declarou à piauí, “Se usados em pequenas quantidades, estão a serviço de hábitos alimentares tradicionais, agregadores de pessoas – e que não matam ninguém”

Terceira – Alimentos processados ou combinados com ingredientes para o preparo culinário, que inclui a segunda categoria. Em geral, são os itens que usamos para cozinhar em casa, como queijos, farinha, carnes secas, peixes conservados em óleo, legumes ou frutas em conserva, combinados com ingredientes in natura. Aqui entram os pães e bolos caseiros.

Quarta – alimentos ultra processados. São produtos que derivam do fracionamento agressivo de alimentos in natura e, depois, passam por sucessivos processos e adição de substâncias de uso industrial. Nesse rol estão refrigerantes, sucos com sabor de frutas, biscoitos recheados, lasanhas e pizzas congeladas, cereais matinais adoçados, iogurtes adoçados, salgadinhos em sacos plásticos, pães de forma, macarrões instantâneos e produtos de carne reconstituída (embutidos em geral).

Disso tudo, o professor Monteiro estabeleceu uma “regra de ouro”: prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados, e preparações culinárias a alimentos ultra processados. Concluindo que o problema não é a comida nem os nutrientes, mas sim, o processamento.

Como vemos, alimentação é coisa séria.


abril 24, 2023

O CORTEJO DE ENTRADA NA LOJA - Almir Sant’Anna Cruz



A liturgia de uma Sessão Maçônica inicia-se com o Cortejo (Procissão), que é a entrada ritualizada no templo. 

Os Irmãos devem estar mentalmente preparados para a Sessão que irá se realizar, deixando de lado todas as preocupações mundanas e entendendo que as Sessões Maçônicas, entre outros aspectos, devem funcionar como um “aliviador de tensões” e como um “recarregador de baterias”. 

Com os membros da Loja devidamente preparados e formados no Átrio, o Mestre de Cerimônias organiza o Cortejo, entrando todos em fila dupla, em ordem hierárquica, começando pelos Aprendizes à esquerda e Companheiros à direita; os Mestres em um ou outro lado de conformidade com os cargos que exercem; os Vigilantes; os Mestres Instalados e por último o Venerável Mestre. 

Munido de seu bastão, o Mestre de Cerimônias bate de forma ritualizada à porta do templo, sendo esta aberta pelo Cobridor Interno. O Cortejo então tem início, entrando todos em grave silêncio, ocupando cada qual o seu lugar, e conservando-se de pé até que o Venerável Mestre autorize que se sentem.

Segundo a Escola Ocultista, o Cortejo, ao entrar no Templo, magnetiza o seu piso (Pavimento Mosaico), saturando-o da mais alta influência possível e levantando ao seu redor uma muralha para que a referida influência ali se conserve. 

Charles Webster Leadbeater in A Vida Oculta na Maçonaria, assim se expressa: “A função desempenhada pela forma mental é bem análoga à de um condensador. Em mecânica de nada serve gerar grande quantidade de vapor d’água se não se mantém a necessária pressão; analogamente, ao magnetizar-se a Loja, tem-se que acumular condensadamente a energia, para que não se dissipe pela vizinhança”.


Excertos do Livro *Maçonaria para Maçons, Simpatizantes, Curiosos e Detratores  - 
Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

A VAIDADE - E. Fondello

 




A vaidade, como quase tudo que se apresenta de forma excessiva no ser humano, afeta não só a saúde emocional e física do indivíduo, mas também, o seu relacionamento com o mundo em que vive cegando-o, do mínimo bom senso. 

Vem daí, a necessidade de estarmos em estado de permanente vigilância para repelirmos essa indesejável e maléfica anomalia. 

A “vaidade”, promove nos indivíduos que a ela dão guarida, a busca desenfreada por padrões outros, fazendo com que “pessoas vaidosas”, acabem se tornando insatisfeitas consigo mesmas enfrentando variados transtornos ao longo de suas vidas;

No meio maçônico, a vaidade  também faz vítimas trazendo inúmeras consequências negativas, já que as pessoas vaidosas, se acham superiores as demais, sentem-se os “professores de Deus”…. Por questões e pseudoargumentos que não se coadunam com nosso princípios, notadamente os princípios do: Amor Fraternal, da Assistência e da Lealdade. Eis que, em seus ensinamentos são enfatizados os postulados da mais elevada moral e a prática de virtudes cardeais proclamadas em todas as eras: Temperança, Firmeza, Prudência, Justiça, Fé, Esperança e Caridade. 

Por fim, a análise da vaidade, tem demonstrado que ela também leva as pessoas a se tornarem superficiais e egoístas, valorizando apenas a exteriorização aparente de suas próprias condições físicas, financeiras, intelectuais ou profissionais; em detrimento das qualidades e da profundidade nas relações maçônicas de igualdades interpessoais. 

Assim, o estudo prático da maçonaria, busca incansavelmente combater essa predatória vaidade,  valorizando aspectos como caráter, fraternidade e empatia, busca conexões serias e significativas pautadas na defesa prática da igualdade entre os irmãos maçons praticantes  da nobre Ordem.



abril 23, 2023

DIA MUNDIAL DO LIVRO - Newton Agrella




 "O dia 23 de abril foi escolhido para ser o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor pela Unesco, em sua XXVIII Conferência Geral, ocorrida em 1995. Essa data homenageia os escritores Inca Garcilaso de la Vega, Miguel de Cervantes e William Shakespeare, que, coincidentemente, morreram em 23 de abril de 1616."

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Sem querer entrar no conceito estético, formal e nem de seus primeiros indícios materiais é imprescindível que se faça uma breve referência histórica sobre o surgimento do Livro, cuja origem está intima e contemporaneamente ligada à escrita. 

A primeira versão do que se conhece por Livro, diz respeito aos Sumérios, que o criaram há cerca de 3200 anos A.C.  na Mesopotâmia, com seus escritos sobre "tabletes de argila".  

Posteriormente desenvolvido pelos gregos na cidade de Pergos, de onde surgiu a expressão pergaminho, que nada mais eram do que peles de vaca, ovelhas ou carneiros através do que se faziam as transcrições.

Inúmeros relatos históricos dão conta de que no início da Idade Média, os Judeus e os Muçulmanos foram os responsáveis por trazerem o "papel"  para a Europa, e que com o tempo deu origem à versão clássica do livro confeccionado  através deste elemento.

Mais recentemente, o Livro ganhou uma versão "high-tech", os chamados  e-books, diminutivo em Inglês para (Electronic  Books) ou seja; um arquivo configurado em forma de um livro, que funciona num computador.

O substantivo "livro" na língua portuguesa tem sua etimologia proveniente do latim "liber", termo relacionado à cortiça da árvore.

Porém, o conceito filosófico e semanticamente o que guarda melhor definição para o Livro, é o que traduz seu significado como uma obra de cunho literário, artístico, filosófico, lendário, científico ou de qualquer outra natureza fruto do conhecimento e da experiência humana..

Metaforicamente  o livro é um ser vivo, cuja família real se constitui de Autor e Leitor, e seu habitat pode ser uma editora, uma livraria, uma biblioteca, ou a casa de cada um de nós.

São sob os nossos olhos e debaixo de nossos braços que o sentimos, compartilhamos de seu conteúdo e discutimos ou debatemos livremente sobre seu teor, tal qual "um livro aberto".

O livro traduz fórmulas, experimentos, contos, prosas e poesias que se tornam referências e objeto de desejo, mas que concomitantemente são capazes de provocar dualismo,  alternâncias e pontos de divergências e convergências, tal qual ocorre no seio de qualquer família.

O livro é em si, um pedaço de vida que seu autor delega à história, e dele se esperam as mais profundas e diferentes reações.

Manusear suas páginas é um nobre exercício físico, mas sobretudo mental, em que a intelectualidade promove um conflito íntimo e inquietante de cada folha superada e diante de cada novo capítulo que se pronuncia.

O livro é antes de tudo, um guardião de pensamentos e reflexões, de lógica e de raciocínio que constrói uma ponte de interação entre o autor e o leitor.

O mérito de um livro não se julga pelo seu conteúdo, sua estética, suas ilustrações, sinais ou imagens, mas sim pelo simples fato de existir.