maio 18, 2023

MAÇONARIA É VIDA - Eduardo Póvoas



Diferentemente do que muitos pensam, a Maçonaria não convoca ninguém para a morte. A Maçonaria convoca todos, sem exceção, para uma jornada que defenda melhores condições de vida ao cidadão e à sua família, liberdade de pensamento aos seus ou não membros, a igualdade entre os povos de qualquer etnia, e acima de tudo uma fraternidade infinita a todos que vivem sob o manto de Jesus, o que lá se denomina Grande Arquiteto do Universo.

Lamentável a noticia que li dias atrás que um Maçom perdeu a vida dentro de um templo maçônico. Claro, sentimos todos por essa fatalidade. Pior, muito pior foram os comentários que li e ouvi sobre este caso. Meu Deus, como pessoas desinformadas e sem nenhum escrúpulo emitem opinião sobre determinados fatos ou sobre determinadas organizações sem ter o menor conhecimento sobre ela. 

Li um comentário chamando a Maçonaria de clube do bolinha, pois segundo o comentarista, lá não entra mulher, e outro pedindo até interferência da Polícia Federal na Ordem! Vejam só quanta ignorância! O Médico, o Dentista, o Advogado, o Engenheiro, o Policial, o Mecânico, nenhum deles levam suas companheiras para o trabalho não é? Por que o Maçom tem que levar sua esposa quando ele vai trabalhar? Trabalhar sim, pois são durante as reuniões que são definidas as metas a serem seguidas.

Claro que elas (as esposas) exercem um papel fundamental dentro da Maçonaria. A elas (cunhadas) são reservadas outras tarefas. Estão sempre à frente das inúmeras campanhas que seus maridos definem dentro dos templos. Se antes de omitir opinião sobre esta milenar e respeitada Ordem, tivesse o crítico a noção da grandeza da Maçonaria sobre todos os segmentos da sociedade, pensar-se-ia mil vezes para omiti-la. 

Esses não têm a mínima noção de que a Maçonaria, uma entidade secular e respeitadíssima em todo universo, está presente nas grandes decisões da humanidade. Não sabem ou fingem não saber, das intervenções de maneira silenciosa e discreta, exercidas pela maçonaria em muitos hospitais e atendimentos médicos pelo universo afora. 

Nunca saberiam se eu não revelasse agora, a ajuda substancial prestada pela Maçonaria cuiabana aos milhares de portadores de necessidades especiais atendidos pelo Ceope (Centro Estadual de Odontologia para Pacientes Especiais) e em outros hospitais. Não conseguirei, de maneira nenhuma, colocar neste espaço as infinitas ações filantrópicas que a Ordem Maçônica oferece a nossa população.

Claro, diferentemente de um Supermercado quando coloca um produto em promoção e tem que, através dos meios de comunicação levar essa notícia ao maior número de fregueses possíveis para que haja um sucesso nas vendas, a Maçonaria prima pela discrição e pelo silencio absoluto. Não interessa à Ordem dar publicidade às suas ações.

Não interessa aos irmãos que praticam a liberdade, igualdade e fraternidade verem a generosidade de seus corações estampada nos rádios, jornais ou televisões. Portanto, se você foi convidado a fazer parte dessa respeitável instituição, tenha absoluta certeza de que a Maçonaria te convocou para ser um soldado do bem. 

Aceite sem medo, você será o mais novo voluntário do Grande Arquiteto do Universo.

maio 17, 2023

𝑽𝒊𝒆𝒔𝒆𝒔 𝒅𝒂 𝑽𝒊𝒅𝒂 𝑷𝒓𝒐𝒇𝒂𝒏𝒂 - 𝑹𝒐𝒃𝒆𝒓𝒕𝒐 𝑹𝒊𝒃𝒆𝒊𝒓𝒐 𝑹𝒆𝒊𝒔



𝑶 𝒂́𝒍𝒄𝒐𝒐𝒍, 𝒐 𝒇𝒖𝒎𝒐, 𝒐 𝒅𝒆𝒔𝒓𝒆𝒈𝒓𝒂𝒅𝒐 𝒔𝒆𝒙𝒐,

𝑶 𝒐𝒍𝒉𝒂𝒓 𝒆𝒔𝒕𝒓𝒂́𝒃𝒊𝒄𝒐 𝒂𝒐 𝒂𝒍𝒗𝒐 𝒔𝒆𝒎 𝒏𝒆𝒙𝒐,

𝑬 𝒂 𝒅𝒆𝒔𝒊𝒍𝒖𝒔𝒂̃𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒂𝒐 𝒉𝒐𝒎𝒆𝒎 𝒆𝒏𝒈𝒂𝒏𝒂;

𝑨 𝒗𝒊𝒅𝒂 𝒆́ 𝒂𝒔𝒔𝒊𝒎: 𝒑𝒆𝒓𝒎𝒆𝒂𝒅𝒂 𝒅𝒆 𝒓𝒆𝒗𝒆𝒛𝒆𝒔,

𝑬 𝒆𝒍𝒂 𝒑𝒐𝒔𝒔𝒖𝒊 𝒗𝒂𝒓𝒊𝒂𝒅𝒐𝒔 𝒗𝒊𝒆𝒔𝒆𝒔,

𝑸𝒖𝒆 𝒔𝒂̃𝒐 𝒑𝒓𝒐́𝒑𝒓𝒊𝒐𝒔 𝒅𝒂 𝒗𝒊𝒅𝒂 𝒑𝒓𝒐𝒇𝒂𝒏𝒂.


𝑨𝒒𝒖𝒆𝒍𝒆 𝒒𝒖𝒆 𝒏𝒂̃𝒐 𝒒𝒖𝒆𝒓 𝒗𝒆̂ 𝒆́ 𝒐 𝒑𝒊𝒐𝒓 𝒄𝒆𝒈𝒐,

𝑬 𝒕𝒐𝒅𝒂 𝒎𝒂𝒍𝒊́𝒄𝒊𝒂 𝒒𝒖𝒆, 𝒂𝒎𝒊𝒖́𝒅𝒆, 𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆𝒈𝒐

𝑷𝒓𝒆𝒋𝒖𝒅𝒊𝒄𝒂 𝒂 𝒎𝒊𝒎, 𝒆 𝒏𝒂̃𝒐 𝒂𝒐 𝒔𝒆𝒎𝒆𝒍𝒉𝒂𝒏𝒕𝒆;

𝑯𝒂́ 𝒂 𝒗𝒐𝒛 𝒂𝒈𝒖𝒅𝒂 𝒆𝒎 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒄𝒊𝒆̂𝒏𝒄𝒊𝒂,

𝑳𝒆𝒎𝒃𝒓𝒂𝒏𝒅𝒐-𝒎𝒆 𝒅𝒆 𝒒𝒖𝒆 𝒂 𝒎𝒂𝒍𝒆𝒅𝒊𝒄𝒆̂𝒏𝒄𝒊𝒂

𝑨𝒃𝒐𝒍𝒆 𝒐 𝒄𝒐𝒓𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐: 𝒊𝒏𝒇𝒂𝒓𝒕𝒐 𝒇𝒖𝒍𝒎𝒊𝒏𝒂𝒏𝒕𝒆!


𝑵𝒆𝒔𝒔𝒆 𝒊𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆, 𝒒𝒖𝒆𝒓𝒐 𝒕𝒆𝒓 𝒂 𝒃𝒐𝒂 𝒊𝒏𝒔𝒕𝒓𝒖𝒄̧𝒂̃𝒐,

𝑬 𝒐𝒃𝒔𝒆𝒓𝒗𝒂𝒓 𝒏𝒐 𝒔𝒆𝒎𝒃𝒍𝒂𝒏𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝒄𝒂𝒅𝒂 𝑰𝒓𝒎𝒂̃𝒐

𝑸𝒖𝒆 𝒆́ 𝒑𝒐𝒔𝒔𝒊́𝒗𝒆𝒍 𝒆𝒙𝒑𝒆𝒓𝒆𝒏𝒄𝒊𝒂𝒓 𝒂 𝒎𝒖𝒅𝒂𝒏𝒄̧𝒂;

𝑨 𝑴𝒂𝒄̧𝒐𝒏𝒂𝒓𝒊𝒂 𝒅𝒂 𝒊́𝒏𝒕𝒊𝒎𝒂 𝒓𝒆𝒇𝒐𝒓𝒎𝒂 𝒆́ 𝑶𝒇𝒊𝒄𝒊𝒏𝒂,

𝑪𝒖𝒋𝒂 𝒆𝒙𝒊𝒔𝒕𝒆̂𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒐 𝒃𝒐𝒎 𝑷𝒓𝒐𝒇𝒆𝒕𝒂 𝒗𝒂𝒕𝒊𝒄𝒊𝒏𝒂,

𝑪𝒐𝒎 𝒎𝒂𝒆𝒔𝒕𝒓𝒊𝒂, 𝒇𝒆́, 𝒅𝒊𝒔𝒄𝒊𝒑𝒍𝒊𝒏𝒂 𝒆 𝒆𝒔𝒑𝒆𝒓𝒂𝒏𝒄̧𝒂.


𝑶𝒍𝒉𝒂𝒓 𝒐 𝒇𝒊𝒓𝒎𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐, 𝒂 𝒂𝒃𝒐́𝒃𝒂𝒅𝒂 𝒄𝒆𝒍𝒆𝒔𝒕𝒆,

𝑺𝒆𝒓 𝒈𝒓𝒂𝒕𝒐 𝒂𝒐 𝑬𝒕𝒆𝒓𝒏𝒐, 𝒐 𝑴𝒆𝒔𝒕𝒓𝒆 𝑰𝒏𝒄𝒐𝒏𝒕𝒆𝒔𝒕𝒆,

𝑸𝒖𝒆 𝒏𝒐𝒔 𝒑𝒆𝒓𝒎𝒊𝒕𝒆 𝒓𝒆𝒏𝒂𝒔𝒄𝒆𝒓 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒐𝒖𝒕𝒓𝒂 𝒗𝒊𝒅𝒂;

𝑺𝒂𝒃𝒆𝒓 𝒒𝒖𝒆, 𝒂𝒍𝒆́𝒎 𝒅𝒂𝒒𝒖𝒊, 𝒆𝒙𝒊𝒔𝒕𝒆 𝒐 𝒓𝒆𝒄𝒐𝒎𝒆𝒄̧𝒐,

𝑷𝒍𝒂𝒏𝒐 𝒅𝒆 𝒔𝒖𝒕𝒊𝒔 𝒗𝒂𝒍𝒐𝒓𝒆𝒔 𝒆 𝒒𝒖𝒆 𝒏𝒂̃𝒐 𝒕𝒆𝒎 𝒑𝒓𝒆𝒄̧𝒐,

𝑷𝒐𝒊𝒔 𝒑𝒆𝒓𝒎𝒊𝒕𝒆 𝒂 𝒕𝒐𝒅𝒐𝒔 𝒏𝒐́𝒔 𝒏𝒐𝒃𝒓𝒆 𝒔𝒖𝒃𝒊𝒅𝒂!



maio 16, 2023

A ANTIGUIDADE DOS SÍMBOLOS


A primeira constatação que empolga aquele que se aprofunda na interpretação da liturgia maçônica é a da antiguidade dos seus Símbolos, de suas alegorias. 

Remontam as origens dos Símbolos Maçônicos à aurora do homem sobre a Terra. 

Daí terem alguns observadores apressados concluído que a Franco-Maçonaria é tão antiga quanto o mundo. 

Trata-se, evidentemente, de um exagero, pois a Franco-Maçonaria, com as suas características atuais, data do século XVIII, ou melhor, do ano de 1717, ponto de partida da Franco-Maçonaria moderna. 

Foi nesta data que se firmou a preponderância da Franco-Maçonaria especulativa sobre a operativa. 

Mas, anteriormente à memorável reunião das quatro Lojas franco-maçônicas de Londres, existiam várias Lojas por toda Inglaterra, Alemanha, França e Itália, formada por pedreiros de profissão, reunidos em confrarias, com regulamentos próprios, Sinais de reconhecimento, Símbolos litúrgicos, e se tratando por Irmãos.  

Guardavam ciosamente a sua arte de construir do conhecimento do vulgo ou profanos. 

A par desses conhecimentos, essas confrarias (Guilds, Brotherhoods, Bruderschaften, Confrèries), constituídas por verdadeiros artistas (foram os construtores das grandes catedrais européias e os criadores da arte gótica), reuniam e conservavam a tradição esotérica da antiguidade pagã, às vezes confundidas com as tradições mais novas do cristianismo.  

Compreende-se, assim, o respeito que os príncipes tiveram por essas corporações de artesãos, às quais dotaram de regalias e privilégios. 

Desse imenso legado das tradições antigas, de que os pedreiros (maçons, masons, maurerei) foram os depositários conscientes ou inconscientes, faziam parte também as tradições ocultas, herméticas, dos mistérios antigos, perpetuados em símbolos e práticas esotéricas. 

Estabeleceu-se, assim, um liame entre a Franco-Maçonaria do século XVIII e a mais remota Antiguidade, que levou os escritores a que nos referimos, a declarar a Franco-Maçonaria coeva da vinda do homem sobre a face da terra. 

A verdade, contudo, como já dissemos, é um pouco diferente: os legítimos Símbolos Maçônicos é que se perdem na noite dos tempos, mas a Franco-Maçonaria, como a conhecemos, data de pouco mais de dois séculos, ou por outra, a Instituição é nova e a sua essência antiga. 

Tão antigos são os Símbolos adotados e conservados zelosamente pela FrancoMaçonaria, que sem receio de errar podemos afirmar que nenhum deles é de data posterior ao ano um da era cristã. 

Tal afirmativa se reveste de tanta importância que o poder mantê-la compensa todas as pesquisas, todas as vigílias gastas em escavar o dourado veio das tradições antigas. 

Existem Símbolos na Franco-Maçonaria, usados desde a fase operativa, cujo significado foi inteiramente estranho aos homens da época, não Iniciados nos Mistérios Maçônicos, quando não foram completamente desconhecidos.  

Pois bem, quando teve o mundo notícia dos descobrimentos arqueológicos verificados no século XIX, constataram os Franco-Maçons que muitos de seus Símbolos figuravam nos objetos encontrados, pertencentes a civilizações já desaparecidas, com as quais os homens haviam perdido todo contato, anteriores ao advento do cristianismo. 

É forçoso admitir que os Franco-Maçons não inventaram, por coincidência, tais Símbolos, pois muitos deles tinham o mesmo significado maçônico de hoje. 

Alguns, por exemplo, são tão evidentes, que não permitem margem a dúvidas. 

Existiu, portanto, um misterioso fio que preservou a tradição antiga, fio esses que não trepidamos em declarar, o segredo dos Iniciados.  

A Sabedoria Antiga, velada em alegorias e guardada pelo compromisso, entre determinado grupo de homens, congregados em torno de um ideal iniciático, pôde, assim, chegar até nós. 

Só dessa forma compreende-se o mistério que a muitos pareceu indecifrável. 

Ensinam a História, a Sociologia e a Literatura que as obras Homéricas foram guardadas pela tradição oral durante séculos, antes de receberem a forma escrita. 

O mesmo processo sofreram quase todas as lendas dos primórdios da civilização. 

Se assim aconteceu em relação a obras literárias e narrativas históricas, porque não sucederia o mesmo com uma tradição iniciática, perpetuada através de Símbolos? 

Sobre o poder conservador dos Símbolos, já disse o nosso Irm.: MICHA que:

..."se a verdade sobre a natureza essencial do ser e da vida universal é tão alta e tão sublime que nenhuma ciência vulgar ou profana não pode chegar a descobrir, o simbolismo é por sua vez como uma espécie de revestimento, de meio de conservação ideal dessa verdade e uma linguagem ideográfica que a iniciação entrega à nossa meditação, e que só os Iniciados podem traduzir sem deformar-lhe o sentido."... 

(A. Micha — "Le Temple de la Veritè ou La Franc-Maçonnerie dans sa Véritable Doctrine", Anvers, 2ª édition, pág. 63). 

A longevidade das práticas maçônicas repousa tranquilamente na imutabilidade de seus Símbolos, muito mais fáceis de se guardarem puros do que longas narrativas.

E o que é a liturgia senão o conjunto desses Símbolos realizados sob determinada forma em determinadas circunstâncias? 


(Texto extraído do livro A MAÇONARIA E A LITURGIA — UMA POLIANTÉIA MAÇÔNICA, de João Nery Guimarães.)

maio 15, 2023

AONDE É QUE A MARIA VAI ? - Newton Agrella


A Língua Portuguesa é riquíssima em figuras de imagem, pensamento e construção, mas especialmente em adágios e provérbios.

Muitos deles acabam caindo no gosto popular e atravessam séculos sendo empregados no dia a dia.

Assim por exemplo, dispomos de uma expressão típica que denota a idéia de falta de opinião, ou simples acomodamento diante das mais variadas situações que é a famigerada "...Maria vai com as outras..."

A tal expressão traduz com rara propriedade algo que evidencia um comportamento muito peculiar de um grande contingente da população, que diz respeito à falta de vontade, desânimo e em muitos casos até de coragem para assumir uma postura, defender uma idéia própria ou lutar por um ponto de vista que entenda pertinente e consistente.

Algo que talvez possa ser associado ao receio de tomar decisões e preferir que terceiros o façam.

"Maria vai com as outras"  impacta insuspeitamente na submissão a que a pessoa se entrega diante de um dogma ou de uma afirmação radical. 

Esta subserviência pode inclusive ser confundida de como uma espécie de preguiça intelectual.

Deixa-se de lado o poder da consciência crítica e do valor da contra-argumentação, e submete-se a um convencimento simples, tornando-se deste modo mero instrumento de massa de manobra.

"Maria vai com as outras"  contudo, merece uma consideração histórica.

Reza a lenda que a referida expressão teria ganho corpo a partir de uma referência à  figura de D. Maria I,  rainha de Portugal, mãe de D. João VI, conhecida como "A Louca".

Em razão de problemas mentais, D.Maria I  passou a ter uma vida reclusa e só era vista quando saia para caminhar com suas damas de companhia.

Desta forma, o povo passou a utilizar : 

"Maria vai com as outras" para se referir a alguém que não tivesse a iniciativa ou capacidade de andar por sí só e por conseguinte de tomar a frente de alguma situação ou ter vontade própria.

Algo que sugere um certo maniqueísmo, no sentido da absorção de uma idéia ou de uma postura doutrinária, conformando-se, sem discussão, com o conteúdo de sua essência.

Nos mais variados campos da atividade humana; mas sobretudo no ambiente familiar, político, acadêmico ou profissional a figura de "Maria-vai-com-as-outras" muito a contragosto poderia até ser até interpretada como uma questão de sobrevivência.

Muito se tem escrito a respeito do estereótipo. 

São livros, tratados e teses a respeito; uma vez que este é um tema que não se esgota.

Neste despretensioso fragmento, o propósito é somente trazer à luz, como este comportamento é tão nítido inclusive na Maçonaria.

Convergem-se habitualmente a favor de determinadas propostas, idéias ou mudanças, sem ao menos elaborar uma discussão mais aprofundada, densa e consistente sobre questões de foro exotérico (administrativo) ou esotérico (filosófico e dialético) em nome de uma hipotética iniciativa evolucional. 

E aí levantam as mãos os partidários do time "Maria-vai-com-as-outras"   - cujo premio máximo que poderão almejar um dia será o "OSCAR" de melhor coadjuvante.

Protagonistas fazem a história, coadjuvantes simplesmente a contam da forma como lhes foi passada.



maio 14, 2023

SEGREDOS DA CAPELA ROSSLYN (Os cavaleiros Templários e a Maçonaria)

 


A história da Maçonaria é distorcida por defesas ideológicas que pretendem impor uma visão preconcebida sobre as provas documentais sem o mínimo rigor histórico.

Assim como os obreiros operativos do século XV construíam seus templos e Igrejas sobre o alicerce sólido das pedras e da argamassa o historiador deve construir suas interpretações baseado na sobriedade dos documentos. Provas imagéticas, escritas e materiais que corroborem e permitam a mínima interpretação dos fatos são essenciais.

Falar da ligação entre Templários e Maçonaria, procurando pontes, transferências e transposições é como procurar as soluções para uma equação de duas incógnitas que convergem: o que antecede e leva à formalização da Maçonaria nos princípios do século XVIII e o que sucede e permanece depois da dissolução dos Templários e do ato papal de Clemente II durante o século XIV. São mais de 400 anos que separam o fim dos Cavaleiros Templários e a fundação da Grande Loja de Londres.

Essa influência, no entanto, está presente em nossa ritualística, na organização juvenil patrocinada pela Maçonaria: a Ordem De Molay e em vários outros aspectos de nossa Ordem. De onde ela vem? Ela é uma origem direta ou uma incorporação posterior?

Em primeiro lugar, a Maçonaria moderna só foi “fundada” em 1717. As agremiações que fomentaram a Maçonaria, segundo pesquisas da loja Quatuor Coronati de Londres, são modernas, o registro mais antigo sendo do século XVI. Mas a bula papal dissolvendo os Templários data de 1312. Como foi possível os Templários fundarem a Maçonaria? Nesse instante podemos nos perguntar: Há provas documentais que liguem a Maçonaria aos Cavaleiros Templários? Evidências? Suspeitas? Sim, elas existem. A mais intrigante delas é a Capela Rosslyn em Edimburgo na Escócia.

A capela tornou-se extremamente popular após aparecer no romance O código Da Vinci e no filme de mesmo nome. Apesar de ser uma obra de ficção, o autor Dan Brown utilizou de evidências históricas para confeccioná-la o que apenas aumentou as especulações sobre essa misteriosa capela.

Como vimos 400 anos separam a criação da Grande Loja de Londres e o fim dos Cavaleiros Templários. Exatamente nesse intervalo encontra-se a Capela Rosslyn. Suas fundações remontam ao século XV, em 1446. Em seu interior encontram-se fortes evidências de uma possível ligação entre os Templários e a Maçonaria. Ela foi um projeto de Willian Saint Clair um nobre do século XV e patrono da associação local de pedreiros.

Como sabemos, os cavaleiros templários faziam parte da Ordem do Templo, ordem cristã de cavalaria fundada em 1118 para proteger os peregrinos que viajavam até a Terra Santa. Durante sua atuação em toda Europa e Ásia menor construíram muitas Igrejas, frequentemente em forma circular, similar a Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém. Um dos exemplos desta arquitetura é a Igreja Templária em Londres. Como podemos ver abaixo um dos símbolos dos “pobres cavaleiros de Cristo” era a representação de dois cavaleiros sobre uma só montaria. Este símbolo ressalta o sentimento de irmandade e humildade da Ordem. Abaixo à esquerda encontra-se a estátua da Igreja Templária em Londres, à direita encontra-se a estátua que ornamenta a capela Rosslyn.

Outros indícios nos levam a crer na co-relação entre a capela Rosslyn, a Maçonaria e os templários. A estrutura do prédio da capela é idêntica ao templo judeu de Herodes, que substituiu o famigerado templo de Salomão. Como sabemos, o templo de Salomão é palco de uma lenda central para os maçons: a morte de Hiram Abiff, o construtor assassinado por aprendizes invejosos. Repleta de entalhes e esculturas, a capela Rosslyn possui em uma de suas colunas um mito correspondente à lenda maçônica: o pilar do aprendiz.

No entanto, talvez a mais intrigante escultura seja a que veremos abaixo. Nela, teoricamente, podemos ver um candidato sendo iniciado. Há uma corda em torno do pescoço do candidato e uma venda que lhe oculta os olhos. Quem o segura, logo atrás, aparece com uma cruz templária no peito. As confluências entre esta imagem e o ritual moderno de iniciação da Maçonaria especulativa são, no mínimo, intrigantes.

Esse enigma construído em pedra parece tornar-se ainda mais nebuloso à medida que nos debruçamos sobre ele. Ela sugere através de suas imagens e alegorias que os Templários tiveram relação com sua construção 150 anos após terem sido extintos. Ao mesmo tempo, alimentam a ideia de que a Maçonaria fez representar ali seus símbolos e sua suposta ligação com os Pobres Cavaleiros de Cristo, 250 anos antes de sua fundação formal.

Não podemos afirmar que nenhum templário sobrevivente ao massacre promovido por Felipe, o Belo e o Papa Clemente II tenha mais tarde ingressado nas antigas ordens de construtores da Maçonaria operativa e influenciado sua ritualista. No fundo há uma transição essencial que assenta no fato de que a Maçonaria especulativa tenha herdado as vivências das sociedades anteriores então organizadas na Maçonaria operativa; essa transição foi necessariamente longa, progressiva, não deliberada, diversificada e por sucessivas incorporações de conhecimento, de saber e de práticas.

De acordo com o historiador Burman “Em Portugal, muitos ex-Templários haviam tido permissão para entrar para a nova ordem de Jesus Cristo, que recebeu propriedades deles naquele país, e manter sua posição anterior.” Além disso, o autor afirma que nas demais partes da Europa “muitos continuaram a viver e trabalhar em suas propriedades rurais, exatamente como faziam antes.” (p. 219)

É minha convicção como historiador que as organizações maçônicas que aparecem formalmente no século XVIII se encontram entre o conjunto de instituições que herdaram o conhecimento, as práticas, os rituais e símbolos templários no que se refere à sua ala oculta. Igual sorte e benefício tiveram muitas outras organizações, ora centradas na investigação científica e alquímica, ora no aprofundamento do espiritualismo, do hermetismo ou dos rituais antigos. Porém, dizer que a Capela Rosslyn é uma prova incontestável da ligação entre Cavaleiros Templários e Maçonaria não é possível. Essa dúvida permanecerá como a própria Escócia envolvida em brumas e mistérios.

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Fonte: Revista Universo Maçônico.

A MAÇONARIA E A CRIAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL - Fernando Colacioppo




A criação do Estado de Israel foi oficialmente anunciada em 14 de maio de 1948, há exatamente 75 anos. A criação de Israel se baseou numa resolução aprovada um ano antes na Organização das Nações Unidas (ONU) e que previa a divisão do então território da Palestina; 

A maçonaria não teve um papel direto na criação do Estado de Israel, mas alguns maçons desempenharam papéis significativos no movimento sionista e na luta pela independência de Israel.

O sionismo é um movimento político que defende o estabelecimento de um estado judeu na Terra de Israel.

A ideia do sionismo foi amplamente promovida por Theodor Herzl, um escritor e jornalista austríaco e membro da maçonaria, ele presenciou como jornalista a cobertura do Caso Dreyfus, onde um memorando secreto encontrado pela faxineira da embaixada prussiana em Paris dava conta de que havia um espião no ministério da Guerra francês, a França havia sido derrotada pelos prussianos na guerra franco-prussiana em 1871 e culpados eram procurados, o acusado foi o major de origem judaica Alfred Dreyfus que foi humilhado publicamente, sendo condenado à prisão perpétua injustamente na Guiana Francesa, depois foi absolvido quando o verdadeiro culpado foi achado, este nunca foi punido e se refugiou na Inglaterra, mas no ínterim das discussões, Herzl ouve em Paris as multidões que clamavam “morte aos judeus traidores”, este clamor não era novo, nos séculos anteriores os judeus haviam peregrinado a Europa inteira e Herzl se pergunta, para onde os judeus iriam?

Herzl fundou a Organização Sionista Mundial em 1897 e organizou o primeiro Congresso Sionista em Basileia, na Suíça, que lançou a base para a criação do Estado de Israel, um fato interessante foi que perguntado quando este estado judaico nasceria, ele solta: pode ser em 5 ou 50 anos, curiosamente foi em 1947 que o plano para a partição da palestina mandatária foi votado (29/11/1947), 50 anos depois do congresso sionista de Basiléia.

O maior evento catastrófico da comunidade judaica foi o holocausto, em hebraico se diz Shoah, do hebraico catástrofe, 6 milhões de judeus pereceram nas mãos do nazifascismo, era preciso fazer justiça aos sobreviventes, curiosamente os maçons também forma perseguidos, pois Hitler dizia que eram naturalmente sionistas por conta de seu apego a lenda do mito do Templo de Salomão.

O brasileiro Oswaldo Aranha, e membro da maçonaria, teve um papel importante na criação do Estado de Israel.

É conhecido na política internacional por fazer lobby pela partilha da Palestina o que culminou na criação do Estado de Israel como chefe da delegação brasileira à Organização das Nações Unidas (ONU) e presidente da Assembleia Geral da ONU em 1947. Como chefe da delegação brasileira, foi presidente da primeira sessão especial da Assembleia Geral das Nações Unidas em 1947 durante a votação da UNGA 181 sobre o plano de partição das Nações Unidas para a Palestina, no qual adiou a votação por três dias para garantir sua aprovação. Por seus esforços na situação palestina, foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz de 1948.

Sete maçons belgas fundaram a Loja Maçônica Libertè Chérie ou seja, “Querida Liberdade”, em pleno campo de concentração nazista, Hut Emslandlager, alojamento 6, localizado na cidade de Esterwegen, na Alemanha. Tornou-se conhecida por ter operado dentro do campo de concentração nazi de Esterwegen durante a Segunda Guerra Mundial.

A Loja foi criada na segunda quinzena de Novembro de 1943, após a chegada do Mestre Maçon Amédée Miclotte à “caserna nº 6” do campo de concentração Emslandlager VII Esterwegen, em 22 de Novembro de 1943, por sete Maçons Belgas deportado por actos de resistência. O nome da loja foi escolhido a partir de palavras de La Marseillaise.

Não devemos esquecer que "O holocausto é comumente relacionado ao genocídio de judeus. Contudo, os maçons, os povos ciganos e testemunhas de Jeová também foram vítimas dos nazistas durante o conflito e morreram aos milhares."

Mas foi durante o nazismo que a perseguição aos integrantes da ordem maçônica chegou ao ápice.

Logo no início, cartazes elaborados por Joseph Goebbels, ministro da Propaganda do Terceiro Reich, mostravam uma serpente enredada em três palavras: judaísmo, maçonaria e bolchevismo.

Os maçons não eram alvos prioritários como judeus.

No entanto, nem todos os maçons apoiaram a ideia do sionismo. Alguns líderes maçônicos argumentaram que o judaísmo é uma religião e não uma nacionalidade, e que os judeus deveriam se integrar às sociedades em que viviam em vez de buscar um estado separado.

Em resumo, a maçonaria teve uma presença significativa no movimento sionista, mas não desempenhou um papel direto na criação do Estado de Israel.

https://redecolmeia.com.br/2023/05/13/a-maconaria-e-a-criacao-do-estado-de-israel/


maio 13, 2023

A LETRA "G"


Em algumas partes do mundo, o símbolo universal da Maçonaria (o Esquadro e o Compasso) aparece com a letra G no meio. No entanto, na maioria dos países europeus, a letra G não aparece entre as ferramentas. Na própria simbologia maçônica, o Esquadro e o Compasso nunca são associados à letra G. 

A letra começou a aparecer nas representações maçônicas americanas do Esquadro e do Compasso em 1850, embora há registros isolados, de antes desta data.

Não se sabe onde esta prática se originou, mas desde a Guerra Civil tornou-se a forma aceita do símbolo na América do Norte.

O “G”, que pode estar associado a Deus (“God”) ou (“Geometria”), mas diferentes línguas não usam a letra G para escrever “Deus” ou “Geometria”, portanto a prática não faria qualquer sentido em todos os lugares.

A título de exemplo, a palavra GEOMETRIA: em Irlandês começa com C, em galego começa com X, em bielorrusso começa com R, em grego começa com Y e por ai vai. Sem contar as línguas asiáticas e as do Oriente Médio.


Fonte: CURIOSIDADES DA MAÇONARIA

maio 12, 2023

COLISÃO LINGUÍSTICA (Entre SER e ESTAR) - Newton Agrella



A rigor, ninguém passa pela vida para "estar" alguma coisa. 

Muito pelo contrário, a pessoa experiencia uma vida com o claro propósito de "ser" alguma coisa.

Desde criança ouve-se a famigerada pergunta:

"...O que você quer *ser* quando crescer ?..."

Ou alguém já ouviu em sã consciência :

"...O que você quer *estar* quando crescer ?..."

Haverá aqueles que defenderão a tese de que o verbo "estar" pode ser perfeitamente substituto do verbo "ser", indicando a transitoriedade de uma situação, destituindo-se assim, o valor de uma conquista, de um alcance ou o inequívoco reconhecimento de um estado.

Fosse assim, e ninguém teria o direito de exercer uma atividade profissional para a qual a pessoa qualificou-se ou desempenhar um cargo para o qual foi indicada, contratada, eleita ou promovida.

Exemplos recorrentes:

"Eu não sou presidente. - Eu estou presidente."

"Eu não sou delegada. - Eu estou delegada"

Ainda neste plano surreal imagine a pessoa dizendo:

"Eu não sou médico.- Eu estou médico."

"Eu não sou advogado. - Eu estou advogado."

Faça-se aqui uma menção honrosa e distinta no caso da Maçonaria, em que cabe uma consideração muito instigante e particular, pois nenhum dos dois verbos, objetos deste nosso episódio merece um protagonismo por sí só.

Pois as premissas:

"Eu *sou* maçom"  ou "Eu *estou* maçom" não se aplicam.

A Sublime Ordem tem como princípio que o Maçom seja  "reconhecido como tal" entre seus pares.

Não raro, deparamo-nos aqui no Brasil, falantes da língua portuguesa, com as bizarrices lingüísticas acima citadas que exprimem não somente um verdadeiro desconhecimento do idioma, como também querem sugerir uma falsa idéia de modéstia ou de humildade, como se isto se traduzisse num magnânimo exemplo de desapego. 

Cabe destacar que esse raquitismo interpretativo se protagoniza sobretudo nos casos envolvendo a 1a.pessoa do singular do modo Presente do Indicativo.

Ora, isso não é nada mais do que um modismo trivial de caráter político e protocolar, que no final das contas acaba esbarrando no terreno do non-sense.

Tal qual a recém intitulada "linguagem neutra" - particularmente aqui em nosso país, e de certo modo até estimulado pela mídia - o verbo *"ser"*, que se constitui no mais importante guardião, como espinha dorsal do idioma, tem se sujeitado a um papel coadjuvante num palco gramatical pleno de formas e cada vez mais raso de conteúdo.

É desta forma depauperada que textos e discursos vão deixando de ser propositivos, consistentes e densos em sua essência para ganharem contornos pseudo éticos com o mero propósito de agradar plateias amestradas.



maio 11, 2023

UM TRATADO SOBRE A VAIDADE - Denilson Forato


 


A Maçonaria, como organização, não tem como objetivo a promoção da vaidade pessoal de seus membros. Na verdade, um dos princípios fundamentais da Maçonaria é o da humildade e modéstia.

 Os maçons são encorajados a se concentrar em trabalhar juntos em prol do bem comum, em vez de buscar a promoção pessoal. Isso significa que a vaidade é geralmente desencorajada dentro da organização.

 Além disso, a Maçonaria é uma fraternidade que valoriza a igualdade entre os seus membros. Não há hierarquia dentro da Loja Maçônica, e cada maçom tem o mesmo valor e importância dentro da organização.

 No entanto, como em qualquer organização composta por seres humanos, pode haver casos isolados de membros que são vaidosos e buscam a promoção pessoal. Esses comportamentos não são encorajados e podem ser vistos como contrários aos ideais da Maçonaria.

 A vaidade pode ser definida como uma excessiva preocupação com a aparência, status ou reputação pessoal. É a tendência de se considerar superior aos outros ou de querer ser admirado e elogiado por eles.

 A vaidade pode se manifestar de diversas formas, como a exibição de bens materiais, o culto à beleza física, a busca por títulos e posições de destaque, entre outras.

 Embora a vaidade possa trazer alguma satisfação pessoal, ela também pode ter efeitos negativos. Pode levar a uma excessiva preocupação consigo mesmo, à falta de empatia pelos outros, e à frustração quando a admiração ou reconhecimento esperado não é alcançado.

Além disso, a vaidade pode levar a uma falta de autenticidade e à necessidade de se criar uma imagem que não corresponde à realidade. Isso pode levar a uma sensação de vazio e insatisfação, já que a pessoa não se sente reconhecida pelo que ela realmente é.

 Por fim, a vaidade pode interferir nas relações interpessoais, pois a pessoa vaidosa pode acabar se tornando arrogante e distante dos outros, dificultando a construção de relacionamentos verdadeiros e saudáveis.

 Em resumo,

Em resumo, a Maçonaria não promove a vaidade, mas sim a humildade, modéstia e igualdade entre seus membros.

 A vaidade pode ter efeitos negativos na vida de uma pessoa, prejudicando sua autoestima, relacionamentos e bem-estar emocional. É importante encontrar um equilíbrio saudável entre cuidar de si mesmo e valorizar as relações e experiências de vida verdadeiras


maio 10, 2023

CÂMARA DE REFLEXÃO



A câmara não é de reflexões, no plural, mas de reflexão, no singular, já que em Maçonaria ela significa a volta da consciência do candidato sobre si mesmo para examinar o seu próprio conteúdo por meio do entendimento da razão. Em linhas gerais é o ato de refletir sobre si.

É bom que se diga que não são todos os ritos maçônicos que adotam a Câmara. No Rito Escocês Antigo e Aceito, que é um dos ritos que a adota, a mesma deve ser compreendida sob três configurações.

A primeira é como um local de medição e interiorização. Esse artifício é utilizado para conduzir o candidato a um momento único - consigo mesmo - quando ficam frente a frente à materialidade e a espiritualidade. Todo o cenário desse apólogo foi arquitetado para chamar atenção do postulante, por meio de símbolos, frases e alegorias, sobre a brevidade e a finitude da vida.

A segunda é que de modo figurado, a Câmara lembra as masmorras que aprisionam o homem. Menciona que são os vícios e os maus costumes que deformam a conduta humana. Nesse sentido, a Câmara é um marco referencial para que o homem se liberte das amarras que dormem nesses calabouços.

Por fim, a terceira que sugere a morte e o renascimento. É uma concepção que compara a vida do homem aos ciclos da Natureza (renovação da vida). É a sua purificação pelos elementos. Nesse sentido a Câmara é a prova da Terra (o primeiro elemento). É o útero, a fecundação; é a escuridão onde a semente, como produto da putrefação do fruto que morreu no inverno começa agora a germinar. É o novo broto da planta que surge. Vem das profundezas da terra em direção à Luz. De maneira geral é o primeiro ciclo do iniciado. É agora o neófito, ou aquele que iniciaticamente se compara a uma “nova planta” (néo = novo; fito = planta, vegetal). O Mestre que o apadrinha é o semeador e o neófito o vegetal que no futuro proporcionará a colheita.

Por esse caráter é que existe toda a simbologia da Câmara de Reflexão no REAA, das quais a divisa “Vigilância e Perseverança”, onde o termo Vigilância está por sugerir ao postulante que ele vigie diuturnamente a sua consciência e as suas ações...

maio 09, 2023

DIA 9 DE MAIO, NASCE D. QUIXOTE DE LA MANCHA

 










09 de Maio de 1605: É Publicada a 1ª parte de D. Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes.

É a maior criação de Cervantes. Surgiu no fim de mais de um século de notável inovação e diversidade por parte dos escritores ficcionistas espanhóis. Parodiou os romances de cavalaria que, na altura, se encontravam em declínio. Nesta obra, a paródia apresenta uma forma invulgar. O protagonista, já de certa idade, entrega-se à leitura desses romances, perde o juízo, acredita que tenham sido historicamente verdadeiros e decide tornar-se um cavaleiro andante. Por isso, parte pelo mundo e vive o seu próprio romance de cavalaria. 

A história é apresentada sob a forma de novela realista. A primeira parte da obra deixa a impressão de liberdade máxima, a segunda parte produz a sensação constante de nos encontrarmos encerrados em limites estreitos. Essa sensação é sentida mais intensamente quando confrontada com a primeira parte. Se anteriormente, a ironia era, sobretudo, uma expressão amarga da impossibilidade de dar realidade a um ideal, com a segunda parte nasce muito mais da confrontação das formas da imaginação com as da realidade.

A primeira parte de D. Quixote é tipicamente barroca. Cervantes dá a sua própria definição da obra: "orden desordenada (...) de manera que el arte, imitando à la Naturaleza, parece que allí la vence". O processo adotado por Cervantes - a paródia - permite dar relevo aos contrastes, através da deformação grotesca, pela deslocação do patético para o burlesco, fazendo com que o burlesco apague momentaneamente a emoção, estabelecendo um entrelaçado espontâneo de picaresco, de burlesco e de emoção. 

O conflito surge do confronto entre o passado e o presente, o ideal e o real e o ideal e o social. D. Quixote e Sancho Pança representam valores distintos, embora sejam participantes do mesmo mundo. É importante compreender a visão irónica que o romancista tem do mundo moderno, o fundo de alegria que está por detrás da visão melancólica e a busca do absoluto. São mundos completamente diferentes. O fiel escudeiro de D. Quixote é definido por Cervantes como "homem de bem mas de pouco sal na moleirinha". É o representante do bom senso e é para o mundo real aquilo que D. Quixote é para o mundo ideal.

As figuras de D. Quixote, de Sancho Pança e do cavalo de D. Quixote, Rocinante, depressa conquistaram a imaginação popular. No entanto, os contemporâneos da obra não a levaram tão a sério como as gerações posteriores. Passou a ser vista como uma prosa épica de escárnio, em que "o ar sério e grave" da ironia do autor começou a ser bastante apreciado. O herói grotesco de um dos livros mais cómicos tornou-se no trágico herói da tristeza. Contudo, apesar de alguma distorção, a novela de Cervantes começou então a revelar a sua profundidade.

Na história da novela moderna, o papel de D. Quixote é reconhecido como seminal. A evidência disso pode ser vista em Defoe, em Fielding, em Smollet e Sterne e, também, em personagens criadas por alguns romancistas clássicos do século XIX, como é o caso de Walter Scott, de Charles Dickens, de Gustave Flaubert, de Pérez Galdós, de Melville e de Fedor Dostoievski. O mesmo acontece no caso de alguns autores pós-realistas do século XX, como James Joyce e Jorge Luis Borges. D. Quixote provou ser uma notável fonte de inspiração para os criadores noutros campos artísticos. 

Desde o século XVII que se têm realizado peças de teatro, óperas, composições musicais e bailados baseados no D. Quixote. No século XX, o cinema, a televisão e os cartoons inspiraram-se igualmente nesta obra. D. Quixote inspirou ainda artistas como Hogarth, Francisco Goya, Daumier e Pablo Picasso. Várias interpretações foram dadas à obra. No século XVII, considerou-se que o romance continha em si pouco mais que o tom de bom humor e de diversão, com D. Quixote e Sancho Pança a encarnarem respetivamente o grotesco e o pícaro. O século XVIII foi pródigo em elogios a D. Quixote, não só em Espanha e em Portugal, como também por parte de grandes românticos do centro da Europa.

D. Quixote. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.



maio 08, 2023

A TECNOLOGIA - Adilson Zotovici








Desde as guildas os conceitos

Dos labores a melhoria

Como aos fatores estreitos

Das ciências, filosofia


Canteiros com ritos aceitos

Que Grande Arquiteto o Guia

Da astronomia os proveitos

Da Cabala,  numerologia


Da música tem os efeitos

Na aritmética, geometria...

Aos seus princípios, preceitos


À infinda maçonaria_

Que no progressismo seus feitos

Bem-vinda a tecnologia_ !


maio 07, 2023

AS COLUNAS ZODIACAIS - Almir Sant'Anna Cruz




Nos Templos Maçônicos encontram-se 12 Colunas na parte Ocidental, seis no lado Norte e seis no lado Sul, simbolizando os 12 signos zodiacais, com diversas interpretações, inclusive relacionando-as aos quatro Elementos e aos sete Planetas da Antiguidade:

No lado Norte temos:

ÁRIES: Fogo, Marte

TOURO: Terra, Vênus

GÊMEOS: Ar, Mercúrio

CÂNCER: Água, Lua

LEÃO: Fogo, Sol

VIRGEM: Terra, Mercúrio

No lado Sul estão: 

LIBRA: Ar, Vênus

ESCORPIÃO: Água, Marte 

SAGITÁRIO: Fogo, Júpiter

CAPRICÓRNIO: Terra, Saturno 

AQUÁRIO: Ar, Saturno

PEIXES: Água, Júpiter

A disposição dessas Colunas, que seguem o aparente caminho do Sol, é que justificam a circulação em Loja, no sentido destrocêntrico, ou seja, no sentido dos ponteiros do relógio.

Como as Colunas estão dispostas apenas no Ocidente, não é correto haver circulação no Oriente, embora diversas Potências Maçônicas assim proceda.

Conquanto não se possa afirmar com segurança que os caldeus tenham sido os precursores da Astrologia, certamente foi na Caldéia que alcançou seu esplendor, misto de ciência e religião. 

Há registros de práticas astrológicas em regiões e povos completamente distintos: egípcios, persas, gregos, romanos, indianos, chineses, árabes, incas, maias e astecas, entre outros.

Se bem que os judeus estivessem proibidos por Deus, a classe sacerdotal praticou a Astrologia, influenciados durante o cativeiro em Babilônia, até que o profeta Isaías condenou tais práticas.

Os antigos consideravam os signos zodiacais como a chave de todas as ciências humanas e naturais.

A Astrologia e a Astronomia eram estudadas nas antigas civilizações mesopotâmicas e, na Babilônia e Assíria, a Astrologia era utilizada pela classe sacerdotal para interpretar a vontade dos deuses, uma vez que se baseava na teoria do governo universal pela vontade divina.

Ao lado de todos os templos da mesopotâmia, há cerca de 4000 mil anos antes de Cristo, erguia-se uma torre, chamada Zigurate, e o alto dessa torre era pintada de amarelo, cor do Sol. Servia de observatório astronômico para a classe sacerdotal. 

Pesquisas recentes demonstraram que o fenômeno da precessão dos equinócios já era conhecido pelos astrônomos da Babilônia.

Através das posições dos corpos celestes predizia-se o futuro, interpretava-se os acontecimentos, as vidas humanas e o caráter das pessoas, baseando-se no conceito do homem como centro do universo. 

A partir daí, era lógico julgar-se que o universo girasse em torno de nossa espécie, influindo em nosso destino. Com o triunfo do Cristianismo, passou-se a admitir, no mundo ocidental, que os astros não eram agentes finais do destino. 

Se o futuro pode ser previsto, presume-se que esteja determinado; onde fica, então, o livre-arbítrio humano? Golpe mortal no determinismo religioso da Astrologia! 

Contudo, até o século XVIII, a Astrologia continuava sendo respeitada como ciência. Foi em época relativamente recente que a Astronomia se desvencilhou da Astrologia, assim como a Química da Alquimia e a Física da Metafísica natural. Todavia, não se pode negar a contribuição dessas pseudociências para com as ciências modernas.

Já de algum tempo, a Astrologia está fora do reino da respeitabilidade intelectual e, portanto, carece de valor.


Excerto do livro *O que um Aprendiz Maçom deve saber " do Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz

Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350